------------------------Filhas de Deus FD 4 1 Uma palavra à leitora FD 7 1 Capítulo 1 -- O Senhor chama mulheres para o seu serviço FD 12 0 Capítulo 2 -- Mulheres notáveis no antigo testamento FD 34 1 Capítulo 3 -- Mulheres notáveis no novo testamento FD 57 1 Capítulo 4 -- A importância do estudo da Bíblia e da oração FD 64 1 Capítulo 5 -- Mulheres como professoras FD 71 1 Capítulo 6 -- Mulheres como médicas FD 77 1 Capítulo 7 -- O papel da mulher no evangelismo FD 81 1 Capítulo 8 -- "Digno é o trabalhador do seu salário" FD 88 1 Capítulo 9 -- Ministério na vizinhança FD 96 1 Capítulo 10 -- A obra da temperança FD 104 1 Capítulo 11 -- "Ide a todo o mundo" FD 111 1 Capítulo 12 -- Respeito próprio FD 118 1 Capítulo 13 -- A influência da mulher cristã FD 122 1 Capítulo 14 -- A mulher cristã é modesta em todas as ocasiões FD 128 1 Capítulo 15 -- Equilíbrio na vida FD 136 1 Capítulo 16 -- Saúde, exercício e viver saudável FD 143 1 Capítulo 17 -- Casamento, lar e família FD 154 1 Capítulo 18 -- A missão da mãe FD 160 1 Capítulo 19 -- Desafios da maternidade FD 168 1 Capítulo 20 -- Conhecimento dos deveres práticos da vida FD 173 1 Capítulo 21 -- Quando surge a tristeza FD 183 1 Capítulo 22 -- De mulher para mulher FD 190 1 Apêndice A -- Na casa de Simão FD 194 1 Apêndice B -- O ministério público de Ellen White FD 200 1 Apêndice C -- Documentos relativos à ordenação de mulheres FD 207 1 Apêndice D -- O uso do dízimo FD 210 1 Apêndice E -- O relacionamento entre Tiago e Ellen White FD 212 1 Cartas ------------------------Uma palavra à leitora FD 4 1 Durante a segunda metade do século 19, as mulheres puderam exercer mais importantes funções de liderança em algumas igrejas evangélicas. Isso também aconteceu na Igreja Adventista do Sétimo Dia. FD 4 2 Três das primeiras onze pessoas a assumir a tesouraria da Associação Geral (1871-1883) foram mulheres. Dos 19 editores da revista The Youth's Instructor, que atuaram entre 1852 e 1899, 11 foram mulheres. L. Flora Plummer dirigiu o Departamento da Escola Sabatina da Associação Geral por 23 anos. A igreja adventista, durante o período de 1878 a 1910, teve 31 mulheres que receberam credenciais para pregar. FD 4 3 Ellen White freqüentemente salientava que "o Senhor tem uma obra para as mulheres, da mesma maneira que para os homens. [...] Podem chegar bem perto do coração daqueles que os homens não podem atingir". -- Testimonies for the Church 6:117, 118. FD 4 4 Porções significativas dos conselhos de Ellen White para as mulheres na obra de Deus foram reunidas neste livro. Também estão incluídos capítulos sobre o respeito próprio e o equilíbrio em todos os aspectos da vida. A maior parte dos conselhos nesses capítulos, embora dirigidos originalmente a homens, é igualmente aplicável às mulheres. Na competitiva sociedade contemporânea, muitas mulheres são assalariadas, freqüentemente mães desacompanhadas tentando sustentar a família. O conteúdo desses capítulos tem o objetivo de restaurar e manter o senso de respeito próprio, ajudando as mulheres a saber que são importantes e valorizadas aos olhos de Deus. FD 4 5 Algumas declarações deste livro devem ser entendidas à luz de seu contexto cultural, social e de época. "Quanto aos testemunhos, coisa alguma é ignorada; coisa alguma é rejeitada; o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados". Mensagens Escolhidas 1:57. Para ajudar a leitora, esforçamo-nos por oferecer contexto suficiente para uma compreensão adequada. Também informamos a data e a fonte da publicação, ou a data original dos escritos no caso de uma publicação após a morte de Ellen White. Em poucos casos, quando a publicação original não está prontamente disponível, apresentamos uma fonte mais recente, junto com a data. Os subtítulos ao longo do livro foram preparados pelos compiladores. FD 4 6 Filhas de Deus é um livro que tem o propósito de trazer ânimo, inspiração e incentivo para as mulheres ao redor do mundo. Inclui conselhos que levam as mulheres a lutar pelos ideais mais elevados, seja qual for a sua ocupação na vida pessoal ou profissional. Cada mulher tem valor inestimável aos olhos do Pai celestial. Ele criou a mulher para ficar ao lado do homem, igual em valor diante de Deus, e associada com ele na obra que lhe foi indicada. O Pai deu Seu Filho unigênito por toda a raça humana, individual e coletivamente, homem e mulher. FD 5 1 Esperamos que os membros da igreja ao redor do mundo obtenham nova compreensão e bênçãos através da leitura deste livro. Deus precisa dos talentos de todo o Seu povo para ajudar a concluir Sua obra na Terra. Depositários do Patrimônio Literário de Ellen G. White. FD 5 2 Todos quantos trabalham para Deus, devem possuir um misto dos atributos de Marta e de Maria -- a boa vontade para servir e sincero amor pela verdade. O próprio eu e o egoísmo precisam ser descartados. Deus demanda fervorosas obreiras, prudentes, afetivas, ternas e fiéis aos princípios. Ele convida mulheres perseverantes, que não pensam tanto em si mesmas e em seus interesses pessoais, mas concentram o pensamento em Cristo, proferindo palavras de verdade, orando com as pessoas às quais conseguem acesso, trabalhando pela conversão de almas. -- Testimonies for the Church 6:118. ------------------------Capítulo 1 -- O Senhor chama mulheres para o seu serviço FD 7 1 Há, nos vários setores da causa de Deus, um vasto campo em que nossas irmãs podem fazer bom serviço para o Mestre. [...] Entre as nobres mulheres que tiveram a coragem moral de decidir-se em favor da verdade para este tempo, muitas são dotadas de tato, percepção, boas aptidões, e que darão obreiras bem-sucedidas. Os esforços dessas mulheres cristãs são necessários. -- Evangelismo, 466. Mulheres como obreiras cristãs FD 7 2 Aquele que morreu para redimir o homem da morte ama com um amor divino; e Ele diz aos Seus seguidores: "O Meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei". João 15:12. Cristo mostrou Seu amor pela raça caída por meio de Seus atos. FD 7 3 O verdadeiro filho de Deus será semelhante a Cristo; e, ao crescer no conhecimento da verdade, e ser santificado mediante a verdade, será mais e mais semelhante a Cristo, e mais desejoso de salvar as pessoas, a aquisição do Seu sangue. FD 7 4 Alguns podem fazer mais que outros, mas todos podem fazer alguma coisa. As mulheres não devem sentir que estão dispensadas em virtude de seus deveres domésticos. Devem mostrar-se inteligentes no sentido de provar que podem fazer muito de maneira metódica e com sucesso em levar pessoas a Cristo. Se todos sentissem a importância de produzir até o máximo de sua capacidade na obra de Deus, tendo profundo amor pelas pessoas, sentindo sobre si o fardo da obra, centenas que até aqui têm estado insensíveis e desinteressados, nada realizando ou muito pouco fazendo, estariam empenhados como obreiros ativos. FD 7 5 Em muitos casos o lixo do mundo tem obstruído os canais da alma. O egoísmo controla a mente e perverte o caráter. Estivesse a vida escondida com Cristo em Deus, seu serviço não seria enfadonho. Se o inteiro coração fosse consagrado a Deus, todos encontrariam algo que fazer e almejariam ter parte na obra. Semeariam junto a todas as águas, orando e crendo que o fruto haveria de aparecer. Obreiros tementes a Deus, operosos, estarão em crescimento, orando em fé por graça e sabedoria celestial para que possam fazer a obra que lhes toca com alegria e disposição de mente. Buscarão os divinos raios de luz, a fim de poderem iluminar os passos de outros. -- Beneficência Social, 165, 166. FD 8 1 Aqueles que são colaboradores de Deus não terão a disposição de envolver-se nas várias formas de divertimento; não sairão em busca de felicidade e satisfação. Ao assumirem sua obra no temor de Deus, e prestarem serviço ao Mestre, conseguirão a mais substancial felicidade. Ligados a Jesus Cristo, serão sábios para a salvação. Serão árvores frutíferas. Desenvolverão uma vida irrepreensível, um formoso caráter. A grande obra da redenção será a sua prioridade. Comida, bebida, vestuário, casas e terras serão assuntos secundários. A paz de Deus no íntimo expulsará os ressecados ou retorcidos ramos de egoísmo, vaidade, orgulho e indolência. A fé e a prática constituem a vida do cristão. Não atingimos o padrão do cristianismo por meramente professarmos a Cristo e termos o nome no livro da igreja. Devemos ser, individualmente, obreiros de Cristo. Mediante esforço pessoal, mostramos que estamos conectados com Ele. FD 8 2 Necessitam-se mulheres cristãs. Há um vasto campo onde elas podem fazer um bom trabalho para o Mestre. Há mulheres nobres, que têm tido a coragem moral de decidir em favor da verdade manifesta no peso da evidência. Elas têm tato, percepção e boa habilidade, e podem fazer o trabalho de bem-sucedidas obreiras cristãs. Há trabalho negligenciado ou incompleto que podia ser inteiramente completado pelo auxílio que essas irmãs podem dar. Elas podem alcançar uma classe que os pastores não alcançam. Há cargos na igreja que elas podem ocupar de modo aceitável, e muitos ramos do trabalho da igreja dos quais poderiam encarregar-se, caso fossem devidamente instruídas. FD 8 3 Podem as mulheres fazer um bom trabalho no campo missionário, escrevendo cartas a amigos, descobrindo assim os seus verdadeiros sentimentos em relação à causa de Deus. Muitos itens valiosos são trazidos à luz por esse meio. Os obreiros não devem procurar a exaltação própria, mas apresentar a verdade em sua simplicidade, sempre que a oportunidade surja. Beneficência Social, 147, 148. O dinheiro que tem sido gasto com enfeites desnecessários e inúteis ornamentos deve ser dedicado à causa de Deus, e usado para levar a luz da verdade àqueles que estão nas trevas do erro. As pessoas salvas mediante seus esforços lhes serão mais preciosas do que um vestuário dispendioso e em sintonia com a última moda. As vestes brancas e a coroa com pedras preciosas, que lhes serão dadas por Cristo como recompensa por seus esforços na obra da salvação, serão mais valiosas que adornos desnecessários. As estrelas em suas coroas brilharão para todo o sempre, e lhes compensarão mil vezes a abnegação e o sacrifício próprio que exerceram na causa de Deus. FD 9 1 Mulheres de firme princípio e decidido caráter são necessárias, mulheres que crêem estarmos, sem dúvida, vivendo nos últimos dias, e que temos a última solene mensagem de advertência para ser dada ao mundo. Devem sentir que estão empenhadas numa importante obra ao espalharem os raios de luz que o Céu tem derramado sobre elas. Quando o amor de Deus e de Sua verdade é um princípio permanente, elas não permitirão que coisa alguma lhes impeça o cumprimento do dever ou as desencoraje em seu trabalho. Temerão a Deus e não se deixarão desviar das atividades em Sua causa pela tentação de situações lucrativas e atraentes perspectivas. Preservarão sua integridade a todo custo. São essas pessoas que representarão corretamente a religião de Cristo, cujas palavras serão ditas oportunamente, como maçãs de ouro em salvas de prata. Tais pessoas podem de muitos modos fazer um precioso trabalho para Deus. Ele as manda ir para o campo da seara e ajudar a colher os molhos. -- Beneficência Social, 149, 150. FD 9 2 Mulheres cristãs inteligentes podem usar os seus talentos com o maior proveito. Podem mostrar por sua vida de abnegação e por sua disposição de trabalhar ao máximo de sua capacidade, que crêem na verdade e que estão sendo santificadas por seu intermédio. Muitos necessitam um trabalho dessa espécie para desenvolver as faculdades que possuem. Esposas e mães não devem em caso algum negligenciar o marido e os filhos, mas podem fazer muito sem negligenciar os deveres do lar; e nem todas têm essas responsabilidades. FD 9 3 Quem pode ter tão profundo amor pelas pessoas por quem Cristo morreu como essas que são participantes de Sua graça? Quem pode melhor representar a religião de Cristo do que mulheres cristãs, mulheres que estão fervorosamente trabalhando para conduzir as pessoas à luz da verdade? Quem está igualmente tão bem adaptado à obra da Escola Sabatina? A verdadeira mãe é verdadeira educadora de crianças. Se com o coração imbuído do amor de Cristo ela ensina as crianças de sua classe, orando com elas e por elas, ela pode ver almas convertidas e reunidas no redil de Cristo. Eu não recomendo que a mulher procure tornar-se eleitora* ou funcionária pública; mas como missionária, ensinando a verdade por correspondência, distribuindo material impresso, conversando com as famílias e orando com as mães e os filhos, ela pode fazer muito e ser uma bênção. -- Beneficência Social, 164, 165. FD 9 4 O Senhor da vinha está dizendo a muitas mulheres que nada fazem agora: "Por que estais" ociosas? Elas podem ser instrumentos de justiça, prestando santo serviço. Foi Maria quem primeiro pregou um Jesus ressurreto; e a influência refinada e suavizante de mulheres cristãs é necessária na grande obra de pregação da verdade agora. Se houvesse vinte mulheres onde agora só há uma, que pudessem fazer da salvação de almas sua estimada tarefa, veríamos muito mais conversos à verdade. Zelosa e continuada diligência na causa de Deus fariam inteiro sucesso, e as assombraria com o seu resultado. A obra deve ser completada mediante paciência e perseverança, e nisto se manifesta a real devoção a Deus. Ele requer atos, e não apenas palavras. FD 10 1 A obra de Deus é digna dos nossos melhores esforços. Beneficência Social, 146. No cumprimento do plano divino, o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Ele ensinou os errantes e pecadores a quem veio salvar, e empenhou-Se em fervorosa oração a Seu Pai em favor deles; e nós devemos engajar-nos na mesma obra. Se isso não rebaixou a dignidade do Filho de Deus, o Criador dos mundos, deveria ser considerado humilhante demais, ou um sacrifício grande demais para os Seus seguidores? Verdadeiramente não. Por mais altas que sejam as nossas aspirações, nenhum chamado é mais elevado, santo e enobrecedor do que o de ser colaborador do Filho de Deus. FD 10 2 Estamos muitas vezes tão envolvidos com interesses egoístas que nosso coração não tem a possibilidade de dedicar-se às necessidades e carências da humanidade; estamos em falta quanto a obras de simpatia e beneficência, em ministério santo e social aos necessitados, opressos e sofredores. Beneficência Social, 146. São necessárias mulheres que não sejam enfatuadas, mas gentis nas maneiras e de humilde coração, que trabalhem na mansidão de Cristo onde quer que encontrem algo para fazer pela salvação das almas. Todos os que têm sido feitos participantes dos benefícios celestiais, devem mostrar fervor e intenso desejo de que outros que não têm os privilégios que eles desfrutam, tenham apresentadas perante si as evidências da verdade. E eles não apenas desejarão que outros tenham esse benefício, mas agirão para que o tenham, e desempenharão sua parte para alcançar esse objetivo. FD 10 3 Os que se tornam colaboradores de Deus aumentarão em poder moral e espiritual, ao passo que os que devotam seu tempo e energias para servir a si próprios, definharão, secarão e morrerão. Beneficência Social, 150, 151. As mulheres cristãs, os jovens, os de meia-idade e os idosos podem ter parte na obra de Deus para este tempo; e, ao se envolverem nessa obra segundo a oportunidade, obterão uma experiência do mais alto valor para si mesmos. No esquecimento do próprio eu, crescerão na graça. Ao treinarem a mente nessa direção, aprenderão a levar os fardos para Jesus, e compreenderão a felicidade do serviço. E virá em breve o tempo em que aqueles que semeiam com lágrimas ceifarão com júbilo. -- The Signs of the Times, 16 de Setembro de 1886. FD 10 4 O Senhor tem uma obra para as mulheres, bem como para os homens. Elas podem ocupar o seu lugar na obra nesta crise, e Ele atuará por intermédio delas. Se estiverem imbuídas com o senso do dever, e trabalharem sob a influência do Espírito Santo, terão a exata presença de espírito requerida para este tempo. O Salvador refletirá sobre essas abnegadas mulheres a luz de Sua face, e lhes dará poder que excede o dos homens. Elas podem fazer na família uma obra que os homens não conseguem, obra que alcança o íntimo da vida. Podem aproximar-se do coração daqueles a quem os homens não chegam a alcançar. Seu trabalho é necessário. -- Beneficência Social, 145. FD 11 1 Ouvimos muito acerca da educação das mulheres, e esse é um assunto que merece cuidadosa atenção. A mais elevada educação para a mulher encontra-se no cultivo adequado e equilibrado de todos os seus talentos e faculdades. O coração, a mente, o espírito, bem como o ser físico devem ser adequadamente desenvolvidos. Muitas há que são incultas no intelecto e nas maneiras. Muitas são cheias de afetação, e parece que o alvo da sua vida é exibir-se. Quando vemos esse estado de coisas, não podemos deixar de sussurrar uma oração para que Deus abençoe o mundo com mulheres que sejam desenvolvidas como deveriam, na mente e no caráter, mulheres que tenham genuína compreensão da responsabilidade que Deus lhes deu. -- The Signs of the Times, 23 de Março de 1891. FD 11 2 Se aqueles que têm recebido grande luz não responderem ao convite para tornar-se obreiros de Deus, então Deus tomará e usará os que receberam muito menos luz e muito menos oportunidades. Aqueles que operarem sua salvação com temor e tremor entenderão que é Deus quem opera neles o querer e o efetuar, segundo Lhe apraz. Deveria haver milhares, plenamente despertos e zelosos na obra de Deus, como luzes brilhantes e fulgurantes. Deveria haver milhares que conhecessem o tempo no qual estão vivendo, e que não esperassem ser impelidos, mas que fossem constrangidos pelo poder de Deus para difundir luz e abrir aos outros a verdade que é tão distintamente revelada na Palavra de Deus. Não há tempo a perder. FD 11 3 Homens e mulheres deveriam ministrar em comunidades incultas, em regiões distantes. Depois de despertado o interesse, devem introduzir o pregador, habilidoso na apresentação da verdade e preparado para instruir as famílias na Palavra de Deus. As mulheres que têm no coração a obra de Cristo, podem fazer uma boa obra no lugar em que residem. Cristo falou das mulheres que O ajudavam a apresentar a verdade a outros, e também Paulo se refere às mulheres que trabalharam com ele no evangelho. Mas quão limitada é a obra feita por aquelas que poderiam fazer uma grande obra, se quisessem! Evangelismo, 465. Famílias há que possuem meios que poderiam usar para a glória de Deus, ao irem para terras distantes a fim de deixar brilhar sua luz em boas obras para com os que necessitam de auxílio. Por que homens e mulheres não se envolvem na obra missionária, seguindo o exemplo de Cristo? -- The Review and Herald, 21 de Julho de 1896.* ------------------------Capítulo 2 -- Mulheres notáveis no antigo testamento FD 12 0 O estudo da obra das mulheres em conexão com a Causa de Deus, nos tempos do Antigo Testamento, nos ensinará lições que nos habilitem a enfrentar emergências na obra hoje em dia. Talvez não sejamos levados a uma situação tão crítica e saliente como o povo de Deus no tempo de Ester; muitas vezes, porém, mulheres convertidas podem desempenhar uma parte importante em posições mais humildes. Isso, muitas têm feito, e ainda estão dispostas a fazer. -- E Recebereis Poder, 270. Eva, a mãe de todos FD 12 1 Este capítulo é baseado em Gênesis 1, 2. FD 12 2 "Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles". Salmos 33:6. "Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir". V. 9. Ele lançou "os fundamentos da Terra, para que ela não vacile em tempo nenhum". Salmos 104:5. FD 12 3 Quando a Terra saiu das mãos de seu Criador, era extraordinariamente bela. [...] A hoste angélica olhava esse cenário com deleite, e regozijava-se com as obras maravilhosas de Deus. FD 12 4 Depois que a Terra com sua abundante vida animal e vegetal fora suscitada à existência, o homem, a obra coroadora do Criador, e aquele para quem a linda Terra fora preparada, foi colocado em cena. A ele foi dado domínio sobre tudo que seus olhos poderiam contemplar; pois, "disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança; e domine [...] sobre toda a Terra". "Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem; [...] homem e mulher os criou". Gênesis 1:26, 27. Aqui está claramente estabelecida a origem da raça humana; e o relato divino expõe tão compreensivelmente que não há lugar para conclusões errôneas. Deus criou o homem à Sua imagem. Não há aqui mistério. Não há lugar para a suposição de que o homem evoluiu, por meio de morosos graus de desenvolvimento, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador ao nível das concepções estreitas e terrenas do homem. Os homens são tão persistentes em excluir a Deus da soberania do Universo, que degradam ao homem, e o despojam da dignidade de sua origem. Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. A genealogia de nossa raça, conforme é dada pela inspiração, remonta sua origem não a uma linhagem de micróbios, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Posto que formado do pó, Adão era filho "de Deus". Lucas 3:38. [...] FD 13 1 O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. [...] Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade. FD 13 2 Ao sair o homem das mãos do Criador era de elevada estatura e perfeita simetria. O rosto trazia a rubra coloração da saúde, e resplendia com a luz da vida e com alegria. A altura de Adão era muito maior do que a dos homens que hoje habitam a Terra. Eva era um pouco menor em estatura; contudo suas formas eram nobres e cheias de beleza. Esse casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais; estavam revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos. Enquanto viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los. [...] FD 13 3 O próprio Deus deu a Adão uma companheira. Proveu-lhe uma "adjutora" -- ajudadora esta que lhe correspondesse -- a qual estava em condições de ser sua companheira, e que poderia ser um com ele, em amor e simpatia. Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele. Como parte do homem, osso de seus ossos, e carne de sua carne, era ela o seu segundo eu, mostrando isto a íntima união e apego afetivo que deve existir nesta relação. "Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta". Efésios 5:29. "Portanto deixará o varão a seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne". Gênesis 2:24. [...] FD 13 4 A criação estava agora completa. "Os céus, e a Terra e todo o seu exército foram acabados". Gênesis 2:1. "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom". Gênesis 1:31. O Éden florescia sobre a Terra. Adão e Eva tinham franco acesso à árvore da vida. Nenhuma mancha de pecado ou sombra de morte deslustrava a formosa criação. "As estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam". Jó 38:7. FD 13 5 Nossos primeiros pais, se bem que criados inocentes e santos, não foram colocados fora da possibilidade de praticar o mal. Deus os fez como seres morais livres, capazes de apreciar a sabedoria e benignidade de Seu caráter, e a justiça de Suas ordens, e com ampla liberdade de prestar obediência ou recusá-la. Deviam desfrutar comunhão com Deus e com os santos anjos; antes, porém, que pudessem tornar-se eternamente livres de perigo, devia ser provada sua fidelidade. [...] FD 14 1 Enquanto permanecessem fiéis a Deus, Adão e sua companheira deveriam exercer governo sobre a Terra. Foi lhes dado domínio ilimitado sobre todo ser vivente. O leão e o cordeiro brincavam pacificamente em redor deles, ou deitavam-se aos seus pés. Os ditosos pássaros esvoaçavam ao seu redor, sem temor; e, ao ascenderem seus alegres cantos em louvor ao Criador, Adão e Eva uniam-se a eles em ações de graças ao Pai e ao Filho. [...] FD 14 2 Os anjos haviam advertido Eva de que tivesse o cuidado de não se afastar do esposo enquanto se ocupavam com seu trabalho diário no jardim; junto dele estaria em menor perigo de tentação, do que se estivesse sozinha. Mas, absorta em sua aprazível ocupação, inconscientemente se desviou de seu lado. [...] Logo se achou a contemplar, com um misto de curiosidade e admiração, a árvore proibida. O fruto era muito belo, e ela perguntava a si mesma por que Deus os privara desse fruto. Essa era a oportunidade do tentador. Como se fosse capaz de distinguir as cogitações de seu espírito, a ela assim se dirigiu: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" Gênesis 3:1. [...] FD 14 3 O tentador insinuou que a advertência divina não devia ser efetivamente cumprida; destinava-se simplesmente a intimidá-los. [...] FD 14 4 Eva creu realmente nas palavras de Satanás, mas a sua crença não a salvou da pena do pecado. Descreu das palavras de Deus, e isto foi o que a levou à queda. No Juízo, os homens não serão condenados porque conscienciosamente creram na mentira, mas porque não acreditaram na verdade, porque negligenciaram a oportunidade de aprender o que é a verdade. [...] FD 14 5 Quando [Eva] viu "que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu". Gênesis 3:6. Era agradável ao paladar; e, enquanto comia, pareceu-lhe sentir um poder vivificador, e imaginou-se a entrar para uma esfera mais elevada de existência. Sem receio apanhou e comeu. E agora, havendo ela transgredido, tornou-se o agente de Satanás para efetuar a ruína de seu esposo. Em um estado de exaltação estranha e fora do natural, com as mãos cheias do fruto proibido, procurou a presença dele, e relatou tudo que ocorrera. FD 14 6 Uma expressão de tristeza sobreveio ao rosto de Adão. Mostrou-se atônito e alarmado. Às palavras de Eva replicou que isso devia ser o adversário contra quem haviam sido advertidos; e pela sentença divina ela deveria morrer. Em resposta insistiu com ele para comer, repetindo as palavras da serpente, de que certamente não morreriam. Ela raciocinava que isto deveria ser verdade, pois que não sentia evidência alguma do desagrado de Deus, mas ao contrário experimentava uma influência deliciosa, alegre, a fazer fremir toda a faculdade de uma nova vida, influência tal, imaginava ela, como a que inspirava os mensageiros celestiais. FD 15 1 Adão compreendeu que sua companheira transgredira a ordem de Deus, desrespeitara a única proibição a eles imposta como prova de sua fidelidade e amor. Teve uma terrível luta íntima. Lamentava que houvesse permitido desviar-se Eva de seu lado. Agora, porém, a ação estava praticada; devia separar-se daquela cuja companhia fora sua alegria. Como poderia suportar isso? [...] FD 15 2 Resolveu partilhar sua sorte; se ela devia morrer, com ela morreria ele. Afinal, raciocinou, poderiam não ser verdadeiras as palavras da sábia serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior amor para com ele do que antes. Nenhum sinal de morte aparecia nela, e ele se decidiu a afrontar as conseqüências. Tomou o fruto, e o comeu rapidamente. -- Patriarcas e Profetas, 44-48, 50, 53-57. FD 15 3 Não tivessem Adão e Eva desobedecido ao seu Criador, tivessem eles permanecido no caminho da perfeita retidão, e poderiam ter conhecido e compreendido a Deus. Mas quando ouviram a voz do tentador, e pecaram contra Deus, a luz das vestes da inocência celestial se afastou deles; e, separados das vestes da inocência, aconchegaram a si as negras vestes da ignorância a respeito de Deus. A clara e perfeita luz que até aí os tinha circundado tinha iluminado todas as coisas de que se aproximavam; mas, privados dessa luz celeste, a posteridade de Adão não pôde por mais tempo reconhecer o caráter de Deus em Suas obras criadas. -- Mensagens Escolhidas 1:291. Sara, esposa de Abraão, mãe de nações FD 15 4 Este capítulo é baseado em Gênesis 11-23. FD 15 5 Foi feita a Abraão a promessa de uma posteridade numerosa e de grandeza nacional, promessa especialmente acatada pelo povo daquela época: "Far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção". E a isto acrescentou-se esta certeza, mais preciosa do que todas as outras para o herdeiro da fé, de que o Redentor do mundo viria de sua linhagem: "Em ti serão benditas todas as famílias da Terra". Gênesis 12:2, 3. Contudo, como primeira condição de cumprimento, deveria haver uma prova para a fé; um sacrifício foi exigido. FD 15 6 Veio a Abraão a mensagem de Deus: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei". Gênesis 12:1. A fim de que Deus o pudesse habilitar para a sua grande obra, como guardador dos oráculos sagrados, Abraão devia desligar-se das relações de sua vida anterior. A influência de parentes e amigos incompatibilizar-se-ia com o ensino que o Senhor Se propunha a dar a Seu servo. Agora que Abraão estava, em sentido especial, ligado ao Céu, devia habitar entre estranhos. Seu caráter devia ser peculiar, diferindo de todo o mundo. Ele não podia nem mesmo explicar sua maneira de proceder, de modo que fosse compreendido por seus amigos. As coisas espirituais são discernidas espiritualmente, e seus intuitos e ações não eram entendidos por seus parentes idólatras. FD 16 1 "Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia". Hebreus 11:8. [...] FD 16 2 Além de Sara, mulher de Abraão, apenas Ló, filho de Harã, falecido havia muito, optara partilhar da vida peregrina do patriarca. [...] FD 16 3 Durante sua permanência no Egito, Abraão deu prova de que não estava livre de fraqueza e imperfeição humana. Ocultando o fato de que Sara era sua esposa, evidenciou desconfiança no cuidado divino, falta daquela fé e coragem sublime tão freqüente e nobremente exemplificada em sua vida. Sara era "formosa à vista", e ele não duvidou de que os egípcios de pele morena, cobiçariam a bela estrangeira, e que, a fim de consegui-la, não teriam escrúpulo de matar seu marido. Raciocinou que não seria culpado de falsidade ao apresentar Sara como sua irmã; pois que era filha de seu pai, posto que não de sua mãe. FD 16 4 Mas esta ocultação da verdadeira relação entre eles, era engano. Nenhum desvio da estrita integridade pode encontrar a aprovação de Deus. Devido à falta de fé por parte de Abraão, Sara foi posta em grande perigo. O rei do Egito, sendo informado de sua beleza, fez com que ela fosse levada ao seu palácio, com o objetivo de fazer dela sua esposa. Mas o Senhor, em Sua grande misericórdia, protegeu Sara, enviando juízos sobre a casa real. Por esse meio o rei soube a verdade a tal respeito; e, indignado pelo engano praticado para com ele, reprovou Abraão, e restituiu-lhe a esposa, dizendo: "Que é isto que me fizeste? [...] Por que disseste: É minha irmã? de maneira que a houvera tomado por minha mulher; agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te". Gênesis 12:18, 19. [...] FD 16 5 Abraão voltou para Canaã "muito rico em gado, em prata, e em ouro". Gênesis 13:2. Ló ainda estava com ele, e novamente vieram a Betel, e armaram suas tendas ao lado do altar que haviam construído anteriormente. [...] FD 16 6 Em uma visão da noite ouviu de novo a voz divina. "Não temas, Abraão", foram as palavras do Príncipe dos príncipes; "Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão". Gênesis 15:1-5. Mas sua mente estava tão oprimida com sinais que ele não pôde então apreender a promessa com implícita confiança, como antes fazia. Orou pedindo alguma prova palpável de que ela se cumpriria. E como deveria cumprir-se a promessa do concerto, enquanto o dom de um filho lhe era recusado? "Que me hás de dar", disse ele, "pois ando sem filhos?" Gênesis 15:2. "E eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro". Gênesis 15:3. Propôs fazer de seu fiel servo Eliézer seu filho adotivo, e herdeiro de suas posses. Mas foi-lhe assegurado que um filho dele mesmo seria o seu herdeiro. Levado para fora de sua tenda, foi-lhe dito que olhasse para as incontáveis estrelas a resplandecer nos céus; e, fazendo ele isto, foram proferidas estas palavras: "Assim será a tua semente". Gênesis 15:5. "Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça". Romanos 4:3. [...] FD 17 1 Abraão aceitara sem pôr em dúvida a promessa de um filho, mas não esperou que Deus cumprisse a palavra no tempo e maneira que Ele o entendia. Foi permitida uma demora para provar sua fé no poder de Deus; mas ele não pôde suportar a prova. Achando impossível que lhe fosse dado um filho em sua avançada idade, Sara sugeriu, como um plano pelo qual o propósito divino poderia cumprir-se, que uma de suas servas fosse tomada por Abraão como segunda mulher. A poligamia se tornara tão espalhada que deixara de ser considerada como pecado; mas nem por isso deixava de ser uma violação da lei de Deus, e era de resultado fatal à santidade e paz na relação da família. Do casamento de Abraão com Hagar resultaram males, não somente para a sua própria casa, mas para as gerações futuras. [...] FD 17 2 Quando Abraão tinha quase cem anos de idade, a promessa de um filho foi-lhe repetida, com a informação de que o futuro herdeiro seria filho de Sara. Mas Abraão ainda não compreendeu a promessa. Sua mente de pronto volveu para Ismael, apegando-se à crença de que por meio dele os propósitos graciosos de Deus deveriam cumprir-se. Em sua afeição para com o filho, exclamou: "Oxalá que viva Ismael diante de Teu rosto". Gênesis 17:18-20. De novo foi feita a promessa, com palavras que não poderiam ser mal-compreendidas: "Na verdade, Sara tua mulher te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o Meu concerto." [...] FD 17 3 O nascimento de Isaque, trazendo a realização de suas mais caras esperanças, após uma espera da duração de uma vida, encheu de alegria as tendas de Abraão e Sara. [...] FD 17 4 A instrução proporcionada a Abraão, no tocante à santidade da relação matrimonial, deve ser uma lição para todos os tempos. Declara que os direitos e a felicidade desta relação devem ser cuidadosamente zelados, mesmo com grande sacrifício. Sara era a única esposa legítima de Abraão. Seus direitos como esposa e mãe, nenhuma outra pessoa tinha a prerrogativa de partilhar. Reverenciava seu marido, e nisto é apresentada no Novo Testamento como um digno exemplo. Mas não queria que as afeições de Abraão fossem dadas a outra; e o Senhor não a reprovou por exigir o banimento de sua rival. Tanto Abraão como Sara não confiaram no poder de Deus, e foi este erro que determinou o casamento com Hagar. FD 17 5 Deus havia chamado Abraão para ser o pai dos fiéis, e sua vida devia ser um exemplo de fé para as gerações subseqüentes. Mas sua fé não tinha sido perfeita. Mostrara falta de confiança em Deus, ocultando o fato de que Sara era sua esposa, e novamente com o seu casamento com Hagar. -- Patriarcas e Profetas, 125-127, 130, 132, 136, 137, 145-147. FD 18 1 A herança que Deus prometeu a Seu povo não está neste mundo. Abraão não teve possessão na Terra, "nem ainda o espaço de um pé". Atos dos Apóstolos 7:5. Ele possuía muitos recursos, e deles fazia uso para a glória de Deus e para o bem de seus semelhantes; mas não olhava para este mundo como sua pátria. O Senhor o chamara para deixar seus patrícios idólatras, com a promessa da terra de Canaã em possessão eterna; todavia nem ele, nem seu filho, nem o filho de seu filho, a recebeu. Quando Abraão quis um lugar para sepultar seus mortos teve de comprá-lo aos cananeus. Sua única possessão na terra da promessa foi aquele túmulo cavado na pedra, na caverna de Macpela. -- Patriarcas e Profetas, 169. FD 18 2 ["Tendo Sara vivido cento e vinte e sete anos, morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela.] FD 18 3 ["Levantou-se, depois, Abraão da presença de sua morta e falou aos filhos de Hete: 'Sou estrangeiro e morador entre vós; dai-me a posse de sepultura convosco, para que eu sepulte a minha morta].' [...] FD 18 4 ["Ouve-nos, senhor: tu és príncipe de Deus entre nós; sepulta numa das nossas melhores sepulturas a tua morta; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para sepultares a tua morta". Gênesis 23:1-4, 6.] Rebeca FD 18 5 Este capítulo é baseado em Gênesis 24. FD 18 6 Abraão enviou seu servo Eliézer para escolher esposa para seu filho Isaque. Em resposta à oração de Eliézer, Deus o conduziu àquela que escolhera para ser a esposa de Isaque, Rebeca. FD 18 7 Os cananeus eram idólatras, e o Senhor tinha ordenado a Seu povo que não se casasse com eles, para não serem levados à idolatria. Abraão estava velho, e esperava logo morrer. Isaque ainda estava solteiro. Abraão temia a influência corruptora que rodeava Isaque, e estava desejoso de escolher para ele uma esposa que não o afastasse de Deus. Confiou essa tarefa ao seu fiel e experiente servo, que governava tudo que ele possuía. Abraão exigiu que o servo fizesse um solene juramento perante o Senhor, de que não tomaria esposa para Isaque, dos cananeus, mas que iria até à parentela de Abraão, que cria no verdadeiro Deus, e escolheria uma esposa para Isaque. Ele recomendou que se acautelasse e não levasse Isaque para o país de onde viera, onde quase todos estavam afetados pela idolatria. Se não encontrasse para Isaque uma esposa que estivesse pronta a deixar sua família e vir para onde ele estava, estaria livre do juramento que prestara. FD 18 8 Esse importante assunto não foi deixado com Isaque, para que ele escolhesse [uma esposa] por si mesmo, independentemente de seu pai. Abraão disse ao servo que Deus enviaria Seu anjo diante dele para dirigi-lo na escolha. O servo a quem esta missão foi confiada iniciou a sua longa jornada. Ao entrar na cidade onde habitavam os parentes de Abraão, orou fervorosamente para que Deus o guiasse na escolha da esposa para Isaque. Pediu que uma evidência positiva lhe fosse dada para não errar nesse assunto. FD 19 1 Descansou junto a um poço, que era lugar de grande ajuntamento. Aqui particularmente ele notou as maneiras recatadas e a cortês conduta de Rebeca, recebendo toda a evidência que pedira a Deus, de que Rebeca era aquela que Deus houvera por bem escolher para tornar-se a esposa de Isaque. Ela convidou o servo para a casa de seu pai. Ele então relatou ao pai de Rebeca e a seu irmão, a evidência que recebera do Senhor de que Rebeca devia tornar-se a esposa do filho de seu senhor, Isaque. FD 19 2 Disse então o servo de Abraão: "Agora, pois, se vós haveis de mostrar beneficência e verdade a meu senhor, fazei-mo saber; e se não, também mo fazei saber, para que eu olhe à mão direita, ou à esquerda". Gênesis 24:49. O pai e o irmão responderam: "Do Senhor procedeu este negócio, não podemos falar-te mal ou bem. Eis que, Rebeca está diante da tua face; toma-a, e vai-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o Senhor. E aconteceu que o servo de Abraão, ouvindo as suas palavras, inclinou-se à terra diante do Senhor". Gênesis 24:50-52. -- História da Redenção, 84, 85. FD 19 3 Depois de obter-se o consentimento da família, a própria Rebeca foi consultada quanto a ir ela a uma tão grande distância da casa de seu pai para casar-se com o filho de Abraão. Ela acreditava, pelo que havia tido lugar, que Deus a escolhera para ser a esposa de Isaque, e disse: "Irei". Gênesis 24:58. FD 19 4 O servo, prevendo a alegria de seu senhor pelo êxito de sua missão, estava ansioso por partir; e pela manhã puseram-se a caminho para casa. Abraão morava em Berseba, e Isaque, que estivera cuidando dos rebanhos nos territórios circunvizinhos, voltara à tenda de seu pai a fim de esperar a chegada do mensageiro, de Harã. "E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde; e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham. Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e lançou-se do camelo. E disse ao servo: Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então tomou ela o véu, e cobriu-se. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera". Gênesis 24:63-66. [...] FD 19 5 Isaque foi altamente honrado por Deus, sendo feito herdeiro das promessas pelas quais o mundo deveria ser bendito; entretanto, aos quarenta anos de idade, sujeitou-se ao ensino de seu pai ao designar um servo experimentado e temente a Deus, a fim de escolher-lhe uma esposa. E o resultado daquele casamento, conforme é apresentado nas Escrituras, é um quadro terno e belo, de felicidade doméstica: "E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe". Gênesis 24:67. -- Patriarcas e Profetas, 173, 175. Joquebede, mãe de Moisés FD 20 0 Este capítulo é baseado em Êxodo 2. FD 20 1 O rei [egípcio] e seus conselheiros tiveram a esperança de subjugar os israelitas com rude trabalho, e assim diminuir seu número e aniquilar-lhes o espírito independente. Fracassando na realização de seu propósito, recorreram a medidas mais cruéis. Foram expedidas ordens às mulheres cujo emprego lhes dava oportunidade para executar o mandado, a fim de destruírem as crianças hebréias do sexo masculino ao nascerem. Satanás foi o instigador disso. Sabia que um libertador deveria levantar-se entre os israelitas; e, levando o rei a destruir seus filhos, esperava frustrar o propósito divino. As mulheres, porém, temiam a Deus, e não ousavam executar o cruel mandado. O Senhor aprovou o procedimento delas, e prosperou-as. O rei, irado pelo fracasso de seu desígnio, tornou a ordem mais insistente e ampla. A nação inteira foi chamada a dar caça e a matar as suas vítimas indefesas. "Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida". Êxodo 1:22. FD 20 2 Enquanto esse decreto estava em vigor, um filho foi nascido a Anrão e Joquebede, israelitas devotos da tribo de Levi. A criança era "um menino formoso" (Êxodo 2:2); e os pais, crendo que o tempo da libertação de Israel estava se aproximando, e que Deus levantaria um libertador para Seu povo, resolveram que seu filhinho não fosse sacrificado. A fé em Deus fortalecia o seu coração, "e não temeram o mandamento do rei". Hebreus 11:23. -- Patriarcas e Profetas, 242, 243. FD 20 3 Quando esse cruel decreto estava na sua maior força, nasceu Moisés. Sua mãe o ocultou enquanto podia ter alguma segurança, e então preparou um pequeno cesto de junco, vedando-o com piche, para que nenhuma água entrasse na pequena arca, e colocou-o na água junto à margem enquanto sua irmã ficou ali por perto com aparente indiferença. Vigiava ansiosamente para ver o que aconteceria a seu irmãozinho. FD 20 4 Os anjos também vigiavam, para que nenhum dano ocorresse à indefesa criança, ali colocada por uma amorosa mãe e confiada ao cuidado de Deus por suas ferventes orações entremeadas de lágrimas. E esses anjos guiaram os passos da filha de Faraó para o rio, bem perto de onde fora deixado o pequeno e inocente desconhecido. Sua atenção foi atraída para o pequeno e estranho cesto e ela mandou que uma de suas criadas fosse buscá-lo. Quando removeu a tampa do pequeno cesto singularmente construído, viu um lindo bebê, "e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele". Êxodo 2:6. Sabia que uma terna mãe hebréia tinha seguido este método peculiar para preservar a vida de seu bem-amado bebê, e decidiu de uma vez que ele seria seu filho. A irmã de Moisés imediatamente veio em sua direção e perguntou: "Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? E a filha de Faraó disse-lhe: Vai". V. 7, 8. -- História da Redenção, 106, 107. FD 21 0 Joquebede era mulher e escrava. Sua porção na vida era humilde e seus encargos pesados. Mas, com exceção de Maria de Nazaré, por intermédio de nenhuma outra mulher recebeu o mundo maior bênção. Sabendo que seu filho logo deveria sair de sob seus cuidados, para passar aos daqueles que não conheciam a Deus, da maneira mais fervorosa se esforçou ela por unir a sua alma ao Céu. Procurou implantar em seu coração amor e lealdade para com Deus. E fielmente cumpriu esse trabalho. Aqueles princípios da verdade que eram a preocupação do ensino de sua mãe e a lição de sua vida, nenhuma influência posterior poderia induzir Moisés a renunciar. -- Educação, 61. Miriã, irmã de Moisés FD 21 1 Este capítulo é baseado em Números 12. FD 21 2 Miriã cuidou de Moisés quando sua mãe o escondeu próximo dos juncos, no rio. Posteriormente, ela se associou com Moisés e Arão na libertação do povo de Israel do Egito. Ela era talentosa e possuía muitos dons, mas o sentimento de inveja pela posição de Moisés a levou a cometer muito erros. FD 21 3 Em Hazerote, o próximo acampamento depois de saírem de Taberá, uma prova ainda mais amarga esperava Moisés. Arão e Miriã tinham ocupado posição de grande honra e de liderança em Israel. Ambos eram favorecidos com o dom de profecia e, por determinação divina, tinham estado ligados a Moisés no livramento dos hebreus. "E pus diante de ti a Moisés, Arão, e Miriã" (Miquéias 6:4), foram as palavras do Senhor pelo profeta Miquéias. FD 21 4 A força de caráter de Miriã cedo se mostrara, quando criança vigiara ao lado do Nilo a pequena cesta em que estava escondido o bebê Moisés. De seu domínio próprio e tato Deus Se servira como instrumento para preservar o libertador de Seu povo. Dotada dos dons da poesia e música, Miriã dirigira as mulheres de Israel no cântico e na dança, à margem do Mar Vermelho. Na afeição do povo e honras do Céu, estava ela apenas abaixo de Moisés e Arão. Entretanto, o mesmo mal que a princípio trouxera discórdia no Céu, surgiu no coração desta mulher de Israel, e ela não deixou de encontrar quem com ela simpatizasse em seu descontentamento. [...] FD 21 5 Deus escolhera a Moisés, e sobre ele pusera o seu Espírito; e Miriã e Arão, pelas suas murmurações, eram culpados de deslealdade, não somente para com o líder que lhes fora designado, mas para com o próprio Deus. Os sediciosos faladores foram convocados ao tabernáculo, e levados perante Moisés. "Então, o Senhor desceu na coluna de nuvem e Se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã." Sua pretensão ao dom profético não foi negada; podia ser que Deus lhes tivesse falado em visões e sonhos. Mas a Moisés, a quem o Senhor mesmo declarou "fiel em toda a Minha casa", uma comunhão mais íntima fora concedida. Com ele o Senhor falava boca a boca. "Por que, pois, não tiveste temor de falar contra o Meu servo, contra Moisés? Assim, a ira do Senhor contra eles se acendeu; e foi-Se." FD 22 1 A nuvem desapareceu do tabernáculo em sinal do desprazer de Deus, e Miriã foi castigada. Ela ficou "leprosa, como a neve". Números 12:5-10. Arão foi poupado, mas teve severa repreensão no castigo de Miriã. Com o orgulho humilhado até ao pó, Arão confessou seu pecado, e rogou que sua irmã não fosse deixada a perecer por aquele flagelo repugnante e mortal. Em resposta às orações de Moisés, a lepra foi purificada. Miriã foi, contudo, excluída do acampamento durante sete dias. O símbolo do favor divino não repousou de novo sobre o tabernáculo até que ela fosse banida do acampamento. Em atenção à sua elevada posição, pesarosos pelo golpe que sobre ela fora desferido, a multidão toda permaneceu em Hazerote, esperando sua volta. FD 22 2 Essa manifestação do desprazer do Senhor destinava-se a ser um aviso a todo o Israel, para reprimir o crescente espírito de descontentamento e insubordinação. Se a inveja e descontentamento de Miriã não houvessem sido repreendidos de maneira clara, teria resultado um grande mal. A inveja é uma das mais satânicas características que podem existir no coração humano, e uma das mais funestas em seus efeitos. [...] Foi a inveja que, a princípio, causou a discórdia no Céu, e a condescendência com ela acarretou males indizíveis entre os homens. "Onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa". Tiago 3:16. -- Patriarcas e Profetas, 382, 384, 385. FD 22 3 De Cades os filhos de Israel voltaram ao deserto; e, terminado o período de sua permanência no deserto "os filhos de Israel, a congregação toda, vieram ao deserto de Zim, no primeiro mês. Ficou o povo em Cades". Números 20:1. FD 22 4 Ali morreu Miriã e foi sepultada. Daquela cena de júbilo nas praias do Mar Vermelho, quando, com cântico e danças para celebrar a vitória de Jeová, saiu Israel, até à sepultura no deserto, a qual acabou com o peregrinar de toda a sua vida -- essa foi a experiência de milhões que com grandes esperanças haviam saído do Egito. O pecado lhes arrebatara dos lábios a taça de bênçãos. -- Patriarcas e Profetas, 410. Zípora, esposa de Moisés FD 22 5 Este capítulo é baseado em Êxodo 2. FD 22 6 Quando Moisés fugiu do Egito e foi para a terra de Midiã, ele encontrou Zípora, a filha de Jetro, e casou com ela. FD 22 7 Cedendo ao espírito de descontentamento, Miriã achou motivos de queixa nos acontecimentos que Deus de maneira especial dirigira. O casamento de Moisés lhe fora desagradável. O haver ele escolhido uma mulher de outra nação, em vez de tomar esposa dentre os hebreus, foi uma ofensa à sua família e ao orgulho nacional. Zípora era tratada com mal-disfarçado desprezo. FD 23 1 Embora fosse chamada "mulher cusita" (Números 12:1), a esposa de Moisés era midianita e, assim, descendente de Abraão. Na aparência pessoal ela diferia dos hebreus, tendo a pele de cor um pouco mais escura. Mesmo não sendo israelita, Zípora era adoradora do verdadeiro Deus. Tinha disposição tímida, acanhada, e era gentil, afetuosa, e grandemente sensível à vista do sofrimento. -- Patriarcas e Profetas, 383. FD 23 2 Em caminho [para o Egito], quando vinha de Midiã, Moisés recebeu uma advertência assustadora e terrível, a respeito do desagrado do Senhor. Um anjo apareceu-lhe de maneira ameaçadora, como se o fosse imediatamente destruir. Explicação alguma se dera; Moisés, porém, lembrou-se de que havia desatendido um dos mandos de Deus; cedendo à persuasão de sua esposa, negligenciara efetuar o rito da circuncisão em seu filho mais moço. Deixara de satisfazer a condição pela qual seu filho poderia ter direito às bênçãos do concerto de Deus com Israel; e tal negligência por parte do dirigente escolhido de Israel não poderia senão diminuir a força dos preceitos divinos sobre o povo. Zípora, temendo que seu marido fosse morto, efetuou ela mesma o rito, e o anjo então permitiu a Moisés que prosseguisse com a jornada. Em sua missão junto a Faraó, devia Moisés ser colocado em posição de grande perigo; sua vida unicamente podia ser preservada pela proteção dos anjos. Enquanto vivesse, porém, na negligência de um dever conhecido, não estaria livre de perigo; pois não poderia estar protegido pelos anjos de Deus. FD 23 3 No tempo de angústia, precisamente antes da vinda de Cristo, os justos serão preservados pelo ministério de anjos celestiais; não haverá segurança para o transgressor da lei de Deus. Os anjos não poderão proteger, então, aqueles que estão desrespeitando um dos preceitos divinos. -- Patriarcas e Profetas, 255, 256. Raabe FD 23 4 Este capítulo é baseado em Josué 2, 6; Hebreus 11:30, 31. FD 23 5 Raabe era uma prostituta que morava numa casa sobre o muro de Jericó. Ela ocultou dois espias israelitas enviados para verificar as defesas daquela cidade. Por causa de sua bondade para com eles, e sua declaração de crença em Deus, os espias prometeram que a vida de Raabe e seus familiares seria poupada quando ocorresse o ataque a Jericó. FD 23 6 Poucos quilômetros além do rio [Jordão], precisamente defronte do lugar em que os israelitas estavam acampados, achava-se a cidade de Jericó, grande e solidamente fortificada. Essa cidade era praticamente a chave de todo o território, e seria um formidável obstáculo ao êxito de Israel. Josué enviou, portanto, dois moços como espias a fim de visitarem essa cidade, e verificarem algo quanto à sua população, seus recursos, e a resistência de suas fortificações. Os habitantes da cidade, aterrorizados e cheios de suspeita, estavam constantemente alerta, e os mensageiros estiveram em grande perigo. Foram, contudo, preservados por Raabe, mulher de Jericó, com perigo de sua própria vida. Como recompensa à sua bondade, deram-lhe a promessa de proteção quando a cidade fosse tomada. -- Patriarcas e Profetas, 482, 483. FD 24 1 A cidade de Jericó era dedicada à idolatria mais extravagante. Os habitantes eram muito ricos, mas todas as riquezas que Deus lhes tinha dado consideravam como dádiva de seus deuses. Tinham ouro e prata em abundância; mas, como o povo antes do dilúvio, eram corruptos e blasfemos, e por suas obras más insultavam e provocavam o Deus do Céu. Os juízos de Deus foram suscitados contra Jericó. Ela era uma fortaleza. Mas o próprio Capitão dos exércitos do Senhor veio do Céu para liderar os exércitos celestiais num ataque contra a cidade. Anjos de Deus se apoderaram das muralhas maciças e as derrubaram. Deus tinha dito que a cidade de Jericó seria amaldiçoada e que todos haviam de perecer, exceto Raabe e sua família. Estes deviam ser poupados por causa do favor que Raabe dispensara aos mensageiros do Senhor. -- Testimonies for the Church 3:264. FD 24 2 No livramento de Israel, do Egito, espalhou-se amplamente o conhecimento do poder de Deus. Tremeu o povo belicoso da fortaleza de Jericó. "Ouvindo isto", disse Raabe, "desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima nos Céus, e embaixo na Terra". Josué 2:11. -- Patriarcas e Profetas, 369. FD 24 3 Todos os habitantes da cidade [de Jericó], com todo o ser vivo que nela se continha, "desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento", passaram ao fio da espada. Apenas a fiel Raabe, com sua casa, foi poupada, em cumprimento da promessa dos espias. A cidade foi queimada. -- Patriarcas e Profetas, 491. FD 24 4 Ver, em Mateus 1:1-16, a genealogia de Jesus, descendente de Raabe. Débora FD 24 5 Este capítulo é baseado em Juízes 4, 5. FD 24 6 Débora, a profetisa, governou Israel durante o reinado de Jabim, um rei cananeu que foi muito cruel para com os filhos de Israel. A vida nas aldeias era dura. O povo era saqueado e fugia para as cidades fortificadas, em busca de proteção. Então o Senhor suscitou Débora, que era como uma amorosa mãe para Israel. Deus enviou por intermédio dela uma mensagem para que Baraque se preparasse para encontrar Sísera, general de Jabim, na batalha. Baraque recusou-se a ir, a menos que Débora fosse com ele. Ela concordou, mas avisou-lhe que, devido à sua falta de fé nas palavras do Senhor, a honra de matar Sísera seria de uma mulher, e não de Baraque. FD 25 1 Havendo novamente se separado de Deus pela idolatria, os israelitas foram severamente oprimidos por esses inimigos. As propriedades e até a vida do povo estavam em constante perigo. Por isso as aldeias e as habitações isoladas foram abandonadas, e o povo reuniu-se nas cidades muradas. As estradas principais não eram usadas, e as pessoas iam de um lugar para outro por caminhos pouco freqüentados. Nos lugares em que se tirava água, muitos eram assaltados e até assassinados, e para aumentar sua aflição, os israelitas estavam indefesos. Entre quarenta mil homens, não se encontrou uma só espada ou lança. FD 25 2 Durante vinte anos, os israelitas sofreram sob o jugo do opressor; então eles se voltaram de sua idolatria, e em humildade e arrependimento clamaram ao Senhor por livramento. E não clamaram em vão. Habitava em Israel uma mulher, famosa por sua religiosidade, e por meio dela o Senhor escolheu livrar o Seu povo. Seu nome era Débora. Era conhecida como profetisa, e na ausência dos costumeiros juízes, o povo se dirigia a ela em busca de conselho e justiça. FD 25 3 O Senhor comunicou a Débora o Seu propósito de destruir os inimigos de Israel, e mandou-a chamar um homem por nome Baraque, da tribo de Naftali, e dar-lhe a conhecer as instruções que recebera. Ela, então, chamou Baraque, e o instruiu a reunir dez mil homens das tribos de Naftali e Zebulom, a fim de guerrear contra o exército do rei Jabim. -- E Recebereis Poder, 259. FD 25 4 Baraque sabia que os hebreus estavam dispersos, desalentados e desarmados, e conhecia a força e destreza de seus inimigos. Embora tivesse sido escolhido pelo próprio Deus para libertar a Israel, e recebido a garantia de que Deus estaria com ele e subjugaria os seus inimigos, era tímido e receoso. Ele aceitou a mensagem de Débora como sendo a palavra de Deus, mas tinha pouca confiança em Israel, e temia que eles não obedecessem à sua convocação. E recusou envolver-se nesse empreendimento duvidoso a menos que Débora o acompanhasse e apoiasse seus esforços através de sua influência e conselho. Débora consentiu, mas garantiu-lhe que, devido à sua falta de fé, a vitória obtida não traria honra a ele, pois Sísera seria traído às mãos de uma mulher. [...] FD 25 5 Os israelitas se haviam estabelecido num local fortificado nas montanhas, a fim de aguardar uma oportunidade favorável para atacar. Animado pela certeza dada por Débora de que havia chegado o dia de assinalada vitória, Baraque conduziu seu exército pela planície aberta, e ousadamente investiu contra o inimigo. O Senhor dos Exércitos guerreou por Israel, e nem a destreza bélica nem a superioridade de homens e equipamento pôde resistir-lhes. Os exércitos de Sísera foram tomados de pânico; aterrorizados, buscavam apenas descobrir como escapar. Numerosos guerreiros foram mortos, e a força do exército invasor foi completamente destruída. Os israelitas agiram com coragem e prontidão; mas só Deus poderia ter desbaratado o inimigo, e a vitória podia ser unicamente atribuída a Ele. -- Refletindo a Cristo, 321. FD 26 1 Quando Sísera viu que seu exército fora derrotado, saltou do seu carro e escapou a pé, como um soldado comum. Aproximando-se da tenda de Héber, um dos descendentes de Jetro, o fugitivo foi convidado a encontrar abrigo ali. Na ausência de Héber, Jael, sua esposa, cortesmente ofereceu a Sísera leite para beber e uma oportunidade de repouso, e o exausto general caiu logo no sono. FD 26 2 Jael, a princípio, ignorava a identidade do hóspede, e resolveu ocultá-lo; mas quando soube, depois, que ele era Sísera, o inimigo de Deus e do Seu povo, mudou de propósito. Enquanto ele jazia adormecido diante dela, Jael dominou sua natural relutância diante de um ato como aquele, e o matou, cravando-lhe uma estaca na fonte, prendendo-o à terra. Quando Baraque, em perseguição ao inimigo, passou por aquele caminho, foi convidado por Jael a contemplar o jactancioso capitão morto, a seus pés -- morto pela mão de uma mulher. FD 26 3 Débora comemorou a vitória de Israel num cântico muito exaltado e sublime. Ela atribuiu a Deus toda a glória do livramento deles, e mandou que o povo O louvasse por Suas obras maravilhosas. E Recebereis Poder, 259. Ela conclamou os reis e príncipes das nações ao redor para que ouvissem o que Deus realizara em favor de Israel, e ficassem advertidos quanto a não causar-lhe dano. Ela mostrou que a honra e o poder pertencem a Deus, e não a homens ou a seus ídolos. Descreveu as extraordinárias manifestações da majestade e do poder divino exibidas no Sinai. Expôs perante Israel sua indefesa e aflitiva condição, sob a opressão dos inimigos, e relatou com veemente linguagem a história de sua libertação. -- The Signs of the Times, 16 de Junho de 1881. Ana, mãe de Samuel FD 26 5 Este capítulo é baseado em 1 Samuel 1, 2. FD 26 6 Ana, a primeira e mais amada esposa de Elcana, um levita, era estéril e desejava muito ter um filho. Durante as festividades anuais que aconteciam em Siló, ela orava e clamava a Deus por um filho. Eli, o sacerdote, a ouviu e lhe disse: "Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste". 1 Samuel 1:17. FD 26 7 O pai de Samuel era Elcana, levita, que morava em Ramá, nas montanhas de Efraim. Era uma pessoa rica e influente, marido bondoso e homem que temia e reverenciava a Deus. Ana, esposa de Elcana, era mulher piedosa e devota. A humildade, a integridade e uma firme confiança em Deus eram traços dominantes em seu caráter. De Ana, podia se dizer com verdade, nas palavras do Sábio: "O coração do seu marido confia nela". -- The Signs of the Times, 27 de Outubro de 1881. FD 27 1 A bênção tão ansiosamente buscada por todo hebreu era negada a esse bom casal; seu lar não se alegrava com vozes infantis; e o desejo de perpetuar seu nome levou o esposo -- assim como já havia levado muitos outros -- a contrair um segundo casamento. Mas esse passo, motivado pela falta de fé em Deus, não trouxe felicidade. Filhos e filhas foram acrescentados à casa; mas a alegria e beleza da sagrada instituição de Deus foram mareadas, e interrompera-se a paz da família. Penina, a nova esposa, era ciumenta e dotada de espírito estreito, e conduzia-se com orgulho e insolência. Para Ana, parecia a esperança estar destruída, e ser a vida um fardo pesado; enfrentou, todavia, a prova com resignada mansidão. FD 27 2 Elcana observava fielmente as ordenanças de Deus. O culto em Siló ainda era mantido; mas, por causa de irregularidades no ministério, os serviços dele, Elcana, não eram exigidos no santuário, a que, sendo ele levita, deveria comparecer. Contudo subia com sua família para adorar e sacrificar, nas reuniões aprazadas. FD 27 3 Mesmo entre as solenidades sagradas ligadas ao serviço de Deus, intrometia-se o mau espírito que lhe infelicitara o lar. Depois de apresentarem as ofertas em ações de graças, toda a família, segundo o costume estabelecido, unia-se em uma festa solene, mas alegre. Em tais ocasiões, Elcana dava à mãe de seus filhos uma porção, para ela e para cada um dos filhos e filhas; e em sinal de atenção para com Ana dava-lhe porção dupla, significando que sua afeição por ela era a mesma como se ela tivesse um filho. Então a segunda esposa, ardendo em ciúmes, reclamava a preferência, como sendo ela altamente favorecida por Deus, e escarnecia de Ana em sua condição de mulher destituída de filhos como prova do desagrado do Senhor. FD 27 4 Isso se repetia de ano em ano, até que Ana não mais o pôde suportar. Incapaz de ocultar sua mágoa, chorou sem constrangimento, e retirou-se da festa. Seu marido em vão a procurou consolar. "Por que choras? e por que não comes? e por que está mal o teu coração?" disse ele; "não te sou eu melhor do que dez filhos?" FD 27 5 Ana não proferiu censura alguma. O fardo que ela não podia repartir com amigo algum terrestre, lançou-o sobre Deus. Ansiosamente rogou que lhe tirasse a ignomínia, e lhe concedesse o precioso dom de um filho para o criar e educar para Ele. E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse satisfeito, dedicaria o filho a Deus, mesmo desde o seu nascimento. Ana tinha-se aproximado da entrada do tabernáculo e, na angústia de seu espírito, "orou, e chorou abundantemente". Contudo, entretinha em silêncio comunhão com Deus, não proferindo nenhuma palavra. Naqueles tempos ruins, tais cenas de adoração eram raramente testemunhadas. Festins irreverentes, e mesmo embriaguez, eram coisas comuns, mesmo nas festas religiosas; e Eli, o sumo sacerdote, observando Ana, supôs que estivesse dominada pelo vinho. Julgando administrar uma repreensão merecida, disse com severidade: "Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho." FD 28 1 Condoída e surpresa, Ana respondeu brandamente: "Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido, porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora." FD 28 2 O sumo sacerdote ficou profundamente comovido, pois era homem de Deus; e em lugar de repreensão proferiu uma bênção: "Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a tua petição que Lhe pediste." FD 28 3 A oração de Ana foi atendida; recebeu a dádiva que tão fervorosamente havia rogado. Olhando para o filho, chamou-o Samuel -- "pedido a Deus". 1 Samuel 1:8, 10, 14-16, 20. -- Patriarcas e Profetas, 569, 570. FD 28 4 Durante os primeiros três anos de vida do profeta Samuel, sua mãe lhe ensinou cuidadosamente a distinguir entre o bem e o mal. Por meio de todo objeto familiar de que estava rodeado, ela procurou levar-lhe os pensamentos para o Criador. Cumprindo o voto de dar o filho ao Senhor, com grande abnegação ela o colocou sob o cuidado de Eli, o sumo sacerdote, para ser educado para o serviço da casa de Deus. Orientação da Criança, 197. Se bem que a juventude de Samuel fosse passada no tabernáculo, dedicada ao culto de Deus, não se achava ele livre de influências más ou exemplos pecaminosos. Os filhos de Eli não temiam a Deus, nem honravam a seu pai; mas Samuel não procurava sua companhia nem seguia seus maus caminhos. Patriarcas e Profetas, 573. Seu preparo precoce levou-o a escolher manter sua integridade cristã. Que recompensa a de Ana! E que incentivo para a fidelidade o seu exemplo! -- Orientação da Criança, 197. FD 28 5 De Siló, Ana voltou silenciosamente para o seu lar em Ramá, deixando o menino Samuel para ser educado para o serviço da casa de Deus, sob a instrução do sumo sacerdote. Desde o primeiro despontar da inteligência do filho ela lhe ensinara a amar e reverenciar a Deus, e a considerar-se como sendo do Senhor. Por meio de todas as coisas conhecidas que o cercavam, procurou ela elevar seus pensamentos ao Criador. Depois de separada de seu filho, a solicitude da fiel mãe não cessou. Cada dia ele era objeto de suas orações. Cada ano ela lhe fazia, com suas próprias mãos, uma túnica para o serviço; e, subindo com o esposo para adorar em Siló, dava ao menino esta lembrança de seu amor. Cada fibra da pequena veste era tecida com uma oração para que ele fosse puro, nobre e verdadeiro. Não pedia para o filho grandezas mundanas, mas rogava fervorosamente que ele pudesse alcançar aquela grandeza a que o Céu dá valor -- que honrasse a Deus e abençoasse a seus semelhantes. -- Patriarcas e Profetas, 572. Abigail FD 29 0 Este capítulo é baseado em 1 Samuel 25. FD 29 1 Abigail era a bela, bondosa e inteligente esposa de Nabal, um homem mesquinho e violento. Por sua sábia conduta, foi capaz de evitar muito derramamento de sangue, quando seu esposo tratou Davi e seus homens com desprezo. FD 29 2 Quando Davi fugiu da face de Saul, acampou-se perto das propriedades de Nabal e protegeu os rebanhos e pastores desse homem. [...] Numa ocasião de necessidade, Davi enviou mensageiros a Nabal com uma mensagem cortês, pedindo alimento para si e seus homens, e Nabal respondeu com insolência, pagando o bem com o mal, e recusando-se a partilhar sua fartura com o próximo. Nenhuma mensagem poderia ter sido mais respeitosa do que aquela que Davi mandou a esse homem, mas Nabal acusou falsamente Davi e seus homens, a fim de justificar o próprio egoísmo, descrevendo a Davi e seu grupo como escravos fugitivos. Quando o mensageiro retornou com esse insolente escárnio, despertou-se a indignação de Davi, e ele decidiu vingar-se prontamente. -- Manuscript Releases 21:213. FD 29 3 Um dos servos de Nabal foi apressadamente a Abigail, esposa de Nabal, depois que este despedira os moços de Davi, e contou-lhe o que tinha acontecido. "Eis que Davi enviou mensageiros", disse ele, "desde o deserto a saudar o nosso amo, porém ele se lançou a eles. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles quando estávamos no campo. De muro em redor de nós nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas. Olha pois, agora, e vê o que hás de fazer, porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa". 1 Samuel 25:14-17. FD 29 4 Sem consultar o esposo, ou contar-lhe sua intenção, Abigail fez um amplo suprimento de provisões, que, posto sobre jumentos, enviou adiante sob o cuidado de servos, e ela partiu para encontrar-se com o grupo de Davi. Encontrou-os no encoberto de um monte. "Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés, e disse: Ah, senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos". 1 Samuel 25:23, 24. Abigail dirigiu-se a Davi com tanta reverência como se falasse a um rei coroado. Nabal tinha escarnecedoramente exclamado: "Quem é Davi?" (1 Samuel 25:10), mas Abigail chamara-o "senhor meu." Com amáveis palavras ela procurou abrandar-lhe os sentimentos irritados, e pleiteou com ele em favor de seu esposo. Nada tendo de ostentação ou orgulho, antes cheia da sabedoria e amor de Deus, Abigail revelou a força de sua devoção para com sua casa, e esclareceu a Davi que o procedimento indelicado de seu marido de nenhuma maneira fora premeditado contra ele como uma afronta pessoal, mas que simplesmente tinha sido a explosão de uma natureza infeliz e egoísta. FD 30 1 "Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive a tua alma, que o Senhor te impediu de vires com sangue, e de que a tua mão te salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor." Abigail não tomou para si o crédito deste raciocínio a fim de demover a Davi de seu precipitado propósito, mas deu a Deus a honra e o louvor. Ofereceu então sua rica provisão como oferta pacífica aos homens de Davi, e ainda pleiteou como se ela mesma fora quem tivesse provocado o ressentimento do líder. -- Patriarcas e Profetas, 665, 666. FD 30 2 Embora houvesse Nabal rejeitado a necessária companhia de Davi e seus homens, naquela mesma noite fez uma festa extravagante para si e seus turbulentos amigos, e condescendeu com comida e bebida, até mergulhar na embriaguez. No dia seguinte, depois de se haverem dissipado um tanto os efeitos de seu ébrio deboche, sua esposa lhe contou como ele estivera perto da morte, e como a calamidade fora revertida. Enquanto ouvia, ele entendeu em que teria resultado o curso do mal, não fosse a prudência de Abigail, e o terror lhe encheu o coração. Paralisado de horror, sentou-se e não mais se recuperou do choque. FD 30 3 A partir dessa história, podemos ver que há circunstâncias sob as quais é apropriado que uma mulher atue pronta e independentemente, agindo com decisão por um caminho que ela sabe ser o caminho do Senhor. A esposa deve colocar-se ao lado do marido como sua igual, compartilhando todas as responsabilidades da vida, prestando o devido respeito àquele que a escolheu como companheira ao longo da vida. -- Manuscript Releases 21:214, 215. FD 30 4 O Senhor espera que a esposa respeite o marido, mas sempre como convém no Senhor. No caráter de Abigail, a esposa de Nabal, temos uma ilustração da feminilidade segundo a ordem de Cristo, enquanto seu esposo ilustra o que pode tornar-se um homem que se rende ao controle de Satanás. -- Manuscript Releases 21:213. Hulda, a profetisa FD 30 5 Este capítulo é baseado em 2 Reis 22. FD 30 6 Desde pequeno, Josias havia se empenhado em tirar partido de sua posição como rei para exaltar os princípios da santa lei de Deus. E agora, enquanto o escriba Safã lia para ele no livro da lei, o rei discerniu neste volume um tesouro de conhecimento, um poderoso aliado na obra de reforma que tanto desejava ver executada na terra. Resolveu andar na luz dos seus conselhos, e também fazer tudo que estivesse em seu poder para familiarizar seu povo com seus ensinos, e levá-los, se possível, a cultivar reverência e amor pela lei do Céu. FD 31 1 Seria, porém, possível realizar a necessária reforma? Israel havia alcançado, quase, os limites da divina paciência; logo Deus Se levantaria para punir os que haviam desonrado Seu nome. Já a ira do Senhor estava inflamada contra o povo. Oprimido pela tristeza e desânimo, Josias rasgou seus vestidos, e se prostrou perante Deus em agonia de espírito, suplicando perdão para os pecados de uma nação impenitente. FD 31 2 Por esse tempo, vivia em Jerusalém, próximo do templo, a profetisa Hulda. O espírito do rei, carregado de ansiosos pressentimentos, voltou-se para ela, e ele se determinou interrogar o Senhor por intermédio dessa mensageira escolhida, para saber, se possível, se por qualquer meio ao seu alcance poderia ele salvar o extraviado Judá, agora tão perto da ruína. FD 31 3 A gravidade da situação, e o respeito em que ele tinha pela profetisa, levaram-no a escolher como mensageiros a ela, homens dentre os primeiros do reino. "Ide", lhes ordenara ele, "consultai ao Senhor por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se derramou sobre nós, porquanto nossos pais não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem conforme a tudo quanto está escrito neste livro". 2 Reis 22:13. FD 31 4 Por intermédio de Hulda o Senhor enviou a Josias a declaração de que a ruína de Jerusalém não seria evitada. Mesmo que o povo agora se humilhasse perante Deus, eles não escapariam à punição. Por tanto tempo os seus sentidos haviam sido insensibilizados pela prática do mal que se não viessem juízos sobre eles, logo retornariam às mesmas práticas pecaminosas. "Dizei ao homem que vos enviou a mim", declarou a profetisa: "Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber: Todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá. Porque Me deixaram, e queimaram incenso perante outros deuses, para Me provocarem à ira com toda a obra das suas mãos; portanto o Meu furor se derramou sobre este lugar, e não se apagará". V. 15-17. FD 31 5 Mas, visto que o rei havia humilhado o coração perante Deus, o Senhor reconheceria a sua pronta disposição de buscar perdão e misericórdia. A ele foi enviada a mensagem: "Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e rasgaste os teus vestidos, e choraste perante Mim, também Eu te ouvi, diz o Senhor. Pelo que eis que Eu te ajuntarei a teus pais, e tu serás ajuntado em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão o mal que hei de trazer sobre este lugar". V. 19, 20. -- Profetas e Reis, 398-400. Ester FD 32 0 Este capítulo é baseado em Ester. FD 32 1 Ester era uma bela moça judia, prima de Mordecai, que a levou para a sua casa depois que os pais dela morreram, e a amou como se fosse filha. Deus a usou para salvar o povo judeu na terra da Pérsia. FD 32 2 Nos antigos tempos o Senhor operou de maneira maravilhosa através de mulheres consagradas que se uniram em Sua obra com homens que Ele escolhera para serem Seus representantes. Ele usou mulheres para alcançarem grandes e decisivas vitórias. Mais de uma vez em tempos de emergência Ele as levou na vanguarda e operou por meio delas para a salvação de muitas vidas. Beneficência Social, 158. Numa ocasião em que parecia que nenhum poder poderia salvá-los, Ester e as mulheres associadas a ela, por meio de jejum, oração e ação imediata, enfrentaram a questão, trazendo salvação a seu povo. FD 32 3 O estudo do trabalho das mulheres em conexão com a Causa de Deus, nos tempos do Antigo Testamento, nos ensinará lições que nos habilitem a enfrentar emergências na obra hoje em dia. Talvez não sejamos levados a uma situação tão crítica e saliente como o povo de Deus no tempo de Ester; muitas vezes, porém, mulheres convertidas podem desempenhar uma parte importante em posições mais humildes. Isto, muitas têm feito, e ainda estão dispostas a fazer. -- E Recebereis Poder, 270. FD 32 4 A grande maioria dos israelitas tinha escolhido permanecer na terra do seu exílio [Medo-Pérsia], antes que enfrentar as durezas da jornada de retorno e o restabelecimento de suas desoladas cidades e lares. [...] FD 32 5 Por intermédio de Hamã, o agagita, um homem inescrupuloso colocado em elevada autoridade na Medo-Pérsia, Satanás operou nessa ocasião para contrapor-se aos propósitos de Deus. Hamã acalentava amargo ódio a Mordecai, um judeu. Mordecai não havia feito a Hamã nenhum mal, mas simplesmente havia recusado mostrar-lhe reverência que traduzia culto. [...] FD 32 6 Mal orientado por falsas acusações de Hamã, Xerxes foi induzido a baixar um decreto determinando o massacre de todo povo judeu "espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias" (Ester 3:8) do reino da Medo-Pérsia. [...] FD 32 7 Mas a trama do inimigo foi derrotada por um Poder que reina entre os filhos dos homens. Na providência de Deus, Ester, judia que temia ao Altíssimo, tinha sido escolhida como rainha do reino da Medo-Pérsia. Mordecai era um seu parente chegado. Na sua situação extrema, eles decidiram apelar a Xerxes em favor do seu povo. Ester devia aventurar-se a ir a sua presença como intercessora. "Quem sabe", dizia Mordecai, "se para tal tempo como este chegaste a este reino?" Ester 4:14. FD 32 8 A crise que Ester enfrentava demandava ação fervorosa e imediata; mas tanto ela como Mordecai sentiam que a menos que Deus operasse poderosamente em seu favor, seus próprios esforços seriam vãos. Assim Ester tomou tempo para comunhão com Deus, a fonte de sua força. "Vai", mandou ela dizer a Mordecai, "ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço". Ester 4:16. -- Profetas e Reis, 598, 600, 601. FD 33 1 Os acontecimentos que se seguiram em rápida sucessão -- a apresentação de Ester perante o rei, o assinalado favor a ela mostrado, os banquetes do rei e da rainha com Hamã como o único comensal, o sono perturbado do rei, a honra pública mostrada a Mordecai, e a humilhação e queda de Hamã após a descoberta de sua ímpia trama -- tudo pertence a uma história familiar. Deus operou maravilhosamente por Seu penitente povo; e um decreto em contrapartida baixado pelo rei, permitindo-lhes lutar por sua vida, foi rapidamente comunicado a toda parte do reino por correios a cavalo, que "apressuradamente saíram, impelidos pela palavra do rei". E "em toda a província, e em toda a cidade, aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e dias de folguedo; e muitos, entre os povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles". Ester 8:14, 16. -- Profetas e Reis, 602. ------------------------Capítulo 3 -- Mulheres notáveis no novo testamento FD 34 1 Durante os anos do ministério de Cristo na Terra, mulheres piedosas ajudaram a obra que o Salvador e Seus discípulos estavam promovendo. Se os que se opunham a essa obra houvessem podido encontrar qualquer coisa irregular no procedimento dessas mulheres, isso teria paralisado o trabalho imediatamente. Conquanto, porém, houvesse mulheres trabalhando com Cristo e com os apóstolos, todo o trabalho era dirigido segundo um plano tão elevado que se situava acima da sombra de qualquer suspeita. Não pôde ser achada ocasião alguma para a menor acusação. O pensamento de todos estava concentrado nas Escrituras, não em pessoas. A verdade era proclamada com sabedoria e com tanta clareza que todos a compreendiam. -- Evangelismo, 67, 68. Isabel, mãe de João Batista FD 34 2 Este capítulo é baseado em Lucas 1. FD 34 3 "Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias. Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso; e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando. E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso. Vendo-o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor. Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João. Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado. [...] O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel". Lucas 1:5-17, 80. FD 35 1 Um anjo do Céu veio instruir a Zacarias e Isabel sobre a maneira em que deveriam preparar e educar o filho, para que pudessem trabalhar em harmonia com Deus no preparo de um mensageiro para anunciar a vinda de Cristo. Como pais, deveriam cooperar fielmente com Deus em formar em João tal caráter que o habilitasse a desempenhar a parte que Deus designara para ele como obreiro competente. João era o filho de sua velhice, o filho de um milagre, e os pais podiam ter raciocinado que ele tinha uma obra especial a fazer pelo Senhor, e que Este cuidaria dele. Mas Zacarias e Isabel não raciocinaram assim; mudaram-se para um lugar solitário, no campo, onde o filho não estivesse exposto às tentações da vida na cidade, ou não fosse induzido a separar-se dos conselhos e instrução que eles, como pais, lhe dariam. Desempenharam sua parte quanto a desenvolver no filho um caráter que em todos os sentidos atendesse ao propósito para o qual Deus determinara sua vida. Orientação da Criança, 22, 23. Por nenhuma descuidada negligência de sua parte deixaria seu filho de tornar-se bom e sábio, "para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz". Lucas 1:79. Sagradamente cumpriram sua obrigação. Maria, a mãe de Jesus FD 35 2 Este capítulo é baseado em Mateus, Marcos, Lucas e João. FD 35 3 Quando a Majestade do Céu Se tornou um bebê, e foi confiado a Maria, não tinha ela muito que oferecer pelo precioso dom. Levou ao altar apenas duas rolas, oferta designada para os pobres; mas foram um sacrifício aceitável ao Senhor. Não podia apresentar tesouros raros como os sábios do Oriente, que foram a Belém para os depor diante do Filho de Deus; contudo a mãe de Jesus não foi rejeitada devido à insignificância de sua dádiva. Foi a voluntariedade de seu coração que o Senhor tomou em consideração, e seu amor tornou suave a oferta. Assim aceitará Deus a nossa dádiva embora seja ela pequena, se for o melhor que temos, e for oferecida por amor a Ele. -- Conselhos Sobre Mordomia, 176. FD 35 4 O sacerdote realizou a cerimônia como todas as demais. Tomou a criança nos braços, e ergueu-a perante o altar. Depois de a devolver à mãe, inscreveu o nome "Jesus" na lista dos primogênitos. Mal pensava ele, enquanto a criança lhe repousava nos braços, que era a Majestade do Céu, o Rei da Glória. Não pensou o sacerdote que essa criança era Aquele de quem Moisés escrevera: "O Senhor vosso Deus vos suscitará um Profeta dentre vossos irmãos, semelhante a mim; a Este ouvireis em tudo o que vos disser". Atos dos Apóstolos 3:22. Não pensou que essa criança era Aquele cuja glória Moisés rogara ver. Mas Alguém maior do que Moisés Se achava nos braços do sacerdote; e, ao inscrever o nome do menino, inscrevia o dAquele que era o fundamento de toda a dispensação judaica. [...] FD 36 1 [Desde o início,] Maria esperava o reino do Messias no trono de Davi, mas não via o batismo de sofrimento pelo qual esse trono devia ser conquistado. Por meio de Simeão [quando Cristo foi dedicado como um bebê, no templo] fora revelado que o Messias não teria no mundo um caminho livre de obstáculos. Nas palavras dirigidas a Maria: "Uma espada traspassará também a tua própria alma", Deus, em Sua compassiva misericórdia, dá à mãe de Jesus uma indicação da angústia que já por amor dEle começara a suportar. -- O Desejado de Todas as Nações, 52, 56. FD 36 2 O menino Jesus não Se instruía nas escolas das sinagogas. Sua mãe foi Seu primeiro mestre humano. Dos lábios dela e dos rolos dos profetas, aprendeu as coisas celestiais. As próprias palavras por Ele ditas a Moisés para Israel, eram-Lhe agora ensinadas aos joelhos de Sua mãe. Ao avançar da infância para a juventude, não procurou as escolas dos rabis. Não necessitava da educação obtida de tais fontes; pois Deus Lhe servia de instrutor. [...] FD 36 3 Entre os judeus, os doze anos eram a linha divisória entre a infância e a juventude. Ao completar essa idade, um menino hebreu era considerado filho da lei, e também filho de Deus. Eram-lhe dadas especiais oportunidades para instruções religiosas, e esperava-se que participasse das festas e observâncias sagradas. Foi em harmonia com esse costume, que Jesus fez em Sua meninice a visita pascoal a Jerusalém. Como todos os israelitas devotos, José e Maria iam todos os anos assistir à Páscoa; e quando Jesus havia atingido a necessária idade, levaram-nO consigo. [...] FD 36 4 Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o templo. Viu os sacerdotes de vestes brancas, realizando seu solene ministério. Viu a ensangüentada vítima sobre o altar do sacrifício. Com os adoradores, inclinou-Se em oração, enquanto ascendia perante Deus a nuvem de incenso. Testemunhou os impressivos ritos da cerimônia pascoal. Dia a dia, observava mais claramente a significação dos mesmos. Cada ato parecia estar ligado a Sua própria vida. No íntimo, Ele percebia surgirem novos impulsos. Silencioso e absorto, parecia estudar a solução de um grande problema. O mistério de Sua missão desvendava-se ao Salvador. FD 36 5 Enlevado pela contemplação dessas cenas, não permaneceu ao lado dos pais. Buscou estar sozinho. Ao terminarem as cerimônias pascoais, demorou-Se ainda no pátio do templo; e, ao partirem os adoradores de Jerusalém, Jesus foi deixado para trás. FD 36 6 Nessa visita a Jerusalém, os pais de Jesus desejavam pô-Lo em contato com os grandes mestres de Israel. [...] Um aposento ligado ao templo estava sendo ocupado por uma escola sagrada, à maneira das escolas dos profetas. Ali se reuniam mestres de destaque, com os alunos, e ali foi ter o menino Jesus. Sentando-Se aos pés desses homens sérios e doutos, ouvia-lhes as instruções. -- O Desejado de Todas as Nações, 70, 75, 78. FD 37 1 Os sábios foram surpreendidos pelas perguntas que o menino Jesus fazia. Quiseram incentivá-Lo a estudar a Bíblia, e desejaram ver quanto conhecia Ele das profecias. Foi por isso que Lhe fizeram tantas perguntas. José e Maria se surpreenderam tanto diante das respostas sábias do seu Filho quanto os próprios doutores. Quando se fez uma pausa, Maria, mãe de Jesus, foi até seu Filho e perguntou: "Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à Tua procura." Então, uma luz divina resplandeceu na face de Jesus, enquanto Ele erguia a mão e dizia: "Por que Me procuráveis? Não sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera." Não entenderam o que Ele realmente queria dizer com aquelas palavras, mas sabiam que era um verdadeiro filho, submisso às suas ordens. Embora fosse o Filho de Deus, desceu para Nazaré e sujeitou-Se a Seus pais. Conquanto Sua mãe não entendesse o significado das Suas palavras, não se esqueceu delas, mas "guardava todas estas cousas no coração". -- The Youth's Instructor, 28 de Novembro de 1895. FD 37 2 Ao voltarem José e Maria de Jerusalém, sozinhos com Jesus, Ele esperava dirigir-lhes a atenção às profecias concernentes aos sofrimentos do Salvador. Sobre o Calvário, procurou aliviar a dor de Sua mãe. Estava agora pensando nela. Maria tinha que testemunhar Sua agonia final, e Jesus desejava que ela compreendesse Sua missão, a fim de fortalecer-se para resistir, quando a espada lhe houvesse de traspassar o coração. Como Jesus estivera separado dela, e por três dias O procurara aflita, assim, quando fosse oferecido pelos pecados do mundo, estaria novamente perdido para ela três dias. E ao ressurgir Ele do sepulcro, sua tristeza se transformaria outra vez em júbilo. Mas quão melhor teria ela suportado a angústia da morte do Filho, se houvesse compreendido as Escrituras para as quais Ele lhe procurava agora volver os pensamentos! -- O Desejado de Todas as Nações, 82, 83. FD 37 3 Por doze anos de Sua vida, andou Ele pelas ruas de Nazaré e trabalhou com José no seu ofício, executando cuidadosamente os deveres que correspondiam a um filho. Até ali, não havia dado indícios de Seu peculiar caráter, ou tornado manifesta a natureza de Sua missão na Terra como Filho de Deus. Mas, naquela ocasião, tornou conhecido a Seus pais o fato de que tinha uma missão a cumprir, mais elevada e santa do que eles imaginavam, pois tinha uma obra que Lhe fora confiada por Seu Pai celeste. Maria sabia que Jesus havia negado um relacionamento filial com José e declarado Sua filiação ao Eterno. Perplexa, não compreendeu plenamente o significado das palavras quando Ele Se referiu a Sua missão. Indagava, em sua mente, se alguém teria contado a Jesus que José não era Seu verdadeiro pai, mas que Deus era Seu Pai. Maria ponderava essas coisas no coração. -- The Youth's Instructor, 13 de Julho de 1893. FD 37 4 Maria acreditava em seu coração que a santa Criança dela nascida, era o tão longamente prometido Messias; não ousava, entretanto, exprimir essa fé. Foi, através de sua existência terrestre, uma partilhadora dos sofrimentos do Filho. Com dor testemunhava as provações que Lhe sobrevinham na infância e juventude. Por justificar o que sabia ser direito em Seu procedimento, via-se ela própria em situações difíceis. Considerava as relações domésticas, e a terna solicitude da mãe em torno dos filhos, de vital importância na formação do caráter. Os filhos e filhas de José sabiam isto e, prevalecendo-se de sua ansiedade, procuravam corrigir as atitudes de Jesus segundo norma deles. -- O Desejado de Todas as Nações, 90. FD 38 1 A vida de Cristo foi assinalada pelo respeito e o amor à Sua mãe. O Desejado de Todas as Nações, 90. Ela argumentava muitas vezes com Jesus, e insistia em que Se conformasse com os desejos de Seus irmãos. Os irmãos não podiam persuadi-Lo a mudar Seus hábitos de vida, no contemplar as obras de Deus, manifestar simpatia e ternura para com os pobres, os sofredores, os desafortunados, e ao buscar aliviar os sofrimentos dos homens ou mesmo dos mudos animais. Quando os sacerdotes e mestres procuravam Maria para persuadi-la a forçar Jesus a demonstrar lealdade às suas cerimônias e tradições, ela se sentia muito perturbada. Mas a paz e a confiança lhe vinham ao turbado coração quando seu Filho apresentava as cristalinas declarações das Escrituras em apoio ao Seu proceder. -- The Signs of the Times, 6 de Agosto de 1896. FD 38 2 Desde o dia em que ouvira o anúncio do anjo, no lar de Nazaré, entesourara Maria todo sinal de que Jesus era o Messias. Sua doce e abnegada existência assegurava-lhe que Ele não podia ser outro senão o Enviado de Deus. Todavia, também lhe sobrevinham dúvidas e decepções, e ela anelara o tempo em que Sua glória se houvesse de manifestar. A morte a separara de José, que com ela partilhara do mistério do nascimento de Jesus. Não havia agora ninguém mais a quem pudesse confiar suas esperanças e temores. Os dois meses anteriores tinham sido muito dolorosos. Fora separada de Jesus, em cuja simpatia encontrava conforto; ponderava as palavras de Simeão: "Uma espada traspassará também a tua própria alma" (Lucas 2:35); recordava os três dias de angústia quando julgava Jesus para sempre perdido para ela; e era com ansiedade de coração que Lhe aguardava o regresso. -- O Desejado de Todas as Nações, 145. FD 38 3 A mãe, viúva, havia lamentado os sofrimentos que Jesus suportara em Sua solidão. Sua missão messiânica causava-lhe profunda tristeza, bem como alegria. Então, por estranho que lhe parecesse, ela O encontra na festa das bodas, o mesmo filho terno e serviçal, e, contudo, não o mesmo, pois Seu semblante mudara; ela vê os vestígios da feroz luta no deserto da tentação e a evidência da celestial missão em Suas expressões e na dignidade de Sua presença. Vê que Ele está acompanhado por um grupo de homens moços, que o tratam com reverência, chamando-o de Mestre. Esses companheiros contam a Maria as coisas maravilhosas que testemunharam, não só por ocasião do batismo, como em numerosas outras ocasiões, e concluem declarando: "Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno". -- The Spirit of Prophecy 2:100. FD 39 1 Maria ouvira falar na manifestação às margens do Jordão, quando do batismo dEle. As novas foram levadas a Nazaré, evocando novamente em seu espírito as cenas que por tantos anos ocultara no coração. Como todo o Israel, Maria fora profundamente comovida pela missão de João Batista. Bem se lembrava ela da profecia feita em seu nascimento. A ligação dele com Jesus, avivava-lhe novamente as esperanças. Mas também lhe haviam chegado notícias da misteriosa retirada de Jesus para o deserto, e sentia-se opressa por aflitivos pressentimentos. [...] FD 39 2 Ao reunirem-se os convidados, muitos pareciam preocupados com algum assunto de interesse absorvente. Um contido despertar domina a assistência. Pequenos grupos conversam entre si em tom vivo mas dominado, lançando olhares indagadores para o Filho de Maria. Ao ouvir esta o testemunho dos discípulos quanto a Jesus, alegrara-se com a certeza de não haverem sido vãs suas tão longamente acariciadas esperanças. Entretanto, teria ela sido mais que humana, não se lhe houvesse misturado a essa santa alegria um traço do natural orgulho de mãe amorosa. Ao ver os muitos olhares voltados para Jesus, anelava que Ele demonstrasse aos assistentes ser realmente o Honrado de Deus. Esperava que houvesse oportunidade de Ele operar um milagre diante deles. [...] FD 39 3 Mas, se bem que Sua mãe não possuísse conceito exato da missão de Cristo, nEle confiava implicitamente. A essa fé correspondeu Jesus. Foi para honrar a confiança de Maria, e fortalecer a fé dos discípulos, que realizou o primeiro milagre. Os discípulos haveriam de encontrar muitas e grandes tentações para a incredulidade. Para eles, as profecias haviam tornado claro, indiscutível, que Jesus era o Messias. Esperavam que os guias religiosos O recebessem com confiança ainda maior que a deles. Declararam entre o povo as maravilhosas obras de Cristo e sua própria confiança na missão dEle, mas pasmaram e sentiram-se cruelmente decepcionados pela incredulidade, o preconceito profundamente arraigado e a inimizade para com Jesus, manifestados pelos sacerdotes e rabis. Os primeiros milagres do Salvador fortaleceram os discípulos para enfrentar a oposição. -- O Desejado de Todas as Nações, 144, 145, 147, 148. FD 39 4 Era costume, naqueles tempos, que as festas de casamento continuassem por vários dias. Verificou-se nessa ocasião, antes do fim da festa, haver-se esgotado a provisão de vinho. Isso causou muita perplexidade e desgosto. Era coisa fora do comum dispensar o vinho em ocasiões festivas, e a ausência do mesmo pareceria indicar falta de hospitalidade. Como parenta dos noivos, Maria ajudara nos preparativos da festa, e falou agora a Jesus, dizendo: "Não têm vinho". Essas palavras eram uma sugestão de que Ele poderia suprir a necessidade. Mas Jesus respondeu: "Mulher, que tenho eu contigo? ainda não é chegada a Minha hora". João 2:3, 4. [...] FD 39 5 Sem se desconcertar absolutamente com as palavras de Jesus, Maria disse aos que serviam à mesa: "Fazei tudo quando Ele vos disser". João 2:5. Assim fez ela o que podia para preparar o caminho para a obra de Cristo. -- O Desejado de Todas as Nações, 145, 146, 148. FD 40 1 ["Depois disso, desceu a Cafarnaum, Ele, e Sua mãe, e Seus irmãos, e Seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias. E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém". João 2:12, 13.] FD 40 2 ["Nisto, chegaram Sua mãe e Seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-Lo. Muita gente estava assentada ao redor dEle e Lhe disseram: Olha, Tua mãe, Teus irmãos e irmãs estão lá fora à Tua procura". Marcos 3:31, 32.] FD 40 3 Não há uma afirmação clara na Bíblia, nem no Espírito de Profecia, sobre quão freqüente, se é que existiram, outros contatos de Maria com Jesus até o momento da crucifixão. FD 40 4 "E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali O crucificaram". Lucas 23:33. [...] Uma vasta multidão seguiu Jesus do tribunal ao Calvário. As novas de Sua condenação se espalharam por toda Jerusalém. [...] FD 40 5 Chegando ao lugar da execução, os presos foram ligados ao instrumento da tortura. [...] A mãe de Jesus, apoiada por João, o discípulo amado, seguira seu Filho ao Calvário. Vira-O desmaiar sob o peso do madeiro, e anelara suster com a mão aquela cabeça ferida, banhar aquela fronte que um dia se lhe reclinara no seio. Não lhe era, no entanto, concedido esse triste privilégio. [...] Mais uma vez seu coração desfaleceria, ao evocar as palavras em que lhe haviam sido preditas as próprias cenas que se estavam desenrolando então. [...] Deveria ela renunciar a sua fé de que Jesus era o Messias? Deveria testemunhar-Lhe a vergonha e a dor, sem ter sequer o consolo de servi-Lo em Sua aflição? Viu-Lhe as mãos estendidas sobre a cruz; foram trazidos o martelo e os pregos, e, ao serem estes cravados na tenra carne, os discípulos, profundamente comovidos, levaram da cruel cena o corpo desfalecido da mãe de Jesus. [...] FD 40 6 [Em Seu sofrimento,] enquanto o olhar de Jesus vagueava pela multidão que O cercava, uma figura Lhe prendeu a atenção. Ao pé da cruz se achava Sua mãe, apoiada pelo discípulo João. Ela não podia suportar permanecer longe de seu Filho; e João, sabendo que o fim se aproximava, trouxera-a de novo para perto da cruz. Na hora de Sua morte, Cristo lembrou-Se de Sua mãe. Olhando-lhe o rosto abatido pela dor, e depois a João, disse, dirigindo-Se a ela: "Mulher, eis aí o teu filho"; e depois a João: "Eis aí tua mãe". João 19:26, 27. João entendeu as palavras de Cristo, e aceitou o encargo. Levou imediatamente Maria para sua casa, e daquela hora em diante dela cuidou ternamente. Ó piedoso, amorável Salvador! Por entre toda a Sua dor física e mental angústia, teve solícito cuidado para com Sua mãe! Não possuía dinheiro com que lhe provesse o conforto; achava-Se, porém, entronizado na alma de João, e entregou-lhe Sua mãe como precioso legado. Assim providenciou para ela aquilo de que mais necessitava -- a terna simpatia de alguém que a amava porque ela amava a Jesus. E, acolhendo-a como santo legado, estava João recebendo grande bênção. Ela lhe era uma contínua recordação de seu querido Mestre. -- O Desejado de Todas as Nações, 741, 743, 744, 752. Maria e Marta FD 41 0 Este capítulo é baseado em Lucas 10:38-42; João 11. FD 41 1 Jesus Se hospedava freqüentemente no lar de Maria e Marta, e de seu irmão Lázaro. Marta, muitas vezes, assoberbava-se com os cuidados das tarefas diárias, enquanto Maria buscava primeiramente as palavras de Jesus. FD 41 2 Jesus, com freqüência, encontrara o repouso que Sua fatigada natureza humana requeria, na casa de Lázaro, em Betânia. Sua primeira visita, ali, ocorrera quando Ele e Seus discípulos se sentiram cansados de uma penosa viagem a pé, de Jericó a Jerusalém. Permaneceram como hóspedes no sossegado lar de Lázaro, e foram acolhidos por suas irmãs, Marta e Maria. FD 41 3 A despeito da fadiga de Jesus, Ele continuou a instrução que estivera dando a Seus discípulos pela estrada, com referência às qualificações necessárias para preparar homens para o reino do Céu. A paz de Cristo repousou sobre o lar do irmão e das irmãs. Marta se enchia de ansiedade para proporcionar conforto aos hóspedes, mas Maria fora seduzida pelas palavras de Jesus a Seus discípulos, e, vendo uma oportunidade áurea de familiarizar-se melhor com as doutrinas de Cristo, entrou silenciosamente na sala onde Ele Se sentara e, ocupando lugar aos pés de Jesus, sorvia ansiosamente cada palavra que Lhe caía dos lábios. -- The Spirit of Prophecy 2:358. FD 41 4 Ao dar Cristo Suas admiráveis lições, Maria sentava-se aos Seus pés, ouvinte atenta e reverente. Certa vez, Marta, perplexa com o cuidado de preparar a refeição, foi ter com Cristo, dizendo: "Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude". Lucas 10:40. Isto foi por ocasião da primeira visita de Cristo a Betânia. O Salvador e os discípulos haviam feito a pé a fatigante viagem de Jericó até lá. Marta anelava proporcionar-lhes conforto e, em sua ansiedade, esqueceu a gentileza devida ao Hóspede. Jesus lhe respondeu branda e pacientemente: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada". Lucas 10:41, 42. Maria estava enriquecendo o espírito com as preciosas palavras caídas dos lábios do Salvador, palavras mais valiosas para ela do que as mais magníficas jóias da Terra. FD 42 5 A "uma só" coisa que Marta necessitava, era espírito calmo, devoto, mais profundo anseio de conhecimento da vida futura, imortal, e as graças necessárias ao progresso espiritual. Precisava de menos ansiedade em torno das coisas que passam, e mais pelas que permanecem para sempre. Jesus quer ensinar Seus filhos a se apoderarem de toda oportunidade de adquirir o conhecimento que os tornará sábios para a salvação. A causa de Cristo requer obreiros cuidadosos e enérgicos. Existe vasto campo para as Martas, com seu zelo no culto ativo. Sentem-se elas primeiro, porém, com Maria aos pés de Jesus. Sejam a diligência, prontidão e energia santificadas pela graça de Cristo; então a vida será uma invencível força para o bem. -- O Desejado de Todas as Nações, 525. FD 42 1 Qual Maria, precisamos assentar-nos aos pés de Jesus para dEle aprender, tendo escolhido aquela melhor parte, que jamais nos será tirada. Como Marta, precisamos ser sempre abundantes na obra do Senhor. As realizações cristãs mais altas só podem ser alcançadas mediante muito uso dos joelhos, em oração sincera. [...] Uma fibrazinha da raiz do egoísmo que permaneça na mente, brotará quando menos se espere, e assim muitos serão contaminados. -- Para Conhecê-lo, 351. FD 42 2 Lemos, no relato inspirado, que "amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro"; contudo, após ter recebido a notícia [de que Lázaro estava enfermo], "ainda Se demorou dois dias no lugar onde estava". Guiado por divina sabedoria, Ele não foi imediatamente ao encontro de Seus amados amigos. A mensagem que Lhe chegara não recebeu uma resposta imediata. Maria e Marta não disseram: "Senhor, vem logo e cura nosso irmão." Confiavam em Jesus, crendo que Ele faria o que fosse melhor em seu favor. Por fim, disse Ele a Seus discípulos: "Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo". -- Manuscript Releases 21:111. FD 42 3 Quando Ele [Jesus] chegou a Betânia, ouviu de várias pessoas que Lázaro estava morto, e sepultado fazia quatro dias. [...] Marta apressou-se a encontrá-Lo; contou-Lhe da morte do irmão, dizendo: "Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão." Em meio a seu desapontamento e pesar, ela não perdera a confiança em Jesus, e acrescentou: Também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus To concederá." Jesus fortaleceu sua fé, declarando-lhe: "Teu irmão há de ressurgir." [...] FD 42 4 Quando Jesus perguntou a Marta: "Crês isto?", ela respondeu com uma confissão de fé: "Senhor, eu tenho crido que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo." Dessa maneira, Marta declarou sua crença em Jesus como Messias, e na Sua capacidade de realizar qualquer obra que Lhe aprouvesse. Jesus pediu que Marta chamasse sua irmã e os amigos que tinham vindo para confortar as aflitas mulheres. Quando Maria chegou, caiu aos pés de Jesus, também chorando: "Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido." Diante de todo esse pesar, Jesus "agitou-Se no espírito, e comoveu-Se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles Lhe responderam: Senhor, vem e vê!" Juntos, encaminharam-se todos à sepultura de Lázaro, que era uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. -- The Spirit of Prophecy 2:362, 363. FD 43 1 Em tudo quanto fazia, Cristo cooperava com o Pai. Tinha sempre o cuidado de tornar claro que não agia independentemente; era pela fé e a oração que Ele realizava Seus milagres. Cristo desejava que todos soubessem Suas relações para com o Pai. "Pai", disse, "graças Te dou, por Me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas Eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que Tu Me enviaste". João 11:41, 42. Ali aos discípulos e ao povo devia ser proporcionada a mais convincente prova com respeito à relação existente entre Cristo e Deus. Devia-lhes ser mostrado que a afirmação de Cristo não era um engano. FD 43 2 "E tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora". João 11:43. Sua voz, clara e penetrante, soa aos ouvidos do morto. Ao falar, a divindade irrompe através da humanidade. Em Seu rosto, iluminado pela glória de Deus, vê o povo a certeza de Seu poder. Todos os olhos se acham fixos na entrada do sepulcro. Todos os ouvidos, atentos ao mais leve som. Com intenso e doloroso interesse, aguardam todos a prova da divindade de Cristo, o testemunho que há de comprovar Sua declaração de ser o Filho de Deus, ou para sempre extinguir a esperança. FD 43 3 Há um ruído na silenciosa tumba, e o que estivera morto aparece à entrada. Seus movimentos são impedidos pela mortalha em que está envolto, e Cristo diz à estupefata assistência: "Desatai-o, e deixai-o ir." Mais uma vez lhes é mostrado que o obreiro humano deve cooperar com Deus. A humanidade deve trabalhar pela humanidade. Lázaro é desligado e aparece ao grupo, não como uma pessoa emagrecida pela doença, membros débeis e vacilantes, mas como um homem na primavera da vida, no vigor de nobre varonilidade. Brilham-lhe os olhos de inteligência e de amor para com o Salvador. Lança-se em adoração aos pés de Jesus. -- O Desejado de Todas as Nações, 536. FD 43 4 Mediante a ressurreição de Lázaro, muitos foram levados a crer em Jesus. Era plano de Deus que Lázaro morresse e fosse posto na tumba antes da chegada do Salvador. A ressurreição de Lázaro foi o milagre coroador de Cristo, e por causa dele muitos glorificaram a Deus. -- Manuscript Releases 21:111. FD 43 5 Simão* fora curado de lepra, e isso é que o atraíra a Jesus. Desejara mostrar sua gratidão e, na última visita de Cristo a Betânia, ofereceu um banquete ao Salvador e a Seus discípulos. [...] À mesa achava-Se Jesus, tendo a um lado Simão [...] e do outro Lázaro [...]. Marta servia à mesa, mas Maria escutava ansiosamente toda palavra que caía dos lábios de Jesus. Em Sua misericórdia perdoara Jesus os seus pecados, chamara do sepulcro seu bem-amado irmão, e a alma de Maria estava cheia de reconhecimento. Ouvira Jesus falar de Sua morte próxima e, em seu profundo amor e tristeza, almejara honrá-Lo. Com grande sacrifício para si, comprara um vaso de alabastro de "ungüento de nardo puro, de muito preço" (João 12:3) para com ele ungir-Lhe o corpo. Mas agora muitos diziam que Ele estava para ser coroado rei. Seu pesar transformou-se em alegria, e ansiava ser a primeira a honrar a seu Senhor. Quebrando o vaso de ungüento, derramou o conteúdo sobre a cabeça e os pés de Jesus e, depois, enquanto de joelhos chorava umedecendo-os com lágrimas, enxugava-os com os longos cabelos soltos. [...] FD 44 1 Judas contemplou a mesma com grande desagrado. [...] Disse: "Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?" João 12:5. [...] E em volta da mesa passou a murmuração: "Para que é este desperdício?" Mateus 26:8. [...] Maria ouviu as palavras de crítica. [...] Estava para se esquivar dali, quando se ouviu a voz de seu Senhor: "Deixai-a, por que a molestais?" Marcos 14:6. [...] Erguendo a voz acima dos murmúrios da crítica, disse: "Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a Mim nem sempre Me tendes. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o Meu corpo para a sepultura". Marcos 14:6-8. -- O Desejado de Todas as Nações, 557-560. A mulher samaritana FD 44 2 Este capítulo é baseado em João 4:5-42. FD 44 3 Os judeus e os samaritanos se desprezavam. Jamais pediam algum favor um ao outro, mesmo que fosse grande a necessidade. E nunca se dirigiam a uma mulher, a menos que ela falasse primeiro. Quando Jesus, um judeu, pediu a uma samaritana um pouco de água para beber, praticou um ato inédito. O diálogo que se seguiu mudou a vida dela. FD 44 4 Quão gratos devíamos ser por ter Cristo assumido a natureza humana e Se tornado sujeito à tentação, assim como nós! Embora tomasse sobre Si a humanidade, Ele era divino. Tudo o que se atribui ao Pai, atribui-se a Cristo. Sua divindade fora revestida com a humanidade; Ele era o Criador do céu e da terra; e, enquanto esteve sobre a Terra, sentiu-Se fatigado, como os homens se sentem, e buscou repouso para a pressão constante do labor. Aquele que fizera o oceano, que rege as águas do grande abismo, e abre as fontes e rios da terra, repousou de Sua fadiga junto ao poço de Jacó, e esteve na dependência da bondade de uma estranha até quanto à dádiva de um pouco de água. -- O Desejado de Todas as Nações, 184. FD 44 5 Quando ela questionou o decoro do Seu pedido -- como era que Ele, sendo judeu, pedia água para uma samaritana -- Ele lhe falou palavras que revelaram Seu caráter divino. Disse: "Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva." FD 44 6 Quando a mulher expressou surpresa diante de Sua declaração, Ele continuou: "Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna". -- The Review and Herald, 19 de Maio de 1896. FD 45 1 A mulher O olhou com atenta curiosidade; Ele conseguira despertar-lhe o interesse e inspirara respeito para consigo mesmo. Ela agora percebia que não era à água do poço de Jacó que Jesus Se referia, pois dessa usava ela continuamente, bebendo e voltando a ter sede. Com notável fé, pediu-Lhe que lhe desse da água da qual falara, para que não mais tivesse sede, nem precisasse tirá-la do poço. [...] FD 45 2 Jesus, então, mudou abruptamente o assunto da conversa, e pediu que ela chamasse o seu marido. A mulher respondeu, francamente, que não tinha marido. Jesus Se aproximara agora do desejado ponto a partir do qual podia convencê-la de que Ele tinha o poder de ler a história da sua vida, embora não a conhecesse anteriormente. Dirigiu-se a ela desta maneira: "Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade." FD 45 3 Jesus tinha um duplo objetivo em vista; desejava despertar-lhe a consciência quanto ao pecado de seu estilo de vida, bem como provar-lhe que olhos mais sábios do que a visão humana haviam lido os segredos de sua vida. Mas a mulher, embora sem entender plenamente a culpa de sua maneira de viver, ficara atônita por ver que aquele estranho possuía tal conhecimento. Com profunda reverência, disse: "Senhor vejo que és profeta." [...] FD 45 4 As palavras da verdade que caíam dos lábios do divino Mestre tocaram o coração de Sua ouvinte. Nunca ouvira ela tais sentimentos, nem dos sacerdotes de seu povo, nem dos judeus. Os marcantes ensinos daquele estranho levaram-lhe a mente ao passado, às profecias concernentes ao Cristo prometido, pois os samaritanos, bem como os judeus, aguardavam Sua vinda. "Eu sei que o Messias vem", disse ela; "quando Ele vier, nos anunciará todas as cousas." Jesus respondeu: "Eu O sou, Eu que falo contigo." FD 45 5 Bem-aventurada mulher de Samaria! Durante o diálogo, sentira-se como na presença da divindade; agora, alegremente reconhecia seu Senhor. Não exigiu dEle um milagre, como o fizeram os judeus, para provar Seu divino caráter. Aceitou Sua declaração, sentindo perfeita confiança em Suas palavras, e não questionando a santa influência que dEle emanava. -- The Spirit of Prophecy 2:141-145. FD 45 6 Ela partiu anunciando as novas: "Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?" João 4:29. O testemunho daquela mulher converteu muitos para a fé em Cristo. Por seu relato muitos foram ouvi-Lo por si mesmos e creram por causa de Sua palavra. -- Testimonies for the Church 3:217. FD 45 7 Mostrou-se mais eficiente missionária que os próprios discípulos. Esses nada viram em Samaria que indicasse ser ela um campo promissor. Tinham os pensamentos fixos numa grande obra a ser efetuada no futuro. Não viram que mesmo junto deles estava uma colheita a fazer. Mas, por intermédio da mulher a quem desprezavam, toda uma cidade foi levada a ouvir Jesus. Ela levou imediatamente a luz a seus conterrâneos. Essa mulher representa a operação de uma fé prática em Cristo. -- A Ciência do Bom Viver, 102. A mulher que tocou a orla do manto de Jesus FD 46 0 Este capítulo é baseado em Marcos 5:25-34. FD 46 1 Essa mulher estivera doente por muitos anos. Os médicos não puderam socorrê-la, mas ela cria que, se pudesse tocar Jesus, seria curada. FD 46 2 Abra a porta do seu coração, e Cristo, o hóspede celestial, entrará. [...] Você pode ter uma fé nominal, justamente uma fé como a das pessoas que rodeavam Jesus nas ruas da Judéia, mas essa fé não o ligará a. Ele. Você precisa de uma fé semelhante à da pobre mulher que estivera enferma por muitos anos. Havia buscado o auxílio dos médicos, mas sua enfermidade piorara cada vez mais. Ela ouviu de Cristo, e teve fé nEle. Creu que, se tão-somente pudesse tocar a orla de Seu manto, seria curada. Cristo compreendeu o anseio do seu coração; Ele compreende o desejo de cada coração atraído a Ele, e o atende. Essa pobre mulher que ansiava por auxílio aproveitou sua primeira oportunidade de ir à presença de Jesus. A multidão O rodeava, mas ela forcejou por adiantar-se, até poder tocar Suas vestes, e naquele momento foi curada. Cristo entendeu que dEle havia saído poder. A mulher sentira sua desesperada necessidade, e sua fé a tornara sã. Assim será com cada um que, em sua necessidade, for a Jesus e de Seus méritos se apropriar por meio de fé viva. FD 46 3 Cristo indagou quem O havia tocado. Seus discípulos se surpreenderam por ter Ele feito essa pergunta, quando estava rodeado por uma grande multidão. Disseram: "Vês que a multidão Te aperta e dizes: Quem Me tocou?" Mas Jesus sabia que alguém O tocara, não com um toque casual, mas com o toque da fé. Uma alma anelante se estendera a Ele em busca de um auxílio que ninguém, a não ser Ele, podia dar. Jesus disse: "Bem conheci que de Mim saiu virtude." E olhou ao redor para ver quem fizera isso, e, quando a mulher viu que não podia ocultar-se, reconheceu a boa obra que nela se operara. Contou a história do seu sofrimento e desesperançada condição, e do seu ato de fé ao tocar-Lhe o manto. Ele lhe disse: "Filha, a tua fé te salvou". -- The Signs of the Times, 10 de Junho de 1889. A sogra de Pedro FD 46 4 Este capítulo é baseado em Mateus 8:14, 15. FD 46 5 Enquanto todos na sinagoga ainda se achavam sob o domínio do espanto, Jesus retirou-Se para a casa de Pedro, a fim de repousar um pouco. Mas também ali baixara uma sombra. A mãe da esposa de Pedro jazia enferma, presa de "muita febre". Jesus repreendeu a moléstia, e a doente ergueu-se, e atendeu às necessidades do Mestre e dos discípulos. -- O Desejado de Todas as Nações, 259. A mulher Cananéia FD 47 0 Este capítulo é baseado em Mateus 15:22-28. FD 47 1 Ela era uma pagã, mas tinha fé que Jesus podia curar sua filha. FD 47 2 "Eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada". Mateus 15:22. O povo dessa região pertencia à antiga linhagem cananéia. Eram idólatras, desprezados e odiados pelos judeus. A essa classe pertencia a mulher que foi ao encontro de Jesus. Era pagã, sendo portanto excluída das vantagens especiais dos judeus. Residiam entre os fenícios muitos judeus, e a notícia da obra de Cristo penetrara nessa região. Alguns dentre o povo Lhe ouviram as palavras e testemunharam as maravilhosas obras que realizava. FD 47 3 Essa mulher ouvira falar do profeta que, dizia-se, curava toda espécie de doenças. Ao ser informada de Seu poder, nasceu-lhe a esperança no coração. Inspirada pelo amor materno, decidiu apresentar-Lhe o caso de sua filha. Tinha o firme desígnio de levar sua aflição a Jesus. Ele devia curar-lhe a filha. Ela buscara auxílio dos deuses pagãos, mas não obtivera melhoras. E por vezes era tentada a pensar: Que poderá fazer por mim esse Mestre judaico? Mas fora-lhe dito: Ele cura toda espécie de doenças, sejam ricos ou pobres os que Lhe vão pedir ajuda. Decidiu não perder sua única esperança. FD 47 4 Cristo conhecia a situação dessa mulher. Sabia que O anelava ver, e colocara-Se-lhe no caminho. Mitigando-lhe a dor, poderia dar viva representação do que pretendia ensinar. [...] O povo a quem se dera todo o ensejo de compreender a verdade, desconhecia as necessidades dos que os rodeavam. Esforço algum se fazia para ajudar as almas em trevas. O muro de separação, criado pelo orgulho judaico, impedia os próprios discípulos de se compadecerem do mundo pagão. Cumpria, porém, quebrar essas barreiras. FD 47 5 Cristo não atendeu imediatamente à súplica da mulher. [...] Mas embora Jesus não respondesse, a mulher não perdeu a fé. Passando Ele, como se a não ouvisse, seguiu-O, continuando em suas súplicas. [...] Com crescente ardor insistia a mulher em sua necessidade, inclinando-se aos pés de Cristo e clamando: "Senhor, socorre-me!" [...] O Salvador fica satisfeito. Provou-lhe a fé nEle. Por Seu trato com ela, mostrou que aquela que era tida como rejeitada de Israel, não mais é estranha, mas uma filha na família de Deus. Como filha, tem o privilégio de partilhar das dádivas do Pai. Cristo assegura-lhe então o que pede, e conclui a lição dada aos discípulos. Voltando-se para ela com olhar de compaixão e amor, diz: "Ó mulher!, grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas." E desde aquela hora a sua filha ficou sã. Não mais o demônio a perturbou. A mulher partiu reconhecendo o Salvador, e contente com a certeza do deferimento de sua petição. -- O Desejado de Todas as Nações, 399-402. A mãe de Tiago e João FD 48 0 Este capítulo é baseado em Marcos 10:35-41. FD 48 1 Tiago e João apresentaram, por intermédio de sua mãe, um pedido para que lhes fosse permitido ocupar a mais alta posição de honra no reino de Cristo. O Salvador, porém, respondeu: "Não sabeis o que pedis". Mateus 10:38. Quão pouco muitos de nós compreendemos da verdadeira importância de nossas orações! Jesus conhecia o infinito sacrifício pelo qual seria adquirida aquela glória quando, "pelo gozo que Lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta". Hebreus 12:2. Esse gozo era, por vez, pessoas salvas por Sua humilhação, Sua agonia e o derramamento de Seu sangue. -- Santificação, 56, 57. FD 48 2 Cristo não reprovou João e Tiago e sua mãe por terem feito esse pedido de sentarem-se à Sua direita e esquerda no Reino. Ao apresentar os princípios de amor que deveriam motivá-los em seu trato uns com os outros, Ele apresentou aos indignados discípulos a instrução que gostaria de vê-los praticando na vida diária. Deviam tomar Sua vida como exemplo, e seguir-Lhe os passos. FD 48 3 O apóstolo também apresenta essa questão perante nós em sua verdadeira luz, e diz: "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus O exaltou sobremaneira e Lhe deu o nome que está acima de todo nome. Filipenses 2:3-9. A viúva de Naim FD 48 4 Este capítulo é baseado em Lucas 7:11-15. FD 48 5 Jesus devolveu à viúva de Naim o seu único filho, que havia morrido. FD 48 6 Jesus conhece as preocupações íntimas de cada mãe. Aquele cuja mãe lutou com a pobreza e a privação, simpatiza com toda mãe em seus labores. Aquele que empreendeu uma longa viagem para aliviar o ansioso coração de uma cananéia, fará outro tanto pelas mães hoje em dia. Aquele que devolveu à viúva de Naim seu único filho, e que, em agonia na cruz Se lembrou de Sua própria mãe, comove-Se ainda hoje pela dor materna. Em todo pesar e em toda necessidade, dará conforto e auxílio. -- O Desejado de Todas as Nações, 512. FD 48 7 O Salvador ressuscitou mortos. Um destes foi o filho da viúva de Naim. Quando o cortejo fúnebre conduzia o corpo para o sepultamento, Jesus foi ao seu encontro. Tomou o jovem pela mão e fê-lo levantar-se, devolvendo o filho à sua mãe. Os que ali se achavam, voltaram para casa, gritando de alegria e louvando a Deus. -- Vida de Jesus, 79. As mulheres junto à cruz FD 49 0 Este capítulo é baseado em Lucas 23:27-31; Marcos 15:40-47. FD 49 1 Quando se julgou que Jesus desfalecia sob o peso da cruz, muitas mulheres, que, embora não cressem em Cristo, haviam sido tocadas de piedade por Seus sofrimentos, irromperam em lamentoso pranto. Quando Jesus Se reergue, contempla-as com terna compaixão. Sabia que não O estavam lamentando como um enviado de Deus, mas movidas por sentimentos de piedade humana. Olhou as mulheres que choravam e disse: "Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, mas chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos." FD 49 2 Jesus não lhes desprezou as lágrimas, porém a simpatia que haviam expressado tocou uma corda mais profunda de simpatia em Seu coração para com elas. Esqueceu-Se de Sua própria aflição ao contemplar o destino futuro de Jerusalém. Pouco tempo antes, o povo havia clamado: "Seu sangue caia sobre nós e nossos filhos." Quão cegamente haviam invocado a sentença que em breve se cumpriria! Muitas daquelas mulheres que estavam agora chorando por Jesus haveriam de perecer com seus filhos no cerco de Jerusalém. -- The Spirit of Prophecy 3:151. FD 49 3 As mulheres da Galiléia haviam permanecido com o discípulo João para ver que destino se daria ao corpo de Jesus, que lhes era muito precioso, embora sua fé nEle como o prometido Messias houvesse perecido junto com Ele. [...] As mulheres ficaram perplexas ao ver José e Nicodemos, ambos honrados e abastados membros do Conselho, ansiosos e interessados como elas próprias em relação a um condigno sepultamento do corpo de Jesus. -- The Spirit of Prophecy 3:174, 175. As mulheres junto à tumba de Jesus FD 49 4 Este capítulo é baseado em Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 19, 20. FD 49 5 Enquanto João estava aflito quanto ao sepultamento do Mestre, voltou ele com a ordem de Pilatos acerca do corpo de Cristo; e Nicodemos chegou trazendo uma custosa mistura de mirra e aloés [...] para Seu embalsamento. [...] Os discípulos surpreenderam-se de ver esses ricos príncipes tão interessados como eles próprios no sepultamento do Senhor. [...] FD 49 6 Delicada e reverentemente, [José e Nicodemos] removeram [...] do madeiro, com as próprias mãos, o corpo de Jesus. Corriam-lhes lágrimas de compaixão, ao contemplarem-Lhe o ferido e lacerado corpo. José possuía um sepulcro novo, talhado numa rocha. Reservava-o para si mesmo, mas ficava próximo do Calvário, e preparou-o então para Jesus. O corpo, com as especiarias trazidas por Nicodemos, foi cuidadosamente envolto num lençol de linho, e o Redentor levado à sepultura. Aí, os três discípulos [João, José, e Nicodemos] compuseram-Lhe os mutilados membros, e cruzaram-Lhe as mãos feridas sobre o inanimado peito. As mulheres galiléias foram ver se se fizera tudo quanto se podia fazer pelo corpo sem vida do amado Mestre. Viram então que fora rolada a pesada pedra para a entrada do sepulcro, e o Salvador deixado a repousar. As mulheres foram as últimas ao pé da cruz, e as últimas também a deixar o sepulcro. Enquanto baixavam as sombras da noite, Maria Madalena e as outras Marias demoravam-se ainda em torno do lugar em que descansava o Senhor, derramando lágrimas de dor pela sorte dAquele a quem amavam. "E, voltando elas, [...] no sábado repousaram, conforme o mandamento". Lucas 23:56. -- O Desejado de Todas as Nações, 773, 774. FD 50 1 "No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro". Mateus 28:1. Ao se aproximarem, viram que a grande pedra fora removida e que uma luz brilhava ao redor da tumba. O corpo de Jesus não estava lá, mas logo viram um anjo. -- Sermons and Talks, 281. FD 50 2 As mulheres que foram ao sepulcro, não partiram todas do mesmo lugar. Maria Madalena foi a primeira a chegar ao local; e ao ver que a pedra fora retirada, correu para anunciá-lo aos discípulos. Depois, chegaram as outras mulheres. Havia uma luz em volta do sepulcro, mas o corpo de Jesus não se achava ali. Enquanto andavam em torno, viram de repente não se encontrarem sós. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra. Tomara a forma humana, a fim de não atemorizar essas discípulas de Jesus. Todavia, brilhava-lhe ainda em torno a glória celestial, e as mulheres temeram. FD 50 3 Voltaram-se para fugir, mas as palavras do anjo lhes detiveram os passos. "Não tenhais medo", disse ele; "pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar em que o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dos mortos". Mateus 28:5-7. De novo olharam elas para o sepulcro, e tornaram a ouvir as maravilhosas novas. Outro anjo, em forma humana, ali está, e diz: "Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue na mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite". Lucas 24:5-7. -- O Desejado de Todas as Nações, 788, 789. FD 50 4 "Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, olhou para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. Então, eles lhe perguntaram: Mulher, porque choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram." FD 51 1 Sentindo que devia encontrar alguém que lhe dissesse o que havia sido feito com Jesus, Maria se afasta da presença dos anjos. Ao fazê-lo, outra voz se dirige a ela: "Mulher, por que choras?" Com os olhos turvados pelas lágrimas, Maria vê alguém que supõe ser o jardineiro. "Senhor", diz ela, "se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu O levarei." Disse-lhe Jesus: Maria! Ao ouvir a voz familiar, ela se volta para Ele. Sabe, agora, que não é um estranho quem lhe fala. Diante de seus olhos, vê o Salvador vivo. Salta na direção dEle, como para abraçar-Lhe os pés, dizendo: "Raboni". Mas o Salvador ergue a mão e diz: "Não Me toques, porque ainda não subi para Meu Pai, mas vai ter com os Meus irmãos e dize-lhes: Subo para Meu Pai e vosso Pai, para Meu Deus e vosso Deus". -- The Youth's Instructor, 21 de Julho de 1898. FD 51 2 "Ide", disseram os anjos às mulheres, "dizei a Seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis, como Ele vos disse". Mateus 28:7. [...] FD 51 3 [A mensagem foi repetida uma segunda vez:] "Dizei a Seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis". Marcos 16:7. Todos os discípulos haviam abandonado a Jesus, e o chamado para se encontrarem com Ele outra vez os inclui a todos. Ele não os rejeitou. Quando Maria Madalena lhes disse que vira o Senhor, repetiu o convite para o encontro na Galiléia. E pela terceira vez lhes foi enviada a mensagem. Depois de haver ascendido ao Pai, Jesus apareceu às outras mulheres, dizendo: "Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os Seus pés, e O adoraram. Então Jesus lhes disse: Não temais; ide dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia, e lá Me verão". Mateus 28:10. -- O Desejado de Todas as Nações, 793. FD 51 4 Mulheres que seguiram a Jesus FD 51 5 Ellen White não discorre sobre indivíduos que seguiram a Jesus de um lugar para outro durante Seu ministério. As seguintes citações, entretanto, nos informam sobre algumas das mulheres que O seguiram e Lhe apoiaram a obra com recursos materiais. FD 51 6 Sua mãe [de Tiago e João] era seguidora de Cristo e servira-O liberalmente com seus meios. -- O Desejado de Todas as Nações, 548. FD 51 7 O registro declara "que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens. Lucas 8:1-3. Cristo e também Seus discípulos trabalhavam nas cidades e vilas; e aqueles que estavam na verdade por mais tempo do que os novos conversos serviam-nO com seus recursos. -- The Review and Herald, 3 de Fevereiro de 1891. FD 52 1 Entre os crentes aos quais foi dada a comissão, havia muitos das categorias mais humildes -- homens e mulheres que haviam aprendido a amar seu Senhor, e que tinham resolvido seguir Seu exemplo de serviço abnegado. A esses humildes, de talento limitado, assim como aos discípulos que tinham estado com o Salvador durante os anos de Seu ministério terrestre, foi dada a comissão: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura". Marcos 16:15; Liderança Cristã, 339. Esses humildes seguidores de Jesus partilhavam com os apóstolos a confortadora certeza: "Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século". -- The Review and Herald, 24 de Março de 1910. FD 52 2 As mulheres que tinham sido humildes seguidoras de Cristo enquanto Ele vivia, não O quiseram deixar, antes que O vissem deixado no túmulo, e uma pedra de grande peso colocada à entrada, para que não acontecesse que os inimigos procurassem obter Seu corpo. Mas não necessitavam ter medo; pois vi que o exército angelical vigiava com extraordinário interesse o lugar de descanso de Jesus, esperando com ardor a ordem para desempenharem sua parte no libertar da prisão o Rei da glória. -- Primeiros Escritos, 180, 181. FD 52 3 Maria, então, apressou-se ao encontro dos discípulos e lhes informou que Jesus não mais estava no sepulcro onde O haviam colocado. Enquanto fazia isso, as outras mulheres, que a aguardavam junto ao sepulcro, examinaram mais atentamente o interior para certificarem-se de que seu Senhor Se havia ido. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra (O Desejado de Todas as Nações, 788), e que agora assumia a forma humana para não aterrorizar as mulheres que haviam sido amigas de Cristo, e O serviram em Seu ministério público. Mas, a despeito de ter-se velado o resplendor do anjo, as mulheres ficaram muito impressionadas e atemorizadas diante da glória do Senhor, que o rodeava. Voltaram-se para fugir do sepulcro, mas o mensageiro celestial dirigiu-se a elas com palavras brandas e confortadoras: "Não temais: porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde Ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos Seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis. É como vos digo!" Mateus 28:5-7. Dorcas FD 52 4 Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 9:36-42. FD 52 5 Dorcas era uma mulher muito amada, que havia sempre feito o bem e ajudado os outros, especialmente os pobres. Quando morreu, os crentes mandaram chamar Pedro, que se encontrava perto, em Lida. FD 52 6 Em Jope, havia uma certa Dorcas, cujos hábeis dedos eram mais ativos que sua língua. Ela sabia quem necessitava de roupas confortáveis e quem necessitava de simpatia, e liberalmente ministrava às necessidades de ambas as classes. E quando Dorcas morreu, a igreja em Jope sentiu sua perda. Não admira que tenham chorado e lamentado, e que lágrimas ardentes hajam caído sobre o seu corpo inanimado. Ela era de tão grande valor que pelo poder de Deus foi trazida de volta da terra do inimigo, a fim de que sua habilidade e energia pudessem ser ainda uma bênção para outros. -- Testimonies for the Church 5:304. FD 53 1 "Aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu". Atos dos Apóstolos 9:37. A igreja de Jope sentiu a sua perda; e, ouvindo que Pedro estava em Lida, os crentes lhe enviaram mensageiros "rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas". Atos dos Apóstolos 9:38, 39. Em vista da vida de serviços que Dorcas vivera, não admira que chorassem. [...] FD 53 2 O coração do apóstolo foi tocado de simpatia ao contemplar-lhes a tristeza. Então, determinando que os amigos em pranto se retirassem do quarto, ajoelhou-se e orou fervorosamente a Deus, para que restabelecesse Dorcas à vida e à saúde. Voltando-se para o corpo, disse: "Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e vendo a Pedro, assentou-se". Atos dos Apóstolos 9:40. Dorcas fora de grande utilidade à igreja, e Deus quis trazê-la da terra do inimigo. -- Atos dos Apóstolos, 131, 132. Lídia FD 53 3 Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 16:14, 15, 40. FD 53 4 Lídia era mercadora de Tiatira e vendia custosos tecidos de púrpura. Também era adoradora de Deus e ofereceu hospitalidade aos discípulos. FD 53 5 Chegara o tempo em que o evangelho devia ser pregado além dos confins da Ásia Menor. [...] O chamado era imperativo, não admitindo demora. [...] [Declara Lucas:] "Fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia, e no dia seguinte para Nápoles. E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia". Atos dos Apóstolos 16:11, 12. FD 53 6 "E no dia de sábado", continua Lucas, "saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram. E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração." Lídia recebeu a verdade alegremente. Ela e os de sua casa foram convertidos e batizados, e ela insistiu com os apóstolos para que fizessem de sua casa o seu lar. -- Atos dos Apóstolos, 211, 212. FD 53 7 O Espírito de Deus pode unicamente iluminar o entendimento daqueles que estão dispostos a ser iluminados. Lemos que Deus abriu os ouvidos de Lídia, de modo que ela atentou para a mensagem proferida por Paulo. Declarar todo o desígnio de Deus e tudo o que era essencial que Lídia recebesse -- essa era a parte que competia a Paulo desempenhar em sua conversão; e então o Deus de toda a graça exerceu o Seu poder, conduzindo a pessoa no rumo certo. Deus e o instrumento humano cooperaram, e a obra teve pleno êxito. -- Refletindo a Cristo, 335. FD 54 1 Agindo segundo as instruções dadas por Cristo, os apóstolos não insistiram em permanecer onde sua presença não era desejada. "E, saindo da prisão, entraram em casa de Lídia, e, vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram". Atos dos Apóstolos 16:40. -- Atos dos Apóstolos, 218. Priscila FD 54 2 Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 18-28. FD 54 3 Priscila e seu esposo, Áquila, eram fabricantes de tendas. Ensinavam fielmente os outros acerca de Jesus Cristo. Paulo, sendo também fabricante de tendas, trabalhou junto com eles, ensinando-lhes mais acerca de Cristo. FD 54 4 A inveja e a ira dos judeus contra os cristãos [em Roma] não conheciam limites, e os residentes incrédulos eram constantemente instigados. Queixavam-se de que os judeus cristãos eram desordeiros e perigosos para o bem público. Apresentavam constantemente pretextos que incitassem contendas. Isso levou os cristãos a serem banidos de Roma. -- The Review and Herald, 6 de Março de 1900. FD 54 5 Logo após sua chegada a Corinto, Paulo encontrou "um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher". Esses eram "do mesmo ofício" que ele. Banidos pelo decreto de Cláudio, que ordenara que todos os judeus deixassem Roma, Áquila e Priscila tinham vindo para Corinto, onde estabeleceram um negócio como fabricantes de tendas. Paulo fez uma pesquisa com respeito a eles, e ciente de que temiam a Deus e estavam procurando evitar as contaminadoras influências de que estavam cercados, "ficou com eles, e trabalhava [...] e todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos". Atos dos Apóstolos 18:2-4. -- Atos dos Apóstolos, 349, 350. FD 54 6 O apóstolo Paulo era um competente ministro do evangelho, e mesmo assim trabalhava com as próprias mãos, realizando a humilde tarefa de fabricar tendas. Ao trabalhar manualmente, não enfraquecia a obra de comunicar a Áquila e Priscila a grande verdade do evangelho de Cristo. Esses dois homens e Priscila trabalhavam com as mãos, e as técnicas que Paulo aplicava na fabricação de tendas eram engenhosas. Ele também introduziu novos métodos ao trabalhar em favor das pessoas, pregando o evangelho de Jesus Cristo. Muitos foram levados ao conhecimento da verdade enquanto observavam o fiel trabalhador fazendo tendas para manter-se, a fim de não depender de ninguém quanto ao alimento e vestuário. Enquanto assim laborava, mostrou-se habilidoso, não remisso no zelo, fervoroso de espírito, "servindo ao Senhor." E, ao pregar a Palavra, não era menos fervoroso e eloqüente, por causa de seu tato comercial. -- Manuscript Releases 19:25. FD 55 1 Por que ligava Paulo dessa forma o trabalho manual à pregação do evangelho? Não era o operário digno do seu salário? Por que não empregava todo o seu tempo na pregação? Por que perder tempo e forças na fabricação de tendas? Mas Paulo não considerava o tempo gasto na fabricação de tendas como perdido, absolutamente. Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contato com o grande Mestre. Dava a Áquila a instrução necessária nas coisas espirituais e também ensinou os crentes a serem unidos. Enquanto trabalhava em seu ofício, dava um exemplo de diligência e meticulosidade. Era diligente no trabalho, não remisso no zelo, fervoroso de espírito, servindo ao Senhor. Ele, Áquila e Priscila realizaram mais de uma reunião de oração e louvor com os que a eles se associavam na fabricação de tendas. Esse era um testemunho quanto ao valor da verdade que apresentavam. -- Atlantic Union Gleaner, 16 de Junho de 1909. FD 55 2 Áquila e Priscila não foram chamados a dar todo o seu tempo ao ministério evangélico; todavia esses humildes obreiros foram usados por Deus para mostrar a Apolo mais perfeitamente o caminho da verdade. O Senhor emprega vários instrumentos para a realização de Seu propósito; e enquanto alguns com talentos especiais são escolhidos para devotar todas as suas energias à tarefa de ensinar e pregar o evangelho, muitos outros, sobre quem mãos humanas nunca foram postas em ordenação, são chamados a desempenhar importante parte na obra da salvação. -- Atos dos Apóstolos, 355. FD 55 3 Depois de deixar Corinto, o próximo ponto de trabalho de Paulo foi Éfeso. Ele estava a caminho de Jerusalém, a fim de assistir a uma festividade que se aproximava; e sua permanência em Éfeso foi necessariamente breve. Disputou com os judeus na sinagoga, e tão favorável foi a impressão exercida sobre eles que insistiram para que continuasse seu trabalho entre eles. Seu plano de visitar Jerusalém impediu-o então de demorar-se, mas prometeu que voltaria para eles, "se Deus quiser". Atos dos Apóstolos 18:21. Áquila e Priscila haviam-no acompanhado a Éfeso, e ele os deixou ali para que continuassem a obra que ele havia começado. -- Atos dos Apóstolos, 269. Ana, a profetisa FD 55 4 O Espírito de Profecia estava sobre este homem de Deus [Simeão], e enquanto José e Maria ali permaneciam, admirando-se de suas palavras, ele os abençoou, e disse a Maria: "Eis que Este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado; (e uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações". Lucas 2:35, 36. FD 56 1 Também Ana, uma profetisa, entrou e confirmou o testemunho de Simeão a respeito de Cristo. Ao falar Simeão, seu rosto iluminou-se com a glória de Deus, e ela derramou suas sinceras ações de graças por lhe haver sido permitido contemplar o Cristo do Senhor. -- O Desejado de Todas as Nações, 55. A esposa de Pilatos FD 56 2 O aspecto de Cristo produziu favorável impressão em Pilatos. Foi despertado o lado melhor de sua natureza. Ouvira falar de Jesus e Suas obras. Sua esposa contara-lhe alguma coisa dos maravilhosos feitos realizados pelo Profeta galileu, que curara os doentes e ressuscitara os mortos. Agora, como se fora um sonho, isso se reavivou na memória de Pilatos. Recordou boatos que ouvira de várias fontes. Decidiu indagar dos judeus quais suas acusações contra o Preso. -- O Desejado de Todas as Nações, 724. FD 56 3 Pilatos, desde o princípio, convenceu-se de que Ele não era um homem comum, mas de excelente caráter. Creu que Ele era inteiramente inocente. Os anjos que testemunhavam toda a cena notaram as convicções de Pilatos, e registraram sua simpatia e compaixão por Jesus; e, para livrá-lo de envolver-se no tremendo ato de entregar Jesus para ser crucificado, foi enviado um anjo à esposa de Pilatos para informá-la, através de um sonho, que era no julgamento do Filho de Deus que Pilatos estava envolvido, e que Ele era um inocente sofredor. Ela, de imediato, mandou avisar a Pilatos que havia sofrido muitas coisas em sonho por causa de Jesus, e o advertiu a não fazer nada contra aquele homem santo. O mensageiro que trazia a comunicação abriu apressadamente caminho entre a multidão e a entregou a Pilatos. Ao lê-la, ficou trêmulo e pálido. Imediatamente pensou em não envolver-se com a questão; se quisessem o sangue de Jesus, ele não lhes emprestaria sua influência, mas se esforçaria por libertá-Lo. [...] Se Pilatos tivesse seguido sua convicção, não teria tido participação nenhuma na condenação de Jesus. -- Spiritual Gifts 1:54-56.* ------------------------Capítulo 4 -- A importância do estudo da Bíblia e da oração FD 57 1 Todos os que desejem ser obreiros eficientes devem dedicar muito tempo à oração. A comunicação entre Deus e a alma tem de manter-se livre, a fim de os obreiros poderem reconhecer a voz de seu Comandante. A Bíblia deve ser diligentemente estudada. A verdade de Deus, como ouro, não se acha sempre à superfície; pode ser obtida unicamente mediante atenta meditação e estudo. Este estudo, não somente enriquecerá o espírito com os mais valiosos conhecimentos, como fortalecerá e ampliará a capacidade mental, proporcionando real apreciação das coisas eternas. Sejam os divinos preceitos introduzidos na vida diária; seja a vida modelada segundo a grande norma de Deus quanto à justiça, e todo o caráter será fortalecido e enobrecido. -- Obreiros Evangélicos, 76. Estudar a palavra FD 57 2 O grande livro de estudo -- A Palavra de Deus é o grande guia para os alunos de nossas escolas. A Bíblia ensina a inteira vontade de Deus para com os filhos e filhas de Adão. É a regra de vida, ensinando-nos algo sobre o caráter que precisamos formar para a futura vida imortal. Nossa fé, nossa prática, pode tornar-nos cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens. Os homens não necessitam da pálida luz de tradições e costumes para tornar compreensíveis as Escrituras. Isto é exatamente tão sensato como supor que o Sol, brilhando nos céus ao meio-dia, precisasse da bruxuleante candeia da Terra para aumentar-lhe o brilho. As fábulas ou as declarações de sacerdotes e pastores não são necessárias para salvar do erro os alunos. Consultai o Oráculo divino, e tereis luz. Na Bíblia, todo dever é esclarecido, toda lição é compreensível, capaz de preparar os homens para a vida eterna. FD 57 3 O dom de Cristo e a iluminação do Espírito Santo nos revelam o Pai e o Filho. A Palavra é exatamente adequada para tornar homens, mulheres e jovens sábios para a salvação. Na Palavra é claramente revelada a ciência da salvação. "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra". 2 Timóteo 3:16, 17. "Examinais as Escrituras" (João 5:39), pois ali está o conselho de Deus, a voz de Deus falando à alma. -- Fundamentos da Educação Cristã, 390, 391. FD 58 1 Todos devem atingir elevado padrão de excelência -- A Bíblia deve ser um livro para estudos. As preciosas pérolas da verdade não jazem na superfície, para serem encontradas por um leitor descuidado, desinteressado. Cristo sabia o que era melhor para nós, em qualquer idade, quando ordenou: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim." Jesus, o maior mestre que o mundo conheceu, deseja que homens, mulheres, crianças e jovens alcancem o mais elevado padrão de excelência de caráter. Deseja que cheguem a um pleno desenvolvimento mental, moral e físico. -- The Review and Herald, 9 de Novembro de 1886. FD 58 2 Atentar para o que e como ouvimos -- Precisamos examinar, de tempos em tempos, conjuntamente, as razões de nossa fé. É essencial que estudemos cuidadosamente as verdades da Palavra de Deus; pois lemos que "alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios". 1 Timóteo 4:1. Estamos em grave perigo quando consideramos levianamente qualquer verdade; pois então a mente se abre para o erro. Devemos atentar para como e o que ouvimos. Não precisamos buscar entender os argumentos que os homens apresentam em apoio às suas teorias, quando se pode perceber facilmente que essas teorias não estão em harmonia com as Escrituras. Alguns que pensam possuir conhecimento científico, estão, por meio de suas interpretações, apresentando idéias errôneas tanto da ciência como da Bíblia. Deixemos que a Bíblia resolva cada questão essencial à salvação do homem. -- Medicina e Salvação, 96, 97. FD 58 3 Importante aconselhar-se com o melhor amigo Jesus -- Tome tempo para estudar a Bíblia, o Livro dos livros. Nunca houve um tempo em que foi tão importante que os seguidores de Cristo estudassem a Bíblia como agora. Influências enganosas estão por todos os lados, e é essencial que você se aconselhe com Jesus, seu melhor amigo. O viajante pode encontrar o caminho da vida mediante a fé e obediência, mediante o permanecer à luz da justiça de Cristo. Mas como entender o que significam esses termos, se não compreendemos a Bíblia? Na Palavra de Deus, o dever é tornado claro, e tudo o que se relaciona com a vida religiosa é apresentado de maneira definida. Todo o plano da salvação é delineado, e apontados os auxílios para a alma. A forma como o crente pode ser completo em Cristo é desdobrada. -- The Youth's Instructor, 18 de Maio de 1893. FD 58 4 Cultivar o gosto pela Bíblia -- A menos que se use a mente, ela cessará de expandir-se; a menos que se cultive o gosto para amar a Bíblia, ele deixará de apreciar as verdades da Palavra de Deus. O estudante só pode ver a profundidade daquilo que explora, e não aprecia o que jaz além da esfera de seus estreitos limites. Sua própria ignorância, porém, o tornará presunçoso, loquaz e jactancioso. FD 59 1 Que posso dizer a vocês, rapazes e moças, para despertar-lhes o vigor em seus esforços por superar obstáculos? O esforço mental se tornará mais fácil e satisfatório ao se empenharem na tarefa de compreender as coisas profundas de Deus. Cada um deve decidir que não será um estudante de segunda classe, que não permitirá que outros pensem em seu lugar. Deveria dizer: "Aquilo que outros conseguiram em conhecimentos e na Palavra de Deus, hei de eu alcançar mediante diligentes esforços". Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 499. Podemos conjugar as melhores energias da mente, e no senso de nossa responsabilidade para com Deus, podemos fazer o melhor possível, e não deixaremos de avançar e vencer as dificuldades. FD 59 2 Não nos sentemos em indolente comodismo, sem fazer nenhum esforço especial para realizar nossa obra. Façamos a escolha em alguma parte da grande vinha do Mestre e realizemos uma obra que exija exercício de tato e talento. Nossa Alta Vocação, 280. Tanto quanto possível, andemos na companhia dos que são intelectuais, que são capazes de detectar erros em nós e de colocar-nos em guarda contra a indolência, arrogância e o trabalho superficial. Um fanfarrão será reconhecido e tido na conta daquilo que vale, e nada mais. -- The Review and Herald, 20 de Maio de 1890. FD 59 3 O estudo da Bíblia desenvolve o intelecto -- "Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade". João 17:17. A Palavra de Deus deve tornar-se o grande poder educador. Como os estudantes conhecerão a verdade, a não ser por atento, diligente e perseverante estudo da Palavra? Eis aqui o grande estímulo, a força oculta que aviva as faculdades mentais e físicas, dirigindo a vida na direção certa. Na Palavra há sabedoria, poesia, história, biografia e a mais profunda filosofia. Eis aqui um estudo que estimula a mente para uma vigorosa vida salutar, despertando-a para a atividade mais elevada. É impossível estudar a Bíblia com espírito humilde e dócil, sem desenvolver e fortalecer o intelecto. Os que melhor se acham familiarizados com a sabedoria e o propósito de Deus da maneira como foram revelados em Sua Palavra, tornam-se homens e mulheres de vigor mental; e podem tornar-se obreiros eficientes com o grande Educador, Jesus Cristo. -- Fundamentos da Educação Cristã, 432. FD 59 4 Bíblia, o maior de todos os educadores -- O único livro indispensável ao estudo de todos é a Bíblia. Estudada com reverência e piedoso temor, é ela o maior de todos os educadores. Nenhum sofisma existe nela. Suas páginas estão cheias da verdade. Desejamos obter um conhecimento de Deus e de Cristo, a quem Ele enviou ao mundo para viver e morrer pelos pecadores? Um zeloso e diligente estudo da Bíblia é necessário para conseguir esse conhecimento. -- Conselhos Sobre Saúde, 369. FD 60 1 Mulheres devem desenvolver a mente -- Mulheres que professam piedade geralmente deixam de educar a mente. Deixam-na sem controle, que vá aonde lhe apraz. É esse um grande erro. Muitas parecem não ter nenhum poder mental. Não educaram a mente a pensar; e por não terem feito isso, supõem não poder fazê-lo. São necessárias meditação e oração para crescer na graça. -- Testimonies for the Church 2:187. FD 60 2 Tornar a mente um depósito da verdade -- Que desculpa temos, irmãs, para não devotar todo o tempo possível à pesquisa das Escrituras, tornando a mente um depósito de preciosidades a fim de apresentá-las aos que não se acham interessados na verdade? Será que nossas irmãs se erguerão à altura da emergência? Trabalharão elas pelo Mestre? -- Testimonies for the Church 6:118. FD 60 3 Organizar uma sociedade bíblica para leitura e estudo -- Se os jovens, e homens e mulheres adultos, organizassem uma sociedade na qual a leitura e o estudo da Bíblia se tornassem o tema preeminente, pesquisando as profecias e nelas se demorando, e estudando as lições de Cristo, haveria força na sociedade. Não há livro a partir de cujo manuseio a mente se eleve, fortaleça e expanda tanto como a Bíblia. E nada há que dote todas as nossas faculdades de tanto vigor renovado como o colocá-las em contato com as estupendas verdades da Palavra de Deus, pondo a mente para compreender e medir essas verdades. -- Manuscript Releases 2:244. FD 60 4 O estudo regular descerra novas verdades -- O mestre da verdade deve avançar em conhecimento, crescendo na graça e na experiência cristã, cultivando hábitos e práticas que honrem a Deus e Sua Palavra. Deve mostrar a outros como fazer uma aplicação prática da Palavra. Todo avanço que fizermos em capacidade santificada, em estudos variados, nos ajudará a entender a Palavra de Deus, e o estudo das Escrituras nos ajudará no estudo de outros ramos essenciais na educação. FD 60 5 Depois do primeiro contato com a Bíblia, o interesse do sincero inquiridor cresce rapidamente. A disciplina obtida por um estudo regular da Palavra de Deus capacita-o a ver o frescor e a beleza da verdade, que ele nunca antes havia discernido. A referência a textos, no falar, torna-se natural e fácil para um estudioso da Bíblia. -- The Review and Herald, 20 de Abril de 1897. Oração FD 60 6 Oração diária, essencial ao crescimento -- Se quisermos desenvolver um caráter que Deus possa aceitar, precisamos formar hábitos corretos em nossa vida religiosa. A oração diária é tão essencial ao crescimento na graça, e mesmo à própria vida espiritual, como o alimento temporal ao bem-estar físico. Devemos acostumar-nos a elevar muitas vezes os pensamentos a Deus em oração. Se a mente vagueia, devemos fazê-la retornar; mediante perseverante esforço, o hábito finalmente fará que isso seja fácil. Não podemos, por um momento, separar-nos de Cristo com segurança. Podemos contar com Sua presença para nos assistir a cada passo, mas somente observando nós as condições que Ele mesmo estabeleceu. -- Santificação, 93. FD 61 1 Obter vitória sobre o eu mediante a oração -- O Senhor necessita de homens e mulheres que levem consigo para a vida diária a luz de um piedoso exemplo; homens e mulheres cujas palavras e ações mostrem que Cristo habita no coração, ensinando, conduzindo e guiando. Ele necessita de homens e mulheres de oração, que, ao lutarem a sós com Deus, obtêm a vitória sobre o eu, e então saem para partilhar com outros aquilo que receberam da Fonte do poder. Deus aceita aqueles que crucificam o eu, e os torna vasos de honra. São, nas mãos dEle, como o barro nas mãos do oleiro, e Deus opera Sua vontade por intermédio deles. Tais homens e mulheres recebem poder espiritual. Cristo vive neles, e o poder do Seu Espírito lhes assiste os esforços. Entendem que devem viver neste mundo a vida que Jesus viveu -- uma vida isenta de todo egoísmo; e Ele os capacita a dar a Seu respeito um testemunho que atrai pessoas à cruz do Calvário. -- The Signs of the Times, 9 de Abril de 1902. FD 61 2 A oração refrigera a alma -- Há na Palavra de Deus ricas promessas para nós. O plano da salvação é amplo. Não é mesquinha, limitada, a providência que foi tomada em nosso favor. Não somos obrigados a confiar na evidência que tivemos um ano ou um mês atrás, mas podemos hoje ter a certeza de que Jesus vive e está fazendo intercessão por nós. Liderança Cristã, 80. Não podemos fazer o bem aos que nos rodeiam enquanto nossa própria alma está destituída de vida espiritual. Nossos ministros não lutam a noite inteira em oração, assim como faziam muitos piedosos ministros antes de nós. Sentam-se, encurvados sobre mesas, escrevendo lições, ou preparando artigos para serem lidos por milhares; arranjam fatos de molde a convencer a mente com respeito à doutrina. Todas essas coisas são essenciais; mas quanto pode Deus fazer por nós, enviando luz e poder convincente aos corações, em resposta à oração da fé! Os assentos vazios nas nossas reuniões de oração dão testemunho de que os cristãos não se dão conta das reivindicações de Deus a seu respeito; não percebem seu dever de tornar essas reuniões interessantes e bem-sucedidas. Cumprem uma rotina monótona, cansativa, e voltam para casa sem o refrigério e a bênção. -- The Review and Herald, 22 de Abril de 1884. FD 61 3 Necessária a comunhão com Deus -- Várias vezes, cada dia, preciosos e áureos momentos devem ser dedicados à oração e ao estudo das Escrituras, nem que seja para guardar na memória um texto só, a fim de que a vida espiritual seja estimulada. Os variados interesses da causa fornecem-nos alimento para reflexão, e uma inspiração para nossas orações. A comunhão com Deus é altamente essencial para a saúde espiritual; e somente através dela pode ser obtida aquela sabedoria e correto discernimento tão necessários à realização de todo dever. -- Testimonies for the Church 4:459. FD 62 1 Não negligenciar a oração -- Alguns, temendo sofrer perda de tesouros terrenos, negligenciam a oração e o reunir-se para a adoração de Deus, para que tenham mais tempo para dedicar a suas lavouras ou seus negócios. Mostram, por suas obras, a que mundo eles dão maior valor. Sacrificam privilégios religiosos, que são essenciais para seu crescimento espiritual, pelas coisas desta vida, e deixam de obter o conhecimento da vontade divina. Não aperfeiçoam um caráter cristão, e não alcançam a medida de Deus. Põem em primeiro lugar seus interesses temporais, mundanos, e roubam a Deus o tempo que deveriam dedicar ao Seu serviço. Essas pessoas Deus assinala, e receberão maldição, em vez de bênção. -- Testimonies for the Church 2:654. FD 62 2 Todos os que buscam a Jesus O encontram -- Não há tempo para orar? Não há tempo para dizer ao Senhor: "Precisas manter-me pelo Teu poder"? Deixar o Senhor fora da vista não diminuirá os cuidados, mas os multiplicará. Um espírito cristão é tão essencial nas atividades seculares como o é ter o Espírito de Deus no lugar onde se costuma fazer oração. Aquilo de que todos nós necessitamos é buscar ao Senhor, e a graça do cristão se evidenciará. Todos os que O buscam reconhecem que Jesus é um socorro muito presente em todo tempo de necessidade. -- Manuscript Releases 21:358. FD 62 3 Ser vencedor por intermédio de Jesus -- Não leve suas tristezas e dificuldades ao ser humano. Apresente-se Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais. Ele sabe exatamente como ajudá-lo. Não se volva do amorável e compassivo Redentor aos amigos humanos que, embora lhe dêem o melhor que possuam, podem conduzi-lo a caminhos errados. Leve todas as suas perplexidades a Jesus. Ele o receberá, fortalecerá e confortará. Ele é o grande Médico que cura todos os males. Seu magnânimo coração de infinita bondade anela por você. Ele lhe envia a mensagem de que você pode se recuperar dos ardis do inimigo. Pode conquistar novamente o respeito próprio. Medicina e Salvação, 43. Pode se colocar na posição em que se considere, não um fracasso, mas um vencedor, na enobrecedora influência do Espírito de Deus, e por meio dela. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 489. FD 62 4 A oração é vida -- Orar três vezes ao dia é tão apropriado, tão fundamental para nós como o era para Daniel. A oração é vida, o alicerce do crescimento espiritual. No lar, perante a família, e perante as outras pessoas, devemos testificar dessa verdade. E quando tivermos ocasião de encontrar os irmãos na igreja, falemos sobre a necessidade de manter aberto o canal de comunicação entre Deus e a mente. Digamos que, se tiverem ânimo e voz para orar, Deus dará resposta às suas orações. Que ninguém negligencie seus deveres religiosos. Exortemos os irmãos a orar. Precisamos buscar se quisermos achar, precisamos pedir se quisermos receber, e precisamos bater se quisermos que a porta se abra. -- Refletindo a Cristo, 199. ------------------------Capítulo 5 -- Mulheres como professoras FD 64 1 A maior parte dos conselhos de Ellen White acerca de professores é geral; ela fala tanto de homens como de mulheres bem habilitados a ensinar nossos jovens. Citamos as declarações seguintes, que se aplicam igualmente a ambos os gêneros. FD 64 2 Necessita-se de professores capacitados -- Insisto muito nisso porque são necessários professores preparados, e homens e mulheres devem se aprimorar no lar e na escola para realizar uma obra ministerial da qual não se envergonhem. Um número grande demais de famílias, hoje, deixa passar sem correção a indulgência própria e a desobediência, ou então se manifesta um espírito despótico, autoritário, que cria os piores males na disposição das crianças. Às vezes, os pais as corrigem de modo tão irrefletido, que a vida delas se torna uma desgraça, e perdem todo respeito por pai, mãe, irmãos e irmãs. A mente das crianças, cordeiros do rebanho, propriedade de Deus, é assim preparada para que Satanás sobre ela imponha sua vontade. -- Manuscript Releases 13:95. FD 64 3 Professores devem estudar a Palavra de Deus -- Preparar os jovens para se tornarem fiéis soldados do Senhor Jesus Cristo é a obra mais nobre que já foi dada ao homem. Unicamente homens e mulheres devotados e consagrados, que amam as crianças e podem nelas ver almas a serem salvas para o Mestre, devem ser escolhidos como professores de nossas escolas. Professores que estudam a Palavra de Deus como deve ser estudada saberão algo do valor das almas sob o seu cuidado, e deles receberão as crianças uma verdadeira educação cristã. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 166. FD 64 4 Experiência necessária na obediência ao Senhor -- Todos quantos ensinam em nossas escolas devem estar em íntima comunhão com Deus, e ter profundo conhecimento de Sua Palavra, a fim de porem sabedoria e conhecimentos divinos na obra de educar a juventude para utilidade nesta vida e para a outra, futura e imortal. Precisam ser homens e mulheres que não somente possuem certo conhecimento da verdade, mas que são observadores da Palavra de Deus. "Está escrito", eis o que devem exprimir por palavras e obras. Por sua própria maneira de viver devem ensinar simplicidade e correção de hábitos em tudo. Nenhum homem ou mulher deve estar ligado a nossas escolas como educador, a não ser que tenha demonstrado obediência ao preceito do Senhor. -- Testimonies for the Church 6:153. FD 65 1 Jovens mulheres devem aprender a ensinar outros -- Precisamos de [pessoas] abnegadas, dedicadas, para atuar como educadoras. Rapazes e moças devem ser trazidos às nossas escolas para receber educação, a fim de aprenderem como ensinar os outros a entender a Palavra do Senhor. Necessitamos de obreiros ministeriais em cada escola, para educar as crianças e os jovens em harmonia com a Bíblia, e o pastor tem trabalho a fazer, tanto pelos professores como pelos alunos. Nossas escolas devem ser mais como as escolas dos profetas. Conclamamos os professores e todos os que se acham ligados à escola para que envidem abnegados esforços. Conclamamos nossas irmãs para que trabalhem de modo inteligente, dedicado e interessado, com o fim de tornar a escola um sucesso. Que nossas igrejas ajudem. Deus abençoará a todos os que com Ele colaboram. -- Manuscript Releases 6:400. FD 65 2 Mulheres habilitadas para ocupar qualquer cargo -- É desígnio do Senhor que a escola [Avondale] seja também um lugar em que se proveja preparo nos trabalhos femininos -- cozinha, cuidado da casa, costura, escrituração comercial, leitura correta e pronúncia. As alunas devem estar habilitadas a ocupar qualquer cargo que lhes seja oferecido -- superintendentes, professoras de Escola Sabatina, instrutoras bíblicas. Devem estar preparadas para ser professoras na escola da igreja. -- Evangelismo, 475. FD 65 3 Qualificações pessoais do professor -- Os princípios e hábitos do professor devem ser considerados de maior importância do que mesmo suas habilitações literárias. Se o professor é cristão sincero, ele sentirá a necessidade de ter interesse igual na educação física, mental, moral e espiritual de seus alunos. A fim de exercer a influência devida deve ele ter perfeito controle sobre si mesmo e ter o coração ricamente impregnado de amor aos alunos, o que se verá em seu olhar, suas palavras e atos. Deve ter firmeza de caráter; então poderá moldar a mente dos alunos, assim como instruí-los nas ciências. FD 65 4 A educação básica da juventude geralmente lhes molda o caráter para toda a vida. Os que lidam com os jovens devem ter muito cuidado para evocar as qualidades mentais, a fim de que melhor saibam como dirigir-lhes as faculdades, de modo que sejam exercidas para seu maior bem. -- Mente, Caráter e Personalidade 1:189. FD 65 5 O que o professor deve ser -- Na escolha de um professor para as crianças deve-se exercer grande cuidado. Professores de escolas de igreja devem ser homens e mulheres que tenham uma humilde apreciação de si mesmos e que não estejam cheios de vã opinião a respeito de si próprios. Devem ser fiéis obreiros, possuídos do verdadeiro espírito missionário, obreiros que tenham aprendido a depositar em Deus sua confiança e a trabalhar em Seu nome. Devem possuir os atributos do caráter de Cristo -- paciência, bondade, misericórdia e amor; e devem introduzir na experiência diária a justiça e paz do Salvador. Então, exercendo no trabalho uma influência que é qual perfume, darão prova do que a graça pode fazer mediante agentes humanos que confiam em Deus. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 150, 151. Todos os que ensinam devem ter íntima ligação com Deus FD 66 1 Professores têm a posição de maior responsabilidade -- Os professores têm a fazer por seus alunos mais que lhes comunicar conhecimento tirado de livros. Sua posição como guias e instrutores da juventude é por demais cheia de responsabilidade, pois é-lhes dada a obra de moldar o espírito e o caráter. Os que empreendem essa obra devem possuir caráter bem equilibrado, simétrico. Devem ter maneiras finas, ser corretos no vestuário e cuidadosos em todos os hábitos; e devem possuir aquela cortesia cristã que conquista a confiança e o respeito. O professor deve ser aquilo que deseja que seu aluno se torne. FD 66 2 Os mestres devem cuidar de seus discípulos como o pastor cuida do rebanho que lhe foi confiado. Devem protegê-los como quem por eles tem de dar contas. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 65. FD 66 3 Lutar para alcançar a mais elevada norma possível -- Conhecer a nós mesmos é grande ciência. O mestre que se aprecia devidamente deixará que Deus lhe molde e discipline a mente. E reconhecerá a origem de sua força. O conhecimento de si mesmo leva à humildade e à confiança em Deus; não toma, porém, o lugar dos esforços para o aperfeiçoamento próprio. Aquele que compreende as próprias deficiências, não se poupará a sofrimentos para alcançar a mais alta norma possível na excelência física, mental e moral. No preparo da juventude, não deve ter parte pessoa alguma que se satisfaça com uma norma baixa. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 67. As escolas devem refletir a ordem do céu FD 66 4 Os professores devem conversar e orar com os alunos -- Nossos professores devem ser homens e mulheres convertidos, que saibam o que significa lutar com Deus e não descansem até que o coração das crianças esteja preparado para amar, louvar e glorificar a Deus. Quem deseja, em nossas Escolas Sabatinas, ser fervoroso obreiro em favor das pessoas? Quem tomará à parte os nossos jovens, falando e orando com eles, fazendo-lhes apelos pessoais, suplicando-lhes que entreguem o coração a Jesus, a fim de serem como cheiro suave para Cristo? Ao contemplarmos a magnitude da obra e ver quão pouco é apreciada, gememos em espírito, exclamando: Quem aceitará essas solenes responsabilidades e vigiará pelas pessoas como quem deve dar conta delas? FD 67 1 Somos os representantes de Cristo sobre a Terra. Como cumprimos nossa missão? Os representantes de Cristo estarão em comunhão diária com Ele. Suas palavras serão escolhidas, temperadas com graça, seu coração será cheio de amor, seus esforços para salvar as pessoas por quem Cristo morreu serão sinceros, fervorosos, perseverantes. Que todos façam o melhor que lhes for possível no sentido de trabalhar pela salvação das crianças e jovens, pois em breve ouvirão com alegria as palavras de Jesus: "Bem está, servo bom e fiel. [...] entra no gozo do teu Senhor". Mateus 25:21. Que é esse gozo? -- É contemplar os santos redimidos, salvos por seu intermédio, mediante o sangue de Jesus Cristo. -- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, 74, 75. A "mais bela obra" entregue a humanos FD 67 2 Grande cuidado ao despertar as mais elevadas faculdades mentais -- A mais bela obra já empreendida por homens e mulheres é lidar com mentes jovens. O máximo cuidado deve ser tomado na educação da juventude, para variar de tal maneira a instrução que desperte as nobres e elevadas faculdades da mente. Pais e mestres acham-se igualmente inaptos para educar devidamente as crianças, se não aprenderam primeiro a lição do domínio próprio, a paciência, a tolerância, a brandura e o amor. Que importante posição para os pais, tutores e professores! Há poucos que compreendem as mais essenciais necessidades do espírito, e a maneira como devem dirigir o intelecto em desenvolvimento, os pensamentos e sentimentos crescentes dos jovens. -- Testimonies for the Church 3:131. FD 67 3 Ensinar, a obra mais importante -- Esta é a obra [ensinar] mais delicada e mais difícil que se tem confiado a seres humanos. Exige o mais delicado tato, a maior susceptibilidade, conhecimento da natureza humana e uma fé e paciência oriundas do Céu, dispostas a trabalhar, vigiar e esperar. É uma obra que nada sobrelevará em importância. -- Educação, 292. Os professores são autênticos missionários FD 67 4 Necessário o toque divino -- Os professores e alunos em nossa escola precisam do toque divino. Se fosse encorajado o espírito missionário, mesmo que isso tomasse algumas horas do programa de estudos, se houvesse mais fé e zelo espiritual, mais percepção de que Deus pode fazer ainda mais pelos professores e estudantes do que tem feito, pois no passado a Sua atuação foi restringida, muitas bênçãos celestiais seriam concedidas. Há cordas sagradas a serem tocadas ainda. Os professores, bem como os estudantes, precisam mostrar maior disposição de serem ensinados. FD 68 1 Na exata proporção em que o verdadeiro espírito missionário é trazido para a educação e o preparo de rapazes e moças, eles serão abençoados. Os alunos devem começar a trabalhar no âmbito missionário onde houver pessoas com quem possam comunicar-se, para aprender a trabalhar. Ao fazerem isso, progredirão, e seu intelecto crescerá. Aprenderão a trabalhar quando se encerrar o ano letivo. Ao se aproximarem dos interessados, trabalham sob a instrução do maior Mestre que o mundo conheceu. É tão essencial que aprendam a comunicar-se, como o é receber o conhecimento da verdade. A prática de contar aos outros acerca de Cristo, de ler e explicar Sua Palavra, gravará a Palavra sobre a mente, e fará com que possuam a verdade. FD 68 2 "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração" [e] "o teu próximo como a ti mesmo". Mateus 22:37, 39. Esta é uma ordem divina. Jesus deu uma ordem adicional: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros". João 13:34. Não devemos meramente amar nosso próximo como a nós mesmos; devemos amar uns aos outros como Cristo nos amou. "Como o Pai Me amou, também Eu vos amei a vós;" declarou Ele, "permanecei no Meu amor. Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor, do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor. Tenho-vos dito isso para que a Minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. O Meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei". João 15:9-12. FD 68 3 Os alunos e também os professores em nossa escola precisam tomar tempo para conhecer os membros da comunidade na qual vivem. O amor que Cristo manifestou para conosco, devemos cultivar para com os outros. A verdade não permanecerá por muito tempo no coração, a menos que opere por amor para salvar os que estão prestes a perecer. FD 68 4 O Senhor Deus de Israel gostaria de acautelar-nos quanto à exigência humana de traçar uma linha sobre a qual todos devem andar. Um elemento diferente deve ser trazido para dentro de nossas escolas. Têm sido seguidos métodos errados de ensino, considerados como totalmente essenciais. Aqueles que se relacionam com nossas escolas devem mergulhar mais fundo do que seus próprios hábitos e opiniões, que têm sido idolatrados como completa autoridade. A maior necessidade de nossos professores é viver continuamente em comunicação consciente e amorável com os princípios da verdade, justiça e misericórdia, pois essa é a atmosfera do Céu. Não se deve colocar tantos estudos e deveres sobre os alunos, a ponto de negligenciarem falar com o Senhor Jesus, o grande Mestre, e receberem no coração a influência suavizadora e subjugante do Espírito que nEle habitou. FD 69 1 É essencial ensinar aos alunos como fazer trabalho missionário, não só através da pena e da voz, mas pela prática em vários setores. Ao nosso redor, existe uma comunidade que precisa ser ensinada a cozinhar, a tratar os enfermos. Ao seguirmos essa linha de ação, praticamos a verdade assim com ela é em Jesus. Professores e estudantes precisam aprender a fazer esse trabalho. [...] FD 69 2 Os professores devem beber da fonte central e profunda de todo poder moral e intelectual, pedindo ao Senhor que lhes dê a mente que havia em Cristo Jesus, a fim de que todo caso que clame por simpatia e auxílio, tanto na área física quanto na espiritual, receba deles atenção. O Mestre por excelência coopera com todos os esforços feitos para aliviar a humanidade sofredora. Ensinai os estudantes a fazer aplicação prática das lições que têm recebido. Ao testemunharem os ais humanos e a extrema pobreza dos que estão procurando auxiliar, serão movidos à compaixão. Seu coração será abrandado e subjugado pelos profundos e santos princípios revelados na Palavra de Deus. O grande Médico coopera com cada esforço feito em favor da humanidade sofredora, no sentido de dar saúde ao corpo e luz e restauração à alma. -- Beneficência Social, 106. FD 69 3 Precisamos dar ao Senhor a oportunidade de realizar Sua obra, Sua grande obra em favor da alma. Cristo é nossa suficiência. Cada um deve entender o que significa ter a Palavra de Deus cumprida em nós. Aquilo que Cristo foi neste mundo, devemos ser também. Se nesta vida somos semelhantes a Ele no caráter, teremos a Sua semelhança no Céu. Se não há semelhança entre Cristo e nós neste mundo, não pode haver amizade entre Cristo e nós quando Ele vier na Sua glória, e todos os santos anjos com Ele. Como professores religiosos, temos a obrigação, diante de Deus, de ensinar os alunos a engajar-se na obra médico-missionária. Aqueles que fazem essa obra têm muitas oportunidades de semear as sementes da verdade de uma forma que será bem-sucedida. O coração cheio de gratidão para com Deus pode orar: Ensina-me o Teu caminho, ó Senhor, guia-me por um caminho plano, por causa dos meus inimigos, ou melhor, por causa daqueles que me observam. -- Manuscrito 70, 1898. Sarah Peck chamada a lecionar FD 69 4 Sarah Peck foi uma das mais competentes auxiliares de Ellen White. Lecionou na escola do Sanatório, na Califórnia, antes de tornar-se uma das secretárias da Sra. White, tendo a reputação de "excelente professora". Após atuar na equipe de Elmshaven por algum tempo, foi novamente convidada a lecionar. Foi com pesar que a Sra. White consentiu com sua partida, mas achou que Sarah Peck devia sentir-se livre para fazer aquilo que o Senhor a chamara a realizar. Querida Irmã Peck: FD 70 1 Durante nossa conversa hoje de manhã, fiquei grandemente perplexa, sem saber o que dizer com referência ao seu trabalho. Eu a amo, e desejo vê-la numa função onde melhor possa servir ao Mestre. FD 70 2 Não sei qual seria sua escolha pessoal de trabalho. Muitos, entre nosso povo, a desejam insistentemente na obra educacional. Se achar que é esse o seu dever, estou disposta a liberá-la do trabalho comigo. Não conheço outra pessoa que esteja mais bem capacitada a assumir a obra educacional. Com respeito à sua ligação comigo, não posso dizer muito, porque no passado já foi chamada a muitas outras áreas de trabalho. FD 70 3 Uma coisa devo dizer: Se escolher ficar comigo, a obra escolar deve ser posta de lado. Se preferir atuar na área educacional, então deve se sentir livre para dar sua atenção total a essa obra. Deixo a questão inteiramente em suas mãos, para que siga sua escolha. Não ouso decidir em seu lugar. A grande necessidade de sua eficiência como professora é a única consideração que me leva a liberá-la de boa vontade. Tantas pessoas têm falado comigo acerca de sua eficiência e talento como educadora, que não ouso retê-la. Se, em algum momento no futuro, escolher trabalhar novamente comigo, não terá se tornado menos eficiente. FD 70 4 Escrevo isto para que não se sinta deixada na incerteza. Busque ao Senhor. Caso tenha a impressão de que prefere permanecer comigo, tenho abundância de trabalho que você pode realizar. Se parece ser da vontade de Deus que permaneça comigo, devemos trabalhar com seriedade e não permitir que outros venham e lhe dêem um duplo fardo para carregar. FD 70 5 Agora, minha irmã, a minha preocupação é de que, se assumir o trabalho na escola, não se sobrecarregue com excessivas responsabilidades. Faça desse o seu trabalho, e assuma-o como fez na escola em Santa Helena. Se devo desempenhar uma parte na obra em Redlands e Loma Linda, poderemos estar mais ou menos ligadas ao preparar estudantes para o tempo e a eternidade. FD 70 6 Que o Senhor a abençoe e lhe dê muito do Seu Santo Espírito, onde quer que venha a trabalhar. Se for o seu quinhão educar estudantes, para que eles repartam com outros a inteligência celestial, ficarei satisfeita. Sempre a amei e respeitei, e não me decepcionei com você. O uso de palavras sadias deve ser valorizado acima de qualquer coisa terrestre. Deus é glorificado por toda palavra que leva a uma ação correta. Respeito-a grandemente, e desejo que tenha toda vantagem possível, para que faça contínuo progresso no serviço de Deus. -- Carta 265, 1905. ------------------------Capítulo 6 -- Mulheres como médicas FD 71 1 Que se conheça neste dia por meio de meu trabalho pela humanidade sofredora que há Deus em Israel, e que eu sou Teu servo. Que se veja que eu estou trabalhando, não segundo os meus próprios impulsos e sabedoria, mas de acordo com a Tua Palavra. -- Beneficência Social, 123, 124. FD 71 2 As mulheres devem receber preparo médico completo -- De maneira notável trouxe Deus ao nosso poder algumas das instituições por meio de cuja atuação nos cumpre executar a obra da reforma para a qual fomos chamados como um povo. Neste tempo, cada talento de cada obreiro deve ser considerado como um sagrado depósito a ser usado em estender a obra da reforma. O Senhor me instruiu no sentido de que nossas irmãs que receberam um preparo que as qualificou para posições de responsabilidade devem servir com fidelidade e discernimento em sua vocação, usando sua influência de maneira sábia e, junto com seus irmãos na fé, obter uma experiência que as capacite para maior utilidade ainda. [...] FD 71 3 Nos tempos passados o Senhor operou de maneira maravilhosa por intermédio de mulheres consagradas que se uniram em Sua obra com homens a quem Ele escolhera para serem Seus representantes. Ele usou mulheres para alcançar grandes e decisivas vitórias. Mais de uma vez as trouxe Ele em ocasiões de emergência para a frente de batalha e operou por seu intermédio para a salvação de muitas vidas. [...] FD 71 4 Muitas há que têm habilidade para permanecer com seu marido na obra do hospital, aplicarem tratamentos nos doentes e falarem palavras de conselho e ânimo a outros. Há as que devem buscar um preparo que as qualifique para fazer a parte de médicos. FD 71 5 Neste ramo do serviço precisa ser feito um trabalho positivo. As mulheres, da mesma forma que os homens, devem receber um preparo médico completo. Devem fazer um estudo especial das doenças comuns às senhoras, para que possam saber como cuidar delas. Considera-se indispensável que os homens que desejam exercer a medicina recebam o amplo preparo necessário para o exercício dessa profissão. É igualmente necessário que as mulheres recebam esse preparo, e consigam seus diplomas atestando seu direito de atuar como médicas. -- Medicina e Salvação, 60, 61. FD 72 1 Necessário grande número de médicas -- Em nossas instituições médicas deve haver sempre senhoras de idade madura e boa experiência que se tenham preparado para ministrar tratamentos às senhoras hospitalizadas. Devem-se instruir e qualificar senhoras da forma mais completa possível para que se tornem profissionais nas enfermidades delicadas que afligem as pessoas do seu sexo, a fim de que suas partes íntimas não sejam expostas à observação de homens. Deve existir um número muito maior de médicas, instruídas para agir não só como enfermeiras, senão também como médicas. É das práticas mais horríveis, a revelação das partes íntimas das senhoras a homens, ou os homens serem tratados por mulheres. -- Conselhos Sobre Saúde, 364. FD 72 2 Marido e mulher médicos trabalham juntos com eficiência -- Na obra médico-missionária a ser feita, mulheres devem aplicar tratamento em mulheres. Um homem e esposa médicos podem realizar grande bem trabalhando juntos. A esposa pode visitar outras mulheres, e quando encontra sofrimento e doença, pode trocar idéias com o esposo quanto ao melhor método de auxiliar os sofredores. Deveríamos ter mais médicas do que temos. Quando as mulheres doentes são tratadas e cuidadas por mulheres fecha-se para Satanás uma porta através da qual ele procura entrar. Muitos casos me foram apresentados nos quais Satanás tem penetrado através dessa porta para arruinar as famílias. Não permitamos que ele obtenha vantagem em qualquer ponto. FD 72 3 Desejo que todos entendam este assunto. Deve haver em nossos hospitais, médicas que estejam ao lado de seus esposos, e que possam examinar as mulheres, e lhes apliquem o tratamento. Muitas outras mulheres ativas, inteiramente convertidas, devem tornar-se médicas entendidas. FD 72 4 Sou instruída quanto a nossos hospitais deverem ter médicas, da mesma forma que médicos. -- Medicina e Salvação, 140. Mulheres tratam mulheres; homens tratam homens FD 72 5 Mulheres devem ser instruídas como médicas -- As senhoras médicas devem recusar-se terminantemente a olhar para as partes secretas de homens. Devem as senhoras ser instruídas para trabalharem pelas senhoras, e os homens para trabalharem pelos homens. Saibam os homens que devem dirigir-se a pessoas de seu próprio sexo e não procurar médicas. Isso é um insulto às mulheres, e Deus olha para essas coisas triviais com aversão. -- Conselhos Sobre Saúde, 364. FD 72 6 Não misturar os casos -- O Senhor deseja que sigamos um curso que seja exemplo para os outros. Estamos justamente nos últimos dias. As mulheres devem encarregar-se das mulheres, e os homens, cuidar dos homens, sempre que estiverem enfermos e com enfermidades genitais. Nesses casos, não se misturem homens e mulheres. Procurem remover as tentações. Não lhes posso contar quantos vieram a mim com suas queixas, querendo que eu curasse essas dificuldades, mas não me senti preparada para fazê-lo. Recentemente, porém, recebi luz segundo a qual tem sido praticada grande vulgaridade. Deve acontecer que as mulheres se encarreguem das mulheres, e os homens cuidem dos homens. Naturalmente, há casos em que terão de atuar em conjunto. As mulheres terão que fazer algumas coisas. Mas tem sido introduzida uma grande promiscuidade, e isso foi trazido perante mim várias vezes. Senti, porém, que não me posso refrear de tocar no assunto. -- Manuscript Releases 13:114. FD 73 1 Médico deve respeitar recatos de pacientes -- A luz que me foi dada pelo Senhor com respeito a esse assunto é que, na medida do possível, médicas cuidem das senhoras em tratamento, e médicos tenham o cuidado dos pacientes do sexo masculino. Todo médico deve respeitar os recatos dos pacientes. Qualquer exposição desnecessária das senhoras diante de médicos é inconveniente. Sua influência é prejudicial. -- Conselhos Sobre Saúde, 363. Partos FD 73 2 As mulheres devem atender os partos -- Agora chegou o tempo em que deve haver sensíveis mudanças -- e já deveriam ter ocorrido há longo tempo. Os homens têm a responsabilidade de cuidar dos homens, e as mulheres devem cuidar das mulheres. Mas quando se trata de reunir homens e mulheres em procedimentos particulares de parto e casos assim -- fazer com que trabalhem juntos -- devo dizer que não é certo nem justificável. As mulheres tinham seu trabalho indicado nos tempos bíblicos e essas mulheres cuidavam das mulheres, e havia o entendimento definido de que assim devia ser. E assim deve ser agora no procedimento do parto. Que as mulheres sejam cabalmente instruídas assim como os homens, e que elas se encarreguem dessas questões. Falo com prudência. Falo porque sei do que estou falando, de que existe uma promiscuidade grande demais. -- Manuscript Releases 13:113. FD 73 3 Não abrir a porta da tentação -- Esse caso já me foi apresentado. Deixei-o escrito, por temor de ser levada ao descanso. Mas desejo dizer que devemos progredir rumo a um plano mais elevado de ação e, se assim o fizermos, o Senhor permitirá que Suas bênçãos repousem sobre nós. Recebi muitas cartas de mulheres e de homens acerca de terem caído sob as tentações do diabo ao atenderem mulheres em trabalho de parto. Não preciso discutir isso, porque seu bom senso lhe dirá que estamos num mundo de tentações e provas. E devemos purificar-nos de tudo isso. Que Deus nos ajude. Não é necessário que eu me estenda mais sobre isso. A luz que me foi dada é que abrimos a porta à tentação e transgressão. Que seja nosso dever assumir tanto quanto possível a responsabilidade que repousa sobre as mulheres quanto ao atendimento de senhoras em trabalho de parto. Essa é a atitude correta, segundo me foi apresentada. -- Manuscript Releases 13:116. FD 74 1 Nos tempos bíblicos, mulheres cuidavam de mulheres -- Tenho sentido recentemente [...] que se deve providenciar para que as mulheres assumam responsabilidades maiores. É seu privilégio serem instruídas em algumas áreas de trabalho tão cabalmente quanto os homens. Nos tempos bíblicos, as mulheres sempre se encarregaram das mulheres, e o Senhor trabalhou junto com elas. Quero dizer que muitas tentações me foram apresentadas por pessoas [e] que segui meu próprio conselho. Não tenho dito nada, mas foram pecados introduzidos por essa promiscuidade e as tentações que vieram. Bem sei de alguns que foram tentados nessa questão. Conheço pessoalmente as mulheres. Sei que as mulheres são honestas, e não devem ser censuradas, apenas em um ponto, e esse é que assumam sua posição de decoro e não se misturem e associem homens e mulheres atendendo ao parto. -- Manuscript Releases 13:114. FD 74 2 Parteiras devem assumir a responsabilidade -- Tenho-lhe escrito a instrução que me foi dada acerca do trabalho especial a ser feito pelas médicas em nossos sanatórios. É plano do Senhor que os homens sejam instruídos para tratar os homens, e as mulheres preparadas para tratar as mulheres. Por ocasião do parto, as obstetras devem assumir a responsabilidade do caso. Nos tempos bíblicos, não era considerado apropriado que um homem atuasse nessa função, e não é a vontade de Deus que os homens façam esse trabalho hoje. Muito mal tem resultado da prática de homens tratando mulheres e mulheres tratando homens. Essa é uma prática segundo a invenção humana, e não de acordo com o plano de Deus. O mal tem sido deixado a crescer por longo tempo, mas agora erguemos a voz em protesto contra aquilo que desagrada a Deus. -- Special Testimonies, Serie B, 17b:15, 16. Dra. Patience Bourdeau FD 74 3 A Dra. Patience Bourdeau era a filha do pastor D. T. Bourdeau. Na época, dirigia seu próprio sanatório em Grand Rapids, Michigan. Ela era superintendente do Departamento Médico da Associação Oeste de Michigan. Casou-se mais tarde com o Sr. Sisco e passou a ser conhecida como a Dra. Bourdeau-Sisco. Querida irmã Patience: FD 74 4 Tenho conversado longamente com meu filho W. C. White sobre como administrar melhor nosso sanatório em Washington, DC. Contei-lhe que conversei com seu pai a respeito de levá-la para trabalhar em nosso sanatório. Necessita-se imediatamente de uma médica ligada à instituição. A experiência que tivemos durante os últimos dias fez com que nos decidíssemos a admitir uma competente médica que cuide das pacientes mulheres e seja chefe do sanatório, a fim de que os pacientes recebam pronto atendimento e as assistentes obtenham o tipo correto de instrução, como o que a senhora pode dar. As jovens ligadas à instituição devem ser ensinadas a fazer sua parte com inteligência. FD 75 1 Tenho escrito muito sobre a questão de médicos, homens, ministrando tratamento a parturientes. Segundo a luz que me foi dada, a influência assim exercida não é boa, e graves e sérias conseqüências resultam desse costume amplamente estabelecido. Tenho recebido instrução sobre a questão de senhoras serem examinadas por médicos homens. FD 75 2 Aconselharei que a senhora seja chamada a Washington o mais breve possível, pois este é um momento muito importante para a nossa obra ali. Precisamos da senhora, tão logo se consiga arranjar alguém para substituí-la. FD 75 3 Após voltar para casa, escreverei novamente e lhe enviarei cópias de coisas que já escrevi. FD 75 4 Foi alugado um prédio caro em Iowa Circle, Washington [DC]. É um belo local para um sanatório e foi adaptado para a aplicação de tratamentos, mas precisa de um médico da casa e administrador. Precisamos da senhora. Cremos que pode ajudar-nos em Washington. A senhora pode dar às enfermeiras as instruções de que precisam e também pode apresentar palestras aos pacientes no salão. A senhora receberia este convite como vindo do Senhor? Confio em que poderá fazer esse trabalho essencial. O Irmão Hare é excelente médico, mas não administrador. Precisamos de alguém que planeje e administre. A senhora pode ajudar-nos a sair dessa dificuldade. Washington é um lugar muitíssimo importante, e uma correta representação de nossa obra deve ser dada pelo sanatório. FD 75 5 Estarei em Santa Helena, Califórnia, na próxima semana. Escreva-me para lá e, por favor, escreva também para o pastor Daniells, Takoma Park, Washington, DC. -- Carta 177, 1905. Dra. Julia A. White FD 75 6 A Dra. Julia Ann White graduou-se no Colégio Médico-Missionário Americano de Chicago, em 1900. Esteve ligada ao Sanatório de Battle Creek até 1906, quando foi para Loma Linda. Foi a fundadora da escola de enfermagem no Sanatório e Hospital de Glendale. Também fundou a Clínica La Crescenta, na Califórnia. Dra. Julia A. White: Querida Irmã: FD 75 7 Escrevo para conclamá-la a trabalhar junto ao nosso sanatório em Loma Linda. Pela providência de Deus, essa propriedade passou às nossas mãos. A obtenção desse sanatório, totalmente equipado e abastecido, é uma das mais maravilhosas providências que o Senhor abriu diante de nós. É difícil compreender tudo o que essa transação significa para nós. FD 76 1 O Senhor tem indicado que chegou o tempo de trabalharmos em favor de Redlands, San Bernardino, Riverside e cidades vizinhas. Encho-me de solene alegria ao pensar que esses lugares devem ser em breve penetrados por nossos obreiros. FD 76 2 Precisamos do seu serviço, minha irmã, assim que puder ir. Esperamos poder obter também os serviços do Dr. Holden. A irmã Sarah Peck pode assumir alguns dos setores da obra educacional. Estamos ansiosos por ver o trabalho iniciado, e esperamos vê-la tão logo tenha condições de vir. FD 76 3 Passei, recentemente, duas semanas em Loma Linda. Envio-lhe um livreto que lhe dará uma idéia da propriedade. O grande prédio principal está equipado de maneira dispendiosa. Há também cinco anexos, um deles tendo nove quartos, e os outros, quatro cada. Em alguns deles, as varandas estão arranjadas de tal forma que as camas podem ser roladas para fora dos quartos. Os espaços são belamente distribuídos. Há calçadas de concreto entre todos os prédios. Esses caminhos são margeados com flores. Há um bom pomar e amplo espaço para jardins. Há muitos eucaliptos, pimenteiras e muitas outras variedades de arbustos e árvores ornamentais. Podem-se realizar reuniões ao ar livre, nos belos gramados. Há também outro prédio que era usado para jogos de boliche e bilhar. Este pode ser utilizado como local de reuniões. FD 76 4 Esperamos que possa ter seu caminho desimpedido, a fim de ligar-se ao sanatório como médica. Seus serviços serão grandemente apreciados, e espero que esteja em breve na instituição. -- Carta 291, 1905. ------------------------Capítulo 7 -- O papel da mulher no evangelismo FD 77 1 A causa de Deus, neste tempo, necessita especialmente de homens e mulheres que possuam qualificações cristãs para o serviço, habilidade executiva e grande capacidade de trabalho; que tenham coração bondoso, carinhoso, solidário, bom senso e juízo isento de preconceitos; que ponderem cuidadosamente as questões antes de aprovar ou condenar, e que destemidamente digam Não, ou Sim, ou Amém; que, por serem santificados pelo Espírito de Deus, pratiquem as palavras "Sois todos irmãos", esforçando-se constantemente para erguer e restaurar a humanidade caída. -- Manuscript Releases 2:88. FD 77 2 Cristo forneceu um padrão perfeito para o verdadeiro ministério -- Domingo, 15 de Março de 1891. Assisti à reunião matinal dos ministros. A bênção do Senhor veio sobre mim, e falei com a demonstração do Espírito de Deus e com poder. Alguns há que estão arquitetando um grande círculo. O Senhor deu Cristo ao mundo para o ministério. Meramente pregar a Palavra não é ministério. O Senhor deseja que Seus servos ministradores ocupem um lugar digno da mais alta consideração. Na mente de Deus, o ministério de homens e mulheres existiu antes que o mundo fosse criado. Ele determinou que Seus ministros tivessem uma perfeita exemplificação de Si mesmo e Seus propósitos. Nenhuma carreira humana poderia realizar essa obra, pois Deus deu a Cristo, como ser humano, para executar Seu ideal daquilo que a humanidade poderia tornar-se mediante a completa obediência à Sua vontade. O caráter de Deus foi revelado na vida do Seu Filho. Cristo não só mantinha uma teoria do genuíno ministério, mas, em Sua humanidade, praticou uma ilustração do ministério que Deus aprova. A perfeição tem marcado cada aspecto do verdadeiro ministério. Cristo, o Filho do Deus vivo, não viveu para Si mesmo, mas para Deus. -- Manuscript Releases 18:380. FD 77 3 Os cristãos são as mãos ajudadoras de Deus -- As promessas de Deus para os obedientes são as "boas-novas de grande alegria". Representam alegria para a alma humilde, contrita. A vida do verdadeiro cristão é radiante, com os brilhantes raios do Sol da Justiça. Se homens e mulheres agissem como a mão ajudadora de Deus, praticando atos de amor e bondade, erguendo os oprimidos, resgatando aqueles que estão prestes a perecer, a glória do Senhor seria sua recompensa. [...] Eles clamariam, e o Senhor responderia: "Aqui estou." Eles se volveriam Àquele que lhes está bem ao lado, que lhes deu a promessa: "Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século". -- Manuscript Releases 16:73, 74. FD 78 1 Mulheres devem consagrar seu tempo ao serviço de Deus -- Mulheres que estejam dispostas a consagrar algo do seu tempo ao serviço do Senhor devem ser designadas para visitar os enfermos, cuidar dos jovens e ministrar às necessidades dos pobres. Devem ser separadas para esse serviço pela oração e imposição das mãos. Em alguns casos, necessitarão aconselhar-se com os oficiais da igreja ou o ministro, mas, se forem mulheres devotadas, mantendo uma ligação vital com Deus, serão um poder para o bem na igreja. Esse é outro meio de fortalecer e edificar a igreja. Precisamos distribuir-nos mais em nossos métodos de trabalho. Mão nenhuma deve ser amarrada, nenhuma pessoa desencorajada, nenhuma voz calada; que cada indivíduo trabalhe, particularmente ou em público, para ajudar a promover esta grande obra. Coloquem-se fardos sobre homens e mulheres da igreja, para que cresçam como resultado do exercício, e assim se tornem agentes eficazes na mão do Senhor para a iluminação daqueles que se assentam nas trevas. -- The Review and Herald, 9 de Julho de 1895. FD 78 2 Não é a eloquência que torna aceitável o trabalho -- Deus deseja obreiros que levem a verdade a todas as classes, elevadas e humildes, ricas e pobres. Nessa obra, as mulheres podem desempenhar uma parte importante. Conceda Deus que aqueles que lêem estas palavras façam sinceros esforços para apresentar uma porta aberta para que mulheres consagradas entrem no campo. Aqueles que, no trabalho de sua vida, não entraram em contato com as classes mais elevadas da sociedade, não precisam sentir que não podem fazer o trabalho. Não é a eloqüência que torna o seu trabalho aceitável. É por meio dos humildes e contritos que o Senhor opera. Os que se sentem superiores e auto-suficientes não podem tocar ou ajudar almas em necessidade. -- Manuscript Releases 5:162. As mulheres podem alcançar uma classe que os homens não podem FD 78 3 Uma obra que os homens não realizam -- Mulheres discretas e humildes podem realizar boa obra explicando a verdade ao povo, em suas casas. Assim explanada, a Palavra de Deus efetuará sua obra, qual fermento, e mediante sua influência serão convertidas famílias inteiras. [...] No círculo doméstico, junto à família de nosso vizinho, ao leito do enfermo, podemos, de maneira calma, ler as Escrituras e falar uma palavra a favor de Jesus e da verdade. Assim serão semeadas preciosas sementes, que hão de germinar, e depois de muitos dias produzir frutos. -- Testimonies for the Church 9:128-130. É essencial a obra de visitação e acompanhamento FD 79 1 Ensinar a dar estudos bíblicos -- O mesmo interesse ainda se manifesta nas reuniões em Stanmore [Austrália]. Na próxima semana, deve haver um batismo. Desde a reunião campal, tenho visitado Stanmore freqüentemente, e falei oito vezes nas tardes de sábado e domingo. O interesse é amplo e geral. O irmão Wilson e esposa, o irmão Starr e esposa, e o irmão Haskell e esposa estão, todos, trabalhando na missão, ensinando obreiros a dar estudos bíblicos. -- Manuscript Releases 19:171. FD 79 2 Realizar reuniões menores após concluído o grande esforço -- A tenda foi retirada, e o irmão Colcord está realizando reuniões num pequeno salão ligado à casa na qual mora a família da missão. O irmão e a irmã James, de Ballarat [Austrália], são responsáveis pela casa da missão. Ambos trabalham como podem para instruir as pessoas. As irmãs Wilson e Robertson fizeram e estão fazendo um bom trabalho em Maitland [Austrália]. O Senhor as sustenta, e elas têm muitos amigos. No passado, tiveram que caminhar cinco ou seis quilômetros para dar seus estudos [bíblicos], mas agora têm um cavalo e charrete. -- The Kress Collection, 129. FD 79 3 Visitação, parte essencial do ministério -- O pastor H morava aqui [Adelaide, Austrália] e pregava às pessoas, mas não era um pastor do rebanho. Dizia às pobres ovelhas que preferia ser açoitado a fazer visitas. Negligenciava o trabalho pessoal; portanto, a obra pastoral não era feita na igreja e seus arredores. Os diáconos e anciãos da igreja agiram sabiamente e trabalharam criteriosamente para manter a igreja em ordem, e encontramos as pessoas em condição muito melhor do que havíamos esperado. Estamos alegremente desapontados. Mas, quando revejo os anos anteriores, e penso no que poderia ter sido feito, se o homem a quem foi confiado o rebanho houvesse sido um fiel mordomo de Deus, cuidando das almas como alguém que deve prestar contas, meu coração se entristece. Houvesse o pregador feito o trabalho de um pastor, um número muito maior estaria agora se regozijando na verdade. -- Manuscript Releases 9:343, 344. Um exército para o Senhor FD 79 4 Exército bem treinado -- Homens e mulheres não devem ser diminuídos por sua ligação com a igreja, mas fortalecidos, elevados, enobrecidos, preparados para a mais sagrada obra já confiada a mortais. É propósito do Senhor ter um exército bem preparado, pronto a ser convocado à ação de um momento para outro. Esse exército será formado por homens e mulheres bem disciplinados, que se colocaram sob influências que os prepararam para o serviço. -- The Review and Herald, 2 de Junho de 1903. FD 80 1 Encorajar um ao outro em fiel serviço -- Existe uma grande necessidade de reforma em nossas fileiras. Os ministros que recebem salário da Associação precisam perguntar-se: "Sou eu um fiel obreiro? Sou um auxílio espiritual para a igreja?" Há os que exigem altos salários por seus trabalhos, mas que trazem poucas pessoas para a verdade, a fim de permanecerem firmes e leais a seus princípios. É tempo de nossos ministros humilharem o coração perante o Senhor e darem um testemunho direto e convincente ao povo. É tempo de trabalharem fervorosamente para aumentar o número de membros das igrejas, levando todos a uma completa compreensão da verdade para este tempo. O Senhor quer membros vivos na Sua igreja, homens e mulheres que estimulem uns aos outros em fiel serviço. -- Manuscript Releases 9:115.* FD 80 2 Exemplos do ministério público de Ellen White -- ver Apêndice B. ------------------------Capítulo 8 -- "Digno é o trabalhador do seu salário" FD 81 1 Senhor, como Te servirei melhor e glorificarei Teu nome na Terra? Como conduzirei minha vida para fazer do Teu nome um louvor na Terra, levando outros a Te amar, servir e honrar? Permite que eu deseje e escolha apenas a Tua vontade. Que as palavras e o exemplo do meu Redentor sejam a luz e a força do meu coração. Enquanto eu confiar nEle e O seguir, não me deixará a perecer. Ele será minha coroa de júbilo. -- The Review and Herald, 10 de Agosto de 1886. FD 81 2 Deus definiu a questão do salário -- Se as mulheres fazem o trabalho que não é o mais agradável a muitos dos que atuam na palavra e na doutrina, e seu trabalho testifica de que estão realizando uma obra que tem sido manifestamente negligenciada, não deve tal atividade ser considerada como sendo tão rica em resultados como a obra dos pastores ordenados? Não deve isso determinar o pagamento dos obreiros? [...] FD 81 3 Essa questão não é para ser estabelecida pelos homens. O Senhor a determinou. Temos de cumprir o dever para com as mulheres que trabalham no evangelho, cuja obra testifica serem necessárias para levar a verdade às famílias. Sua obra é justamente a que deve ser feita, e cumpre ser estimulada. Em muitos aspectos uma mulher pode comunicar a suas irmãs conhecimento que não é possível a um homem comunicar. A obra sofreria grande prejuízo sem essa atividade feita pelas mulheres. Repetidamente tem o Senhor me mostrado que as instrutoras são tão grandemente necessárias à obra a que Ele as designou, como os homens. -- Evangelismo, 493. FD 81 4 As mulheres também devem receber salário -- Há esposas de ministros -- irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson -- que têm sido obreiras dedicadas, sinceras, consagradas, dando estudos bíblicos e orando com as famílias, prestando auxílio, mediante esforços pessoais, com tanto êxito quanto o esposo. Essas mulheres dedicam todo o seu tempo, e são informadas de que nada recebem porque seu esposo recebe salário. Digo-lhes que prossigam, e todas essas decisões serão revistas. A Palavra diz: "Digno é o trabalhador do seu salário". Lucas 10:7. Quando qualquer decisão como essa é tomada, protestarei, em nome do Senhor. Julgarei ser meu dever criar um fundo do meu dinheiro do dízimo para pagar essas mulheres que realizam uma obra tão essencial como a que os ministros estão fazendo, e esse dízimo reservarei para trabalho da mesma natureza daquele dos ministros, caçando e pescando almas. FD 82 1 Sei que as mulheres fiéis devem receber salário considerado proporcional ao pagamento recebido pelos ministros. Elas carregam um fardo, e não devem ser tratadas injustamente. Essas irmãs estão dando seu tempo para ensinar os recém-chegados à fé, e contratam alguém para que trabalhe para elas, pagando a essas pessoas. Todas essas coisas devem ser ajustadas e postas em ordem, e que se faça justiça a todas. Os revisores de provas no escritório recebem salário; aqueles que fazem trabalho doméstico recebem seu salário. Isso tenho que pagar e outros têm que pagar. Mas as esposas dos ministros, que carregam uma tremenda responsabilidade, dedicando todo o seu tempo, nada recebem. -- Manuscript Releases 12:160. Carta ao capitão Henry Norman FD 82 2 As mulheres devem receber pagamento condizente -- Meu irmão em Cristo Jesus: Sinto-me grata ao meu Pai celestial, que respondeu às nossas orações no Seu tempo e da Sua maneira. Muitas vezes, em nossa experiência, temos sido levados a lugares muito estreitos, mas o Senhor responde às nossas petições e nos abençoa grandemente. Vez após vez, temos apresentado nosso caso perante o Senhor, lutando como Jacó antes de encontrar-se com seu irmão Esaú. Alguns meses atrás, senti o confiante impulso de pedir ajuda a nossos irmãos na América. O Senhor disse: "Continua orando, continua pedindo. Tocarei corações, e entrarão recursos da maneira como tenho indicado." Desde que recebi essa comunicação do Senhor, não tenho sentido desconfiança. Tenho despertado à noite com estas palavras nos meus lábios: o ouro e a prata são do Senhor, e Ele não nos falhará em nossa emergência. FD 82 3 Como é maravilhoso o caminho do Senhor! É para glória Sua outorgar-nos as coisas de que mais necessitamos. Durante as horas da noite, tenho visto o braço da Onipotência, estendido para guiar-nos, e conduzir-nos sempre para a frente, sempre para a frente. "Avante", disse o Senhor. "Compreendo o caso todo, e enviarei auxílio. Continuem orando. Tenham fé em Mim: é para a glória do Meu nome que vocês pedem, e receberão. Serei honrado diante daqueles que observam de modo crítico o seu fracasso financeiro. Eles verão a verdade triunfar gloriosamente. E tudo o que pedirem no Meu nome, crendo, receberão." FD 82 4 Tenho freqüentemente sido instruída em casos de perplexidade quanto ao caminho do dever. Onde houver um sincero desejo de fazer a vontade de Deus, à parte de qualquer consideração egoísta, pessoal, o Senhor ouvirá e atenderá a oração. FD 83 1 Se contamos com as promessas que Deus tem dado em Sua Palavra, podemos avançar confiantemente, a despeito de aparências desanimadoras. O Senhor nos suscitará auxiliadores, na pessoa de homens a quem Ele moverá por Seu Espírito, para que nos socorram em nossa necessidade. Todo plano legítimo para o avanço da obra da salvação será um sucesso. Deveremos ver e reconhecer a atuação da providência especial de Deus. O Senhor nos autoriza a orar, declarando que ouvirá as preces daqueles que confiam, não em sua sabedoria finita, mas em Seu infinito poder. Ele será honrado por aqueles que a Ele se achegam e O servem fielmente. "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti". Isaías 26:3. -- Parábolas de Jesus, 173, 174. FD 83 2 O Senhor o tornou um mordomo de recursos. Sou grata a meu Pai celestial por tê-lo impressionado a identificar seus interesses com a obra de avançamento do Seu reino no mundo. A mais segura regra de ação é ater-nos à Palavra de Deus. O cristão é convidado a levar seus fardos a Deus em oração, e a ligar-se firmemente a Cristo pelas cordas de uma fé viva. FD 83 3 Tenho um pedido a fazer-lhe, meu irmão em Cristo Jesus. Poderia destinar uma quantia para criar um fundo para a instrução de obreiros que dêem estudos bíblicos para as famílias, depois de encerradas as reuniões campais? Durante esse período, podemos também realizar reuniões para as crianças nas tardes de sábado e domingo. Temos seguido essa regra em nossas reuniões campais aqui. Não havia sequer um guardador do sábado entre os cidadãos de Newcastle, quando a tenda foi armada ali. Desde então, milhares têm tido a oportunidade de ouvir a verdade, e sabemos que muitos deles a ouviram com alegria. Parecem estar famintos pela verdade. FD 83 4 Durante a reunião campal de Newcastle, foram marcadas reuniões para as crianças. Designaram-se os melhores professores e, durante a semana, de cem a cento e vinte crianças vieram cada dia às reuniões. Elas receberam preciosas lições sobre o amor de Cristo e Sua disposição de salvar a todos os que viessem a Ele. Entre trezentas e quatrocentas crianças vieram para as reuniões realizadas nas tardes de sábado e domingo. As crianças se comportavam bem, e, quando voltavam para casa, contavam a seus pais sobre as lições que haviam aprendido. Alguns desses pais têm recebido a verdade. FD 83 5 Continuam em Newcastle reuniões na tenda, desde que se encerraram as reuniões campais, e trinta e cinco se converteram e foram batizados. Muitos mais estão interessados. Maravilhosas conversões têm sido testemunhadas entre homens que não haviam assistido a uma única reunião religiosa por anos, antes de virem à tenda. Fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas viram-se no espelho do evangelho como transgressores da lei e, com arrependimento, receberam a Cristo como Salvador pessoal. Os ministros estão atônitos, pois não mais vêem fumantes fumando nem bebedores de cerveja bebendo, e sim transformados e convertidos. Isso, para eles, parece milagre. FD 84 1 Foi alugada uma casa para os ministros e suas esposas, e para aqueles a quem estão ensinando a dar estudos bíblicos de casa em casa. As pessoas são convidadas a levar amigos e vizinhos a essas reuniões, e lhes é dada oportunidade de fazer perguntas sobre as lições apresentadas. Essas são ocasiões de profundo interesse. Tenho grande confiança nesse método de trabalho. Os obreiros envolvidos na caça e pesca de almas de homens e mulheres trabalham arduamente, da manhã à noite. Com freqüência, seus compromissos não se encerram antes das dez da noite. FD 84 2 O trabalho, agora, começou em Wallsend, subúrbio a dezesseis quilômetros de Newcastle, e em Maitland, uma cidade a trinta e dois quilômetros de Newcastle. Esse é um grande campo, e empregaremos obreiros que darão seu tempo integral à obra. O pastor Haskell e sua esposa estão agora trabalhando em Newcastle. Eles possuem tato e habilidade, e ensinam a verdade tanto em público quanto de casa em casa. Haverá ali outros ministros, além do pastor Haskell e dos obreiros bíblicos. São necessários não menos do que doze obreiros nesse lugar, pois é um grande campo. FD 84 3 No passado, separei recursos para manter esse tipo de trabalho, mas eles estão exauridos, pois neste campo os chamados têm sido contínuos. A obra missionária vem sendo realizada em muitas cidades. FD 84 4 As esposas dos ministros unem-se a eles nesta obra, e realizam aquilo que seus esposos, possivelmente, não fariam. A fim de realizar a obra, essas irmãs precisam contratar alguém para que faça suas tarefas domésticas. Exige-se o melhor talento para fazer esse tipo de trabalho missionário, e as mulheres que o fazem devem receber uma quantia condizente por seu labor. Mas, devido à escassez de recursos, nossas irmãs têm recebido muito pouco como pagamento, e mesmo assim têm prosseguido fielmente no trabalho, sem que nenhuma provisão definida esteja sendo feita em seu favor. Obreiros menos qualificados, que estão recebendo instrução por preceito e exemplo, recebem uma libra por semana, com o que pagam sua hospedagem. Até agora, porém, as esposas de ministros não têm recebido nenhum pagamento. FD 84 5 Desejo criar um fundo para pagamento dessas devotadas senhoras que são os mais úteis obreiros em dar instruções bíblicas. Sou também levada a dizer que nos cumpre educar mais obreiras para fazerem esse trabalho. Evangelismo, 477. Vou direto ao ponto. Consentirá o irmão em tornar-me sua administradora, confiando-me certa quantia para ser investida na educação e no sustento de obreiros, e também para ajudar a erigir as modestas casas de reunião que precisamos construir? Tenho investido recursos em cada casa de adoração, com exceção de uma que foi construída por nosso povo na Austrália. FD 85 1 Acho que tornei claro esse caso. Se desejar, enviarei um relatório semestral de como seu dinheiro está sendo aplicado. FD 85 2 Estou decidida a fazer avançar a obra aqui, e para isso tomei emprestadas mil libras da África. Alguns meses atrás, o prazo do empréstimo venceu, mas foi estendido para um ano, a quatro e meio por cento. Também tomei dinheiro emprestado da América, a cinco e seis por cento. Não estou sendo pressionada a pagar esse dinheiro, mas quando for exigido, ele deve ser pago. Aqueles que o emprestaram a mim sentiram que ele estaria mais seguro sob minha responsabilidade do que no banco, mas agora algumas dessas pessoas se encontram em circunstâncias de aperto. Uma ou duas são viúvas, e precisarão do seu dinheiro mais cedo ou mais tarde. Digo-lhe isso para que saiba por que lhe peço que me ajude a formar esse fundo para manter obreiros no campo. -- Carta 83, 1899. FD 85 3 Quando os cônjuges trabalham juntos, ambos devem receber remuneração -- Vez após vez, tenho repetido a instrução que o Senhor me deu acerca da abertura de novos campos, para que nossas grandes cidades ouçam as verdades da terceira mensagem angélica. [...] FD 85 4 A página impressa não pode realizar sozinha a obra que o ministro faz pessoalmente. Ele pode explicar as Escrituras às pessoas, orando com elas e apelando a elas, e tornando eficazes as verdades da Bíblia. Não apenas um ou dois homens são chamados a realizar esse trabalho, mas muitos homens e mulheres, que têm habilidade para pregar e ensinar a Palavra. [...] FD 85 5 Enviemos homens e mulheres para trabalhar com fé e consagração para dar esta última mensagem de misericórdia ao mundo. Quando for possível, que o ministro e sua esposa saiam juntos. A esposa pode muitas vezes trabalhar ao lado do esposo, realizando um nobre trabalho. Ela pode visitar os lares das pessoas e auxiliar as mulheres nessas famílias de um modo que seu esposo não pode. [...] FD 85 6 O pastor Haskell e esposa têm unido seus labores na Associação da Califórnia. As condições, ali, exigem a colaboração de ambos. Que ninguém questione o direito que a irmã Haskell tem de receber remuneração por seu trabalho. O Dr. Kress e sua esposa também devem se unir no esforço missionário. Ninguém questionaria o direito da irmã Kress de receber salário. Trabalhando assim, o irmão e a irmã Kress podem realizar mais do que se atuassem separadamente. -- Manuscript Releases 12:165-167. FD 85 7 É feita injustiça ao não se pagar as mulheres -- Os ministros recebem pagamento por seu trabalho, e isso está bem. E se o Senhor dá à esposa, bem como ao marido, o fardo do labor, e se ela dedica seu tempo e forças para visitar família após família, abrindo-lhes as Escrituras, embora as mãos da ordenação não lhe tenham sido impostas, ela está realizando uma obra alinhada ao ministério. Deveriam os seus esforços ser contados como nada, e o salário do seu esposo não ser mais do que o do servo de Deus cuja esposa não se dedica à obra, mas permanece em casa para cuidar da família? FD 86 1 Enquanto me encontrava na América, recebi luz sobre esse assunto. Fui instruída no sentido de que há questões que necessitam de consideração. Tem sido feita injustiça a mulheres que trabalham tão devotadamente quanto seu esposo, e que são reconhecidas por Deus como necessárias à obra do ministério, assim como o esposo. O método de pagar obreiros homens e não a esposa é um plano que não segue a ordem do Senhor. Faz-se, assim, injustiça. É cometido um erro. O Senhor não concorda com esse plano. Esse arranjo, se levado avante em nossa Associação, é capaz de desanimar nossas irmãs de se prepararem para a obra na qual deveriam engajar-se. FD 86 2 Comete-se um erro quando o fardo do trabalho é deixado inteiramente sobre os ministros. Esse plano, certamente, foi arranjado sem o apoio de Deus. Algumas mulheres, agora, estão ensinando moças a trabalharem com êxito na visitação e ministração de estudos bíblicos. As mulheres que trabalham na causa de Deus devem receber salário proporcional ao tempo que dedicam à obra. Deus é um Deus de justiça, e se os ministros recebem salário por seu trabalho, sua esposa, que se dedica de modo igualmente interessado ao trabalho como obreira de Deus, deve receber em adição ao salário que o marido recebe, mesmo que não peça isso. Quando o dedicado pastor e sua esposa se empenham no trabalho, devem receber salário proporcional ao salário de dois obreiros distintos, a fim de que tenham recursos para usar como julgarem conveniente na causa de Deus. O Senhor colocou o Seu Espírito sobre ambos. Se o marido morrer e deixar a esposa, ela está capacitada a continuar a obra na causa de Deus, e receber salário pelo trabalho que realiza. -- Manuscript Releases 5:29-31. FD 86 3 Não ache alguém que as mulheres não devem receber salário justo -- Escolhamos senhoras que desempenhem sua parte diligentemente. O Senhor utilizará mulheres inteligentes na obra de ensinar. E ninguém pense que essas senhoras que compreendem a Palavra, e que têm aptidão para ensinar, não devam receber remuneração. Elas devem ser pagas tão certamente como seu marido. Grande obra têm as mulheres a efetuar na causa da verdade presente. Pelo exercício do tato feminino e um sábio emprego de seu conhecimento da verdade bíblica, elas podem remover dificuldades que nossos irmãos não podem abordar. Necessitamos de obreiras que trabalhem em ligação com seus maridos, e devemos animar as que desejam ocupar-se neste ramo de esforço missionário. -- Evangelismo, 491. FD 87 1 Devida compensação para o trabalho de mulheres -- Se uma mulher for apontada por Deus para fazer certo trabalho, seu trabalho deve ser calculado de acordo com o valor. Alguns podem pensar que seja correto permitir que as pessoas devotem seu tempo e trabalho à obra sem remuneração. Deus, porém, não apóia tais soluções. Ao se exigir sacrifício por causa de falta de recursos, não se deve fazer recair o fardo exclusivamente sobre umas poucas pessoas. Todos devem unir-se nesse sacrifício. -- Testimonies for the Church 7:207, 208. FD 87 2 O sacrifício não se deve limitar a mulheres fiéis -- Grande é a obra a ser feita no mundo, e todo talento deve ser empregado em harmonia com os retos princípios. Se uma mulher for designada pelo Senhor para fazer determinada obra, seu trabalho deve ser estimado segundo o seu valor. Todo o que trabalha deve receber o que lhe é devido. -- Evangelismo, 491. FD 87 3 Pagar salário a mulheres que fazem a obra evangelística -- Fui solicitada a visitar Melbourne antes que fosse necessário remover a tenda, mas, por conta do forte calor, não ousaram tornar o pedido urgente demais. O pastor Robinson achou que meu testemunho devia ser dado e que era grandemente necessário. Ele e a esposa ficaram para assumir a responsabilidade do trabalho, dando estudos bíblicos, dirigindo a missão e preparando vários rapazes e moças como obreiros. O trabalho tem repousado pesadamente sobre eles. A irmã Robinson contratou uma menina para fazer as tarefas domésticas e está realizando um trabalho tão pesado, em todos os sentidos, quanto o do ministro. As mulheres obreiras não têm recebido pagamento, mas isso mudará no devido tempo. A causa está entravada por carência de recursos. -- Manuscript Releases 12:160. FD 87 4 Salário pago com dízimo a ser determinado pela situação -- As mulheres, da mesma maneira que os homens, são necessárias na obra que precisa ser feita. As que se entregam ao serviço do Senhor, que trabalham pela salvação de outros, fazendo o trabalho de casa em casa, o que é tão fatigante como estar perante uma congregação -- e mesmo mais fatigante -- devem receber pagamento por seus esforços. Evangelismo, 493, 494. Se um homem é digno do seu salário, a mulher também é. FD 87 5 Deus confiou talentos a Seus servos, e espera que vejam [entendam] que podem ser cometidos erros. [Mas] não se cometa erro ao negligenciar corrigir o erro de dar aos ministros menos do que devem receber. Quando virem pessoas que foram colocadas em posição de confiança passando necessidade, permitam que Deus mova seu coração para consertar as coisas. O dízimo deve ir para aqueles que laboram na palavra e na doutrina, sejam homens ou mulheres. -- Manuscript Releases 1:263. FD 87 6 Ver Apêndice D. ------------------------Capítulo 9 -- Ministério na vizinhança FD 88 1 Devemos sentir ser nosso especial dever trabalhar pelos que se encontram em nossa vizinhança. Pensemos como ir em socorro dos que não têm interesse nas coisas religiosas. Ao visitar os amigos e vizinhos, mostremos interesse em seu bem-estar espiritual, da mesma maneira que pelo bem-estar físico. Falemos de Cristo como um Salvador que perdoa o pecado. Convidemos os vizinhos para nossa casa, e leiamos partes da preciosa Bíblia, e de livros que lhes explicam as verdades. Convidemos para se unirem conosco em cânticos e orações. Nessas pequeninas reuniões, o próprio Cristo estará presente, segundo prometeu, e os corações serão tocados pela Sua graça. -- A Ciência do Bom Viver, 152. FD 88 2 Mulheres necessárias em vários ramos da obra -- Há, nos vários ramos do trabalho da causa de Deus, um vasto campo em que nossas irmãs podem fazer bom serviço para o Mestre. Muitos ramos da obra missionária são negligenciados. Nas diversas igrejas, muito trabalho é deixado por fazer ou executado imperfeitamente, o qual podia ser bem feito com o auxílio que nossas irmãs, sendo devidamente instruídas, podem dar. Por várias formas de esforços missionários, podem elas atingir uma classe não alcançada por nossos pastores. Entre as nobres mulheres que tiveram a coragem moral de decidir-se em favor da verdade para este tempo, muitas são dotadas de tato, percepção, boas aptidões, e que darão obreiras bem-sucedidas. Os esforços dessas mulheres cristãs são necessários. -- Evangelismo, 466. FD 88 3 Amiga das pessoas -- Caso um membro da família de Cristo caia em tentação, os outros membros devem olhar por ele com bondoso interesse, procurando firmar os pés que se estão desviando para caminhos falsos, e conquistando-o para uma vida pura e santa. Esse serviço requer Deus de todo membro de Sua igreja. [...] FD 88 4 Essa é uma forma de trabalho missionário doméstico, que é tão proveitoso para os que o fazem, como para aqueles por quem é feito. O bondoso interesse que manifestamos no círculo doméstico, as palavras de simpatia que dizemos aos nossos irmãos e irmãs, habilitam-nos a trabalhar pelos membros da família do Senhor, com quem, uma vez que permaneçamos fiéis a Cristo, viveremos por todos os séculos. "Sê fiel até à morte", diz Cristo, "e dar-te-ei a coroa da vida". Apocalipse 2:10. Portanto, quão cuidadosamente devem os membros da família do Senhor guardar seus irmãos e irmãs! Tornemo-nos amigos seus. Se eles são pobres, e necessitados de alimento e vestuário, supramos as necessidades materiais da mesma maneira que as espirituais. Seria essa uma dupla bênção. -- Evangelismo, 353. FD 89 1 Amiga de famílias em necessidade -- As irmãs podem fazer muito para aproximar-se do coração e enternecê-lo. Onde quer que estejam, minhas irmãs, trabalhem com simplicidade. Se estiverem em uma casa onde há crianças, demonstrem interesse nelas. Façam-nas sentir que as amam. Se uma está doente, ofereçam-se para ajudar nos tratamentos; ajudar a mãe, exausta de cuidados e ansiosa por aliviar o sofrimento de seu filhinho. -- Evangelismo, 460. Todos devem ter parte na obra de Deus FD 89 2 Nossas irmãs podem fazer muito -- Nossas irmãs estão fazendo comparativamente nada, quando poderiam fazer muito. Cristo está examinando a vida e o caráter em busca de frutos, e encontrando muitos professos cristãos, à semelhança da figueira infrutífera, que nada produzem a não ser folhas. As irmãs podem trabalhar eficientemente para obter assinantes para nossos periódicos, trazendo, assim, a luz perante muitas mentes. A distribuição de folhetos e a obra da colportagem cristã pode ser feita igualmente por nossas irmãs e nossos irmãos. FD 89 3 Satanás está ativo neste departamento de sua obra, espalhando literatura que está rebaixando a moral e envenenando a mente dos jovens. Publicações ateístas estão sendo espalhadas largamente através do país. Por que não deveria cada membro da igreja estar empenhado, com o mesmo profundo interesse, em espalhar publicações que elevem o espírito do povo, e lhes apresentem diretamente a verdade? Essas revistas e folhetos são para luz do mundo, e muitas vezes têm sido instrumentos na conversão de pessoas. Nossas publicações estão hoje espalhando a semente do evangelho e, da mesma maneira que a palavra falada do púlpito, são instrumentos para trazer muitas pessoas a Cristo. Igrejas inteiras têm surgido em resultado de sua circulação. FD 89 4 Nessa obra todo discípulo de Cristo pode tomar parte. Steps to Christ, 146. Façam com que os folhetos, as revistas e livros sejam disseminados em todas as direções. Levem, por onde forem, um pacote de escolhidos folhetos, os quais podem passar a outros, logo que surja oportunidade. Que se venda o que for possível, e emprestados ou dados, segundo as circunstâncias. Os resultados serão importantes. -- Steps to Christ, 151. FD 90 1 Certeza de estar trabalhando para Jesus -- Nossas irmãs não são excluídas de tomar parte na obra de Deus. Todos que tenham provado as virtudes do mundo por vir têm fervoroso trabalho a fazer em algum setor da vinha do Senhor. Nossas irmãs podem conduzir as coisas de modo a estarem sempre com os seus dedos ocupados na manufatura de delicados artigos de embelezamento de seu lar ou para presentear aos amigos. Grandes quantidades dessa espécie de material podem ser levadas e postas sobre a pedra fundamental, mas olhará Jesus para toda essa variedade de delicado trabalho como um vivo sacrifício para Si? Louvará Ele tais pessoas com as palavras: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência", e como "sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo Meu nome e não te cansaste"? Apocalipse 2:2, 3. -- Beneficência Social, 155. FD 90 2 Todas podem fazer algo em casa -- Nossas irmãs têm sido muito prontas para se excluírem de aceitar responsabilidades que requeiram meditação e acurada aplicação mental; entretanto essa é exatamente a disciplina que elas precisam para aperfeiçoar a experiência cristã. Podem ser obreiras no campo missionário, interessando-se pessoalmente na distribuição de folhetos e revistas que representem corretamente nossa fé. Steps to Christ, 29. Nem todas podem trabalhar no exterior, mas todas podem fazer algo em casa. [...] FD 90 3 Deveríamos, como cristãs, ter um senso permanente de que nosso tempo, nossas forças e capacidade foram adquiridos por preço infinito. Não pertencemos a nós mesmas, para usarmos nossos momentos na gratificação de nossos caprichos e do orgulho. Como filhas da luz, devemos difundir luz aos outros. Nosso estudo deve ser como glorificar melhor a Deus, como trabalhar para salvar e abençoar almas por quem Cristo morreu. Trabalhando para abençoar a outros, estaremos reunindo forças e coragem para nossa própria alma, e receberemos a aprovação de Deus. Centenas de nossas irmãs poderiam estar trabalhando hoje, se quisessem. -- Steps to Christ, 28. FD 90 4 Aquelas que agora não estão fazendo nada deviam trabalhar. Que cada irmã que professa ser filha de Deus sinta, em verdade, a responsabilidade de ajudar a todos que lhe estiverem ao alcance. Steps to Christ, 29. As mais nobres de todas as realizações podem ser alcançadas através da abnegação e benevolência por outros. -- Beneficência Social, 160. FD 90 5 Semear junto a todas as águas -- Se nossas irmãs passassem o tempo que Deus lhes deu em fervorosa oração, e no estudo de Sua Palavra, Ele lhes concederia sabedoria celestial, para que soubessem como trabalhar mediante a graça que lhes foi dada por Deus para salvar as almas dos que se encontram ao seu redor. Nossas irmãs poderiam começar com o trabalho missionário em sua própria casa; então saberiam como trabalhar inteligentemente por seus vizinhos. Caso se interessassem por esse tipo de trabalho, poderiam semear as sementes da verdade. Devemos semear junto a todas as águas, mesmo que não saibamos qual prosperará, se esta ou aquela. Esse tipo de trabalho compensa, pois seus resultados são duradouros como a eternidade. É representado como colocando nos fundamentos ouro, prata e pedras preciosas -- materiais que não se consomem nem perecem, mas duram como a eternidade. O primeiro trabalho para nós, individualmente, é uma consagração pessoal a Deus. -- The Review and Herald, 6 de Novembro de 1888. Colaboradoras de Deus FD 91 1 Orar por amigos pessoais -- Deus fará por nós coisas maiores do que podemos pedir ou pensar, se tão-somente nEle confiarmos plenamente. Creremos, avançaremos em fé, esperança e coragem, apegando-nos com firmeza Àquele que é poderoso? [...] Que todos os que professam a verdade presente demonstrem seus puros e santos princípios no viver. Se nossas irmãs tão-somente sentissem que podem fazer muito, se se consagrassem a Deus, seriam de grande ajuda. Se falassem e atuassem com sabedoria celestial entre seus conhecidos, poderiam fazer uma boa obra. FD 91 2 Se falassem menos sobre assuntos não importantes e orassem mais fervorosamente, e levassem a Jesus o caso de seus amigos que não estão na verdade, suplicando-Lhe que lhes ilumine a mente, suas orações poderiam fazer muito bem; certamente o farão, se feitas com fé. Nossas irmãs podem ser colaboradoras de Deus. Poderão, quando esta vida aqui se encerrar, olhar para sua vida, não como um árido deserto, mas com botões, flores e frutos como resultado da atividade de sua vida. -- Manuscript Releases 7:40, 41. Que os jovens sejam preparados para servir aos outros FD 91 3 Organizar-se para o serviço -- Jovens de ambos os sexos, devem se organizar em grupos e, como soldados de Cristo, alistar-se na obra, pondo todo o tato, habilidade e talento no serviço do Mestre, a fim de poder salvar almas da ruína. Que em toda igreja haja grupos organizados para fazer essa obra. [...] Não quererão os jovens que realmente amam a Jesus organizar-se como obreiros, não somente em favor daqueles que professam ser observadores do sábado, mas também dos que não pertencem à nossa fé? -- Steps to Christ, 34. FD 91 4 Ensinar métodos práticos de fazer trabalho missionário -- O que agora se necessita para a edificação de nossas igrejas é do importante trabalho de obreiros sábios para discernir e desenvolver talentos na igreja -- talentos que possam ser preparados para o uso do Mestre. [...] Os que estão empenhados em visitar as igrejas, devem ensinar aos irmãos e às irmãs os métodos práticos de fazer trabalho missionário. Steps to Christ, 58. Que haja uma classe de preparo para os jovens que se dispõem a trabalhar, se forem ensinados. Rapazes e moças devem ser ensinados a tornar-se obreiros em casa, na vizinhança e na igreja. -- The Review and Herald, 15 de Maio de 1888. FD 92 1 Os jovens podem realizar reuniões -- Antes de eu apresentar essas questões [dirigindo reuniões na Austrália] aos estudantes da escola de Avondale, alguns se haviam empenhado diligentemente no esforço missionário, visitando famílias, distribuindo literatura e dando estudos bíblicos em locais que ficavam de um a sete quilômetros de distância. Mas muitos dos estudantes aqui, como na maioria das outras escolas, agiam com base na teoria de que seria mais sábio aprender tudo o que pudessem durante a permanência na escola, e aguardar o encerramento das aulas para, então, assumir algum esforço missionário ativo. [...] FD 92 2 Ao estudarmos o que seria para o melhor interesse das igrejas de Nova Gales do Sul, e para os alunos da escola que haviam tido experiência em trabalhar para Cristo, julgou-se que seria melhor incentivar pessoas com alguma experiência para deixar a escola e passar a semana visitando igrejas, ajudando a realizar reuniões e unindo-se aos obreiros dessas igrejas em sincero labor por aqueles que necessitavam de ajuda. Sete, então, saíram de Cooranbong, além do pastor Haskell, que passou a semana com a igreja de Stanmore, junto à qual atuou de maneira muito eficiente e amorosa. FD 92 3 Quando essa questão foi considerada pela primeira vez, para alguns pareceu algo grave perder uma semana do semestre escolar. Custara muito chegar à escola, e aparentemente essa seria a última oportunidade de freqüentá-la, sendo cada lição muito preciosa. Mas, após consideração, o serviço foi aceito alegremente, a cruz foi levantada e, ao ser levantada, levantou aquele que a erguia. Nenhum dos obreiros se acomodou confortavelmente, mas passavam com rapidez de um lugar para outro. Tiveram calorosa recepção. Encontraram pessoas solitárias, famintas por encorajamento espiritual; ao regarem a vida dos outros, seu próprio espírito era regado. Quando esses obreiros retornaram à escola, estavam cheios de alegria e ânimo. Sua fé se havia desenvolvido com o trabalho, e estavam prontos a motivar e ajudar seus companheiros. FD 92 4 Nessa ocasião, irrompeu entre a colônia uma grave epidemia de gripe. Apareceu primeiro nas cidades e depois abriu caminho pelo interior. Como era de esperar, a escola foi um dos últimos lugares afetados. Havia muitos enfermos ao nosso redor; os alunos da turma de enfermagem prática apresentaram-se voluntariamente para ir, quando necessário, e cuidar dos doentes. Assim, foram enviados, de dois em dois, para ministrar tratamentos e cuidar daqueles que estavam mais fracos. FD 92 5 Essas experiências lhes prepararam o coração para apreciar e receber instruções acerca do valor do esforço missionário como parte de sua educação. Ao ser apresentado o assunto na escola e na igreja, durante a semana de oração, alunos e professores procuraram agir segundo as sugestões, e encontraram oportunidades de trabalho por todo lado. Nas tardes de sábado e domingo, de dezesseis a vinte alunos se empenhavam em realizar reuniões de oração, estudos bíblicos, reuniões de jovens e serviço de pregação, em seis a dez lugares diferentes. Um resultado desse trabalho já vemos -- os obreiros se sentem grandemente abençoados. Outros resultados poderão ser vistos no futuro. -- The Review and Herald, 4 de Outubro de 1898. Uma carta missionária para Maria Chase FD 93 1 Maria Chase era sobrinha de Tiago White, filha da irmã dele, Mary. Querida sobrinha Maria: FD 93 2 Tenho o desejo de enviar-lhe algumas linhas. Não perdi meu interesse por você, embora tenha ficado muito desanimada acerca do seu caso. À medida que parece diminuir a perspectiva de se tornar cristã, tenho sentido uma dolorosa ansiedade a respeito de seu rumo e perspectivas futuras. FD 93 3 Não sei se entendo plenamente seu atual estado mental, e posso não estar tão preparada para ajudá-la como se o entendesse. Eu deveria saber melhor como abordá-la se soubesse que deseja sinceramente tornar-se uma humilde cristã. Tenho pensado que talvez deseje isso, mas que, devido ao seu último fracasso em levar avante o propósito de se tornar cristã, tenha ficado desanimada. [Pode] ter pensado que a confiança dos outros em você ficou tão abalada que não teriam fé nos esforços que poderia fazer no futuro. FD 93 4 Mas, Maria, se a vida cristã exerce atração sobre você, e consegue ver a malignidade do pecado e sua condição perdida sem Cristo, aconselho-a a começar de novo, de maneira séria. Com mansidão, busque o Senhor. Poderá sentir-se muito desconfiada de si mesma, pois tem razão para isso. Mas Deus é leal, e eu a aconselho, pelo bem de sua salvação, que tente outra vez e procure sinceramente tornar-se seguidora de Cristo. Essa é uma obra que ninguém pode fazer por você. É uma obra solene entre Deus e seu coração, a qual deve passar pelo teste do Todo-Poderoso. FD 93 5 Permita-me insistir em que procure aquelas coisas que constituem sua paz. Durante toda a sua vida, você tem buscado ansiosa e sofregamente prazeres terrenos e diversões mundanas para satisfazer a mente inquieta; mas em cada prazer terreno e mundano se encontra um espinho. No seu caso, tem havido desapontamento após desapontamento, e a vida tem sido um fracasso. Assim, não tem cumprido na Terra o propósito que Deus lhe designou. Sua mente tem tido a permissão de ocupar-se com frivolidade, moda e ostentação. A aparência tem sido o altar sobre o qual sacrifica a sobriedade de pensamento -- elevadas considerações e interesses eternos que são tão mais altos e valiosos que os interesses terrenos, assim como o céu é mais alto que a Terra. FD 94 1 Satanás tem coberto o caminho largo e descendente com tentadoras flores, mas aqueles que são atraídos para a morte, nesse caminho, aprendem por experiência que essas agradáveis flores murcham, tão logo são colhidas. Elas não exalam um doce perfume, porém um odor desagradável e forte. FD 94 2 Maria, você pretende dedicar a Deus o pouco tempo que lhe é concedido, e garantir sua felicidade aqui e a salvação no porvir? Suplico-lhe que assuma o trabalho com seriedade. Não mais venere sua aparência pessoal, que não pode sequer colocá-la sob o favor de Deus. Deus preza o valor moral. Diz Pedro, "não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus". 1 Pedro 3:3, 4. FD 94 3 Busque esse espírito manso e tranqüilo. Livre-se desse espírito que a controla em grande medida. Supere esse desejo de volubilidade, e busque a mansidão e a justiça. Acredito que Deus ainda lhe estenderá Sua graça, se voltar a Ele de todo o coração, e fizer do aprendizado com Cristo o seu primeiro e básico interesse. Aprenda como servi-Lo. Estude a Bíblia, rogando a Deus que lhe ilumine a mente para compreender seus sagrados ensinos, que tão longamente tem negligenciado e desprezado. Volte sua atenção para as palavras de vida. Examine as Escrituras. FD 94 4 Durante toda a sua vida, seu coração tem estado em rebelião contra Deus. Tem tripudiado sobre Sua oferta de misericórdia, escolhendo as coisas prazerosas do mundo e o serviço de Satanás, em lugar do serviço de Cristo. Jesus, todavia, com ilimitada misericórdia ainda a convida a escolhê-Lo como Salvador e a tornar-se filha de Deus, herdeira da glória. Se quiser, poderá escolher a vida e a salvação, ou escolher adorar a si mesma e dedicar as preciosas horas do seu tempo de graça para tornar sua pessoa atraente para agradar aos olhos dos mundanos e sensuais, receber bajulação de lábios mentirosos e, por fim, ceifar a seara que tem semeado -- corrupção. O pobre corpo mortal que tem sido o seu ídolo, o seu deus, será cortado como pasto e secará como a erva. Ah, Maria, como tenho sentido aflição ao ver sua mente quase completamente tomada pela preocupação consigo, com seu vestuário, com a aparência. Sua mente parece empenhar-se o tempo todo para melhorar sua aparência. FD 94 5 A Palavra de Deus nos exorta a estudar como apresentar-nos provados diante de Deus. Quanto tem sido estudada essa importante lição? Tem você cobiçado a aprovação e o louvor daqueles que são amantes dos prazeres e inimigos de Deus, ao mesmo tempo em que não tem elevados desejos e determinação de propósito a buscar, acima de tudo mais, para apresentar-se aprovada diante de Deus. [É] Ele quem lhe concede vida e todas as boas coisas que tem desfrutado. FD 95 1 Deixo com você estas linhas apressadamente escritas, orando para que lhe façam bem. Rogo-lhe novamente para que tome o propósito de buscar o Senhor. Ore muito. Chore e ore. Humilhe-se diante de Deus, confiando só nos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto, Aquele que faz intercessão por corações tão poluídos pelo pecado como o seu. Se outros não a ajudam como você acha que deveriam, não desanime. Seu caso é de vida ou morte. Anjos de Deus observam com interesse para ver se será vencida por Satanás, ou [se] será vencedora e, mediante a eficácia do sangue de Cristo, esmagará Satanás sob seus pés. Escolherá a Cristo como a sua porção para sempre? FD 95 2 Ore, Maria, fervorosamente, para que Deus lhe revele o pecado e a corrupção do seu coração. Permita que esse desejo a acompanhe, pois é importante que se veja como pecadora, a fim de sentir a necessidade de perdão através do sangue de Cristo. Que sua segunda oração seja: "Senhor, revela-me a Ti mesmo, Tua misericórdia e o valor do Teu sangue." Apodere-se da vida eterna. Você já provou a inutilidade das coisas terrenas, e para mim tem sido espantoso que ainda pareça manifestar tão pouco interesse em tornar-se cristã. Mas agora posso entendê-lo. Sua aparência pessoal é o seu ídolo. Deus não pode habitar no coração ou nos pensamentos onde o eu reina supremo. Satanás propõe-se usar sua boa aparência para a sua própria destruição e, se ele for bem-sucedido, essa acabará sendo a maior maldição que já lhe sobreveio. FD 95 3 Para que serve a ostentação e a aparência, por si sós? O que é a beleza, sem valor moral ou sem a verdadeira bondade do coração e a nobreza de caráter? É mero brilho exterior, que agrada a certo tipo de mentalidade, mas que perecerá no dia de Deus, deixando apenas uma deformidade pecaminosa e corrupta. Busque o Céu, busque a verdadeira humildade, e Deus então lhe dirigirá o caminho. -- Carta 2, 1865. ------------------------Capítulo 10 -- A obra da temperança FD 96 1 A definição de temperança, feita pela senhora White, é extraordinária: "A verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável". Temperança, 138. Nesta seção, contudo, tratamos da reforma da temperança com referência, basicamente, ao uso do álcool. Ellen White era uma oradora muito procurada para falar sobre temperança. Tinha grande preocupação pelo assunto, e esse era muitas vezes o seu tema quando falava em grandes reuniões públicas. Os princípios aqui expostos podem bem ser aplicados ao abuso de qualquer substância. FD 96 2 Usar a influência em favor da temperança -- Os defensores da temperança deixam de cumprir seu inteiro dever a menos que exerçam sua influência por preceito e exemplo -- pela voz, pela pena e pelo voto -- em favor da proibição e da abstinência total. -- Temperança, 253, 254. FD 96 3 Parte da terceira mensagem angélica -- Cumpre-nos, em nossa obra, dar mais atenção à reforma da temperança. Toda atividade relacionada com reforma, envolve arrependimento, fé e obediência. Isso significa o reerguimento da pessoa a uma vida nova e mais nobre. Assim toda verdadeira reforma tem seu lugar na obra da terceira mensagem angélica. A reforma da temperança requer nossa especial atenção e apoio. Devemos, em nossas reuniões campais, chamar a atenção para essa obra, tornando-a um assunto vital. Precisamos apresentar ao povo os princípios da verdadeira temperança, e pedir assinaturas para o compromisso de temperança. Importa dar cuidadosa atenção aos que se acham escravizados pelos maus hábitos. Cumpre-nos levá-los à cruz de Cristo. FD 96 4 Há, noutras igrejas, cristãos que estão na defesa dos princípios da temperança. Devemos nos aproximar desses obreiros, abrindo caminho para que estejam conosco lado a lado. Devemos convidar grandes homens, homens bons, para apoiarem nossos esforços em salvar o que se havia perdido. [...] FD 96 5 Unicamente a eternidade revelará o que tem sido realizado por esse tipo de ministério -- muitas pessoas oprimidas pela dúvida e cansadas do mundanismo e da agitação têm sido levadas ao grande Médico, que almeja salvar perfeitamente todos quantos se chegam a Ele. Cristo é o Salvador ressuscitado, e há cura debaixo de Suas asas. -- Testimonies for the Church 6:110, 111. FD 97 1 Não perder uma oportunidade -- Sinto não ter havido nos últimos anos mais vivo interesse, entre nosso povo, para ampliar este ramo da obra do Senhor. Não nos podemos permitir perder uma ocasião de unir-nos com a obra da temperança em qualquer parte. Se bem que a causa da temperança nos países estrangeiros não avance sempre tão rapidamente como poderíamos desejar, todavia em alguns lugares os esforços dos que se empenharam nela foram seguidos de decidido êxito. Na Europa, achamos o povo acessível nessa questão. Uma ocasião em que aceitei um convite para falar a um grande auditório acerca da temperança, o povo honrou-me colocando no púlpito a bandeira americana. Minhas palavras foram recebidas com a mais profunda atenção, e ao fim de minha palestra foi-me concedido caloroso voto de agradecimentos. Nunca, em toda a minha obra nesse sentido, recebi uma palavra de desrespeito. -- Temperança, 225, 226. FD 97 2 A juventude pode ser uma grande força -- Nenhum grupo de pessoas há mais capaz de realização na causa da temperança do que os jovens tementes a Deus. Se os jovens que vivem em nossas cidades se unissem em um firme e decidido exército, e enfrentassem firmemente toda forma de egoísmo e condescendência que destrói a saúde, que força não poderiam eles ser para o bem! Quantos não poderiam eles salvar de se corromperem ao visitarem os salões e jardins que se acham equipados com música e toda sorte de atração para seduzir a juventude! A intemperança, a licenciosidade e a profanação são irmãs. Conselhos Sobre Saúde, 441. Que todos os jovens tementes a Deus se cinjam da armadura e avancem para a frente de batalha. Coloquemos nosso nome em cada compromisso de temperança. Será uma forma de utilizar nossa influência e induzir outros a assiná-lo. Não permitamos que qualquer fraca desculpa nos detenha em dar esse passo. Trabalhemos em benefício de nossa salvação e pelo bem dos outros. -- Temperança, 198. FD 97 3 Apoiar a temperança -- A questão da temperança deve receber decidido apoio do povo de Deus. A intemperança está lutando por adquirir o domínio; a condescendência com os próprios desejos cresce, e necessitam-se grandemente das publicações que tratam da reforma de saúde. A literatura que trata desse assunto é a mão direita do evangelho, levando as pessoas a pesquisarem a Bíblia em busca de melhor compreensão da verdade. Deve-se fazer soar a advertência contra o grande mal da intemperança; e para que isso possa ser feito, todo observador do sábado deve estudar e pôr em prática as instruções contidas em nossas revistas e livros que tratam de saúde. E devem fazer mais: incluir fervorosos esforços para pôr em circulação essas publicações entre seus vizinhos. -- Steps to Christ, 219. Nossa relação com a união de temperança das mulheres cristãs FD 98 1 Ellen White apreciava de modo especial o trabalho da U.T.M.C. Insistia na colaboração entre nossas obreiras e as dessa digna causa. Esse princípio de cooperação pode ser levado para outras áreas de trabalho humanitário. FD 98 2 Unir-se com outras mulheres na obra da temperança -- A União de Temperança das Mulheres Cristãs é uma organização com cujos esforços para disseminação dos princípios de temperança, podemos unir-nos de boa vontade. Foi-me mostrado que não nos devemos manter afastados delas, mas, conquanto não deva haver sacrifício de princípios de nossa parte, devemos o quanto possível unir-nos com elas no trabalho pró-reforma de temperança. [...] Devemos colaborar com elas quando pudermos, e podemos certamente fazê-lo na questão de fechar inteiramente os bares. -- Conselhos Sobre Saúde, 436, 437. FD 98 3 Trabalhar com a União de Temperança das Mulheres Cristãs -- Necessitamos, neste tempo, manifestar decidido interesse no trabalho da União de Temperança das Mulheres Cristãs. Ninguém que professe ter parte na obra de Deus, deve perder o interesse no grande objetivo dessa organização no sentido da temperança. Seria bom se, em nossas reuniões campais, convidássemos a U.T.M.C. a tomar parte em nossas atividades. Isso as ajudaria a relacionar-se com as razões de nossa fé, e abriria o caminho para unir-nos a elas na obra de temperança. Se assim fizermos, chegaremos a ver que a questão da temperança significa mais do que muitos têm suposto. Em certos assuntos, as obreiras da U.T.M.C. encontram-se muito adiante de nossos líderes. O Senhor tem nessa organização pessoas preciosas, que podem ser grande auxílio para nós nos esforços para promover o movimento de temperança. E a educação que nosso povo tem recebido na verdade bíblica e em certo conhecimento das reivindicações da lei de Jeová, habilitará nossas irmãs a comunicar a essas nobres defensoras da temperança o que será para seu bem espiritual. Formar-se-á, assim, uma união e simpatia onde, por vezes, existiu preconceito e desentendimento. -- Temperança, 223, 224. Sra. S.M.I. Henry, líder da união de temperança das mulheres cristãs FD 98 4 A Sra. S. M. I. Henry, líder da União de Temperança das Mulheres Cristãs, converteu-se ao adventismo enquanto era paciente no Sanatório de Battle Creek e enquanto a Sra. White morava na Austrália. As duas tornaram-se grandes amigas por correspondência, embora nunca tivessem o privilégio de conhecer-se pessoalmente. Os seguintes trechos de cartas para a Sra. Henry mostram a relação que pode ser mantida com a União de Temperança das Mulheres Cristãs por parte de mulheres adventistas habilidosas. FD 99 1 Eu me sentiria muito satisfeita se pudesse estar sentada ao seu lado para conversar a respeito dos incidentes de sua experiência. Tenho o sincero desejo de conhecê-la. Não é impossível que, ainda nesta vida, nos vejamos face a face. Ao saber da maneira generosa como Deus a tem tratado, sinto-me agradecida a meu Pai celestial porque a luz da verdade para este tempo brilha em sua mente e em sua vida. Através da vastidão das águas do Pacífico, podemos dar-nos as mãos em fé e doce companheirismo. Congratulo-me com cada oportunidade que lhe aparece para alcançar as pessoas. Louvo ao Senhor, que operou em seu favor, e porque o Grande Médico, que nunca perdeu uma causa, a curou e lhe deu acesso às pessoas, a fim de poder expor diante de muitas delas sua experiência com a longanimidade de um benevolente Redentor. -- Manuscript Releases 7:155. FD 99 2 Agradeço ao Senhor com o coração, a alma e a voz pela sua condição de importante e influente membro da União de Temperança das Mulheres Cristãs. Pela providência de Deus, foi-lhe concedida a luz para obter o conhecimento da verdade. [...] Essa luz e conhecimento deve ser levada ao trabalho, ao relacionar-se com mulheres cujo coração esteja abrandado pelo Espírito de Deus e que estejam buscando a verdade como um tesouro escondido. Por vinte anos, tenho procurado fazer com que a luz chegue às mulheres que trabalham na área da temperança. Mas, com tristeza, tenho visto que muitas delas estão entrando na política, e isso contra Deus. Elas entram em debates, questões e teorias que não precisam abordar. Cristo disse: "Eu sou a luz do mundo, quem Me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida". João 8:12. FD 99 3 O Senhor, creio plenamente, a está guiando para que conserve os princípios de temperança claros e distintos, em toda a sua pureza, em ligação com a verdade para estes últimos dias. Aqueles que fazem Sua vontade terão o conhecimento da doutrina. Temperança, 224. O Senhor determina que as mulheres aprendam dEle a mansidão e humildade de coração, e colaborem com o maior Mestre que o mundo conheceu. Quando isso for feito, não haverá luta pela supremacia e opinião orgulhosa, pois se entenderá que a mente, a voz e cada partícula de capacidade são apenas talentos emprestados, dados por Deus para serem usados na Sua obra, como acréscimo, e para serem devolvidos ao Doador com juros. Espera-se que cresçamos em capacidade, influência e poder, olhando sempre para Jesus. E, pela contemplação, seremos transformadas à Sua semelhança. FD 99 4 A obra da mulher é um poder no mundo, mas isso se perde quando, com a Palavra de Deus diante de si, ela vê um "assim diz o Senhor" e se recusa a obedecer. A maior dificuldade para a pessoa é abandonar suas supostas obras meritórias. Não é uma questão fácil entender o que significa recusar ao eu o lugar mais honrado no serviço de Deus. Inconscientemente, agimos com base nos atributos de nosso caráter e nos preconceitos de nossa mente, na própria presença de Deus, em nossas orações e cultos, em nosso serviço, e deixamos de ver que somos absolutamente dependentes da direção do Espírito Santo. Espera-se que o eu faça uma obra que está simplesmente fora do seu alcance realizar. Esse é o grande perigo da obra das mulheres na área da temperança cristã. FD 100 1 O Senhor não ordena que ninguém se separe da U.T.M.C. As pessoas que lá atuam necessitam de toda luz que lhes pode ser comunicada. Temperança, 224. Não temos que aprender delas, mas de Jesus Cristo. Façamos incidir toda luz possível no caminho delas. Podemos concordar com elas no terreno dos puros e elevados princípios que trouxeram à existência a União de Temperança das Mulheres Cristãs. "Eis", disse Cristo, "que vos envio como cordeiros para o meio de lobos". Lucas 10:3. Se Ele envia Seus discípulos para uma missão assim, não operará Ele por seu intermédio para abrir as Escrituras àqueles que se encontram no erro? Valorize a fragrância daquele amor que Cristo revelou pela humanidade caída e, por preceito e exemplo, ensine a verdade como ela é em Jesus. FD 100 2 Somente o Espírito Santo é capaz de desenvolver no coração humano aquilo que é aceitável à vista de Deus. O Senhor lhe deu capacidade e talentos a serem preservados incorruptíveis em sua simplicidade. Por meio de Jesus, pode ser feita uma boa obra. À medida que pessoas se convertem à verdade, que se unam ao que é ensinado por essas mulheres que estão dispostas a aprender, a viver e trabalhar de modo inteligente e unido. -- Carta 118, 1 de Dezembro de 1898. FD 100 3 Fico muito feliz, minha irmã, por não ter rompido sua ligação com a União de Temperança das Mulheres Cristãs. Possivelmente terá que romper essa ligação, mas não ainda, ainda não. Conserve seu cargo. Fale as palavras que lhe forem dadas por Deus, e o Senhor certamente operará por seu intermédio. Poderá ver muitas coisas que não aprova, mas não falhe nem desanime. Espero e oro para que se revista diariamente da justiça de Cristo. -- Carta 54, 24 de Março de 1899. FD 100 4 Eu espero, minha irmã, que tenha alguma influência na U.T.M.C. (Beneficência Social, 164) para atrair pessoas preciosas à norma da verdade. O Senhor está atraindo muitas a um exame da verdade, e é necessário não falhar nem ficar desanimada. Semeie junto a todas as águas. Essas são águas boas, junto às quais se pode semear as sementes da verdade, mesmo que não proclame publicamente as características distintivas de sua fé. Não seria sábio ser específica demais. O óleo da graça, revelado em sua influência consciente ou inconsciente, tornará manifesto que você tem a luz da vida. Ela resplandecerá diante dos outros em seu testemunho direto e positivo sobre assuntos com os quais todas podem concordar, e isso exercerá uma influência eficaz. -- Carta 96, 21 de Junho de 1899. FD 101 1 Fiquei muito satisfeita com sua carta, na qual me contou a história de sua experiência com a U.T.M.C. Quando a li, disse: "Graças ao Senhor! Essa é uma semeadura de valor." Estou satisfeita, muito satisfeita. O Senhor certamente abriu seu caminho. Conserve-o aberto, se possível. Poderá realizar uma obra importante. Conserve suas forças para esses esforços. Participe de reuniões importantes quando puder. Essas ocasiões podem ser muito complicadas, mas quando o Senhor dá aos Seus amados uma obra para fazer, Ele envia Seus anjos para estarem ao seu redor. FD 101 2 Há muitas pessoas preciosas a quem o Senhor gostaria de alcançar com a luz da verdade. Deve-se fazer um esforço para ajudá-las a compreender as Escrituras. Tenho sentido intenso interesse pelas obreiras da U.T.M.C. Essas heróicas mulheres sabem o que significa ter a própria individualidade. Desejo muito vê-las triunfantes com os redimidos, ao redor do grande trono branco. Minhas orações serão em seu favor, para que tenha oportunidade de assistir a esses grandes ajuntamentos, e que sua voz se faça ouvir em defesa da verdade. FD 101 3 Não ouso lhe dar conselho nessa importante questão. Mantenha sua posição; Cristo mantém a Sua. Tenha certeza de que Ele operará em você e por seu intermédio. FD 101 4 Deve representar grande ânimo em seu trabalho, pensar na compaixão e no terno amor de Deus por aqueles que buscam a luz e oram por ela. Devemos convocar reuniões de oração para pedir ao Senhor que abra o caminho, a fim de que a verdade penetre na cidadela onde Satanás erigiu o seu trono, e expulse as trevas que ele tem lançado pelo caminho daqueles a quem busca enganar e destruir. Temos a promessa ou, antes, a certeza: "Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo". Tiago 5:16. -- Carta 231, Dezembro de 1899. FD 101 5 A obra que está sendo feita para ajudar nossas irmãs a sentirem sua responsabilidade individual diante de Deus é uma boa e necessária obra. Por longo tempo tem sido negligenciada; mas quando essa obra for exposta em termos claros, simples e definidos, podemos esperar que os deveres essenciais do lar, em vez de serem negligenciados, serão realizados com mais inteligência. Aprecia o Senhor que mostremos, àqueles que não entendem, o valor da vida humana. [...] FD 101 6 Cristo, nosso Salvador, valorizou a excelência do viver. Nossas irmãs passam, geralmente, por grandes dificuldades, com a família que cresce e com a indiferença para com suas provações. Tenho ansiado muito por mulheres que sejam educadoras, para que as ajudem a erguer-se do seu desânimo e a sentir que podem fazer uma obra para o Senhor. Esse esforço é para levar raios de sol à vida delas, que irão se refletir no coração de outros. Deus as abençoará, e a todas as que se unirem nessa grande obra. [...] FD 101 7 Se pudermos, devemos falar às nossas irmãs, e liderá-las, em lugar de dizer "Ide". Liderá-las para fazer como se deve fazer, ao sentir uma forte e duradoura percepção do valor da vida humana. Somos aprendizes, a fim de nos tornarmos mestras. Essa idéia deve ser impressa na mente de cada membro da igreja. FD 102 1 Cremos plenamente na organização da igreja, porém em nada que deva prescrever precisamente a maneira em que devamos trabalhar; pois nem todas as mentes são atingidas pelos mesmos métodos. Evangelismo, 473. Não se permita que coisa alguma impeça o atuante servo de Deus de alcançar seu semelhante. O crente individual deve trabalhar pelo pecador individual. [...] FD 102 2 Ensine isto, minha irmã. Temos muitos caminhos abertos diante de nós. Falemos à multidão sempre que nos for possível; conservemos toda partícula de influência que pudermos por meio de qualquer associação que possa ser tornada o meio de introduzir o fermento na massa. Todo homem e toda mulher tem uma obra a fazer para o Mestre. A consagração e santificação individuais a Deus realizarão mais, pelos métodos mais simples, do que a mais imponente exibição. -- Evangelismo, 473. [...] FD 102 3 Ensinemos às nossas irmãs que, cada dia, a pergunta deve ser: Senhor, que queres que eu faça hoje? Em cada vaso consagrado a Deus se derramará diariamente o santo óleo, a fim de que seja levado a outros vasos. Cada dia podemos avançar no caráter cristão, à espera de oportunidades para fazer a vontade e a obra de Deus. Cada palavra proferida, cada ato executado em harmonia com Cristo, terá duradoura transcendência. Falemos as palavras que nos forem dadas por Deus, e o Senhor certamente trabalhará junto conosco. Não fraquejemos nem desanimemos, mesmo vendo muitas coisas que não aprovamos. Oro para que diariamente a irmã seja revestida com a justiça de Cristo. -- The Review and Herald, 9 de Maio de 1899; escrito para a Sra. S. M. I. Henry, em 25 de Março de 1899. As sementes da verdade podem ser semeadas na U.T.M.C. FD 102 4 Somente a eternidade revelará o resultado -- Espero que ninguém, entre o nosso povo, tenha a mente tão estreita a ponto de dizer à irmã Henry: Rompa sua ligação com a União de Temperança das Mulheres Cristãs. A irmã Henry pode semear as sementes da verdade nessa sociedade. Não que precise revelar todo o conhecimento que obteve sobre assuntos objetáveis. Ela pode partilhar as alegres novas da salvação. Assim, quando os corações tiverem sido aquecidos pela atuação do Espírito Santo, e os muros do preconceito começarem a ceder, ela pode apresentar a verdade, ponto por ponto. Essa obra em favor da U.T.M.C. tem um lado cansativo e desalentador, e devemos unir-nos para ajudar nossa irmã. Unicamente a eternidade revelará o que tem sido realizado por esta espécie de ministério -- quantas pessoas, enfermas de dúvida, e cansadas de mundanismo e de inquietação, têm sido levadas ao Grande Médico que almeja salvar perfeitamente todos quantos forem a Ele. Cristo é um Salvador ressuscitado, e há cura debaixo de Suas asas. -- Temperança, 261, 262. A morte da Sra. S.M.I. Henry representa uma verdadeira perda para a causa de Deus FD 103 1 A Sra. Henry teve uma obra a realizar entre os membros da U.T.M.C. -- Sinto-me muito triste com relação ao falecimento da irmã Henry. A luz que me deu o Senhor foi de que Ele teve uma obra para ela na U.T.M.C., e de que o vigor dessa obra não deve ser amortecido entre nosso povo. Ela podia fazer pela U.T.M.C. aquilo que ninguém, nas nossas fileiras, poderia, e ela não devia permitir que nosso povo a levasse a desperdiçar a capacidade que Deus lhe deu. O Senhor ia adiante dela no seu trabalho. -- Manuscript Releases 7:167. FD 103 2 Trabalhar através de mulheres de influência com ternura e amor -- Não represente a verdade e a situação das coisas como tão tremenda que aquelas que pertencem à U.T.M.C. se afastem, desesperadas. Há verdades vitais sobre as quais elas têm tido muito pouca luz. Elas devem ser tratadas com ternura, amor e respeito para com o seu bom trabalho. [...] Retenha sua condenação até que o nosso povo tenha feito tudo o que se pode fazer para alcançá-las, não pelos eruditos argumentos dos ministros, mas por intermédio de mulheres de influência que trabalham como a irmã Henry trabalhou. -- Manuscript Releases 1:125. FD 103 3 Uma verdadeira missionária -- O ser inteiro da irmã Henry estava empenhado na obra da reforma, e sua influência foi um cheiro de vida para a vida. Sentiremos muita falta de seus labores pessoais. Ela deu o seu testemunho sem hesitar, mas judiciosamente. Quando convencida pela verdade, alegrou-se e, sem dar desculpas, foi ao banquete do evangelho, agradecida. Regozijou-se com o privilégio de receber a preciosa verdade, que torna a alma sábia para a salvação e, com gratidão a Deus por Seus ricos favores, sentiu-se sob a obrigação de partilhá-los com os outros. Assim como recebera de graça, de graça deu. Fielmente, testemunhou da verdade. E o fez não meramente como um dever, como o trabalho que lhe fora indicado, mas como um grande privilégio. Era seu prazer tornar Seus caminhos conhecidos na Terra, e Sua cura salvadora entre todos a quem sua influência podia alcançar. Foi uma verdadeira missionária, obreira evangélica e, no registro do Céu, o seu nome está escrito como colaboradora de Deus. Não sabemos quantas almas serão salvas mediante o seu precioso serviço ao lado de Cristo. A semente que ela semeou continuará a reproduzir-se, e revelará uma preciosa messe no dia da colheita. -- The Review and Herald, 3 de Abril de 1900. ------------------------Capítulo 11 -- "Ide a todo o mundo" FD 104 1 Hoje, a palavra "missionário" tem sido largamente substituída por "obreiro inter-divisão" e outras expressões semelhantes. O sentido e o espírito de "missionário" é usado para indicar aqueles que ensinam aos outros acerca de Jesus e Seu amor, quer se dirijam a um país estrangeiro, quer à sua própria comunidade. FD 104 2 Mulheres devem ser educadas para a atividade missionária -- Árduo é o trabalho a ser feito para desalojar da mente o erro e a falsa doutrina, para que a verdade e a religião bíblicas possam achar lugar no coração. Foi como um meio ordenado por Deus para educar jovens de ambos os sexos para os vários ramos da obra missionária, que se estabeleceram colégios entre nós. Não é o desígnio de Deus que eles enviem apenas uns poucos, mas muitos obreiros. Satanás, porém, decidido a impedir esse desígnio, tem-se apoderado exatamente daqueles a quem o Senhor havia de habilitar para lugares de utilidade em Sua obra. Muitos há que haveriam de trabalhar, se impelidos a entrar no serviço, e que se salvariam mediante esse trabalho. A igreja deve sentir sua grande responsabilidade quanto a encerrar a luz da verdade, e restringir a graça de Deus dentro de seu estreito âmbito, quando dinheiro e influência deveriam ser liberalmente empregados para enviar pessoas competentes às missões. -- Testimonies for the Church 5:390. FD 104 3 Mulheres de diferentes nacionalidades devem ser educadas -- Missões estão sendo estabelecidas; e se o poder convertedor da verdade chegar aos nossos jovens, nós os veremos entrando nas fileiras dos obreiros. Houvessem sido educados desde o início de sua experiência religiosa a serem fiéis à sua fé, fervorosos na piedade, e identificados com o anelo de Cristo pela salvação das pessoas, teríamos centenas de missionários onde hoje temos um. Em cada missão estabelecida, devemos ter uma escola para a educação de obreiros. Os melhores talentos alemães, franceses e escandinavos devem ser alistados na obra de educar moças e rapazes promissores dessas diferentes nacionalidades. Essa questão essencial tem sido grandemente negligenciada. Nos escritórios de Battle Creek, Basiléia e Cristiana [hoje Oslo], há uma premente necessidade de tradutores desses diferentes idiomas. [...] Necessitamos de uma centena de obreiros onde existe um. FD 105 1 Pesadas responsabilidades não devem repousar sobre um homem só, em nenhum ramo da obra. Dois ou três devem estar capacitados a partilhar o fardo, de modo que, se um for chamado a outro posto do dever, outro venha para ocupar seu lugar. Não se tomou nem metade das providências que deveriam ter sido tomadas para o caso de alguma emergência. Deve-se prover um fundo para educar para a obra missionária aqueles que se entregam sem reservas a Deus e Sua causa e que trabalhem não por grandes salários, mas pelo amor de Cristo, para salvar as almas por quem Ele morreu. -- The Review and Herald, 12 de Outubro de 1886. FD 105 2 Deve-se oferecer uma educação geral e ampla -- Como um povo que pretende ter maior luz, devemos imaginar maneiras e meios pelos quais produzir uma corporação de obreiros educados para os vários departamentos da obra de Deus. Necessitamos de uma quantidade de rapazes e moças bem disciplinada e culta em nossos hospitais, na obra médico-missionária, nos escritórios de publicação, nas Associações dos diferentes Estados, e no Campo em geral. Necessitamos de jovens que tenham uma elevada cultura intelectual a fim de que possam prestar melhor trabalho ao Senhor. Temos feito algo no sentido de alcançar essa norma, mas estamos ainda muito aquém do ponto em que deveríamos estar. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 42, 43. FD 105 3 Mulheres devem trabalhar nas grandes cidades do mundo -- Londres tem-me sido apresentada, vez após vez, como um lugar no qual se deve realizar uma grande obra, e tenho procurado apresentar isso diante do nosso povo. Passei dois anos na Europa, andando pelo campo três vezes. A cada vez que fui, vi melhoramentos na obra e, da última vez, manifestou-se um decidido avanço. E um ardente desejo me encheu o coração, de ver esse grande campo, Londres especialmente, trabalhado como deveria ser. Por que não foram enviados obreiros para lá, homens e mulheres que podiam ter planejado o avanço da obra? Tenho-me indagado por que nosso povo -- aqueles que não são ministros ordenados mas têm ligação com Deus, que entendem as Escrituras -- não abre a Palavra de Deus aos outros. Caso se envolvessem nessa obra, grande bênção viria à sua própria alma. Deus deseja que Seu povo trabalhe. A cada homem -- e isso significa a cada mulher, também -- Ele deu a Sua obra, e essa obra deve cada um executar de acordo com suas várias aptidões. -- The General Conference Bulletin, 22 de Abril de 1901. A obra da colportagem FD 105 4 Colportagem, um nobre trabalho -- Vender nossa literatura é um trabalho missionário, e deve ser levado avante sob um ponto de vista missionário. Aqueles escolhidos como colportores devem ser homens e mulheres que sintam a responsabilidade do serviço, cujo objetivo não seja obter lucro, mas realizar a obra que precisa ser feita para iluminar o mundo. Todo o nosso trabalho deve ser feito para a glória de Deus, para dar a luz da verdade àqueles que se acham nas trevas. Princípios egoístas, amor ao lucro, à dignidade ou posição, não devem sequer se mencionados entre nós. -- (Australasian) Union Conference Record, 1 de Maio de 1901. FD 106 1 Colocar nossa literatura perante o público -- Se há um trabalho mais importante do que outro, é o de colocar nossas publicações perante o público, levando-o assim a examinar as Escrituras. A obra missionária -- introduzir nossas publicações nas famílias, conversar e orar com e por elas -- é uma boa obra, e que educará homens e mulheres para fazerem trabalho pastoral. -- Testimonies for the Church 4:390. Obra especial em favor dos idosos e negligenciados FD 106 2 A cerca de dois quilômetros e meio do Sanatório [Hinsdale], vimos o lar dos soldados, onde moram centenas de veteranos e suas esposas. Uma obra missionária especial deve ser efetuada nessa casa. Que homens que temem ao Senhor busquem remir o tempo e assumam uma obra que tem sido negligenciada, em favor desses idosos. Cristo comprou a salvação deles com o preço de Seu sangue. Para esse campo, sejam escolhidos homens e mulheres discretos, que não falhem nem desanimem. E que ninguém lhes menospreze os esforços, pois o Senhor estará com aqueles que por Ele trabalham com abnegação e sacrifício. Esse trabalho é tão importante quanto a obra em países estrangeiros. -- Manuscript Releases 4:377. O verdadeiro espírito missionário é essencial FD 106 3 A família Steward, aparentemente, deixou a igreja por algum tempo, mas foi "resgatada". Mary Steward tornou-se uma eficiente e apreciada revisora de provas e editora na Review and Herald. Depois que Ellen White retornou da Austrália, Mary trabalhou por vários anos como uma de suas assistentes. Ela aponta muitos defeitos de caráter que impediriam Mary de tornar-se missionária. Talvez tenha sido esta carta, escrita em 1891, que ajudou Mary Steward a andar com Jesus mais de perto. Querida irmã Mary Steward: FD 106 4 Enquanto venho orando fervorosamente ao Senhor para compreender o meu dever a respeito de ir para a Austrália, e acerca de quem devemos levar conosco, o Senhor me fez saber claramente que você não é a pessoa certa para ser aquele auxílio de que preciso no trabalho que Ele me deu para fazer. Você não consegue entrar no espírito da obra num campo missionário novo e não trabalhado. As palavras se repetiram: "As coisas espirituais se discernem espiritualmente". 1 Coríntios 2:14. Será provado e testado o caráter de todos os que são trazidos à luz que o Senhor comunica ao Seu povo. Se não há uma expansão e um desenvolvimento, e um aumento de fé e santidade consistente com a luz que lhes brilha no caminho [...] haverá uma cegueira que não discernirá as coisas profundas de Deus. Com aqueles que apreciam a luz que Deus tem dado, haverá frescor, poder e crescimento na graça, e a luz será difundida aos outros. FD 107 1 Existe a necessidade de um espírito missionário, abnegado, disposto ao sacrifício, entre todos os que se relacionam com a obra que Deus me deu para fazer; caso contrário, minha influência não será aquela que Deus designou que seja. E, a menos que você avance no conhecimento e no amor de Deus, não poderá conservar nem sequer a luz que agora tem. Se a luz não brilhar mais e mais, enfraquecerá e se apagará nas trevas. Toda obra será mesclada e manchada com o eu. Deus não a aceitará. É impossível que eu, ou qualquer pessoa ligada a mim, seja um canal de luz e assuma os deveres e responsabilidades que esta obra envolve, a menos que esteja crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. Todos os que estão ligados a mim e à solene obra que Deus me deu, devem representar o caráter dessa obra. [Devem] ser um exemplo para os outros em humildade e no caráter semelhante ao de Cristo, na fidelidade, na disposição de tomar a cruz, na ação pronta e vigorosa, na lealdade inabalável à santificadora influência da verdade, bem como em sacrifícios e labores para abençoar a outros. Para realizar isso, deve haver uma experiência cristã sempre crescente. A fé precisa ser forte; a consagração, completa; a simpatia, a ternura e o amor devem permear a vida. Devem ser pacientes na tribulação e semelhantes a Cristo na conversação, e mesmo os pensamentos [devem ser] levados cativos a Jesus Cristo. FD 107 2 Você tem diante de si uma experiência a obter. Não pode permanecer centralizada em si mesma e preparar-se para qualquer obra ou responsabilidade, seja difícil ou perigosa, que esteja em harmonia com Cristo. Você deve ter em vista exclusivamente a glória de Deus, e então o seu crescimento surgirá diante de todos. Precisa empregar todos os recursos da graça, para que seu amor a Deus, e a todos com quem se relacionar, seja puro e semelhante ao de Cristo. Então você aprovará as coisas que são excelentes e estará repleta dos frutos da justiça por meio de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus. Sua vida cristã deve assumir um molde diferente, ou então você nunca verá o reino do Céu. FD 107 3 Há muitos na igreja, representados diante de mim, que parecem estar-se afogando, numa luta desesperada por manter a cabeça fora da água. Na sua vida religiosa, nunca morreram para o eu. O eu é o seu ídolo; prestam culto diante do seu relicário. A debilidade e uma experiência flutuante abrem caminho para as tentações de Satanás, e serão facilmente vencidos. Um serviço fiel ao Senhor renovará suas forças. Virão provas à fé, mas o amor, a paciência e a constância serão pesadas nas douradas balanças do santuário celestial. FD 108 1 Você deve aprender, na escola de Cristo, a mansidão e humildade de coração, e ser treinada, disciplinada e educada para a utilidade e a imortalidade. Que estas palavras tenham o devido efeito sobre sua mente. Tenho interesse em você. Que nada atraia, entretenha ou distraia sua mente do trabalho diante de si. É pelo seu interesse presente e eterno que deverá cuidar para que este estado de coisas não continue. Que não se diga de você, no futuro, o que se disse dos cristãos hebreus: "Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido". Hebreus 5:12. Você precisa de boa religião doméstica. Traga à sua vida doméstica toda a suavidade e o brilho do sol, em cada palavra, em cada ação. Use diligentemente todos os dons do Céu na preciosa luz dada por Deus, e ponha essa luz em ação. Então o Senhor revelará mais amplamente a Sua misericórdia e bondade. Alcance na Terra um destino digno do Céu. -- Carta 26a, 1891. Os missionários devem ser dedicados ao trabalho FD 108 2 A carta seguinte foi escrita ao pastor e Sra. I. J. Van Horn, que haviam ido para Oregon como missionários. Adelia Patton morou no lar dos White por vários anos, antes de casar-se com Isaac Van Horn, e era como uma filha para eles. O pastor Van Horn e a Sra. White tinham altas expectativas e esperanças de que, trabalhando junto, o casal Van Horn formasse uma poderosa dupla missionária. Suas esperanças duraram pouco. Meus queridos filhos: FD 108 3 É com pesar que lhes escrevo. Quando foram para o campo de labor, em Oregon, a idéia era que sua esposa e você trabalhariam no interesse da causa de Deus. Essa, foi-me mostrado, era a vontade de Deus a seu respeito. FD 108 4 Mas vocês mudaram essa ordem de coisas por iniciativa própria. Deus não a ordenou assim. Tivessem ambos dedicado suas faculdades, a capacidade que Deus lhes deu, para fazer a obra com vistas exclusivamente à Sua glória, teriam feito somente aquilo que era seu dever realizar. A importância do labor dedicado nesta causa e na obra de Deus devia ser entendida sempre em sentido mais elevado do que o é. Se isso fosse sentido na época, ter-se-ia manifestado um espírito de sacrifício. O amor e a compaixão pelas almas por quem Cristo morreu afastariam os pensamentos dos planos e desejos egoístas. FD 109 1 O amor por Aquele que morreu pelo homem exercerá um poder impelente sobre nossa imaginação, nossos propósitos e todos os nossos planos. Não planejaremos para o nosso prazer, para gratificar nossos desejos, mas nos colocaremos sobre o divino altar como um sacrifício voluntário, para que o Senhor nos use para a Sua glória. A mente de Cristo deve estar em nós, controlando cada pensamento, cada propósito de nossa vida. Essa é a atitude com a qual deveríamos manter sempre nossa alma diante de Deus. Isso nós faremos, se entendermos o valor das pessoas e se a verdade, como ela é em Jesus, for gravada no coração. Essa obra lhes foi dada -- para serem missionários de Deus. FD 109 2 Satanás traça seus planos para derrotar o propósito de Deus. Ele os ajuda a planejar para si mesmos, e sabe que esse plano será bem-sucedido em cercar a ambos com dificuldades, não só roubando de Deus os labores de Adélia, mas em grande parte dos do irmão Van Horn também. O cuidado das crianças preocupará tanto a mente, que Cristo e Sua obra serão negligenciados. A mais forte afeição terrestre seria despertada, a da mãe para com seus filhos, o que tornaria totalmente secundária a obra de Deus, e assim Satanás obstruiria o caminho da utilidade que o Senhor lhes indicou. FD 109 3 Como seria bom se ambos pudessem ver que a verdade, a verdade de Deus, a obra da salvação, é algo mais forte, mais profundo e mais impelente do que mesmo o amor da mãe para com seus filhos! Nenhum traço de egoísmo deve introduzir-se para prejudicar a obra de Deus. A abnegação pode ser aflitiva para a carne, mas a melhor parte, a religião, deve assumir o comando. A verdade e o amor de Cristo devem ocupar a cidadela da alma. Ali é Deus entronizado, a consciência obedecida, e Deus lhes teria dado um lugar em Sua morada, melhor do que filhos e filhas. FD 109 4 Deus deu a Adélia talentos superiores. Exercidos na obra da conquista de almas para Jesus, teriam sido plenamente exitosos. A maneira acessível, suave, elevada de ensinar teria trazido muitos filhos e filhas para Jesus Cristo. A luz resplandeceria do trono de Deus para a mente dela e se refletiria sobre outros. FD 109 5 Mas o inimigo ocupou o espaço e suas sugestões foram seguidas. Vocês entraram numa área que Deus não podia aprovar e não aprovou. O inimigo concebeu um plano para atingir a ambos e bloquear-lhes o caminho. Adélia era uma pessoa tímida, sentia profundamente a dor, desanimava com facilidade. Aquela imaginação que, se fosse dedicada e exercida em relação com a verdade, teria sido um poder em favor de Deus, devia agora ser usada como empecilho, facilmente excitada numa direção errada para ter maus pressentimentos, para ver as coisas sob uma luz distorcida, para sentir que há perigo onde não existe nenhum, para desconfiar de Deus, para desconfiar de seu esposo. FD 110 1 Ela teve idéias próprias sobre como lidar com seu caso. Não aceitaria ninguém, a não ser seu esposo. Havia pouca fé e pouca confiança em Deus. Satanás pôde controlar seus sentimentos, fazendo com que fosse necessário que seu esposo estivesse com ela, e com que ela se sentisse melindrada, caso ele não estivesse sempre presente para socorrê-la. A imaginação fez com que leves sofrimentos parecessem, por vezes, muito pesados e agudos. A mente de ambos se preocupava com suas novas experiências. A obra na Associação foi lastimavelmente negligenciada. O labor ministerial era pouco, após o esforço no púlpito. Em certas ocasiões, havia mais negligência do que em outras, e Satanás tinha as coisas muito do seu jeito. Nenhum dos dois tem o senso de sua negligência quanto ao dever. O próprio tempo durante o qual estiveram tão preocupados com os seus apuros, que trouxeram sobre si mesmos, era o tempo durante o qual o tipo certo de labor teria trazido uma importante colheita para Jesus Cristo. FD 110 2 Na realidade não é prudente ter filhos agora. O tempo é curto, os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e as criancinhas, em grande parte, serão levadas antes disso. Se homens e mulheres em condições de trabalhar para Deus considerassem que, enquanto se agradam a si mesmos, tendo criancinhas e cuidando delas, poderiam trabalhar, ensinando o caminho da salvação às multidões e trazendo muitos filhos e filhas para Cristo, grande seria o seu galardão no reino de Deus. FD 110 3 Adélia, meu coração se condói porque você fracassou, porque você roubou a Deus. Você é naturalmente medrosa, criando problemas. Não teria descanso ou paz de espírito separada de seus filhos; e a disposição ansiosa que você tem fecha a porta para o trabalho. E isso não é tudo: o trabalho é grandemente negligenciado. -- Carta 48, 1876. ------------------------Capítulo 12 -- Respeito próprio Amar os outros, amar a si mesmo FD 111 1 Muitas mulheres lutam com sentimentos de auto-estima e valor aos olhos de Deus. Como em outras partes deste livro, as passagens usadas podem não ter sido escritas especificamente para as mulheres, mas aplicam-se a elas em sua busca de uma compreensão sobre como Deus as vê na qualidade de Sua criação e como devem ver a si mesmas e aos demais. FD 111 2 Desenvolver o respeito próprio -- Se desejamos fazer bem às pessoas, nosso êxito neste sentido será proporcional à sua confiança no interesse e na estima que lhes dispensamos. O respeito manifestado ao ser humano que luta é o seguro meio através de Cristo Jesus para restauração do respeito próprio perdido pelo homem. Nossas idéias antecipadas do que ele poderá tornar-se são um auxílio que não podemos apreciar completamente. -- Fundamentos da Educação Cristã, 281. FD 111 3 Devemos nos respeitar -- O Senhor deu a cada um de nós o senso do respeito próprio, e não se deve contrariá-lo frontalmente. Deus deseja que nos respeitemos. Em nossas famílias e na igreja, procuramos com demasiada freqüência destruir o respeito próprio. Não o façamos. Não o façamos em nossas escolas. Nem em nossos escritórios. O Senhor diz que cada uma dessas instituições deve ter caráter educativo. Os alunos e obreiros seguirão o exemplo dado por aqueles que são responsáveis por eles. O professor deve ser um padrão para o aprendiz. Se quiser que os jovens o respeitem, deve respeitá-los. -- The General Conference Bulletin, 25 de Abril de 1901. FD 111 4 Desmerecer-nos não agrada a Deus -- É privilégio de cada um viver de tal maneira que Deus o aprove e abençoe. Podemos estar a cada hora em comunhão com o Céu; não é vontade de nosso Pai celestial que jamais nos encontremos sob condenação e trevas. Não agrada a Deus que nos desmereçamos. Devemos cultivar o respeito próprio vivendo de modo que tenhamos a aprovação de nossa consciência, e dos homens e dos anjos. Nossa Alta Vocação, 141. Não é a prova de verdadeira humildade andar de cabeça baixa, e o coração cheio de pensamentos em torno do próprio eu. Cabe-nos o privilégio de ir ter com Jesus e ser purificados, e estar perante a lei sem acanhamento nem remorso. "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito". Romanos 8:1. Ao passo que não nos compete pensar mais de nós do que devemos, a Palavra de Deus não condena o devido respeito por si mesmo. Como filhos e filhas de Deus, cumpre-nos ter consciente dignidade de caráter, na qual não tem parte o orgulho nem a altivez. -- Para Conhecê-lo, 140. FD 112 1 Conselho a alguém que perdeu o respeito próprio -- Jesus a ama, e me deu uma mensagem para você. Seu magnânimo coração de infinita bondade anela por você. Ele lhe envia a mensagem de que é possível recuperar-se dos ardis do inimigo. Pode-se conquistar novamente o respeito próprio. Você pode estar onde se considere não uma fracassada, mas uma vencedora, sob a influência enaltecedora do Espírito de Deus, e por meio dela. Apodere-se da mão de Cristo, e não a deixe escapar. -- Medicina e Salvação, 43. FD 112 2 Palavras amargas resultam em perda do respeito próprio -- Que dano é produzido no círculo familiar por se proferirem palavras impacientes! Pois as frases assim ditas por um, levam outro a retribuir no mesmo espírito e maneira. Sobrevêm então palavras de desforra, de justificação própria, e é por tais palavras que um pesado e mortificante jugo é forjado para o pescoço; pois todas essas palavras amargas volverão em funesta colheita. Os que condescendem com tal linguagem hão de experimentar vergonha, perda do respeito próprio e da confiança em si, e terão amargo remorso e desgosto por se haverem permitido perder o domínio e falar dessa maneira. Quão melhor seria se nunca se proferissem palavras dessa natureza! Quanto melhor havia de ser o possuir o óleo da graça no coração, ser capaz de passar por toda provocação e suportar todas as coisas com mansidão e paciência cristãs. -- Mensagens aos Jovens, 327. FD 112 3 Respeito próprio, humildade e eficiência na obra de Deus -- Ao fazer o trabalho de Deus você será colocado numa variedade de circunstâncias que requererão presença de espírito e domínio próprio, mas que o qualificarão a adaptar-se às circunstâncias e peculiaridades da situação. Então pode agir desembaraçadamente. Você não deve subestimar sua habilidade de fazer sua parte nas várias exigências da vida prática. Onde está consciente de deficiências, trabalhe imediatamente para remediar estes defeitos. Não espere que outros vão suprir suas deficiências, enquanto você prossegue indiferentemente, como se fosse natural que sua disposição peculiar precisasse ficar sempre assim. Aplique-se seriamente para sanar estes defeitos, para que seja perfeito em Cristo Jesus, "sem faltar em coisa alguma". Tiago 1:4. -- Testimonies for the Church 3:505, 506. FD 113 1 Respeitar e amar uns aos outros -- Enquanto deixarmos predominar na lembrança os atos desagradáveis e injustos de outros, nos parecerá impossível amá-los como Cristo nos ama. Se, porém, nossos pensamentos se fixarem no extraordinário amor e piedade de Cristo para conosco, esse mesmo espírito irradiará de nós para os nossos semelhantes. Cumpre-nos amar e respeitar uns aos outros, apesar das faltas e imperfeições que não podemos deixar de notar neles. Necessitamos cultivar a humildade e a desconfiança de nós mesmos, bem como paciente benevolência para com as faltas do próximo. Isso destruirá em nós todo o mesquinho egoísmo, tornando-nos magnânimos e generosos. -- Conflict and Courage, 121. FD 113 2 Os cristãos têm o positivo dever de cultivar respeito por si próprios -- Deve ser o fixo propósito de todo jovem, ter alvo elevado, em todos os seus planos para o trabalho vitalício. Adote para seu governo, em todas as coisas, a norma apresentada pela Palavra de Deus. É esse o positivo dever do cristão, e deve ser também seu positivo prazer. Cultive respeito por si mesmo, porque você é uma adquirida propriedade de Cristo. O êxito na formação de hábitos corretos, o progresso naquilo que é nobre e justo, lhe dará uma influência a que todos saberão dar valor. Viva para algo além de si mesma. Se seus motivos forem puros e altruístas, se estiver sempre em busca de um trabalho que alguém tem que fazer, se estiver sempre alerta para demonstrar bondosas atenções e praticar atos corteses, estará inconscientemente erguendo seu próprio monumento. Essa é a obra para fazer a qual Deus convida todas as crianças e jovens. Mente, Caráter e Personalidade 1:366. Faça o bem, se quiser ser lembrada com carinho pelos outros. Viva para ser uma bênção a todos com quem entrar em contato, onde quer que tenha de estar. Que as crianças e os jovens se despertem para as suas oportunidades. Mediante a bondade e o amor, mediante atos altruístas, escrevam eles os seus nomes no coração daqueles com quem se associam. -- The Youth's Instructor, 7 de Fevereiro de 1901. FD 113 3 É dever de todos respeitar a si próprios -- Devemos ter um ensino melhor e mais profundo que aquele que o homem nos pode dar. Deve haver em nós uma profunda convicção de que as formalidades e cerimônias são nada, sem Cristo. Ele é o Alfa e o Ômega. A verdade é a única armadura para nos proteger. Nossas convicções precisam ser diariamente reforçadas pela oração humilde e sincera e a leitura da Palavra. Embora cada um de nós tenha uma individualidade, embora cada um deva defender firmemente suas convicções, devemos defendê-las como a verdade de Deus e na força que Deus nos concede. Se não o fizermos, serão arrancadas de nossas mãos. FD 113 4 Devemos confiar em nós mesmos. É dever de cada um respeitar a si próprio, mas devemos lembrar que somos propriedade de Deus, que somos comprados por um preço -- corpo, alma e espírito. Devemos guardar a máquina viva e conservá-la na melhor condição, para que glorifiquemos a Deus. Ela deve ser diariamente lubrificada por Sua graça, para operar ao Seu toque, sem fricção. Ter confiança própria, vangloriar-se como se nos tivéssemos criado e redimido a nós próprios, é desonrar a Deus. A sabedoria humana, separada de Deus, revelar-se-á loucura, e trará confusão e perplexidade. Precisamos revestir-nos da armadura completa de Deus. A santa influência da amorável proteção de nosso Salvador é nossa defesa segura. Não há senão Um que pode revelar-Se uma salvaguarda contra as maquinações de Satanás. -- The Ellen G. White 1888 Materials, 1626. FD 114 1 Respeite-se, pois você foi comprada por preço -- Esse sentimento de culpa tem de ser deposto ao pé da cruz do Calvário. O senso de pecaminosidade envenenou as fontes da vida e da verdadeira felicidade. Agora Jesus diz: Depõe tudo sobre Mim. Eu levarei seu pecado. Dar-lhe-ei a paz. Não destrua por mais tempo seu respeito próprio, pois Eu a comprei com o preço do Meu próprio sangue. Você é Minha, sua vontade enfraquecida Eu fortalecerei; seu remorso pelo pecado Eu removerei. -- Mente, Caráter e Personalidade 2:451. Uma carta animadora FD 114 2 Escrita para Martha Bourdeau, uma senhora afligida por sentimentos de insegurança, desânimo, indignidade e desalento.* Querida irmã Martha: FD 114 3 Viemos para cá [Tramelan, Suíça] na sexta-feira passada, e o Senhor me deu algumas preciosas provas do Seu amor. Falei com muita liberdade aos nossos irmãos e irmãs, com base em Malaquias 4:6. O Senhor falou aos corações. Abel Guenin, que tem estado desanimado há longo tempo e não participava das reuniões, entregou-se e confessou seu erro, sua indiferença e seus desalentos. Disse que não mais permaneceria no lugar onde estivera até então. Procuraria harmonizar-se com a igreja e cumprir seu dever no temor de Deus. Lágrimas lhe corriam pela face enquanto falava. Sua mãe, [que] simplesmente não participa da igreja e nutre muito preconceito contra qualquer pessoa que venha dos Estados Unidos, falou pela primeira vez. Deu um bom testemunho. FD 114 4 Um jovem, padeiro empregado por Oscar Roth, fez uma humilde confissão. O Espírito do Senhor estava, realmente, em nosso encontro. Ali havia um suave poder enternecedor. Após a reunião, oramos na casa do irmão Roth pelo filho do irmão Guenin. Orei, enquanto o Irmão John Vuilleumier servia de intérprete. Fez-se presente a bênção do Senhor, e o jovem, com lágrimas correndo pela face, apertou as mãos de suas irmãs e confessou seus erros. Foi, verdadeiramente, uma preciosa reunião. [...] FD 114 5 Meu pensamento está em você, Martha, em Torre Pellice [Itália], e creio que, junto com seu esposo, você deve assistir à reunião da Associação. Queremos ir vê-la, e queremos vê-la confiando plenamente no amado Salvador. Ele a ama, pois deu a vida por você porque dá valor a sua alma. Tive um sonho, não faz muito. Achava-me num jardim e você estava a meu lado. Dizia: "Veja este arbusto feio, aquela árvore deformada, aquela pobre roseira raquítica. Isto me desagrada, pois parece que representam minha vida e a relação em que me acho para com Deus." Pareceu-me que um vulto distinto andava a minha frente, e disse: "Apanhe as rosas, os lírios e os cravos e deixe os cardos e feios arbustos, e não machuque a alma que Cristo tem em Sua amorosa guarda." FD 115 1 Despertei; adormeci de novo e repetiu-se o mesmo sonho. Acordei e adormeci, e pela terceira vez ocorreu o sonho. Ora, quero que considere isso e afaste de você a desconfiança, tristeza e temores. Desvie de si os olhos e dirija-os a Jesus, desvie-os do esposo e olhe para Jesus. Deus lhe falou palavras de animação. Apanhe-as, proceda de acordo com elas, ande pela fé e não pela vista. "A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem". Hebreus 11:1. FD 115 2 Jesus mantém a mão sob você. Jesus não permitirá que o inimigo a vença. Jesus lhe dará a vitória. Ele tem a virtude; Ele tem a justiça. Você pode olhar para si mesmo para encontrar essas virtudes e até poderá lhe sobrevir o desespero ao fazer isso. Mas Jesus as possui. Elas são suas pela fé, porque você ama a Deus e guarda os Seus mandamentos. FD 115 3 Não dê ouvido às mentiras de Satanás, mas conte de novo as bênçãos. Colha as rosas, os lírios e cravos. Fale das promessas de Deus. Fale acerca da fé. Confie em Deus, pois é Ele sua única esperança. Ele é minha única esperança. Eu tenho tremendas lutas com as tentações de Satanás para me desanimar, mas não cedo um centímetro. Não darei a Satanás nenhuma vantagem sobre meu corpo ou minha mente. FD 115 4 Se olhar para si mesma, só verá fraquezas. Não há aí nenhum Salvador. Encontrará fora de si mesma a Jesus. Terá de olhar para Ele e viver, olhar para Ele que Se nos tornou pecado para que pudéssemos ser limpos do pecado e receber a justiça de Cristo. FD 115 5 Ora, Martha, não olhe para si mesma, mas olhe fora de si, para Jesus. Fale de Seu amor, de Sua bondade, de Seu poder; pois Ele não a deixará ser tentada acima do que é capaz de suportar. Em Cristo está nossa justiça. Jesus supre nossas deficiências porque vê que nós não podemos fazer isso. Enquanto oro por você, vejo uma delicada luz envolvendo a mão estendida para salvá-la. As palavras de Deus são nossa credencial. Nós nos firmamos sobre elas. Amamos a verdade. Amamos a Jesus. Os sentimentos não são prova do desprazer de Deus. FD 115 6 Sua vida é preciosa à vista de Deus. Ele tem uma obra para você realizar. Isso não lhe é revelado agora, mas simplesmente vá em frente, confiante, sem proferir nenhuma palavra, pois isso entristeceria ao amado Jesus, mostrando seu temor de confiar nEle. Coloque sua mão na dEle. Ele a está estendendo através dos limites do Céu, para que sua mão possa ser deposta confiantemente na dEle. Que amor, que terno amor Jesus tem manifestado em nosso favor! As promessas da Bíblia são os cravos, as rosas e os lírios do jardim do Senhor. FD 116 1 Oh, quantas andam em caminho escuro, olhando para as coisas objetáveis, pouco atraentes de cada lado, quando um passo acima estão as flores! Elas acham que não têm direito de dizer que são filhas de Deus e de lançar mão das promessas destacadas no evangelho, porque não têm a prova de sua aceitação por parte de Deus. Sofrem lutas penosas, afligindo o coração como fez Martinho Lutero para lançar-se sobre a justiça de Cristo. FD 116 2 Muitas pensam que só podem ir a Jesus da maneira em que o fez o jovem possesso do demônio que o lançou por terra e o convulsionou ao ser levado ao Salvador. Você não está entre as pessoas que tiveram quaisquer desses conflitos e provas. Richard Baxter ficou preocupado porque não tinha essa torturante e humilhante visão de si mesmo como pensava que devia ter. Mas afinal, isso lhe foi explicado satisfatoriamente, e veio-lhe a paz ao coração. FD 116 3 Não há a exigência de se impor um fardo, pois você é propriedade de Cristo. Ele a tem em Suas mãos. Seus braços eternos a envolvem. Sua vida não foi uma vida de pecado, na acepção mais forte desse termo. Você tem um consciencioso temor de proceder mal, tem no coração o princípio de escolher o certo, e agora deve volver a face, dos cardos e espinhos para as flores. FD 116 4 Deixe que se fixem os olhos no Sol da justiça. Não faça de seu amado e amoroso Pai celestial um tirano, mas veja Sua ternura, Sua piedade, Seu imenso amor, e Sua grande compaixão. Seu amor excede ao de uma mãe para seu filho. A mãe pode esquecer, "Eu, todavia, Me não esquecerei de ti" (Isaías 49:15), diz o Senhor. Jesus quer que você confie nEle. Que Sua bênção repouse sobre você em rica medida, é minha fervorosa oração. FD 116 5 Quem nasceu com uma herança de desencorajamento precisa estar constantemente a alimentar um esperançoso estado de sentimentos. Você recebeu, tanto do pai como da mãe, uma peculiar consciência, e também herdou da mãe uma disposição de desmerecer o próprio eu, e não exaltá-lo. Uma palavra basta para comovê-la, ao passo que só uma pesada crítica é suficiente para comover outro, de temperamento diverso. Se estivesse situada onde soubesse que estava ajudando a outros, por árdua que fosse a carga, por cansativo que fosse o trabalho, você faria tudo alegremente, aborrecendo-se por não fazer nada. FD 116 6 Samuel, que serviu ao Senhor desde a infância, necessitou de uma disciplina muito diferente de alguém que tivesse uma vontade estabelecida, obstinada, egoísta. Sua infância, Martha, não foi marcada pela descortesia, embora houvesse nela os erros da humanidade. Esse caso foi completamente aberto diante de mim. Eu a conheço muito melhor do que você se conhece. Deus a ajudará a triunfar sobre Satanás, se simplesmente confiar em que Jesus trave essas severas batalhas que você se demonstra completamente incapaz de travar em suas forças finitas. FD 117 1 Ame a Jesus, pois Ele a ama. Ore e confie pacientemente nEle, repetindo sempre e sempre: Senhor, sou Tua! De todo o coração, apegue-se a Cristo. Não é a alegria a prova de seu cristianismo. Sua prova está num "Assim diz o Senhor". Pela fé, minha querida irmã, eu a deponho nos braços de Jesus Cristo. FD 117 2 Leia os versos seguintes e aproprie-se dos sentimentos neles expressos como sendo os seus: FD 117 3 "Só em Ti eu tenho abrigo, Aos Teus pés está o meu ser; Não me deixes, sê comigo, Teu conforto eu quero ter. Só confio em Ti, Senhor; Meu auxílio de Ti vem; Tu dissipas o temor, E o Teu braço me sustém. Tua graça inesgotável FD 117 4 Pode me lavar do mal; Teu amor incomparável Puro e bom faz-me, afinal. Fonte eterna, meu Jesus, Manancial de todo o bem, Com ternura me conduz, Ao eterno lar. Amém". Mente, Caráter e Personalidade 2:807-810, (HASD, n 380). FD 117 5 Fiz duas cópias do anexo, uma para lhe enviar; mas ela saiu muito apagada, achei, para ser lida; assim, deixei-a de lado e não a enviei para o Ano Novo, como pretendia. Acho que pode lê-la segurando-a contra a luz. -- Carta 35, 1887. ------------------------Capítulo 13 -- A influência da mulher cristã FD 118 1 [Você] pode ter atitude dignificada sem vã autoconfiança; pode condescender e contemporizar sem sacrificar o respeito próprio ou a independência pessoal, e sua vida pode ser de grande influência junto aos de classe alta como os de condição social humilde. -- Testimonies for the Church 3:506. FD 118 2 A maravilhosa missão da mulher -- Os adventistas do sétimo dia não devem, de forma alguma, amesquinhar a obra da mulher. -- Obreiros Evangélicos, 453. FD 118 3 Maravilhosa é a missão das esposas, das mães e das obreiras mais jovens. Elas poderão, se quiserem, exercer influência para o bem ou para o mal, em torno de si. Pela modéstia no vestir e equilibrado comportamento, podem dar testemunho da verdade em sua simplicidade. Podem deixar que sua luz brilhe diante de todos para que vejam suas boas obras e glorifiquem ao seu Pai que está no Céu. Uma mulher verdadeiramente convertida exercerá poderosa influência transformadora para o bem. Associada ao marido, ela pode ajudá-lo em seu trabalho e tornar-se um meio de encorajamento e bênção para ele. Quando a vontade e a conduta são levadas em sujeição ao Espírito de Deus, não há limite para o bem que pode ser realizado. -- Beneficência Social, 157. FD 118 4 Evitar a aparência do mal -- Existem aqueles que não sentem ser um dever religioso disciplinar a mente para demorar-se sobre assuntos alegres, que reflitam luz, em vez de trevas e penumbra. Essa classe de mentes estará envolvida em buscar seu próprio prazer, em frívola conversação, rindo e gracejando, conservando a mente sempre alvoroçada com uma sucessão de diversões; ou então estará deprimida, tendo grandes provas e conflitos mentais que, julgam eles, poucos experimentaram ou entendem. Essas pessoas podem professar o cristianismo, todavia enganam a própria alma. Não possuem o artigo genuíno. A religião de Jesus Cristo é primeiramente pura, depois pacífica, cheia de justiça e bons frutos. Muitos caíram no triste erro tão predominante nesta era degenerada, especialmente entre as mulheres. Gostam demais do outro sexo. Apreciam-lhe a companhia. Suas atenções lhes são lisonjeiras, e encorajam, ou permitem, uma familiaridade que nem sempre se harmoniza com a exortação do apóstolo: "Abstende-vos de toda aparência do mal". 1 Tessalonicenses 5:22. -- The Review and Herald, 12 de Março de 1872. FD 119 1 Não há tempo para impulsos corruptos -- Nosso tempo de graça é curto. Não temos tempo a perder com condescendentes impulsos corruptores. A familiaridade de homens casados com mulheres casadas e com moças causa repugnância à vista de Deus e dos santos anjos. A audácia de moças em se colocarem em companhia de moços, demorando-se à volta deles enquanto estão no trabalho, entabulando conversação com eles, falando de modo comum e ocioso, avilta a feminilidade. Rebaixa-as, mesmo na avaliação daqueles que também praticam as mesmas coisas. -- Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, 245. FD 119 2 Devido uso dos talentos -- Não temos todos a mesma tarefa. Há atividades distintas e individuais para cada um realizar; contudo pode haver entre esses variados deveres uma bela harmonia, unindo a obra de todos em perfeita utilidade. Nosso Pai celestial não exige de ninguém a quem haja dado apenas um talento, o mesmo resultado daquele que recebeu cinco. Mas se esse um for sabiamente usado, o seu possuidor logo terá conseguido mais, e pode continuamente ampliar sua capacidade de influência e sua esfera de serviço por fazer o melhor uso dos talentos que Deus lhe deu. Sua individualidade pode ser distintamente preservada e, contudo, ser parte do grande todo na propagação da obra de reforma tão grandemente necessitada. FD 119 3 A mulher, se aproveita sabiamente seu tempo e suas faculdades, buscando de Deus sabedoria e força, pode estar em igualdade com o marido como conselheira, orientadora, companheira e coobreira, e nem por isso perder qualquer de suas graças ou modéstia femininas. Ela pode elevar seu próprio caráter, e ao fazê-lo está elevando e enobrecendo o caráter de sua família e exercendo sobre outros ao seu redor influência poderosa, conquanto inconsciente. -- Beneficência Social, 159, 160. FD 119 4 Atingindo a plenitude do potencial -- Por que não há de a mulher cultivar o intelecto? Por que não há de responder ao propósito de Deus em sua vida? Por que não compreender as próprias faculdades, e sentir que elas são dadas por Deus, procurando fazer uso delas da mais ampla maneira, fazendo o bem aos outros, promovendo o progresso da obra de reforma, da verdade e da verdadeira piedade no mundo? Satanás sabe que as mulheres têm um poder de influência para o bem ou para o mal; por isso procura alistá-las na sua causa. [...] FD 119 5 Irmãs e mães, nós temos um alvo mais elevado, uma tarefa mais nobre, do que descobrir a última moda e confeccionar vestidos com desnecessários adornos a fim de agradar às exigências deste moderno Moloque. Podemos tornar-nos suas escravas e sacrificar sobre seu altar nossa felicidade e a felicidade presente e futura de nossos filhos. Mas, o que ganhamos no final? Semeando na carne, ceifaremos corrupção. Nossas obras não podem resistir à inspeção de Deus. Veremos no final quantas pessoas poderiam ter sido abençoadas e redimidas das trevas e do erro por nossa influência, mas em vez disso foram encorajadas ao exibicionismo exterior e ao orgulho, negligenciando o adorno interior. -- Beneficência Social, 161. FD 120 1 Tomar parte na finalização da obra -- Nossas irmãs, as jovens, as de meia-idade e as avançadas em anos, podem desempenhar uma parte na finalização da obra para este tempo; e, em assim procedendo, quando surgir a oportunidade, alcançarão uma experiência do mais alto valor para si mesmas. Esquecendo de si crescerão na graça. Pela educação da mente nessa direção aprenderão como levar cargas por Jesus. -- Beneficência Social, 157. FD 120 2 Influência transformadora -- Grande é o trabalho e a missão das mulheres, especialmente daquelas que são esposas e mães. Podem ser uma bênção a todos os que as cercam e exercer poderosa influência para o bem, se deixarem sua luz brilhar de tal modo que conduzam outros a glorificar nosso Pai celestial. As mulheres podem exercer influência transformadora se tão-somente consentirem em sujeitar seus caminhos e vontade a Deus e permitir que Ele lhes controle a mente, afeições e todo o ser. Elas podem exercer uma influência que contribuirá para beneficiar e elevar aqueles com os quais se associarem. Mas tal classe de pessoas, geralmente, não tem consciência do poder que possui. Exercem influência inconsciente que parece brotar naturalmente de uma vida santificada, um coração renovado. É o fruto que cresce espontâneo da boa árvore de cultura divina. O eu é esquecido, imerso na vida de Cristo. Ser rico em boas obras é tão natural como respirar. Elas vivem para fazer o bem aos outros e ainda estão prontas a dizer: Somos servas inúteis. -- Testimonies for the Church 2:465. Influência do vestuário da mulher cristã FD 120 3 Beleza interior mais desejável que exibição exterior -- Deus Se agradaria de ver nossas irmãs trajadas com roupas simples e de bom gosto, e diligentemente empenhadas na obra do Senhor. Não lhes falta habilidade e, caso empregassem na devida maneira os talentos que já possuem, sua eficiência seria grandemente aumentada. Se o tempo que agora empregam em trabalho desnecessário fosse dedicado a pesquisar a Palavra de Deus e a explicá-la aos outros, sua mente seria enriquecida com as gemas da verdade, e seriam fortalecidas e enobrecidas pelo esforço feito para compreenderem as razões de nossa fé. Fossem nossas irmãs conscienciosas cristãs bíblicas, buscando aproveitar toda oportunidade para esclarecer a outros, e veríamos dezenas e dezenas de pessoas abraçando a verdade, unicamente mediante seus abnegados esforços. FD 121 1 Irmãs, no dia em que forem ajustadas as contas de todos, experimentarão vocês alegria ao ser passada em revista sua vida, ou sentirão que a beleza do ser exterior é que foi buscada, enquanto a beleza interior ficou quase de todo negligenciada? -- Testimonies for the Church 4:630. FD 121 2 Harmonizar a maneira de se vestir com a Bíblia -- Minhas irmãs, se tivessem harmonizado sua maneira de vestir com as regras dadas na Bíblia, teriam sobras para auxiliar as irmãs mais pobres. Não teriam apenas recursos, mas tempo. Muitas vezes, isso é o mais necessário. Muitos há a quem poderiam ajudar com suas sugestões, tato e habilidade. Mostrem-lhes como podem vestir-se com simplicidade e bom gosto. Muitas mulheres permanecem fora da casa de Deus por causa de seus miseráveis, mal arranjados trajes, que se acham em tão assinalado contraste com o vestuário das outras. Muitos espíritos sensíveis nutrem um sentimento de amarga humilhação e injustiça devido a esse contraste. E, por causa disso, muitos são levados a duvidar da realidade da religião e a endurecer o coração contra o evangelho. -- A Ciência do Bom Viver, 207. FD 121 3 Aparência exterior, indício do coração -- Vi que a aparência exterior é indicativa do coração. Quando o exterior é enfeitado com laços, golas e artigos supérfluos, isso mostra claramente que o amor por todas essas coisas está no coração. A menos que tais pessoas sejam purificadas de sua corrupção, nunca verão a Deus; pois somente "os limpos de coração [...] verão a Deus". Mateus 5:8. -- Testimonies for the Church 1:136. FD 121 4 Enquanto o adorno exterior embeleza somente o corpo, a virtude da mansidão adorna o coração e põe o homem finito em conexão com o Deus infinito. Esse é o ornamento escolhido por Deus. [...] Os anjos do Céu registrarão como melhor adornados aqueles que se revestem do Senhor Jesus Cristo e andam com Ele em mansidão e humildade de espírito. -- Santificação, 16. ------------------------Capítulo 14 -- A mulher cristã é modesta em todas as ocasiões FD 122 1 A vida daqueles que estão relacionados com Deus é perfumada com atos de amor e bondade. O suave aroma de Cristo os circunda; sua influência se faz sentir para elevar e abençoar. São árvores frutíferas. Homens e mulheres dessa estirpe de caráter prestarão serviço prático em amáveis atos de bondade e em labor diligente e sistemático. -- The Review and Herald, 24 de Agosto de 1886. FD 122 2 Devem ser reservadas e modestas -- Não devem os que professam a religião de Cristo descer a conversações frívolas, a familiaridade inconveniente com mulheres de qualquer classe, sejam casadas ou solteiras. Que eles se mantenham em seu devido lugar com toda a dignidade. Ao mesmo tempo devem eles ser sociáveis, bondosos e corteses para com todos. As senhoras jovens devem ser reservadas e modestas. Não devem dar nenhuma ocasião para que se fale mal de suas boas intenções. Os que dão demonstrações de que os seus pensamentos seguem um curso rasteiro, e cuja conversação tende mais a corromper do que elevar, devem ser afastados imediatamente de qualquer ligação com a instituição, pois com certeza perverterão a outros. -- Conselhos Sobre Saúde, 294, 295. FD 122 3 Menos ousadia -- Segundo a luz que me foi dada, nossas irmãs devem seguir uma conduta bem diferente. Devem ser mais reservadas, manifestar menos ousadia, encorajando em si o "pudor e modéstia". 1 Timóteo 2:9. Tanto irmãos como irmãs condescendem demais com conversas espirituosas quando em companhia uns dos outros. Mulheres que professam piedade toleram muitos gracejos, anedotas e risos. Isso é impróprio e ofende o Espírito de Deus. Tais exibições revelam falta de verdadeiro refinamento cristão. Não fortalecem a relação com Deus, mas redundam em grandes trevas; afastam os puros, perfeitos anjos celestiais e levam os que se entregam a esses erros a um baixo nível. -- Testimonies for the Church 2:455. FD 123 1 Guardar a virtude -- Cultivem o precioso, inestimável adorno da modéstia. Isso preservará a virtude. [...] Sinto-me impelida pelo Espírito do Senhor a apelar a minhas irmãs que professam piedade a seguirem a modéstia de comportamento e uma discrição apropriada. [...] Tenho perguntado: Quando as irmãs jovens agirão corretamente? Sei que não haverá uma mudança decisiva para melhor enquanto os pais não perceberem a importância de exercer o maior cuidado em educar seus filhos corretamente. Ensinem-nos a agir com discrição e modéstia. -- Testimonies for the Church 2:458, 459. FD 123 2 Influências de livros e imagens degradantes -- Muitos dentre os jovens são ávidos por livros. Lêem tudo que podem obter. As provocantes histórias de amor e os quadros impuros exercem uma influência corruptora. As novelas são lidas por muitos com avidez e, em resultado, sua imaginação se torna corrompida. Nos trens, fotografias de mulheres nuas são freqüentemente oferecidas à venda. Esses quadros repugnantes também são encontrados em estúdios fotográficos e são dependurados nas paredes dos que trabalham com gravações em relevo. É esta uma época em que a corrupção prolifera por toda a parte. A concupiscência dos olhos e as paixões corruptas são despertadas pela contemplação e pela leitura. O coração é corrompido pela imaginação. O espírito se compraz em contemplar cenas que despertam as mais baixas e vis paixões. Essas desprezíveis imagens, vistas através de uma imaginação deturpada, corrompem a moral e preparam as criaturas enganadas e imprudentes para darem rédeas soltas às paixões pecaminosas. Então se seguem pecados e crimes que arrastam os seres formados à imagem de Deus ao baixo nível dos animais, mergulhando-os afinal na perdição. -- Testimonies for the Church 2:410. FD 123 3 Sucesso de Satanás em cativar a mente dos jovens -- A corruptora crença prevalecente de que, segundo o ponto de vista da saúde, devem os sexos misturar-se, tem realizado sua perniciosa obra. Quando os pais e tutores manifestarem um décimo da perspicácia de Satanás, então essa associação de sexos poderá ser quase inofensiva. Como está acontecendo, Satanás tem muito êxito em seus esforços para enfeitiçar a mente dos jovens; e a mistura de meninos e meninas, apenas aumenta vinte vezes mais o mal. Que os rapazes e as moças se empenhem em trabalho útil. Se estiverem cansados, terão menos inclinação para corromper o próprio corpo. Nada mais se pode esperar no caso dos jovens, a menos que haja uma inteira mudança de mente nos mais velhos. O vício se estampa no rosto dos rapazes e das moças. E o que está sendo feito para impedir o progresso desse mal? Aos meninos e rapazes são permitidas e encorajadas certas liberdades através de propostas indecorosas de moças e mulheres jovens. Possa Deus despertar os pais e as mães para trabalharem diligentemente, a fim de mudarem esse terrível estado de coisas, é a minha oração. -- Testimonies for the Church 2:482, 483. Bom exemplo no estuário FD 124 1 Fannie Bolton foi, por algum tempo, empregada por Ellen White como uma de suas auxiliares. A seguir, trecho de uma carta que lhe foi escrita em 1894. FD 124 2 Tenho uma palavra a dizer sobre outro ponto. Nossas irmãs que vêm dos Estados Unidos têm contas a prestar diante de Deus por seu exemplo no vestuário; nessa questão, não foram aprovadas por Deus como missionárias Suas. Precisamos converter-nos -- alma, corpo e espírito. Deveríamos, por nosso exemplo, conduzir ao orgulho, à indulgência egoísta e ao egoísta dispêndio de recursos no vestuário, testificando que não somos praticantes da Palavra? Os princípios que me foram apresentados não são aqueles que Deus aprecia. Não sou chamada a especificar, mas a adverti-la para que tome cuidado. FD 124 3 O espírito que caracteriza seu trabalho, Fannie, não é discernido por muitos -- por você mesma ou outros. Eles não enxergam a natureza interna dessas questões, mas ela se manifesta em certas ocasiões. Embora seja cheia de atividade, zelo, iniciativa e dinamismo, há tantos movimentos unilaterais, impulsivos, mal-desenvolvidos, que seus resultados são da mesma ordem que os atos. Os vasos escolhidos de Deus trabalharão sob a guia do Espírito Santo. Você tem trabalhado principalmente sob a influência sistemática da satisfação própria, achando que faz um grande trabalho. Mas se for separado o trigo da palha haverá poucos grãos de puro cereal. A maioria julga a partir da aparência exterior, não do espírito e dos reais resultados. FD 124 4 Vivemos numa época representada com sendo semelhante àquela anterior ao Dilúvio. Todos os que agora vão em busca de almas devem, por seu vestuário e conduta, representar a modéstia e as marcas do Senhor Jesus. Devem aguardar, vigiar e orar para que o Espírito Santo seja abundantemente derramado. Devemos assimilar a idéia do cristianismo; em conversação e no vestuário, devemos representar a verdade. Deve-se colocar uma decidida guarda sobre os agentes humanos com relação às impressões que estão causando sobre outros, na conduta e no vestuário. A Bíblia é nosso guia; estude seus ensinos com o propósito de obedecer, e não irá cometer erros. FD 124 5 Nosso vestuário deve estar em estrita harmonia com o caráter de nossa fé sagrada. Citação de 1 Timóteo 2:9, 10; 1 Pedro 3:3-5. É necessário colocar mais do preceito bíblico no vestuário, bem como do adorno interior no caráter. FD 124 6 Fannie, aonde quer que for, onde quer que esteja, preste atenção para que as cores, o tecido e estilo do seu vestuário se adaptem e correspondam à sua idade e à fé que professa. Lembre-se de que fiz a observação ao pastor Olsen de que, em Preston, você necessitava de vestuário apropriado e se sentia pobre demais para ter aquilo de que tinha necessidade. Os comentários que você fez mostraram que não me entendeu. Quero ser entendida agora. FD 125 1 Você necessita de roupa íntima confortável, e isso é importante também para a saúde. Mas, de modo geral, não aprovo o seu estilo de vestuário. Fiquei um tanto triste e envergonhada quando se apresentou na plataforma, perante a grande multidão sob a tenda, com aquele vestido leve, com estampado grande. Não era apropriado para a ocasião. Sua compreensão na questão do vestuário pode melhorar muito. Espero que não consulte sua costureira, mas [consulte] aqueles que têm mente sensível e que não querem apenas lisonjear ou tenham engano na sua boca quanto ao vestuário apropriado, e isso causará uma impressão favorável tanto na mente dos fiéis quanto dos descrentes. Nós, que professamos estar na luz, e que assumimos a preeminente posição de instruir outros nas reuniões infantis, necessitamos ser severamente singelos, mas ainda assim caprichosos e de bom gosto quanto ao vestuário; não devemos dar motivo de desculpa a qualquer pessoa para que se vista segundo a moda mundana desta era corrupta. Aqueles que se vestem segundo a ordem dada na Bíblia, podem, com palavras apropriadas, ajudar outros a atingir um padrão digno. FD 125 2 Não me procure para saber como deve se vestir. Se nossas irmãs têm o Espírito de Deus habitando no coração como um princípio vivo, não darão, num único caso, oportunidade para que alguém deixe de lado os conselhos de Deus citando esposas de ministros ou obreiras envolvidas com cursos bíblicos. Faça sempre sua roupa com tecido bom e durável, e cores modestas; que seja costurada de maneira simples, sem adornos. Certamente você precisa melhorar seu estilo de vestuário. -- Carta 7, 1894. [Impresso na íntegra em The Fannie Bolton Story, disponível no Patrimônio Literário de Ellen G. White.] Carta de aconselhamento a Addie Walling FD 125 3 Addie Walling era uma sobrinha-neta de Ellen White, neta de sua irmã, Caroline. Tiago e Ellen White receberam Addie e sua irmã, May, em casa quando eram crianças, e as criaram como se fossem filhas. FD 125 4 Para Addie Walling: O irmão Whitney retorna hoje, a caminho de Basiléia, Suíça. Edith Andrews continua debilitada. Acho que este clima é melhor para os meus pulmões que o de Basiléia. Tenho tido muito trabalho por causa do sentimentalismo exagerado dos obreiros no escritório. Espero, querida menina, que se conserve livre disso. Conquistará a confiança de todos, se for reservada e não estimular as atenções e a companhia dos rapazes. Se tivesse tempo, eu lhe contaria algumas das coisas que tenho enfrentado aqui e em outros lugares onde já estive. Edith, pobre menina, não está preparada para morrer. Tem atraído a atenção para si mesma, teve alguns preferidos e negligenciou aqueles que eram dignos e bons, porque não se encaixavam no seu gosto. Esses, sobre os quais ela prodigalizou sua afeição, consideravam-na perfeita, e a afagaram, e ela os afagou, e se idolatraram mutuamente. Assim, como se pode notar, Deus foi deixado fora da questão. Esse sentimentalismo tem prejudicado a utilidade de excelentes rapazes no escritório e incapacitado moças para o seu trabalho. FD 126 1 Conversei muito francamente com Edith, e ela parece não perceber sua condição. Escrevi para ela, e acho que agora enxergará seus erros. Ela não tem tido experiência com a religião genuína, mas agora tem tudo, na sua frágil condição, para conhecer a Cristo e o poder de Sua graça. Como teria sido bom se ela houvesse aprendido isso enquanto tinha saúde. FD 126 2 Espero sinceramente que você não seja enganada, Addie, assim como aconteceu com essa pobre menina. Espero que você seja uma verdadeira e sincera cristã dia a dia, buscando a Deus em oração. Não se ocupe tanto a ponto de não ter tempo para ler a Bíblia e buscar a graça de Deus com humilde oração. Não siga o exemplo ou costume de ninguém quanto ao vestuário ou às atitudes. Se a tendência for para a indiferença ou o mundanismo, não expresse vaidade no vestir, mas que seu vestuário seja decoroso, elegante; procure sinceramente ser mansa e humilde de coração, adquirindo uma rica experiência nas coisas de Deus. Aprenda a vencer a vaidade que existe no coração não santificado pela verdade. Não seja petulante, mas reservada e modesta. FD 126 3 Agora, você será observada por muitos, e criticada, para ver como se sairá diante dos ensinos da irmã White. Não me represente mal, mas busque exercer uma influência adequada. Seja sempre leal, acessível, sincera e franca. Despreze toda afetação. Conserve-se à distância dos rapazes. Que eles saibam que existe uma moça que não enlouquece diante de seus primeiros olhares e atenções. Quero que esteja preparada para viajar comigo e me ajudar, se eu quiser. FD 126 4 Você tem visto aquelas que se casaram cessarem o seu progresso e se acomodarem a uma vida acanhada. Não receie desabafar comigo e pedir conselho, e eu lhe darei todo auxílio que puder. Mas, acima de tudo, preserve o autocontrole, a serenidade e modos femininos, sem parecer que sabe tudo. Não alegue saber muita coisa. Seja modesta na conversação, pois as pessoas se aborrecem quando uma moça fala como se soubesse muito. Você vai poder demonstrar sua sabedoria mediante ações, mas não o faça com palavras e elogios a si mesma. Seja cautelosa, discreta e humilde. FD 126 5 Precisamos aprender diariamente na escola de Cristo. Agora, minha querida filha, escrevi muito mais do que esperava escrever-lhe, mas posso não ter tão cedo a oportunidade de repetir isso. FD 127 1 Alegro-me porque você não mora na Itália, pelo menos neste vale, pois as mulheres e moças têm um penoso quinhão. Trabalham arduamente, quatorze horas por dia, e conseguem menos de vinte centavos por dia. Precisamos de missionários para todo este vale. Há homens que vivem bem, são pagos como missionários, mas não fazem nada na obra missionária. Comem, bebem e se divertem. São mantidos por sociedades da Inglaterra. -- Carta 28, 1885. ------------------------Capítulo 15 -- Equilíbrio na vida FD 128 1 Embora Ellen White tenha usado a palavra "intemperança" em alguns dos seus escritos, uma palavra preferível, na linguagem de hoje, poderia ser "desequilíbrio" ou falta de equilíbrio na vida. Os princípios encontrados nos seguintes conselhos gerais podem aplicar-se a qualquer aspecto da nossa vida, desde reconhecer nossas limitações ao aceitar responsabilidades adicionais, até viver um estilo de vida mais simples, a fim de aliviar o estresse e a tensão da vida moderna, e encontrar tempo para as coisas mais importantes. Novamente, a maior parte dos textos foi escrita para homens, todavia os princípios são igualmente aplicáveis. Equilíbrio necessário em cada fase da vida FD 128 2 O equilíbrio é um princípio da vida religiosa -- A temperança em todas as coisas deve ser ensinada e praticada. Temperança no comer, no beber, no dormir e vestir é um dos grandes princípios da vida religiosa. A verdade, introduzida no santuário da alma, dirigirá o tratamento do corpo. Coisa alguma que diga respeito à saúde do ser humano deve ser considerada com indiferença. Nosso bem-estar eterno depende do uso que fizermos, nesta vida, de nosso tempo, força e influência. -- Testimonies for the Church 6:375. FD 128 3 A falta de equilíbrio esgota as forças vitais -- Existe por todos os lados intemperança no comer e beber, intemperança no trabalho, intemperança em quase todas as coisas. Os que fazem grande esforço para realizar justamente tanto trabalho em determinado tempo, e continuam a trabalhar quando seu juízo lhes diz que deviam descansar, jamais lucram. Estão vivendo de capital emprestado. Estão gastando a energia vital de que necessitarão num tempo futuro. E quando a energia que tão indiferentemente usaram é exigida, fracassam por esta lhes faltar. Foi-se a força física, as faculdades mentais falham. Percebem que se depararam com uma perda, mas não sabem qual. Seu tempo de necessidade chegou, mas os seus recursos físicos estão esgotados. Todo aquele que viola as leis da saúde deve a qualquer tempo sofrer em maior ou menor escala. Deus nos proveu da energia indispensável, a qual deve ser utilizada em diferentes períodos de nossa vida. Se negligentemente esgotarmos essas forças pela contínua sobrecarga, teremos sofrido perdas em algum tempo. Nossa utilidade será diminuída, quando não destruída a nossa própria vida. FD 129 1 Como regra, o trabalho do dia não deve ser prolongado noite a dentro. Se todas as horas do dia forem bem aproveitadas, o trabalho que se estende pela noite é demasiado extra, e o organismo sobrecarregado sofrerá com o fardo a ele imposto. Foi-me mostrado que, os que isso fazem, perdem às vezes muito mais do que ganham, pois suas energias são esgotadas, e eles trabalham sob provocação nervosa. Talvez não percebam qualquer dano imediato, mas com certeza estão abalando sua constituição. -- Conselhos Sobre Saúde, 99. FD 129 2 Cautela quanto ao excesso de trabalho -- Lembrem-se de que o homem tem de preservar o talento da inteligência, dado por Deus, conservando a estrutura física em harmoniosa ação. É necessário o exercício físico para que se desfrute saúde. Não é o trabalho, mas o excesso dele, sem períodos de descanso, o que faz desfalecer as pessoas, pondo em perigo as forças vitais. Os que se excedem no trabalho logo chegam ao ponto em que trabalham como quem não tem esperança. FD 129 3 O serviço prestado ao Senhor deve ser executado com alegria e bom ânimo. Deus deseja que introduzamos ânimo, vida e confiança em nosso trabalho. Os obreiros de ocupação cerebral devem dar a devida atenção a cada parte do corpo humano, equilibrando o esforço. O esforço físico e mental, combinados prudentemente, conservarão o homem todo em condições de ser aceitável a Deus. FD 129 4 Coloquemos no trabalho do dia esperança, ânimo e amabilidade. Não nos excedamos no trabalho. É muito melhor deixar por fazer algumas das tarefas planejadas para o dia, do que se exceder e tornar-se sobrecarregado, perdendo o ânimo necessário para o cumprimento das tarefas do dia seguinte. Não violemos hoje as leis da natureza, para não perdermos as forças para o dia seguinte. -- Mente, Caráter e Personalidade 2:375, 376. FD 129 5 Necessários os devidos períodos de repouso -- Há perigo de que se exija das mulheres ligadas à obra que trabalhem demasiado arduamente sem os devidos períodos de repouso. Tão rigorosa sobrecarga não deve ser colocada sobre obreiros. Alguns talvez não se prejudiquem, porém outros, que são conscienciosos, hão de por certo trabalhar em excesso. São necessários a todos períodos de repouso, e em especial às mulheres. -- Evangelismo, 494. FD 129 6 Mentes bem equilibradas -- Todas as faculdades da mente deve ser postas em uso e desenvolvidas, a fim de que homens e mulheres tenham uma mente bem equilibrada. O mundo está cheio de homens e mulheres desequilibrados, que ficaram assim porque uma parte de suas faculdades foi cultivada, ao passo que outras foram diminuídas pela inação. A educação da maioria dos jovens é um fracasso. Estudam em demasia, ao passo que negligenciam o que diz respeito à vida prática. Homens e mulheres tornam-se pais e mães sem considerar suas responsabilidades, e sua prole desce mais baixo do que eles na escala da deficiência humana. Desse modo, a espécie degenera rapidamente. -- Conselhos Sobre Saúde, 179. FD 130 1 O sábio melhoramento dos talentos é uma bênção -- Não devemos enterrar nossos talentos, corroendo-os pela inação. Uma condescendência persistente com o eu, a recusa em exercer as faculdades que Deus nos outorgou, assegurarão nossa eterna separação de Deus, a perda de uma eternidade feliz. Esses dons nos são concedidos de acordo com nossa capacidade de usá-los, e o sábio desenvolvimento de cada um representará uma bênção para nós e trará glória a Deus. Cada talento recebido com gratidão é um elo na corrente que nos liga ao Céu. -- The Signs of the Times, 18 de Agosto de 1898. Necessário o equilíbrio na administração do tempo FD 130 2 Devemos prestar estrita conta do nosso tempo -- Nosso tempo pertence a Deus. Cada momento é Seu, e estamos sob a mais solene obrigação de aproveitá-lo para Sua glória. De nenhum talento que nos concedeu requererá Ele mais estrita conta do que de nosso tempo. -- Parábolas de Jesus, 342. FD 130 3 Equilíbrio ao aguardar e trabalhar pela vinda do Senhor -- Quando nos entregamos sem reservas ao Senhor, os deveres simples e comuns da vida doméstica serão olhados em sua verdadeira importância, e cumpridos de acordo com a vontade de Deus. Toca-nos estar atentos, vigiando quanto à vinda do Filho do homem; e precisamos também ser diligentes; é necessário trabalhar, bem como aguardar; deve haver uma união dos dois. Isso equilibrará o caráter cristão, fazendo-o bem desenvolvido, simétrico. Não devemos achar que podemos negligenciar tudo o mais e nos entregarmos à meditação, ao estudo ou à oração; também não devemos ser tumultuosos, apressados, ativos, com prejuízo da piedade pessoal. Devemos misturar a espera, a vigilância e o trabalho. "Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor". Romanos 12:11. -- O Lar Adventista, 23. Aperfeiçoamento próprio FD 130 4 Não negligenciar oportunidades de aperfeiçoamento -- Caso o obreiro se haja consagrado plenamente a Deus, e seja diligente em orar, suplicando força e sabedoria celestiais, a graça de Cristo será seu guia, e ele vencerá os próprios defeitos, tornando-se mais e mais inteligente nas coisas de Deus. Ninguém se aproveite disso, porém, para ser indolente, para desperdiçar o tempo e as oportunidades, e negligenciar o preparo essencial a fim de tornar-se eficiente. O Senhor não Se agrada daqueles que, tendo tido ocasiões de obter conhecimento, negligenciam aproveitar os privilégios postos ao seu alcance. -- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 510. FD 131 1 "Coisas pequeninas" tornam a vida um sucesso -- É a conscienciosa atenção ao que o mundo chama de "coisas pequeninas" que torna a vida um sucesso. Pequenos atos de caridade, de abnegação, o dirigir simples palavras de auxílio, a vigilância contra pequenos pecados -- isso é cristianismo. Um grato reconhecimento das bênçãos diárias, um sábio aproveitamento das diárias oportunidades, o diligente cultivo dos talentos a nós confiados -- eis o que pede o Mestre. -- Mensagens aos Jovens, 143. Carta a uma mulher egocêntrica FD 131 2 A seguinte carta foi escrita para a Florida [Sra. Sidney Brownsberger], uma infeliz mulher cuja vida se desequilibrou por causa do egoísmo e da falta de autocontrole. Querida irmã Brownsberger: FD 131 3 Escrevi-lhe algumas coisas enquanto a reunião campal estava em andamento, mas, como lhe referi algumas dessas coisas, não as mandei. Minha mente está mais uma vez pesarosa. Sinto por você a mais profunda piedade e simpatia, porque você acha que sabe tudo a seu respeito. [Você] assume a posição fixa de que ninguém a entende e de que você é peculiar quanto ao temperamento e disposição. Deveria reconhecer que o Senhor a conhece melhor do que você mesma. Por ocasião da reunião campal, senti a intensa impressão de que você devia ser abençoada, confortada e fortalecida -- o que lhe traria felicidade, paz e uma genuína alegria cristã, diariamente. FD 131 4 Para que isso acontecesse, eu sabia que você precisaria ter, de si e dos seus deveres, idéias mais claras do que já teve até aqui na vida. Sabia que você deveria ser uma mulher verdadeiramente convertida, e isso é exatamente algo contra o qual você tem argumentado, como se mudança alguma pudesse ocorrer com você -- você deve permanecer exatamente como é. Bem, tudo isso é uma ilusão. A menos que uma mudança muito grande ocorra com você, a menos que vença o eu e o egoísmo, a menos que esses acariciados traços de caráter sejam vencidos, você terá um caráter defeituoso, manchado, que não encontrará lugar no puro, perfeito e santo reino de Cristo. A obra está diante de você e de mim, e todos os que conquistam a vida eterna precisam vencer cada falta, cada erro, cada defeito de caráter. FD 131 5 Consegue você perceber que é egoísta, que seus pensamentos têm a permissão de centralizar-se no eu? As coisas precisam ser do seu jeito e, a menos que sejam, você se sente completamente infeliz. Seu marido é mais atencioso com você do que a maioria dos homens o é com sua esposa. Ele tem feito exatamente as coisas que você não deveria, de forma alguma, ter permitido que fizesse, pois você mesma poderia e deveria tê-las feito como sua parte do trabalho; mas, por não serem tão amenas, tão agradáveis, você alegremente deixou com ele a sua realização, quando teria sido para o seu bem fazer essas coisas sozinha. Agora tenho grande receio quanto a você. FD 132 1 Sua situação atual será usada como desculpa no sentido de colocar um grande peso sobre seu esposo. Seus marcantes traços de caráter aparecerão; seus pensamentos e simpatias se centralizarão no eu, não porque na sua situação pessoal sofra mais do que uma grande parte das mulheres, mas porque pensa mais na questão; sua imaginação se ativará, e você se esquecerá de que outros passam pelo mesmo sem uma queixa, sem esperar a compreensão dos outros, sem comodidades. FD 132 2 Você, minha irmã, tem pouco autocontrole e não exerce a forte vontade que possui para controlar seus pensamentos e sentimentos. Dá vazão aos seus sentimentos quando as coisas não a satisfazem; em resumo, você sofre de histeria. Isso é necessário? Vi que não era, mas [que] sua condição impede completamente qualquer coisa desse tipo. Você precisa dominar seus sentimentos com uma vontade firme, e nunca permitir que esses espasmos nervosos obtenham a vitória sobre você. Você pode perguntar: Como conseguir isso? Mediante um ponderado autocontrole. Seus sentimentos se melindram terrivelmente quando as coisas não saem de acordo com o seu desejo. Você não pensa em quanta perplexidade, ansiedade e aflição causa a seu esposo, e lança todo o seu peso sobre ele, como se fosse esse o seu privilégio e dever, quando é de educação que você precisa para ser auto-suficiente e altruísta, levando também os outros em consideração. Essa lição você precisa aprender. FD 132 3 Você não precisa ter um desses ataques. Você está se condicionando para que eles se tornem uma temível realidade, uma segunda natureza; e quando as dores do parto chegarem, eles lhe sobrevirão, e as condições que os produzem estarão além do seu controle. Mas você pode agora controlar essas condições e não precisa mais tê-los, assim como eu não preciso ficar assim aflita. Cabe a você mesma decidir se será uma mulher feliz ou infeliz. FD 132 4 Você deveria ser aquilo que Deus deseja -- uma mulher que tem confiança em si mesma. Digo-lhe agora, no temor de Deus, que precisa atentar menos para si. Você parece achar que não lhe pode sobrevir nenhuma inconveniência ou sobrecarga, mas muitas mulheres, não mais fortes do que você, para as quais os deveres comuns da vida doméstica são tão plenamente desagradáveis quanto no seu caso, assumem bravamente esses deveres e os cumprem sem reclamar, porque lhes são dados como o seu trabalho. Atos de bondade, caridade e amor para com os outros a tornarão uma com Cristo, e tirarão os seus pensamentos de si mesma. FD 132 5 A prevenção contra a disciplina é sua, mas você não pode desfrutar integridade de caráter, que é a verdadeira santificação, a menos que se discipline firme e decididamente. Não lhe será rebaixamento fazer as muitas coisas da vida doméstica nas quais agora nem sequer toca. Deus quer que sinta a responsabilidade de ser um conforto e bênção para o seu esposo, assim como espera que ele seja um conforto e bênção para você. FD 133 1 Afaste os pensamentos de si mesma; não reclame; seja animosa. Não há razão pela qual não deva ser alegre, nenhum motivo pelo qual a gratidão não habite em seu ser, embora esteja na situação em que se encontra. Não é desgraça nenhuma ter filhos, e a mãe, por seu curso de ação, pode determinar a saúde e disposição deles. FD 133 2 Rogo-lhe que se oculte em Jesus, que seja Sua verdadeira filha, andando em amor e obediência a todos os Seus reclamos, exemplificando na vida o caráter de Jesus -- terna e atenciosa com os outros, considerando-os tão bons e merecedores de comodidades, conforto e felicidade como você mesma. Isso você não tem feito. O eu tem sido colocado em primeiro lugar, e o prazer, gosto e felicidade dos outros vem em segundo. Isso não deveria acontecer, embora lhe pareça natural. FD 133 3 Se é que deva entrar no Céu, existe uma obra que Florida deve realizar por si mesma, a qual ninguém pode fazer por ela. Que tipo de Céu seria esse, caso você pudesse entrar lá com todas essas peculiaridades que você alega estarem além da possibilidade de superar? Seria necessário que o Senhor levasse o seu esposo pela morte, que lhe enviasse adversidade removendo seus filhos, que a privasse das bênçãos que agora desfruta, a fim de chamá-la à razão, refinando-a e polindo-a para que se torne altruísta, paciente, reconhecida e grata? Escrevo-lhe agora porque me foram mostradas as muitas desculpas que mulheres grávidas apresentam para a perversidade de seu temperamento, que é tentação de Satanás. Deus lhe concederá graça, se você tomar o rumo de uma cristã que segue a Bíblia. FD 133 4 Sei que você se sentirá mal com esta carta, mas não ouso retê-la. Sua tarefa, agora, é amar a Deus de modo supremo, e ao próximo como a si mesma. Seja tão compreensiva e atenciosa em relação com seu próximo como o é em relação consigo mesma. Não devemos estar tão envoltos em nós mesmos a ponto de deixarmos de nos colocar na situação de outros e tornar seu caso o nosso. Existem outras pessoas tão sensíveis quanto você, tão refinadas no gosto, com excelente intelecto, e que não gostam dos desagradáveis pequenos deveres da vida que alguém deve executar. Partilhe com elas essas responsabilidades e se esqueça de Florida, pelo interesse que tem na felicidade dos outros. Faça o que puder para aliviar o fardo de outros em qualquer função, e não se deixe envolver no egoísmo. FD 133 5 Você poderá achar que isto é severo, mas é exatamente como Deus me apresentou o caso, e por alguma razão senti Seu Espírito impelindo-me a me levantar às três horas da manhã para escrever-lhe. Mediante a fé em Cristo, você poderá tornar-se forte, autoconfiante e útil. Mas lhe digo, Florida, em nome de Jesus, que você não precisa ter esses ataques nervosos que exigem tão grande labor extra e trazem tanto temor, ansiedade e verdadeira aflição ao seu esposo. Ele não pode suportar tudo; é mortal, assim como você. Deus reivindica os talentos que lhe emprestou. Ele não pode fazer sucesso no trabalho e ter saúde e vigor mental, a menos que você, sua esposa, assuma o trabalho da sua vida e o auxilie como somente uma esposa pode fazer. Você pode ser o maior fardo que um homem vai carregar, ou pode ser uma bênção. A decisão é sua de abater e destruir a coragem do seu esposo, por suas maneiras e atitudes, ou fortalecê-lo e edificá-lo. Permita que Jesus presida o templo de sua alma, e todas as coisas, então, estarão em harmonia com Deus. FD 134 1 Não lhe escrevo porque não a amo. Escrevo porque a amo. Você é aquisição do sangue de Cristo. Desejaria que aperfeiçoasse um caráter cristão. O grande respeito com que você acaricia o eu cria uma deformidade moral. Você nunca aperfeiçoará um caráter cristão enquanto não pensar menos em si e tiver uma opinião melhor acerca dos outros. Não deveria tentar esquivar-se de encontrar obstáculos e vencê-los. Você fortalecerá tendões e músculos espirituais ao assumir responsabilidades. Você alega demais sua fragilidade e evita as próprias coisas que lhe trariam forças. FD 134 2 A religião é um princípio ativo, atuante, e proporciona a força vital suficiente para as duras realidades da vida. Nossa Alta Vocação, 333. A religião tem, inclusive, o poder de restringir e controlar o eu, de vencer pronunciadas tendências hereditárias. Tem um verdadeiro poder transformador sobre a vida, modulando o caráter. Cristo foi trabalhador; labutou pelo Seu sustento, trabalhando na carpintaria. Assim, enobreceu e dignificou até o trabalho comum. Agora, minha irmã, a inteligência e a educação nunca tiveram o propósito de tornar aborrecido, desinteressante e desagradável o labor comum. Até os deveres mais comuns da vida doméstica podem ser elevados e dignificados. FD 134 3 A religião sempre comunica poder a seu possuidor para restringir, controlar e equilibrar o caráter, o intelecto e as emoções. Tem o poder de persuadir, suplicar e ordenar com autoridade divina todas as aptidões e afetos. A religião -- oh, quisera que todos compreendêssemos sua atuação! Ela nos põe sob as mais importantes obrigações. Ao nos ligarmos a Cristo, comprometemo-nos solenemente a andar como Cristo andou. Nossa Alta Vocação, 333. Quer comamos, quer bebamos ou façamos outra coisa qualquer, tudo deve ser feito com o eu fora de vista e tendo em vista a glória de Deus. Todo ato nosso exerce influência sobre os outros; portanto, cada ato e motivo deve estar sob o controle do Espírito de Deus. FD 134 4 Nossas noções, nossas peculiaridades, são inteiramente humanas e não devem ser satisfeitas ou tratadas complacentemente. O próprio eu precisa ser crucificado, não de quando em quando mas a cada dia, e o físico, a mente e o espírito precisam subordinar-se à vontade de Deus. A glória de Deus, a perfeição do caráter, eis o que deve constituir o alvo, o desígnio da nossa vida. Os seguidores de Cristo precisam imitá-Lo na disposição. Nossa Alta Vocação, 27. É-nos dado um Padrão para copiar, e nenhuma desculpa será aceita por Deus como razão para não alcançar a norma divina, por mais contrária que possa parecer à nossa natureza, aos nossos desejos e inclinações egoístas. Semelhante a Cristo, eis a divisa, não ser como vosso pai ou vossa mãe, mas semelhante a Jesus Cristo -- oculto em Cristo, revestido da justiça de Cristo, possuído de Seu Espírito. FD 135 1 Todas as peculiaridades que nos são dadas como herança ou que são adquiridas por meio de condescendência ou de uma educação errônea, precisam ser de todo vencidas, cumpre resistir-lhes com determinação. O amor da estima e o orgulho de opinião, tudo precisa ser levado ao sacrifício. Nossa Alta Vocação, 27. Devem ser vencidos. Não deve haver condescendência com o inimigo da justiça. FD 135 2 O conflito será árduo e cansativo, mas Jesus é nosso ajudador; nEle e por meio dEle devemos ser vencedores, por mais severo que seja o processo. Deus não exige menos de você do que isso. Cada um dos Seus filhos deve ser como Cristo, que não viveu para agradar a Si mesmo. Devemos ter simetria de caráter a fim de estar em pé diante do Filho do homem. A graça de Deus está à espera de sua demanda. Se você pedir, Ele lhe dará graça e forças, conforme a necessidade. FD 135 3 Aquilo que você chama de sensibilidade é orgulho que não admite contradição. O eu deve ser disciplinado, guardado e controlado. A mais decorosa dignidade que se pode possuir é o domínio próprio que suportará provação. A religião de Cristo controlará e restringirá toda paixão profana, estimulará à energia, disciplina própria e operosidade até nas questões da vida doméstica, rotineira, levando-nos a aprender economia, tato, abnegação e a suportar privações sem murmurar. O Espírito de Cristo no coração será revelado no caráter, desenvolverá nobres qualidades e faculdades. "Minha graça te basta" (2 Coríntios 12:9), diz Cristo. FD 135 4 Seus desejos e vontade serão muitas vezes contrariados, mas você não deve desanimar. Jesus a ama e quer que seja feliz mesmo nesta vida, e que seja luz no mundo. Eu gostaria que você visse, e nosso povo visse, o que podem ser e o que podem tornar-se. Deus operará com os seus esforços. Testes nos virão diariamente através de provações e desapontamentos, e o verdadeiro caráter se desenvolverá. Aqueles que não suportam os vexames e as cruzes da vida acabarão por fracassar, quando lhes sobrevierem as provas mais severas. Jesus deseja que você seja feliz, mas você não pode ser feliz querendo as coisas do seu jeito e seguindo o impulso do seu coração. FD 135 5 Deus deseja que você e seu esposo deixem aos outros um exemplo digno de imitação. Você pode fazer isso; caso contrário, Ele nunca exigiria de você tal coisa. Seu auxílio está em Deus. -- Carta 25, 1882. ------------------------Capítulo 16 -- Saúde, exercício e viver saudável FD 136 1 O conhecimento de que o homem deve ser um templo para Deus, uma morada para a revelação de Sua glória, deve ser o mais alto incentivo ao cuidado e desenvolvimento de nossas faculdades físicas. Terrível e maravilhosamente tem o Criador operado na estrutura humana, e nos ordena que a estudemos para lhe compreender as necessidades e fazermos nossa parte no preservá-la de dano e contaminação. -- A Ciência do Bom Viver, 271. FD 136 2 O exercício torna o sono mais repousante e a pessoa mais atenta -- As mulheres negligenciam exercitar os membros enquanto caminham. A cavalgada não substitui a caminhada. Muitas que se encontram debilitadas podem caminhar, se pensarem assim. Não revelam disposição, e você as ouvirá rogando: "Ah! Não consigo caminhar. Fico sem fôlego; sinto dor no lado, dor nas costas." Queridas irmãs, quem dera não tivessem essas enfermidades. Mas sei que ceder a elas, e entregar-se a uma vida inativa, não as livrará delas. Procurem exercitar-se moderadamente, a princípio. Tenham regras para governar-se. Caminhem! Sim, caminhem! Se tiverem a possibilidade, caminhem! Tentem percorrer uma distância curta a princípio, vocês, que pensam que caminhar é impossível. Ficarão cansadas, sem dúvida. Seu lado pode doer, suas costas doerão, mas isso não deve assustá-las. Seus membros podem sentir-se fracos. E não seria surpresa, pois os usam tanto quanto se não tivessem membros. [...] FD 136 3 Se tão-somente caminhassem, e fossem perseverantes na questão, conseguiriam muito na direção do restabelecimento. Seu sono seria mais reparador. A cada tentativa, vão um pouco mais longe. Não o façam arrastando-se, como se houvesse pesos amarrados aos membros. [...] Permitam que o movimento dos braços as ajude na caminhada. Caminhem com a mente animosa. Enquanto andam, contemplem as belezas da natureza, ouçam os doces cantores, cujos melodiosos gorjeios ascendem em louvor ao Criador. Inspirem-se com a feliz atitude deles. Vejam tudo o que puderem, de belo, bom e alegre, e que isso lhes agilize os passos, e permaneça em seus pensamentos ao longo do dia. FD 137 1 Continuem esse exercício, e que ninguém as faça desistir dele. Usem os membros que Deus lhes deu, e busquem dEle forças para usá-los. Vocês podem orar pedindo forças dia após dia e, mesmo assim não notar mudanças, até que exerçam a força que já possuem. Dêem ao Senhor a oportunidade de fazer algo por vocês, começando a obra por si mesmas. A cada dia notarão uma mudança para melhor, apesar de terem a sensação de cansaço. O sono as refará novamente, e poderão aumentar seu esforço até que vocês, que não caminham poucos metros além do seu quarto ou de casa para a igreja, possam andar um quilômetro e meio, quem sabe três, sem danos. FD 137 2 Ao esforçar-me para incutir nas mulheres a necessidade de caminhar, algumas receberam minhas idéias, e decidiram pô-las em prática de imediato. E por ocasião do primeiro esforço, caminharam, quem sabe, oitocentos metros, ficaram exaustas e realmente sofreram tanto que concluíram que a caminhada não era o melhor para elas. Essas foram a um extremo. Não suportaram tanta caminhada, a princípio, sem danos. Algumas estão sempre dispostas a ir a extremos. Quando chegam ao seu limite, nunca se contentam em parar. Elas prosseguem. Deixam de usar, da melhor maneira, a razão que o Céu lhes concedeu. -- História da Redenção, 1 de Julho de 1868. O exercício é essencial FD 137 3 A seguir, trecho de uma carta escrita para Edith Andrews, sobrinha de J. N. Andrews. FD 137 4 Um de nossos mais importantes deveres é dar atenção à saúde. Temos esse dever para conosco, para com a sociedade e para com Deus. Os jovens de ambos os sexos são proverbialmente descuidados em relação a sua saúde. Refletindo a Cristo, 139. Centenas morrem cedo na vida, não por causa de uma determinação da Providência, mas de uma manifestação de negligência. Muitas moças se vestem de modo insuficiente no clima frio. Outras escolhem sentar-se para ler ou escrever, quando deveriam estar fazendo exercício físico. Deus lhes deu os órgãos para serem usados. Não se permita que a maquinaria viva enferruje por inação. Manter todas as faculdades do corpo igualmente ativas exige autodomínio. A vida de muitos que sofreram morte prematura teria sido prolongada até uma idade avançada, caso houvessem agido de modo inteligente. FD 137 5 Enfermidade e morte tornaram-se comuns por causa da imperdoável ignorância daqueles que deviam saber melhor. FD 137 6 O exercício é indispensável à saúde de cada órgão. Se um grupo de músculos é usado enquanto outros são negligenciados, a maquinaria viva não está sendo usada inteligentemente. FD 138 1 Quando se faz exercício físico, a circulação é ativada. O coração recebe sangue mais rapidamente e o envia mais depressa aos pulmões. Os pulmões trabalham mais vigorosamente, abastecendo uma maior quantidade de sangue, o qual é impelido com mais força para todo o organismo. O exercício dá nova vida e vigor a cada órgão do corpo. FD 138 2 Os nervos ganham ou perdem força de acordo com a maneira como são tratados. Se utilizados por tempo excessivo e com demasiado rigor, ficam sobrecarregados e debilitados. Se utilizados apropriadamente, adquirem resistência. FD 138 3 Para se ter saúde é preciso manter equilíbrio de ação. A mente precisa se harmonizar com isso, se quiser receber os benefícios. Se o exercício físico for considerado uma escravidão, se a mente não tomar interesse no exercício das diferentes partes do corpo, os benefícios não serão obtidos. A mente precisa ter interesse no exercício dos músculos. FD 138 4 Na educação dos jovens, o exercício físico precisa ser combinado com a atividade mental. -- Refletindo a Cristo, 139. FD 138 5 Meninas que têm saúde não sabem como apreciar o seu valor. Se a sua atividade é sedentária, sentem aversão por outros ramos de labor. Queixam-se de grande cansaço, se fazem exercícios. Esse devia ser para elas um fato convincente de que precisam exercitar os músculos. -- Carta 6, 1885. FD 138 6 As leis da saúde devem ser estritamente obedecidas -- Grande quantidade de sofrimento se poderia poupar se todos trabalhassem para evitar a doença, obedecendo estritamente às leis da saúde. Estritos hábitos de limpeza devem ser observados. Muitos, enquanto se acham bem, não se dão ao trabalho de manter-se com saúde. Negligenciam o asseio pessoal, e não são cuidadosos em manter limpa sua roupa. Impurezas estão constante e imperceptivelmente saindo do corpo, pelos poros, e se a superfície da pele não for conservada em estado sadio, o organismo se sobrecarrega com substâncias impuras. FD 138 7 Se a roupa usada não é lavada freqüentemente, e muitas vezes arejada, torna-se imunda com as impurezas que são expelidas do corpo pela transpiração perceptível e imperceptível. E se a roupa usada não é limpa freqüentemente dessas impurezas, os poros da pele reabsorvem a matéria gasta expelida. As impurezas do corpo, se não se permitir que saiam, são devolvidas ao sangue e impostas aos órgãos internos. FD 138 8 A natureza, para aliviar-se das impurezas tóxicas, faz um esforço por livrar o organismo -- esforço que produz febres, e que se denomina doença. Mas, mesmo então, se os doentes ajudassem a natureza em seus esforços, mediante o uso de água pura, branda, muito sofrimento seria evitado. Muitos, porém, em vez de isso fazer, e procurar remover do organismo a matéria tóxica, nele introduzem um veneno mais mortífero, para remover um tóxico já ali presente. -- Conselhos Sobre Saúde, 61, 62. FD 139 1 Os verdadeiros remédios para a saúde -- Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino -- eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente esse conhecimento. -- A Ciência do Bom Viver, 127. FD 139 2 A influência do ar puro -- Ar, ar, a preciosa dádiva do Céu, que todos podem ter, beneficiar-lhes-á com sua revigorante influência, caso lhe não recusem a entrada. Dêem-lhe as boas-vindas, tenham-lhe afeição e ele se revelará um precioso calmante dos nervos. O ar deve estar em constante circulação para manter-se puro. O efeito do ar puro e fresco é fazer com que o sangue circule de maneira saudável através do organismo. Ele refresca o corpo e tende a comunicar-lhe força e saúde, ao mesmo tempo que sua influência é claramente sentida sobre a mente, comunicando um certo grau de calma e serenidade. Desperta o apetite, torna mais perfeita a digestão dos alimentos e conduz a sono saudável e tranqüilo. -- Testimonies for the Church 1:702. FD 139 3 Luz solar, uma necessidade -- Poucos há que reconhecem que, para poderem possuir alegria, devem ter abundância de luz solar, ar puro e exercício físico. [...] FD 139 4 Nenhum cômodo da casa deve ser considerado mobiliado e adornado sem a luz alegre e animadora do Sol, que é o dom gratuito do Céu ao homem. -- Minha Consagração Hoje, 138. Água pura, uma das bênçãos do céu FD 139 5 Livre uso da água -- Na saúde e na doença, a água pura é uma das mais excelentes bênçãos do Céu. Seu uso adequado promove a saúde. Foi a bebida provida por Deus para saciar a sede de homens e animais. Bebida abundantemente, ela ajuda a suprir as necessidades do organismo, e a natureza em resistir à doença. A aplicação externa da água é um dos mais fáceis e satisfatórios meios de regular a circulação do sangue. -- A Ciência do Bom Viver, 237. FD 139 6 Água pura para beber e ar fresco para respirar revigoram os órgãos vitais, purificam o sangue e ajudam a natureza em sua tarefa de vencer as más condições do organismo. -- Minha Consagração Hoje, 139. Princípios de saúde no lar de Ellen White FD 139 7 Esta carta foi escrita de Reno, Nevada, para o irmão e a irmã Lockwood, e para Marian Davis, Fannie Bolton e May Walling, que haviam ficado em casa. A Sra. White estava assistindo a uma reunião campal. FD 140 1 Chegamos aqui em boas condições, hoje de manhã, pouco antes das sete horas. Achamos que para nós teria sido melhor se tivéssemos esperado mais um dia. Preparativos estão em andamento quanto à nossa tenda. Está sendo colocado um piso de madeira e agora estão procurando um tapete para o piso. FD 140 2 A irmã que trabalhou para a irmã Leinenger havia decidido ir para minha casa ou em para Santa Helena. Ficou desapontada com sua visita e deseja retornar, de modo que acho melhor que ela volte. Posso dar-lhe doze dólares por mês agora e, quando regressar, ou quando houver mais responsabilidades e mais trabalho para fazer, então lhe aumentarei o salário. FD 140 3 Quando descobrimos que eu não podia conservá-la, alterei meus planos materialmente, e isso não deixa mais que uma pequena família em Santa Helena e outra em Healdsburg, que May pode administrar, mas se ela tiver um local onde trabalhar e aprender um ofício, precisará de alguém que lhe costure roupas. Ela tem o tecido, e quero que seus vestidos sejam feitos com bom gosto. O vestido preto que eu trouxe da Europa está para ser terminado e outros devem ser feitos, e se Fannie não empregou uma costureira, que essa moça faça a costura. Se não puder cortar, que outra costureira o faça; mas diga-lhes que minha ordem categórica é que as mangas e a cintura sejam folgadas, e não tão apertadas que façam compressão em algum ponto. Todos os músculos devem ser deixados livres para trabalhar, sem forçar o tecido ao usar os braços com liberdade. FD 140 4 Essa tendência de fazer apertado é moda, mas nada disso deve ser feito na minha casa, pois tenho alguma consideração para com a saúde dos meus auxiliares. Dêem aos pulmões amplo espaço para exercitar-se; ao coração, amplo espaço para fazer seu trabalho sem uma partícula de aperto. Não respeito o padrão da moda, e não quero que se pratiquem essas novas invenções. Desejo permanecer afastada e livre de tudo o que venha em detrimento, por mínimo que seja, da respiração ou da perfeita liberdade de ação. Que essa irmã receba de Fannie a costura para fazer. Se não souber cortar e costurar, ela pode trabalhar com alguém que corte e costure. Tenho convicção de que essas mangas apertadas, agarradas, não podem ser saudáveis e, estejam na moda ou não, aconselho que não sejam executadas segundo esse feitio. Leiam isto para aquelas que fazem minhas costuras. FD 140 5 Eu ficaria satisfeita em mandar fazer as roupas de May, para que ela possa ir a qualquer lugar onde seja necessário, a fim de aprender um ofício ou ir para Santa Helena em tempo. Quero que ela tenha bom vestuário. Ela precisa de um bom casaco [jaqueta curta] de algum tipo. Há um casaco de pele de castor no baú. May pode ter um casaco a partir dele. Mais uma vez, dou ordens positivas para que seja feito folgado, e não apertado a ponto de ela não poder vesti-lo ou tirá-lo sem puxar e repuxar. Agora, se essa moça na casa do irmão Leinenger sabe costurar, May pode fazer o trabalho e mandar costurar sua roupa. [...] FD 141 1 Se ela [May] fizer suas tarefas sistematicamente pela manhã e anotar num papel o que pretende realizar no cumprimento organizado de seu trabalho, não perderá tempo, mas pode passar de uma tarefa para a outra. Não deve deixar a louça de lado para fazer alguma outra parte do trabalho. Cuide do trabalho da cozinha em primeiro lugar. Então, as camas terão a oportunidade de tomar um ar para depois serem arrumadas. [...] FD 141 2 É um hábito muito mau deixar o trabalho prolongar-se interminavelmente. Organize o trabalho, e não ficará desanimada. É mau plano ceder ao impulso. Se você vir um livro que deseja ler e sentar-se no meio do trabalho para lê-lo durante as preciosas horas do dia, quando há trabalho que precisa ser feito, então o trabalho será negligenciado. Adquira o hábito de não continuar em atividade após as nove horas. Todas as luzes devem ser apagadas. Essa questão de transformar a noite em dia é um hábito deplorável e destruidor da saúde, e as muitas leituras por obreiros de atividade mental, para além da hora de dormir, são prejudiciais à saúde. Levam o sangue ao cérebro e então resulta em agitação e insônia, e o precioso sono que deveria descansar o corpo não vem quando é desejável. FD 141 3 É necessário cuidar do corpo e estudar suas necessidades, preservado-o de uma exposição desnecessária. É pecado ser ignorante quanto a como cuidar das necessidades dessa habitação que Deus nos deu. Quem realiza trabalho mental, especialmente, deve começar a acalmar-se, e não a se agitar de forma alguma ao se aproximar o horário de dormir. Que o sangue seja desviado do cérebro por algum tipo de exercício, caso seja necessário. Que o cérebro não seja sobrecarregado com leitura e, naturalmente, com esforço literário. Vocês, Marian e Fannie, separem uma ou duas horas, como lhes agradar mais, durante o dia, e não sentirão tanta fome de alimento intelectual a ponto de participarem dele nas horas da noite. Deus destinou a noite para o sono. FD 141 4 Bem, quanto a este ponto creio que basta. Se não formos despertados para obedecer às leis que Deus estabeleceu em nosso ser, não será necessário esperar que o Senhor opere um milagre para contrabalançar nossa prática inadequada. Devemos colocar a razão em funcionamento e fazer o máximo para aprender o que devemos realizar a fim de não formar hábitos para perseguir certo curso porque somos inclinados a ele, mas romper cada hábito que seja prejudicial à saúde, pois Deus requer isso de nós. Então, com fé, podemos pedir que Deus nos ajude, e Ele o fará. FD 141 5 Tenho especial preocupação por Fannie. Quero que se recupere desse nervosismo e insônia e, a fim de conseguir isso, ela deve tomar tempo para descansar o cérebro, para que os nervos não saiam completamente do tom, como nosso velho órgão. Quando Fannie se encarregar disso, encontrará meios de melhorar a saúde. Lamento muito por Fannie. Ela tem boa estrutura, ossos grandes e deveria ter nervos e músculos bons e saudáveis; e a razão pela qual não os tem é porque abusa das faculdades mentais e nervosas por sobrecarga, mantendo-se tensa, alerta, quando a razão devia tomar as rédeas e mantê-la em obediência às leis de Deus que controlam o organismo humano. Gostaria que Fannie ouvisse as palestras apresentadas agora sobre saúde no Retiro [da Saúde Rural]. Ela precisa ter a mente e a consciência despertadas quanto a essas coisas, e precisa usar cada aptidão que Deus lhe concedeu para restabelecer-se, a fim de que use essas faculdades como dons de Deus e tenha hábitos saudáveis a fim de exercer todo o seu trabalho. FD 142 1 Fannie, você precisa de um pouco de exercício físico, dentro e fora de casa, todos os dias. Se ficar cansada, isso aliviará o cérebro. O que esse exercício representa, deixo para que você conclua. Você mesma pode planejá-lo. Use seu tato e as faculdades do cérebro para programar o que fará diariamente em relação ao exercício físico. E desejo que se desperte quanto a essa questão. Não seja impulsiva, mas submeta-se a regras regulares e à ordem. Encarregue-se de você mesma, decida-se e, quando o Senhor notar que você está fazendo por si o que pode para conservar-se com saúde, Ele fará, de Sua parte, aquilo que você não pode. FD 142 2 Agora entrego a guarda da mente e do corpo de vocês à sua iluminada consciência e ao poder de Deus, que operará com seus inteligentes esforços para se manterem bem, a fim de que prestem a Deus melhor serviço, não como uma oferta enferma e doentia. FD 142 3 Desejo que May Walling sinta que deve cuidar da saúde e proteger-se contra resfriados e exposição desnecessária. Desejo que vocês se conservem com saúde, como solene dever que lhes cabe. Não devem agir por impulso ou pelas circunstâncias, mas com sólida razão. Vocês precisam estudar da causa para o efeito. Não quero que se sobrecarreguem, mas desejo que sistematizem seu trabalho de tal modo que consigam realizá-lo sem corrosão e constante desgaste. Deus deseja que o façam, e Ele as ajudará; tão-somente sejam leais a si mesmas. FD 142 4 Acordem pela manhã, fixem a hora de levantar cedo e a levem a sério; depois se recolham cedo também, e verão que superarão muitas desordens dolorosas que afligem a mente, causam sentimentos sombrios, desânimo e infelizes atritos, e as desqualificam para fazer qualquer coisa sem um grande esforço. FD 142 5 Espero e oro para que estas palavras não representem conselhos fúteis, mas que vocês ajam em harmonia com elas. May, especialmente, deve considerar o que precisa fazer, e depois não ser lerda e desanimada, mas realizar o trabalho pronta e alegremente, como se o fizesse para Jesus Cristo. -- Carta 76, 1888. ------------------------Capítulo 17 -- Casamento, lar e família FD 143 1 A medida do cristianismo é conferida pelo caráter da vida no lar. A graça de Cristo habilita quem a possui a tornar o lar um lugar feliz, cheio de paz e descanso. -- Mente, Caráter e Personalidade, 102. Casamento FD 143 2 O desígnio original de Deus -- Deus celebrou o primeiro casamento. Assim esta instituição tem como seu originador o Criador do Universo. "Venerado [...] seja o matrimônio" (Hebreus 13:4); foi esta uma das primeiras dádivas de Deus ao homem, e é uma das duas instituições que, depois da queda, Adão trouxe consigo além das portas do Paraíso. Quando os princípios divinos são reconhecidos e obedecidos nesta relação, o casamento é uma bênção; preserva a pureza e felicidade do gênero humano, provê as necessidades sociais do homem, eleva a natureza física, intelectual e moral. -- Patriarcas e Profetas, 46. FD 143 3 Casamento, uma instituição sagrada -- O casamento recebeu a bênção de Cristo, e deve ser considerado uma instituição sagrada. A verdadeira religião não deve agir contra os planos do Senhor. Deus ordenou que homem e mulher se unissem em santo vínculo matrimonial, para criar famílias que, coroadas de honra, fossem símbolos da família do Céu. E, no início do Seu ministério público, Cristo deu Sua decidida aprovação à instituição que havia criado no Éden. Assim, declarou Ele a todos que não recusará Sua presença em ocasiões de matrimônio, e que o casamento, quando unido à pureza e santidade, verdade e justiça, é uma das maiores bênçãos concedidas à família humana. -- The Signs of the Times, 30 de Agosto de 1899. FD 143 4 Responsabilidades individuais -- As duas pessoas que unem seus interesses para a vida irão ter características distintas e responsabilidades individuais. Cada um terá seu trabalho, mas a mulher não pode ser avaliada pela quantidade de trabalho que pode fazer, como se faz com os animais de carga. A esposa deve ser o encanto do círculo familiar como esposa e companheira para um sábio marido. A cada passo deve ela interrogar-se: "É esta a norma de uma verdadeira mulher?" e: "Como exercerei minha influência cristã no meu lar?" O marido deve fazer com que a esposa saiba que ele aprecia seu trabalho. FD 144 1 A esposa deve respeitar o marido. O marido deve amar sua esposa e mostrar cuidado por ela; e unindo-se nos votos matrimoniais como um só ser, sua crença em Cristo deve fazer que sejam um com Ele. Que pode agradar mais a Deus do que ver os que assumem a relação matrimonial buscarem juntos aprender de Jesus a tornarem-se mais e mais imbuídos do Seu Espírito? -- O Lar Adventista, 114. FD 144 2 A esposa deve ser tratada com ternura -- Sua família pode ser feliz. Sua esposa necessita de sua ajuda. Ela é como o ramo de uma videira; deseja apoiar-se em sua força. Você pode ajudá-la e orientá-la. Não deve jamais censurá-la. Nunca a reprove se seus esforços não atingirem o que você espera. Pelo contrário, encoraje-a mediante palavras de ternura e amor. Você pode ajudar sua esposa a preservar sua dignidade e respeito próprio. Nunca elogie as ações de outras pessoas diante dela para que note suas deficiências. Você tem sido rude e insensível a esse respeito. Tem mostrado maior cortesia por seus empregados do que por ela, colocando-os acima dela em seu lar. -- Testimonies for the Church 2:305. FD 144 3 A esposa deve ajudar o marido a conservar a dignidade -- Foi-me mostrado também que muitas vezes há grande falta da parte da esposa. Ela não exerce grandes esforços para reger o próprio espírito e tornar o lar feliz. Há muitas vezes, de sua parte, irritação e desnecessárias queixas. O marido chega em casa, do trabalho, fatigado e perplexo, e encontra um rosto carrancudo em lugar de palavras alegres e animadoras. Ele é apenas humano, e seu afeto retrai-se da esposa; perde o amor do lar, sua estrada fica obscurecida e destruído seu ânimo. Perde o respeito de si mesmo e aquela dignidade que Deus dele requer. -- Testimonies for the Church 1:307. FD 144 4 Amor a Cristo, amor ao cônjuge -- Nem o marido nem a esposa deve imergir sua individualidade na do outro. Cada qual tem uma relação pessoal para com Deus; e a Ele cada um deve perguntar: "Que é direito?" "Que não é direito?" "Como posso cumprir melhor o propósito de minha vida?" Que seu melhor afeto seja direcionado para Aquele que deu a vida por você. Faça com que Cristo seja o primeiro, o último e o melhor em todas as coisas. Ao se aprofundar e fortalecer seu amor para com Ele, o amor recíproco será purificado e fortalecido. -- Mente, Caráter e Personalidade 1:154. FD 144 5 O espírito manifestado por Cristo em relação a nós é o espírito que marido e esposa devem manifestar entre si. "Como também Cristo vos amou", "andai em amor." "Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas a seus maridos. Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela". Efésios 5:2, 24, 25. FD 145 1 Nem o marido nem a esposa devem tentar exercer controle arbitrário um sobre o outro. Não tentem impor um ao outro os seus desejos. Não é possível fazer isso e ao mesmo tempo reter o amor mútuo. Sejam bondosos, pacientes, longânimos, corteses e cheios de consideração mútua. Pela graça de Deus vocês podem ter êxito em tornar feliz um ao outro, como prometeram no voto matrimonial. -- Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, 26, 27. Cuidado na escolha do companheiro da vida FD 145 2 Casamento arruinado pode arruinar a utilidade -- Caso aqueles que pensam em casar-se não queiram fazer amargas, infelizes reflexões depois do casamento, precisam torná-lo objeto de considerações sérias, atentas, agora. Dado precipitadamente, esse passo é um dos meios mais eficazes para arruinar a utilidade de rapazes e moças. A vida se torna um fardo, uma maldição. Pessoa alguma pode, com mais eficácia, estragar a felicidade e a utilidade de uma mulher, e tornar-lhe a vida um pesado fardo, que seu marido; e ninguém pode fazer a centésima parte para despedaçar as esperanças e aspirações de um homem, para lhe paralisar as energias e arruinar-lhe a influência e as perspectivas, como sua própria esposa. É da hora de seu enlace matrimonial que muitos homens e mulheres datam seu êxito ou fracasso nesta vida, e suas esperanças de existência futura. -- O Lar Adventista, 43. FD 145 3 É ele digno? -- Antes de dar a mão em casamento, deveria toda mulher indagar se aquele com quem está para unir seu destino, é digno. Qual é seu passado? É pura a sua vida? É o amor que ele exprime de caráter nobre, elevado, ou é simples inclinação emotiva? Tem os traços de caráter que a tornarão feliz? Poderá ela encontrar verdadeira paz e alegria na afeição dele? Ser-lhe-á permitido, a ela, conservar sua individualidade, ou terá de submeter seu juízo e consciência ao domínio do marido? Como discípula de Cristo, ela não pertence a si mesma, foi comprada por preço. Pode honrar as reivindicações do Salvador como supremas? Serão conservados puros e santos o corpo e a mente, os pensamentos e propósitos? Essas perguntas têm influência vital sobre o bem-estar de toda mulher que se casa. -- Testimonies for the Church 5:362. FD 146 4 Individualidade da esposa -- A mulher que se submeter a ser sempre dirigida mesmo nos menores assuntos da vida doméstica, que abrir mão da própria identidade, jamais será de grande utilidade ou bênção para o mundo, e não corresponderá ao propósito que Deus tem para a sua existência. Sendo meramente uma máquina, é dirigida pela vontade e mente de outra pessoa. Deus deu a cada um, homem e mulher, uma identidade, uma individualidade, pois precisam agir por si mesmos no temor de Deus. -- Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, 25. Quando surgem problemas FD 146 1 Cristo, nosso auxílio em tempo de dificuldade -- A seguinte carta foi escrita para a Sra. Philip Wessels, no dia 7 de Março de 1897. Trechos dela aparecem no livro O Lar Adventista. Esperamos que esta carta traga ânimo para aqueles que enfrentam circunstâncias semelhantes. Querida irmã Wessels: FD 146 2 Escrevo-lhe algumas linhas hoje de manhã. Espero e oro para que não perca a fé ou desanime. Todos temos nossa individualidade, a qual não pode submergir-se em outra. Você tem uma vida a salvar ou perder. O Senhor lhe será socorro bem presente na tribulação. Ele gostaria de vê-la no seu posto do dever, confiando inteiramente nEle, que nos amou e morreu por nós. FD 146 3 Você tem agora dupla responsabilidade, visto que seu marido afastou-se de Jesus. O Lar Adventista, 350. Como mãe, seu trabalho é levar os filhos ao Mestre. Quando Cristo esteve na Terra, e as mães Lhe levaram seus filhos, os discípulos estavam a ponto de mandá-las embora, mas Jesus repreendeu os discípulos, dizendo: "Deixai vir a Mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus". Lucas 18:16. FD 146 4 Sei que lhe deve ser demasiado penoso permanecer só, no que respeita a cumprir a Palavra. Mas quem sabe, ó esposa, se sua consistente vida de fé e obediência não irá trazer de volta à verdade seu marido? Sejam as queridas criancinhas levadas a Jesus. Em linguagem simples fale a eles as palavras da verdade. Cante para eles cânticos atrativos, alegres, que revelem o amor de Cristo. Leve seus filhos a Jesus, pois Ele ama as criancinhas. FD 146 5 Conserve a alegria. Não se esqueça de que você tem um Consolador, o Espírito Santo, que Cristo indicou. Nunca estará só. Se ouvir a voz que agora fala a você, se responder sem demora às batidas à porta de seu coração, dizendo: "Entra, Senhor Jesus, para que eu ceie contigo, e Tu comigo", o Hóspede celestial entrará. Quando este Elemento, que é todo divino, habita em seu coração, há paz e descanso. O Lar Adventista, 350. É o reino do Céu perto de você. FD 146 6 Que cada hora seja de confiança, oração e fé. Você pode esperar provações. Devemos todos ser purificados da escória, e tornados brancos e testados. No tempo de aflição, leve todo pensamento cativo a Jesus Cristo. Um inimigo após outro pode vir de maneiras inesperadas, mas rejeite as tentações do inimigo. Dessa maneira, prosseguimos de graça em graça, de força em força, obtendo uma vitória espiritual após outra. FD 147 1 Apegue-se a Cristo, e Ele lhe dará Seu forte braço como apoio. Há uma coroa da vida para o vencedor. FD 147 2 União íntima com Cristo significa cumprir as palavras de Cristo. Ele chama essa união de prolongamento do Seu amor. Então o coração estará em harmonia com Deus. Confie nas promessas, cumprindo cada pequeno dever fielmente, como para Deus. "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor". João 15:10. Aqui há submissão e dependência. FD 147 3 Você possui um forte Ajudador e, enquanto tiver plena confiança, estará segura. O broto sem seiva, enxertado na videira viva, participa da mesma nutrição da vinha, e torna-se ramo. A mais íntima relação possível entre o pecador e o Salvador é vista quando o pecador é praticante da Palavra de Deus. Então o coração, a vontade e a mente estarão em íntima união com Cristo. Mediante a fé, a humanidade finita, débil, impotente une a sua fragilidade à Sua força. Essa união -- [mostrando] inteira confiança e amor -- é uma necessidade em função de nosso desamparo e dependência. FD 147 4 Cristo morreu morte vergonhosa para que pudesse levar-nos a Deus. Quando a pessoa é persuadida de que Cristo é capaz de salvar totalmente os que se achegam a Ele, quando se entrega inteiramente a Ele como todo-suficiente Salvador, quando se apega às promessas feitas e crê plenamente em Jesus, é declarada por Deus uma com Cristo. Uma pessoa que depende de Cristo com a simplicidade com que uma criança depende de sua mãe, é justificada, pois se torna uma com o Substituto, que é Justificação e Redenção. Aí existe amor, pois o coração e a vontade estão ligados a Cristo Jesus. FD 147 5 Que diz nosso Salvador? "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros". João 14:18. "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele". V. 21. Quando as provações obscurecem a alma, lembre-se das palavras de Cristo, lembre-se de que Ele é uma presença invisível na pessoa do Espírito Santo, e Ele será a paz e o conforto que lhe são dados, manifestando-lhe que Ele está com você, o Sol da Justiça, expulsando suas trevas. "Se alguém Me ama," disse Cristo, "guardará a Minha palavra; e Meu Pai o amará, e viremos para Ele e faremos nEle morada". V. 23. Tenha bom ânimo; a luz virá e sua alma se regozijará grandemente no Senhor. -- Carta 124, 1897. Manter-se firme sob circunstâncias difíceis FD 147 6 Novamente, no dia 5 de Outubro de 1898, a Sra. White escreveu para a Irmã Wessels, encorajando-a a ter fé e a permanecer unida ao Senhor. Querida irmã Wessels: FD 148 1 Sinto profundo interesse pela irmã, seu esposo e seus filhos. Agradeço ao meu Pai celestial porque lhe deu a graça de conservar firme a fé sob circunstâncias muito difíceis. Mas, minha irmã, não deixe de confiar por um momento no seu Pai celestial. Que seu coração confie em Deus. Coloque nEle a sua confiança. Sua mão a sustém e, se você habita em Cristo, crescerá cada vez mais em força. Prosseguindo em conhecer o Senhor, saberá que Suas saídas são preparadas como a manhã. FD 148 2 O conhecimento da verdade está ligado à posse daquela fé que opera pelo amor e purifica a alma. Se continuar a confiar em Deus, receberá as mais preciosas bênçãos em cada momento de necessidade. O Senhor vê, o Senhor sabe quanto você necessita de Sua graça. Você pode depender dEle. Sua mediação está assegurada na Sua promessa, no Seu compromisso eterno. "Aos que me honram," diz Ele, "honrarei". 1 Samuel 2:30. O Senhor recompensará sua singela fé e confiança nEle. Não precisa desconfiar da Palavra de Deus em nenhum momento. Você já provou a promessa de Deus. Sentiu Sua mão a lhe sustentar. O Senhor ouvirá suas orações. -- Carta 82, 1898. Convidar o suavizante e subjugante espírito de Deus para conciliar diferenças FD 148 3 Trecho de uma longa carta escrita para a Sra. Mary Nelson, no dia 19 de Março de 1902. Ellen White procurou dar à família Nelson conselhos que a unissem novamente. FD 148 4 Seus filhos precisam de um pai, você precisa de um esposo e seu esposo precisa de uma esposa. Você precisa do auxílio do seu esposo, e ambos necessitam do auxílio do Salvador. Os dois devem cultivar a fé. Seus filhos necessitam de um pai que tome o jugo de Cristo, que submeta sua vontade à vontade de Deus, para ser moldado e modelado pela mão divina. FD 148 5 Meu irmão, minha irmã, por algum tempo vocês não têm vivido juntos. Não deviam ter seguido esse caminho, e não o teriam, se tivessem ambos cultivado a paciência, a bondade, a tolerância que devem existir entre marido e mulher. Nenhum de nós devia impor a própria vontade e procurar executar as próprias idéias e planos sejam quais forem as conseqüências. Nenhum dos dois devia estar determinado a fazer o que melhor lhe aprouver. Deixem que a suavizante, subjugante influência do Espírito de Deus opere em seu coração e os capacite para a obra de educar os filhos. Sua obra, diante de Deus, é formar e modelar-lhes o caráter. Para apoderar-se da força e do poder que só o Senhor pode dar, devem exercer fé. Apelem ao Pai celestial para que os livre de render à tentação de falar de maneira dura, voluntariosa, impaciente um ao outro -- o marido à esposa, e esta ao marido. Ambos têm caráter imperfeito. Como não se colocaram sob o controle de Deus, sua conduta de um para com o outro não tem sido sábia. FD 149 1 Suplico-lhes que se coloquem sob o controle de Deus. Quando tentados a falar de maneira provocante, procurem nada dizer. Serão tentados neste ponto, porque nunca venceram esse objetável traço de caráter. Mas todo mau hábito deve ser vencido. Façam completa entrega a Deus. Caiam sobre a Rocha, Cristo Jesus. Como marido e mulher, disciplinem-se. Não deixem de ir a Cristo em busca de auxílio. Ele de boa vontade lhes suprirá com Sua divina simpatia, Sua livre graça. O Lar Adventista, 342, 343. Aquele que por trinta anos foi um filho fiel, trabalhando no ofício de carpinteiro a fim de fazer Sua parte em levar as responsabilidades da família, dará a Seus seguidores forças para cumprirem sua parte em levar os fardos da vida doméstica. FD 149 2 Minha irmã, Cristo lhes confiou a sagrada obra de ensinar aos filhos os Seus mandamentos. Para ser habilitada para tal obra, você deve viver em obediência a todos os Seus preceitos. Cultive vigilante cuidado de cada palavra e ação, guarde com a máxima diligência as suas palavras. Vença toda a precipitação temperamental; pois a impaciência, uma vez manifesta, ajudará o adversário a tornar a vida do lar desagradável e enfadonha para os filhos. -- Orientação da Criança, 68. FD 149 3 Todos somos propriedade do Senhor Jesus. Ele deu a vida como resgate para redimir-nos. Mediante a Sua dádiva, toda a família pode ser salva -- pai, mãe e filhos. Minha irmã, negligenciará você os deveres domésticos ao não exercer a força de vontade que Deus lhe deu, num esforço por ajudar seus filhos? Em nome do Senhor, exorto-a a fazer todo esforço, com o auxílio do seu esposo, para salvar seus filhos. FD 149 4 Sobre cada um, como pais, repousa igual responsabilidade de guardar cada palavra e ato, para que nem suas palavras nem sua conduta os desacreditem na avaliação dos filhos. Tragam para dentro de casa toda afabilidade, conforto e alegria que puderem. FD 149 5 Querido irmão e querida irmã Nelson, arrependam-se diante de Deus pela sua conduta passada. Entrem em acordo, e reconciliem-se como esposo e esposa. Lancem para longe a infeliz, desagradável experiência de sua vida passada. Tomem coragem no Senhor. Fechem as janelas da alma para a terra, e abram-nas em direção ao Céu. Se elevarem a voz ao Céu em oração em busca de luz, o Senhor Jesus, que é luz e vida, paz e alegria, ouvirá seu clamor. Ele, o Sol da Justiça, resplandecerá nas recâmaras de sua mente, iluminando o templo da alma. Se saudarem o calor de Sua presença no lar, não proferirão palavras que gerem sentimentos de infelicidade. -- O Lar Adventista, 343. FD 149 6 Mary, rogo-lhe que pare e considere o quanto está contristando o Santo Espírito de Deus! Busque o Senhor de todo o seu coração, para que o Sol da justiça brilhe na sua alma e em você opere uma completa transformação, santificando cada palavra e ato. FD 150 1 Como gostaria de clamar em alta voz a cada mãe na Terra: "Santifique seu espírito mediante a graça que Cristo dá livremente àqueles que dEle pedem graça. Pratique a ternura. Manifeste um amor santificado por seus filhos. Tome interesse pela felicidade deles. Ensine-os a exercer bom senso. Faça com que conheçam a Deus e Seu propósito para eles. Torne atraente a religião de Jesus Cristo. Nunca ofenda ao Senhor Deus por meio de dissensão e deploráveis diferenças. Busque a mansidão e humildade de coração. Cultive o afeto." FD 150 2 Irmão e irmã Nelson, embora tenham discordado no passado, estão agora sob a solene obrigação perante Deus de fazer o melhor com a capacidade e faculdades que Ele lhes deu. Devem aproveitar toda oportunidade que têm para alcançar um padrão mais elevado. É propósito de Deus, transmitido a vocês por intermédio da irmã White, Sua serva, que olhem para Jesus e, contemplando-O, sejam transformados à Sua semelhança. O Senhor deseja que não mais sejam crianças na experiência cristã mas, pela participação na Sua graça, sejam completos nEle. Se aproveitarem a presente oportunidade de atingir uma experiência mais elevada, poderão se tornar fortes e completos em Cristo Jesus. FD 150 3 Irmão Nelson, tem você a disposição de abrandar e subjugar sua natureza? Você pode se tornar como Jesus e ser Seu missionário, Sua mão auxiliadora. Ele nunca o levou a ser autoritário, ditatorial e severo para com os membros da sua família e outros com quem se relaciona. Só se pode viver esta vida uma vez. Busque a suavidade e bondade de um caráter perfeito. O Senhor deseja que pratique a bondade e faça o bem. Podemos, individualmente, fazer da vida o que nos agrada. Se escolhemos, podemos honrar a Deus usando acertadamente o talento da fala. FD 150 4 Meu irmão, assuma o cuidado dos seus filhos. Nada resolverá censurá-los, pois receberam sua disposição como herança. Ao governá-los, seja firme, porém não arbitrário. Ao falar com eles, fale de modo a não criar um sentimento de obstinada resistência. FD 150 5 Irmão e irmã Nelson, o exemplo que vocês têm dado aos filhos não tem sido aquele que seria se fossem convertidos. Se fossem transformados pela graça de Cristo, demonstrariam que venceram o egoísmo e o desejo de impor sua vontade, de consultar suas inclinações naturais, e de fazer como lhes agrada. Agora é o tempo de mostrar que não vivem para agradar o eu. Tragam para o caráter a fragrância do caráter de Cristo. Coloquem de lado o espírito de repreensão, irritação e impaciência. Cultivem a pureza de linguagem. Orem e cantem para a glória de Deus. Permitam que a paz de Deus lhes governe o coração. -- Carta 47a, 1902. Namoro e casamento, um passo sério FD 151 1 A sobrinha-neta de Ellen White, Addie Walling, foi como filha para ela. Um primo distante de Addie, aparentemente, estava interessado em namorá-la. A Sra. White esboçou as razões de sua falta de entusiasmo quanto a esse relacionamento. FD 151 2 Depois de escrever a carta anterior, recebi a sua, que me aliviou um pouco, mas ainda estou um tanto preocupada. Refiro-me a Reuben [Tapley] -- espero que não haja ligação entre ambos. Eu ficaria muito triste se você o tivesse decididamente encorajado de alguma forma. Gosto de Reuben. Considero-o um rapaz de coração honesto, mas não alguém a quem desejaria entregar você em casamento, por várias razões. Uma é: ele é tuberculoso, de uma família de tísicos, e sei muito bem o que é ter que batalhar contra essa terrível doença. Sepultamos Nathaniel e Annie White com tuberculose. Sepultamos Lumen Masten, chefe do escritório, com tuberculose. Sepultamos Robert Harmon, meu irmão, com tuberculose. Sepultamos Sarah Belden com tuberculose. FD 151 3 No que diz respeito à saúde e felicidade, não sou a favor de que se una a alguém predisposto à tuberculose. A mãe dele escapou de morrer tuberculosa, e morreu por causa de um inchaço escrofuloso no lado. Ela não tem saúde, e está sujeita a morrer a qualquer momento. O pai da mãe dele, Samuel McCann, morreu de uma prolongada tuberculose, e minha irmã Harriet, sua esposa, foi contagiada por ele, e seu sofrimento foi extremo. Ela morreu. Sarah, a filha mais velha, morreu de tuberculose. Melville, o filho mais velho depois dela, morreu de tuberculose. Lucy Ellen, a seguir, morreu tísica. Mary, a seguinte, morreu de tuberculose, e apenas dois dos filhos vivem hoje. É o pior tipo de tuberculose, e sentimos profundamente a necessidade de cuidar dessa questão de unir nossos interesses com aqueles cujo sangue está contaminado com essa temível destruidora. FD 151 4 Assim que olhei para Reuben, soube que ele estava marcado. Ele não viverá por longo tempo. Seu pescoço fino, sua cabeça grande, contam a dolorosa história de que a vida dele é curta. Agora, Addie, há um lado ainda mais doloroso dessa questão. Embora tenham saúde frágil, somente um membro dessa grande família tinha inclinação religiosa; essa foi Sarah. Lucy Ellen não fez preparativos para o Céu antes de estar no leito de morte; então, com seu último suspiro, clamou por Deus. Melissa é religiosa. Recebeu toda a luz sobre o sábado, mas ainda não o guardou. Essa é a mãe de Reuben. Melville negligencia a religião tanto quanto Reuben. [Mas ele] não se opôs [a ela] quando estava morrendo. Seu último suspiro foi uma oração agonizante. Assim, também, May negligenciou entregar o coração a Deus até seus últimos e moribundos dias. FD 152 1 Bem, isso é pior para mim do que a temível doença da tuberculose. Mas eu não poderia consentir em que houvesse uma ligação entre você e Reuben. É justo e correto que desabafe francamente comigo sobre esse assunto de namoro e casamento, pois diz respeito à sua felicidade mais do que qualquer outro evento da sua vida, e aqui você precisa de conselho mais do que sobre qualquer outro ponto. Espero receber suas notícias com freqüência. -- Carta 95, 1886. Famílias FD 152 2 Famílias na terra, símbolos da família celestial -- Se os corações se mantivessem ternos em nossas famílias, se houvesse nobre e generosa deferência para com os gostos e as opiniões uns dos outros, se a esposa buscasse oportunidades para expressar seu amor pelos atos e suas cortesias para com o marido, e o marido manifestasse a mesma consideração e bondoso respeito à esposa, os filhos participariam do mesmo espírito. A influência impregnaria o lar, e quanta aflição seria poupada nas famílias! Os homens não sairiam do lar para buscar felicidade; e as mulheres não definhariam por falta de amor, nem perderiam o ânimo e o respeito próprio, tornando-se inválidas por toda a vida. Só nos é concedido um período de vida, e com cuidado, esforço e domínio-próprio ela pode tornar-se suportável, agradável e mesmo feliz. -- Darkness Before Dawn, 333. FD 152 3 A bondade torna o lar realmente aprazível -- Falarem os pais bondosamente aos filhos e elogiá-los quando procuram fazer o que é direito, pode encorajar-lhes os esforços e torná-los muito felizes, atraindo para o círculo da família um encanto que expulsará toda sombra e chamará a alegre claridade. Mútua bondade e paciência farão do lar um paraíso e atrairão os anjos para o círculo da família; mas eles fugirão da casa onde há palavras desagradáveis, rixas e atritos. Ausência de bondade, queixumes e ira expulsam Jesus do lar. -- O Lar Adventista, 421, 422. Hospitalidade FD 152 4 Um apelo por mais hospitalidade no lar -- Mesmo entre os que professam ser cristãos, a verdadeira hospitalidade é pouco exercida. Entre nosso próprio povo, a oportunidade de ser hospitaleiro não é considerada como deve ser, como um privilégio e uma bênção. Há positivamente muito pouca sociabilidade, muito pouca disposição de dar lugar para mais dois ou três à nossa mesa de família, sem embaraço ou ostentação. Alguns alegam ser "demasiado incômodo". Não o será se for dito: "Não fizemos nenhum preparativo especial, mas seja bem-vindo para participar do que temos." Para o hóspede inesperado, um bom acolhimento é muito mais apreciado do que a mais elaborada refeição. -- Testimonies for the Church 6:343. FD 153 1 Preparo para receber um hóspede inesperado -- Alguns chefes de casa poupam na mesa da família a fim de proporcionar dispendiosa hospedagem às visitas. Isso não é sábio. Deve haver maior simplicidade na hospedagem. Dê-se primeiro atenção às necessidades da família. FD 153 2 Uma economia destituída de sabedoria e os costumes artificiais impedem o exercício da hospitalidade onde é necessária e quando seria uma bênção. A quantidade regular de alimento deve ser de maneira que se possa receber de boa vontade o inesperado hóspede, sem sobrecarga para a dona-de-casa, com preparativos extras. -- A Ciência do Bom Viver, 322, 323. FD 153 3 Veja o Apêndice E. ------------------------Capítulo 18 -- A missão da mãe FD 154 1 No moldar devidamente o espírito de seus filhos, é confiada às mães a maior missão dada a mortais. -- Fundamentos da Educação Cristã, 252. FD 154 2 Formar a mente e moldar o caráter -- A responsabilidade repousa especialmente sobre a mãe. Ela, de cujo sangue a criança se nutre e se forma fisicamente, comunica-lhe também influências mentais e espirituais que tendem a formar-lhe a mente e o caráter. Foi Joquebede, a hebréia que, fervorosa na fé, não temeu "o mandamento do rei" (Hebreus 11:23), a mãe de Moisés, libertador de Israel. Foi Ana, a mulher de oração e espírito abnegado, inspirada pelo Céu, que deu à luz Samuel, a criança divinamente instruída, juiz incorruptível, fundador das escolas sagradas de Israel. Foi Isabel, a parenta e especial amiga de Maria de Nazaré, que gerou o precursor do Messias. -- A Ciência do Bom Viver, 372. FD 154 3 O preparo da mãe não deve ser negligenciado -- A primeira professora da criança é a mãe. Nas mãos dela se acha em grande parte sua educação, durante o período de seu maior e mais rápido desenvolvimento. A mãe tem, em primeiro lugar, a oportunidade de moldar o caráter para o bem ou para o mal. Ela deve compreender o valor dessa sua oportunidade e, acima de qualquer outro educador, cumpre que esteja habilitada a dela fazer uso de modo a obter os melhores resultados. Não obstante, não há outrem para cujo preparo tão pouca atenção se dê. Aquela, cuja influência na educação é poderosíssima e de tão vasto alcance é quem recebe o menor esforço sistemático em seu auxílio. -- Educação, 275. FD 154 4 Ensinar os filhos a orar -- Meus irmãos e irmãs, rogo-lhes que criem seus filhos com simplicidade. Não ralhem com eles quando erram, mas levem-nos ao Senhor, contando-Lhe tudo. Quando se ajoelham diante de Deus com seus filhos, Cristo Se coloca ao seu lado e os anjos de Deus ao seu redor. Ensinem-nos a pedir que Deus lhes perdoe por terem sido rebeldes e impacientes. Criem os filhos na doutrina e admoestação do Senhor. Sejam homens e mulheres de oração. FD 154 5 Apoderemo-nos da natureza divina e escapemos da corrupção que, pela concupiscência, há no mundo. Então teremos a apólice de seguro da vida eterna, uma vida que se mede pela vida de Deus. E, quando os redimidos forem resgatados da Terra, a cidade de Deus se nos abrirá, e poderemos nos apresentar perante o Senhor, dizendo: "Eis-me aqui com os filhos que me deste." Então a harpa será colocada em nossas mãos, e nossa voz se levantará em cânticos de louvor a Deus e ao Cordeiro, por cujo grande sacrifício fomos feitos participantes de Sua natureza, e receberemos uma herança imortal no reino de Deus. -- Minha Consagração Hoje, 339. FD 155 1 Mães devem encorajar os filhos -- Sempre que a mãe possa dizer uma palavra de elogio aos filhos por motivo de sua boa conduta, deve ela dizê-la. Deve encorajá-los por palavras de aprovação e olhares expressivos de amor. Essas serão ao coração de uma criança como a luz do Sol, e levarão ao cultivo do respeito próprio e ao brio de caráter. -- Testimonies for the Church 3:532. FD 155 2 Ensinar aos filhos a importância de hábitos formados na infância -- Os filhos têm reivindicações que os pais devem reconhecer e respeitar. Eles têm direito a privilégios tais como educação e instrução que os farão membros úteis da sociedade, respeitados e amados aqui, e lhes darão aptidão moral para a sociedade do puro e santo porvir. Aos jovens deve ser ensinado que o seu bem-estar tanto presente como futuro depende, em grande medida, dos hábitos que formarem na infância e na juventude. Cedo devem ser acostumados à submissão, à abnegação e respeito pela felicidade de outros. Devem ser ensinados a subjugar o temperamento rude, a conter as palavras impulsivas, a manifestar invariável bondade, cortesia e domínio próprio. -- O Lar Adventista, 306, 307. FD 155 3 Pais e mães devem tornar a preocupação de sua vida que seus filhos possam tornar-se tão perfeitos no caráter quanto o permita o esforço humano combinado com o auxílio divino. Esta obra, com toda a sua importância e responsabilidade, eles aceitaram, desde que trouxeram filhos ao mundo. -- O Lar Adventista, 305. A fonte de forças da mãe FD 155 4 As mães devem buscar em Deus a força -- Se uma mulher volta-se para Deus em busca de força e conforto e em Seu temor procura cumprir seus deveres diários, conquistará o respeito e a confiança do marido e verá os filhos chegarem à maturidade como homens e mulheres honrados, com disposição moral para fazer o que é direito. Mas as mães que negligenciam as presentes oportunidades, e deixam sobre outros seus fardos e encargos, verificarão que suas responsabilidades permanecem as mesmas, e ceifarão em amargura o que semearam em descuido e negligência. Não existe acaso nesta vida; a colheita será determinada pelo caráter da semente semeada. -- O Lar Adventista, 250. FD 156 1 Jesus, o melhor amigo da mãe -- Se as mães fossem a Cristo mais freqüentemente e nEle confiassem mais plenamente, seu fardo seria mais leve, e elas encontrariam descanso para a sua alma. O Lar Adventista, 205. Jesus conhece o fardo de cada mãe. Ele é seu melhor amigo em toda emergência. Seus braços eternos a sustentam. Esse Salvador, cuja mãe lutou com a pobreza e privação, simpatiza com cada mãe em seu trabalho, e lhes ouve as orações sinceras. Esse Salvador, que empreendeu uma longa jornada com o propósito de aliviar o coração ansioso de uma mulher cananéia, fará o mesmo pela mãe aflita de hoje. Aquele que devolveu à viúva de Naim seu filho único, que estava sendo levado ao sepultamento, é hoje tocado pelo lamento da mãe enlutada. Aquele que chorou junto ao sepulcro de Lázaro, que perdoou a Maria Madalena, que na cruz Se lembrou das necessidades de Sua mãe, que após a ressurreição apareceu às mulheres que pranteavam, e as tornou Suas mensageiras, é hoje o melhor amigo da mulher, pronto para auxiliá-la em sua necessidade, se ela confiar nEle. -- The Signs of the Times, 20 de Agosto de 1902. Conselhos sábios para crianças FD 156 2 Addie e May Walling, filhas da sobrinha de Ellen White, moraram na casa da família White, e Ellen foi como mãe para elas. Cuidou delas e as aconselhou como se fossem suas filhas. As meninas tinham 12 e 15 anos, na época em que esta carta foi escrita. Queridas filhas, Addie e May: FD 156 3 Tenho alguns minutos hoje de manhã e lhes escreverei umas poucas palavras de conselho. Na minha ausência, quero que sejam bondosas e corteses com todos os que trabalham na minha casa. Nenhuma de vocês [deve] achar que tem experiência e sabedoria para fazer as coisas corretamente sem conselho dos mais velhos. Tenho observado, em vocês duas, falta de respeito para com os que são mais velhos. Se houver condescendência com esse defeito de caráter, ele se confirmará e se tornará mais forte a cada condescendência. Portanto, subjuguem-no, controlem-no e vençam-no completamente [...] FD 156 4 Vejo, Addie, mais especialmente em você, uma disposição crescente para o ciúme. O ciúme, dizem as Escrituras, é "duro como a sepultura". Cânticos 8:6. Você pode perguntar: "O que é o ciúme?" É isto: pensar que aqueles que a rodeiam não a consideram o suficiente e não apreciam o seu valor. Você imagina que falam de você e dizem de você coisas que não são corretas. Acha que os outros são favorecidos, e você não. Muitos desses sentimentos são produto do ciúme. FD 156 5 Bem, Addie, sei que você quer ser cristã, uma filha de Deus. E se tiver êxito, terá batalhas a travar com suas imperfeições naturais. Você precisa estar atenta a esses defeitos e guerrear contra eles com toda a sua energia. Jesus a ama, Ele morreu por vocês, minhas meninas, Addie e May, e FD 157 1 deseja que tenham o Seu espírito e Sua graça para que verdadeiramente sejam Suas ovelhinhas, Suas queridas filhas. Vocês carecem da graça de Jesus para subjugar todo desagradável traço de caráter, a fim de que sejam aprovadas por Jesus e os anjos. FD 157 2 Addie, observo que você fica atenta para escutar o que os outros dizem, achando que possam dizer algo a seu respeito. Não faça mais isso. Você deve vencer isso imediatamente. Sua mãe fazia o mesmo quando era menina, e imaginava que era menosprezada, censurada e rejeitada, e esse ciúme cresceu dentro dela até depois do casamento. Ela tornou a vida do seu pai muito desagradável. Para o seu bem, recomendo que você corte esse mal pela raiz. FD 157 3 Vejo em você, ainda, a disposição de dar ordens a May e aborrecê-la. Isso está crescendo dentro de você. Trate May com bondade, faça seus pedidos com paciência, não como se estivesse mandando, mas como uma irmã deve tratar outra. Ninguém gostará de você, a menos que cuide bem dessas coisas. FD 157 4 Vocês duas têm muitas coisas na sua inclinação natural que devem ser vencidas. Precisam enxergar essas coisas e depois verão como as desprezam nos outros, e evitem-nas vocês mesmas. Vocês podem crescer com um caráter amável, com um coração bondoso, gentil, manso e humilde, ou podem crescer impertinentes, rabugentas, indelicadas, auto-suficientes, considerando-se acima do que deveriam. Leiam na Bíblia quais são os frutos produzidos pela árvore cristã e depois leiam o fruto produzido pela árvore má. Uma é boa, a outra é corrupta. Agora não tenho tempo de escrever mais, porém conheço seus defeitos de caráter. O Senhor a quem amo tem-me mostrado, e a vocês, em Sua Santa Palavra, que vocês podem ser filhas Suas, mas necessitam de Sua graça diariamente para vencer seus erros de caráter. FD 157 5 Todas essas coisas que mencionei, ou mesmo uma delas, se não for vencida, as excluirão do Céu, pois nada pode lá entrar que não seja puro e santo. Desejo que nosso cuidado por vocês, minhas filhas, não sejam em vão. Quero que sejam felizes no belo mundo que Jesus preparou para aqueles que O amam e procuram ser como Ele no caráter. FD 157 6 Não negligenciem esta questão. Levem-na a sério; batalhem com todas as forças contra tudo o que for desagradável no caráter. Vocês mesmas serão mais felizes por isso; farão felizes os outros ao seu redor e vocês podem, pelas palavras e um procedimento correto, mostrar que estão copiando o Modelo, formando o caráter de acordo com o caráter de Cristo. FD 157 7 May, querida filha, não quero que trabalhe demais, mas que seja prestativa e assuma sua parte de responsabilidade. Aqueles que trabalham somente quando são compelidos a fazê-lo serão indignos. Você pode trabalhar com alegria, sem esperar que a mandem. Seja fiel nas pequenas coisas, e então será fácil ser fiel nas maiores. Lembre-se de que há tarefas FD 158 1 para realizar [que são] tão importantes para aperfeiçoar sua experiência quanto os deveres que os mais velhos precisam cumprir para aperfeiçoar sua experiência. Faça o seu trabalho, não como se fosse um fardo, mas um prazer, como se fosse feito para Jesus. Seu Salvador foi uma criança obediente, trabalhando com Seu pai no simples ofício de carpinteiro. Você precisa comer e beber a fim de viver, e então, como resultado natural, a louça precisa ser lavada e o chão varrido, quando você mora numa casa. FD 158 2 Desempenhe sua parte com fidelidade, fazendo seu trabalho para Jesus. Posso escrever-lhes de novo. Quero que as duas se esforcem para distinguir-se e ter o adorno de um espírito manso e quieto, que à vista de Deus tem grande valor. [...] FD 158 3 Bem, adeus, minhas queridas meninas. Sejam bondosas; respeitem os outros que são mais velhos que vocês. -- Carta 3, 1881. Responsabilidade dos filhos quanto a cuidar da mãe idosa FD 158 4 Mary Chase era irmã de Tiago White. Durante a vida de Tiago, ele e Ellen cuidaram dessa irmã. Depois que Tiago morreu, Ellen White achou que não conseguiria continuar com a responsabilidade. Escreveu para a filha de Mary, Adeline Savage, desafiando-a a cumprir seu dever de cuidar da mãe. Querida sobrinha, Adeline Savage: FD 158 5 Acho que você deve saber como está sua mãe [Mary Chase] no momento. Está muito fraca. Tem necessitado de cuidados constantes. Possivelmente, não terei condições de continuar cuidando dela. FD 158 6 Hoje saímos de Battle Creek para Otsego. Na próxima semana, espero, estarei em Chicago. No dia oito, devemos começar a longa jornada para a Califórnia. Fico triste por deixar sua mãe na sua presente condição de fraqueza. Proporciono a ela o melhor que posso. Comprei uma casa, que me custou mil dólares, e a mobilhei de modo simples, com os artigos necessários para uso dela. Deixamos uma família na casa -- mãe, filho e filha. Eles têm direito a morar na casa em troca do cuidado para com sua mãe. Eu pago as despesas. Ano passado, sua mãe pagou as despesas, mas houve um acidente ao fazer fogo no fogão. O piso pegou fogo e me couberam setenta e cinco dólares pelos reparos. FD 158 7 O filho da senhora viúva que ocupa a casa está doente há cinco semanas. Durante esse tempo, sua mãe tem estado enferma, atendida por um médico e às vezes uma enfermeira, pois não recebe atendimento de ninguém da casa. Depois de muito pedir, fizeram fogo pela manhã, para que sua mãe tivesse um cômodo quentinho no qual levantar-se, porém mais do que isso não puderam fazer. FD 158 8 Se precisa de enfermeira, precisa arranjá-la. Ela tem apenas trezentos dólares, que se desfarão muito em breve. Ela precisa de roupa. Precisa de FD 159 1 lenha. Tenho feito tudo o que posso, e mais do que deveria. Espero que vocês, filhos e netos, façam a sua parte. Na realidade, sinto-me mal diante do presente estado de coisas, e porque mãos de estranhos tenham que fazer por sua mãe os deveres que com justiça cabem a vocês. Quando vizinhos e amigos perguntam: "Ela não tem filhos que cuidem dela?" é muito embaraçoso responder: "Ela tem dois filhos e uma filha, netos e irmãos." Então se faz a pergunta: "Por que os filhos não cuidam da mãe idosa, em sua fragilidade?" Não sou capaz de responder a essa pergunta, mas talvez você possa. FD 159 2 Tenho meu trabalho, que é falar e escrever. Estou em atividade constante e não devia pesar sobre meus ombros nenhum cuidado quanto à sua mãe. Investi vinte e cinco dólares em roupas porque sua mãe precisava delas. Encomendei lenha para o inverno, porque fui informada de que no inverno passado ela permanecia horas na cama durante o dia, para economizar lenha. O pouco dinheiro que ela tem disponível, fica relutando em usar, achando que pode adoecer por algum tempo como a mãe dela, e teme empobrecer. Não posso censurá-la por isso, pois, a julgar pelo passado, ela sente que simplesmente não pode depender dos filhos. FD 159 3 Sua mãe tem sido muito econômica. Não a deixarei sofrendo se você não fizer nada, mas se sua consciência estiver decidida quanto a essa questão, se deseja que no futuro seu registro permaneça no juízo como tem sido no passado acerca de sua pobre e velha mãe, não posso impedir. Mas Deus anota essa insensível negligência. FD 159 4 Deus considera os filhos dela responsáveis por esse dever negligenciado. Lamento, lamento muito que a questão seja assim. FD 159 5 Cristo julgará cada pessoa segundo suas obras. Ele identifica Seu interesse com Seus filhos sofredores e negligenciados. Ele diz a uma classe: "Tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; sendo estrangeiro, não Me recolhestes; estando nu, não Me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não Me visitastes. [...] Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim". Mateus 25:42, 45. Beneficência Social, 39, 40. É pronunciada a terrível expressão "Apartai-vos." FD 159 6 Para aqueles à Sua direita, Ele diz: "Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me". Mateus 25:35, 36. Faz-se a pergunta: "Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?" V. 37-39. Ele diz: "Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes". V. 40. Portanto, aquilo que se faz a seus necessitados irmãos, Cristo considera como tendo sido feito a Ele mesmo. -- Carta 30, 1884. ------------------------Capítulo 19 -- Desafios da maternidade FD 160 1 Ellen White fez muitas declarações bonitas acerca do valor da família, dos filhos e do lar. Reconheceu plenamente sua importância. Ao mesmo tempo, reconheceu também que os jovens que pensam em casar-se devem considerar tudo o que está envolvido na decisão de ter filhos e criá-los para se tornarem tudo o que Deus e os pais gostariam que fossem. FD 160 2 Conselho relativo à paternidade -- Os que assumem as responsabilidades da paternidade devem considerar primeiro se conseguirão cercar seus filhos de influências apropriadas. O lar é tanto uma igreja de família como uma escola de família. A atmosfera do lar deve ser tão espiritual que todos os membros da família, pais e filhos, sejam abençoados e fortalecidos por sua associação uns com os outros. [...] FD 160 3 Muitos, porém, que entram na relação matrimonial não conseguem compreender todas as sagradas responsabilidades abrangidas pela maternidade. Lamentavelmente, muitos carecem de autoridade disciplinar. Em muitos lares há bem pouca disciplina, e as crianças têm permissão para fazer o que bem entendem. Tais crianças vagueiam duma parte para a outra; não há ninguém no lar que seja capaz de guiá-las corretamente, ninguém que, com bastante tato, possa ensinar-lhes como ajudar o pai e a mãe, ninguém que consiga lançar devidamente o fundamento que sirva de base para sua educação no futuro. As crianças que estão cercadas por essas condições infelizes realmente são dignas de lástima. Se não lhes for concedida uma oportunidade para adequado preparo fora do lar, ficarão privadas de muitos privilégios que, por direito, toda criança deve desfrutar. Essa é a luz que me foi apresentada. FD 160 4 Os que são incapazes de instruir corretamente seus filhos nunca deviam ter assumido as responsabilidades de ser pais. Por causa de seu julgamento errôneo, não havemos de fazer, porém, nenhum esforço para ajudar seus pequeninos a formarem caráter correto? Deus deseja que lidemos sensatamente com esses problemas. -- Mensagens Escolhidas 3:214, 215. FD 160 5 Cuidado ao assumir as responsabilidades da paternidade -- Eles [os pais] precisam compreender os princípios que fundamentam o cuidado e a educação das crianças. Devem ser capazes de criá-las sadias física, espiritual e moralmente. Os pais devem estudar as leis da natureza. Cumpre-lhes FD 161 1 familiarizar-se com o organismo humano. Devem conhecer as funções dos vários órgãos, suas relações e dependências mútuas. Devem estudar a relação entre as faculdades mentais e físicas, e as condições exigidas para a ação saudável de cada uma delas. Assumir as responsabilidades da paternidade sem esse preparo é um pecado. -- A Ciência do Bom Viver, 380. FD 161 2 As mulheres devem usar as habilidades concedidas por Deus em sua obra -- Tenho recebido várias cartas pedindo meu conselho quanto à questão: A esposa de um ministro deve adotar bebês? Meu conselho seria que fizesse esse tipo de trabalho? Para algumas que encaravam esse assunto favoravelmente, respondi: Não. Deus deseja que você auxilie seu esposo na obra dele. O Senhor não lhe deu filhos para serem seus; Sua sabedoria não deve ser questionada. Ele sabe o que é melhor. Consagre suas faculdades a Deus, como obreira cristã. Você pode ajudar seu esposo de muitas maneiras. FD 161 3 Pode apoiá-lo em sua obra trabalhando para ele, progredindo em seu intelecto. Usando a capacidade que Deus lhe deu, pode ser uma administradora do lar. E, mais do que isso, pode ajudar a dar a mensagem. FD 161 4 Há mulheres que devem trabalhar no ministério evangélico. Em muitos aspectos elas fariam melhor do que os pastores que negligenciam visitar o rebanho de Deus. Evangelismo, 472. Marido e esposa podem unir-se nessa obra e, quando for possível, devem fazê-lo. O caminho está aberto para mulheres consagradas. Mas o inimigo se agrada de fazer com que mulheres a quem Deus poderia usar para auxiliar centenas, limitem seu tempo e forças a um pequeno e indefeso mortal, que requer constante cuidado e atenção. -- Manuscript Releases 5:325, 326. Traços de caráter são transmitidos aos filhos FD 161 5 O seguinte conselho foi dado ao pastor e Sra. E. P. Daniels, em 1888, acerca da criação dos filhos. O pastor Daniels era um preeminente ministro e seus filhos constituíam um tópico de discussão. Ellen White julgou ser seu dever lembrar novamente ao pastor e Sra. Daniels que não estavam criando os filhos no temor de Deus. E. P. Daniels não deve ser confundido com A. G. Daniells. FD 161 6 Durante anos, têm-lhes sido enviados testemunhos quanto à questão da economia e do sábio uso dos recursos, mas nem o pastor, nem sua esposa, fizeram mudanças decididas em seu procedimento. Amam a ostentação; amam a indulgência com o apetite; gostam de gratificar o paladar. Esses mesmos traços de caráter são reproduzidos em seus filhos, e colherão aquilo que semearam. Jamais haverá salários suficientes em pagamento de seu trabalho para mantê-los na indulgência com hábitos extravagantes e perdulários. Por que não aprendem daqueles irmãos que se mantêm e às suas famílias confortavelmente, com menos dinheiro do que FD 162 1 o que vocês recebem? A razão pela qual se encontram em circunstâncias embaraçosas não é que o salário não seja suficiente, mas [porque] não administram os recursos de modo a evitar constrangimento. Se recebessem vinte dólares por semana, ainda reclamariam de pressão financeira. FD 162 2 Em Healdsburg, o Senhor operou por seu intermédio, não porque fosse perfeito, mas apesar de suas imperfeições. O eu se misturava ao trabalho. Quando perceberam que o espírito e o poder de Deus atuavam entre o povo, se você tivesse se humilhado, se tivesse andado cuidadosa e ternamente perante Deus, sentindo sua indignidade e ao mesmo tempo a bondade divina, a influência que deixou em Healdsburg teria sido muito melhor do que é agora. Você atribui todo o embaraço financeiro às circunstâncias. FD 162 3 Você até pode falar bem sobre a educação de filhos. Sua esposa, a quem amo e respeito no Senhor, seria uma excelente palestrante a esse respeito. Mas a prática de vocês contradiz os excelentes princípios que você apresenta. Ela não põe em prática seus ensinos. Quando seus costumes são vistos e reveladas as práticas da vida doméstica, as pessoas ficam confusas e desgostosas. Vocês não estão criando os filhos para a vida produtiva, para praticar a abnegação e andar no caminho do Senhor. Por que se mostram tão indecisos no propósito, tão débeis na ação, tão vacilantes quanto ao princípio, tão fracos na fé? FD 162 4 Essas coisas são um mistério para quem tem a oportunidade de conhecê-lo no púlpito e em casa. Pastor Daniels, essas pessoas o notam, num dia, forte e confiante; no dia seguinte, a mudança é completa. Você afirma com veemência coisas exatamente opostas àquilo que afirmou com igual ênfase no dia anterior. [...] FD 162 5 Quando me foi mostrada a grande necessidade de reforma na educação e criação de seus filhos, enchi-me de uma dor que não posso expressar, porque vi que você não desempenhou sua parte em motivar os filhos a darem o melhor de si. É necessária a atuação do Espírito de Deus em seu coração, pois princípios corretos não estão governando sua vida. Se você estivesse bem com Deus, não estaria fazendo o que faz com relação aos filhos; não daria um exemplo como esse. É necessário depender muito menos do eu e muito mais de Jesus. Se vocês estivessem intimamente ligados a Deus, dirigiriam os filhos com sabedoria. FD 162 6 Zua [filha de Daniels] é impulsiva; carece de experiência na direção certa; precisa ser guiada e restringida, em vez de mimada e lisonjeada. Se vocês tivessem discernimento, se a mente de vocês estivesse imbuída com o santificador poder da verdade, não teriam necessidade de conselho relativo ao fato de ela freqüentar o Seminário Snell. Se lhes perguntassem a respeito da filha de outro casal, saberiam exatamente que rumo os pais deviam tomar com relação à educação de sua filha. Vocês estão colocado barreiras no caminho da salvação de Zua, pelo fato de estarem escolhendo suas amizades entre os fúteis, os orgulhosos, os descrentes. [...] FD 163 1 Irmã Daniels, você não tem cumprido suas solenes responsabilidades como mãe [...] ao ajudar a filha a enganar o pai a respeito do seu vestuário e despesas. Os dois estão enganados e desencaminhados com falsas idéias acerca da criação dos filhos. Precisam ser completamente transformados pela graça de Cristo, a fim de poderem ensinar aos filhos, por preceito e exemplo, o caminho bom e reto. Zua é cheia de afetação e ilusão. É superficial em quase todas as suas ações. Sua vida escolar lhe deu um polimento exterior, mas o coração não foi renovado, pois ela não tem amor a Deus, nem amor ao relacionamento com cristãos. Encontra-se nas fileiras do inimigo e, se morresse hoje, não entraria no reino do Céu. FD 163 2 Paul [o filho] não está em melhor condição, e sua filha mais nova está longe de ter um belo caráter. Sua criação foi defeituosa em todos os sentidos. Que o Senhor tenha misericórdia de todos, para que não percam a salvação nem a de seus filhos. [...] FD 163 3 Paul é um rapaz que tem boas qualidades, bem como traços objetáveis de caráter, que têm sido cultivados e permitidos, em vez de restringidos. Não lhe foi ensinado a respeito da pecaminosidade de uma inclinação mal-humorada e obstinada, nem foi firmemente corrigido quanto a esse mal crescente. Até mesmo na expressão do seu semblante a sua indulgência está deixando a marca. As impressões causadas na juventude são mais duradouras, e cedo na vida é o melhor momento de cultivar hábitos corretos. FD 163 4 Paul tem sido estimulado a ser exigente e discriminador quanto ao regime alimentar. Ao contrário, deveriam colocar diante dele o alimento sem jamais permitir que o rejeite com desdém, querendo algo que não foi providenciado. Ele pode cultivar esses hábitos exigentes acerca de seu regime até se tornar desagradável a si mesmo e a todos os que com ele se relacionam. Se fosse obrigado a trabalhar na proporção de suas forças, a fome lhe daria o tempero para o alimento e removeria suas murmurações. Medidas decididas devem ser tomadas nessa questão. Amo seu filho; ele pode ser moldado da maneira certa, pois, se devidamente criado, reagirá depois de algum tempo. [...] FD 163 5 Dê a seu menino algo para fazer. Ensine-o a ser trabalhador. Ele, por natureza, não tem amor ao trabalho; ama a indolência e busca esquivar-se da responsabilidade. Se desejam que os filhos lhes sejam uma bênção, precisam ensiná-los a serem úteis e abnegados. Restrinjam suas leituras. Não devem ter permissão de folhear as páginas de romances ou livros de histórias cheios de episódios de cobiça e desonestidade, pois não deixarão uma influência celestial sobre sua mente. Eles são jovens e inexperientes, e serão exatamente aquilo para o que forem direcionados. Todos esses hábitos de leitura cortarão pela raiz os princípios de virtude que entram na formação de um caráter bom e firme. Ler romances é como tomar veneno e, mais cedo ou mais tarde, revelará seus amargos resultados. FD 164 1 A marca para o bem ou para o mal deixada no caráter dos filhos não é escrita na areia, mas como que gravada na rocha permanente. Suas amizades terão que ser vigiadas, pois o que se aprende das palavras e hábitos dos companheiros moldará toda a vida posterior. As companhias que seus filhos têm, os princípios que agora adotam [e] os hábitos que agora formam estão fixando o destino de seu futuro com certeza quase infalível. FD 164 2 Até aqui, o que eu lhes disse não deixou impressão duradoura, mas ainda resta uma oportunidade. Caso contrário, receio muito que vocês se afastem da fé. [...] FD 164 3 Que o Senhor lhes dê tão claras visões de Jesus que sua alma seja cativada. Confio estas singelas palavras a ambos, para dizer-lhes que a metade de sua utilidade é neutralizada por defeitos que podem e devem vencer. Façam uma obra para a eternidade, com a aprovação de Deus. FD 164 4 Pastor Daniels, sou sua amiga porque lhe digo a verdade. Você está envolvido numa solene obra e desejo que, como embaixador de Cristo, não fracasse, mas dê plena prova do seu ministério. Ore muito, meu irmão; e fale menos. Ore para que seja dotado da sabedoria e coragem necessárias para realizar a obra, seja ela qual for. Diga diante de Deus: "Cumprirei meu dever com vistas tão-somente para a Tua glória". -- Carta 10, 1888. Ensinar os filhos a formar bons hábitos FD 164 5 Escrita para Mary Nelson, no dia 19 de Março de 1902, dando conselhos sobre a educação e o desenvolvimento de seus filhos. Querida irmã Mary Nelson: FD 164 6 Como cristã, você tem deveres a cumprir que estão sendo deixados de lado. Você não está dando a seus filhos a educação de que necessitam. Sua disposição é tal que não está moldando e formando seu caráter segundo a divina semelhança. É tão necessário abrandar seu temperamento quanto o do seu esposo. Sua aspereza na voz e disposição desagradável devem ser inteiramente vencidas. Embora mãe, você ainda não aprendeu as lições de autocontrole. Deve cultivar traços gentis de caráter. Você pode e deve cultivar uma disposição branda. Não se demore, pois seus hábitos estão-se tornando fixos. FD 164 7 Você governa, mas não com amor. Que educação inadequada estão recebendo seus filhos! Não é correto que crie os membros mais jovens da família do Senhor da maneira como está criando seus filhos. FD 164 8 Deve ensiná-los a formar bons hábitos. Vai você impedir que se tornem úteis no futuro, negligenciando criá-los, como devia, em hábitos de limpeza e ordem? Por que não ensiná-los com paciência, ajudando-os sempre a manter o quarto e as roupas em ordem? FD 164 9 Irritá-los e repreendê-los não ajudará a reformar seus filhos. Ao governá-los, deve exercer firmeza; mas, com isso, deve-se misturar a bondade. FD 165 1 Ensine-os diligentemente a ser cristãos. Jamais erga a voz com impaciência; nunca dê uma palmada com raiva, pois isso, em lugar de corrigir-lhes as faltas, vai confirmá-los na direção errada. Lembre-se de que eles herdaram as tendências dos pais. Agora é preciso ver nos filhos os seus próprios defeitos de caráter. Lembre-se de que, ao falar asperamente, estará dando um exemplo que eles aprenderão a imitar. Mais cedo ou mais tarde, agirão com você da mesma forma áspera como você tem agido para com eles, porque na vida doméstica lhes tem dado um exemplo errado. FD 165 2 Não seria este o momento de assumir seus deveres negligenciados, tentar agradar seu esposo e educar corretamente seus filhos? Minha irmã, a melhor coisa que você tem a fazer é confessar seus erros ao seu esposo e filhos. Diga às crianças que o espírito rude, áspero que você tem cultivado é contrário ao de Cristo. Diga, então: "Filhos, pela força e graça que Cristo nos dá, agora faremos uma decidida mudança." Peça-lhes que a ajudem. Prometa que os ajudará. FD 165 3 Cristo está pronto a ensinar pais e mães a serem verdadeiros educadores. Os que aprendem em Sua escola jamais baterão com raiva numa criança. Nunca falarão em tom áspero e antipático; pois as palavras enunciadas dessa maneira ofendem ao ouvido, esgotam os nervos, causam sofrimento mental e criam um estado de espírito que torna impossível sujeitar a índole da criança a quem tais palavras são dirigidas. [...] Freqüentemente essa é a razão de as crianças falarem desrespeitosamente aos pais. -- Orientação da Criança, 282. FD 165 4 Lembre-se de que as crianças têm direitos que devem ser respeitados. O Lar Adventista, 306. Sua vontade própria é muito forte. Você tem transmitido esse traço de caráter aos filhos. Pode-se andar ocupada da manhã à noite, e ainda deixar de fazer a obra que Deus designou. Você precisa desempenhar a parte de uma mãe, ao guiar e educar seu pequeno rebanho. [...] FD 165 5 Minha querida irmã, você carece do auxílio divino. Precisa tomar o jugo de Cristo antes de poder ensinar devidamente aos filhos que devem entregar o coração a Jesus. Para que esteja capacitada a realizar essa obra, busque a bênção especial de Deus. Permita que o Espírito Santo habite no seu coração, fazendo dele uma fonte de amor e alegria. Ore fervorosamente por um espírito manso e quieto. No espírito de mansidão, busque diariamente a bênção de Deus. Se receber bênçãos do alto cada dia, é certo que será revigorada e repartirá com seus filhos aquilo que recebeu. E, à medida que suas tendências e caráter se transformam, exercerá influência benéfica sobre as tendências e o caráter dos seus filhos. -- Carta 47a, 1902. Os pais podem ser demasiado indulgentes FD 165 6 Em 1871, Ellen White escreveu aos seus amigos, irmão e irmã Bailey, acerca da condescendência deles com os filhos. Queridos amigos, irmão e irmã Bailey: FD 166 1 Tenho sentido ser minha obrigação escrever-lhes, já que tenho escrito a outros as coisas que me são reveladas a seu respeito. Tenho algumas coisas para escrever-lhes, mas não me sentia livre para fazê-lo, até agora. Se uma oportunidade favorável se apresentasse em seu lar, eu lhes teria falado para tranqüilizar meu espírito. Desde a minha volta para casa, não me sinto à vontade, a menos que lhes escreva. FD 166 2 Tenho escrito muito a respeito dos erros de pais na instrução devida a seus filhos e também sobre os seus resultados. Seu procedimento foi exposto perante mim. Ambos têm sido demasiadamente tolerantes com os filhos. Não conseguem perceber os perigos e erros nem assumir a posição que deveriam dentro da família, para colocar ordem em sua casa. FD 166 3 Deus, em Sua grande misericórdia, expôs a verdade para seu conhecimento. Vocês amam a verdade. Têm visto o que ela pede de vocês. Ela operou uma reforma na vida e os levou a ter profundo interesse no bem-estar espiritual dos filhos. Tudo isso está de acordo com o Espírito de Deus. Mas, embora se sintam assim ansiosos, estão fracassando seriamente em realizar a obra que o Senhor deixou para que, como pais, fizessem. Seus filhos não estão sendo controlados. Vocês têm sido indulgentes para com eles, para prejuízo deles. Eles não têm sido colocados em submissão, como Deus requer. FD 166 4 Tem havido uma grave falha na educação de seus filhos. Sua filha, especialmente, tem sido mimada. Ela tem sido estragada com mimos e condescendências, ao ponto de se tornar muito pequena a sua utilidade prática. A atenção dela tem sido dirigida basicamente a si mesma, a ponto de sua mente tornar-se supremamente egoísta e centralizada em si. Se ela tem alguma indisposição, mostra aversão ao trabalho. Ela tem sido favorecida e protegida de realizar o mínimo esforço. E vocês ainda comentam na sua presença que ela não está bem. Sua imaginação tem sido conduzida nessa direção. A mãe tem carregado os pesados fardos que devia dividir com a filha e os filhos. A mãe teria sido poupada de muito sofrimento em conseqüência de crises agudas de enfermidade, tivesse ela recebido a ajuda que lhe cabia por parte dos filhos, especialmente da filha. Esse esforço teria representado o maior benefício à filha na questão da saúde, livrando-a da doença, além de ser uma bênção para a mãe. [...] FD 166 5 Outro mal que ameaça destruir a utilidade de sua filha é o amor ao mundo, e o orgulho da aparência. Ela tem cultivado uma afetação que é mortal para a espiritualidade. FD 166 6 Irmã Bailey, você tem cometido um grave erro na criação dos filhos. Conforme o rebento é curvado, a árvore se inclina. Seus mimos e desculpas para os erros deles, e o desrespeito para com sua autoridade, têm-se colocado diretamente no caminho de sua salvação. Filhos que FD 167 1 não são ensinados a ser corteses e a ceder às ordens dos pais não terão um senso de seu dever para com Deus e Suas reivindicações quanto à obediência e submissão. [...] FD 167 2 Seus filhos, que participam da fartura e hospitalidade, devem ser levados a entender que, eles também, precisam mostrar obediência e respeito para com a autoridade dos pais. Suas filhos continuam ainda sem a graça de Deus; serão para vocês a causa de sofrimento e das mais agudas e angustiosas dores, sem um sentimento de remorso. Consideram a menor restrição como uma invasão aos seus direitos, e desprezarão a censura. FD 167 3 Seus filhos perderam os benefícios da educação que deviam ter recebido na infância, mas agora devem vocês mudar inteiramente a disciplina e redimir-se da negligência. Esses filhos carecem daquelas nobres e desejáveis qualidades da mente, as quais a correta disciplina e o refinamento lhes teriam dado. Eles não são corteses nem respeitosos. Vocês chegam a ouvir dos seus lábios palavras que não deveriam permitir de forma alguma. Os pequenos que não são controlados na tenra infância tornam-se donos de si mesmos. Tomam as rédeas nas próprias mãos. Consideram-se importantes, são convencidos, impulsivos e não revelam muito gosto ou ambição pelo respeito próprio ou pela disciplina mental adquirida pela concentração em alguma coisa. Não admitem ser restringidos. Desprezam a disciplina escolar, pois não foram disciplinados em casa. [...] FD 167 4 Deus não Se agrada da maneira como a irmã Bailey dirige seus filhos. [Ela é] descuidada quanto ao seu dever, pesada na balança e achada em falta. Esse é um grave defeito para uma mãe -- ser tão complacente com os filhos a ponto de permitir neles o pecado, permitir que sejam irascíveis, ingratos, desobedientes, arrogantes, orgulhosos -- e ainda desculpar isso e afastar dos olhos dos outros e mesmo dos seus próprios. Nisso ela é participante dos seus erros e os mantém no pecado, e o sangue deles estará nas vestes dela e do pai. Eles podem agora remir o passado mediante uma reforma de sua parte, mas nunca apagarão os resultados de sua grande negligência no que diz respeito aos filhos. Deus considera os pais responsáveis em grande parte pela conduta dos filhos, pois eles têm [responsabilidade pela] formação do seu caráter. [...] FD 167 5 Sua filha necessita da energia gerada pelo trabalho ativo. Ela é muito mais capaz de trabalhar e assumir sua parte dos fardos da vida do que sua mãe de levá-los por ela. Uma atividade, cada dia, que ponha em ação os músculos e órgãos do corpo será o melhor remédio que sua filha pode receber. Uma melindrosa ociosidade a torna mal-humorada, descontente e infeliz. [...] Que Deus use estas linhas como uma bênção para vocês, meu irmão e irmã. -- Carta 1, 1871. ------------------------Capítulo 20 -- Conhecimento dos deveres práticos da vida FD 168 1 Os filhos são a preciosa herança do Senhor, para serem disciplinados, educados e preparados para aliviar fardos em seus primeiros anos. Estes devem ser leves, a princípio; mas as crianças devem ser cuidadosamente educadas para fazer sua parte, a fim de que entendam como fazer o trabalho com voluntária aptidão. -- The Review and Herald, 17 de Maio de 1898. Emprego útil é essencial FD 168 2 O exemplo de Jesus como trabalhador perfeito -- Em Sua vida na Terra, Cristo era um exemplo a toda a família humana, havendo sido obediente e prestativo no lar. Aprendeu o ofício de carpinteiro e trabalhou com as próprias mãos na pequena oficina de Nazaré. [...] A Bíblia diz de Jesus: "E o menino crescia e Se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele". Lucas 2:40. Ao trabalhar na infância e na juventude, a mente e o corpo se desenvolviam. Ele não usou Suas faculdades físicas descuidadamente, mas exercitou-as de molde a mantê-las sadias, a fim de poder fazer o melhor trabalho em cada setor. Não desejava ser falho, nem mesmo no manuseio das ferramentas. Foi tão perfeito como operário quanto o era no caráter. -- Fundamentos da Educação Cristã, 416, 418. FD 168 3 As jovens devem ter conhecimento dos deveres domésticos -- Muitas senhoras consideradas bem educadas, diplomadas com distinção em alguma instituição de ensino, são vergonhosamente ignorantes a respeito dos deveres práticos da vida. São destituídas das qualificações necessárias para a devida regulamentação da família e por isso mesmo essencial a sua felicidade. Podem falar da elevada posição da mulher e seus direitos, mas elas mesmas ficam longe de alcançar a verdadeira posição da mulher. FD 168 4 É direito de toda filha de Eva ter conhecimento completo dos deveres domésticos, receber educação em cada departamento do trabalho do lar. Toda jovem deve ser educada de tal maneira que, se chamada a ocupar a posição de esposa e mãe, possa governar como uma rainha em seu domínio. Deve ela ser plenamente capaz de guiar e instruir os filhos, FD 169 1 dirigir os empregados e, se necessário, ministrar com as próprias mãos às necessidades do lar. FD 169 2 É seu direito compreender o mecanismo do corpo humano e os princípios de higiene, os assuntos relacionados com o regime alimentar e o vestuário, trabalho e recreação, e outros pormenores sem conta que intimamente dizem respeito ao bem-estar de sua casa. Deve ela obter tal conhecimento dos melhores métodos de tratar as enfermidades, que possa cuidar dos filhos quando enfermos, em vez de deixar seus preciosos tesouros nas mãos de enfermeiras e médicos estranhos. FD 169 3 A idéia de que a ignorância de ocupação útil é uma característica essencial do verdadeiro homem ou mulher é contrária ao desígnio de Deus na criação do homem. A indolência é um pecado, e a ignorância de deveres comuns, o resultado de estultícia que, no decurso da vida, dará ampla ocasião para amargo arrependimento. -- O Lar Adventista, 87, 88. FD 169 4 As crianças devem participar dos deveres domésticos -- A mãe fiel não será nem poderá ser uma devota da moda, nem será uma escrava doméstica para ceder aos caprichos dos filhos e escusá-los do trabalho. Deve ensiná-los a com ela partilhar dos deveres domésticos, para que possam ter um conhecimento prático da vida. Quando os filhos tomam parte no trabalho com a mãe, aprendem a considerar o trabalho útil como essencial à felicidade, enobrecedor, e não degradante. Mas se a mãe ensina as filhas a serem indolentes, enquanto leva as pesadas responsabilidades da vida doméstica, está lhes ensinando a olhar para ela como uma criada, para servi-las e fazer as coisas que elas deveriam fazer. A mãe sempre deve manter sua dignidade. -- Orientação da Criança, 349, 350. O valor da educação prática FD 169 5 Por que trabalhar antes de brincar? -- Minha mãe me ensinou a trabalhar. Eu costumava perguntar-lhe: "Por que sempre devo fazer tanto trabalho antes de brincar?" "É para educar e treinar sua mente para o trabalho útil, e, além disso, é para evitar travessuras; e quando você ficar mais velha, me agradecerá por isso." Quando uma das minhas meninas [uma neta] me disse: "Por que devo eu fazer tricô?" "As vovós fazem tricô", respondi-lhe: "Pode me dizer como as vovós aprenderam a tricotar?" "Ora, elas começaram quando eram meninas." -- Orientação da Criança, 124. FD 169 6 Ensinar as meninas a serem independentes -- Muitos que consideram necessário que seu filho seja habilitado a ganhar a própria manutenção futura, parecem considerar de pouca importância a sua filha estar ou não preparada para ser independente e manter-se a si mesma. Em geral, ela aprende pouco na escola que lhe poderia prover ensinamento prático FD 170 1 quanto a ganhar o seu pão de cada dia; e não recebendo qualquer instrução no lar, no que respeita aos mistérios da cozinha e da vida doméstica, ela cresce inteiramente inabilitada, constituindo um fardo para os pais. [...] FD 170 2 Uma mulher que tenha sido ensinada a cuidar de si mesma está também capacitada a cuidar de outros. Jamais será ela um traste ou um peso morto na família ou na sociedade. Quando a sorte mudar, haverá para ela um lugar onde ela possa ganhar a vida honestamente e assistir os que dela dependem. A mulher deve ser instruída em alguns misteres que lhe permitam ganhar a subsistência, se necessário. Sobrelevando outras honrosas ocupações, toda jovem devia aprender atividades domésticas, seja cozinhar, arrumar ou costurar. Deve ela conhecer tudo quanto seja necessário para uma dona-de-casa, seja sua família rica ou pobre. Então, se sobrevier a adversidade, ela está preparada para qualquer emergência; ela é, de certo modo, senhora das circunstâncias. -- O Lar Adventista, 91. FD 170 3 A criança, a jovenzinha escolar indisciplinada e imatura, dependente da orientação dos pais e tutores, não tem motivo para ouvir coisa alguma relacionada com namoro e casamento. Deve ela rejeitar todas as atenções que tenham a mais leve probabilidade de conduzir a tais resultados, devotando-se decididamente a tornar-se uma mulher tão perfeita quanto possível, de modo que sua vida possa ser útil e ela aprenda uma profissão que lhe permita obter emprego e tornar-se independente. -- Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, 21. Todos, inclusive mulheres, devem aprender um ofício FD 170 4 Educados em hábitos de diligência -- O costume de sustentar homens e mulheres ociosos por meio de dádivas particulares ou dinheiro da igreja os encoraja a manter maus hábitos. Tal atitude deve ser conscienciosamente evitada. Todo homem, mulher e criança devem ser educados a fazer trabalho prático e útil. Devem todos aprender algum ofício. Pode ser a fabricação de tendas, pode ser qualquer outra ocupação, mas todos devem estar preparados para usar suas habilidades para algum fim. E Deus está pronto a aumentar as habilidades de todos os que se educarem em hábitos de diligência. Não devemos ser "vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor". Romanos 12:11. Deus abençoará a todos os que forem cuidadosos quanto a sua influência nesse sentido. -- Conselhos Sobre Mordomia, 165. FD 170 5 Cada israelita devia ensinar aos filhos um ofício -- Em Israel, era considerado um dever o preparo profissional. Exigia-se de cada pai que ensinasse a seus filhos algum ofício útil. Os maiores homens em Israel eram preparados para atividades industriais. O conhecimento dos deveres pertencentes ao cuidado da casa era considerado essencial a toda mulher. E a habilidade nesses deveres era considerada uma honra para as mulheres da mais alta posição. -- A Ciência do Bom Viver, 185, 186. Necessita-se de mulheres inteligentes para gerenciar negócios FD 171 1 A seguir, trecho de uma carta escrita em Fevereiro de 1884 para a administradora do Retiro de Saúde de Santa Helena. A Sra. White apela a essa senhora para que exerça um decidido impacto na obra de Deus, prepare jovens para serem úteis e use os próprios talentos de acordo com sua melhor aptidão. FD 171 2 Você não deve seguir as próprias inclinações. Deve ser muito cuidadosa em dar o devido exemplo em todas as coisas. Não seja inativa. Desperte as energias adormecidas. Torne-se uma necessidade a seu marido, sendo atenta e prestativa. Seja uma bênção para ele em tudo. Assuma os deveres essenciais que devem ser executados. Estude como realizar com alegria os deveres simples, desinteressantes, domésticos, mas muito necessários, que se relacionam com a vida no lar. Orientação da Criança, 74. Você tem condescendido com a inatividade, cultivando-a, quando deveria se guardar contra ela, estritamente e com decidido esforço. FD 171 3 Minha irmã, sua mente suportará uma sobrecarga. Se assumir os fardos como deveria, poderá ser uma bênção ao Retiro de Saúde [Santa Helena]. Mas a condescendência, com seu indolente temperamento, lhe é prejudicial, física, mental e espiritualmente. Você necessita do convertedor e vivificador poder de Deus. Tem necessidade de permanecer firme e verdadeiramente ao lado de Deus e do direito. É necessário ser vitalizada pela graça de Cristo. Despertará você e porá em ação suas quase paralisadas energias, buscando fazer todo o bem ao seu alcance? Você deve exercitar o organismo, ou não será capaz de lançar fora o que é tóxico, e deixará de obter saúde. [...] FD 171 4 O tempo é precioso, tempo é ouro, e não deve ser dedicado a coisas pequenas, sem importância, que servem apenas para gratificar o gosto. Você pode ser mais útil, minha irmã, quando deixar de permitir que coisas sem importância ocupem seus momentos áureos, quando coisas úteis e necessárias envolvem sua atenção e tempo. Há muitas coisas a serem feitas neste mundo, e espero que não negligencie a parte atenciosa e solícita de seu trabalho. Centenas de dólares teriam sido economizados para instituição à qual você está ligada, caso tivesse colocado sua alma no serviço. Se tivesse proferido uma palavra aqui, feito algum planejamento ali, poderia ter sido uma verdadeira bênção. Caso tivesse despertado as desprezadas energias pelo exercício ao ar livre, e feito o que estava ao seu alcance com alegria e disposição, poderia ter realizado muito mais, e sido uma verdadeira bênção. FD 171 5 Espero que, a partir de agora, dedique a mente e a sabedoria ao trabalho. Tome providências para que tudo se faça no plano da economia. Deve-se fazer isso, ou então as dívidas se acumularão. Necessita-se de mulheres de intelecto aguçado e ágil para discernir onde há desperdício FD 172 1 nas pequenas coisas, e corrigi-lo. Você tem ocupado a direção do Retiro de Saúde, e era seu dever fazer isso. FD 172 2 Muito poderia ter sido economizado, mas agora se perdeu pela falta de um chefe [de departamento] que visse, planejasse e dissesse o que se devia fazer, alguém que tomasse as rédeas e, por preceito e exemplo, fizesse esse trabalho. As moças não serão conscienciosas, diligentes e econômicas, a menos que um exemplo correto lhes seja dado pela pessoa que ocupa a direção. Se as moças não estão dispostas a ser ensinadas, se não agirem como gostaria que agissem, que sejam dispensadas. Sei que muito se pode economizar, se o trabalho for feito com esforço atento e esmerado. [...] FD 172 3 Ao exercer a devida influência nessa área, você pode educar as moças para o serviço doméstico. Isso lhes será uma grande bênção. FD 172 4 Todos os nossos talentos devem ser usados; não se deve permitir que enferrujem pela inação. Toda a nossa influência deve ser usada para o melhor proveito. Depois de alimentar a multidão, Cristo disse: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca". João 6:12. Essa lição pode ser aplicada às coisas espirituais, bem como às temporais. Aqueles que não apreciam e utilizam da melhor forma suas bênçãos espirituais, recolhendo cada precioso raio de luz, em breve se tornarão indiferentes e ingratos! Não são concedidas bênçãos àqueles que não as valorizam. Todas as nossas energias físicas, com um dos talentos de Deus, devem ser usadas para a Sua glória. Nossa influência deve ser reconhecida e empregada como pertencendo a Deus. Ele apela para que todos façam o seu melhor. -- Carta 5, 1884. ------------------------Capítulo 21 -- Quando surge a tristeza Enfermidade FD 173 1 Lucretia Cranson era filha de velhos amigos do casal White. Casou-se com D. M. Canright, em 1867. Faleceu no dia 29 de Março de 1879. Querida e aflita irmã: FD 173 2 Eu preferiria estar com você e conversar pessoalmente, mas isso é impossível. Posso dizer-lhe que meus sentimentos estão com você na sua fraqueza, mas, quando penso em você, parece-me com plena certeza e de maneira vívida que você está sendo sustentada por braços que nunca se cansam, e confortada por um amor que é imutável, permanente como o trono de Deus. FD 173 3 Não a vejo como alguém que se lamenta na sua fragilidade, mas como alguém sobre quem brilha o rosto do Senhor, trazendo luz e paz, alguém cuja alma comunga com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo, crescendo diariamente no conhecimento da divina vontade, participando da natureza divina, progredindo em reverência, serena confiança e santo amor. O sangue de Cristo, que perdoa, nunca lhe pareceu tão precioso, de valor tão inestimável quanto em sua debilidade, quando sua ligação com o mundo se desfaz. FD 173 4 Você tem crescido na experiência interior, e outros podem beneficiar-se com seus conselhos. A religião para você, preciosa filha, torna-se cada vez mais bela. Agora, você parece confortável, assentada aos pés de Cristo e aprendendo dEle. O temor da morte passou. Se algum terror existe na presença do último e temível inimigo, é desviado ao se contemplar Jesus, pois Ele iluminou a tumba com Sua sagrada presença. Algo há no seu coração que não descansará, a não ser acolhido nos braços do infinito amor. FD 173 5 Querida filha, sua peregrinação está quase encerrada. Não apresentaremos nossos desejos e vontade, mas deixaremos que repouse na esperança, até que o Doador da vida a chame para uma brilhante imortalidade. Jesus é para você, agora, o Salvador, Aquele cuja resplandecente presença pode transformar qualquer lugar no Céu. Sua vida, minha preciosa filha, está escondida com Cristo em Deus, e quando Aquele que é a sua vida aparecer, então também você aparecerá com Ele, revestida de imortalidade FD 174 1 e vida eterna. Mesmo em sua combalida força, você pode agora contemplar a glória divina, cheia de graça, misericórdia e paz. E pode se voltar para Ele assim como a agulha para o ímã. FD 174 2 Seus dias podem não ser todos claros e alegres, mas que isso não a aflija. Com mansidão, fé e perseverança, aguarde, espere e confie. Sua vida está escondida com Cristo, em Deus. Sua vida, mesmo agora, pode ser uma lição para todos, mostrando que alguém pode ser feliz no enfraquecido vigor sob aflição. Quando as profundas águas passam sobre a alma, a presença de Deus torna sagrado o aposento de Seus santos moribundos. Sua paciente resignação e alegre constância, seu sustento por um poder invisível, são poderoso testemunho em favor da religião cristã e do Salvador dos cristãos. Essas leves aflições serão um poder transformador, refinando, purificando, enobrecendo e capacitando para as cortes do alto. FD 174 3 Até os últimos dias do cristão podem ser fragrantes, porque os raios do Sol da justiça brilham por meio da vida, difundindo um aroma perpétuo. Temos motivos de alegria por haver nosso Redentor derramado Seu precioso sangue na cruz como expiação pelo pecado e, mediante Sua obediência até à morte, trazido justiça eterna. Você sabe que Ele hoje está à mão direita de Deus, como Príncipe da vida, o Salvador. Outro nome não há sobre o qual lançar seus interesses etenos, mas em Cristo pode confiar plena, implicitamente. Cristo tem sido amado por você, embora sua fé às vezes tenha sido débil e suas perspectivas, confusas. Mas Jesus é seu Salvador. Ele não a salva porque você é perfeita, mas porque necessita dEle, e, em sua imperfeição, tem confiado nEle. Jesus a ama, minha querida filha. FD 174 4 Você pode cantar: FD 174 5 "Ainda podemos habitar em segurança sob o abrigo do Teu trono; a proteção dos Teus braços é suficiente, e nossa defesa é infalível". -- Mensagens Escolhidas 3:147. O falecimento de um esposo FD 174 6 Escrita para a Sra. Fannie Ashurst Capehart, "Westmoreland", Washington Heights, Washington, D C. Minha querida irmã: FD 174 7 Acabo de ler sua carta. Vou lhe responder imediatamente, pois talvez algumas linhas lhe confortem o espírito. FD 174 8 Meu esposo faleceu em Battle Creek, em 1881. Durante um ano, não consegui suportar o pensamento de que estava sozinha. Meu esposo e eu havíamos permanecido lado a lado em nossa obra ministerial, e por um ano após sua morte não consegui suportar a idéia de que fora deixada só, sozinha, para levar adiante as responsabilidades que no passado ele e eu leváramos juntos. Durante aquele ano, não me recuperei, mas cheguei perto de morrer. Porém não me demorarei sobre isso. FD 175 1 Enquanto meu esposo jazia no esquife, nossos bons irmãos vieram a mim e insistiram para que orássemos pedindo que fosse restituído à vida. Eu lhes disse: Não, não. Enquanto vivera, havia feito o trabalho que deveria ter sido distribuído entre dois ou três homens, e agora descansava. Por que chamá-lo de volta à vida, para suportar novamente aquilo pelo qual havia passado? "Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham". Apocalipse 14:13. FD 175 2 O ano seguinte à morte do meu esposo foi cheio de sofrimento para mim. Achei que não fosse viver, e fiquei muito fraca. Membros da minha família tiveram a idéia de que haveria um lampejo de esperança para mim se eu fosse induzida a assistir à reunião campal em Healdsburg. Essa reunião seria realizada num bosque a cerca de um quilômetro e meio da minha casa, em Healdsburg. Esperavam que, no local do acampamento, Deus me revelasse distintamente que eu devia viver. Na época, não havia cor na minha face, mas uma palidez mortal. Levaram-me ao acampamento num domingo, numa charrete. Naquele dia, a grande tenda estava repleta. Parecia que quase toda a Healdsburg estava presente. FD 175 3 Colocaram um sofá na espaçosa plataforma que servia de púlpito, e sobre ele me puseram da maneira mais confortável possível. Durante a reunião, eu pedi ao meu filho, W. C. White: "Você me ajuda a levantar e a ficar em pé, enquanto digo algumas palavras?" Ele disse que me auxiliaria, e me levantei. Por cinco minutos fiquei ali, tentando falar, e achando que seria a última vez que diria alguma coisa -- minha mensagem de despedida. FD 175 4 De imediato, senti um poder sobre mim, como um choque elétrico. Passou pelo meu corpo e subiu até à cabeça. As pessoas disseram que viram claramente o sangue retornando aos meus lábios, minhas orelhas, face e testa. Perante aquele grande número de pessoas, fui curada, e o louvor de Deus estava no meu coração e saía dos meus lábios em tons claros. Operou-se um milagre diante daquela grande congregação. FD 175 5 Tomei, então, o meu lugar entre os oradores, e diante da congregação dei um testemunho como nunca antes tinham ouvido. Era como se alguém tivesse sido erguido dentre os mortos. Aquele ano todo havia sido de preparação para essa mudança. E o povo de Healdsburg devia ter esse sinal como testemunho da verdade. [...] FD 175 6 Minha irmã, não mostre mais qualquer desconfiança em relação ao nosso Senhor Jesus Cristo. Avance com fé, crendo que encontrará seu esposo no reino de Deus. Faça seu melhor, preparando os vivos para se tornarem membros da família real e filhos do Rei celestial. Essa é a nossa obra agora, essa é a sua obra. Realize-a fielmente, e creia que se encontrará com seu esposo na Cidade de Deus. Faça o que puder para ajudar outros a estarem confiantes. Anime as pessoas. Leve-as a aceitar FD 176 1 a Cristo. Jamais torture sua alma como tem feito, mas seja humilde, leal, fiel e conte com a palavra de Deus, de que se encontrarão quando a guerra acabar. Tenha bom ânimo. -- Carta 82, 1906. FD 176 2 Escrita para a irmã Chapman, velha amiga na fé, por ocasião da morte do seu companheiro na vida. Querida irmã Chapman: FD 176 3 Penso em você todos os dias e lhe apresento minhas condolências. Que lhe posso dizer por ocasião da maior tristeza que já a alcançou na vida? Faltam-me as palavras neste momento. Só posso colocá-la nas mãos de Deus e a do compassivo Salvador. Há nEle descanso e paz. Receba dEle o consolo. Jesus ama e Se compadece como ninguém de nós. O próprio Jesus Cristo a sustenta; Seus braços eternos a amparam, Suas palavras podem curar. Não podemos penetrar nos secretos conselhos de Deus. Os desapontamentos, aflições e perplexidades, as perdas que sofremos, não nos devem separar de Deus, mas levar-nos para mais perto dEle. FD 176 4 Como nos cansamos e nos angustiamos ao carregar a nós mesmos e aos nossos fardos! Quando vamos a Jesus, sentindo-nos incapazes de continuar carregando esses fardos, e os depomos sobre o Portador de fardos, descanso e paz nos virão. Só seguimos tropeçando sob nossas pesadas cargas, tornando-nos infelizes a cada dia porque não recebemos de coração as graciosas promessas de Deus. Ele nos aceitará, indignos como somos, por intermédio de Jesus Cristo. Que nunca percamos de vista a promessa de que Jesus nos ama. Sua graça está à espera de que a peçamos. FD 176 5 Minha querida e aflita irmã, sei por experiência o que você está passando. Ando com você na estrada que tão recentemente percorri. Aproxime-se, minha querida irmã, de Cristo, que é poderoso para curar. O amor de Jesus por nós não vem por algum meio miraculoso. Esse meio miraculoso do Seu amor foi evidenciado na Sua crucifixão, e a luz do Seu amor se reflete em brilhantes raios a partir da cruz do Calvário. Agora nos cabe aceitar esse amor, apropriar-nos das promessas de Deus para nós. FD 176 6 Simplesmente repouse em Jesus. Descanse nEle assim como uma criança cansada repousa nos braços de sua mãe. O Senhor Se compadece de você. Ele a ama. Os braços do Senhor a sustentam. Ferida e magoada, simplesmente repouse sua confiança em Deus. Uma compassiva mão se estende para atar suas feridas. Ele será mais precioso à sua alma que o mais seleto amigo, e nada do que se possa desejar é comparável a Ele. Somente creia nEle; apenas confie nEle. Sua amiga na aflição -- alguém que a entende. -- Carta 1e, 1882. FD 176 7 A Sra. Parmelia Lane foi esposa do pastor Sands Lane, nativo de Michigan e bem-sucedido pregador. Ele se tornou, mais tarde, presidente de várias associações nos FD 177 1 Estados Unidos. Realizava reuniões numa tenda, em Riseley, quando a Sra. White chegou à Inglaterra. Ela e a família Lane mantiveram boa amizade ao longo de anos. Querida irmã Lane: FD 177 2 Já senti a aflição pela qual está passando agora, e sei como me identificar com você. Posso entender seu sentimento de que sofreu uma grande perda. FD 177 3 Quero dizer-lhe que recebemos uma carta do seu esposo, escrita pouco antes do falecimento dele. Na ocasião em que recebi a carta, buscava a solução de muitos problemas difíceis, e achei que não conseguiria responder imediatamente. Mais tarde, comecei a escrever a resposta mas, antes de terminar a carta, soube que ele havia falecido. FD 177 4 Valorizo grandemente essa carta, pois nela o irmão Lane apresenta um testemunho de sua experiência pessoal, e me dá motivo para crer que foi um verdadeiro filho de Deus. Alguns dos nossos irmãos tinham certo receio de que nosso irmão não visse todas as coisas claramente, mas essa carta parece indicar que ele se esforçava conscienciosamente para seguir na direção certa. FD 177 5 Minha querida irmã, eu me alegraria ao receber uma carta sua. Espero que esteja onde possa ser feliz. FD 177 6 Alegro-me por saber que Jesus, nosso Salvador, virá em breve, e que então nos poderemos reunir, todos, ao redor do grande trono branco. Pretendo estar lá e, se ambas formos leais e fiéis até o fim, creio que encontraremos seu esposo. Talvez tenhamos que passar por cenas dolorosas, mas estaremos seguras se ocultarmos nossa vida com Cristo em Deus. Muitos darão ouvidos a espíritos sedutores e a doutrinas de demônios, e a única esperança da alma é olhar constantemente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé. FD 177 7 Devemos agora fazer nossa parte como servas de Jesus Cristo, levando ao mundo o conhecimento da verdade. Uma breve obra deve ser feita no mundo, e devemos vigiar e trabalhar com diligência. Devemos instar, em tempo e fora de tempo. À igreja de Cristo pertencem nossos talentos, tanto os originais quanto os adquiridos. Somos servos do Senhor Jesus Cristo. FD 177 8 Entristecemo-nos ao ver homens e mulheres como senhores absolutos daqueles que deviam ser livres instrumentos do Senhor. Cristo é o supremo soberano da Sua igreja. Que ninguém se intrometa entre nossa alma e Ele. Trabalhemos inteiramente para o Senhor, não permitindo que coisa alguma se interponha entre a alma e seu mais elevado interesse -- vencer pelo sangue do Cordeiro e a palavra do nosso testemunho. [...] FD 177 9 Tenha bom ânimo no Senhor, minha irmã. Continue olhando para o Autor e Consumador da nossa fé. -- Carta 362, 1906. Viuvez FD 178 1 Fazia pouco tempo que Ellen White conhecera a irmã Lons. Tendo sabido do falecimento do Sr. Lons, a Sra. White escreveu à sua nova amiga uma amorosa carta de condolências. Querida irmã Lons: FD 178 2 Sinto-me feliz por tê-la conhecido, e tenho meu coração ligado ao seu, e também ao da viúva, irmã Brown. Todas nós fomos deixadas na viuvez, e temos sido muito abençoadas por Deus, no sentido de que não nos falhou em nosso tempo de provação. Ele nos tem sido socorro bem presente em todo tempo de necessidade. Em nossa experiência individual, temos sido provadas por Deus -- resignação sob aflição, paciência quando a prova é mais severa e confiança humilde e sincera em Deus. FD 178 3 Aprendemos, em meio a sombrias providências, que não é sábio seguir nossa própria vontade e caminho, e lançar suspeitas e desconfianças sobre a divina fidelidade. Sinto que somos aquelas que podem entender e identificar-se uma com a outra. Estamos unidas pela graça de Jesus Cristo e pelos laços dos sentimentos cristãos que se tornam sagrados pelas aflições. FD 178 4 Teremos, se não mais nos encontrarmos na Terra, afetuosas e inesquecíveis lembranças de nossa breve amizade com a família em Long Point. Fico feliz por tê-la conhecido. Creio que, na providência de Deus, está ordenado que você seja membro da família Brown. Através de sua ligação com eles, o Senhor a fez instrumento de justiça, uma bênção, especialmente para a irmã Brown. Tenho sentimentos muito afáveis e ternos por você, e especialmente pela irmã Brown, entendendo a tristeza de sua vida. FD 178 5 As aflições são, com freqüência, misericórdia disfarçada. Não sabemos o que teríamos sido sem elas. Quando Deus, em Sua misteriosa providência, subverte todos os nossos acalentados planos, e recebemos tristeza em lugar de alegria, inclinamo-nos em submissão e dizemos: "Que Tua vontade, ó Deus, se faça." Devemos cultivar sempre uma calma e devota confiança nAquele que nos ama, que deu Sua vida por nós. "O Senhor, durante o dia, me concede a Sua misericórdia, e à noite comigo está o Seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida. Digo a Deus: "Minha rocha: por que Te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? [...] Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu". Salmos 42:8, 9, 11. FD 178 6 O Senhor considera nossas aflições. Com Sua graça e discernimento, mede e pesa cada uma. Como refinador da prata, Ele nos observa a cada momento, até que a purificação esteja completa. A fornalha serve para purificar e refinar, não para destruir e consumir. Ele fará com que os que colocam sua confiança nEle cantem sobre misericórdia, em meio a juízos. FD 179 1 Ele está sempre vigilante, para distribuir, quando for mais necessário, novas e revigorantes bênçãos, força na hora da fraqueza, socorro na hora do perigo, amigos na hora da solidão, simpatia, humana e divina, nas horas de tristeza. Estamos a caminho do lar. Aquele que nos amou tanto a ponto de morrer em nosso favor construiu para nós uma cidade. A Nova Jerusalém é nosso lugar de repouso. Não haverá tristeza na Cidade de Deus. Nenhum lamento de tristeza. Nunca mais se ouvirá um canto fúnebre de esperanças esmagadas e afeição sepultada. Deus te abençoe, minha querida e muito respeitada irmã. -- Carta 37, 1893. A morte de uma criança FD 179 2 Numa carta para o pastor e a Sra. S. N. Haskell, Ellen White fala da morte de seu bisneto. FD 179 3 Escrevi muitas páginas hoje. Nesta manhã, recebi uma carta de Mabel Workman [sua neta]. Cerca de duas semanas atrás, ela deu à luz um menino de quatro quilos e meio, mas o pequenino morreu dois dias após o nascimento. Mabel tem passado por uma severa experiência, mas estamos agradecidos porque sua vida foi poupada. Tanto o pai quanto a mãe estão sentindo profundamente a prova, mas a aceitam como bons cristãos. O esposo de Mabel tem-se mostrado um verdadeiro cristão nesta hora aflitiva, e o Senhor tem amparado a ambos. Eles crêem que, se não estivesse a Sra. Kress com eles naquela hora, Mabel também teria perdido a vida. Sinto-me grata porque a irmã Kress pôde estar com eles, pois tem grande tato e habilidade. Houvesse a vida da mãe sido levada, todos teriam sentido profunda aflição. FD 179 4 Faz duas semanas que estamos sentindo grande ansiedade a respeito de Mabel, pois até hoje não recebemos notícias desde o telegrama que nos contava da morte do bebê. Sou grata a Deus porque a vida de Mabel foi poupada, e oro para que ela viva para ser uma bênção na causa de Deus. -- Carta 120, 1909. FD 179 5 A Sra. A. H. Robinson era uma velha amiga, em Michigan. Ellen White lhe escreveu imediatamente após receber a notícia da morte de seu filho, contando sua própria experiência diante da morte de dois dos seus filhos. Minha querida irmã Robinson: FD 179 6 Acabo de receber minha correspondência da América. Minha secretária leu para mim as cartas, muitas das quais são de natureza bem interessante. Responderei à sua carta em primeiro lugar. FD 179 7 Ao relatar sua experiência, isto é, o falecimento de seu filho, e de como se prostrou em oração, submetendo sua vontade à vontade do FD 180 1 Pai celestial, deixando com Ele a solução do caso, isso comoveu o meu coração de mãe. Passei por experiência semelhante a essa pela qual você acaba de passar. FD 180 2 Aos dezesseis anos de idade, meu filho mais velho caiu doente. Seu caso foi considerado grave, e ele nos chamou para junto do leito e disse: "Papai e mamãe, vai ser difícil separarem-se de seu filho mais velho. Se o Senhor houver por bem poupar minha vida, por amor de vocês, ficarei satisfeito. Se for para meu bem e para glória de Seu nome que minha vida se encerre agora, direi: Bem está minha alma. Papai, fique sozinho e ore; e Mamãe, ore também. Então hão de receber uma resposta de acordo com a vontade de meu Salvador, a quem vocês amam e eu amo também." Receava ele que, se nos prostrássemos juntos em oração, nossas simpatias se fortalecessem, e pedíssemos aquilo que não conviria que o Senhor concedesse. FD 180 3 Fizemos como ele pedira, e nossas orações foram em todos os pontos semelhantes às orações que vocês fizeram. Não recebemos evidência de que nosso filho se restabeleceria. Ele faleceu, pondo sua inteira confiança em Jesus, nosso Salvador. Sua morte foi para nós um grande golpe, mas foi uma vitória mesmo em presença da morte; pois sua vida estava escondida com Cristo em Deus. FD 180 4 Antes da morte de meu filho mais velho, meu bebê adoeceu de morte. Oramos, pensando que o Senhor nos poupasse nosso queridinho; mas cerramos-lhe os olhos, na morte, e pusemo-lo a descansar em Jesus, até que o Doador de vida venha para despertar os Seus preciosos entes queridos, para a gloriosa imortalidade. [...] FD 180 5 O Senhor, porém, tem sido meu Conselheiro, e o Senhor lhe dará graça para suportar sua tristeza. FD 180 6 Você indaga a respeito da salvação dos pequenos. A resposta está nas palavras de Cristo: "Deixai vir a Mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus". Lucas 18:16. FD 180 7 Lembre-se da profecia: "Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles. [...] Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra do inimigo. E há esperança no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus termos". Jeremias 31:15-17. FD 180 8 Essa promessa lhe pertence. Ela pode confortar-lhe e levar a confiar no Senhor. O Senhor muitas vezes me instruiu de que muitos pequeninos hão de ser removidos antes do tempo de angústia. Havemos de ver de novo nossos filhos. Havemos de encontrar-nos com eles e reconhecê-los nas cortes celestiais. Coloque sua confiança no Senhor, e não tema. -- Mensagens Escolhidas 2:258, 259. A morte de uma amiga FD 181 1 Os parágrafos seguintes foram tirados de uma carta escrita para Edson e Emma White, acerca de um acidente que ocorreu perto do Colégio de Avondale, na Austrália. FD 181 2 Na segunda-feira de manhã, achei que minha família não parecia natural. Alguma sombra estranha pairava sobre todos. Pela manhã, Sara e eu fomos à estação para esperar Willie, mas ele não chegou. O Pastor Gates, que havia falado ao povo em Wallsend, no domingo à noite, voltou conosco da estação e Sara o levou à escola, trazendo de volta com ela o pastor Daniells e o irmão Hare. Sara me contou que esses irmãos gostariam de falar comigo. Troquei algumas palavras com o pastor Daniells acerca da obra em Maitland, e então o irmão Hare puxou sua cadeira para perto da minha e disse que tinha algo para me contar. Então me contou que na tarde anterior ocorrera um acidente perto da escola. FD 181 3 A irmã Peck, a Srta. Gates e a filha da irmã Boyd vinham de Sunnyside para a escola com um cavalo que sempre consideraram seguro e obediente, embora desajeitado. Qualquer descuido do condutor e ele enveredava para um lado. A estrada para a escola não era a definitiva, mas foi aberta para ser usada enquanto não se fazia outra melhor. Sob a supervisão do pastor Haskell, os rapazes da escola fizeram uma ponte de troncos sobre o córrego. Ao aproximar-se a charrete dessa ponte, as ocupantes viram que uma árvore havia caído atravessada sobre o caminho, e a irmã Peck, que segurava as rédeas, achou que seria melhor descer e conduzir o cavalo para contorná-la. Mas, em vez de ficar parado, o cavalo começou a ir para trás, e tentou voltar para casa outra vez. FD 181 4 Ninguém previu algum perigo. Mas estavam mais perto da margem do córrego do que supunham, e, em poucos segundos, a charrete e suas ocupantes, com exceção da Srta. Peck, estavam dentro da água, que no local tem uns quatro metros e meio de profundidade. A irmã Peck foi lançada fora sobre a ribanceira, e a charrete, ao descer, passou por cima dela. Mas ela não se machucou muito. Ajudou Ella Boyd a sair da água, mas a Srta. Gates estava fora do alcance delas. Ella Boyd correu até a escola e chamou os homens, que em três minutos tiraram o corpo da Srta. Gates da água. Carregaram-na até a escola e fizeram todo o possível para reanimá-la, mas sem sucesso. Estava morta. Todos crêem que ela não morreu por afogamento, pois não se debateu para salvar-se. Achamos que o choque a matou. Ela foi sepultada na tarde de segunda-feira. FD 181 5 A irmã Gates estava com a saúde frágil. Havia sofrido muito com dificuldade pulmonar. No dia anterior à sua morte, ela falara com a irmã Hughes a respeito do seu caso. Disse que seu problema pulmonar havia FD 182 1 voltado, e que sabia que uma longa enfermidade estava diante de si. Para ela, o futuro representava uma apreensão terrível, pois seu irmão e esposa estavam lutando com problemas de saúde, e ela não suportava a idéia de ser um fardo para eles. Seus pais, irmãos e irmãs estavam todos mortos, com exceção do irmão. Achamos bom que ela não tivesse que sofrer de uma enfermidade prolongada, e a colocamos para repousar por um pouco de tempo, até ser chamada para uma gloriosa imortalidade. -- Carta 203, 1899. ------------------------Capítulo 22 -- De mulher para mulher FD 183 1 É a obra dos anjos celestes aproximarem-se bem dos tentados, dos provados, dos sofredores. Eles trabalham longa e infatigavelmente para salvar as almas por quem Cristo morreu. -- E Recebereis Poder, 357. FD 183 2 Mulheres alcançando outras mulheres -- As mulheres podem aprender o que é necessário para alcançar outras mulheres. Há mulheres que se adaptam de modo especial para a obra de dar estudos bíblicos, e são bem-sucedidas em apresentar a outros a Palavra de Deus em sua simplicidade. Elas se tornam uma grande bênção ao alcançar as mães e suas filhas. Essa é uma obra santa, e os que nela se empenham devem receber encorajamento. -- Medicina e Salvação, 140. FD 183 3 Mulheres como mensageiras de misericórdia -- Necessitamos grandemente de mulheres consagradas que, como mensageiras de misericórdia, visitem as mães e os filhos em seus lares, e as ajudem em seus deveres domésticos diários, caso seja necessário, antes de lhes começarem a falar da verdade para este tempo. Logo se constata que esse é um importante ministério em favor da salvação das pessoas. -- Evangelismo, 459. FD 183 4 Mulheres mais jovens como obreiras -- Mulheres instrutoras devem trabalhar com moças, não para ver quanto trabalho podem extrair delas, mas para conquistar-lhes o amor e a confiança. Quando se consegue isso, não haverá dificuldade quanto ao trabalho, pois as obreiras demonstrarão o maior desejo de agradar. FD 183 5 O Senhor apela àqueles engajados na sagrada obra de publicar a verdade para que dêem evidência de que foram purificados por Sua graça. Ao revelarem os discípulos de Cristo o Seu caráter, manifestam Seu miraculoso poder, dando um convincente testemunho quanto à verdade de Sua Palavra. -- The Publishing Ministry, 259. FD 183 6 As mulheres podem entrar onde os ministros não conseguem -- As mulheres que trabalham para ensinar as pessoas a buscar o novo FD 184 1 nascimento em Cristo Jesus estão fazendo uma preciosa obra. Elas se consagram a Deus e trabalham tanto para Ele quanto seu esposo. Podem entrar nos lares aos quais os ministros não encontram acesso. Podem ouvir as tristezas dos deprimidos e oprimidos. Podem espargir raios de luz sobre os desencorajados. Podem orar com eles. Podem abrir as Escrituras, e iluminá-los com um "Assim diz o Senhor". -- Manuscript Releases 5:327. FD 184 2 Mulheres devem ser educadas para ajudar outras mulheres -- Se podemos fazer arranjos de modo que se tenham grupos organizados e instruídos inteligentemente com respeito à parte que devem desempenhar como servos do Mestre, nossas igrejas terão uma vida e vitalidade de que necessitam há muito tempo. [...] Tenho suspirado bastante por mulheres que poderiam ser educadas para ajudarem nossas irmãs a se erguerem de seu desencorajamento e sentirem que podem fazer trabalho para o Senhor. Isto significa levar raios de luz para dentro de suas próprias vidas, e que se refletirão no coração de outros. Deus vos abençoará e a todos que convosco se unirem nesta grande obra. -- Beneficência Social, 144. Procurar as que estão sozinhas FD 184 3 É natural buscar companheirismo -- Todos encontrarão companheiros ou os farão. E exatamente na medida da força da amizade será o grau de influência exercida pelos amigos uns nos outros, para bem ou para mal. Todos terão amigos, influenciarão e serão influenciados. FD 184 4 Misterioso é o laço que liga entre si os corações humanos, de modo que os gostos, os sentimentos e os princípios das duas pessoas ficam intimamente associados. Um desenvolve o espírito e copia as maneiras e as ações do outro. Como a cera toma a forma do sinete, assim a mente recebe a impressão produzida pelo intercâmbio e o convívio. Talvez a influência seja inconsciente, mas não menos poderosa. -- Testimonies for the Church 4:587. FD 184 5 A necessidade de companhia -- Muitos poderiam ser guardados de influências pecaminosas se fossem rodeados de boa companhia e lhes fossem dirigidas palavras de bondade e amor. -- Testimonies for the Church 4:364. FD 184 6 Força para o nosso dia -- Os anjos, que farão por nós o que não podemos realizar, esperam nossa cooperação. Esperam que respondamos à atração de Cristo. Aproximemo-nos de Deus e uns dos outros. Pela vontade, pela oração silenciosa, pela resistência aos instrumentos satânicos, coloquemos nossa vontade ao lado da vontade de Deus. Enquanto tivermos o desejo de resistir ao diabo, e sinceramente orarmos "Livra-me da tentação", teremos força para cada dia. -- The Review and Herald, 4 de Julho de 1899. Nossa vontade deve ser submetida a Deus FD 185 1 Carta escrita no dia 5 de Abril de 1873 para a irmã Billet, de São Francisco, Califórnia. Ellen White encoraja sua amiga a permanecer firme sobre a plataforma da verdade eterna. A irmã Billet ainda não havia tomado a decisão de guardar o sábado. Querida irmã Billet: FD 185 2 Eu me agradaria muito de conversar com você hoje, mas, como isso é impossível, a seguinte e melhor coisa a fazer é deixar que a silenciosa pena dê expressão aos meus pensamentos e sentimentos. Muitas centenas de quilômetros nos separam, mas não nos esquecemos de você. Temos profundo interesse em que seja próspera a sua espiritualidade, assim como a sua saúde. FD 185 3 Minha querida irmã, está a verdade se tornando mais clara à sua compreensão? Ao firmar seus pés sobre a plataforma da verdade eterna, sente que Deus é mais precioso e que você se encontra sob Seu protetor cuidado? Temos uma verdade preciosa, harmoniosa e santificadora. Nem sempre imaginamos que a santificação, que tão ansiosamente desejamos e pela qual oramos com tanto fervor, é realizada por meio da verdade e, pela providência de Deus, pela maneira por que menos esperamos. Quando buscamos alegria, eis que vêm aflições. Quando esperamos paz, temos freqüentemente desconfiança e dúvida, porque nos achamos imersos em provações que não temos como evitar. Nessas provações estamos recebendo a resposta a nossas orações. A fim de que sejamos purificados, o fogo da aflição deve arder sobre nós, e nossa vontade ser ajustada em conformidade com a de Deus. Nossa Alta Vocação, 311. Para sermos moldados à imagem de nosso Salvador, passamos pelo mais penoso processo de refinamento. Mesmo aqueles que consideramos os mais queridos na Terra podem causar-nos o maior sofrimento e prova. Podem ver-nos por uma perspectiva errada. Podem julgar que estejamos em erro e que estamos nos enganando e nos degradando ao seguir os ditames da consciência iluminada em busca da verdade como de tesouros ocultos. -- Olhando Para O Alto, 103. FD 185 4 O caráter e o controle de vida de um cristão acham-se em significativo contraste com o dos mundanos. O cristão não pode encontrar prazer nos divertimentos e nas várias cenas de vulgar alegria do mundo. Mais altas e santas atrações lhe prendem o afeto. Os cristãos mostrarão que são amigos de Deus mediante sua obediência. -- Nossa Alta Vocação, 147. FD 185 5 Nossas orações, para nos tornarmos semelhantes a Cristo podem não ser respondidas exatamente como desejamos. Podemos ser testados e provados, pois Deus percebe ser melhor colocar-nos sob um curso de disciplina que nos é essencial antes que sejamos considerados súditos habilitados para as bênçãos que ansiamos. Não deveríamos nos tornar desanimados e dar lugar à duvida, e pensar que nossas orações não são notadas. Devemos FD 186 1 nos firmar seguramente sobre Cristo e deixar nosso caso com Deus para responder nossas orações a Seu próprio modo. Deus não prometeu conceder Suas bênçãos através dos canais que temos assinalado. Deus é sábio demais para errar e cuidadoso demais com o nosso bem para permitir-nos escolher por nós mesmos. -- Olhando Para O Alto, 103. FD 186 2 Os planos de Deus são sempre os melhores, se bem que nem sempre os possamos discernir. A perfeição do caráter cristão só pode ser obtida mediante esforços, conflitos, abnegação. Não contamos sempre com isso, e não consideramos necessário o penoso e muitas vezes dilatado processo de purificação, para que nos conformemos à imagem de Cristo. Deus atende com freqüência nossas orações da maneira pela qual menos esperamos. Leva-nos a situações as mais difíceis, para revelar o que está no coração. Para levar avante o desenvolvimento das graças cristãs, Ele nos colocará em circunstâncias que exigirão mais esforço de nossa parte a fim de manter a fé em ativo exercício. FD 186 3 Conservemos em mente quão inestimavelmente preciosos são os dons de Deus -- as graças de Seu Espírito -- e não recuaremos do difícil processo, por mais penoso ou humilhante que nos seja. Nossa Alta Vocação, 311. Quão fácil seria o caminho para o Céu se não houvesse nada de abnegação ou de cruz! Como os mundanos correriam para esse caminho, e os hipócritas, sem conta, o trilhariam! Graças a Deus pela cruz, a abnegação. A ignomínia e a vergonha que nosso Salvador suportou por nós, não é de modo algum demasiado humilhante para aqueles que foram salvos pela aquisição de Seu sangue. O Céu será em verdade bastante fácil. -- Nossa Alta Vocação, 286. FD 186 4 Querida irmã, devemos ser pacientes, escolher a parte sofredora da religião. Sua preciosa filha pode não discernir o mistério da piedade, e considerá-la obstinada e insensata, estranha e excêntrica no mundo. Não desanime, porém. Se você [for] fiel ao dever, Deus pode tocar o coração da sua filha e ela verá o incomparável encanto do amor do Salvador. Para o descrente cuja felicidade está nas coisas do mundo, em seus prazeres e vaidades, os conscienciosos observadores do sábado do Senhor parecem insanos e incompreensíveis. Podem indagar por que os grandes homens, os ministros, doutores e os cultos não vêem essas coisas, se elas são realmente a verdade. Por causa da cruz! A popularidade e os atrativos mundanos são considerações importantes demais para que delas abram mão. Têm a mente obscurecida pelo deus deste mundo. [...] FD 186 5 Podemos ter Cristo conosco enquanto empenhados em nossas ocupações diárias. Onde quer que estejamos, o que quer que façamos, podemos em verdade ser enobrecidos porque nos achamos unidos a Cristo. Podemos tornar nossos humildes deveres da vida enobrecidos e santificados mediante a certeza do amor de Deus. Trabalhar por princípio nas mais humildes vocações é que as reveste de dignidade. A consciência de sermos realmente FD 187 1 servos de Cristo dará mais elevado teor de caráter a nossos deveres de cada dia: sempre alegres, pacientes, longânimos e gentis. Nossa Alta Vocação, 184. Cristo diz: "tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". João 16:12. [...] FD 187 2 Se você, minha querida irmã, é vista como sendo firme nos princípios, destemida no dever, zelosa em buscar exemplificar a Cristo em seu labor diário, mas é humilde, modesta, gentil e terna, paciente e perdoadora, pronta a sofrer e a perdoar ofensas, será uma carta viva, conhecida e lida por todos. Seus amigos, que moldam o caráter em conformidade com o mundo, não habitam em Cristo, por mais elevada que seja sua profissão. Não discernem o valor e a preciosidade do amor de Cristo. Não podem ter um justo senso do grande sacrifício feito pelo Capitão da nossa salvação para redimi-los de uma desesperançada desgraça. Não podem discernir o infinito sacrifício feito em seu favor; portanto, eles mesmos não se dispõem a fazer qualquer sacrifício. [...] FD 187 3 Cristo nos comprou por alto preço, e ainda assim nos recompensará o serviço feito a Ele. Podemos entristecer-nos e chorar devido ao nosso insignificante serviço para Ele, que nos deu evidências imensuráveis de Seu interesse e amor por nós. Mas a recompensa não será na proporção exata da quantidade de trabalho feito, porém de acordo com o motivo e o amor que motivaram a realização do trabalho. A recompensa será em termos de graça. Sua abundante misericórdia será manifesta não porque tenhamos feito algo digno, mas por conta de Seu imensurável amor. Cristo dirá ao fiel, sincero obreiro: "Muito bem, servo bom e fiel; [...] entra no gozo do teu senhor". Mateus 25:23. E, mesmo agora, anjos de Deus tomam conhecimento de nossas obras de amor e justiça, e não seremos esquecidos mesmo nesta vida. Grande galardão há em guardar-Lhe os mandamentos. Testimonies for the Church 4:27. "Grande paz têm os que amam a Tua lei; para eles não há tropeço". Salmos 119:165. Cristo não coloca sobre Seus servos uma carga maior do que a força que lhes concede para levá-la. Não os abandonará na adversidade. Quando o coração e a carne falham, Ele será a força do seu coração e a sua porção para sempre. FD 187 4 Os pecadores falam das diversões do mundo e dos prazeres do pecado, mas, quando a morte neles fixa o olhar, nada dizem como louvor à bela vida de pecado que levaram. O terrível e tenebroso futuro está diante deles e, se tão-somente pudessem saber que seu nome está escrito no Céu, que peso lhes seria tirado do coração oprimido pelo pecado! Em qualquer condição, sob qualquer circunstância, o cristão pode dizer: "O caminho da santidade é um bom caminho." Por mais complicada que seja a sua posição, podem dizer: "O Senhor é bom; Sua misericórdia dura para sempre." Tenha bom ânimo, minha irmã. Confie totalmente em Deus. Ele a susterá e confortará em todas as provas suportadas por amor do Seu nome. [...] Bom é o Senhor e mui digno de ser louvado. -- Carta 9, 1873. Deus nos ouvirá FD 188 1 A carta seguinte foi escrita para uma grande amiga de Ellen White, Lucinda Hall, a quem ela considerava membro de sua família. Querida Lucinda: FD 188 2 Como fiquei triste ao receber uma carta de Asenath a respeito da sua enfermidade. Desejo que o Senhor a sustente e a alivie dessa aflição! [...] FD 188 3 Lucinda, não posso escrever muito. Uma estranha opressão está sobre mim. Faremos uma reunião especial de oração em seu favor. Deus nos ouvirá a oração. Ele a levantará para que desempenhe ainda uma parte em Sua obra. Você tem sido fiel e leal, mas seu quinhão não tem sido fácil. Que Deus a sustente em sua enfermidade e ponha por baixo de você Seus braços eternos é a minha oração. FD 188 4 Tenho sentido muito a sua falta, desde que nos despedimos. Quando parti, temi que você adoecesse. Eu não sabia explicar seus sintomas, apenas que uma febre a acometia. Entregue-se simplesmente nas mãos de Deus, sem ansiedade, sem temor. Deus é o galardoador daqueles que diligentemente O buscam. A oração fervorosa e eficaz do justo tem muito valor. Nossas orações não serão em vão. "Pedi, e dar-se-vos-á". Lucas 11:19. Somente Deus pode erguer Lucinda. Ela se entregou a Deus. Ela é propriedade Sua. Ele não Se esquecerá do sacrifício que ela fez pelo Senhor. Ele operará em seu favor e ninguém o impedirá. Tenha fé, tão-somente. Como anelo vê-la e fazer sinceras intercessões por você! Estamos fazendo isso onde nos encontramos, porém Jesus sabe tudo. Ele pode ouvir daqui e abençoá-la aí, da mesma forma. [...] FD 188 5 Hoje pela manhã, sábado, chamamos o irmão Haskell e Elbert Lane, e fizemos oração por nossa querida Lucinda. Sentimos que Deus não desprezou nossa oração, mas que Seus ouvidos atentaram à nossa prece e que Ele restabelecerá a saúde de nossa querida filha. Continuaremos firmemente apegados ao braço de Deus. Não confio em nenhum outro poder, nenhuma outra habilidade. Tenho esta convicção. Nenhum braço a não ser o do Senhor pode trazer auxílio para Lucinda. Se ela se erguer, será pela oração da fé. Jesus é nosso grande libertador. Se Lhe pedirmos, Ele nos ouvirá. Pleitearemos com Deus. Espero que a querida Lucinda se apodere, ela mesma, das promessas e não as abandone. Espero que ela tenha uma fé inabalável. -- Carta 69, 1874. Oração pelo serviço FD 189 1 "Não precisamos ir aos extremos da Terra em busca de sabedoria, porque Deus está perto. Não é a capacidade que agora possuímos ou havemos de possuir, que nos dará êxito. É o que o Senhor pode fazer por nós. Deveríamos depositar muito menos confiança no que o homem é capaz de fazer, e muito mais no que Deus pode fazer para cada crente. Anseia Ele que Lhe estendamos as mãos pela fé. Anseia que esperemos grandes coisas dEle. Anela dar-nos sabedoria, tanto nos assuntos temporais como nos espirituais. Pode aguçar o intelecto. Pode dar tato e habilidade. Empreguemos nossos talentos na obra, peçamos a Deus sabedoria, e ser-nos-á dada." -- Parábolas de Jesus, 146. ------------------------Apêndice A -- Na casa de Simão FD 190 1 "Convidou-O um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa." Cristo não tinha um lar que pudesse considerar Seu. Aqueles que O convidavam consideravam-nO pobre demais para possuir um lar. Mas cada casa era propriedade Sua. FD 190 2 Simão julgou que, ao fazer essa festa, estivesse honrando a Cristo. Mas, embora aquilo que ele ofereceu lhe pertencesse, ao participar de sua hospitalidade Cristo deu mais do que Lhe fora oferecido. Ao sentar-Se à mesa do fariseu, comeu da provisão fornecida por Seu Pai. Escribas e fariseus eram inquilinos em Sua casa. Sua benevolência lhes proporcionava alimento e vestuário. Caso não Se houvesse tornado o fiador do homem, eles não teriam desfrutado bênçãos. E não somente as bênçãos temporais vêm dEle, mas, a todos os que O recebem, Ele dá o pão da vida. FD 190 3 Cristo comeu com publicanos e pecadores, como também com os fariseus. Quando era convidado aos seus lares, aceitava o convite. Nesse aspecto, ofendia escribas e fariseus, que pensavam que um judeu não devia esquecer-se do muro de separação que a tradição havia erigido. Mas, com Deus, não há seita ou nacionalidade. Quando era assim acusado, Cristo respondia: "Não vim chamar justos e sim pecadores ao arrependimento". Mateus 9:13. Ele Se colocava na própria avenida em que teria acesso às pessoas que pereciam, e plantava no coração humano as sementes da verdade, sementes que brotariam e produziriam fruto para a glória de Deus. FD 190 4 Cristo nunca proporcionou luxo a Si mesmo, porém permitia que expressões de respeito e amor fluíssem para Ele. Tinha direito a isso. Nada possuía no mundo que alegasse ser Seu, mas fez o mundo e tudo o que nele há. Por amor a nós tornou-Se pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêssemos. Assumiu a fraqueza da humanidade. Pudéssemos abrir os olhos, e teríamos visto que Ele era mais forte que o poderoso guerreiro; mas nunca Se esqueceu de que, pela avaliação do mundo, Ele era um homem pobre. FD 190 5 Sua humildade não era uma impostura. Ele era a própria humildade. "Reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou". Filipenses 2:7. Quando qualquer um Lhe prestava um favor, com celestial delicadeza Ele o abençoava. Não recusava a mais singela flor arrancada pela mão de FD 191 1 uma criança e a Ele oferecida com amor. Aceitava as ofertas dos pequeninos, e abençoava os doadores inscrevendo-lhes o nome no livro da vida. FD 191 2 "E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que Ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-Lhe os pés e os ungia com o ungüento. Ao ver isso, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que Lhe tocou, porque é pecadora". Lucas 7:37-39. FD 191 3 Curando Simão da lepra, Cristo o salvara de uma morte em vida. Mas agora Simão duvidava se o Salvador era profeta. Por Cristo permitir que essa mulher dEle se aproximasse, por não a desprezar como alguém cujos pecados eram demasiado grandes para serem perdoados, por não mostrar que compreendia haver ela caído, Simão foi tentado a pensar que Ele não era profeta. Seu coração estava cheio de desconfiança e descrença. Jesus nada sabe dessa mulher, tão pródiga em demonstrações, pensou ele, ou não lhe permitiria que O tocasse. FD 191 4 Mas Simão não podia ler o coração do seu Hóspede. Foi, porém, a ignorância de Simão acerca de Deus e de Cristo que o levou a assim pensar. Ainda não se havia convertido plenamente do seu farisaísmo. Não percebera que, em tais ocasiões, o Filho de Deus devia agir segundo a maneira de Deus -- com compaixão, ternura e misericórdia. A maneira de Simão era não fazer caso do penitente serviço de Maria. Seu ato de beijar os pés de Cristo e os ungir com o ungüento foi exasperante para seu coração endurecido. Pensou que se Cristo fosse profeta, reconheceria os pecadores e os repreenderia. FD 191 5 Lendo os pensamentos de Simão, Cristo lhes deu resposta antes que ele falasse, mostrando, assim, que era profeta de profetas. "Simão," disse Ele, "uma coisa tenho a dizer-te. [...] Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo ele com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize pois: qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E Ele lhe disse: Julgaste bem". Lucas 7:40-43. FD 191 6 Como fizera Natã com Davi, Cristo ocultou Seu bem atirado golpe sob o véu de uma parábola. Lançou sobre o hospedeiro a responsabilidade de proferir a própria sentença. Essa maneira de apresentar a questão fez com que Simão se sentisse muito constrangido. Simão induzira ao pecado a mulher que ora desprezava. Fora por ele profundamente prejudicada. Pelos dois devedores da parábola, eram representados Simão e a mulher. Queria mostrar-lhe que seu pecado era maior que o dela, tão maior, como um débito de quinhentos dinheiros é superior a uma dívida de cinqüenta. FD 191 7 Simão começou então a ver-se sob um novo aspecto. Observou como Maria era considerada por Alguém que era mais que profeta. Notou que, FD 192 1 com o penetrante olhar profético, Cristo lhe lera o amorável e devotado coração. A vergonha apoderou-se dele, e percebeu achar-se em presença de Alguém que lhe era superior. FD 192 2 Simão havia duvidado de que Cristo fosse profeta, mas, por Seu próprio conhecimento acerca dessa mulher, Cristo deu evidência de Seu caráter profético. Suas poderosas obras davam testemunho dEle. Seus milagres, Suas maravilhosas instruções, Sua longanimidade, Sua humildade, eram evidências de Sua divindade. Simão não precisava ter duvidado. FD 192 3 "Entrei em tua casa", continuou Cristo, "e não Me deste água para os pés"; mas com lágrimas de arrependimento originadas no amor, Maria lavou-Me os pés e enxugou-os com os próprios cabelos. "Não Me deste ósculo, mas esta mulher" a quem tu desprezas, "desde que entrou, não tem cessado de Me beijar os pés". Lucas 7:44, 45. O lavar dos pés e o beijo de boas-vindas não eram atenções estendidas invariavelmente aos hóspedes. Era costume outorgá-las a quem se desejasse demonstrar especial consideração. Esse serviço Cristo deveria ter recebido de seu anfitrião, mas não o recebeu. FD 192 4 Cristo contava as oportunidades que Simão tivera de manifestar seu amor pelo Senhor, e o apreço pelo que fora feito por ele. Claramente, se bem que com delicada polidez, o Salvador assegurou a Seus discípulos que o coração se Lhe magoa quando Seus filhos se descuidam de manifestar gratidão para com Ele por palavras e atos de amor. Alguns podem achar que essa passagem não está mais em vigor, mas está. Escrevendo sobre mulheres que deviam ser honradas, Paulo disse: "[que tenha] exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra". 1 Timóteo 5:10. FD 192 5 Muitas necessitam de simpatia e apreço. Mas aquelas que lavam os pés aos santos devem ter santificado discernimento, para que saibam reconhecer um santo. As vestes de um mensageiro de Deus podem estar gastas e manchadas da viagem, mas ele pode ser um anjo disfarçado. Sem serem reconhecidos, anjos falam com homens, dizendo palavras que são para a alma como a água da vida. Maria era considerada grande pecadora, mas Cristo conhecia as circunstâncias que a tornaram assim. Viu que ela possuía grande aptidão para o bem. Viu a melhor fase do seu caráter e sabia que, mediante Sua graça, ela se tornaria participante da natureza divina, e purificaria a alma pela obediência à verdade. FD 192 6 Cristo poderia haver extinguido toda centelha de esperança na alma de Maria, mas não o fez. O Perscrutador do coração lera os motivos que a levaram às suas ações, e viu também o espírito que instigara as palavras de Simão: "Vês tu esta mulher?" disse-lhe. "É uma pecadora. Digo-te que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. E disse a ela: Perdoados são os teus pecados." FD 193 1 Os presentes, pensando em Lázaro, que fora ressuscitado dentre os mortos por Cristo, e que nessa ocasião era hóspede na casa de seu tio, começaram a indagar, dizendo: "Quem é Este que até perdoa pecados?" Mas Cristo continuou: "A tua fé te salvou; vai-te em paz". Lucas 7:44-50. FD 193 2 Jesus conhece as circunstâncias de cada um de nós. Alguém pode dizer: Sou pecador, muito pecador. Talvez o seja; mas quanto pior for, tanto mais necessita de Jesus. Ele não repele nenhuma criatura que chora, contrita. Não diz a ninguém tudo quanto poderia revelar, mas manda a toda pessoa tremente que tenha ânimo. Não rejeitará quem se chegar a Ele, penitente e crendo. Perdoará abundantemente todos quantos a Ele forem em busca de perdão e restauração. FD 193 3 Mas conhecer a Jesus requer mudança de coração. Nenhuma pessoa não convertida, em seu natural estado de depravação, ama a Cristo. O amor de Jesus é o primeiro resultado da conversão. É dada a prova deste amor: "Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos". João 14:15. "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço". João 15:10. FD 193 4 Cristo poderia comissionar os anjos do Céu para derramar as taças de Sua ira sobre nosso mundo, a fim de destruir a todos quantos estão cheios de ódio contra Deus. Poderia apagar essa mancha negra do Seu Universo. Mas assim não faz. Acha-Se hoje ante o altar de incenso, apresentando perante Deus as orações dos que desejam Seu auxílio. "Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós". Romanos 8:34. FD 193 5 Deve-se amar a Jesus e confiar nEle. A todos os que forem obedientes, Ele conduzirá para o alto, passo a passo, tão rapidamente quanto possam avançar para que, em pé ao lado do Portador de pecados, à luz que procede do trono de Deus, possam respirar o ar das cortes celestes. Ao lado de seu grande Intercessor, o pecador arrependido ergue-se acima da acusação e da contenda das línguas. "Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados". 1 Pedro 3:13, 14. FD 193 6 Nenhum ser humano, mesmo unido a anjos maus, pode desacreditar os que buscam refúgio em Cristo. Ele uniu a pessoa crente à Sua própria natureza divino-humana. Em Seu ofício de mediador, Sua divindade e humanidade estão combinadas, e sobre essa união paira a esperança do mundo. -- The Signs of the Times, 9 de Maio de 1900. ------------------------Apêndice B -- O ministério público de Ellen White FD 194 1 Em seu ministério público, Ellen White fazia apelos eficazes que requeriam resposta. São apresentados aqui relatos de vários casos, revelando seu método de fazer apelos sob várias circunstâncias. FD 194 2 Em Battle Creek, nos primeiros tempos -- Assisti à reunião na igreja de Battle Creek. Falei com liberdade ao povo mais ou menos uma hora, acerca da queda de Adão, que trouxe miséria e morte, trazendo Cristo vida e imortalidade à luz mediante Sua humilhação e morte. Senti dever instar com o povo quanto à necessidade de inteira consagração a Deus -- a santificação de todo o ser, alma, corpo e espírito. Falei sobre a morte de Moisés e a visão que ele teve da prometida terra de Canaã. Houve profundidade de sentimento na congregação. [...] Ao reunir-nos naquela tarde, chamamos à frente os que desejassem ser cristãos. Treze pessoas atenderam. Todas testificaram do Senhor. Foi uma boa obra. FD 194 3 Trabalho diligente em Michigan -- Houve reuniões durante o dia inteiro. Meu marido falou de manhã; o irmão Andrews à tarde. Prossegui com observações por bom tempo, instando com os que se haviam interessado por meio das reuniões a começar daquele dia em diante a servir a Deus. Chamamos à frente os que desejavam iniciar naquele dia o serviço do Senhor. Bom número atendeu ao apelo. Falei várias vezes, rogando que as pessoas rompessem com os laços de Satanás e começassem então. Uma mãe foi ao encontro de seu filho, chorando e suplicando-lhe. Ele parecia duro, obstinado, inflexível. Ergui-me então, e dirigindo-me ao irmão D, roguei-lhe que não se pusesse no caminho de seus filhos. Ele sobressaltou-se, depois ergueu-se, falou, disse que começaria naquele dia. Isto foi ouvido com alegria de coração por todos. O irmão D é um homem precioso. FD 194 4 O marido da irmã E ergueu-se então, e testificou que seria um cristão. Ele é homem de influência -- advogado. Sua filha estava ansiosa. O irmão D acrescentou então suas súplicas às nossas. A irmã D também orou por seus filhos. Rogamos e por fim prevalecemos. Todos foram para a frente. Os pais e todos os filhos e outros pais lhes seguiram o exemplo. Foi um dia de regozijo. A irmã E disse que era o dia mais feliz de sua vida. FD 195 1 Boa reação -- Falei à tarde sobre 2 Pedro. Falei com espontaneidade. Depois de falar por uma hora, convidei os que desejavam ser cristãos a ir para a frente. De trinta a quarenta pessoas se dirigiram calmamente, sem agitação, para a frente, e ocuparam os primeiros bancos. Falei com eles acerca de fazer uma entrega completa a Deus. Tivemos um período de oração pelos que foram para a frente. Foi um período de oração mui precioso. Os que queriam o batismo foram solicitados a demonstrar isto, erguendo-se. Bom número levantou-se. FD 195 2 Depois de alguma hesitação, a resposta -- Falei à tarde (em Stanley, Virgínia) acerca de João 17:3. O Senhor me deu muito de Seu Espírito Santo. A casa estava cheia. Chamei à frente os que desejassem buscar mais fervorosamente ao Senhor, e aqueles que desejassem se entregar ao Senhor inteiramente em sacrifício. Por algum tempo ninguém se moveu, mas pouco depois muitos foram para a frente e deram testemunho de confissão. Tivemos precioso período de oração e todos se sentiram quebrantados, choraram e confessaram seus pecados. Quem dera que cada um compreendesse! FD 195 3 Bênção especial ao começar a obra na Suíça -- Sábado e domingo foram períodos preciosos. O Senhor abençoou-me especialmente no falar domingo à tarde. Mensagens Escolhidas 1:144-146. Todos ouviam com o mais profundo interesse, e ao fim do discurso foi feito um convite a todos quantos desejassem ser cristãos, e a todos os que sentiam não ter viva ligação com Deus, para que fossem à frente, a fim de que uníssemos nossas orações às suas em busca de perdão do pecado, e de graça para resistir à tentação. Isto era uma nova experiência para muitos de nossos irmãos na Europa, mas não hesitaram. Dir-se-ia que toda a congregação se achava de pé, e o melhor que podiam fazer era sentar-se e buscarem todos juntamente o Senhor. Ali estava uma congregação inteira manifestando sua determinação de abandonar o pecado, e empenhar-se mais fervorosamente na obra de buscar a Deus. [...] FD 195 4 Depois da oração, cento e quinze testemunhos foram dados. Muitos desses mostravam genuína experiência nas coisas de Deus. -- The Review and Herald, 3 de Novembro de 1885. FD 195 5 Em Cristiânia (Oslo), Noruega -- Passamos duas semanas em Cristiânia, e trabalhamos diligentemente pela igreja. O Espírito do Senhor induziu-me a apresentar claro testemunho. Especialmente em nossa última reunião, apresentei-lhes a necessidade de inteira mudança no caráter, caso quisessem ser filhos de Deus. Quando vêm adorar perante o Senhor, deve ser com o coração submisso e reverente. A casa edificada para a Sua adoração é um lugar sagrado, não um local para sentimentos profanos, malícia, crítica e amargura de espírito. Insisti com eles quanto à necessidade de profundo arrependimento, confissão e abandono dos pecados que haviam afastado da igreja o doce Espírito de Cristo. Convidamos então à frente os que quisessem tomar decidida posição ao lado do Senhor. Muitos corresponderam. Foram feitas algumas boas confissões, e dados fervorosos testemunhos. Esperamos que essa mudança seja apenas o início de um decidido avanço por parte de muitos membros desta igreja. -- The Review and Herald, 19 de Outubro de 1886. FD 196 1 Indiferentes reconduzidos em Basiléia -- No sábado, 19 de Fevereiro, falei ao povo às nove horas da manhã. O Senhor concedeu-me Seu Santo Espírito enquanto lhes apresentava a tentação de Cristo no deserto. De tarde, às três horas, reunimo-nos para um encontro social. Fui muito abençoada ao falar-lhes novamente, sobre a necessidade de chegarmos a uma apreciação maior e a uma contemplação mais decidida dos grandes sofrimentos de Cristo. Pensamos pouco demais nessas coisas. FD 196 2 Convidei os que desejassem orações a vir para a frente. Os assentos foram prontamente ocupados, e meu coração se moveu quando vi a congregação toda em pé. Eu disse: Sentem-se mesmo onde estão, e buscaremos juntos o Senhor. Antes da oração, muitos testemunhos foram dados em rápida sucessão e com profundidade de sentimentos, mostrando que os corações estavam tocados pelo Espírito do Senhor. Confissões foram feitas com lágrimas. Alegramo-nos por ver essa obra avançar, pois sabíamos que era exatamente essa a obra necessária para levar o povo à posição de humilhar o coração e confessar os pecados diante de Deus, e que Ele aceitaria seu arrependimento e seus esforços em buscá-Lo. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". -- The Review and Herald, 19 de Abril de 1887. FD 196 3 Notável experiência na Austrália -- No sábado, 25 de maio, tivemos preciosa reunião na sala em que nosso povo se reuniu em North Fitzroy. Por vários dias antes da reunião, eu sabia que esperavam que eu falasse na igreja no sábado; infelizmente, porém, tive forte resfriado e fiquei totalmente rouca. Senti-me inclinada a não cumprir esse compromisso; mas como fosse minha única oportunidade, disse: "Irei à presença do povo, e creio que o Senhor atenderá às minhas fervorosas orações, e afastará a afonia de maneira que eu possa apresentar minha mensagem ao povo." Aleguei a meu Pai celestial a promessa: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. [...] Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?" Lucas 11:9, 10, 13; Mensagens Escolhidas 1:148. Novamente, Cristo diz: "Tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho". João 14:13. FD 197 1 A Palavra de Deus é fiel. Eu pedira, e acreditava que seria habilitada a falar ao povo. Escolhi uma parte da Escritura; quando me ergui para falar, porém, ela me foi tirada da mente, e senti-me impressionada a falar sobre o primeiro capítulo de 2 Pedro. O Senhor me deu especial espontaneidade no apresentar o valor da graça de Deus. Mensagens Escolhidas 1:148. Quanto se deve apreciar Sua graça! Diz o apóstolo: "Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como, pelo Seu divino poder, nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo dAquele que nos chamou para a Sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo." [...] FD 197 2 No fim de meu sermão, fui impressionada pelo Espírito de Deus a estender àqueles que desejassem entregar-se inteiramente ao Senhor, um convite para irem à frente. [...] Cerca de trinta foram à frente. Entre esses achavam-se as esposas dos irmãos F, as quais, pela primeira vez, manifestavam o desejo de aproximar-se de Deus. Meu coração encheu-se de indizível reconhecimento pelo gesto dessas duas mulheres. FD 197 3 Pude ver então porque fora tão intensamente movida a fazer esse apelo. Eu hesitara a princípio, cogitando se isso seria o melhor, quando meu filho e eu éramos os únicos, ao que me parecia, a prestar auxílio naquela ocasião. Mas como se alguém me houvesse falado, atravessou-me a mente o pensamento: "Não podes confiar no Senhor?" E eu respondi: "Posso, Senhor." FD 197 4 Se bem que meu filho ficasse muito surpreendido de que eu fizesse um apelo assim em tal ocasião, esteve à altura da emergência. Nunca o ouvi falar com maior poder ou mais profundo sentimento que naquela ocasião. Chamou os irmãos Faulkhead e Salisbury à frente, e ajoelhamos em oração. Meu filho tomou a iniciativa, e certamente o Senhor dirigiu a súplica, pois ele parecia orar como se estivesse na presença de Deus. Os irmãos Faulkhead e Salisbury também fizeram fervorosas petições, e então o Senhor me deu voz para orar. Lembrei as irmãs F, que, pela primeira vez tomavam publicamente posição ao lado da verdade. O Espírito Santo Se achava na reunião, e muitos foram movidos por Sua profunda atuação. FD 197 5 Ao fim da reunião muitos abriram caminho para a plataforma, e tomando-me a mão pediram-me, com lágrimas, que orasse por eles. Respondi de coração: "Eu o farei." As irmãs F foram-me apresentadas, e verifiquei que tinham o coração muito comovido. [...] FD 197 6 A mãe de uma das irmãs que se colocaram agora ao lado da verdade tem sido cruel oponente, e ameaçou que, se a filha se tornasse observadora do sábado, não lhe permitiria entrar em sua casa; pois a mãe a consideraria uma vergonha para a família. FD 198 1 A Sra. F. declarara muitas vezes que jamais se uniria aos adventistas do sétimo dia. Fora criada na igreja presbiteriana, e educada na idéia de que era impróprio uma mulher falar na reunião, e que uma mulher pregar era algo completamente errado. Ela gostou de ouvir os pastores Daniells e Corliss, e achou-os pregadores muito talentosos, mas não queria ouvir uma mulher pregar. O marido orara para que Deus agisse de tal modo que ela se convertesse pelo ministério da irmã White. FD 198 2 Quando fiz o apelo, e instei para que fossem para a frente aqueles que sentissem sua necessidade de chegar mais perto de Deus, para surpresa de todos, essas irmãs foram à frente. A irmã que perdera seu pequenino, disse que estava decidida a não ir para a frente, mas que o Espírito do Senhor lhe impressionara tão fortemente o espírito que não ousara recusar. [...] FD 198 3 Sinto-me tão grata a meu Pai celestial por Sua amorável benignidade em levar essas duas pessoas a se unirem com seus maridos na obediência à verdade! -- Mensagens Escolhidas 1:148, 149. FD 198 4 O Senhor Se agradaria de ver obra semelhante em toda igreja -- Sábado, 10 de Novembro, visitei São Francisco, e falei a uma igreja cheia de gente que tinha ouvidos para ouvir e coração para entender. Mensagens Escolhidas 1:151, 152. Pareciam famintos pela Palavra do Senhor, e creio que ouviram com um propósito. Enquanto expunha a palavra da vida com linguagem simples e clara, eu sabia que Cristo estava conosco, abrandando e subjugando corações. O Espírito Santo estava, evidentemente, em ação. Ah, como meu coração anelava pelas preciosas pessoas a quem eu estava apelando, para que olhassem e vivessem! FD 198 5 Depois de eu terminar, o pastor Corliss convidou todos os que desejassem entregar-se a Jesus a irem à frente. Houve pronta e feliz resposta, e foi-me dito que cerca de duzentas pessoas foram para a frente. Homens e mulheres, jovens e crianças abriram caminho para os bancos dianteiros. O Senhor Se agradaria de ter um trabalho semelhante feito em toda igreja. FD 198 6 Muitos não puderam ir à frente devido a estar o salão tão cheio; todavia os semblantes animados e os olhos lacrimosos testificaram de sua determinação: "Estarei ao lado do Senhor. De agora em diante buscarei diligentemente atingir mais elevada norma." FD 198 7 Resposta na Assembléia da Associação Geral de 1909 -- Meus irmãos e minhas irmãs, busquem ao Senhor enquanto Ele Se pode achar. Virá tempo em que os que desperdiçaram seu tempo e oportunidades desejariam havê-lo buscado. [...] Ele quer que nos conservemos na linha da razão, e na do trabalho. Quer que visitemos nossas igrejas para trabalhar zelosamente para Ele. Quer que organizemos reuniões para os que não pertencem à igreja, para que aprendam as verdades desta última mensagem de advertência. Há lugares em que seremos recebidos com prazer, onde as pessoas nos agradecerão por ir em seu auxílio. Que o Senhor nos ajude a lançar mão dessa obra como nunca antes o fizemos. Estamos dispostos a isso? Erguer-nos-emos aqui e daremos testemunho de que faremos de Deus nossa confiança e nosso ajudador? [Levanta-se a congregação.] FD 199 1 [Orando] Graças Te dou, Senhor Deus de Israel. Aceita este compromisso do Teu povo. Põe sobre eles o Teu Espírito. Seja neles vista Tua glória. Ao falarem eles a Palavra da verdade, vejamos nós a salvação de Deus. Amém. -- Mensagens Escolhidas 1:152. ------------------------Apêndice C -- Documentos relativos à ordenação de mulheres FD 200 1 Documento apresentado na reunião ministerial da Assembléia da Associação Geral de 1990. Preparado pela equipe do Patrimônio Literário de Ellen G. White. FD 200 2 1. Por ocasião da Assembléia da Associação Geral de 1881, discutiu-se uma resolução para ordenar mulheres. Nenhum voto foi tomado. As atas incluem as seguintes linhas: FD 200 3 "Resolvido que as mulheres que possuem as qualificações necessárias para ocupar esse cargo podem, de maneira perfeitamente apropriada, ser separadas pela ordenação para a obra do ministério cristão. FD 200 4 "Essa questão foi discutida por J. O. Corliss, A. C. Bourdeau, E. R. Jones, D. H. Lamson, W. H. Littlejohn, A. S. Hutchins, D. M. Canright, and J. N. Loughborough, e encaminhada à Comissão da Associação Geral". -- The Review and Herald, 20 de Dezembro de 1881. FD 200 5 Ellen White não assistiu à Assembléia da Associação Geral de 1881. Seu esposo faleceu no dia 6 de Agosto daquele ano. Duas semanas após a morte dele, ela partiu de Battle Creek, com destino à Califórnia. Só retornou para Michigan em Agosto de 1883. FD 200 6 2. Por muitos anos, Ellen White recebeu credenciais ministeriais por voto da Associação de Michigan (The Review and Herald, 10 de Setembro de 1872) e, posteriormente, da Associação Geral. Todavia, jamais foi ordenada por mãos humanas, não tendo, tampouco, realizado casamentos, organizado igrejas ou oficiado batismos. FD 200 7 3. Em 1895, Ellen White recomendou a ordenação de mulheres que se dedicassem a um trabalho de natureza semelhante ao diaconato: FD 200 8 "Mulheres dispostas a consagrar parte do seu tempo ao serviço do Senhor devem ser designadas para visitar os enfermos, cuidar de menores e ministrar às necessidades dos pobres. Devem ser separadas para esse serviço pela oração e imposição das mãos. Em alguns casos, precisarão aconselhar-se com os oficiais da igreja ou o pastor; mas, se forem mulheres dedicadas, mantendo uma ligação vital com Deus, serão um poder para o bem na igreja. Esse será outro meio de fortalecer e edificar a igreja". -- The Review and Herald, 9 de Julho de 1895. FD 201 1 Várias mulheres foram ordenadas como diaconisas durante o ministério de Ellen White na Austrália. No dia 10 de Agosto de 1895, a comissão de nomeações da igreja de Ashfield, em Sidney, apresentou seu relatório, que foi aprovado. A ata da secretaria, naquela data, declara: "Imediatamente após a eleição, os oficiais foram chamados para a frente, onde os pastores Corliss e McCullagh separaram o ancião, os diáconos, [e] diaconisas pela oração e imposição das mãos." FD 201 2 Vários anos mais tarde, na mesma igreja, W. C. White oficiou a ordenação dos oficiais. A ata da igreja de Ashfield, de 7 de Janeiro de 1900, declara: "No sábado anterior, os oficiais foram nomeados e aceitos para o ano corrente, e hoje o pastor White ordenou anciãos, diácono e diaconisas, impondo-lhes as mãos". -- AR, 16 de Janeiro de 1986. FD 201 3 4. Mulheres com "Licença Para Pregar", concedida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, durante o ministério de Ellen White: FD 202 1 Algumas das mulheres relacionadas acima foram empregadas pela Igreja. Outras, como Margaret Caro, dentista, eram autônomas, com sustento próprio. -- Arquivos da Associação Geral e Yearbooks FD 202 2 5. Ellen White fez três declarações que, por vezes, são interpretadas como evidência de que ela apoiava o conceito de mulheres ordenadas como ministras do evangelho. FD 202 3 Em 1898, ela declarou que "há mulheres que devem trabalhar no ministério evangélico". Evangelismo, 472. O contexto dessa declaração parece indicar que ela está falando de esposas de pastores. Ela escreveu: FD 202 4 "Tenho recebido cartas de várias, pedindo meu conselho sobre a questão: Devem as esposas de ministros adotar bebês? Aconselharia eu que fizessem esse tipo de trabalho? Para algumas que consideravam favoravelmente esse assunto, respondi: Não; Deus deseja que auxiliem o esposo no seu trabalho. O Senhor não lhes deu filhos para que sejam seus; Sua sabedoria não deve ser questionada. Ele sabe o que é melhor. Consagrem as faculdades a Deus, como obreiras cristãs. Vocês podem ajudar o esposo de muitas maneiras. [...] FD 202 5 "Há mulheres que devem trabalhar no ministério evangélico. Em muitos aspectos elas fariam melhor do que os pastores que negligenciam visitar o rebanho de Deus. Evangelismo, 472. Marido e mulher podem unir-se nessa obra e, quando isso é possível, devem. Está aberto o caminho para mulheres consagradas. Mas o inimigo se agrada de fazer com que mulheres, a quem Deus poderia usar para auxiliar centenas de pessoas, dediquem seu tempo e forças a um pequenino e indefeso mortal que requer cuidado e atenção constantes". -- Manuscript Releases 5:325, 326. FD 202 6 No ano de 1900, Ellen White publicou o volume 6 dos Testemunhos Para a Igreja, que inclui uma seção intitulada "O Colportor, Obreiro Evangélico". Ali, a autora declarou: FD 202 7 "Todos os que desejam uma oportunidade para o verdadeiro ministério, e que se dão sem reservas a Deus, encontrarão na colportagem ocasiões de falar sobre muitas coisas pertencentes à futura vida imortal. A experiência assim adquirida será de grandíssimo valor para os que estão se preparando para o ministério. É a assistência do Espírito Santo de Deus que prepara os obreiros, homens e mulheres, para se tornarem pastores do Seu rebanho". -- Testimonies for the Church 6:322. FD 203 1 Finalmente, em Setembro de 1903, Ellen White escreveu: FD 203 2 "O Senhor chama os que se acham vinculados a nossos hospitais, casas publicadoras e escolas a ensinarem aos nossos jovens a obra evangelística. Nosso tempo e energia não devem ser tão amplamente empregados no estabelecimento de hospitais, fábricas de alimentos e restaurantes, a ponto de outros ramos da obra serem negligenciados. Moços e moças que deveriam envolver-se no ministério, na obra bíblica e no trabalho de colportagem, não deveriam ser postos em outro tipo de trabalho. FD 203 3 "Os jovens devem ser incentivados a freqüentar nossas escolas de preparo para obreiros cristãos, que deveriam tornar-se mais e mais semelhantes às escolas dos profetas. Essas instituições foram estabelecidas pelo Senhor, e se forem conduzidas de acordo com o Seu propósito, os jovens a elas enviados serão rapidamente preparados para engajar-se nas várias linhas de obra missionária. Alguns serão preparados para ingressar no campo como enfermeiros missionários, outros como colportores, e outros como ministros do evangelho". -- Testimonies for the Church 8:229, 230. FD 203 4 6. Ellen White fez duas declarações acerca do chamado para servir ao Senhor como Sua mensageira. Declarou: FD 203 5 "Na idade de setenta e oito anos, estou ainda em atividade. Estamos todos nas mãos do Senhor. Confio nEle; pois sei que Ele nunca deixará nem abandonará os que nele põem a confiança. Estou entregue à Sua proteção. FD 203 6 "E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério". 1 Timóteo 1:12. -- Mensagens Escolhidas 1:35. FD 203 7 "Na cidade de Portland, o Senhor me ordenou como Sua mensageira, e aqui meus primeiros labores foram dedicados à causa da verdade presente". -- The Review and Herald, 18 de Maio de 1911. FD 203 8 Ellen White recebeu sua primeira visão em Dezembro de 1844, em Portland, Maine. Pouco depois, foi impelida pelo Senhor a contar aos outros o que vira. FD 203 9 7. Ellen White não se preocupou com movimentos relativos aos direitos das mulheres. Quando lhe apelaram para que se unisse a outras na cruzada pelo voto feminino, recusou o convite. Escreveu ao seu esposo: FD 203 10 "Visitei a Sra. Graves. Ela tem uma preocupação e, quando soube que eu estava em casa, desejou falar comigo. Disse sentir que precisava expor diante de mim suas idéias. Tem o desejo de que eu analise a questão do voto feminino. Diz que as mulheres devem votar, e relatou muitas coisas de natureza assustadora que foram legalizadas na França e em St. Louis, tendo sido feito um esforço para efetivá-las em Chicago neste ano, mas [o esforço] fracassou. Casas de má fama são legalizadas. Mulheres que viajam sozinhas por essas cidades, se houver pelo menos suspeita a respeito delas, são levadas pelas autoridades e seus casos investigados. Se estão enfermas, são colocadas sob cuidados de médicos, e curadas. Então estão aptas para as visitas de homens, e colocadas nas casas legalizadas onde os homens satisfazem suas concupiscências. Nenhum exame se faz dos homens e, onde essa lei entra em vigor, o crime e a imoralidade se assemelham à condição do mundo existente antes do Dilúvio. FD 204 1 "A Sra. Graves vê a questão como eu, relativamente ao aumento do crime e da desmoralização da sociedade. Diz que as mulheres devem votar, se essa lei deve sofrer oposição. Tivemos uma longa conversa acerca da temperança. Disse-lhe que minha mente não estava preparada para uma questão como essa, de as mulheres votarem. Ela estivera pensando e ocupando-se com essas coisas, e sua mente estava madura quanto ao assunto, enquanto o meu trabalho era de outra natureza. Estávamos fazendo, na questão da temperança, aquilo que nenhum outro tipo de pessoas no mundo fazia. Estávamos a favor de uma forma de restrição tanto contra o tabaco como contra as bebidas alcoólicas". -- Manuscript Releases 10:69. FD 204 2 8. É provável que Ellen White não tenha sugerido, em nenhum momento, que a Igreja Adventista do Sétimo Dia começasse a prática de ordenar mulheres ao ministério evangélico. C. C. Crisler afirmou que ela era muito cautelosa quanto a esse ponto. Aqui está uma correspondência relativa a essa questão. FD 204 3 12 de Março de 1916, Sanatório [Califórnia], Sr. Clarence Crisler, Prezado irmão: "Peço-lhe a gentileza de me informar algo a respeito de separar mulheres que podem dar parte do tempo ao trabalho missionário, pela imposição das mãos em oração, encontrada na Review and Herald, na primeira parte da década de noventa, provavelmente em 1892 ou 1893, da pena da Irmã White. FD 204 4 "A razão pela qual peço isso é que estive recentemente numa reunião em que o pastor Andross separou mulheres pela imposição das mãos e, quando lhe perguntei pela autoridade para fazê-lo, referiu-se ao senhor. Como tenho sido obreira bíblica por vários anos e recentemente recebi uma licença ministerial, desejo essa informação. FD 204 5 "Peço que me responda rapidamente, pois desejo sua informação antes de ir para a União do Sudoeste, que terá reunião no dia 7 de Abril. Por favor, mande-me duas ou três cópias da declaração dela, já que o presidente da nossa Associação quer uma." -- Sra. L. E. Cox, 134 Agarita Avenue, San Antonio, Texas. FD 205 1 22 de Março de 1916, San Antonio, Texas, Sra. L. E. Cox, Querida irmã: "Recebi sua carta do dia 12, perguntando acerca da ordenação de mulheres que dedicam parte do tempo ao trabalho missionário -- em particular, sobre uma declaração que a irmã julga encontrar-se numa Review no início da década de noventa, da pena da Sra. Ellen G. White. FD 205 2 "Como essa indagação exigirá algum estudo e pesquisa da minha parte, e como devo sair pela manhã para Mountain View, por alguns dias, preciso pedir-lhe que me desculpe por não responder dentro dos próximos dias. Após meu retorno, no início da próxima semana, farei o possível para enviar-lhe uma resposta, anexando à mesma, se possível, os extratos solicitados. Posso dizer-lhe, contudo, que não entendo essas declarações como ensinando positivamente a ordenação de mulheres como ministras do evangelho. Suponho, isso sim, que se refiram basicamente à ordenação de mulheres tementes a Deus como diaconisas na igreja local. Mas, quanto a isso, pronunciar-me-ei mais plenamente quando escrever outra vez. FD 205 3 "Espero escrever-lhe por volta do dia 28, para o endereço acima. Caso se ausente de San Antonio para outro lugar, seria bom deixar um pedido de encaminhamento, a fim de que a correspondência mandada para esse endereço a alcance dentro do prazo na União" -- Clarence Crisler. FD 205 4 16 de Junho de 1916, Sra. L. E. Cox, Prezada Irmã: "Na minha resposta com data de 22 de Março, não pude encaminhar-lhe cópia do artigo da Review solicitado, mas me aventurei a dizer: 'Não entendo essas declarações como ensinando positivamente a ordenação de mulheres como ministras do evangelho. Suponho, isso sim, que se refiram basicamente à ordenação de mulheres tementes a Deus como diaconisas na igreja local.' FD 205 5 "Depois de ter escrito, encontrei o artigo em questão e fiz cópia do mesmo. Em anexo, encontrará uma cópia do artigo. The Review and Herald, 9 de Julho de 1895. Também estou encaminhando uma cópia ao presidente de sua Associação, pastor E. L. Neff, e ao presidente da sua União, pastor J. W. Christian, para que saibam o que lhe estou enviando. FD 205 6 "Embora não inclua como parte do meu trabalho a pretensão de interpretar aquilo que foi escrito, creio que posso ser perdoado por expressar, como convicção minha, o pensamento de que esse artigo publicado na Review não se refere à ordenação de mulheres como ministras do evangelho, mas toca na questão de separar, para deveres especiais na igreja local, mulheres tementes a Deus nas igrejas onde as circunstâncias o indiquem. FD 206 1 "E posso acrescentar que a irmã White, pessoalmente, era muito cautelosa quanto a expressar-se de qualquer forma quanto à conveniência de ordenar mulheres como ministras do evangelho. Ela falava freqüentemente dos perigos a que tal prática geral exporia a igreja diante de um mundo contestador; mas até agora não vi, de sua pena, qualquer declaração que parecesse estimular a ordenação formal e oficial de mulheres ao ministério evangélico, ao trabalho público, tal como se espera normalmente de um ministro ordenado. FD 206 2 "Isso não sugere, muito menos diz, que nenhuma mulher está apta para esse trabalho público, e que nenhuma deva ser ordenada algum dia; é simplesmente dizer que, até onde alcance o meu conhecimento, a irmã White nunca encorajou oficiais da igreja a se afastarem do costume geral da igreja nessas questões." -- C. C. Crisler. Conclusão FD 206 3 A questão da ordenação das mulheres não teve prioridade na agenda de Ellen White durante sua vida. Suas melhores energias foram dirigidas a alcançar maior unidade e mais profunda espiritualidade na igreja. ------------------------Apêndice D -- O uso do dízimo FD 207 1 Parte de uma carta escrita por Ellen White no dia 16 de Março de 1897, em sua casa, "Sunnyside", em Cooranbong, Nova Gales do Sul [Austrália], para A. G. Daniells, acerca do uso do dízimo. A íntegra da carta foi publicada em Manuscript Releases 13:281-286. FD 207 2 Envio-lhe hoje de manhã uma carta escrita para a América, e enviada para lá ontem de manhã, a qual lhe mostrará como considero o uso do dinheiro do dízimo para outros propósitos. Este é o fundo especial de receita do Senhor, para um propósito especial. Nunca entendi tão plenamente essa questão como agora a entendo. Tendo havido perguntas dirigidas a mim para que respondesse, recebi instrução específica do Senhor, segundo a qual o dízimo é para um propósito especial, consagrado a Deus para a manutenção daqueles que ministram na sagrada obra como escolhidos do Senhor, para realizar Sua obra não apenas pregando sermões, como também ministrando. Eles devem entender tudo o que isso abrange. Deve haver mantimento na casa de Deus, um tesouro bem abastecido, e não se deve desviá-lo para outros propósitos. Deve haver um esforço especial destinado a despertar o povo de Deus, que crê na verdade, a dar um dízimo fiel ao Senhor, e os ministros devem ser motivados e mantidos por esse dízimo. FD 207 3 Que sempre haverá a tentação de desviar o dinheiro do dízimo para outros canais, nós sabemos; mas o Senhor tem guardado Sua porção para ser usada de modo sagrado para o sustento dos ministros do evangelho. Algumas medidas tomadas podem reduzir a força de trabalho que leva a mensagem da verdade, como está sendo feito, e na América tem sido feito, para fechar a contabilidade do dízimo na tesouraria, mas esse não é o plano do Senhor, e se for iniciado e continuado, reduzirá a bênção de Deus às igrejas que trabalham com esse plano. Pode haver grande escassez de meios se houver afastamento do plano do Senhor. FD 207 4 O Senhor considera o dízimo como Seu, a ser usado para certo propósito, e é uma questão simples -- em lugar de praticar a abnegação que deveríamos, para ajudar a educar alunos, ou em questões temporais, como providenciar instalações para a igreja, o que é necessário -- apropriar-se da porção consagrada do Senhor, que deve ser usada apenas para o sustento de ministros em novos campos, bem como em outros lugares. E isso não deve ser feito de maneira mesquinha. Todas as inconveniências com as quais os obreiros devem deparar-se nesses novos campos precisam ser levadas em consideração. O custo de vida é maior em algumas localidades do que em outras. FD 208 1 Esforços especiais devem ser feitos em favor daqueles que se encontram onde as frutas são escassas, pois poderiam viver de maneira muito mais barata se estivessem onde conseguem obter frutas. Quando são enviados a campos onde se privam de quase tudo por causa da despesa, que se tome cuidadosa consideração dessas questões, e a falta deve ser suprida na medida do possível, mas não subtraindo de seu salário essas coisas extras. Aqueles que estão situados de maneira mais favorável devem partilhar sua prosperidade com os que necessitam das mesmas coisas que são tão abundantemente supridas em seu local. FD 208 2 Nós nos tornaremos muito estreitos, convencidos e egoístas, se não nos guardarmos contra o inimigo que temos de enfrentar e contra o qual combater. Farei algo em favor do irmão Robert Hare. Providenciarei algumas coisas que aliviarão a situação da falta de frutas. Conseguirei uns cem quilos de uvas e [os] transformarei em geléia, para que a usem no pão. Agora veja o que outros podem fazer. Cada um pode fazer um pouco, e enviá-lo ao irmão Hare. Quando visitar o local, pode levar algumas coisas, e nós prepararemos algumas coisas e as enviaremos antes desse tempo. Faremos disso uma oferta de gratidão a Deus, porque nos permite viver em locais onde podemos obter essas coisas e desfrutá-las. Creio que o Senhor nos abençoará ao fazermos isso. FD 208 3 Agora, acerca de educar alunos em nossas escolas. É uma boa idéia; terá que ser executada; mas não permita Deus que, em lugar de praticar a abnegação e sacrificar o eu para fazer esse trabalho, subtraiamos da porção do Senhor, especialmente reservada para manter os ministros em labor ativo no campo, e [...] [conservar] trabalhando aqueles que já são ordenados para o serviço. Podemos facilmente considerar essas questões -- quanto se requer para manter nossa família, de acordo com os membros dessa família. Então que se atue de acordo com essa regra. Não consideremos nossas próprias coisas, mas aquilo que é dos outros. Pratiquemos a regra áurea, e façamos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem em circunstâncias semelhantes. FD 208 4 As fibrosas raízes do egoísmo se arraigarão onde quer que tenham a oportunidade. Desejamos cortar e exterminar cada fibra da raiz do egoísmo. FD 208 5 Se alguém é designado a um campo onde se veja privado de muitas coisas, e enviado ao campo por decisão da Associação, essa mesma autoridade deve assumir sua participação na responsabilidade de fazer com que esse mensageiro de Deus no campo, tanto quanto possível, desfrute o mesmo conforto e situação prazenteira que os membros dessa instituição desfrutam nas suas várias localidades. FD 209 1 Mas não se vê essa consideração cuidadosa, terna, esse discernimento solícito, em tais casos, como deveria haver. Se todos os que têm algo que ver com essas questões deixassem brilhar plenamente os raios do Sol da justiça dentro do coração, abririam as janelas na direção do céu e então difundiriam a luz de todas as formas possíveis aos outros, numa variedade de maneiras. FD 209 2 Todas essas coisas devem ser feitas, como foi proposto, para ajudar os estudantes a obterem educação, mas eu lhes pergunto: "Não devemos todos nós agir nesta questão desinteressadamente, e criar um fundo, e mantê-lo para dele tirar, nessas ocasiões?" Quando se vê um jovem, moço ou moça, que seja promissor, devemos adiantar ou emprestar a soma necessária, com a idéia de que seja empréstimo, e não donativo. Será melhor proceder assim. Então, quando for devolvida a importância, pode ser empregada para educar a outros. Mas esse dinheiro não deve ser tirado do dízimo, e sim de um fundo separado, criado para esse fim. Isso produziria uma sadia retidão, caridade e participação entre nosso povo. Tem de haver atenta consideração e um hábil ajuste da obra na causa de Deus em todos os seus departamentos. Não haja, porém, planos acanhados, mesquinhos, ao usar a porção consagrada para o sustento do ministério; pois então bem cedo o tesouro estará vazio. -- Mensagens Escolhidas 2:209. FD 209 3 A administração do caso do irmão Hickox segue os métodos humanos, não os métodos que o Senhor ordenou. Essa questão me foi apresentada de tal maneira que vejo o perigo de desviar o dízimo para um propósito qualquer, como foi sugerido. O Senhor não Se agrada da maneira como esse caso está sendo resolvido. Que o Senhor nos ajude a todos a ter a unção celestial, a fim de que nenhuma coisa assim se repita. FD 209 4 O irmão Farnsworth está pronto a declarar as decisões de mentes humanas, sem considerar todos os lados da questão para ver se há erros que possam ser cometidos. É muito séria a questão de como se lida com os discípulos do Senhor, aqueles que foram dedicados ao Seu serviço, para realizar a Sua obra. O que os levou a realizar esse tipo de trabalho? O Senhor não está nele. Houve manifestação de falta de fé porque havia um tesouro vazio. Agora, em nome de Jesus Cristo de Nazaré, os conclamo a não dedicar os meios que devem ser usados no sustento do evangelho a qualquer outro propósito, e que sua fé não falhe ao ver uma carência no suprimento de dízimos, dádivas e ofertas. -- Manuscript Releases 13:281-285. ------------------------Apêndice E -- O relacionamento entre Tiago e Ellen White FD 210 1 Pela primeira vez, o Patrimônio Literário de Ellen G. White publica, na íntegra, as cartas 64, 65, 66 e 67 de 1876. As cartas, assim como outras escritas por Tiago e Ellen White, foram escritas sem qualquer intenção de que fossem publicadas algum dia. Mas, nessas cartas, obtemos informações incomuns de como cristãos devotos lidavam com o estresse conjugal. Por meio dessas cartas, cremos que outros casais podem obter ânimo e aprender a lidar com suas tensões e conflitos. FD 210 2 Empenhamo-nos em colocar as cartas num contexto que mostre o genuíno amor e a afeição entre Tiago e Ellen White durante sua longa vida matrimonial, tanto antes como depois dos derrames de Tiago. Para entender os bastidores das cartas, pedimos-lhe que leia a seção completa, incluindo a declaração inicial. Tiago e Ellen White FD 210 3 Os olhos do Salvador estão sobre Tiago White -- Apresentaremos o seu caso a Deus, querido Tiago, toda vez que orarmos, e enviaremos nossas petições ao trono. Por vezes, tenho a bendita segurança de que Deus me ouviu orar, por meio de Seu querido Filho, e que Sua bênção repousa sobre você, aí em Dansville. Sinto a suave presença de Deus por vezes, quando oro, e a evidência de que Deus coloca sobre você o Seu amor. Embora esteja sofrendo, Jesus está com você, fortalecendo-o e sustentando-o com Seu todo-poderoso braço. Aquele que estendeu a mão para salvar Pedro de submergir nas turbulentas águas, salvará Seu servo que tanto trabalhou pelas pessoas e devotou sua energia à causa de Deus. Sim, Tiago, os olhos do compassivo Salvador estão sobre você. Ele é tocado com o sentimento das suas enfermidades. Ele o ama. Tem compaixão de você como nós não podemos ter. Ele o fará triunfar em Seu precioso nome. Tenha bom ânimo, meu pobre esposo sofredor, espere pacientemente um pouco mais, e verá a salvação de Deus. Sabemos em quem temos crido. Tudo sairá bem, no final. -- Manuscript Releases 10:28. FD 210 4 Ellen sente falta do "braço másculo" de Tiago durante a enfermidade dele -- Ontem, após deixar as carruagens, percorri vinte quilômetros na diligência. O cenário era belo. As árvores, com seus variados matizes, a bela vegetação perene entremeada com elas, a grama verde, as altas e majestosas montanhas, os elevados penhascos rochosos -- tudo é interessante aos olhos. Pude apreciar essas coisas, mas estou só. O braço forte e másculo sobre o qual sempre me apoiei, não me sustenta agora. As lágrimas são o meu quinhão, noite e dia. Meu espírito curva-se constantemente em aflição. Não posso aceitar que seu pai [Tiago White] desça à sepultura. Ah, quem dera que Deus tivesse piedade e o curasse! Edson, meu querido menino, entregue-se a Deus. Onde quer que tenha errado, reconheça isso francamente pela confissão e humildade. Achegue-se a Deus e una-se comigo em interceder junto a Ele por seu restabelecimento. Se nos humilharmos perante Deus e verdadeiramente nos arrependermos de todos os nossos erros, não Se sentirá Ele movido, por amor ao Seu querido Filho, a curar seu pai? -- Manuscript Releases 10:28, 29. FD 211 1 Edson instado a tratar o pai com brandura -- Querido Edson, não reaja asperamente, sob pretexto algum, com respeito à carta escrita por seu pai.* Conserve-se calado; espere e confie; seja fiel; faça toda concessão possível, mesmo que já o tenha feito antes; e que Deus lhe dê um coração brando e terno para com seu pobre, sobrecarregado, desgastado e exaurido pai. -- Manuscript Releases 10:29. FD 211 2 Tiago White, muito atencioso -- Meu esposo é muito atencioso para comigo, procurando de toda maneira tornar meu trabalho e viagens aprazíveis, atenuando a fadiga que causam. É muito alegre e bem disposto. Devemos agora trabalhar e preservar nossas forças com cuidado, pois há mais treze reuniões campais por assistir. -- Manuscript Releases 10:33. ------------------------Cartas FD 212 1 (Escritas nos dias 10, 12, 16e 17 de Maio de 1876) FD 212 2 Em 1973, uma coleção de aproximadamente 2.000 cartas, escritas entre 1860 e 1899, foi adquirida pelo Patrimônio Literário de Ellen G. White. Originalmente endereçadas para Lucinda Hall, uma das amigas mais íntimas de Ellen White, as cartas foram escritas por adventistas bem conhecidos, como Tiago e Ellen White, Kellogg, Loughborough, Amadon e Haskell. A história de como a coleção chegou ao Patrimônio Literário White foi contada pelo pastor Arthur White, na The Review and Herald, 16 de Agosto de 1973. FD 212 3 Nessa coleção, havia 48 cartas anteriormente desconhecidas, escritas por Ellen White. A maioria consiste de cartas noticiosas, como as que uma amiga escreve a outra. Mas Ellen considerava Lucinda mais do que uma amiga casual. No dia 14 de Julho de 1875, ela escreveu: FD 212 4 "Como gostaria de vê-la, Lucinda. [...] Como senti sua falta nesta viagem. Não que não tenha amigos, mas você é a mais chegada e querida, próxima de minha família, e não faria diferença se fizesse parte dela e meu sangue corresse em suas veias". -- Carta 48, 1875; Manuscript Releases 10:33. FD 212 5 Devido à sua proximidade especial com Lucinda, Ellen White desabafou para a amiga algumas questões familiares, numa série de quatro cartas escritas entre 10 e 17 de Maio de 1876. Considerando as circunstâncias com as quais se esforçava para conviver na época, era muito humano que Ellen White fizesse isso. Mas, apenas um dia após ter escrito a terceira carta, arrependeu-se do que fizera. Na última da série, datada de 17 de Maio de 1876, Ellen White começou dizendo: FD 212 6 "Lamento ter escrito essas cartas. Fossem quais fossem os meus sentimentos, eu não precisaria ter incomodado você com elas. Queime todas as minhas cartas, e não mais lhe relatarei questões que me deixam perplexa. [...] Não serei culpada de proferir uma palavra novamente, sejam quais forem as circunstâncias. O silêncio, em todas as coisas de natureza desagradável ou desconcertante, tem sido sempre uma bênção para mim. Quando me afasto desse procedimento, tenho que lamentar muito". -- Carta 67, 1876. FD 212 7 Mas Lucinda não destruiu as cartas, conforme a solicitação. Foi assim que passaram a ser propriedade do Patrimônio Literário White, em 1973. O Patrimônio, sem saber como lidar com essas quatro cartas, deixou-as de lado, e não as colocou no arquivo costumeiro. Desde então, alguns têm sugerido que o Patrimônio White queime as cartas, em harmonia com o pedido original de Ellen White. Mas outros acham que as cartas devem ser preservadas, por duas razões: (1) A situação enfrentada pelo Patrimônio Literário White é diferente daquela de Lucinda Hall. Foi feito a Lucinda o pedido para queimar as cartas. Como ela não o fez, a comissão do Patrimônio White devia considerar o pedido à luz de sua própria situação. Os críticos poderiam acusar o Patrimônio de destruir não apenas essas cartas, mas outras correspondências e manuscritos; (2) O relato de como Ellen White enfrentou um período extremamente difícil de sua vida poderia ser um auxílio a pessoas que estivessem vivendo circunstâncias semelhantes hoje. FD 213 1 Como muitas pessoas estão a par da situação familiar com a qual Ellen White lutava na época, e com a esperança de que outros que estejam vivendo circunstâncias semelhantes hoje recebam coragem através delas, num contexto adequado para ajudar a entendê-las, essas cartas estão sendo aqui disponibilizadas. O contexto das cartas FD 213 2 Qualquer pessoa que tenha lidado com vítimas de derrame pode identificar-se com Ellen White quando ela escreveu: "Não perdi o amor por meu esposo, mas não consigo explicar as coisas". -- Carta 67, 1876. Uma semana antes, ela escrevera: "Não posso deixar de ter apreensão quanto ao perigo do humor instável de Tiago". -- Carta 64, 1876. Para a esposa e os associados, foi muito difícil entender a mudança de personalidade revelada por Tiago White nos anos após 1865, durante os quais sofreu vários derrames. FD 213 3 Antes da enfermidade, Tiago White era um líder dinâmico e vigoroso. Após seus derrames, porém, experimentou graves mudanças de personalidade. De tempos em tempos, parecia voltar à sua antiga maneira de ser, porém, com freqüência, se mostrava desconfiado e exigente. Era essa a situação que Ellen White enfrentava na época em que escreveu as quatro cartas para Lucinda. FD 213 4 Sem fazer rodeios, Tiago White se expressava com frequência de modo veemente. Em sua autobiografia, escreveu o seguinte acerca de um homem que o criticara: FD 213 5 "Ver um homem tosco, empedernido, possuindo em sua natureza uma ternura pouco maior que a de um crocodilo, e destituído de formação moral e religiosa quase tanto quanto uma hiena, derramando lágrimas hipócritas para impressionar, é suficiente para provocar diversão ao mais circunspecto santo". -- LI, 115, 116. FD 213 6 A força da personalidade de Tiago White foi um patrimônio de valor incalculável durante os anos de formação da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Com as visões de sua esposa a desafiá-lo constantemente, o pastor White deu início às publicações, erigiu instituições, promoveu a organização da igreja e alimentou espiritualmente o rebanho. Além disso, atuou por dez anos como presidente da Associação Geral. (A história de sua vida é contada por Virgil Robinson, numa biografia intitulada James White, publicada pela editora Review and Herald, em 1976.) FD 214 1 Mas, quando essa forte personalidade, alterada por uma série de derrames, voltou-se contra a família e associados -- incluindo a esposa -- Ellen viu sua força e paciência distendidas quase ao limite. Uma pessoa que leia apenas estas quatro cartas obterá, certamente, um quadro distorcido do relacionamento entre Tiago e Ellen White. Deve-se conservar em mente o tipo de declaração como a que segue, escrita por Tiago acerca de Ellen: FD 214 2 "O casamento marca uma importante etapa na vida dos homens. 'O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor'. Provérbios 18:22. [...] Casamo-nos no dia 30 de Agosto de 1846 e, daquela hora até o presente, ela tem sido meu diadema de júbilo". -- Lar sem Sombras, 125, 126. FD 214 3 Mesmo na enfermidade, Tiago percebeu que, por vezes, seus atos não estavam em harmonia com suas boas intenções. Em 1879, escreveu aos filhos: FD 214 4 "Desejo agora chamar-lhes a atenção para um assunto de grave importância. Provavelmente, queridos filhos, posso ter errado em algumas coisas cortantes que escrevi, relativas aos erros de cabeças mais jovens. É da minha natureza revidar quando pressionado além da medida. Bem que gostaria de ser um homem melhor". -- Tiago White para Willie e Mary, 27 de Fevereiro de 1879. FD 214 5 Não sabemos tudo o que aconteceu após ter sido escrita a quarta carta, mas, em menos de dez dias, Ellen estava ao lado do esposo na reunião campal de Kansas. FD 214 6 No dia 16 de maio, o mesmo dia em que foi escrita a terceira das quatro cartas para Lucinda, Ellen escreveu para o esposo: FD 214 7 "Aflige-me o fato de eu ter dito ou escrito algo que o afligisse. Perdoe-me, e serei cautelosa para não abordar qualquer assunto que o incomode ou angustie". -- Carta 27, 1876. FD 214 8 Tiago, desafortunadamente, nunca se recuperou por completo de sua enfermidade. Tinha alguns dias bons, mas esses eram entremeados com períodos de depressão. Um comentário, feito pelo presidente da Associação Geral, dois anos após a morte de Tiago White, indica a interpretação compreensiva que seus colegas próximos davam aos seus atos induzidos pela doença: FD 214 9 "Nosso querido Irmão White achava que éramos seus inimigos porque não víamos as coisas como ele. Nunca lancei qualquer acusação contra esse homem de Deus, esse nobre pioneiro que tão arduamente trabalhou por esta causa. Atribuo tudo à sua doença e enfermidade" G. I. Butler para J. N. Andrews, 25 de Maio de 1883. FD 215 1 Essa visão geral das circunstâncias nas quais Ellen White escreveu as quatro cartas para Lucinda Hall (10 a 17 de Maio de 1876) é breve, mas cremos que apresenta uma perspectiva necessária para os leitores que examinam as únicas cartas que Ellen White solicitou que fossem queimadas. Patrimônio Literário de Ellen G. White, 6 de Agosto de 1987 FD 215 2 Querida Irmã Lucinda: Recebemos sua carta ontem à noite. Também recebemos uma de Tiago. Lucinda, não tenho planos, agora, de trocar uma certeza por uma incerteza. Posso escrever mais, e estou livre. Se eu tiver de ir para o Leste, a felicidade de Tiago pode repentinamente transformar-se em queixas e irritação. Estou completamente desgostosa com esse estado de coisas, e não pretendo me colocar onde houver o menor risco de que ocorra. Quanto mais penso no assunto, mais resolvida e determinada me sinto, a menos que Deus me dê luz, de permanecer onde estou. Posso nunca ter uma oportunidade como esta com que Deus me favoreceu no momento. Devo trabalhar conforme Deus dirige. Rogo e suplico por luz. Se for meu dever assistir às reuniões campais, saberei. FD 215 3 Mary agora está segura. Posso perdê-la se eu for para o Leste. Satanás tem-me impedido por longos anos de escrever, e agora não me posso desviar disso. Não posso deixar de ter apreensão quanto ao perigo do humor instável de Tiago, seus fortes sentimentos, suas censuras, sua maneira de me ver à luz de suas idéias, falando-me francamente de estar eu sendo conduzida por um espírito errado, dizendo que lhe restrinjo a liberdade, etc. Não é fácil passar por cima de tudo isso e colocar-me voluntariamente na posição em que ele seja um estorvo no meu caminho e eu no dele. FD 215 4 Não, Lucinda, não participarei de reuniões campais nesta temporada. Deus, em Sua providência, tem-nos dado a cada um nosso trabalho, e o faremos separadamente, independentemente. Ele está feliz, eu estou feliz; mas a felicidade pode transformar-se totalmente caso nos encontremos, receio eu. Valorizo seu discernimento, mas devo ser deixada livre para fazer o meu trabalho. Não suporto o pensamento de prejudicar a obra e a causa de Deus com tal depressão como a que tenho experimentado, de maneira totalmente desnecessária. Meu trabalho está em Oakland. Não me moverei um passo na direção leste a menos que o Senhor diga: "Vai". Então, sem murmurar, irei alegremente; não antes. FD 215 5 Grande parte da utilidade da minha vida se perdeu. Se Tiago se houvesse retratado, seria diferente. Ele disse que não devemos procurar controlar um ao outro. Não reconheço tê-lo feito, mas ele sim, e muito mais. Nunca me senti como agora, acerca desse assunto. Não posso ter confiança no discernimento de Tiago com referência ao meu dever. Ele parece querer mandar em mim como se eu fosse criança -- diz que não devo vir para cá, que devo ir para o Leste, por receio quanto à influência da irmã Willis ou por medo de que eu vá para Petaluma, etc. Espero que Deus não me haja deixado a receber minhas incumbências através do meu marido. Ele me ensinará, se eu nEle confiar. FD 216 1 Estou alegre e feliz. Meus nervos estão se acalmando. Meu sono é tranqüilo. Minha saúde é boa. Espero não ter escrito nada errado, mas são estes os meus sentimentos, e ninguém sabe, a não ser você, alguma coisa sobre isso. Que o Senhor me ajude a agir e sentir corretamente. Se as coisas fossem diferentes, eu sentiria ser meu dever ir às reuniões campais. Assim como estão, não tenho o dever. Deus me abençoa no meu trabalho. Se eu receber luz num sonho ou de outra maneira, seguirei alegremente a luz. Deus vive e reina. Responderei ao Seu chamado e buscarei fazer Sua vontade. Afetuosamente. -- Carta 64, 1876, 10 de Maio de 1876. Querida Irmã Lucinda: FD 216 2 Gostaria que você me mandasse algumas notícias. Escreva com freqüência. FD 216 3 Decidi permanecer aqui e não assistir a nenhuma das reuniões campais. Não me atrevo a ir para o Leste sem a garantia de que Deus gostaria que eu fosse. Sinto-me perfeitamente disposta a ir, se a luz brilhar nessa direção. Mas o Senhor sabe o que é melhor para mim, para Tiago e para a causa de Deus. Meu esposo está feliz agora -- bendita notícia. Se ele tão-somente continuar feliz, eu estaria disposta a permanecer longe dele. Se a minha presença é prejudicial à sua felicidade, Deus me impeça de estar ligada a ele. Farei meu trabalho conforme Deus me conduzir. Ele pode fazer o seu trabalho conforme Deus o conduzir. Não nos colocaremos no caminho um do outro. Meu coração está firme, confiante em Deus. Esperarei que Deus abra o caminho diante de mim. FD 216 4 Creio que meu esposo não deseja realmente a minha companhia. Ele se alegraria se eu estivesse presente às reuniões campais, mas tem algumas idéias a meu respeito, como já as expressou livremente, de que não me sinto feliz na sua companhia, e nunca poderei, enquanto ele não encarar a questão de modo inteiramente diferente. Ele põe a culpa de boa parte de sua infelicidade sobre mim, quando ele mesmo a produziu por sua falta de autocontrole. Essas coisas existem, e não posso viver em harmonia com ele até que ele veja as coisas de maneira diferente. Não posso ser e não serei uma entrevada como tenho sido. -- Carta 65, 1876, 12 de Maio de 1876. Querida Lucinda: FD 216 5 Uma carta que recebi do meu esposo ontem à noite mostra que ele está preparado para mandar em mim e assumir posições mais exasperantes do que nunca. Decidi não assistir a nenhuma reunião campal nesta temporada. Ficarei aqui e escreverei. Meu esposo pode trabalhar melhor sozinho. Tenho certeza de que eu posso. FD 217 1 Ele escreve [que] Walling quer que eu leve as crianças para a planície, a fim de assistirem ao Centenário. Mas elas atravessaram a planície pela última vez, pagando cinqüenta dólares. Se ele as quer, pode vir buscá-las. Eu poderia enviá-las com o irmão Jones, mas seria para não tê-las mais sob meus cuidados. Tenho muita preocupação em preparar essas crianças para uma viagem que seja. Tiago não expressou sua idéia quanto à questão. Ele desaprova os esboços em Signs. Deveria parar exatamente aqui. Ele só menciona uma coisa, a inclusão do nome de [Israel] Dammon. Acho que ele ficaria satisfeito se me pudesse controlar por completo, alma e corpo, mas isso ele não pode. Às vezes, acho que ele não é realmente um homem equilibrado, mas não sei. Que Deus me mostre, conduza e guie. A última carta dele me fez decidir categoricamente permanecer deste lado das montanhas. FD 217 2 Nas cartas para mim, ele tem escrito asperamente a respeito de Edson, e depois diz que não escreveu para me desafiar. Não queria que eu fizesse qualquer referência a Edson. Eu escrevi assim -- dou-lhe as palavras, pois ele devolveu a carta: "Se estiver feliz, por favor mostre-se agradecido e não agite questões desagradáveis sobre as quais se sente impelido a me escrever, e nem faça referência a elas. Por favor, tome os mesmos cuidados a seu respeito. Quando desejar fazer essas declarações com referência ao seu próprio filho, por favor deponha a pena e pare exatamente aí. Creio que Deus ficaria mais satisfeito, e isso não causaria dano à sua alma. Deixe-me ser guiada pelo Senhor com referência a Edson, pois ainda creio na Sua mão guiadora e tenho confiança em que Ele me conduzirá. A mesma mão guiadora é a minha confiança." FD 217 3 Ele se sente impelido a me alertar quanto ao perigo de eu ser iludida por Edson e enganada por ele. Ele acha que deve me escrever acerca do meu risco de ser enganada pela irmã Willis, com respeito a ser chamada para Petaluma, etc. Espero [que] por ocasião da partida do meu esposo, ele não tenha levado a Deus consigo e nos deixado a andar à luz de nossos próprios olhos e com a sabedoria de nosso coração. FD 217 4 Em sua última [carta] ele repete [que] não deseja que eu faça qualquer referência ao que ele escreve, até "ver as coisas de modo diferente. E tenha certeza disto, de que nenhuma dessas coisas me faz perder um fio de cabelo. Ficarei feliz por encontrar você e Mary na reunião campal de Kansas, desde que, exceto por uma revelação direta de Deus, me coloque no mesmo nível que você ocupa. Alegremente trabalharei com você, mas, embora encarregado da supervisão do trabalho todo, acho errado ser o segundo nas opiniões particulares de qualquer um. Neste momento, posso ser dobrado pela vontade da infalibilidade alheia. Não mais entrarei em controvérsias com minha querida esposa. Ela pode chamar isto de uma ironia e agir a seu modo. Se ela não gosta da minha posição com referência a Edson ou a outras questões, faria o favor de [manter] sua opinião para si mesma e deixar que eu tenha a minha? Suas observações me provocaram. E agora, que não suporta que eu fale com igual franqueza, basta. FD 218 1 "Quanto à sua vinda para Kansas, não me sinto nem um pouco ansioso. A julgar pelo que concluo dessa última página, acho que podemos trabalhar melhor separados do que juntos, até que você abandone seus contínuos esforços em me condenar. Quando tiver uma mensagem do Senhor para mim, espero estar onde eu estremeça diante de Sua palavra. Mas, fora isso, deve permitir que eu seja igual a você, ou então é melhor trabalharmos sozinhos. FD 218 2 "Não continue ansiosa quanto ao fato de eu me deter em questões desagradáveis. Tenho-as no coração. Enquanto eu permanecer no palco da ação, usarei a velha e boa cabeça que Deus me deu, até que Ele revele que estou errado. Sua cabeça não se encaixa nos meus ombros. Conserve-a no devido lugar, e eu procurarei honrar a Deus usando a minha. Ficarei contente com suas notícias, mas não perca seu precioso tempo e forças repreendendo-me em questão de meras opiniões." FD 218 3 E há mais coisas do mesmo tipo. FD 218 4 Bem, Lucinda, minha direção está clara. Não cruzarei a planície neste verão. Ficaria feliz por dar meu testemunho nas reuniões, mas isso não aconteceria sem resultados piores. FD 218 5 Por que você não me escreve algo com referência a essas coisas? Por que permanece tão calada? Como está a saúde de Tiago? Tive um sonho que me perturbou, em relação com Tiago. FD 218 6 O que pensa a respeito das crianças? Apressadamente. -- Carta 66, 1876, 16 de Maio de 1876. FD 218 7 [As seguintes frases estão escritas na margem da primeira página da carta.] "May não gosta desse arranjo de Walling, de mandar a família para o Centenário. Ela não quer ver Walling, e se opõe a ir para o Leste. Eu não irei para o Leste. Estou decidida. Não recebi luz quanto a ir para algum lugar. EGW." Querida irmã Lucinda: FD 218 8 Lamento ter escrito essas cartas. Fossem quais fossem os meus sentimentos, eu não precisaria haver incomodado você com elas. Queime todas as minhas cartas, e não mais lhe relatarei questões que me deixam perplexa. O Portador [de pecados] é o meu refúgio. Ele me convida a ir a Ele para repousar quando estou cansada e sobrecarregada. Não serei culpada de proferir uma palavra novamente, sejam quais forem as circunstâncias. O silêncio, em todas as coisas de natureza desagradável ou desconcertante, tem sido sempre uma bênção para mim. Quando me afasto desse procedimento, tenho que lamentar muito. FD 219 1 Quando você partiu, sabia que não havia ninguém com quem eu pudesse conversar, por mais aflita que me sentisse; mas isso não é desculpa. Escrevi para Tiago uma carta de confissão. Você pode ler todas as cartas que vêm de Oakland para ele, e depois enviá-las [para ele] onde estiver. Não sei aos cuidados de quem mandar cartas para Kansas. FD 219 2 Ontem à noite, recebi uma carta de Tiago expressando um tom muito [diferente] de sentimentos. Mas não me atrevo a atravessar a planície. É melhor para nós dois estarmos separados. Não perdi o amor por meu esposo, mas não consigo explicar as coisas. Não assistirei a nenhuma das reuniões campais do Leste. Permanecerei na Califórnia, para escrever. FD 219 3 As últimas cartas fizeram com que me decidisse plenamente. Considero-as a luz que pedi. Eu teria ido à reunião de Kansas, mas me senti impedida de partir. Está certo. O Senhor sabe o que é melhor para todos nós. FD 219 4 Não tenho certeza de que era seu dever ir para o Leste, quando foi. Se você tivesse permanecido, eu poderia ter realizado muito mais. Compreendo, porém, todas as circunstâncias, e não tenho uma palavra de censura para lançar sobre você ou meu esposo ou qualquer outra pessoa. FD 219 5 Tenho escrito, freqüentemente, vinte páginas por dia. Deixei de lado Sketches of Life. Mandamos mais duas provas [do testemunho]. Uma prova mais o completará. Mary Clough continua a mesma; ela trabalha com interesse e disposição. Shew se mostra cada vez mais um precioso auxiliar; não sei como manteríamos a casa sem ele. Ele faz pão, excelentes tortas, pãezinhos doces, e cozinha legumes. Tudo o que lhe estão pagando até agora são dois dólares por semana, e nas duas últimas semanas, dois e meio. Pagarão três dentro de mais duas semanas. Mary [o está ensinando] a cozinhar. Ele é caprichoso; toma conta da casa toda. FD 219 6 Onde está Frankie Patten? Ela virá ou não? Por que você não diz algo sobre essas coisas? FD 219 7 Carinho para todos. -- Carta 67, 1876, 17 de Maio de 1876. FD 219 8 De Oakland, Califórnia, Ellen escreveu o seguinte para "Querido Esposo", no dia 16 de Maio de 1876, mesmo dia em que foi escrita a terceira carta para Lucinda Hall. FD 219 9 Aflige-me o fato de eu ter dito ou escrito algo que o afligisse. Perdoe-me, e serei cautelosa para não abordar qualquer assunto que o incomode ou angustie. Estamos vivendo num tempo muitíssimo solene e não podemos ter diferenças que separem nossos sentimentos, em nossa idade avançada [Ellen tinha 48, e seu marido 54 anos de idade, quando esta carta foi escrita]. Posso não ver todas as coisas como você as vê, mas não creio que seria minha função ou dever tentar fazer com que você veja como vejo e sinta como sinto. Se eu tiver feito isso, desculpe-me. FD 220 1 Desejo um coração humilde, um espírito manso e quieto. Se em alguma ocasião permiti que meus sentimentos se exaltassem, foi um erro. Jesus disse: "Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma". Mateus 11:29. FD 220 2 Desejo que o eu se oculte em Jesus. Desejo que o eu seja crucificado. Não reivindico infalibilidade ou mesmo perfeição do caráter cristão. Não estou isenta de erros e equívocos na minha vida. Tivesse eu seguido meu Salvador mais de perto, não teria que lamentar tanto a minha dessemelhança com Sua preciosa imagem. FD 220 3 O tempo é breve, muito breve. A vida é incerta. Não sabemos quando se encerrará nosso tempo de graça. Se andarmos humildemente diante de Deus, Ele nos permitirá encerrar nossos labores com júbilo. Não mais traçarei uma linha ou expressão numa carta para afligir você. Mais uma vez repito, perdoe-me por toda palavra ou ato que lhe magoou. FD 220 4 Tenho fervorosamente orado por luz com referência a ir para o Leste, e agora decidi que meu trabalho é aqui, para escrever e fazer as coisas que o Espírito de Deus ditar. Busco sinceramente a vida superior. Mary e eu estamos trabalhando tanto quanto podemos. Deus, em Sua providência, deu-me o meu trabalho. Não ouso deixá-lo. Oraremos para que Deus o sustenha, mas não vejo luz para mim no Leste. -- Manuscript Releases 20:23. FD 220 5 Alguns dias mais tarde, Ellen aparentemente mudou de idéia e se uniu ao seu esposo para a série de reuniões campais do verão de 1876. Cumpriram compromissos em 14 reuniões campais, trabalhando em perfeita harmonia. Retornando a Battle Creek, cumpriram os prazos de publicação do Spirit of Prophecy, v. 2. E voltaram juntos para a Califórnia, onde reassumiram o trabalho. FD 220 6 Tiago White recupera-se de outro derrame -- Nossa reunião campal terminou. Estamos todos em casa novamente. Papai enfrentou a reunião campal tão bem quanto se poderia esperar. Ele se recupera muito lentamente -- não come o suficiente para manter as forças. Realizamos preciosas reuniões de oração em seu favor e nossa fé está sendo testada, mas não desanimamos. FD 220 7 Estou satisfeita porque ele teve um ataque de paralisia. Está muito quieto, nada exigente, mas paciente, terno e bondoso. O atendimento recai principalmente sobre mim. Ele parece sentir que, se estou ao seu lado, ele se tranqüiliza. Mas nossa fé reclama as promessas de Deus por seu completo restabelecimento. Cremos que assim será. Deus tem uma grande obra para ele e para mim. Teremos forças para executá-la. FD 220 8 Deus tem-me ajudado a carregar meu duplo fardo, nas cinco reuniões campais a que assisti. Sinto-me com a maior coragem. Tenho trabalhado excessivamente e Deus me ajuda. Pretendo agora terminar meu livro e depois deixar de escrever por um pouco. -- Manuscript Releases 10:36, 37. FD 221 1 Tiago White volta a ser ele mesmo -- Falei com grande espontaneidade por uma hora. Todos estavam profundamente atentos. Mas a melhor parte da questão foi que Papai foi à plataforma, cantou e orou como ele mesmo. Isso é obra de Deus, e Seu nome receberá toda a glória. -- Manuscript Releases 10:36. FD 221 2 Algumas semanas após a morte de Tiago White -- Sinto cada vez mais a falta de Papai. Sinto especialmente a sua perda aqui, nas montanhas. Acho uma coisa muito diferente estar nas montanhas com meu esposo e nas montanhas sem ele. Tenho plena convicção de que minha vida estava tão entrelaçada e entretecida com a de meu esposo, que é praticamente impossível que ela signifique alguma grande coisa sem ele. -- Carta 17, 1881. FD 221 3 Anos após a morte de Tiago White -- Então meu marido, o fiel servo de Jesus Cristo, que por trinta e seis anos estivera ao meu lado, foi-me arrebatado, e fui deixada a labutar sozinha. Ele dorme em Jesus. Não tenho lágrimas para derramar sobre o seu túmulo. Quanto, porém, lhe sinto a falta! Como almejo suas palavras de conselho e sabedoria! Como desejaria ouvir suas orações unidas às minhas, pedindo luz e guia, sabedoria para saber como planejar e dirigir a obra! -- Mensagens Escolhidas 2:259. FD 221 4 Meu esposo faleceu em 1881. Desde então, tenho realizado mais trabalho do que em toda a minha vida anterior, assumindo responsabilidades, escrevendo e publicando livros. Quando meu esposo estava à morte, prometi-lhe que, com o auxílio dos meus dois filhos, levaria avante a obra que ele e eu realizávamos unidos, se o Senhor Se agradasse em me dar forças. Não tenho considerado a minha comodidade. Tenho-me recusado a falhar ou ficar desanimada. Não me foi contado com palavras que verei meu esposo na Cidade de Deus. Espero não necessitar da evidência de palavras para ter essa certeza. Tenho a evidência da Palavra de Deus de que meu esposo amou a verdade e guardou a fé. E tenho a certeza de que, se eu prosseguir confiante e fielmente, fazendo a vontade de Deus como fiel mensageira, meu esposo e eu nos reuniremos no reino de Deus. Não tenho uma partícula de dúvida quanto ao preparo do meu esposo ao depor a armadura. FD 221 5 O ano [seguinte] ao do falecimento do meu esposo foi o mais penoso que já vivi. Todavia, desde que o poder doador de vida veio sobre mim na grande tenda na reunião campal de Healdsurg, tenho sentido, de modo especial, que o Senhor me poupou a vida a fim de que levasse uma mensagem definida, e que os anjos de Deus estão ao meu lado. Não fosse a evidência de que o Senhor é o meu auxiliador, não poderia trabalhar como trabalho. Enquanto Ele me poupar a vida, desempenharei fielmente o meu dever. Não estou fazendo a minha obra, mas a obra do Senhor. FD 222 1 Agora, minha irmã, temos o direito de tomar o Senhor por Sua palavra. Jamais pedi que Deus me revelasse se serei salva, ou se meu esposo se salvará. Creio que, se viver em obediência aos mandamentos de Deus, e não desanimar, porém andar na luz como Cristo está na luz, encontrarei por fim meu Salvador e Lhe verei a face. Para isso me esforço. Não confiarei no homem ou farei da carne a minha arma. Tenho a promessa de que, se for fiel em levar as mensagens que Deus me dá, receberei a coroa da vida. Receber essa coroa depende de eu crer na mensagem da verdade e receber pela fé a promessa de Deus, de que terei Sua graça para sustentar-me ao desempenhar os deveres que requer de mim. Se me desincumbir fielmente do meu dever, aquilo que os outros escolherem fazer não será lançado na minha conta por não tê-los advertido. -- Carta 82, 1906.*