------------------------Testemunhos para a Igreja, 6 T6 3 1 Breve Histórico do vol. 6 T6 9 1 Capítulo 1 -- O Propósito de Deus na Igreja T6 14 1 Capítulo 2 -- A Obra Para o Tempo Atual T6 23 1 Capítulo 3 -- Expansão dos Trabalhos nos Campos Estrangeiros T6 31 1 Capítulo 4 -- A Reunião Campal T6 72 1 Capítulo 5 -- A Sequência da Reunião Campal T6 87 1 Capítulo 6 -- Menos Pregação e Mais Ensino T6 89 1 Capítulo 7 -- Institutos ministeriais T6 91 1 Capítulo 8 -- O Batismo T6 100 1 Capítulo 9 -- A Construção de Capelas e Igrejas T6 105 1 Capítulo 10 -- Reuniões Para Crianças T6 110 1 Capítulo 11 -- A Obra de Temperança T6 112 1 Capítulo 12 -- Lições Práticas da Reforma de Saúde T6 114 1 Capítulo 13 -- Mulheres Como Obreiras Evangélicas T6 119 1 Capítulo 14 -- O Ensino da Religião do Lar T6 120 1 Capítulo 15 -- Enfrentando oposição T6 124 1 Capítulo 16 -- A Parábola da Ovelha Perdida T6 126 1 Capítulo 17 -- A Necessidade de Reforma na Educação T6 141 1 Capítulo 18 -- Obstáculos à Reforma T6 152 1 Capítulo 19 -- O Caráter e a Obra do Professor T6 162 1 Capítulo 20 -- Palavras de Um Instrutor Celestial T6 168 1 Capítulo 21 -- Escolas Com Internato T6 176 1 Capítulo 22 -- A Reforma Industrial T6 181 1 Capítulo 23 -- A Fazenda da Escola de Avondale T6 193 1 Capítulo 24 -- Escolas Junto às Igrejas T6 206 1 Capítulo 25 -- Administração e Finanças Das Escolas T6 219 1 Capítulo 26 -- O Plano de Deu Para as Instituições Médicas T6 229 1 Capítulo 27 -- A Obra Espiritual do Médico T6 235 1 Capítulo 28 -- Unidade em Nossa Obra T6 243 1 Capítulo 29 -- Responsabilidade dos Obreiros Médicos T6 254 1 Capítulo 30 -- A Necessidade do Mundo T6 261 1 Capítulo 31 -- A Necessidade da Igreja T6 269 1 Capítulo 32 -- O Dever Para Com os da Nossa Fé T6 273 1 Capítulo 33 -- Nosso Dever Para Com o Mundo T6 281 1 Capítulo 34 -- O Cuidado dos Órfãos T6 288 1 Capítulo 35 -- A Obra Médico-Missionária e a Terceira Mensagem Angélica T6 294 1 Capítulo 36 -- Negligência da Igreja e do Ministério T6 305 1 Capítulo 37 -- A Recompensa do Serviço T6 313 1 Capítulo 38 -- Importância da Obra de Colportagem T6 317 1 Capítulo 39 -- Qualificações do Colportor T6 321 1 Capítulo 40 -- O Colportor Como Obreiro evangélico T6 326 1 Capítulo 41 -- Esforços Unidos na Colportagem T6 329 1 Capítulo 42 -- Reavivamento da Obra de Colportagem T6 341 1 Capítulo 43 -- Demonstrando Hospitalidade T6 349 1 Capítulo 44 -- A Observância do Sábado T6 369 1 Capítulo 45 -- Reavivamento da Reforma de Saúde T6 380 1 Capítulo 46 -- A Importância da Educação da Voz T6 384 1 Capítulo 47 -- Dando a Deus o Que lhe Pertence T6 392 1 Capítulo 48 -- Cristo em Toda Biblia T6 394 1 Capítulo 49 -- Nossa Atitude Para Com as Autoridades Civis T6 402 1 Capítulo 50 -- A Palavra de Deus é Suprema T6 404 1 Capítulo 51 -- Preparação Para a Crise Final T6 411 1 Capítulo 52 -- Jovens no ministério T6 417 1 Capítulo 53 -- A Igreja e o ministério T6 421 1 Capítulo 54 -- Atividades Missionárias Nacionais T6 440 1 Capítulo 55 -- O Crescimento das Insta;ações T6 445 1 Capítulo 56 -- Auxílio Para o Campo Missionário T6 454 1 Capítulo 57 -- A Casa Publicadora da Noruega T6 463 1 Capítulo 58 -- O Sanatório Dinamarquês T6 468 1 Capítulo 59 -- A Ajuda a Nossas Escolas T6 479 1 Capítulo 60 -- O Direito Conferido Pela Redenção ------------------------Breve histórico do volume seis T6 3 1 Este volume apresenta testemunhos escritos por Ellen G. White durante sua estada na Austrália. Exceto por alguma referência ocasional ao campo local, o leitor não detectaria que a autora se encontrava em outro continente, já que a orientação é de alcance mundial. Constitui um fato, entretanto, que as revelações dadas à senhora White possuíam especial significado para questões da época e para o desenvolvimento do trabalho no tempo em que o livro foi escrito. É compreensível, portanto, que se encontrem representados neste volume tópicos relacionados com linhas de trabalho que estavam sendo desenvolvidas no campo australiano durante aquele período. A publicação do livro ocorreu na fase final do ano 1900, logo após haver a senhora White retornado aos Estados Unidos. T6 3 2 Em seu arranjo por tópicos, o sexto volume é um tanto diferente dos cinco anteriores. Até esse tempo os testemunhos haviam aparecido em primeiro lugar sob a forma de panfletos e pequenos livros, à medida que os conselhos eram progressivamente dados à igreja. Os artigos eram geralmente publicados em ordem cronológica, lidando com praticamente todas as fases da experiência cristã e com cada uma das linhas de atuação denominacional. Quando o conteúdo dessas trinta e três publicações foi reimpresso sob a forma dos volumes 1 a 5, a ordem original manteve-se inalterada. Bom número de artigos eram comunicações dirigidas originalmente a indivíduos e mais tarde publicadas para a igreja, já que os casos apresentados ilustravam a experiência de muitos outros. Alguns dos artigos lidavam com situações locais e assuntos especiais. Houve alguma repetição de pensamentos, pois importantes linhas de verdade foram destacadas vez após outra à igreja que se encontrava sob o perigo de negligenciar alguma linha de trabalho ou de rebaixar algum padrão. Esses testemunhos produziram rico fruto na vida dos adventistas do sétimo dia e na atividade da denominação. T6 3 3 Com a publicação do sexto volume, onze anos depois do lançamento do volume 5, os Testemunhos ganharam outra forma. A obra da denominação, agora assumindo alcance mundial, apresentava problemas que requeriam considerável conselho e instrução em certas linhas particulares. Isso representou em grande medida uma amplificação das linhas de instrução apresentadas em anos anteriores, e uma renovada ênfase nos conselhos. Conseqüentemente, não foi difícil, ao serem reunidos os artigos do volume 6, arranjá-los sob a forma de tópicos. T6 4 1 Para que a senhora White pudesse prestar assistência na implantação de uma escola na Austrália, foi pedido que ela se deslocasse para aquele campo em 1891. Ela começou direcionando apelos e colaborando na formulação dos planos. Como era um campo novo, havia pouca experiência passada para influenciar nos projetos. Sob essas circunstâncias favoráveis, e com os conselhos do espírito de profecia para guiar e proteger, foi estabelecido o Colégio Missionário Australiano, numa região rural. A partir desse centro de treinamento, a juventude australiana, com base na educação prática adquirida em Avondale, deveria servir nos campos do país e penetrar nas espalhadas e distantes ilhas do Pacífico Sul. No tocante a seu ambiente rural, em seu abrangente programa industrial e em alguns outros aspectos, a escola de Avondale deveria tornar-se uma instituição modelar. Conforme a instrução concernente à condução de nossa obra educacional ia sendo apresentada vez após outra para guiar e moldar a instituição, trazendo muitos detalhes de localização, finanças, currículo, disciplina e administração, foi ela sendo incluída neste volume, para benefício da igreja em todo o mundo. T6 4 2 Quando a senhora White chegou às praias australianas, encontrou uma obra adequadamente iniciada, porém ainda em sua infância. No agressivo programa evangelístico que se desenvolvia e era estimulado, não apenas os evangelistas estavam envolvidos, como ainda em não poucos casos uniam-se a eles suas esposas, em administrar estudos bíblicos e por vezes também na pregação. Várias reuniões campais bem planejadas ocorriam, as quais tinham uma seqüência cuidadosa, de modo a conservar a colheita. Ocorriam muitas conversões, seguidas de batismos e da organização de novas igrejas, bem como da construção de capelas e igrejas. T6 5 1 Não apenas no planejamento do trabalho era sentida a influência do Espírito de Profecia, como ainda a senhora White assumia participação ativa na pregação, no trabalho pessoal, e ajudando no levantamento de fundos para a construção de novas igrejas. Conselhos relacionados com essa fase de nossa obra são encontrados no presente volume. T6 5 2 Foi nos tempos do volume 6 que os adventistas do sétimo dia se tornaram mais conscientes da sua missão e entenderam que o mundo inteiro era seu campo de trabalho. A construção e inauguração do barco missionário, "Pitcairn", na Califórnia, em 1890, incendiou a imaginação da juventude e dos idosos, focalizando a atenção num programa missionário que abrangia o mundo todo. Os relatórios das viagens do "Pitcairn", enquanto realizava obra missionária pioneira nas ilhas dos Mares do Sul, eram ansiosamente aguardados por todos. T6 5 3 Não tardou muito para que colportores-evangelistas ingressassem na Índia com a nossa literatura. Em 1894, nossos missionários na África penetraram em territórios nativos distintos, estabelecendo a Missão Solusi, nossa primeira missão estrangeira entre povos não alcançados pelo evangelho. Logo os pregadores estavam sendo enviados à América do Sul. Também a presença da senhora White na Austrália, durante nove anos, como pioneira, ajudou a manter os olhos dos adventistas do sétimo dia voltados para os confins da Terra, e a colocarem ênfase na admoestação encontrada à página 31 do presente volume: "É nosso trabalho levar ao mundo inteiro -- a cada nação, tribo, língua e povo -- as salvadoras verdades da mensagem do terceiro anjo." Ao longo do volume vários campos missionários são nominalmente mencionados, e são apresentados apelos a homens e mulheres, ao lado de conselhos e estímulos concernentes à obra em diferentes lugares. T6 5 4 Bom número de colégios e escolas de treinamento de obreiros foram iniciados durante os tempos do volume 6. Bem cedo no período, o Union College, em Lincoln, Nebraska, foi aberto (1891), assim como o Walla Walla College, no Estado de Washington (1892). Os demais encontravam-se na Austrália, África do Sul e Dinamarca. Sanatórios também foram abertos, em Boulder, Colorado (1896), na Dinamarca e na África do Sul (1897), e em South Lancaster, Massachusetts (1899). Duas novas casas publicadoras foram acrescentadas à lista de instituições, uma em Hamburgo, Alemanha (1895), e a outra em Buenos Aires, Argentina (1897). Escolas paroquiais, oferecendo educação elementar, também tiveram início em vários lugares. T6 6 1 Embora muitas advertências tenham sido apresentadas contra grandes centros denominacionais e tendências centralizadoras, a obra em rápido crescimento parecia requerer mais pessoas e maiores instalações em nossos escritórios centrais, em Battle Creek, Michigan; planos foram até mesmo iniciados para colocar certas linhas de nossa obra denominacional sob o controle central de Battle Creek. Assim, em vez de se permitir que os planos para as várias seções do campo fossem estabelecidos pelos obreiros locais, eram estes em grande medida dirigidos pelos escritórios de Battle Creek. Isso passava a impressão de eficiência empresarial, mas em verdade se constituía em séria ameaça à eficiência e liderança vital na obra de Deus. Durante a década de 1890, essas tendências se desenvolveram rapidamente, mas no devido tempo e à Sua maneira Deus as corrigiu. T6 6 2 Foi nesses anos e sob a influência dos conselhos do Espírito de Profecia que se lançaram as bases para mudanças organizacionais e administrativas da obra denominacional mundial. Enquanto a causa avançava com características pioneiras e se desenvolvia rapidamente sob favoráveis condições na Austrália, passos foram dados para agrupar as associações locais no que passou a ser chamado de "união", estabelecendo assim um nível organizacional entre as associações locais e a Associação Geral. Isso tornou possível o planejamento local, por iniciativa dos obreiros relacionados com os problemas, liberando ainda a Associação Geral de muitos detalhes menores. O resultado demonstrou-se animador e criou o modelo que em breve seria adotado amplamente pela denominação. T6 6 3 Quanto ao evangelismo médico observou-se um começo na Austrália durante esse período, mas foi nos Estados Unidos que no mesmo período ocorreu grande expansão. Uma escola médica foi iniciada, atraindo um crescente número de jovens adventistas desejosos de se prepararem como médicos missionários. Novas instituições filiais foram abertas, recebendo as diretrizes, dinheiro e pessoal da grande instituição-mãe sediada em Battle Creek. Uma obra de largo alcance foi também iniciada em favor dos desafortunados. Entretanto, bons empreendimentos são muitas vezes ameaçados por excessiva ênfase, trazendo como resultado um desequilíbrio à obra de Deus como um todo. Chegou-se ao ponto de a obra médico-missionária, designada para ser o braço direito da mensagem, ameaçar tornar-se o próprio corpo. T6 7 1 Ocorreu ainda que, ao mesmo tempo em que acontecia grande desenvolvimento de missionários médicos e obra médico-missionária em conexão com o Sanatório de Battle Creek, se observava crescente indiferença por parte de alguns adventistas do sétimo dia diante dos princípios básicos do viver saudável. Tais condições nos ajudam a compreender o significado de repetidos apelos no volume 6, conclamando o povo a praticar mais elevados padrões de vida, insistindo na união entre o ministério médico e o evangelístico, delineando nosso dever para com os órfãos e idosos da fé, e advertindo contra desequilíbrios entre as várias linhas de trabalho. T6 7 2 À medida que a obra denominacional se desenvolvia em muitos campos, a literatura passou a ocupar lugar de sempre crescente importância. Colportores evangelistas constituíram um exército, com o colportor individual sendo reconhecido como parte da equipe de arautos do evangelho em cada seção do campo mundial. Em não poucas ocasiões esses evangelistas da literatura formaram a ponta-de-lança de penetração da mensagem em novas e distantes terras. O volume 6 destaca a dignidade e importância do ministério da página impressa. T6 7 3 O período de onze anos, entre a publicação dos volumes 5 e 6 dos Testemunhos testemunhou o lançamento de vários e importantes livros de Ellen G. White. Em 1890, Patriarcas e Profetas saiu do prelo. Caminho a Cristo foi publicado em 1892, e aquilo que hoje é conhecido como a "antiga edição" de Obreiros Evangélicos também apareceu no mesmo ano. Educação Cristã, o precursor de Educação, foi lançado em 1894. Dois anos mais tarde, foi a vez de O Maior Discurso de Cristo e Christ Our Saviour. O manuscrito de O Desejado de Todas as Nações foi completado e o livro impresso em 1898, sendo que em 1900 foi publicado Parábolas de Jesus. T6 8 1 Num esforço para livrar nossas instituições das pesadas dívidas que tinham de carregar, a senhora White doou o manuscrito de Parábolas de Jesus e insistiu em que os membros da igreja e os obreiros se unissem numa venda de larga escala junto a vizinhos e amigos. Centenas de milhares de dólares foram carreados para a causa por intermédio da campanha com esse livro, assim como ocorreu a distribuição de milhares de exemplares desse volume repleto de verdades. T6 8 2 Iniciou-se assim um tipo de trabalho que levou um grande número de membros leigos a bater de casa em casa, em favor da obra. Abriu-se dessa forma o caminho para as campanhas da "recolta", que poucos anos mais tarde se revelariam uma fonte de recursos para a obra de Deus, reunindo milhões de dólares. T6 8 3 Evidentemente, ao longo desses doze anos, dezenas e centenas de comunicações apresentando conselhos, advertências e encorajamento foram escritas pela mensageira do Senhor e enviadas ao campo sob a forma de cartas e artigos em nossas revistas denominacionais. Enquanto muitos desses escritos tratavam de assuntos já apresentados de modo menos abrangente nos Testemunhos anteriores, alguns novos conselhos foram emitidos, e enfatizados conselhos anteriores. Esses são encontrados em seções como "Precauções e Conselhos" e "Chamado ao Serviço". Entre os importantes artigos que fazem parte dessas seções, estão aqueles que falam sobre "A Observância do Sábado", "Reavivamento da Reforma de Saúde", "Nossa Atitude Para com as Autoridades Civis", "Preparação Para a Crise Final" e "A Ajuda a Nossas Escolas". A adição deste novo volume à série dos Testemunhos Para a Igreja impressionou profundamente os adventistas do sétimo dia com o modo direto pelo qual Deus prosseguia guiando e conduzindo Seu povo. Depositários do Patrimônio Literário de Ellen G. White. "Erguei os vossos olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa." João 4:35. ------------------------Capítulo 1 -- O propósito de Deus na igreja T6 9 1 É o propósito de Deus tornar evidentes, por meio de Seu povo, os princípios de Seu reino. Mas para que possa revelar esses princípios em sua vida e caráter, o Senhor deseja separá-lo dos costumes, hábitos e práticas do mundo. Procura aproximá-lo de Si para que lhe possa dar a conhecer Sua vontade. T6 9 2 Esse foi Seu propósito na libertação de Israel do Egito. Na sarça ardente, Moisés recebeu de Deus a mensagem destinada a Faraó: "Deixa ir o Meu povo, para que Me sirva." Êxodo 7:16. Com mão forte e braço estendido, Deus tirou o povo hebreu da terra do cativeiro. Foi maravilhosa a libertação que operou em seu favor, punindo com uma destruição completa os inimigos que recusaram atender à Sua Palavra. T6 9 3 Deus queria separar Seu povo do mundo e prepará-lo para receber Sua Palavra. Do Egito conduziu-o ao monte Sinai, onde lhe revelou Sua glória. Ali nada havia que pudesse desviar seu espírito de Deus; e enquanto o povo levantava os olhos para os elevados cimos que se erguiam para o Céu, podia compreender a sua nulidade em face do grande Criador. Ao lado desses rochedos, que nada podia mover exceto a vontade divina, o Senhor Se comunicou com o homem. E para que Sua Palavra lhes ficasse clara e distintamente gravada no espírito, proclamou Sua lei, que tinha dado no Éden e era o transcrito de Seu caráter, em meio a trovões e relâmpagos, com tremenda majestade. Essas palavras foram escritas sobre tábuas de pedra pelo dedo de Deus. Desse modo a vontade divina foi revelada a um povo que fora chamado a dar a conhecer a todas as nações, tribos e línguas, os princípios de Seu governo no Céu e na Terra. T6 10 1 Para o mesmo fim, Deus chamou Seu povo na atualidade. Revelou-lhe a Sua vontade e dele requer obediência. Nos últimos dias da história deste mundo, a voz que falou do Sinai volta a dizer aos homens: "Não terás outros deuses diante de Mim." Êxodo 20:3. Contra a vontade de Deus os homens opuseram a própria vontade, mas não podem fazer silenciar esse preceito. A inteligência humana pode não compreender cabalmente as obrigações que tem para com o Poder mais elevado, mas não poderá delas fugir. Embora os homens acumulem teorias e especulações, tentando opor a ciência à revelação e anular assim a Lei de Deus, o Espírito divino, com insistência sempre crescente, reiterará o preceito que diz: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás." Mateus 4:10. T6 10 2 De que modo trata o mundo a Lei de Deus? -- Por toda parte nota-se forte oposição aos divinos preceitos. No desejo de fugir à obrigação de levar a cruz imposta pela obediência, até igrejas se unem com os apóstatas, declarando que a lei divina foi mudada ou abolida. Os homens, em sua cegueira espiritual, se gloriam de grandes progressos e conhecimentos; mas os vigias celestiais vêem a Terra cheia de corrupção e violência. Por causa do pecado, a atmosfera do mundo se tornou como o ambiente de um foco de pestilências. T6 10 3 Uma grande obra a fazer é apresentar aos homens as verdades salvadoras do evangelho. Esse é o meio estabelecido por Deus para represar a onda da corrupção moral. É esse o meio de restaurar no homem a imagem divina. É esse o Seu remédio contra a dissolução universal. É o poder que conduz os homens para a unidade. Apresentar essas verdades é a obra da mensagem do terceiro anjo. O Senhor determinou que a proclamação dessa mensagem fosse a maior e mais importante obra no mundo para o tempo atual. T6 11 1 Satanás está constantemente instigando os homens a aceitarem seus princípios. Dessa forma procura contrariar a obra de Deus. Constantemente representa o escolhido povo de Deus como iludido. É o acusador dos irmãos e se prevalece desse meio contra os que procedem com justiça. O Senhor deseja refutar as argüições de Satanás patenteando o resultado da obediência aos princípios justos. T6 11 2 Toda a luz do passado, toda a luz do presente e que alumia até o futuro, conforme revelada na Palavra de Deus, é para todo o que a aceita. A glória dessa luz, que é a própria glória do caráter de Cristo, deve manifestar-se no cristão, individualmente, na família, na igreja, no ministério da Palavra e em cada instituição criada pelo povo de Deus. Todas essas coisas devem ser, no plano divino, figuras do que pode ser realizado em favor do mundo. Devem constituir símbolos do poder salvador das verdades do evangelho. São instrumentos no cumprimento do grande propósito divino em relação à humanidade. T6 11 3 O povo de Deus deve servir de conduto para a transmissão da mais elevada influência que opera no Universo. Na visão de Zacarias, as duas oliveiras que estão diante de Deus são representadas transmitindo o azeite puríssimo, através de tubos de ouro, ao vaso de azeite do santuário. Dele são providas as lâmpadas do santuário, para que possam conservar-se acesas e brilhando. Assim também dos seres ungidos, que estão na presença de Deus, a plenitude de divina luz, amor e poder se comunica ao Seu povo para que possa ser portador de luz, alegria e refrigério a outras pessoas. Devem servir de condutos pelos quais Deus possa derramar sobre o mundo fluxos de Seu infinito amor. T6 12 1 O propósito que Deus quer realizar por meio de Seu povo hoje é o mesmo que desejou realizar por meio de Israel quando o tirou do Egito. Pela contemplação da bondade, misericórdia, justiça e amor de Deus, manifestados na igreja, deve o mundo ter uma idéia de Seu caráter. E se a lei divina for desse modo exemplificada na conduta dos que a professam, o próprio mundo reconhecerá a superioridade dos que amam, temem e servem a Deus sobre o restante da humanidade. Os olhos do Senhor fixam-se em cada um dos membros de Seu povo; Ele tem um plano para cada um. É Seu propósito que os que cumprem Seus santos preceitos, sejam um povo distinto. Ao povo de Deus aplica-se ainda hoje, como ao antigo Israel, as palavras escritas por Moisés sob inspiração divina: "Povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que sobre a Terra há." Deuteronômio 7:6. "Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo só é gente sábia e entendida. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?" Deuteronômio 4:5-8. T6 13 1 Mesmo essas palavras não exprimem cabalmente a magnitude e a glória do propósito de Deus a respeito de Seu povo. Cumpre-nos tornar manifestos os princípios de Seu reino, não só em relação ao mundo, como a todo o Universo. O apóstolo Paulo, escrevendo sob inspiração divina, diz: "A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor." Efésios 3:8-11. T6 13 2 Irmãos, "somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens". 1 Coríntios 4:9. "Que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus?" 2 Pedro 3:11, 12. T6 13 3 Se queremos manifestar o caráter divino sem iludir a nós mesmos, a igreja e o mundo com um cristianismo hipócrita, temos que desenvolver um relacionamento pessoal com Deus. Se mantivermos comunhão com Ele, seremos Seus ministros, ainda que não preguemos um só sermão à igreja. Seremos Seus cooperadores apresentando a perfeição de Seu caráter através de nossa humanidade. ------------------------Capítulo 2 -- A obra para o tempo atual T6 14 1 Estamos diante de importantes e solenes acontecimentos. As profecias estão em cumprimento. Uma estranha e acidentada História está sendo registrada nos livros do Céu. Tudo em nosso mundo se mostra em estado de agitação. Há guerras e rumores de guerras. As nações estão iradas, e é chegado o tempo dos mortos serem julgados. Os acontecimentos se sucedem, alternando-se e apressando o dia de Deus, que está muito próximo. Só nos resta, por assim dizer, um pequeno instante. Embora nação esteja se levantando contra nação e reino contra reino, não se desencadeou ainda um conflito geral. Os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra ainda estão sendo retidos até que os servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potências do mundo hão de mobilizar as forças para a última grande batalha. T6 14 2 Satanás está atarefado em formular planos para o último e tremendo conflito em que todos hão de definir sua atitude. Depois de o evangelho haver sido pregado ao mundo, durante quase dois mil anos, ele continua a apresentar aos homens e mulheres a mesma cena que exibiu a Cristo. De modo maravilhoso, faz passar por diante de seus olhos o panorama dos reinos deste mundo e sua glória. Isso promete a todos os que prostrados o adorarem. Desse modo busca impor a todos o seu domínio. T6 14 3 Satanás está atuando com todas as suas forças, a fim de ocupar o lugar de Deus e destruir a todos que a isso se opuserem. E hoje vemos todo o mundo inclinando-se diante dele. Seu poder é aceito como o de Deus. Cumpre-se a profecia do Apocalipse: "toda a Terra se maravilhou após a besta". Apocalipse 13:3. T6 14 4 Os homens na sua cegueira se ufanam de grandes progressos e conhecimentos; mas aos olhos do Onisciente se descobrem o pecado e depravação de seu íntimo. Os anjos vêem a Terra cheia de violência e crime. Acumulam-se riquezas por meio de toda a espécie de roubos, e roubos praticados não só em relação aos homens, mas também em relação a Deus. Os homens se servem dos bens a eles confiados para satisfazer seu egoísmo. Tudo que conseguem adquirir tem de servir à sua avareza. A mesquinhez e a sensualidade estão liberadas. Os homens cultivam as mesmas qualidades do arquienganador. Aceitaram-no como Deus e tornaram-se imbuídos de seu espírito. T6 15 1 Mas as nuvens da justiça divina já se condensam sobre eles, repletas dos elementos que destruíram Sodoma. Nas visões que lhe foram concedidas dos acontecimentos futuros, o profeta João contemplou essa cena. Este culto dos demônios lhe foi revelado e pareceu-lhe que todo o mundo estava à borda da perdição. Mas enquanto olhava com grande interesse, notou a assembléia dos que guardam os mandamentos de Deus. Tinham na testa o selo do Deus vivo, e disse: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do Céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem Um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a Sua cabeça uma coroa de ouro, e na Sua mão uma foice aguda. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; é já vinda a hora de segar, porque já a seara da Terra está madura. E Aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a Sua foice à Terra, e a Terra foi segada. E saiu do templo, que está no Céu, outro anjo, o qual também tinha urna foice aguda. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da Terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à Terra e vindimou as uvas da vinha da Terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus." Apocalipse 14:12-19. T6 16 1 Quando a tempestade da ira de Deus irromper sobre a Terra, quão terrível será a decepção daqueles cujas casas hão de ser arrebatadas porque estavam fundadas sobre areia! Devemos apresentar-lhes a divina advertência antes que seja tarde demais! Devemos sentir agora a nossa responsabilidade de trabalhar com intenso fervor, a fim de comunicar a outros as verdades que Deus nos tem revelado para o tempo atual. Sempre podemos fazer um pouco mais. T6 16 2 O coração de Deus se comove. As pessoas são muito preciosas a Seus olhos. Foi por este mundo que Jesus chorou em agonia -- por este mundo foi crucificado. Deus deu Seu Filho unigênito para salvar pecadores, e quer que nos amemos uns aos outros como nos amou. Sua vontade é que os que têm o conhecimento da verdade comuniquem esse conhecimento aos seus semelhantes. T6 16 3 Agora é o tempo de proclamar a última advertência. Uma virtude especial acompanha presentemente a proclamação dessa mensagem; mas por quanto tempo? -- Só por um pouco de tempo ainda. Se deve haver uma crise, essa crise é justamente agora. T6 16 4 Todos estão decidindo agora o seu perpétuo destino. As pessoas precisam ser despertadas a fim de reconhecer a solenidade do momento, e a proximidade do dia em que terá terminado a graça. Esforços decisivos têm de ser feitos, a fim de apresentar esta mensagem ao povo de modo preeminente. O terceiro anjo deverá avançar com grande poder. Que ninguém passe por alto esta obra ou a considere como de pouca importância. T6 17 1 A luz que recebemos sobre a terceira mensagem angélica é a legítima. O sinal da besta é exatamente o que tem sido proclamado. Nem tudo que se refere a esse assunto é compreendido; nem compreendido será até que tenha sido completamente aberto o rolo do livro. Uma solene obra será, entretanto, realizada no mundo. A intimação do Senhor aos Seus servos é esta: "Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados." Isaías 58:1. T6 17 2 Nenhuma mudança deverá efetuar-se nos traços gerais de nossa obra. Deve permanecer clara e distinta como foi criada pela profecia. Não nos compete entrar em aliança com o mundo, supondo com isso poder levar a melhor. Se alguém cruzar o caminho a fim de atrapalhar o avanço da obra nas linhas que Deus lhe traçou, incorrerá no desagrado divino. Nenhum traço da verdade que tornou o povo adventista do sétimo dia o que ele é, deve ser apagado. Temos antigos marcos da verdade, da experiência e do dever, e cumpre-nos defender firmemente nossos princípios diante do mundo. T6 17 3 Importa levantarem-se homens que apresentem a todos os povos as Escrituras de Deus. Homens de todas as classes e de todas as capacidades, com seus variados dons, devem cooperar harmonicamente para um resultado comum. Deverão unir-se no esforço de levar a verdade a todo o povo, cumprindo cada qual sua missão especial. T6 17 4 Os três anjos de Apocalipse 14 são representados como voando pelo meio do Céu, o que simboliza a obra dos que estão proclamando a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Todas estão relacionadas entre si. As evidências da verdade eterna e inalterável dessas importantes mensagens, tão significativas para a igreja que lhe custaram violenta oposição do mundo religioso, não estão extintas. Satanás procura constantemente projetar sombra sobre essas mensagens para que o povo de Deus não possa discernir claramente sua importância, tempo e lugar; não obstante, permanecem e deverão exercer sua influência sobre nossa vida religiosa, enquanto durar o tempo. T6 18 1 A influência dessas mensagens tem sido cada vez mais ampla e profunda, pondo em movimento as molas de ação de milhares de corações, e fazendo surgir estabelecimentos de ensino, casas editoras e de saúde. Todos esses estabelecimentos são instrumentos nas mãos de Deus, destinados a cooperar na grande obra representada pelo primeiro, segundo e terceiro anjos: a obra de advertir o mundo de que Cristo virá segunda vez com poder e grande glória. T6 18 2 Irmãos e irmãs, meu ardente desejo é por estas palavras chamar sua atenção para a gravidade do tempo e a significação dos acontecimentos que agora estão ocorrendo. Eu lhes aponto para os movimentos intensos que atualmente estão sendo realizados para a restrição da liberdade religiosa. O santificado monumento divino foi pisoteado, e erguido em seu lugar diante do mundo o falso sábado, que não tem santidade alguma. E enquanto as potências das trevas instigam os elementos terrenos, o Senhor do Céu envia Seu poder do alto a fim de apoiar Seu movimento, despertando instrumentos para exaltarem a lei do Céu. Agora, precisamente agora, é o tempo de trabalharmos em países estrangeiros. Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado, os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o exemplo. O nosso povo não tem sequer utilizado a metade do poder de que dispõe para estender a mensagem de advertência. T6 19 1 O Senhor do Céu não enviará Seus juízos destinados a punir a desobediência e transgressão, até que sejam proclamadas Suas advertências. Não encerrará o tempo da graça até que a mensagem seja mais distintamente proclamada. A lei divina deve ser engrandecida; seus reclamos, expostos em seu caráter legítimo e sagrado, para que o povo seja induzido a decidir-se pró ou contra a verdade. Contudo, a obra será abreviada em justiça. A mensagem da justiça de Cristo há de soar desde uma até a outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Essa é a glória de Deus com que será encerrada a mensagem do terceiro anjo. T6 19 2 Não há obra na Terra tão importante, tão sagrada e tão gloriosa, que tanto honre a Deus, como a obra do evangelho. A mensagem apresentada para o presente tempo é a última mensagem de graça a um mundo decaído. Os que têm o privilégio de ouvir e persistem em recusar atender à sua advertência, rejeitam a última esperança de salvação. Não haverá um segundo tempo de graça. T6 19 3 A palavra da verdade -- "está escrito" -- é o evangelho que cumpre pregar. Diante dessa árvore da vida não foi postada uma espada inflamada. Todos os que quiserem, dela participarão livremente. Não há poder que possa vedar a uma alma comer do seu fruto. Todos podem dela comer e viver perpetuamente. T6 19 4 Nas mensagens de Deus, proclamadas pela igreja remanescente, estão encerrados mistérios que os próprios anjos desejariam penetrar, e que profetas e reis e homens justos de todos os tempos desejaram compreender. Os profetas pregaram acerca dessas coisas e se esforçaram para compreender o que haviam predito, mas não tiveram esse privilégio. T6 20 1 Anelaram ver o que estamos vendo e ouvir o que ouvimos, mas não puderam. Vão, porém, entender tudo quando Cristo vier segunda vez, rodeado de uma multidão que ninguém poderá contar, e lhes explicar o libertamento propiciado por Seu grande sacrifício. T6 20 2 As verdades da mensagem do terceiro anjo têm sido apresentadas por alguns como uma teoria árida; entretanto, nessa mensagem deve ser exposto o Cristo Vivo, por excelência. Deve Ele ser revelado como o primeiro e o último, como o Eu Sou, a Raiz e Rebento de Davi, como a radiante Estrela da Manhã. Através dessa mensagem o caráter de Deus em Cristo deve ser manifestado ao mundo. Deve soar o chamado: "Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face. Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente." Isaías 40:9-11. T6 20 3 Agora, como o fez João Batista, devemos apontar para Jesus, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29. Agora, como nunca antes, deve soar o convite: "Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba." João 7:37. "E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida." Apocalipse 22:17. T6 20 4 Há uma grande obra a fazer, e cada esforço possível deve ser empreendido para revelar Cristo como o Salvador que perdoa pecados, Cristo como o Portador de Pecados, Cristo como a brilhante Estrela da Manhã; e o Senhor nos concederá graça perante o mundo até que a obra seja completada. T6 21 1 Enquanto os anjos seguram os quatro ventos, cumpre-nos trabalhar com todas as nossas forças. Precisamos proclamar nossa mensagem sem demora. Perante o Universo celestial e os homens desta época degenerada, precisamos dar o testemunho de que nossa religião é uma fé e um poder, dos quais o Autor é Cristo, e Sua Palavra o divino oráculo. Pessoas pendem na balança. Ou serão súditas do reino de Deus ou escravas do despotismo de Satanás. Todos devem ter o privilégio de lançar mão da esperança embutida no evangelho; mas como podem eles ouvir sem pregador? A família humana está carente de uma renovação moral, um preparo de caráter, a fim de poder subsistir diante de Deus. Muitos estão prestes a perecer devido aos erros heréticos que predominam, os quais são calculados para neutralizar a mensagem evangélica. Quem se consagrará agora plenamente para tornar-se coobreiro de Deus? T6 21 2 Ao ver o perigo e as misérias do mundo sob a operação de Satanás, não permitamos esgotar as energias que Deus nos dá em ociosas lamentações, mas trabalhemos por nós e pelos outros. Estejamos atentos e preocupados com os que perecem. Se não forem ganhos para Cristo, perderão uma eternidade de bem-aventurança. Pensemos no que podem alcançar. Quem foi criado por Deus e redimido por Cristo é de grande valor pelas possibilidades que tem diante de si, pelas vantagens espirituais que lhe foram asseguradas, e pelas aptidões que pode vir a possuir caso seja vivificado pela Palavra de Deus, além da imortalidade que, mediante o Doador da vida, pode obter sendo obediente. Uma pessoa é de mais valor para o Céu do que um mundo inteiro de propriedades, casas, terras e dinheiro. Deveríamos empregar o máximo de nossos recursos para a conversão de uma pessoa. Uma alma ganha para Cristo irradiará a luz celestial para tudo o que a rodeia, penetrando as trevas morais e salvando outras almas. T6 22 1 Se Cristo deixou as noventa e nove a fim de buscar e salvar a única ovelha perdida, seremos nós justificados, caso façamos menos? Não seria a negligência de trabalhar como Ele trabalhou, de sacrificar-nos como Ele Se sacrificou, uma traição aos sagrados legados, um insulto a Deus? T6 22 2 É preciso acionar um alarme através da extensão e largura da Terra. Dizer ao povo que o dia do Senhor está perto, e se apressa grandemente. Ninguém fique por advertir. Poderíamos achar-nos no lugar dessas pessoas que se encontram em erro. Poderíamos ter sido colocados entre os que não tiveram contato com o cristianismo. Segundo a verdade que recebemos mais que os outros, somos nós devedores e devemos comunicá-la aos demais. T6 22 3 Não temos tempo a perder. O fim está próximo. Em breve a ida de um lugar para outro a fim de transmitir a verdade será cercada de perigos à direita e à esquerda. Far-se-á tudo para obstruir o caminho dos mensageiros do Senhor, de modo que não possam realizar o que lhes é possível executar agora. Cumpre-nos olhar de frente nossa obra, e avançar o mais depressa possível em luta intensa. Segundo a luz que me foi dada por Deus, sei que as potências das trevas estão trabalhando com intensa energia que procede de baixo, e a passos furtivos vai Satanás avançando para se apoderar dos que agora se acham adormecidos, qual lobo que se apodera da presa. Temos agora advertências que nos é possível dar, uma obra que nos é concedida fazer; em breve, porém, será mais difícil do que podemos imaginar. Ajude-nos Deus, a conservar-nos na vereda da luz, trabalhar com os olhos fixos em Jesus, nosso Líder, e, paciente e perseverantemente, avançar para a vitória. ------------------------Capítulo 3 -- Expansão do trabalho nos campos estrangeiros T6 23 1 Durante a noite, vêm-me estas palavras para eu dizer às igrejas que conhecem a verdade: "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti." Isaías 60:1. T6 23 2 As palavras do Senhor no capítulo cinqüenta e quatro de Isaías são para nós: "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. Não temas porque não serás envergonhada; e não te envergonhes porque não serás confundida. ... Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor: Ele será chamado o Deus de toda a Terra." Isaías 54:2-5. T6 23 3 E as palavras de Cristo a Seus discípulos são também para o Seu povo hoje: "Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que Eu vos digo: Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem." João 4:35, 36. T6 23 4 O povo de Deus tem diante de si uma poderosa obra, obra esta que deve continuar a elevar-se a maior preeminência. Nossos esforços nos ramos missionários devem tornar-se muito mais extensos. Um trabalho mais decidido do que o que tem sido feito deve ser efetuado antes do segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. O povo de Deus não deverá interromper seu trabalho antes que este alcance o mundo inteiro. T6 24 1 A vinha abrange o mundo todo, e todas as suas partes devem ser atingidas. Lugares há que são agora um deserto moral; e estes deverão tornar-se como o jardim do Senhor. Os lugares incultos da Terra deverão ser cultivados, para que possam brotar e florescer como a rosa. Novos territórios deverão ser trabalhados por homens inspirados pelo Espírito Santo. Novas igrejas devem ser estabelecidas e novas congregações organizadas. Nesta época deve haver representantes da verdade presente em cada cidade e nas mais remotas partes da Terra. A Terra toda deve ser iluminada com a glória da verdade de Deus. A luz deve resplandecer em todas as terras e povos. E é daqueles que receberam a luz que ela deve resplandecer. A estrela d'Alva raiou sobre nós, e devemos projetar sua luz no caminho dos que andam em trevas. T6 24 2 Uma crise acha-se precisamente diante de nós. Devemos agora, pelo poder do Espírito Santo, proclamar as grandes verdades para estes últimos dias. Não levará muito tempo para que todos tenham ouvido a advertência e tomado sua decisão. Então virá o fim. T6 24 3 E a essência mesma de toda fé perfeita consiste em agir bem, no devido tempo. Deus é o grande Obreiro por excelência, e por Sua providência prepara o caminho para que Sua obra se cumpra. Ele provê oportunidades, estabelece esferas de influência e condutos para as atividades. Se Seu povo estiver atento às indicações de Sua providência, e se dispuser a cooperar com Ele, verá cumprido um grande trabalho. Seus esforços, dirigidos convenientemente, produzirão resultados cem vezes maiores do que se poderiam cumprir com os mesmos meios e facilidades por outro instrumento em que Deus não estivesse tão manifestamente atuando. Nossa obra é reformadora, e é o propósito de Deus que a excelência da obra em todos os ramos seja uma lição objetiva para o povo. Sobretudo nos novos campos é de importância que a obra seja estabelecida de maneira a dar uma correta representação da verdade. Em todos os nossos planos de atividades missionárias esses princípios deverão ser tidos em vista. T6 25 1 Certos países apresentam condições que os tornam próprios como centros de educação e influência. Entre as nações que falam o inglês, e as protestantes da Europa, é comparativamente fácil ter acesso ao povo, e oferecem elas numerosas vantagens para a fundação de estabelecimentos e o progresso de nossa obra. Em outras terras, tais como Índia e China, os obreiros precisam passar por um longo período de treinamento antes que as pessoas consigam entendê-los, e eles ao povo. A cada passo existem grandes dificuldades a serem enfrentadas no trabalho. Nos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e alguns outros países europeus, muitos desses impedimentos não existem. A América do Norte tem muitas instituições que dão reputação à obra. Instituições semelhantes devem ser implantadas na Inglaterra, Austrália, Alemanha, Escandinávia e outros países continentais da Europa, com o evoluir da obra. Nesses países o Senhor tem hábeis obreiros, trabalhadores experimentados. Podem eles liderar o estabelecimento de instituições, o preparo de obreiros e a promoção da obra em seus diferentes ramos. É a vontade divina que todos os recursos lhes sejam concedidos. As instituições estabelecidas dariam crédito à obra em outros países, oferecendo oportunidades de os obreiros se habilitarem para o trabalho nos países mais distantes. Desse modo a eficiência de nossos obreiros seria centuplicada. T6 25 2 Uma grande obra deve ser feita na Inglaterra. A luz irradiada de Londres deve alcançar as regiões mais distantes em raios límpidos, claros. Deus tem operado na Inglaterra, porém esse mundo de língua inglesa tem sido terrivelmente negligenciado. A Inglaterra necessita de mais obreiros e recursos. Londres mal tem sido tocada. Meu coração se comove profundamente ao ser-me apresentada a situação naquela grande cidade. Tenho grande pesar quando me lembro de que o trabalho na Europa não dispõe de maiores recursos. Dói-me o coração ao pensar na obra na Suíça, Alemanha, Noruega e Suécia. Onde ali se encontram atualmente um ou dois homens se esforçando por levar avante os diferentes ramos da obra, deveriam existir centenas de obreiros. Só na cidade de Londres deveriam estar empenhadas nada menos de cem pessoas. O Senhor anota a negligência de Sua obra, e haverá futuramente sérias contas a ajustar. T6 26 1 Se os obreiros na América do Norte compartilharem suas muitas bênçãos, verão a prosperidade na Inglaterra. Simpatizarão com os obreiros que ali estão lutando com dificuldades, e chegarão a dizer, não apenas em palavras, mas pelas ações: "Todos vós sois irmãos." Mateus 23:8. Verão uma grande obra sendo realizada em Londres, em outras cidades da Inglaterra e em diferentes países europeus. T6 26 2 Deus nos chama para realizar os triunfos da cruz na Austrália. Novos campos se estão abrindo. Diante da falta de obreiros e meios, a obra tem sido retardada, porém isso não deve ocorrer por mais tempo. Dentre todos os países, a Austrália lembra mais de perto a América do Norte. Ali existem todas as classes de pessoas. A mensagem de advertência não foi ainda apresentada e rejeitada. Existem milhares de almas sinceras orando por luz. Os atalaias de Deus devem estar em pé nos muros de Sião, apresentando a advertência: "Vem a manhã, e, também, a noite" (Isaías 21:12) -- a noite em que ninguém poderá trabalhar. Enquanto os anjos estão segurando os quatro ventos, a mensagem deve penetrar em cada campo da Austrália, tão rápido quanto possível. T6 27 1 O fortalecimento do trabalho nesses países de fala inglesa dará a nossos obreiros uma influência cem vezes maior do que até aqui tiveram, para plantar os padrões da verdade em muitas terras. T6 27 2 Enquanto estamos tentando operar nesses campos destituídos, vem-nos de todos os países distantes o clamor: "Passa... e ajuda-nos!" Atos dos Apóstolos 16:9. Esses países não são tão facilmente atingidos nem se apresentam tão maduros para a ceifa, como os que estão mais perto de nós; entretanto, não devem eles ser negligenciados. T6 27 3 A pobreza das missões na África foi-me recentemente exposta. Os missionários enviados da América do Norte aos nativos da África sofreram e ainda estão sofrendo necessidades básicas. Missionários de Deus, que conduzem a mensagem de misericórdia a terras pagãs, não estão sendo adequadamente sustentados em seu trabalho. T6 27 4 Nossos irmãos não têm compreendido que, auxiliando o avanço da obra nos campos estrangeiros, estariam ajudando-a no próprio país. Aquilo que é dado para iniciar a obra num campo, resultará no fortalecimento da mesma noutros lugares. Quando os obreiros estão livres de dificuldades, podem ampliar seus esforços, e trazendo pessoas para a verdade, estabelecendo igrejas, haverá acréscimo de potencial financeiro. Logo essas igrejas estarão aptas a não somente levar avante a obra em seu território, como a compartilhá-la com outros campos. Será partilhado, assim, o encargo que recai sobre as igrejas dos países que enviam missionários. T6 27 5 A obra missionária em nosso país progredirá muito, em todos os sentidos, quando for manifestado em prol da prosperidade das missões estrangeiras um espírito de maior liberalidade, abnegação e desprendimento; pois a prosperidade da obra em nosso país depende grandemente, abaixo de Deus, da influência resultante da obra evangélica nos países distantes. É agindo ativamente para suprir as necessidades da causa de Deus que pomos a alma em contato com a Fonte de todo poder. T6 28 1 Embora a obra nos campos estrangeiros não tenha progredido como deveria, o que foi realizado oferece motivos para gratidão e encorajamento. Muito menos recursos têm sido despendidos nesses campos do que nos de nosso país, e a obra tem sido executada com grandes dificuldades e sem as condições básicas. Contudo, considerando o auxílio que tem sido enviado a esses campos, é na verdade surpreendente o resultado. Nosso êxito missionário tem sido plenamente proporcional ao nosso esforço de abnegação e sacrifício. Somente Deus pode avaliar a obra feita à medida que a mensagem evangélica tem sido proclamada de maneira clara e direta. Novos campos têm sido penetrados e se tem feito um trabalho agressivo. As sementes da verdade têm sido semeadas, a luz tem resplandecido em muitas mentes, proporcionando ampla visão de Deus e uma apreciação mais correta quanto ao caráter a ser formado. Milhares têm sido levados ao conhecimento da verdade, tal qual é em Jesus. Têm sido imbuídos da fé que opera por amor e purifica a vida. T6 28 2 O valor de tais vantagens acha-se além de nossa compreensão. Que sonda poderá medir a profundidade da palavra que é pregada? Que balanças poderão de modo correto pesar a influência daqueles que se convertem à verdade? Por sua vez tornam-se missionários para trabalhar em prol de outros. Em muitos lugares foram erigidas casas de oração. A Bíblia, a preciosa Bíblia, é estudada. O tabernáculo de Deus está entre os homens, com os quais Ele habita. T6 28 3 Regozijemo-nos de que haja sido feita nesses campos uma obra que Deus pode aprovar. Em nome do Senhor, levantemos a voz em louvor e ações de graças pelos resultados na obra no exterior. T6 28 4 Diz-nos ainda nosso General, que jamais erra: "Avancem, penetrem novos territórios. Ergam o estandarte em todas as terras." "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti." Isaías 60:1. T6 29 1 Nossa senha é: Avante, sempre avante. Adiante de nós irão os anjos de Deus para preparar o caminho. A nossa responsabilidade pelas "terras de além" nunca poderá cessar sem que a Terra inteira seja iluminada com a glória do Senhor. T6 29 2 O espírito missionário necessita ser reavivado em nossas igrejas. Cada membro deve estudar de que modo poderá contribuir para o avanço da causa de Deus, tanto em seu país quanto em terras estrangeiras. Mal se tem realizado nos campos missionários uma milésima parte do que deveria ser feito. Deus convida Seus obreiros a anexarem novos territórios para Ele. Existem ricos campos de labuta aguardando pelo obreiro fiel. Anjos ministradores cooperarão com cada membro da igreja que trabalhar sem egoísmo para o Mestre. T6 29 3 A igreja de Cristo na Terra foi organizada com propósito missionário, e o Senhor deseja ver toda a igreja planejando formas e meios pelos quais o exaltado e o humilde, o rico e o pobre, possam ouvir a mensagem da verdade. Nem todos são chamados a trabalhar pessoalmente nos campos missionários, mas todos podem fazer alguma coisa por meio de suas orações e ofertas, para ajudar a obra missionária. T6 29 4 Um cidadão americano, homem de negócios, fervoroso cristão, em conversa com um colega, fez notar que ele próprio trabalhava para Cristo 24 horas por dia. "Em todas as minhas relações comerciais", disse ele, "procuro representar meu Mestre. Quando encontro oportunidade, procuro salvar outros para Ele. Trabalho para Cristo durante o dia todo. E à noite, enquanto durmo, tenho na China um homem trabalhando para Ele." T6 30 1 Acrescentou, então: "Quando era mais jovem, queria ser missionário. Com a morte de meu pai, contudo, tive de assumir seus negócios, de modo a prover às necessidades da família. Agora, em vez de estar lá pessoalmente, sustento um missionário. Em tal cidade de tal província da China, acha-se estabelecido o meu obreiro. Assim, mesmo enquanto durmo, através de meu representante prossigo trabalhando para Cristo. T6 30 2 Porventura não existem adventistas do sétimo dia que poderiam fazer o mesmo? Em vez de manterem os ministros junto às igrejas que já conhecem a verdade, digam os membros das igrejas a esses obreiros: "Trabalhem pelas almas que estão perecendo nas trevas. Nós cuidaremos das atividades da igreja. Dirigiremos os cultos e, permanecendo em Cristo, manteremos a vida espiritual. Trabalharemos pelas almas que estão à nossa volta, e enviaremos nossas orações e ofertas para sustentar obreiros em campos necessitados e destituídos." T6 30 3 Por que não haveriam de unir-se os membros de uma igreja ou de várias igrejas menores para manterem um missionário em campos estrangeiros? Se as pessoas se recusarem a condescender com indulgências egoístas, dispensando coisas desnecessárias ou prejudiciais, conseguirão isso. Irmãos e irmãs, não ajudarão vocês nessa obra? Imploro que façam algo por Cristo, e agora! Por intermédio do professor que o dinheiro de vocês mantiver no campo, almas serão salvas da ruína para brilharem como estrelas na coroa do Redentor. T6 30 4 "Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: 'O teu Deus reina!'" Isaías 52:7. ------------------------Capítulo 4 -- A reunião campal T6 31 1 A reunião campal é um dos mais importantes instrumentos em nossa obra. É um dos métodos mais eficazes para chamar a atenção do povo, e alcançar todas as classes com o convite evangélico. O tempo em que vivemos é de intensa agitação. Ambição e guerra, prazer e ganho de dinheiro, absorvem o interesse das pessoas. Satanás sabe que seu tempo é curto e tem posto todos os seus agentes no trabalho, de modo que os homens sejam enganados, iludidos, ocupados e arrebatados, até que o tempo de graça expire e a porta da misericórdia se encerre para sempre. É nosso trabalho levar ao mundo inteiro -- a cada nação, tribo, língua e povo -- as salvadoras verdades da mensagem do terceiro anjo. Tem sido um problema difícil saber como alcançar o povo nos centros densamente populosos. Não temos permissão de entrar nas igrejas. Nas cidades, os salões grandes são caros e, em muitos casos, apenas poucas pessoas vão aos melhores salões. Os que não nos conhecem falam mal de nós. As razões de nossa fé não são compreendidas pelo povo, e temos sido considerados como fanáticos, como quem ignorantemente guarda o sábado em lugar do domingo. Temo-nos achado perplexos em nossa obra, por não saber como romper as barreiras do mundanismo e dos preconceitos, apresentando ao povo a preciosa verdade que tanta significação encerra para eles. O Senhor nos tem indicado que as reuniões campais são um dos mais importantes instrumentos na realização dessa obra. T6 32 1 Necessitamos planejar sabiamente para que o povo tenha oportunidade de ouvir por si mesmo a última mensagem de misericórdia ao mundo. Deve o povo ser advertido a preparar-se para o grande dia de Deus, que está muito próximo. Não temos tempo a perder. Temos de realizar os maiores esforços para alcançar as pessoas onde estão. O mundo está atingindo agora os limites da impenitência e desrespeito às leis do governo divino. Em cada cidade de nosso mundo a advertência precisa ser proclamada. Tudo que puder ser feito, deve ser feito sem demora. T6 32 2 Nossas reuniões campais têm outro objetivo, que vem antes desse. Devem promover a vida espiritual entre nosso próprio povo. O mundo, em sua sabedoria, não conhece a Deus. É incapaz de ver a beleza, a amabilidade, a bondade e a santidade das verdades divinas. Para que os homens consigam entendê-las, precisa existir um canal que as comunique ao mundo. A igreja foi constituída para ser esse canal. Cristo revela-Se a nós para que O revelemos aos outros. Através de Seu povo devem se manifestar as riquezas e a glória de Seu indescritível dom. T6 32 3 Deus confiou a nossas mãos uma obra por demais sagrada, e necessitamos de nos ajuntar em reuniões para receber instruções, a fim de nos habilitarmos a realizar essa obra. Precisamos compreender que parte seremos individualmente chamados a desempenhar na edificação da obra de Deus na Terra, em vindicar Sua santa lei, e em exaltar o Salvador como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". João 1:29. Precisamos nos reunir e receber o toque divino a fim de compreendermos qual deve ser nossa obra no lar. Os pais precisam compreender como poderão enviar os filhos e filhas do santuário do lar, educados de tal maneira que estejam preparados para brilhar como luzes no mundo. Necessitamos compreender como realizar a divisão do trabalho, e como cada parte da obra deve ser levada avante. Cada um deve entender qual a sua parte, para que exista harmonia nos planos e na ação do trabalho combinado de todos. Alcançando as multidões T6 33 1 No sermão do Monte, Cristo disse aos discípulos: "Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus." Mateus 5:14-16. Se nossas reuniões campais forem dirigidas como devem ser, serão realmente uma luz no mundo. Elas devem ser realizadas nas grandes cidades e vilas onde a mensagem da verdade não foi proclamada. E devem continuar por duas ou três semanas. Talvez seja, às vezes, aconselhável realizar uma reunião campal por várias ocasiões no mesmo local; mas, em regra, o lugar de reuniões deve ser mudado de ano para ano. Em vez de se efetuarem enormes reuniões em outras localidades, haverá mais benefício em ter reuniões menores em muitos lugares. Assim a obra se estenderá continuamente para novos campos. Somente quando o padrão da verdade for erguido em um local e for considerado seguro deixar que os novos crentes avancem por si é que devemos planejar entrar em novos campos. Nossas reuniões campais são poderosas, e quando realizadas num local em que a comunidade possa ser despertada, revelar-se-ão um poder muito maior do que quando, por conveniência de nosso próprio povo, são realizadas num local em que, em virtude de reuniões prévias e da rejeição da verdade, o interesse do público tenha sido anulado. T6 34 1 Tem-se cometido um erro em realizar reuniões campais em sítios fora de mão, e em continuar a fazê-las no mesmo lugar durante anos. Assim se tem feito para poupar despesas e trabalho; mas a economia deve ser feita noutras coisas. Especialmente em novos campos, a falta de meios torna às vezes difícil cobrir as despesas de uma reunião campal. Deve-se exercer cuidadosa economia, delineando-se planos não dispendiosos; pois assim muito se pode poupar. Porém, sem prejudicar a obra. Esse método de apresentar a verdade ao povo provém de nosso Deus. Quando se tem de trabalhar em benefício das pessoas, e levar a verdade aos que a desconhecem, a obra não deve ser prejudicada para poupar despesas. T6 34 2 Nossas reuniões campais devem ser conduzidas de modo a se obter o maior benefício possível. Seja a verdade adequadamente apresentada e representada por aqueles que nela crêem. Ela é luz, a luz do Céu que o mundo necessita, e tudo aquilo que manifesta o Senhor Jesus Cristo é luz. Uma lição prática T6 34 3 Toda reunião campal deveria ser uma lição prática de asseio, ordem e bom gosto. Temos de prestar atenção à economia e evitar desperdício; entretanto, tudo que se relacione com os terrenos deve ser feito com capricho e bem arrumado. A apresentação do local deve ser atrativa. E em todo o nosso trabalho deveríamos apresentar disciplina de organização e ordem. T6 34 4 Tudo deve ser arranjado de modo a impressionar tanto o nosso próprio povo quanto o mundo com a santidade e importância da obra de Deus. As regras observadas no acampamento dos israelitas são um exemplo para nós. Foi Cristo quem concedeu aquelas instruções especiais a Israel, e Ele pretende que elas se apliquem também a nós, os que vivemos nos dias finais do mundo. Devemos estudar cuidadosamente as especificações da Palavra de Deus e pôr em prática essas orientações como sendo a vontade de Deus. Que tudo o que se relaciona com o acampamento seja puro, saudável e limpo. Especial atenção deve ser dada às instalações sanitárias, e homens de são juízo e discernimento devem verificar que não haja qualquer tipo de contaminação ou disseminação de doenças e morte em parte alguma do acampamento. T6 35 1 As barracas devem ser fixadas com segurança e, sempre que houver risco de chuva, devem ser abertas valas ao redor das mesmas. Que isso não seja de modo algum negligenciado. Doenças sérias e mesmo fatais têm sido contraídas pela falta dessa precaução. T6 35 2 Devemos sentir que somos os representantes de verdades de origem celestial. Temos de apresentar louvores Àquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Mantenhamos sempre em mente que os anjos de Deus caminham pelo acampamento, contemplando a ordem e arranjos de cada barraca. Para a multidão de pessoas que comparece ao acampamento, todos os arranjos constituem ilustração das crenças e princípios do povo que lidera as reuniões. Devem, pois, constituir a melhor ilustração possível. Todas as cercanias devem representar uma lição. Especialmente as barracas das famílias, com seu bom gosto e ordem, devem prover um lampejo da vida doméstica, sendo um constante sermão quanto aos hábitos, costumes e práticas dos adventistas do sétimo dia. Garantindo a participação T6 35 3 Enquanto estávamos preparando uma reunião campal próximo de uma grande cidade onde nosso povo era pouco conhecido, pareceu-me, uma noite, achar-me numa comissão de preparo da referida reunião. Foi proposto que se fizessem grandes esforços, e se incorresse em grandes despesas para distribuir estudos e outros impressos. Estavam-se tomando providências para a execução desse plano, quando Alguém que é sábio em conselhos, disse: T6 36 1 "É melhor armar as tendas, começar as reuniões, então fazer propaganda, e mais será conseguido. A verdade falada pelo pregador vivo terá maior influência do que quando anunciada nos jornais. Mas ambos os métodos unidos terão ainda mais força. T6 36 2 "Não é o melhor plano manter uma determinada maneira de trabalhar, ano após ano. É preciso mudar a ordem das coisas. Concedendo tempo e oportunidade, Satanás se prepara para reunir suas forças, e trabalhará para destruir toda alma que seja possível. T6 36 3 "Não se deve despertar a oposição antes de o povo ter oportunidade para ouvir a verdade, e saber a que estão fazendo oposição. Sejam reservados meios para fazer uma vigorosa obra depois da reunião, de preferência a fazê-la antes. Se for possível conseguir um prelo que funcione durante a reunião, imprimindo folhetos, notícias e jornais para serem distribuídos, isso terá considerável influência." T6 36 4 Em algumas de nossas reuniões campais, grandes grupos de obreiros se têm organizado para sair pela cidade e seus subúrbios distribuindo literatura e convidando o povo para as reuniões. Por esse meio tem se conseguido centenas de pessoas como assistência regular durante a última metade das reuniões; pessoas que, de outro modo, mal teriam pensado a respeito delas. T6 36 5 Precisamos empregar todo meio razoável de levar a luz ao povo. Que a impressora seja usada, e que se utilizem todos os meios de publicidade para chamar a atenção quanto ao trabalho. Isso não deve ser considerado como não essencial. Em cada esquina vêem-se cartazes e placas anunciando o que está ocorrendo, de várias formas, algumas das quais são do mais objetável caráter. Deveriam aqueles que possuem a luz da vida satisfazer-se com débeis esforços quanto a chamar a atenção das massas para a verdade? T6 37 1 Os interessados na verdade têm de enfrentar os enganos e falsas apresentações dos ministros populares, e não sabem como reagir a essas coisas. A verdade apresentada pelo pregador vivo deve ser publicada na maneira mais condensada possível, e amplamente disseminada. Na medida do possível, publiquem-se nos jornais as importantes palestras proferidas em nossas reuniões campais. Assim, a verdade que foi apresentada a um limitado número, terá acesso a muitas mentes. E em casos em que tenha havido desfiguração da verdade, o povo terá oportunidade de saber exatamente o que o pastor disse. T6 37 2 Coloque sua luz num ponto bem alto, para que possa iluminar a todos os que estão na casa. Se a verdade nos foi dada, devemos torná-la tão clara aos outros, que os sinceros de coração possam reconhecê-la e alegrar-se em seus brilhantes raios. T6 37 3 Natanael orou para que pudesse saber se a Pessoa anunciada por João Batista como sendo o Messias, era de fato o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Enquanto depositava suas perplexidades diante de Deus e suplicava por luz, Filipe o chamou e, em sinceros e jubilosos tons, exclamou: "Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José." João 1:45. T6 37 4 Ocorre que Natanael tinha preconceitos contra o Nazareno. Através de falsos ensinamentos, a descrença ergueu-se em seu coração, e ele perguntou: "De Nazaré pode sair alguma cousa boa?" Filipe não tentou combater o preconceito e descrença do amigo. Apenas disse: "Vem e vê." João 1:46. Isto foi sábio, pois tão logo Natanael viu a Jesus, convenceu-se de que Filipe estava certo. Sua descrença desapareceu, e a fé firme, forte e repousante tomou conta de sua alma. Jesus elogiou a confiante fé de Natanael. T6 38 1 Existem muitos na condição de Natanael. Nutrem o preconceito e a descrença porque nunca entraram em contato com as verdades especiais para estes últimos dias, ou com o povo que as sustenta; não lhes será necessário mais do que assistir a uma reunião plena do Espírito de Cristo para que desapareça sua incredulidade. Não importa o que tenhamos de enfrentar, quanta oposição, quantos esforços para afastar as pessoas da verdade de origem celeste, temos de dar publicidade a nossa fé, para que pessoas sinceras possam ver, ouvir e convencer-se por si mesmas. Nosso trabalho é dizer, tal como fez Filipe: "Vem e vê." João 1:46. T6 38 2 Não sustentamos doutrina alguma que desejemos esconder. Para aqueles que foram ensinados a guardar o primeiro dia da semana como sendo sagrado, o aspecto mais objetável de nossa fé é o sábado do quarto mandamento. Por acaso não declara a Palavra de Deus que o sétimo dia é o sábado do Senhor? Sim, essa não é uma questão fácil, mudar do primeiro para o sétimo dia da semana como dia de guarda. Envolve uma cruz. Colide frontalmente com os preceitos e práticas dos homens. Pessoas eruditas têm ensinado ao povo a tradição, até que este se tenha enchido de descrença e preconceito. Ainda assim, precisamos dizer a tais pessoas: "Vem e vê." Deus requer que proclamemos a verdade, e que ela ponha a descoberto o erro. A participação dos membros da igreja T6 38 3 É importante que os membros de nossas igrejas assistam às reuniões campais. Os inimigos da verdade são muitos; e como pequeno é o nosso número, cumpre-nos apresentar uma frente tão forte quanto possível. Individualmente, necessitamos dos benefícios da reunião, e Deus vos convida a ser os primeiros nas fileiras da verdade. T6 39 1 Dirão alguns: "É caro viajar, e nos seria preferível economizar o dinheiro e dá-lo para o avanço da obra onde é tão necessário." Não se deve raciocinar assim; Deus nos chama a ocupar o lugar que nos pertence nas fileiras de Seu povo. Tanto quanto for possível, é necessário fortalecer a reunião estando presente, nós e nossa família. Façamos um esforço extraordinário para assistir à reunião do povo de Deus. T6 39 2 Irmãos e irmãs, é muito melhor deixar que os negócios sofram um pouco do que perder o ensejo de ouvir a mensagem de Deus. Nenhuma desculpa deve nos impedir de obter toda vantagem espiritual possível. Necessitamos de todo raio de luz. Precisamos nos habilitar para dar a razão da esperança que há em nós, com mansidão e temor. Não se pode perder um privilégio assim. T6 39 3 No passado o Senhor instruiu Seu povo a se reunir três vezes por ano para tributar-Lhe culto. A essas santas convocações ia o povo de Israel, levando dízimos, ofertas pelo pecado e ofertas de gratidão à casa do Senhor. Encontravam-se para contar as misericórdias de Deus, tornar conhecidas as Suas maravilhosas obras e dar louvores e ações de graças ao Seu nome. E deviam unir-se no serviço sacrifical que apontava a Cristo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Assim seriam eles ser preservados do poder corruptor do mundanismo e da idolatria. A fé, o amor e a gratidão deviam ser mantidos vivos no coração deles e, por meio de sua associação nessa sagrada adoração, deviam ser mais estreitamente ligados a Deus e uns aos outros. T6 39 4 Nos dias de Cristo, essas festas eram assistidas por vastas multidões vindas de todas as terras; e, houvessem elas sido conservadas como era intenção do Senhor, no espírito do verdadeiro culto, a luz da verdade poderia ter sido comunicada por meio deles a todas as nações do mundo. T6 40 1 Para os que moravam distante do tabernáculo, mais de um mês de cada ano era gasto para assistir a essas santas convocações. O Senhor viu que essas reuniões eram necessárias à vida espiritual de Seu povo. Precisavam desviar-se de seus cuidados terrenos para comungar com Deus, e contemplar as realidades invisíveis. T6 40 2 Se os filhos de Israel necessitavam dessas santas convocações em seu tempo, quanto mais as necessitamos nós nesses dias finais de perigo e conflito! E se o povo do mundo então precisava da luz que Deus confiara a Sua igreja, quanto mais dela necessitarão agora! T6 40 3 O tempo atual é de molde a todos irem em socorro do Senhor, em socorro do Senhor contra os poderosos. Avigoram-se as forças do inimigo, e, como um povo, somos falsamente apresentados. Desejamos que o povo se relacione com nossas doutrinas e obra. Queremos que saibam o que somos e o que cremos. Precisamos abrir caminho até o coração deles. Que o exército do Senhor se ache em campo a fim de representar a obra e a causa de Deus. Não há desculpa. O Senhor necessita de nós. Ele não faz Sua obra sem a cooperação do instrumento humano. Freqüentemos as reuniões campais, ainda que isso nos custe algum sacrifício. E vamos dispostos a trabalhar. Além disso, devemos fazer todo esforço para levar os amigos, não em nosso lugar, mas conosco, para estarem ao lado do Senhor e obedecer-Lhe os mandamentos. Precisamos ajudar os que mostram interesse em ir, dando-lhes, se necessário, comida e alojamento. Os anjos comissionados a ministrar aos herdeiros da salvação, nos farão companhia. Deus fará grandes coisas por Seu povo. Abençoará todo esforço para honrar-Lhe a causa e promover o avanço de Sua obra. O preparo do coração T6 40 4 Precisamos lembrar que, nessas reuniões, há duas forças em operação. Uma batalha invisível a olhos humanos está sendo travada. Está em campo o exército do Senhor, buscando salvar almas. Satanás e suas legiões também estão em atividade, buscando por todos os meios possíveis enganar e destruir. O Senhor ordena-nos: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." Efésios 6:11, 12. Dia a dia prossegue a batalha. Se nossos olhos pudessem abrir para ver em operação os instrumentos bons e os maus, não haveria frivolidade e vaidade, nem gracejos e brincadeiras. Se todos se revestissem de toda a armadura de Deus e combatessem corajosamente as batalhas do Senhor, obter-se-iam vitórias que fariam tremer o reino das trevas. T6 41 1 Nenhum de nós deve ir à reunião campal confiando nos pastores ou nos obreiros bíblicos para torná-la uma bênção para nós. Deus não quer que Seu povo dependa inteiramente dos pastores. Não quer que se enfraqueçam dependendo do auxílio de criaturas humanas. Não devem, como crianças impotentes, apoiar-se em outros. Como despenseiro da graça de Deus, todo membro de igreja deve sentir sua responsabilidade individual de ter vida e raiz em si mesmo. Cada um deve sentir que, em certa medida, o êxito da reunião depende dele. Não é correto dizer: "Não sou responsável. Nada terei a fazer nessa reunião." Quem se sente assim está dando a Satanás oportunidade de operar por seu intermédio. Ele vai encher sua mente com maus pensamentos, dando-lhe alguma coisa para fazer em suas fileiras. Em vez de somar com Cristo, você estará dividindo. T6 41 2 O êxito da reunião depende da presença e do poder do Espírito Santo. Todo o que ama a causa da verdade, deve orar pelo derramamento do Espírito. E o quanto estiver em nosso alcance, cumpre-nos remover todo obstáculo a Sua atuação. O Espírito jamais poderá ser derramado enquanto os membros da igreja nutrirem desarmonia e amargura uns contra os outros. Inveja, ciúmes, ruins suspeitas e maledicências, são coisas de Satanás, e barram eficazmente o caminho à operação do Espírito Santo. Coisa alguma neste mundo é tão preciosa para Deus como Sua igreja. Coisa alguma é por Ele guardada com tão cioso cuidado. Coisa alguma ofende tanto ao Senhor como um ato que prejudique os que Lhe estão fazendo o serviço. Ele chamará a contas todos quantos ajudam Satanás em sua obra de criticar e desanimar. T6 42 1 Os que são destituídos de compaixão, ternura e amor, não podem fazer a obra de Cristo. Antes de se poder cumprir a profecia: O fraco será "como Davi", e a casa de Davi "como o anjo do Senhor" (Zacarias 12:8), os filhos de Deus precisam afastar todo pensamento de suspeita com referência a seus irmãos. Os corações devem bater em uníssono. A beneficência cristã e o amor fraternal devem ser manifestados muito mais abundantemente. Soam aos meus ouvidos as palavras: "União, união!" A solene e sagrada verdade para este tempo deve unificar o povo de Deus. Importa que morra o desejo de supremacia. Todos os outros objetos de interesse devem ser absorvidos por um único: quem se assemelhará mais a Cristo no caráter? Quem esconderá mais completamente em Cristo o próprio eu? T6 42 2 "Nisto é glorificado Meu Pai", diz Cristo, "em que deis muito fruto." João 15:8. Se há um lugar em que os crentes devam dar muito fruto, é em nossas reuniões campais. Nessas reuniões são observados nossos atos, nossas palavras e o espírito que mostramos, e nossa influência é de tão vasto alcance como a eternidade. T6 42 3 A transformação do caráter deve ser perante o mundo, o testemunho do amor de Cristo no coração. O Senhor espera que Seu povo manifeste que o poder redentor da graça pode operar sobre o caráter faltoso, e fazer com que ele se desenvolva em simetria, sendo abundantemente frutífero. T6 43 1 A fim de cumprirmos os desígnios de Deus, porém, há uma obra preparatória a fazer. O Senhor nos pede que esvaziemos o coração do egoísmo que é a raiz de toda alienação. Ele anseia derramar sobre nós Seu Santo Espírito em fartas medidas, e que aplainemos o caminho mediante a renúncia. Quando o próprio eu for entregue a Deus, nossos olhos serão abertos para ver as pedras de tropeço que nossa dessemelhança com Cristo tem posto no caminho dos outros. Tudo isso Deus nos manda remover. Diz Ele: "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis." Tiago 5:16. Então poderemos ter a certeza experimentada por Davi quando, depois de confessar o seu pecado, orou: "Torna a dar-me a alegria da Tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores a Ti se converterão." Salmos 51:12, 13. T6 43 2 Quando a graça de Deus reinar no interior, a alma será circundada por uma atmosfera de fé, ânimo e amor cristão, atmosfera revigoradora para a vida espiritual de todos os que a respiram. Então podemos ir à reunião campal, não somente para receber, mas para comunicar. Todo aquele que é participante do amor perdoador de Cristo, todo o que foi esclarecido pelo Espírito de Deus e convertido à verdade, por essas preciosas bênçãos sentir-se-á devedor a toda alma com quem se põe em contato. Os que são humildes de coração serão usados pelo Senhor para alcançar almas de quem o pastor ordenado não se pode aproximar. Serão impulsionados a proferir palavras que revelam a salvadora graça de Cristo. T6 43 3 E, beneficiando aos outros, serão eles próprios abençoados. Deus nos dá oportunidade de comunicar graça, para que nos possa encher novamente de mais graça. A esperança e a fé se robustecerão à medida que o instrumento de Deus opera com os talentos e os recursos fornecidos por Ele. Terá um agente divino a cooperar com ele. Assuntos comerciais T6 44 1 Nossas reuniões campais devem, o quanto possível, ser dedicadas a interesses espirituais. Não se devem tornar ocasião para efetuar reuniões de comissões. Reúnem-se obreiros de todas as partes do campo, e parece uma ocasião favorável para considerar assuntos de negócios relacionados com os vários ramos da obra, e para o preparo de obreiros nos vários ramos também. T6 44 2 Todos esses interesses são importantes, mas quando são considerados numa reunião campal, pouca é a oportunidade que resta para tratar das relações práticas da verdade para com as pessoas. Os pastores são distraídos de sua obra de edificar os filhos de Deus na santíssima fé, e a reunião campal não preenche o fim a que se designava. T6 44 3 Em muitas dessas reuniões a maior parte do povo não tem interesse; e se pudessem assistir a todas, retirar-se-iam cansados, em lugar de ter recebido refrigério e benefício. Muitos ficam decepcionados por falhar sua esperança de receber auxílio da reunião campal. Os que vieram em busca de luz e de forças, regressam para casa pouco mais habilitados a trabalhar na família e na igreja, do que o estavam antes de assistirem às reuniões. T6 44 4 Os assuntos administrativos devem ser tratados pelos que são especialmente designados para isso. E, o quanto possível, devem ser apresentados ao povo em outras ocasiões, e não nas reuniões campais. Instruções relativas à colportagem, à obra da Escola Sabatina e às minúcias do trabalho missionário devem ser dadas nas igrejas locais, ou em reuniões especialmente designadas. O mesmo quanto às classes culinárias. Se bem que essas sejam boas em seu devido lugar, não devem ocupar o tempo de nossas reuniões campais. T6 45 1 Os presidentes de Associação e os pastores devem dedicar-se aos interesses espirituais do povo, e portanto serem dispensados do trabalho mecânico que acompanha as reuniões. Os pastores devem estar prontos para agir como mestres e guias na obra do acampamento, quando a ocasião o exija, mas não ser levados ao ponto de exaustão. Devem sentir-se refrigerados, em animada disposição de espírito, pois isto é essencial ao máximo benefício da reunião. Devem ser capazes de proferir palavras de ânimo e coragem, e lançar sementes de verdade espiritual no solo dos corações sinceros, de modo a brotar e produzir precioso fruto. T6 45 2 Os pastores devem ensinar o povo a se aproximar do Senhor e a conduzir outros a Ele. Devem-se adotar métodos, delinear planos pelos quais a norma seja elevada, e o povo seja ensinado quanto ao modo como conseguir purificar-se da iniqüidade e elevar-se pela adesão aos princípios puros e santos. T6 45 3 Deve haver tempo para exame do coração, para a cultura do espírito. Quando a mente está ocupada com assuntos de negócios deve haver necessariamente carência de poder espiritual. A piedade pessoal, a fé genuína e a santidade do coração devem ser conservadas diante do espírito até que o povo compreenda sua importância. T6 45 4 Precisamos possuir o poder de Deus em nossas reuniões campais, do contrário não nos será possível prevalecer sobre o inimigo das almas. Cristo diz: "Sem Mim, nada podeis fazer." T6 45 5 Os que se ajuntam nessas reuniões campais devem ser impressionados com o fato de que o objetivo das mesmas é atingir a experiência cristã mais elevada, crescer no conhecimento de Deus, fortalecer-se com vigor espiritual; e a menos que compreendamos isso, as reuniões serão infrutíferas. Auxílio ministerial T6 46 1 Nas reuniões campais ou conferências em tendas, junto ou próximo às grandes cidades, deve existir abundante auxílio ministerial. Em todas as nossas reuniões campais a força ministerial deve ser a máxima possível. Não é sábio lançar contínua carga sobre um ou dois homens. Sobrecarregados, eles se tornam física e mentalmente exaustos, e assim se incapacitam para a obra a eles designada. Para que possam dispor de forças necessárias para as reuniões, os ministros devem fazer arranjos antecipados para que seu campo de trabalho fique sob o cuidado de pessoas responsáveis que, embora não sendo talvez aptas a pregar, possam levar avante a obra de casa em casa. Em Deus muitos poderão agir valorosamente, e seus esforços redundarão em resultados cuja riqueza os surpreenderá. T6 46 2 Em nossos grandes encontros se fazem necessários muitos dons. Novos talentos devem ser trazidos à obra. O Espírito Santo deve ter a oportunidade de operar na mente. Então a verdade será apresentada com solidez e poder. T6 46 3 Ao dirigir os importantes interesses das reuniões próximo de uma grande cidade, é essencial a cooperação de todos os obreiros. Devem eles manter-se na própria atmosfera das reuniões, travando conhecimento com as pessoas ao entrarem e saírem, mostrando-lhes a máxima cortesia, bondade e terna consideração. Devem estar dispostos a falar-lhes em tempo e fora de tempo, espreitando a ocasião de ganhar seu coração. Que os obreiros de Cristo mostrem a metade da vigilância que manifesta Satanás, que está sempre nas pegadas dos seres humanos, sempre bem alerta, pronto para armar alguma armadilha ou laço para a sua destruição. T6 46 4 Que cada dia seja considerado o mais importante para o trabalho. Esse dia ou noite pode representar a única oportunidade que alguém terá para ouvir a mensagem de advertência. Mantenha isso sempre em mente. T6 47 1 Quando os ministros permitem ser afastados de seu trabalho para visitar as igrejas, não apenas esgotam suas forças físicas, como ainda roubam a si próprios do tempo necessário ao estudo, oração e meditação diante de Deus. Assim se inabilitam para realizar a obra quando e onde ela deveria ser feita. T6 47 2 Coisa alguma é mais necessária na obra do que os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar por nossa vida diária que temos paz e descanso em Deus. Sua paz no coração irá refletir-se no semblante. Dará à voz um poder persuasivo. A comunhão com Deus comunicará elevação moral ao caráter e a todo procedimento. Os homens observarão, como no caso dos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Isso comunicará aos trabalhos do pastor um poder ainda maior do que o que provém da influência de sua pregação. Desse poder não deve ele permitir que seja privado. A comunhão com Deus mediante a oração e o estudo de Sua Palavra não deve ser negligenciada, pois aí é que está a fonte de seu poder. Nenhuma atividade em prol da igreja deve ter precedência em relação a isso. T6 47 3 Temos uma concepção demasiado pequena de Deus e das realidades eternas. Se os homens andarem com Deus, Ele os esconderá na fenda da Rocha. Assim ocultos, poderão eles ver a Deus, tal como ocorreu com Moisés. Com o poder e a luz que Deus outorga, eles compreenderão melhor e realizarão mais do que alguma vez haviam imaginado ser possível. T6 47 4 Maior habilidade, tato e sabedoria são necessários na apresentação da Palavra e na alimentação do rebanho de Deus do que muitos supõem. Uma apresentação árida e sem vida da verdade deprecia a mais sagrada mensagem conferida por Deus aos homens. T6 48 1 Aqueles que ensinam a Palavra precisam viver cada hora em consciente e viva comunhão com Deus. Os princípios da verdade, da justiça e da misericórdia necessitam estar dentro deles. Devem abeberar-se da Fonte de toda sabedoria moral e poder intelectual. Seu coração necessita estar vivo sob as profundas impressões do Espírito de Deus. T6 48 2 A fonte de todo poder é ilimitada; se os irmãos, em sua grande necessidade, procurarem que o Espírito Santo trabalhe em sua própria alma, se entrarem em reclusão com Deus, assegurem-se de que não comparecerão diante do povo com a alma árida e sem ânimo. Ao orarem mais e contemplarem a Jesus, vocês deixarão de exaltar o eu. Se, pacientemente, exercitarem a fé, confiando implicitamente em Deus, reconhecerão a voz de Jesus dizendo: "Subi para aqui." Apocalipse 11:12. Todos devem ser obreiros T6 48 3 "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Efésios 4:11-13. T6 48 4 Esse texto apresenta um vasto programa de trabalho, que deve ser trazido às nossas reuniões campais. Todos esses dons precisam ser exercitados. Todo obreiro fiel ministrará com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. T6 48 5 Os que estão se preparando para qualquer ramo da obra devem aproveitar toda oportunidade de trabalhar na reunião campal. Onde quer que se realizem essas reuniões, os rapazes que receberam preparo em assuntos médicos devem sentir que é seu dever desempenhar sua parte. Devem ser animados a não somente agir como médicos, mas também a falar sobre os pontos da verdade presente, dando a razão de sermos adventistas do sétimo dia. Esses jovens, uma vez que lhes seja facultada a oportunidade de trabalhar com pastores mais experientes, terão muito proveito e bênçãos. T6 49 1 Há para cada um alguma coisa a fazer. Toda pessoa que crê na verdade deve permanecer em seu lugar, dizendo: "Eis-me aqui, envia-me a mim". Isaías 6:8. Ao se envolverem no trabalho durante a reunião campal, todos podem aprender como atuar com êxito na igreja local. T6 49 2 Quando devidamente dirigidas, as reuniões campais são uma escola em que pastores, anciãos e diáconos podem aprender a fazer trabalho mais perfeito para o Mestre. Elas devem ser uma escola onde os membros da igreja, adultos e jovens, tenham oportunidade de aprender mais perfeitamente o caminho do Senhor, onde os crentes possam receber um preparo que os auxilie a ajudar outros. T6 49 3 Os pais que comparecem à reunião campal deveriam prestar especial atenção às lições que são administradas para sua orientação. A seguir, na vida doméstica, por preceito e exemplo, compartilhem eles essas lições com os filhos. Ao lutarem assim para salvar seus filhos das influências corruptoras do mundo, observarão melhoras em sua família. T6 49 4 O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros de nossas igrejas, não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que cada um receba algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para Ele. Que a todos seja ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-conversos devem ser treinados como colaboradores de Deus. Se postos a trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se tornarão fortes; os ignorantes, inteligentes; assim todos se prepararão para apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele. Oração e aconselhamento T6 50 1 Aqueles que atuam nas reuniões campais deveriam unir-se freqüentemente em oração e aconselhamento, para que possam agir inteligentemente. Nessas reuniões há muitas coisas a demandarem atenção. Contudo, devem os ministros tomar tempo diariamente, reunindo-se a fim de orar e tomar conselho entre si. Devem certificar-se de que tudo está sendo conduzido corretamente, ou, conforme as palavras que me foram ditas, "vocês devem estar em pé, ombro a ombro, marchando em linha reta, ninguém se afastando." Quando a obra é conduzida dessa forma, existe unidade de coração, logo haverá também harmonia de ação. Será esse um meio maravilhoso de trazer a bênção de Deus sobre o povo. T6 50 2 Antes de proferirem um sermão, devem os ministros reservar tempo para buscar em Deus sabedoria e poder. Em tempos passados muitas vezes os ministros se afastavam para orar juntos, e não interrompiam as preces até que o Espírito de Deus respondesse as preces. Retornavam então do lugar de oração com a face iluminada; ao falarem à congregação, suas palavras possuíam poder. Atingiam o coração das pessoas, porque o Espírito que lhes outorgava as bênçãos, preparava também os corações para o recebimento da mensagem. Existe muito mais do que aquilo que reconhecemos, sendo feito pelo universo celestial na preparação do caminho para a conversão das pessoas. Devemos agir em harmonia com os mensageiros do Céu. Desejamos mais de Deus; não devemos imaginar que nossas palestras e sermões sejam capazes de realizar a obra. A menos que as pessoas sejam alcançadas através de Deus, jamais serão alcançadas. Temos de depender unicamente de Deus, reclamando Sua promessa: "E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Zacarias 4:6. T6 51 1 Quando aqueles aos quais Deus confiou responsabilidades como líderes temerem e tremerem diante dEle por causa da responsabilidade do trabalho; quando sentirem a própria indignidade, e buscarem humildemente ao Senhor; quando se purificarem de tudo aquilo que Lhe desagrada; quando suplicarem diante dEle até saberem que receberam perdão e paz, então Deus Se manifestará por intermédio deles. Então o trabalho avançará com poder. T6 51 2 Meus coobreiros, precisamos ter a Jesus, o precioso Jesus, habitando em nosso coração muito mais plenamente, se quisermos obter sucesso em apresentá-lO ao povo. Achamo-nos em grande necessidade da influência celestial, do Espírito Santo de Deus, para conceder poder e eficiência a nossa obra. Necessitamos abrir o coração a Cristo. Precisamos de mais firme fé e mais fervente devoção. Temos de morrer para o eu, acariciando na mente e no coração um amor adorável por nosso Salvador. Quando buscarmos ao Senhor de todo o coração, vamos encontrá-lO, e nosso coração transbordará de Seu amor. O eu será afogado em sua insignificância e Jesus será tudo para a alma. T6 51 3 Cristo apresenta a nós, os sedentos, a água da vida, para que bebamos livremente; ao fazê-lo, teremos a Cristo dentro de nós, como fonte de água que salta para a vida eterna. Então nossas palavras serão cheias de umidade. Estaremos preparados para irrigar outros. T6 51 4 Temos de aproximar-nos de Deus. Temos de ser Seus coobreiros, caso contrário fraquezas e erros serão percebidos em tudo que empreendermos. Se nos fosse permitido administrar os interesses da causa de Deus segundo nossos próprios caminhos, não haveria razão para se esperar muito; entretanto, se o eu se esconder em Cristo, todo nosso trabalho será forjado em Deus. Tenhamos fé nEle a cada passo. Ao mesmo tempo que reconhecemos nossa fraqueza, não sejamos desprovidos de fé, e sim crentes. T6 52 1 Se tomarmos a Deus pela palavra, veremos Sua salvação. O evangelho que apresentamos para a salvação de almas que perecem, deve ser o mesmo evangelho que salva nossa própria vida. Necessitamos receber a Palavra de Deus. Temos de comê-la, temos de vivê-la; é ela a carne e o sangue do Filho de Deus. Precisamos comer Sua carne e beber Seu sangue -- receber pela fé os Seus atributos espirituais. T6 52 2 Devemos receber luz e bênção para termos algo a compartilhar. É privilégio de cada obreiro, andar em primeiro lugar com Deus no lugar secreto da oração, e então falar às pessoas como porta-voz de Deus. Homens e mulheres que comungam com Deus, que têm a Cristo habitando dentro de si, tornam sagrada a própria atmosfera, pois são cooperadores dos anjos. Tal testemunho é necessário neste tempo. Necessitamos do poder enternecedor de Deus, do poder que conduz a Cristo. Necessidades da igreja T6 52 3 Muitos chegam às reuniões campais com o coração cheio de murmuração e queixa. Por intermédio da obra do Espírito Santo, devem estes ser levados a compreender que suas murmurações constituem ofensa a Deus. Devem ser levados a reprovar a si próprios, pois permitiram ao inimigo exercer controle sobre sua mente e julgamento. As queixas devem converter-se em arrependimento, a incerteza e abatimento em sincera indagação: "De que modo poderei adquirir fé genuína?" T6 52 4 Quando o homem é participante da natureza divina, o amor de Cristo é um princípio permanente na alma, e o próprio eu e suas peculiaridades não serão exibidos. Contudo, é triste ver os que deveriam ser vasos de honra, manifestarem indulgência na gratificação da natureza inferior, andando em caminhos que a consciência condena. Homens que professam ser seguidores de Cristo descem a um baixo nível, sempre lamentando suas limitações, mas jamais sobrepujando a Satanás e calcando-o debaixo dos pés. Culpa e condenação constantemente sobrecarregam a alma, e o clamor destes bem pode ser: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Romanos 7:24. Pela condescendência com o pecado é destruído o respeito próprio; e uma vez ausente este, diminui-se o respeito aos outros; concluímos que os outros sejam tão injustos como nós. T6 53 1 Em nossas convocações anuais essas coisas devem ser apresentadas ao povo, que deve ser encorajado a buscar em Cristo a libertação do poder do pecado. Ele diz: "E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós." Jeremias 29:13, 14. O padrão deve ser elevado, e a pregação deve ser de caráter inteiramente espiritual, para que o povo possa ser levado a ver as razões de sua fraqueza e infelicidade. Muitos se sentem infelizes porque não são santos. Somente a pureza de coração e a inocência de mente podem ser abençoadas por Deus. Quando o pecado é acariciado, terminará por produzir nada além da infelicidade; e o pecado que desemboca na maior infelicidade é o orgulho de coração, a ausência de simpatia e amor cristãos. Como apresentar a mensagem T6 53 2 Em toda parte existem corações clamando pelo Deus vivo. Sermões insuficientes para a alma faminta têm sido apresentados pelas igrejas. Em tais palestras não existe aquela manifestação divina que toca a mente e cria fervor no coração. Os ouvintes não conseguem dizer: "Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?" Lucas 24:32. A maior parte dos ensinos apresentados não possui poder para despertar o pecador ou convencer as pessoas do pecado. As pessoas que vêm ouvir a Palavra necessitam de uma apresentação clara e distinta da verdade. Alguns que uma vez provaram a Palavra de Deus estiveram por longo tempo vivendo numa atmosfera em que não existe Deus, e agora almejam a presença divina. T6 54 1 A primeira e mais importante coisa a fazer é abrandar e subjugar a alma, apresentando o nosso Senhor Jesus Cristo como o Salvador que perdoa pecados. Jamais deveria ser pregado um sermão, ou apresentada instrução bíblica sobre qualquer assunto, sem que os ouvintes fossem encaminhados ao "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29. Toda verdadeira doutrina torna a Cristo o centro, todo preceito recebe força de Suas palavras. T6 54 2 Mantenham diante do povo a cruz do Calvário. Mostrem o que causou a morte de Cristo -- a transgressão da lei. Não seja encoberto o pecado, ou tratado como coisa de pouca importância. Deve ele ser apresentado como agressão contra o Filho de Deus. Então indiquem Cristo às pessoas, contando-lhes que a imortalidade advirá tão-somente ao O receberem como seu Salvador pessoal. T6 54 3 Façam o povo perceber quão longe tem estado das ordenanças do Senhor, ao adotar condutas mundanas e se conformar com princípios mundanos. Isso o tem feito transgredir a lei de Deus. T6 54 4 Muitos no mundo fixam suas afeições em coisas que, em si mesmas, não são más; contentam-se, entretanto, com essas coisas, e não buscam o maior e mais elevado bem que Cristo lhes deseja conceder. Não devemos procurar rudemente privar as pessoas das coisas que lhes são preciosas. Revelem a elas a beleza e preciosidade da verdade. Conduzam-nas a contemplarem a Cristo em amabilidade; então elas deixarão tudo aquilo que afastaria dEle as suas afeições. Esse é o princípio pelo qual o Salvador Se relaciona com os homens; é o princípio que deve ser trazido para dentro da igreja. T6 54 5 Cristo veio a este mundo "para pregar boas-novas aos mansos; ... a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos." Isaías 61:1. O Sol da Justiça nascerá "e salvação trará debaixo das suas asas." Malaquias 4:2. O mundo está repleto de homens e mulheres que carregam um pesado fardo de tristeza, sofrimento e pecado. Deus envia a esses os Seus filhos, para que lhes revelem Aquele que tomará sobre Si o fardo e lhes dará descanso. É a missão dos servos de Cristo ajudar, abençoar e curar. T6 55 1 O tema favorito de Cristo era o caráter paternal e o abundante amor de Deus. Esse conhecimento de Deus foi o próprio dom de Cristo aos homens, e esse dom, entregou-o a Seu povo, para que seja comunicado ao mundo. T6 55 2 Ao apresentarmos ao povo as várias lições e advertências da mensagem especial para o tempo presente, devemos ter em mente que nem todas são igualmente apropriadas para as congregações que formam as nossas reuniões campais. Mesmo Jesus disse aos discípulos, com os quais estivera durante três anos: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora." João 16:12. Temos de esforçar-nos por apresentar a verdade de um modo que as pessoas estejam preparadas para ouvir e apreciar seu valor. O Espírito de Deus está operando na mente e coração dos homens, e temos de agir em harmonia com isso. T6 55 3 Algumas verdades já são do conhecimento das pessoas. Em algumas estão elas interessadas e prontas a aprender mais. Mostrem-lhes o valor dessas verdades, e a relação das mesmas com outras que ainda não são compreendidas. Assim se despertará o desejo de maior luz. Quem assim procede, "maneja bem a palavra da verdade." 2 Timóteo 2:15. T6 56 1 Seja a verdade para esse tempo apresentada não em longos e elaborados discursos, mas em pequenas apresentações, diretamente ao ponto. Não pensem que, havendo apresentado uma vez certo ponto, é possível passar logo a outros mais, e que os ouvintes reterão tudo aquilo que foi apresentado. Existe perigo em se passar muito rápido de um ponto a outro. Apresentem lições breves, em linguagem direta e simples, e repitam-nas com freqüência. T6 56 2 Não apresentem um sermão logo em seguida ao anterior, mas concedam um período de repouso, para que a verdade seja fixada na mente, e para que tanto os ministros quanto o povo tenham a oportunidade de meditar e orar. Assim as pessoas crescerão no conhecimento e na experiência religiosa. T6 56 3 Mantenham a mente concentrada nalguns poucos pontos vitais. Não apresentem idéias sem importância em seus sermões. Deus não quer que vocês imaginem estar sendo impressionados pelo Seu Espírito, se sua mente se afasta do assunto, introduzindo matérias estranhas, que não possuem conexão com o texto em estudo. Ao divagar para longe de linhas retas, apresentando aquilo que desvia a mente do assunto, vocês perdem o ponto de apoio e enfraquecem tudo o que disseram previamente. Ofereçam a seus ouvintes trigo puro, totalmente peneirado. T6 56 4 Sejam cuidadosos para nunca perderem o senso da presença do divino Vigia. Lembrem-se de que estão falando não apenas diante de uma assembléia de homens, como também diante de Alguém a quem devem sempre reconhecer. Falem como se todo o universo celestial estivesse diante de vocês. T6 57 1 Uma noite, antes de uma importante reunião, pareceu-me, enquanto dormia, achar-me em reunião com os irmãos, escutando a Alguém que falava com autoridade. Disse Ele: "Assistirão a esta reunião muitas pessoas sinceramente ignorantes das verdades que hão de ser apresentadas. Elas ouvirão e ficarão interessadas porque Cristo as está atraindo; a consciência lhes diz que o que ouvem é verdade, pois tem a Bíblia por base. É importante ter o máximo cuidado ao tratar com essas pessoas. T6 57 2 "Ofereçam porções da mensagem que elas sejam capazes de apreender e assimilar. Embora possam parecer estranhas e surpreendentes, muitos hão de reconhecer com alegria que se projeta através da Palavra de Deus uma nova luz; ao passo que, se novas verdades forem apresentadas de uma só vez, essas pessoas terão dificuldade para compreendê-las, correndo o risco de se afastarem e nunca mais voltar. Alguns interessados, na tentativa de partilhar as novidades, poderão distorcer o que ouviram. Outros poderão modificar as Escrituras ao ponto de deixar confusa a cabeça de quem os ouve. T6 57 3 "Aqueles que estudarem os métodos da didática de Cristo e se educarem em seguir Sua orientação, atrairão grande número de pessoas, mantendo o interesse dos ouvintes como Cristo fez no passado. Em cada reunião, Satanás se achará no acampamento a fim de lançar sua sombra infernal entre o homem e Deus, para interceptar cada raio de luz que possa brilhar na alma. Mas, quando a verdade em seu caráter prático for insistentemente apresentada ao povo com amor, muitos se convencerão, porque o Espírito Santo de Deus impressionará os corações. T6 57 4 "Revestir-se de humildade e orar para que os anjos de Deus estejam estreitamente unidos com você para impressionar a mente do povo; pois não é você que dirige o Espírito Santo, mas é ao Espírito Santo que compete dirigir você. É o Espírito Santo que torna a verdade admirável. Mantenha a verdade prática sempre perante o povo." T6 58 1 Não saliente os aspectos da verdade que são uma reprovação dos costumes e práticas do povo enquanto eles não tiverem ocasião de saber que acreditamos em Cristo, em Sua divindade e preexistência. Insistamos no testemunho do Redentor do mundo. Ele diz: "Eu, Jesus, enviei o Meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas." Apocalipse 22:16. T6 58 2 Na reunião campal de Queensland, em 1898, foi-me dada instrução no tocante a nossos obreiros bíblicos. Nas visões noturnas, ministros e obreiros pareciam estar numa reunião em que lições bíblicas eram apresentadas. Dissemos: "Temos o Grande Mestre conosco hoje", e escutamos com interesse as Suas palavras. Ele disse: "Neste lugar existe uma grande obra para vocês. Terão de apresentar a verdade em sua singeleza. Tragam as pessoas à fonte de água da vida. Falem a elas as coisas mais relacionadas com o seu presente e eterno bem-estar. Não estudem as Escrituras de modo leviano ou casual. Em tudo que disserem, saibam que têm algo que valha o tempo gasto em dizê-lo, e o tempo dos que ouvem. Falem das coisas essenciais, coisas que instruem e que trarão luz com cada palavra. T6 58 3 "É necessário aprender a ir ao encontro das pessoas onde elas estão. Não apresentar assuntos que suscitem controvérsia. Não dar instruções que possam confundir a mente. Não levem as pessoas a se preocuparem com coisas que vocês entendem, mas que elas não são capazes de ver, a menos que sejam assuntos de conseqüências vitais para a salvação. Não apresentem as Escrituras de modo a exaltar o eu e a estimular a vanglória daquele que abre a Palavra. A obra para o tempo presente é treinar estudantes e obreiros a lidarem com os assuntos de modo claro, sério e solene. Nessa grande obra nenhum tempo deve ser usado sem utilidade. Não podemos perder o objetivo. O tempo é demasiado curto para pretendermos revelar tudo aquilo que pode ser exposto à compreensão. Precisaremos da eternidade para conhecer toda a extensão, largura, profundidade e altura das Escrituras. Existem pessoas para as quais certos pontos da verdade são mais importantes do que outros. Vocês necessitam de mais habilidade com as verdades bíblicas. Leiam e estudem o Salmos 40:7, 8; João 1:14; 1 Timóteo 3:16; Filipenses 2:5-11; Colossences 1:14-17; Apocalipse 5:11-14. T6 59 1 "Ao apóstolo João, na ilha de Patmos, foram reveladas as coisas que Deus desejava fossem comunicadas ao povo. Estudem essas revelações. Aí encontram-se temas dignos de nossa contemplação, grandes e abrangentes lições que toda a hoste angélica está agora procurando comunicar. Contemplem a vida e caráter de Cristo e estudem Sua obra mediadora. Encontram-se aí infinita sabedoria, infinito amor e infinita misericórdia. Aí estão as profundezas e alturas, extensões e larguras, para a nossa consideração. Inumeráveis textos têm sido usados para a apresentação ao mundo da vida, caráter e obra intercessória de Cristo, e ainda assim cada pessoa através da qual o Espírito Santo tem trabalhado, vem apresentando esses temas sob um novo enfoque." T6 59 2 Desejamos levar o povo a compreender o que Cristo significa, e quais as responsabilidades a que são chamados a aceitar em favor dEle. Como Seus representantes e testemunhas, necessitamos chegar à plena compreensão das salvadoras verdades, através de um conhecimento experimental. T6 59 3 Ensinem as grandes verdades práticas que necessitam ser estampadas no coração. Ensinem sobre o salvador poder de Jesus, "em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados." Colossences 1:14. Foi na cruz que a misericórdia e a verdade se encontraram, que a justiça e a verdade se beijaram. Que todo aluno e todo obreiro estude isso vez após outra, e assim possam, ao levantar o Senhor crucificado entre nós, torná-lO um assunto sempre novo para as pessoas. Mostrem que a vida de Cristo revela um caráter infinitamente perfeito. Ensinem que "a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome." João 1:12. Digam isso mais e mais vezes. Temos de tornar-nos filhos de Deus, membros da real família, filhos do Rei celestial. Seja tornado conhecido que todos os que aceitam a Jesus Cristo e mantêm firme a sua confiança do início ao fim, serão herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo de "uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo." 1 Pedro 1:4, 5. A última advertência T6 60 1 A mensagem do terceiro anjo deve ser dada com poder. O poder da proclamação da primeira e segunda mensagens deve ser intensificado com a terceira. No Apocalipse, João fala do mensageiro celestial que se une ao terceiro anjo: "E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz." Apocalipse 18:1, 2. Estamos sob o risco de apresentar a mensagem do terceiro anjo de maneira tão indefinida, que ela não cause impressão sobre o povo. Tantos outros interesses aparecem, que a própria mensagem que deveria ser proclamada com poder torna-se insípida e sem expressão. Um equívoco tem ocorrido em nossas reuniões campais. A questão do sábado tem sido abordada, mas não tem sido apresentada como o grande teste para o presente momento. Ao passo que as igrejas professam crer em Cristo, estão violando a lei que o próprio Cristo proclamou no Sinai. O Senhor ordena: "Anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados." Isaías 58:1. A trombeta precisa dar o sonido certo. T6 61 1 Quem tem diante de si uma congregação por apenas duas semanas não pode adiar a apresentação do assunto do sábado até que tudo mais haja sido apresentado, na suposição de que assim será preparado o caminho para ele. A norma tem de ser elevada: os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Esse é o tema importante. A seguir, por meio de fortes argumentos, ele deve ser ainda reforçado. Gaste mais tempo com o Apocalipse. Leia, explique e reforce o seu ensino. T6 61 2 Nossa batalha é agressiva. Desfechos tremendos estão perante nós; e mesmo iminentes. Ascendam a Deus as nossas orações para que os quatro anjos ainda retenham os quatro ventos a fim de que não soprem para danificar nem destruir sem que a última advertência haja sido feita ao mundo. Trabalhemos, então, em harmonia com as nossas orações. Que nada reduza a força da verdade para este tempo. A verdade presente tem que ser o nosso principal assunto. Deve a mensagem do terceiro anjo realizar a sua obra de separar das igrejas um povo que se decidirá em prol dos princípios da verdade eterna. T6 61 3 Nossa mensagem é de vida ou morte, e devemos permitir que ela apareça como realmente é, o grande poder de Deus. Devemos apresentá-la em toda a sua força. O Senhor então a tornará eficaz. É nosso privilégio esperar grandes coisas, até mesmo a demonstração do Espírito de Deus. É esse o poder que convencerá e converterá a alma. T6 61 4 Os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e cabe-nos a obra de advertir as pessoas do perigo em que se encontram. Que não fiquem intocadas as solenes cenas reveladas pela profecia. Se nosso povo estivesse apenas meio desperto, se compreendessem a proximidade dos eventos retratados no Apocalipse, haveria uma reforma em nossas igrejas, e muitos mais creriam na mensagem. Não temos tempo a perder; Deus nos chama a vigiarmos as almas das quais teremos de prestar contas. Apresentem novos princípios, a clara e decisiva verdade. Será como espada de dois fios. Contudo, não sejam apressados a entrar em controvérsia. Haverá ocasiões em que teremos de permanecer calados, esperando a salvação de Deus. Deixem que falem os livros de Daniel e Apocalipse, dizendo o que é a verdade. Seja, porém, qual for o assunto apresentado, exaltem a Jesus como o centro de toda esperança, "a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã." Apocalipse 22:16. Encontros de louvor T6 62 1 Nos cultos de nossas campais, deve haver música vocal e instrumental. Instrumentos musicais eram utilizados nos serviços religiosos dos tempos antigos. Os adoradores louvavam a Deus com a harpa e címbalo, e a música deve ter também seu lugar em nossos cultos. Fará aumentar o interesse. Todos os dias deve ser realizado um encontro de louvor, um culto simples de ações de graças a Deus. Haveria muito maior poder em nossas reuniões campais se possuíssemos genuíno senso da bondade, misericórdia e longanimidade de Deus, e se maior quantidade de louvor irrompesse de nossos lábios para honra e glória de Seu nome. Temos de cultivar maior fervor de espírito. O Senhor diz: "Aquele que oferece sacrifício de louvor Me glorificará." Salmos 50:23. T6 62 2 É obra de Satanás falar daquilo que diz respeito a ele, sendo-lhe um deleite ouvir os homens falando de seu poder, da obra que ele realiza através dos filhos dos homens. Mediante a indulgência com semelhante conversação, a mente torna-se melancólica, mal-humorada e cheia de discórdia. Podemos chegar a tornar-nos canais de comunicação satânica, pelos quais fluam palavras sem o brilho do sol para algum coração. Decidamos, pois, que não será assim. Decidamos não servir de canais para que Satanás comunique pensamentos sombrios e de discórdia. Que nossas palavras não sejam um cheiro de morte para morte, e sim de vida para vida. T6 63 1 Nas palavras que proferimos diante do povo ou em nossas preces, Deus deseja que ofereçamos inequívoca evidência de que possuímos vida espiritual. Não desfrutamos da plenitude das bênçãos que o Senhor tem preparado para nós, pelo fato de não pedirmos com fé. Se exercêssemos fé na palavra do Deus vivo, teríamos as mais ricas bênçãos. Desonramos a Deus por essa falta de fé; dessa forma não conseguimos compartilhar vida com outros, mediante um testemunho vivo e edificante. Não podemos dar aquilo que não possuímos. T6 63 2 Se andarmos humildemente com Deus, se trabalharmos no espírito de Cristo, nenhum de nós terá de carregar pesados fardos. Depositá-los-emos sobre o grande Portador de Fardos. Poderemos então esperar triunfos na presença de Deus, na comunhão de Seu amor. Do início ao fim, toda reunião campal será uma festa de amor, pois a presença de Deus estará com Seu povo. T6 63 3 Todo o Céu está interessado em nossa salvação. Anjos de Deus, milhares de milhares, e dezenas de milhares vezes dezenas de milhares, são comissionados a ministrar em favor dos que herdarão a salvação. Guardam-nos do mal e fazem recuar as forças das trevas que estão procurando destruir-nos. Não temos razão para nos sentirmos agradecidos a cada momento, gratos até mesmo quando aparentes dificuldades existem em nosso caminho? T6 63 4 O próprio Senhor é nosso ajudador. "Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo." Sofonias 3:14, 17. Esse é o testemunho que o Senhor deseja que apresentemos ao mundo. Seu louvor deve estar continuamente em nosso coração e lábios. T6 64 1 Semelhante testemunho terá influência sobre outros. Quando buscamos desviar os homens de seus esforços indulgentes com o eu, com vistas a assegurar sua felicidade, temos de mostrar-lhes que possuímos algo melhor do que aquilo que buscam. Ao falar com a mulher samaritana, Jesus não a reprovou por vir buscar água no poço de Jacó, antes apresentou-lhe algo de mais elevado valor. Em comparação com a fonte de Jacó, expôs a fonte de água viva. Disse Ele: "Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna." João 4:10-14. T6 64 2 A igreja necessita da experiência nova e viva dos membros que mantêm uma habitual comunhão com Deus. Testemunhos e orações insípidos, rançosos, destituídos da presença de Cristo, não ajudam o povo. Se todo aquele que pretende ser filho de Deus fosse cheio de fé, de luz e de vida, que maravilhoso testemunho seria dado àqueles que vêm ouvir a verdade! E quantas almas poderiam ser ganhas para Cristo! Esforços pelo reavivamento T6 64 3 Poucos esforços de reavivamento são feitos em nossas reuniões campais. Há pouquíssima busca do Senhor. Cultos de reavivamento devem ser realizados desde o começo até ao fim das reuniões. Os mais decididos esforços devem ser feitos para despertar as pessoas. Vejam todos que somos fervorosos porque temos uma mensagem maravilhosa do Céu. Digamo-lhes que o Senhor vem julgar, e que nem reis, nem governantes, nem riqueza, nem influência, serão de ajuda para evitar os juízos que logo hão de cair. No fim de cada reunião, devem ser feitos apelos. Apeguem-se firmemente aos interessados, até que sejam confirmados na fé. T6 65 1 Temos de ser mais decididos e sinceros. Precisamos expor a verdade em particular e em público, apresentando todo argumento, realçando todo motivo de valor infinito, para atrair seres humanos ao Salvador erguido na cruel cruz. Deus deseja que todos alcancem a vida eterna. Notem como em toda a Palavra de Deus é manifestado o espírito de urgência, de implorar que homens e mulheres venham a Cristo e reneguem apetites e paixões que corrompem a vida. Com toda a nossa capacidade, precisamos insistir com eles para que olhem a Jesus e aceitem Sua vida de abnegação e sacrifício. Temos de mostrar-lhes que esperamos que tragam alegria ao coração de Cristo, usando cada um de Seus dons para honrar o Seu nome. T6 65 2 Muitos dos que comparecem à campal estão desanimados e pesadamente carregados de pecado. Não se sentem seguros com sua fé religiosa. Deve ser dada oportunidade aos que estão atribulados e necessitados de descanso de espírito, a que encontrem auxílio. Depois de um sermão, os que desejam seguir a Cristo devem ser convidados a manifestar seu anelo. Devem ser convidados todos quantos não estão convencidos de estar preparados para a vinda de Cristo, e todos quantos se sentem opressos e pesadamente sobrecarregados, para se reunirem separadamente. Conversem com essas pessoas os que são espirituais. Orem com elas e por elas. Consagre-se muito tempo à oração e ao profundo exame da Palavra. Apossem-se todos, em seu próprio coração, das realidades genuínas da fé, por meio da crença de que o Espírito Santo lhes será concedido porque têm verdadeira fome e sede de justiça. Ensine-os a entregarem-se a Deus, a crer, a reivindicar as promessas. Seja o profundo amor a Deus expresso em palavras de animação, em palavras de intercessão. T6 66 1 Haja muito mais lutas com Deus pela salvação dos perdidos. Trabalhem desinteressada e resolutamente, com um espírito que nunca desiste. Induzam as almas a virem para a ceia das bodas do Cordeiro. Haja mais do que se chama orar, crer e receber, e mais cooperação com Deus. T6 66 2 Existe a mais angustiosa indiferença e negligência no tocante à grande salvação. Os descuidados precisam ser despertados, do contrário se perderão. Uma vez que Deus ofereceu Seu próprio Filho para salvar culposos pecadores, pretende Ele, por intermédio de Seus agentes, contrapor-Se aos agentes humanos e satânicos que se uniram para destruir a alma. O Senhor tomou todas as providências para que o elevado Salvador seja revelado aos pecadores. Embora estejam mortos em delitos e pecados, sua atenção precisa ser despertada pela pregação de Cristo crucificado. Os homens precisam ser convencidos do mal do pecado. Os olhos do transgressor precisam ser iluminados. Todos os que foram atraídos para Cristo, contem a história de Seu amor. Cada um que sentiu o poder convertedor de Cristo em sua própria alma, faça o que estiver ao seu alcance, em nome do Senhor. T6 66 3 O infinito valor do sacrifício requerido para a nossa redenção revela o fato de que o pecado é um terrível mal. Deus poderia haver eliminado essa repulsiva mancha de Sua criação, extirpando o pecador de sobre a face da Terra. Mas Ele "amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16. Por que todos os que afirmam amar a Deus não estão procurando esclarecer os seus vizinhos e amigos, para que não mais negligenciem esta grande salvação? T6 67 1 Cristo a Si mesmo Se entregou a uma morte ignominiosa e torturante, demonstrando o penoso trabalho de Sua alma para salvar os que perecem. Oh! Cristo pode, Cristo deseja, Cristo anela salvar todos os que se achegam a Ele. Falem às pessoas em perigo e incentivem-nas a contemplarem Jesus na cruz, morrendo para tornar possível a Ele perdoar. Falem ao pecador com seu coração transbordante do terno e compassivo amor de Cristo. Haja profunda solicitude; mas nenhuma nota dissonante e ruidosa deve ser ouvida de parte daquele que está procurando conquistar a alma para olhar e viver. Em primeiro lugar, consagrem sua própria vida a Deus. Ao olhar para o seu Intercessor no Céu, quebrantem o coração. Então, abrandados e subjugados, vocês poderão dirigir-se aos pecadores arrependidos como alguém que compreende o poder do amor redentor. Orem com essas pessoas, conduzindo-as pela fé junto à cruz; elevem-lhes a mente com a mente de vocês, para que fixem o olhar da fé onde vocês estão olhando, em Jesus, o Portador de pecados. Façam com que elas desviem o olhar de si mesmas, de seus pecados, e se voltem para o Salvador, e a vitória estará ganha. Elas passarão a contemplar o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Verão o Caminho, a Verdade e a Vida. O Sol da Justiça lançará seus brilhantes raios dentro do coração. A forte corrente do amor redentor penetra na alma ressequida e sedenta, e o pecador é salvo para Jesus Cristo. T6 67 2 Cristo crucificado -- falem, orem e cantem isso, o que abrandará e conquistará corações. Esse é o poder e sabedoria de Deus para colher almas para Cristo. Frases formais e estereotipadas, a apresentação de assuntos meramente argumentativos, produzirão pouco benefício. O enternecedor amor de Deus no coração dos obreiros será reconhecido por aqueles pelos quais eles trabalham. As pessoas estão sedentas da água da vida. Não sejam cisternas vazias. Se vocês lhes revelarem o amor de Cristo, poderão conduzir os famintos e sedentos a Jesus e Ele lhes dará o pão da vida e a água da salvação. Trabalho pessoal T6 68 1 Os servos do Senhor devem não apenas pregar a Palavra do púlpito, mas precisam também entrar em contato pessoal com as pessoas. Quando se faz um discurso, semeia-se preciosa semente. Se, porém, não for feito um esforço pessoal para cultivar o solo, a semente não cria raiz. A menos que o coração seja abrandado e subjugado pelo Espírito de Deus, perde-se muito do que foi falado. Observe, na congregação, as pessoas que parecem interessadas, e fale com elas, depois do culto. Algumas palavras ditas em particular farão muitas vezes mais benefício do que toda a pregação ouvida. Indague a impressão causada pelos assuntos apresentados, se o ponto ficou claro na mente dos ouvintes. Por meio de bondade e cortesia, demonstre que tem real interesse neles, e também cuidado por sua salvação. Muitos têm sido levados a crer que, como povo, não acreditamos em conversão. Quando apelarmos a eles para que venham a Cristo, corações serão enternecidos e o preconceito afastado. Estudos bíblicos T6 68 2 Sempre que for possível, toda palestra importante deve ser seguida de um estudo bíblico. Então, os pontos apresentados podem ser ajustados, perguntas podem ser feitas e idéias corretas incutidas. Deve-se consagrar mais tempo a educar pacientemente as pessoas, dando-lhes oportunidade de se expressarem. É de instrução que as pessoas necessitam, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra. T6 68 3 Também devem ser realizadas reuniões especiais para os que estão tomando interesse pelas verdades apresentadas e necessitam de instruções. O povo deve ser convidado a essas reuniões, e todos, tanto crentes como não, devem ter oportunidade de fazer perguntas sobre pontos que não sejam plenamente entendidos. Deve ser dada oportunidade a todos de falar de suas perplexidades, que certamente existirão. O povo deve ver que em todos os sermões e estudos bíblicos se apresenta um claro "Assim diz o Senhor" para a fé e as doutrinas que defendemos. T6 69 1 Esse era o método de ensino de Cristo. Ao falar ao povo, este O interrogava quanto ao sentido de Suas palavras. Aos que estavam buscando humildemente a luz, Ele estava sempre pronto a dar explicações. Mas Cristo não animava a crítica nem a astúcia, e nós não o devemos fazer. Quando as pessoas procuram provocar uma discussão acerca de pontos controversos de doutrina, temos de dizer-lhes que a reunião não se destina a isso. T6 69 2 Quando responder a uma pergunta, certifique-se de que os ouvintes vejam e reconheçam que ela está respondida. Não despreze uma pergunta, dizendo que a façam de outra vez. Tome consciência do seu caminho passo a passo, e sinta quanto tem avançado. T6 69 3 Nessas reuniões, os que entendem a mensagem podem fazer perguntas que tragam luz sobre pontos da verdade. Mas outros talvez não tenham sabedoria para tanto. Se alguém formula perguntas que só servem para confundir o espírito e lançar as sementes da dúvida, devem ser advertidos a refrearem-se de fazê-las. Temos de aprender quando falar e quando calar, aprender a lançar as sementes da fé, a comunicar luz, não trevas. Palavras a seu tempo T6 69 4 Aqueles que mantêm uma atitude mental de oração, terão a habilidade para falar as palavras adequadas aos que se encontram sob sua esfera de influência; Deus lhes concederá sabedoria para servirem ao Senhor Jesus. "Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será suave à tua alma. O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará." Provérbios 2:10, 11. Você abrirá a boca sabiamente e na sua língua estará a lei da bondade. T6 70 1 Se aqueles que afirmam ser cristãos atenderam à Palavra de Cristo, todos que entrarem em contato com eles saberão que estiveram com Jesus e dEle aprenderam. Representarão a Cristo, e os assuntos eternos serão o seu tema. As realidades eternas estarão sempre perto. Vigiarão pelas almas como delas havendo de prestar contas. Isso representa muito mais do que alguns parecem imaginar. Significa sair e procurar a ovelha perdida. Coleta de fundos T6 70 2 Ninguém deve aproveitar-se das reuniões campais, quando se congrega um grande número de pessoas, para introduzir interesses especiais ou levantar fundos para os vários projetos assistenciais, cada vez mais numerosos. A obra de Deus no ministério da palavra, a proclamação da verdade em regiões distantes, os grandes interesses da obra educacional em novos campos e o estabelecimento de hospitais e clínicas em conexão com o ministério evangélico -- esses são assuntos que deveriam ser apresentados ao povo em nossas reuniões campais. Resultados do trabalho nas reuniões campais T6 70 3 Grande obra deve ser realizada pelas nossas reuniões campais. O Senhor honra de modo especial esses encontros, que Ele identifica como "santas convocações". Levítico 23:2, 4, 21, 27. A essas reuniões comparecem milhares de pessoas, muitas meramente movidas pela curiosidade de ver e ouvir coisas novas. Entretanto, muitos são impressionados ao ouvirem a mensagem da verdade e entrarem em contato com os que nela crêem. Percebem que este povo não é aquilo que outros diziam ser. Preconceito, oposição e indiferença são afastados, e agora tais pessoas ouvem com grande interesse as palavras proferidas. T6 71 1 O Senhor tem Seus representantes em todas as igrejas. A essas pessoas as decisivas verdades especiais para estes últimos dias não foram apresentadas sob circunstâncias que trouxessem convicção ao coração e à mente; portanto, ao rejeitar a luz, elas não romperam sua ligação com Deus. Há muitos que têm andado fielmente na luz que incidiu sobre seu caminho. Desejam conhecer mais dos caminhos e das obras de Deus. Por todo o mundo, homens e mulheres olham ansiosamente para o Céu. Orações, lágrimas e indagações ascendem de almas anelantes de luz, de graça e do Espírito Santo. Muitos estão no limiar do reino, apenas esperando ser recolhidos. T6 71 2 Quando as lições de Cristo, as verdades da Bíblia, em sua simplicidade são apresentadas a essas pessoas, elas reconhecem a luz e se alegram nela. Sua perplexidade se dissipa diante da luz da verdade como o orvalho diante do sol matinal. Seus conceitos da verdade bíblica são ampliados, e a revelação de Deus em Cristo chega até elas, mostrando-lhes a profundidade, a largura e a altura do divino mistério espiritual que não discerniam anteriormente, o qual não pode ser explicado, mas só exemplificado no caráter semelhante ao de Cristo. T6 71 3 Muitos que não se acham unidos a alguma igreja e que parecem ser completamente indiferentes às reivindicações de Deus, no coração não são assim indiferentes como parecem. Até os menos religiosos têm seus momentos de convicção, em que lhes advém o anseio de algo que não possuem. Em cada povoado e cidade há grande número de pessoas que não freqüentam igreja alguma. Muitas delas são atraídas para reuniões campais. Vêm muitos que são escravos do pecado, vítimas indefesas de maus hábitos. Muitos são persuadidos e convertidos. Ao se apegarem pela fé à promessa de Deus para o perdão de seus pecados, é desfeita a escravidão do hábito. Abandonando sua condescendência pecaminosa, tornam-se livres em Cristo Jesus e se regozijam na liberdade dos filhos de Deus. Essa é a obra a ser feita em todas as nossas reuniões campais. Por esse meio milhares serão ganhos para Cristo. ------------------------Capítulo 5 -- A seqüência da reunião campal T6 72 1 Por intermédio das reuniões campais realizadas nas cidades, milhares serão chamados a ouvir o convite para a festa: "Vinde, que já tudo está preparado." Lucas 14:17. Depois de despertar o interesse do povo, não devemos encerrar as reuniões, desmontar as barracas e deixar a impressão de que tudo acabou. Exatamente depois que centenas de pessoas se tornaram interessadas, o maior bem pode ser obtido mediante trabalho fiel e sincero. Portanto, as reuniões devem ser conduzidas de tal forma que o interesse do público se mantenha. T6 72 2 Depois de determinada reunião campal, considerou-se a conveniência de prosseguir as reuniões na tenda. Contei aos irmãos um sonho que tivera. Nele, vi uma construção inacabada. Os trabalhadores reuniam as ferramentas, preparando-se para deixar o serviço por terminar; pedi-lhes, entretanto, que considerassem o assunto. Disse eu: "A construção ainda não terminou. Voltem, e prossigam com o trabalho até à colocação do telhado." Eles retornaram e prosseguiram com a obra. Dessa forma, os irmãos atenderam meu conselho, permanecendo para prosseguir com o trabalho da reunião campal. Como resultado, bom número aceitou a verdade. T6 72 3 Não é necessário que ocorram tantos fracassos no dispendioso esforço aplicado às reuniões campais e em tendas; não há necessidade de que sejam tão poucos os molhos trazidos ao Senhor. Nos lugares em que as normas das verdade presente nunca hajam sido erguidas, mais pessoas serão agora convertidas como resultado de um determinado montante de trabalho, do que em qualquer oportunidade anterior. A todos cujas mãos parecem enfraquecer e perder a firmeza, tenho estas palavras: "Abracem o padrão mais firmemente." A fé assegura: "Avancem." Vocês não precisam falhar e nem perder o ânimo. Não existe enfraquecimento da fé por parte daquele que avança constantemente. T6 73 1 Depois de uma reunião campal, poderá ser difícil reter a presença dos principais oradores por várias semanas, a fim de consolidar o interesse. Pode ser caro manter o terreno e preservar suficiente número de barracas com famílias, que cause a aparência de um acampamento. Talvez constitua um sacrifício para várias famílias permanecer no local para ajudar os ministros e obreiros bíblicos na assistência e estudos bíblicos aos que freqüentam as reuniões, e na visitação das pessoas em suas casas, falando das bênçãos recebidas nos encontros, e convidando-as a virem. Sem dúvida será difícil assegurar número suficiente de obreiros para que levem avante tal trabalho com sucesso. Todavia, os resultados justificarão os esforços. É através de tais posições sinceras e enérgicas que algumas de nossas reuniões se têm demonstrado instrumentos em erguer igrejas fortemente voltadas para o trabalho. E é exatamente por intermédio desse trabalho fervoroso que a mensagem do terceiro anjo precisa ser levada ao povo de nossas cidades. T6 73 2 Por vezes um grande número de oradores participa da reunião campal por uns poucos dias; então, no preciso momento em que o interesse do povo foi plenamente despertado, quase todos correm para outra reunião, deixando para trás apenas dois ou três pregadores a lutar contra a triste influência da desmontagem e remoção das barracas. Quão melhor seria se as reuniões fossem conduzidas por tempo mais prolongado; se pessoas pudessem vir de cada igreja preparadas para permanecerem um mês ou mais, auxiliando nas reuniões e aprendendo como trabalhar de modo mais aceitável. Ao retornarem a suas igrejas locais, levariam consigo uma valiosa experiência. Quão melhor se alguns dos mesmos oradores que despertaram o interesse do povo durante as reuniões maiores do encontro, pudessem permanecer para dar seguimento ao trabalho, através de um prolongado e organizado esforço. Conduzir as reuniões dessa maneira requererá que várias estejam em andamento ao mesmo tempo, o que não permitiria que uns poucos homens participassem de todas elas. Devemos lembrar, entretanto, que a obra deverá ser realizada, "não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Zacarias 4:6. T6 74 1 Não deveria o trabalho cessar ao se encerrarem as reuniões no acampamento. Foram apresentadas doutrinas novas e estranhas às pessoas. Aqueles que se convenceram e desejam aceitar a verdade, terão de enfrentar aberta ou sutil oposição. Ministros, amigos e conhecidos empreenderão todo esforço possível para remover a semente da verdade plantada no coração. Não devemos permitir que isso ocorra. Não devemos deixar que ela seque por falta de umidade. T6 74 2 Mudanças tendem a enfraquecer a influência das reuniões. Prossigam com as reuniões no acampamento sempre que possível. Contudo, se parecer recomendável a mudança, seja a tenda grande removida para alguma localização favorável, e que prossigam ali as reuniões. Deve-se estabelecer uma missão. Consigam um lugar adequado, e certo número de obreiros se unam formando uma família missionária. A liderança deve estar a cargo de um homem e sua esposa, pessoas hábeis e consagradas, cuja influência seja produtiva para o trabalho. T6 74 3 No seguimento do interesse após a reunião campal, são necessários ajudantes em várias linhas, sendo que tais ocasiões deveriam funcionar como escolas de treinamento de obreiros. Que os jovens trabalhem vinculados a obreiros experientes, que orarão com eles e os instruirão pacientemente. Mulheres consagradas devem engajar-se na obra bíblica de casa em casa. Alguns dos obreiros devem atuar como colportores, vendendo nossa literatura ou distribuindo-a aos que não puderem comprá-la. T6 75 1 Que alguns dos obreiros participem de reuniões religiosas em outras igrejas, tomando parte nos cultos quando se apresentar oportunidade. Jesus, com a idade de apenas doze anos, dirigiu-se à escola dos sacerdotes e rabis no templo, onde apresentou perguntas. Naquela escola, os estudos eram realizados diariamente, mais ou menos como nós realizamos estudos bíblicos. Jesus apresentou as questões na qualidade de aprendiz, mas suas perguntas forneceram novos assuntos para a reflexão dos experientes sacerdotes. Obra similar deve ser empreendida hoje. Jovens criteriosos deveriam ser estimulados a participar das reuniões da Associação Cristã de Moços, não com a finalidade de contender, senão de pesquisar as Escrituras com os demais e de levantar questões úteis. T6 75 2 Houvesse o trabalho em seus vários ramos sido realizado decidida e vigorosamente depois de todas as nossas reuniões campais, um número muito maior de conversos haveria sido reunido como fruto da semente espalhada nessas reuniões. T6 75 3 Que os obreiros se relacionem com as pessoas, lendo para elas as preciosas palavras de Cristo. Ergam a Jesus Crucificado entre elas, e em breve aqueles que ouviram a mensagem de advertência por parte dos ministros na tenda serão convencidos e estarão procurando maiores informações. Esse será o momento de apresentar as razões de nossa fé com mansidão e temor; não temor servil, mas um prudente temor quanto a não falarmos irrefletidamente. Que a verdade seja apresentada em toda a sua beleza, com simplicidade e sinceridade, oferecendo o alimento no tempo certo, e a cada um a sua porção. T6 75 4 Essa obra requer que vocês cuidem das pessoas como quem deve prestar contas. A ternura de Cristo deve permear o coração do obreiro. Se vocês amam os pecadores, revelarão terna solicitude por eles. Oferecerão orações humildes, sinceras, de inteiro coração, em favor daqueles a quem visitam. A fragrância do amor de Cristo será revelada no trabalho dos irmãos. Aquele que deu Sua própria vida pela vida do mundo, cooperará com o obreiro altruísta para causar impressões nos corações humanos. A obra do evangelista T6 76 1 Ensinar as Escrituras e orar com as famílias -- essa é a obra do evangelista, que deve ser mesclada com a pregação. Se ela for omitida, a pregação será, em grande medida, um fracasso. Aproximem-se das pessoas por meio de esforços pessoais. Ensinem-lhes que o amor de Deus precisa penetrar no santuário da vida doméstica. T6 76 2 Não assumam qualquer glória para vocês próprios. Não trabalhem com a mente dividida, tentando servir o eu e a Deus ao mesmo tempo. Mantenham o eu fora de vista. Que as palavras de vocês conduzam os que estão pesadamente carregados a depositarem seus fardos sobre Jesus. Trabalhem como se estivessem vendo Aquele que está à sua direita, pronto a dar-lhes Sua eficiência e onipotente poder em toda emergência. O Senhor será para vocês o Conselheiro, o Guia, o Capitão de sua salvação. O Senhor vai adiante de vocês, vencendo e para vencer. Nos caminhos e atalhos T6 76 3 A ordem de Cristo a Seu povo é: "Sai pelos caminhos e atalhos e força-os a entrar, para que a Minha casa se encha." Lucas 14:23. T6 76 4 Em primeiro lugar, deve o convite para a festa do evangelho ser apresentado nas rodovias principais. Deve ser dado aos que afirmam encontrar-se nos bons caminhos da experiência cristã -- os membros das diferentes igrejas. "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas." Apocalipse 2:7. Nessas igrejas, existem adoradores verdadeiros e falsos. Uma obra deve ser feita em favor dos que decaíram do primeiro amor, que perderam o zelo e o interesse inicial pelas coisas espirituais. Temos de apresentar advertências a professos cristãos que são transgressores da lei de Deus. A esses precisa ser dada a mensagem. T6 77 1 O Senhor diz: "E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei." Apocalipse 3:1-3. T6 77 2 A advertência à última igreja precisa também ser proclamada a todos os que afirmam ser cristãos. A mensagem a Laodicéia, tal qual uma espada de dois fios, bem aguçados, deve ser estendida a todas as igrejas: "Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te." Apocalipse 3:15-19. É nossa obra proclamar esta mensagem. Porventura estamos envidando todos os esforços para que as igrejas sejam advertidas? T6 77 3 Temos uma obra a fazer pelos ministros de outras igrejas. Deus quer que eles sejam salvos. Como nós mesmos, eles só poderão obter a imortalidade mediante a fé e a obediência. Precisamos trabalhar diligentemente por eles, a fim de que a possam alcançar. Deus quer que eles tenham parte em Sua obra especial para este tempo. Quer que se achem entre os que estão dando o alimento a tempo a seu povo. Por que não se empenhariam eles nesta obra? T6 78 1 Nossos pastores devem tentar se aproximar dos pastores de outras denominações. Orar por esses homens e com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles solene responsabilidade. Como mensageiros de Cristo, cumpre-nos manifestar profundo e fervoroso interesse nesses pastores do rebanho. T6 78 2 O chamado a ser feito nos "caminhos", deve ser proclamado a todos quantos têm parte ativa na obra mundial, aos mestres e guias do povo. Aos que têm sérias responsabilidades na vida pública -- médicos e professores, advogados e juízes, funcionários públicos e comerciantes -- deve ser dada clara, distinta mensagem. "Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate de sua alma?" Marcos 8:36, 37. T6 78 3 Muito falamos e escrevemos acerca dos pobres negligenciados; não se deveria dar alguma atenção aos negligenciados ricos? Muitos consideram essa classe como sem esperança, e pouco fazem para abrir os olhos dos que, cegados e deslumbrados pelo poder de Satanás, perderam de vista a eternidade. Milhares de ricos baixaram à sepultura sem serem advertidos porque foram julgados pelas aparências, e passados por alto como casos perdidos. Mas, por mais indiferentes que pareçam, foi-me mostrado que a maioria dessa classe é de almas opressas. Milhares de ricos acham-se famintos quanto ao alimento espiritual. Muitos que ocupam cargos governamentais, sentem a própria necessidade de alguma coisa que não possuem. Poucos entre eles vão à igreja, porque acham que não recebem benefício. O ensino que ouvem não lhes toca a alma. Não faremos nós esforço pessoal em seu favor? T6 78 4 Alguém perguntará: Não os podemos alcançar por meio de publicações? Muitos há que não podem ser atingidos por esse método. É de esforço pessoal que eles precisam. Hão de perecer sem uma advertência especial? Não acontecia assim nos tempos da antigüidade. Os servos de Deus eram enviados aos que se encontravam em altas posições, que só podiam encontrar descanso e paz no Senhor Jesus Cristo. T6 79 1 A Majestade do Céu veio ao mundo a fim de salvar a perdida e degradada humanidade. Seus esforços incluíam não somente os miseráveis, mas também os que ocupavam posições de honra. Habilmente buscava Ele acesso às pessoas das classes altas que não conheciam a Deus e não guardavam Seus mandamentos. T6 79 2 A mesma obra continuou depois da ascensão de Cristo. Fico comovida ao ler sobre o interesse manifestado pelo Senhor em Cornélio. Ele era um homem de posição elevada, oficial do exército romano, mas estava andando estritamente em harmonia com a luz que recebera. O Senhor mandou-lhe especial mensagem do Céu e, por meio de outra mensagem, encaminhou Pedro para visitá-lo e comunicar-lhe luz. Deve servir-nos de grande animação em nosso trabalho pensar na compaixão e terno amor de Deus para com os que estão buscando luz, e por ela orando. T6 79 3 Muitos me são apresentados como sendo semelhantes a Cornélio, homens que Deus deseja unir a Sua igreja. Eles simpatizam com o povo que guarda os mandamentos do Senhor. As ligações que os prendem ao mundo, porém, seguram-nos firmemente. Não têm a coragem moral de tomar posição ao lado dos humildes. Cumpre-nos fazer especiais esforços por essas almas, necessitadas também de trabalho especial em virtude de suas responsabilidades e tentações. T6 79 4 Segundo a luz que me foi dada, sei que deve ser dito agora aos homens de influência e autoridade no mundo, um positivo: "Assim diz o Senhor." Eles são mordomos a quem Deus confiou importantes legados. Caso Lhe aceitem o convite, Ele os empregará em Sua causa. T6 80 1 Existem no mundo homens que receberam de Deus a capacidade de organizar, e que são necessários para o avanço da obra nestes últimos dias. Homens que possam assumir o encargo de dirigir instituições, homens que possam atuar como líderes e educadores em nossas associações. Deus chama homens capazes de olhar à frente e de discernir a obra a ser realizada, que se desempenhem como fiéis financistas, homens que permaneçam como a rocha, fiéis ao princípio em cada perigo e crise que porventura surja. T6 80 2 A causa de Deus necessita agora, tal como em anos passados, os talentos que era o propósito de Deus que tivesse. Contudo, em nossas instituições tem-se observado a presença de tanto egoísmo, que o Senhor não tem podido conectar-Se com o trabalho de muitos, como deveria. Ele vê que eles não reconheceriam nem apreciariam devidamente essa relação. T6 80 3 Deus convida obreiros sinceros e humildes, que levem a verdade às classes mais elevadas. Não será através de contato casual ou acidental que os ricos, amantes do mundo e adoradores do mundanismo serão conduzidos a Cristo. Decidido esforço pessoal deve ser empreendido por homens e mulheres imbuídos do espírito missionário, pessoas que não falharão nem serão desencorajadas. T6 80 4 Devemos realizar reuniões de oração, pedindo ao Senhor que abra o caminho para que a verdade penetre nas fortalezas em que Satanás assentou o seu trono, dissipando as trevas que ele vem lançando no caminho daqueles que busca enganar e destruir. Temos esta segurança: "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos." Tiago 5:16. T6 80 5 Solicitem orações pelas pessoas em favor das quais vocês estão trabalhando; apresentem-nas diante da igreja como assunto de súplicas. Será exatamente o que os membros da igreja necessitam, o terem sua mente desviada de insignificantes dificuldades, para sentirem um grande fardo de interesse pessoal pela alma prestes a perecer. Escolham outra e mais outra alma, buscando diariamente orientação de Deus, depositando todas as coisas diante dEle através de oração sincera, e agindo guiados pela divina sabedoria. Ao assim procederem, Deus concederá a vocês o Santo Espírito, para convencer e converter as almas. T6 81 1 Alguns há especialmente aptos para trabalhar entre as classes mais altas: Esses devem buscar diariamente o Senhor, estudando a maneira de se aproximarem dessas pessoas, não tendo apenas uma relação acidental, mas apoderar-se delas por meio de esforço pessoal e fé viva, manifestando profundo amor por sua salvação, verdadeiro interesse em que recebam o conhecimento da verdade como está na Palavra de Deus. T6 81 2 Para que possam atingir essas classes, os próprios crentes precisam ser uma mensagem viva, "conhecida e lida por todos os homens." 2 Coríntios 3:2. Não representamos de modo tão pleno quanto possível o caráter da verdade, que exalta e enobrece. Estamos sob o risco de nos tornarmos estreitos e egoístas. Com temor e tremor de cairmos em fracasso, relembremos sempre esse fato. T6 81 3 Que aqueles que trabalham pelas classes mais altas se portem com verdadeira dignidade, lembrando que os anjos são seus companheiros. Que mantenham a casa do tesouro de sua mente e coração repleta do "Está escrito." Dependurem na ante-sala da memória as preciosas palavras de Cristo. Elas devem ser valorizadas acima da prata e do ouro. T6 81 4 Não devemos ocultar o fato de que somos adventistas do sétimo dia. Talvez a verdade tenha razão de envergonhar-se de nós, por não agirmos em harmonia com seus puros princípios; nós, entretanto, jamais devemos envergonhar-nos da verdade. Sempre que tiverem oportunidade, confessem sua fé. Sempre que alguém lhes perguntar, ofereçam a razão da esperança que existe em vocês, com mansidão e temor. T6 82 1 É a constante percepção da preciosidade do sacrifício expiatório de Cristo em nosso favor que nos habilita a chamar a atenção de outros para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Precisamos tornar-nos expositores da eficácia do sangue de Cristo, por meio do qual foram perdoados os nossos pecados. Só assim poderemos alcançar as classes mais elevadas. T6 82 2 Nessa obra vamos conhecer muitos motivos para tristeza, muitas revelações de partir o coração. Cristo disse que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. Mas para Ele tudo é possível. Pode e quer atuar por meio de instrumentos humanos na mente de ricos cuja vida tem sido dedicada a ganhar dinheiro. T6 82 3 O universo celestial há muito tempo está esperando para cooperar com instrumentos humanos nessa obra que eles têm evitado e negligenciado. Muitos que procuraram efetuar a obra, ficaram desanimados e desistiram; quando, se houvessem perseverado, teriam sido muito bem-sucedidos. Os que realizam fielmente esse trabalho serão abençoados por Deus. A justiça de Cristo irá adiante deles, e a glória do Senhor será a sua retaguarda. T6 82 4 Há milagres a serem operados em genuína conversão, milagres que agora não são discernidos. Os maiores homens do mundo não estão fora do alcance de um Deus que realiza maravilhas. Se os Seus cooperadores forem homens de oportunidade, cumprindo corajosa e fielmente o seu dever, Deus converterá homens que ocupam posições de responsabilidade, homens de intelecto e influência. Pelo poder do Espírito Santo, muitos aceitarão os princípios divinos. Contemplando a Jesus em Sua amabilidade, em Sua abnegação e desprendimento, o rico auto-suficiente verá a si mesmo, em contraste com isso, como infeliz, miserável, pobre, cego e nu, e tornar-se-á tão pequeno em sua própria opinião, que preferirá Cristo a si mesmo e se apossará da vida eterna. T6 83 1 Tendo-se convertido à verdade, ele se tornará um instrumento na mão de Deus para comunicar a luz. Terá especial interesse por outras almas dessa classe negligenciada. Sentirá que lhe é confiado um encargo evangélico para com os que fizeram deste mundo o seu tudo. Tempo e dinheiro serão consagrados a Deus, meios serão levados para a Sua tesouraria, talentos e influência reverterão para a verdade, e nova eficiência e poder serão acrescidos à igreja. T6 83 2 Cristo instrui Seus mensageiros a irem também aos que se acham nos caminhos e atalhos, aos pobres e humildes da Terra. Muitos destes não compreendem o que precisam fazer a fim de serem salvos. Muitos estão mergulhados no pecado. Muitos se encontram em aflição. Doenças de todo tipo os oprimem, tanto no físico quanto no espírito. Suspiram por encontrar consolo para suas aflições, e Satanás tenta-os a buscarem isso nas luxúrias e prazeres que conduzem à ruína e morte. Gastam seu dinheiro naquilo que não é pão e seus esforços em favor de algo que não os satisfaz. Tais pessoas não devem ser passadas por alto. T6 83 3 Com a obra de defender os mandamentos de Deus e de reparar a brecha efetuada em Sua lei, temos de revelar compaixão pela sofredora humanidade. Temos de revelar o supremo amor de Deus; devemos exaltar o Seu memorial, que tem sido calcado sob pés não santificados; junto com essa obra temos de manifestar misericórdia, benevolência e a mais terna piedade pelos sofredores e pecaminosos. T6 83 4 Em todo lugar em que seja apresentada a verdade, devem fazer-se desde o princípio sinceros esforços para pregar o evangelho aos pobres e para curar os enfermos. Essa obra, feita com fidelidade, acrescentará à igreja muitos daqueles que se hão de salvar. T6 83 5 Os que se empenham em trabalho de casa em casa, encontrarão ocasiões para servir em muitos sentidos. Devem orar pelos doentes, e fazer tudo ao seu alcance para aliviá-los dos sofrimentos. Trabalhem eles entre os humildes, os pobres e oprimidos. Devemos orar pelos desamparados e com eles, esses que não têm força de vontade para dominar os apetites degradados pela paixão. Fervorosos e perseverantes esforços devem ser feitos pela salvação daqueles em cujo coração se despertou interesse. Muitos só podem ser alcançados mediante atos de desinteressada bondade. Supram-se primeiro suas necessidades materiais. Ao verem as demonstrações de amor abnegado de nossa parte, mais fácil lhes será crer no amor de Cristo. T6 84 1 Os enfermeiros missionários estão mais habilitados para essa obra; outros, porém, se devem aliar a eles. Estes, embora não especialmente instruídos e preparados na enfermagem, podem aprender de seus coobreiros a melhor maneira de trabalhar. T6 84 2 Palavrório, farisaísmo e auto-elogio são abundantes; mas isso jamais conquistará almas para Cristo. Amor puro, santificado, amor como o que foi expresso nas atividades da vida de Cristo, é como sagrado perfume. Como o vaso de alabastro partido por Maria, ele enche a casa toda com fragrância. Eloqüência, conhecimento da verdade, talentos raros, misturados com amor, constituem todos eles preciosas dotações. Mas a habilidade somente, talentos somente, ainda que os mais escolhidos, não podem tomar o lugar do amor. T6 84 3 Esse amor deve ser manifestado pelos obreiros de Deus. Amor a Deus e àqueles por quem Cristo morreu, efetuará uma obra que quase não podemos compreender. Os que não acalentarem e cultivarem tal amor não poderão ser missionários de sucesso. T6 84 4 Que todos os que se decidem por Cristo sejam postos a trabalhar por outros, que se acham mortos em transgressões e pecados. Sempre que a verdade haja sido proclamada e as pessoas despertadas e convertidas, devem os crentes imediatamente unir-se em exercícios de caridade. Sempre que a verdade bíblica haja sido apresentada, uma obra prática de bondade deve começar. Sempre que se estabeleça uma igreja, obra missionária deve ser empreendida em favor dos carentes e sofredores. Cuidando dos nossos pobres T6 85 1 É-nos ordenado que "façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé". Gálatas 6:10. Em nosso trabalho de beneficência deve se dar especial atenção aos que, pela apresentação da verdade, foram convencidos e convertidos. Devemos manifestar apreço pelos que têm a coragem moral de aceitar a verdade, e assim perdem seu emprego e não conseguem trabalho com que sustentar sua família. Deve-se fazer provisão para ajudar os que são dignamente pobres, e prover emprego aos que amam a Deus e guardam os Seus mandamentos. Não devem ser deixados sem ajuda, a fim de que não venham a sentir que precisam trabalhar no sábado ou passar fome. Os que assumem posição ao lado do Senhor devem ver nos adventistas do sétimo dia um povo cordial, abnegado, altruísta, que alegremente e com prazer ministram a seus irmãos em necessidade. É especialmente dessa classe que o Senhor fala quando diz: "E recolhas em casa os pobres desterrados." Isaías 58:7. Oficiais e obreiros da igreja T6 85 2 Grande cuidado se deve exercer na escolha de oficiais para as igrejas novas. Que sejam homens e mulheres inteiramente convertidos. Escolham-se os mais habilitados para instruir, aqueles que sejam capazes de servir tanto pela palavra como pelos atos. Existe uma profunda necessidade na obra em todos os setores. T6 86 1 Jamais permitam que o interesse se enfraqueça. Divisem métodos capazes de trazer profundo e vivo interesse às novas igrejas. Todos os que estão ligados à igreja deveriam sentir responsabilidade individual. Todos deveriam agir com o máximo de dedicação para fortalecer a igreja e tornar as reuniões tão cheias de vida, que os de fora fossem atraídos e se interessassem. Todos deveriam sentir que é pecado permitir que o interesse esvaneça, quando temos tão solenes e sagradas verdades dos oráculos vivos, para serem repetidas vez após outra. Imprimam sobre todos a necessidade do batismo do Espírito Santo, a santificação dos membros da igreja, de modo que venham a se tornar árvores da plantação do Senhor, vivas, crescentes e produtoras de frutos. T6 86 2 Deus chama os obreiros à auto-negação, ao sacrifício de si mesmos. Os que dedicam o tempo concedido por Deus à busca de almas, a labutar por almas, a vigiar por elas como havendo de prestar contas, obterão rica experiência. Enquanto comunicam as preciosas verdades da Palavra de Deus a outros, seu próprio coração se abrirá para a entrada da palavra. Serão instruídos pelo Grande Professor. T6 86 3 Cristo abriu uma fonte para o mundo pecaminoso e sofredor, e ouve-se a voz da divina misericórdia: "Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas." Isaías 55:1. Vocês poderão tomar gratuitamente da água da vida. Que todo "e quem ouve diga: Vem! ... e quem quiser tome de graça da água da vida." Apocalipse 22:17. Que toda pessoa, mulheres e homens, anunciem essa mensagem. Então a obra será levada a todos os lugares da Terra. As Escrituras se cumprirão: "Abrirei ... fontes, no meio dos vales" e "rios, no ermo". Isaías 41:18; Isaías 43:19. "E vós, com alegria, tirareis águas das fontes da salvação." Isaías 12:3. ------------------------Capítulo 6 -- Menos pregação e mais ensino T6 87 1 Não se deve exigir, em nossas reuniões campais, que um ou dois obreiros dirijam todas as pregações e ensinos dos temas bíblicos. Haverá, geralmente, mais benefício, dividindo a grande congregação em grupos. Assim pode o educador em matéria bíblica chegar em mais estreito contato com o povo, do que numa grande assembléia. T6 87 2 Há muito mais pregação do que deveria haver em nossas reuniões campais. Isso impõe aos pastores um pesado encargo e conseqüentemente fica negligenciado muito do que merece atenção. Muitas pequeninas coisas que abrem a porta a males sérios, passam despercebidas. O pastor é prejudicado em sua resistência física, e privado do tempo de que necessita para meditação e oração, a fim de manter sua própria alma no amor de Deus. E quando se amontoam tantos discursos, um após outro, o povo não tem tempo de assimilar o que ouve. A mente fica confusa, e os cultos se tornam, para eles, enfadonhos e cansativos. T6 87 3 Deve haver menos pregação e mais ensino. Há pessoas que desejam uma luz mais definida do que a que recebe ouvindo os sermões. Alguns requerem mais tempo do que outros para compreender os pontos apresentados. Se se pudesse esclarecer um pouco mais a verdade apresentada, vê-la-iam e dela se haveriam de apoderar; ela seria como um prego colocado em lugar firme. T6 87 4 Foi-me mostrado que nossas reuniões campais hão de crescer em interesse e êxito. Ao aproximarmo-nos do fim, tenho visto que deve haver, nessas reuniões menos pregação, e mais estudos bíblicos. Haverá por todo o acampamento pequenos grupos, de Bíblia na mão, e várias pessoas dirigindo um estudo escriturístico de maneira franca, em forma de conversação. T6 88 1 Era esse o método como Cristo ensinava Seus discípulos. Quando as grandes multidões se apinhavam em torno do Salvador, Ele costumava dar instruções aos discípulos e ao povo. Então, depois do discurso, os discípulos misturavam-se com o povo, repetindo-lhes o que Cristo dissera. Muitas vezes os ouvintes haviam aplicado mal as palavras de Cristo, e os discípulos lhes diziam o que declaravam as Escrituras, e o que Cristo havia ensinado que elas diziam. T6 88 2 Se o homem que sente haver sido chamado por Deus para ser ministro humilhar-se e aprender de Cristo, tornar-se-á um verdadeiro professor. O que necessitamos em nossas reuniões campais é de um ministério vivificado pelo Espírito Santo. Deve haver menos sermões e mais tato em educar as pessoas na religião prática. Devem elas ser impressionadas com o fato de que Cristo é a salvação para todo o que crê. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16. Existem grandes temas dos quais deve o pastor se ocupar. Cristo disse: "Aquele que crê em Mim tem a vida eterna." João 6:47. T6 88 3 Se os lábios do ministro forem tocados pela brasa do altar, destacará ele a Jesus como a única esperança do pecador. Quando o coração do pecador é santificado pela verdade, suas palavras se tornam vivas realidades para si mesmo e para os outros. Aqueles que o ouvirem, perceberão que ele esteve com Deus, e dEle se aproximou com fervorosa e verdadeira prece. O Espírito Santo desceu sobre ele, seu espírito sentiu o vital fogo do Céu, e ele será capaz de comparar coisas espirituais com coisas espirituais. Poder lhe será outorgado para derrubar as fortalezas de Satanás. Corações serão quebrantados por sua apresentação do amor de Deus, e muitos inquirirão: "Que é necessário que eu faça para me salvar?" Atos dos Apóstolos 16:30. ------------------------Capítulo 7 -- Institutos ministeriais T6 89 1 "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15), é a ordem do Salvador a Seus obreiros. Todavia, essa clara orientação tem sido desatendida. Embora a luz tenha sido outorgada vez após outra, homens têm sido chamados de seus campos de trabalho para gastarem semanas freqüentando institutos ministeriais. Houve um tempo em que isso era necessário, porque nosso próprio povo se opunha à obra de Deus recusando a luz da justificação pela fé em Cristo. Isso deveriam eles haver recebido e compartilhado com o coração, a voz e a pena; essa é a sua única eficácia. Deveriam eles haver trabalhado sob a direção do Espírito Santo para apresentar a luz a outros. T6 89 2 A realização de tantos institutos bíblicos entre nosso próprio povo não é sábia. O objetivo é bom, mas existe obra mais urgente a ser feita, que é levar a luz da verdade a regiões em que ela ainda não penetrou. Os obreiros mantidos trabalhando por aqueles que já possuem conhecimento da verdade, ficam afastados daqueles que não a conhecem. Devotando mais tempo, ano após ano, aos institutos ministeriais, nossos irmãos têm negligenciado campos que já se apresentam brancos para a colheita. Almas em cegueira espiritual, sob o preconceito dos que representam erroneamente a verdade, são deixadas sem a advertência. Oh! tal negligência será lançada contra indivíduos, organizações e igrejas, naquele dia em que cada homem será julgado de acordo com as obras praticadas no corpo! Então será percebida quão grande era a medida da responsabilidade por se falhar em estender a obra às regiões distantes. T6 90 1 O fato de freqüentarem tantos institutos não trouxe aos próprios obreiros o maior benefício possível. O talento se desenvolve melhor onde é mais necessário. Pastores convocados de seus campos de trabalho para a participação em institutos ministeriais não se acham tão bem preparados para a obra, como seria o caso se eles se entregassem à atividade consagrada em campos destituídos, onde o estandarte da verdade precisa ser levantado. Se estudarem a Palavra de Deus com espírito disposto a aprender, orando e vigiando em oração, e também trabalhando enquanto oram, anjos de Deus lhes abrirão o entendimento para que percebam a verdade em sua beleza. T6 90 2 À medida que o conhecimento da verdade é recebido, seja ele compartilhado com os que se encontram em trevas, sem Deus e sem esperança no mundo. Em tal trabalho é necessário lidar com uma variedade de pensamentos, e Deus abençoará grandemente Seus servos quando O buscarem procurando sabedoria. O Espírito Santo virá a todos os que suplicam pelo pão da vida com o intento de reparti-lo com os semelhantes. T6 90 3 Em vez de manter institutos para habilitar ministros ao seu trabalho, que seja dado a esses ministros um trabalho nos locais em que se realizam as reuniões campais. Depois de haverem sido alimentados com o pão da vida através de um milagre da misericórdia divina, trabalhem eles para a nutrição de outros. T6 90 4 O grande montante de recursos requeridos pelos institutos ministeriais poderia haver obtido maior retorno, tivessem tais valores sido aplicados na manutenção de ministros em trabalho efetivo nos campos missionários. T6 90 5 Existem no ministério homens de fé e oração, capazes de dizer: "O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida ... o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos." 1 João 1:1-3. Esses homens devem instruir outros. Sejam os obreiros treinados em trabalho produtivo, vinculados a homens experientes. ------------------------Capítulo 8 -- O batismo Significado da ordenança T6 91 1 O rito do batismo e o da Ceia do Senhor são dois monumentos comemorativos, colocados um fora e outro dentro da igreja. Sobre essas ordenanças Cristo inscreveu o nome do Deus verdadeiro. T6 91 2 Fazendo do batismo o sinal de entrada para o Seu reino espiritual, Cristo o estabeleceu como condição positiva à qual têm de atender os que desejam ser reconhecidos como estando sob a jurisdição do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Antes que o homem possa obter abrigo na igreja, antes mesmo de transpor o limiar do reino espiritual de Deus, deve receber a impressão do nome divino -- "O Senhor Justiça Nossa". Jeremias 23:6. T6 91 3 Simboliza o batismo soleníssima renúncia ao mundo. Os que ao iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, declaram publicamente que renunciaram ao serviço de Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do Rei celestial. Obedeceram ao preceito que diz: "Saí do meio deles, e apartai-vos... e não toqueis nada imundo." Cumpriu-se em relação a eles a promessa divina: "E Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso." 2 Coríntios 6:17, 18. Preparo para o batismo T6 91 4 É necessário mais cuidadoso preparo dos que se apresentam candidatos ao batismo. Têm necessidade de mais conscienciosa instrução do que em geral recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram o contato salvador de Cristo. Importa não só dizer "creio" mas também praticar a verdade. É pela nossa conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que provamos nossa comunhão com Ele. Quando alguém renuncia o pecado, que é a transgressão da lei, sua vida é posta em harmonia com essa lei, caracterizando-se por perfeita obediência à mesma. Essa é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito produzem no coração o genuíno amor de Cristo, que Se deu em sacrifício perfeito para salvar o homem todo -- corpo, alma e espírito. Esse amor se manifesta na obediência. A linha de demarcação entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos e os que não O amam e desprezam Seus preceitos é clara e marcante. T6 92 1 Cristãos fiéis devem ter grande interesse em comunicar às pessoas convencidas de seu erro o conhecimento perfeito da justiça em Cristo. Se entre algumas delas prevalece o desejo de agradar a si próprias, os crentes sinceros devem cuidar dessas pessoas como os que devem dar conta delas. Não devem negligenciar o cuidado que lhes incumbe de instruir com fidelidade, ternura e carinho os recém-conversos, para que a boa obra não fique pela metade. A primeira experiência de tais pessoas deve ser legítima. T6 92 2 Satanás tem se empenhado para que ninguém reconheça a necessidade de se entregar completamente a Deus. Quando, porém, a alma não faz essa oferta de si mesma, o pecado não é renunciado; os apetites e paixões entram a disputar a primazia; tentações várias confundem a consciência, e não ocorre a conversão legítima. Se todos soubessem avaliar o conflito que cada pessoa tem de travar com as agências satânicas que a buscam laçar, seduzir e iludir, um trabalho mais diligente se faria notar a favor dos que são novos na fé. T6 93 1 Essas pessoas, abandonadas a si mesmas, são muitas vezes tentadas, não conseguindo discernir a malignidade da tentação que as assalta. Elas devem ser levadas a perceber que é seu privilégio solicitar conselho dos mais experientes. Que procurem a companhia dos que lhes podem ser úteis. Comunicando-se com os que amam e temem a Deus, serão fortalecidas. T6 93 2 Nossas conversas com essas pessoas devem ser espirituais e de caráter animador. O Senhor avalia os embaraços de cada alma fraca, hesitante e que luta consigo própria, e está pronto a socorrer a todas que se chegarem a Ele. Seus olhos poderão ver o Céu aberto e anjos de Deus descendo e subindo a escada luminosa que tentam galgar. T6 93 3 A obra dos pais -- Os pais cujos filhos desejam ser batizados têm uma obra a fazer, examinando-se a si próprios e instruindo conscienciosamente os filhos. O batismo é um rito muito importante e sagrado, e importa compreender bem o seu sentido. Simboliza arrependimento do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver qualquer precipitação na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem. Consentindo no batismo dos filhos, os pais estabelecem, em relação a eles, uma responsabilidade sagrada de despenseiros, para guiá-los na formação do caráter. Comprometem-se a guardar com especial interesse esses cordeiros do rebanho, para que não desonrem a fé que professam. T6 93 4 A instrução religiosa deve ser ministrada aos filhos desde a mais tenra infância; não num espírito de condenação, mas de alegria e bondade. As mães devem vigiar constantemente, para que a tentação não sobrevenha aos filhos de modo a não ser deles reconhecida. Os pais devem proteger os filhos por meio de instruções sábias e valiosas. Como os melhores amigos desses seres inexperientes, devem ajudá-los a vencer a tentação, porque ser vitoriosos é quase sempre a sua sincera aspiração. Devem considerar que os filhinhos, que procuram proceder bem, são os membros mais novos da família do Senhor, sendo o seu dever ajudá-los com profundo interesse a dar passos firmes no caminho da obediência. Com carinhoso zelo, devem ensinar-lhes dia a dia o que significa ser filhos de Deus e induzi-los a render-se em obediência a Ele. E, ao mesmo tempo, obediência a Deus implica obediência aos pais. Esse deve ser seu empenho de cada dia e de cada hora. Os pais devem vigiar; vigiar e orar, e fazer dos filhos seus companheiros. T6 94 1 E quando enfim chegar a época mais feliz de sua existência, e, amando de coração a Jesus desejarem ser batizados, haja reflexão. Antes de batizá-los, pergunte a eles se o principal propósito de sua vida é servir a Deus. Ensine-lhes então como dar os primeiros passos, pois essa primeira lição é muito significativa. Mostre-lhes com simplicidade como prestar o primeiro serviço a Deus. Torne essa lição tão compreensível quanto possível. Explique-lhes o que significa entregar-se ao Senhor e, ajudados pelos conselhos dos pais, proceda como manda Sua Palavra. T6 94 2 Depois de feito tudo o que é necessário, e eles revelarem ter compreendido o que significam a conversão e o batismo, e estarem verdadeiramente convertidos, devem ter permissão para serem batizados. Mas, repito, é preciso primeiramente agir como pastores fiéis na condução dos inexperientes pés no caminho estreito da obediência. Deus tem de operar nos pais para que possam dar aos filhos bom exemplo em relação ao amor, à cortesia, humildade cristã e inteira devoção a Cristo. Se, porém, for permitido que os filhos sejam batizados e depois forem deixados a viver de qualquer maneira, não sentindo obrigação de guiá-los pelo caminho estreito, vocês serão responsáveis pelo fracasso de sua fé, ânimo e interesse pela verdade. T6 95 1 A obra do pastor -- Os batizandos adultos devem compreender melhor do que os de menor idade os seus deveres; mas o pastor da igreja tem obrigações em relação a eles. Talvez cultivem maus hábitos e práticas, cumprindo por isso ao pastor realizar com eles reuniões especiais. Deve-se estudar com eles a Bíblia, falar e orar com eles, mostrando-lhes claramente o que o Senhor deles requer. Apresente a eles o que diz a Bíblia com respeito à conversão. Mostre-lhes o que seja o fruto da conversão, a prova de que amam deveras a Deus. Explique-lhes que a legítima conversão se manifesta numa mudança do coração, pensamentos e intenções, pela renúncia de maus costumes, mexericos, ciúme e desobediência. Uma luta tem de ser travada contra cada mau traço de caráter; e então o crente poderá prevalecer-se da promessa: "Pedi, e dar-se-vos-á." Mateus 7:7. Exame dos candidatos T6 95 2 Os candidatos ao batismo não têm sido tão cuidadosamente examinados em relação ao seu discipulado, quanto o deviam ser. Importa saber se meramente adotaram o nome de "Adventistas do Sétimo Dia" ou se realmente se colocaram ao lado do Senhor, renunciando ao mundo e estando dispostos a não tocar nada imundo. Antes do batismo devem ser feitas a eles perguntas relativas às suas experiências, porém, não de modo frio e reservado, e sim com mansidão e bondade, encaminhando-se os recém-convertidos para o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. As exigências do evangelho devem ser estudadas a fundo com os batizandos. T6 96 1 Um ponto sobre o qual cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário -- assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às reivindicações do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário. T6 96 2 Cumpre não haver nenhum desleixo. Por amor de Cristo, cujas testemunhas somos, devemos apresentar exteriormente o melhor dos aspectos. Nas cerimônias do tabernáculo, Deus especificou cada detalhe no tocante ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isso nos ensinou que tem Suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. Prescrições minuciosas foram por Ele dadas em relação à roupa de Arão, por ser esta simbólica. Do mesmo modo as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os seus aspectos pelo asseio, modéstia e pureza. O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda -- a fim de nos exibirmos como o mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com roupas caríssimas e adornos dispendiosos. T6 96 3 As palavras das Escrituras Sagradas referentes a vestuários devem ser bem consideradas. Importa compreender o que seja agradável ao Senhor até em matéria de roupa. Todos os que sinceramente buscam a graça de Cristo, hão de atender a essas preciosas instruções da Palavra divinamente inspirada. O próprio feitio da roupa há de comprovar a veracidade do evangelho. T6 96 4 Todos os que estudam a vida de Cristo e praticam os Seus ensinos se tornarão semelhantes a Ele. Sua influência será idêntica à de Cristo, revelando santidade de caráter. Palmilhando a vereda humilde da obediência, pela submissão à vontade de Deus, exercerão uma influência que atestará o progresso de Sua obra e a saudável pureza da mesma. Através dessas pessoas perfeitamente convertidas, o mundo terá um testemunho do poder santificador da verdade sobre o caráter humano. T6 97 1 O conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, manifestado pelo caráter, é mais sublime do que qualquer outra coisa a ser estimada na Terra e no Céu. Representa a mais elevada educação, sendo a chave que nos abre as portas do Céu. Deus quer que esse conhecimento seja o atributo de todos os que se revestirem de Cristo pelo batismo. É o dever dos servos de Deus colocar diante dessas pessoas o privilégio de sua alta vocação em Cristo Jesus. A administração do rito T6 97 2 Sempre que seja possível, o batismo deve ser ministrado num tanque limpo ou em água corrente. Dê-se ao ato toda a importância e solenidade que ele merece. Essa cerimônia é sempre assinalada pela presença de anjos de Deus. T6 97 3 A pessoa encarregada de ministrar o batismo deve esforçar-se por celebrar o ato de modo a exercer uma influência solene e sagrada sobre todos os espectadores. Cada rito da igreja deve ser executado dessa forma. Nada deve receber um feitio vulgar ou insignificante, ou ser reduzido ao nível das coisas triviais. Nossas igrejas necessitam ser educadas para maior respeito e reverência pelo culto divino. O modo como o pastor dirige o culto divino determina como ele educa e prepara o povo. Pequeninos atos que educam, preparam e disciplinam a pessoa para a eternidade são de vastas conseqüências na edificação e santificação da igreja. T6 97 4 Cada igreja deve estar provida de roupas apropriadas para o batismo, nunca considerando isso como despesa inútil. Faz isso parte da obediência devida ao preceito que diz: "Faça-se tudo decentemente e com ordem." 1 Coríntios 14:40. T6 98 1 Não convém que uma igreja se limite a tomar emprestadas essas roupas de alguma outra. Muitas vezes, quando tiver necessidade não as conseguirá; por outro lado, tem havido certa negligência na restituição dessas roupas. Cada igreja deve pois prover as suas próprias necessidades no tocante a isso. Crie-se um fundo para esse fim. Se toda a igreja contribuir para isso, não será um encargo pesado. T6 98 2 As roupas de batismo devem ser feitas de um tecido encorpado, de cor escura que não desbote com a água, sendo conveniente colocar pesos na barra. É importante que assentem bem e sejam feitas segundo um molde aprovado. Não devem levar ornamento, nem rendas, nem enfeites. Qualquer exibição, seja de bordado ou qualquer outro enfeite, será descabida. Quando o candidato tem uma compreensão exata do que significa esse ato, não experimentará nenhum desejo de cobrir-se de adornos. Contudo, devemos evitar usar coisas feias e de mau gosto, pois isso seria uma ofensa a Deus. Tudo que de algum modo se relaciona com esse rito sagrado deve revelar cuidadoso preparo. Depois do batismo T6 98 3 Os compromissos que assumimos no ato do batismo são muitos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo fomos sepultados com Cristo na semelhança de Sua morte e com Ele ressuscitamos na de Sua ressurreição, a fim de andarmos em novidade de vida. Nossa vida está vinculada à de Cristo, e o crente deve lembrar-se de que daí por diante está consagrado a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo. Todos os negócios deste mundo entram para segundo plano nesta sua nova relação. Publicamente confessa não querer continuar mais uma vida de vaidade e satisfação própria. Sua conduta deve deixar de ser descuidosa e indiferente. Contraiu aliança com Deus, e está morto para o mundo. Deve viver agora para o Senhor, dedicar-Lhe todas as faculdades de que dispõe, e não esquecer-se de que traz o sinal de Deus, de que é súdito do reino de Cristo e participante de Sua natureza divina. Cumpre-lhe entregar a Deus tudo quanto é e possui, usando todos os seus dons para glória de Seu nome. T6 99 1 São recíprocos os compromissos assumidos pela aliança espiritual que celebramos mediante o batismo. O homem, cumprindo sua parte numa obediência tributada de coração, tem o direito de orar: "Ó Senhor, ... manifeste-se hoje que Tu és Deus em Israel." 1 Reis 18:36. O fato de que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma garantia de que esses poderes nos assistirão em qualquer situação de emergência que Os invocar. O Senhor ouvirá as orações de Seus fiéis seguidores que levam o jugo de Cristo e com Ele aprendem a mansidão e humildade. T6 99 2 "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da Terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus." Colossences 3:1-3. T6 99 3 "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A Palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai." Colossences 3:12-17. ------------------------Capítulo 9 -- A construção de capelas e igrejas T6 100 1 Em se despertando qualquer interesse numa vila ou cidade, esse interesse deve ser apoiado. Os lugares devem ser completamente trabalhados, até que se erga uma humilde casa de culto como sinal, como monumento do sábado de Deus, como uma luz entre as trevas morais. Esses monumentos devem aparecer em muitos lugares, como testemunhos da verdade. Em Sua misericórdia, Deus providenciou para que os mensageiros do evangelho vão a todos os países, línguas e povos, até que o estandarte da verdade seja estabelecido em todas as partes do mundo habitado. T6 100 2 Onde quer que surja um grupo de crentes, deve-se construir uma casa de culto. Não deixem os obreiros o lugar sem fazer isso. T6 100 3 Em muitos lugares onde se tem pregado a verdade, os que a têm aceito não dispõem de muitos recursos, e pouco podem fazer quanto a garantir certas vantagens que recomendem a obra. Muitas vezes isso torna difícil a continuação da mesma. À medida que as pessoas ficam interessadas na verdade, os pastores de outras igrejas lhes dizem -- e essas palavras são ecoadas pelos membros das ditas igrejas: "Esse povo não tem igreja, e vocês não têm local adequado para o culto. Esse é um grupinho pobre e ignorante. Em breve os pastores irão embora, e o interesse há de desaparecer. E o passo final será vocês abandonarem essas novas idéias que receberam." T6 100 4 Acaso não supomos que isso traz uma forte tentação aos que vêem as razões de nossa fé e são convencidos pelo Espírito de Deus quanto à verdade presente? Repete-se muitas vezes que um grande interesse pode se desenvolver a partir de um pequeno começo. Se manifestarmos sabedoria, santificado discernimento e hábil administração no sentido de promover os interesses do reino de nosso Redentor, haveremos de fazer tudo que estiver ao nosso alcance para dar ao povo a certeza da estabilidade de nossa obra. Como resultado, serão erguidos santuários simples, onde os que aceitam a verdade encontram um lugar para adorar a Deus de acordo com os ditames de sua consciência. T6 101 1 Sempre que possível, ao serem dedicadas a Deus, encontrem-se as igrejas livres de dívidas. Quando se vai edificar uma igreja, os membros devem se envolver para edificá-la. Sob a orientação de um pastor que seja guiado pelos conselhos de seus companheiros de ministério, trabalhem os recém-conversos com suas próprias mãos, dizendo: "Precisamos de uma casa de reuniões, temos de conseguir isso." Deus pede a Seu povo que faça corajosos e unidos esforços em Sua causa. Faça-se assim, e em breve se ouvirão vozes de ações de graças: "Que coisas Deus tem feito!" Números 23:23. T6 101 2 Existem, entretanto, casos em que uma jovem igreja não é capaz de arcar imediatamente com todo o peso da construção de um prédio. Em tais casos, ajudem-na os irmãos de outras igrejas. Em alguns casos será preferível tomar algum dinheiro emprestado, a deixar de construir. Se alguém tem dinheiro e, após ofertar o que pode, ainda dá para emprestar, que o faça sem juros ou com uma taxa baixa; assim é justo empregar o dinheiro até que seja possível satisfazer o compromisso. Mas, repito, sendo possível, os edifícios de igrejas devem ser dedicados livres de dívida. T6 101 3 Em nossas igrejas, os assentos não devem ser alugados. Os ricos não devem ser honrados acima dos pobres. Não se façam distinções. "Todos vós sois irmãos." Mateus 23:8. T6 101 4 Não devemos fazer ostentação em nenhuma de nossas igrejas, pois isso não haveria de dar impulso à obra. Nossa economia deve dar testemunho de nossos princípios. Devemos empregar métodos de trabalho que não sejam transitórios. Tudo deve ser feito com solidez. T6 102 1 Foi-me apresentado o modo frouxo de certas igrejas quanto a incorrer em dívidas e conviver com elas. Em alguns casos, pesa um contínuo compromisso sobre a casa de Deus. Há um juro a ser pago, durante muito tempo. Isso não deve ser, nem é necessário que assim seja. Com a sabedoria, tato e zelo que Deus requer, será realizada uma mudança nessas coisas. As dívidas serão liquidadas. Deus pede as ofertas dos que podem dar, e mesmo os membros mais pobres podem fazer sua pequena parte. A abnegação habilitará todos a fazerem alguma coisa. Tanto idosos como jovens, pais como filhos, têm de mostrar sua fé através de suas obras. Que os membros da igreja sejam vigorosamente impressionados quanto à necessidade de desempenhar cada um sua parte. Que cada um faça o seu melhor. Quando há vontade de fazer, Deus abre o caminho. Não é Seu desígnio que Sua obra seja entravada por dívidas. T6 102 2 Deus pede sacrifício individual. Isso não trará somente prosperidade financeira, mas também espiritual. A abnegação e o sacrifício próprio hão de operar maravilhas no crescimento da espiritualidade da igreja. T6 102 3 Desagrada a Deus que nossas igrejas estejam endividadas. "Minha é a prata, e Meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos." Ageu 2:8. Deus é desonrado quando esse ouro e essa prata são utilizados com finalidade egoísta, para gratificar a ambição, o orgulho ou o desejo de algum tipo de indulgência. Quando o povo escolhido de Deus embeleza suas próprias casas e investe o Seu dinheiro na gratificação egoísta, deixando a Sua causa à míngua, não podem eles ser abençoados. T6 103 1 Quando os irmãos colocam a Deus em primeiro lugar e decidem que a Sua casa não mais será desonrada através de dívidas, Deus os abençoará. Esforcem-se por colocar semanalmente alguma coisa à parte, algo além do dízimo. Tenham um cofre para tal propósito. Expliquem aos filhos que esse é o cofre da negação própria, no qual vocês colocarão cada centavo não requerido para as reais necessidades. Destina-se à casa do Senhor, para liquidar o débito da igreja, o qual desonra os Céus. Ao efetuar tal oferta, cada membro da família receberá uma bênção. T6 103 2 Deus lê todo pensamento. Observa cada ação. Tudo que é feito com o sincero propósito de fazer avançar a Sua obra, será por Ele abençoado. As duas pequeninas moedas, um copo de água fria, presenteados com simpatia e amor, serão eficazes em realizar o bem aqui, e trarão recompensa no porvir. T6 103 3 A pergunta que cada cristão tem de dirigir a si mesmo como prova, é: "Tenho eu, no mais íntimo do meu coração, o supremo amor por Cristo? Amo eu Seu tabernáculo? Não será o Senhor honrado por eu tornar Sua sagrada instituição minha consideração primeira? É meu amor por Deus e por meu Redentor bastante forte para me levar a renunciar o próprio eu? Quando tentado a me distrair com entretenimentos ou diversão egoístas, hei de dizer: Não, não gastarei coisa alguma para meu próprio deleite, enquanto a casa de Deus se achar sobrecarregada de dívidas?" T6 103 4 Nosso Redentor pede muito além do que Lhe ofertamos. O próprio eu interpõe seus desejos de ser o primeiro; mas o Senhor exige o coração inteiro, a inteira afeição. Ele não entrará aí em segundo lugar. E será que não deve Cristo ser nossa primeira e mais elevada consideração? Não exigirá Ele essa prova de nosso respeito e lealdade? Essas coisas se acham no fundo da própria vida de nosso coração, no círculo familiar e na igreja. Se o coração, a alma, as energias, a vida, forem inteiramente consagrados a Deus, se as afeições Lhe forem inteiramente dedicadas, haveremos de torná-Lo supremo em todo o nosso serviço. Quando nos acharmos em harmonia com Deus, a idéia de Sua honra e glória sobrepujará a tudo mais. Pessoa alguma é a Ele preferida em nossas dádivas e ofertas. Temos a consciência do que significa ser sócios de Cristo na sagrada firma. T6 104 1 A casa onde Deus Se encontra com Seu povo será querida e sagrada a qualquer de Seus filhos leais. Não se permitirá que ela seja embaraçada com dívidas. Consentir em tal coisa, é quase o mesmo que negar a fé. Deve-se estar pronto a fazer um grande sacrifício pessoal, para que haja uma casa livre de compromissos, onde Deus Se encontre com Seu povo e o abençoe. T6 104 2 A dívida de nossas igrejas pode ser paga, se os membros tomarem sábias medidas, desenvolvendo ativos e zelosos esforços para cancelar o débito. E em todos os casos em que se salde uma dívida, seja realizada uma reunião de ação de graças, a qual será como uma nova consagração dessa casa a Deus. T6 104 3 Deus prova a fé de Seu povo ao testar o seu caráter. Aqueles que em tempos de emergência estão dispostos a sacrificar-se por Ele, são os que receberão a honra de compartilharem de Sua obra. Os que não se dispõem a praticar o auto-sacrifício de modo a levar avante os propósitos de Deus, serão provados, para que o seu curso de ação apareça diante dos olhos humanos tal qual se manifesta aos olhos dAquele que lê os corações. T6 104 4 Quando o Senhor vir o Seu povo restringindo seus desejos imaginários, praticando o desprendimento, não o fazendo num espírito de lamentação ou pesar -- como fez a esposa de Ló ao ter de abandonar Sodoma -- mas alegrando-se por amor a Cristo, então a obra prosseguirá com poder! ------------------------Capítulo 10 -- Reuniões para crianças T6 105 1 Em nossas reuniões campais deve ser feito um trabalho em favor das crianças e jovens. Encontros de crianças ou classes bíblicas para o jardim de infância devem ser realizados diariamente sob a direção de professores qualificados para o trabalho. Em linguagem simples, devem ser apresentadas as lições tanto da Bíblia quanto da natureza. Métodos de jardim da infância e lições práticas da natureza serão de grande vantagem para conseguir o interesse dos pequeninos. Em algumas de nossas campais os encontros para crianças têm sido realizados duas vezes ao dia. Depois da lição matutina, em dias agradáveis, professores e crianças podem dedicar-se a uma longa caminhada; durante a mesma, às margens de um rio ou sobre verdes gramados, pode-se fazer uma pausa, aproveitando-se para apresentar uma curta lição da natureza. Em lições como essas, pode-se ensinar às crianças as parábolas de Cristo. A verdade será fixada em suas mentes como um prego em lugar firme. T6 105 2 Em nosso trabalho pelas crianças, o objetivo não deve ser meramente educá-las e entretê-las, e sim trabalhar por sua conversão. Devemos pedir a bênção de Deus sobre a semente semeada, e a convicção do Espírito Santo se apoderará até mesmo dos pequeninos. Se exercermos fé em Deus, seremos habilitados a levá-los ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. T6 105 3 É essa uma obra da maior importância para os membros mais novos da família do Senhor. Nesses encontros, mesmo as crianças favorecidas com a instrução cristã em seus lares, aprenderão muito, o que será de grande ajuda para elas. Se as crianças forem ensinadas na simplicidade de Cristo, receberão o conhecimento e, ao retornarem para casa, porão em prática os preciosos ensinamentos entesourados no coração. T6 106 1 Os jovens devem ter oportunidade de receber mais ampla instrução na Palavra de Deus. A verdade bíblica deve ser tornada clara a eles. Os que possuem experiência na verdade devem pesquisar as Escrituras com eles. Isso será como semente plantada em solo fértil. T6 106 2 Tais reuniões para crianças e jovens, se corretamente conduzidas, serão freqüentadas por muitos que não pertencem à nossa fé, e as lições aprendidas nos encontros serão repetidas nos lares. Por intermédio das crianças os pais poderão ser alcançados. Em nossas reuniões campais, na Austrália, esse foi um meio para se alcançar grandes resultados. T6 106 3 O que segue é um breve relato da obra realizada nesse sentido numa reunião campal australiana, redigido por alguém que participou do trabalho: T6 106 4 "No primeiro sábado, as crianças foram organizadas em departamentos e classes, e os professores iniciaram sua obra. No começo, havia seis crianças no departamento do primário, e cerca de quinze no jardim da infância. Tão logo as crianças das redondezas souberam das reuniões, começaram a participar, e a cada dia novos membros eram acrescentados às classes. A frequência média desses participantes "externos" variou entre oitenta e cem, sendo que aos domingos o número era ainda maior. Muitas dessas crianças eram absolutamente regulares em sua participação. O mesmo espírito de sinceridade, atenção e ordem que caracterizou os cultos dos adultos, marcou também os encontros infantis. Tanto nos trabalhos de classe quanto nos exercícios de revisão geral, o trabalho foi arranjado de modo que as crianças tanto participavam das atividades quanto ouviam, e assim logo se sentiram como em casa, e sua avidez por realizar alguma parte do trabalho bem testificou de seu interesse. T6 106 5 "Cada lição começava com um exercício geral, seguido pelos estudos de classe; no encerramento, todos se reuniam para uma breve revisão e cânticos. Nos exercícios de abertura, depois de cântico e oração, o lema e todos os versos de memorização previamente aprendidos eram recitados, quer em conjunto, quer individualmente, ou de ambas as formas. Uma breve e apropriada leitura ou recitação era feita por uma das crianças, que previamente se oferecera para fazê-lo. O 'alfabeto das Escrituras' era aprendido e recitado pelas crianças, cada uma escolhendo sua própria letra e verso. A escolha e aprendizado dos versos eram realizados em casa, sendo que essas responsabilidades colocadas sobre as crianças demonstraram-se um incentivo adicional para estarem presentes no dia seguinte, tornando regular a participação. T6 107 1 "As prontas respostas nos exercícios de revisão testificaram que o interesse no trabalho de classe era marcante, e que muitas verdades valiosas haviam encontrado o caminho da mente e do coração dos pequenos. Quando as crianças retornavam aos lares, os pais surpreendiam-se e ficavam contentes ao ouvi-las repetirem toda a lição. Muitos pais expressaram, de variadas maneiras, seu agradecimento pelo trabalho feito em favor de seus filhos, e lamentavam-se de que as reuniões tivessem de encerrar-se tão cedo. T6 107 2 Vários professores de escolas dominicais freqüentaram as reuniões e declararam que eles próprios estavam muito contentes e se sentiam beneficiados pela obra realizada. Pais por vezes compareciam com os filhos, parecendo tão interessados quanto os pequenos. Outros, embora não se sentido em harmonia com nossos pontos de vista, tiveram o trabalho de vestir primorosamente seus filhos, permitindo-lhes comparecer. Alguns pais declararam não saber o que havíamos feito com seus filhos, mas que uma coisa era certa: os pequenos queriam ir às reuniões, e eles, pais, não conseguiam retê-los em casa. Algumas das crianças vinham de longas distâncias, e temos todas as razões para crer que muito da semente plantada caiu em solo fértil." T6 108 3 A boa semente plantada nesses encontros não deve ser deixada a perecer por falta de cuidado. Muitos pais se alegrariam se as instruções oferecidas a seus filhos nas reuniões campais pudessem prosseguir. Alegremente colocariam seus filhos numa escola em que esses princípios fossem ensinados e praticados. Enquanto o interesse, tanto de pais quanto de crianças, ainda está desperto, temos a áurea oportunidade de estabelecer uma escola na qual o trabalho, iniciado através da reunião campal, pode ser continuado. T6 108 1 Quando os crentes despertam e as igrejas se organizam, semelhante escola demonstrar-se-á de grande valor em promover o caráter permanente e a estabilidade do trabalho. Obreiros em um novo território não se devem sentir à vontade para deixar seu campo de trabalho enquanto não forem providenciados os necessários recursos para as igrejas sob seu cuidado. Não somente se deve erguer uma humilde casa de culto, como tomar todas as providências necessárias para o estabelecimento permanente da escola de igreja. T6 108 2 Essa questão foi-me claramente apresentada. Vi surgindo em diferentes lugares novos grupos de crentes, e casas de culto sendo estabelecidas. Os recém-chegados à fé ajudavam com mãos voluntárias, e os que dispunham de meios, ajudavam com eles. Na parte térrea da igreja, foi-me mostrada uma sala providenciada para servir de escola onde as crianças seriam educadas nas verdades da Palavra de Deus. Professores consagrados foram escolhidos para ir a esses lugares. Não havia grande número de matrículas na escola, mas constituía um feliz começo. T6 108 3 Enquanto o trabalho avançava, ouvi as vozes de crianças e pais cantando: T6 108 4 "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." T6 108 5 "Louvai ao Senhor! Ó minha alma, louva ao Senhor! Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver. Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação." T6 109 1 Louvai ao Senhor desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes." Salmos 127:1; 146:1-3; 148:1-3. T6 109 2 O estabelecimento de igrejas e a construção de casas de oração e edifícios escolares foi estendido de cidade a cidade. Em todos os lugares os crentes empreendiam esforço unido e perseverante, e o Senhor atuava para aumentar Suas forças. Estava-se estabelecendo algo que daria publicidade à verdade. T6 109 3 Essa é a obra a ser realizada na América, na Austrália, na Europa e onde quer que grupos sejam trazidos à verdade. Os grupos que se formam necessitam de um lugar para a adoração. São necessárias escolas em que a instrução bíblica seja oferecida às crianças. A sala de aulas é tão necessária quanto o edifício da igreja. O Senhor tem pessoas para serem envolvidas na obra de estabelecer escolas paroquiais, tão logo algo seja feito para preparar o caminho para elas. T6 109 4 Nas localidades em que são poucos os crentes, unam-se duas ou três igrejas para construir um modesto edifício para a escola. Que todos partilhem das despesas. É alto tempo de os observadores do sábado separarem seus filhos do convívio dos mundanos, colocando-os sob a orientação dos melhores professores, que façam da Bíblia o fundamento de todo estudo. ------------------------Capítulo 11 -- A obra de temperança T6 110 1 Cumpre-nos, em nossa obra, dar mais atenção à reforma da temperança. Toda atividade relacionada com reforma, envolve arrependimento, fé e obediência. Isso significa o reerguimento da pessoa a uma vida nova e mais nobre. Assim toda verdadeira reforma tem seu lugar na obra da terceira mensagem angélica. A reforma da temperança requer nossa especial atenção e apoio. Devemos, em nossas reuniões campais, chamar a atenção para essa obra, tornando-a um assunto vivo. Precisamos apresentar ao povo os princípios da verdadeira temperança, e pedir assinaturas para o compromisso de temperança. Importa dar cuidadosa atenção aos que se acham escravizados pelos maus hábitos. Cumpre-nos levá-los à cruz de Cristo. T6 110 2 Nossas reuniões campais devem ter a cooperação de médicos. Para isso requerem-se homens de sabedoria e bom discernimento, homens que respeitem o ministério da Palavra e não sejam vítimas da incredulidade. Esses homens são os responsáveis pela saúde do povo, e devem ser reconhecidos e respeitados. Eles devem dar instruções ao povo no que respeita aos perigos da intemperança. Esse mal terá de ser enfrentado mais ousadamente no futuro do que tem sido no passado. Os pastores e os médicos devem salientar os males da intemperança. Importa que ambos trabalhem no evangelho com poder, condenando o pecado e exaltando a justiça. Os pastores e médicos que não fazem apelos individuais ao povo, estão falhando em seu dever. Deixam de cumprir a obra que Deus lhes designou. T6 110 3 Há, noutras igrejas, cristãos que estão na defesa dos princípios da temperança. Devemos nos aproximar desses obreiros, abrindo caminho para que estejam conosco lado a lado. Devemos convidar grandes homens, homens bons, para apoiarem nossos esforços em salvar o que se havia perdido. T6 111 1 Caso a obra de temperança fosse levada avante por nós como foi iniciada trinta anos atrás; se em nossas reuniões campais expuséssemos diante do povo os males da intemperança no comer e no beber, e especialmente o mal das bebidas alcoólicas; apresentando essas coisas em ligação com os sinais da próxima vinda de Cristo, haveria uma sacudidura entre o povo. Se mostrássemos zelo proporcional à importância das verdades de que estamos tratando, seríamos instrumentos para salvar centenas, ou melhor, milhares da ruína. T6 111 2 Unicamente a eternidade revelará o que tem sido realizado por esse tipo de ministério -- muitas pessoas oprimidas pela dúvida e cansadas do mundanismo e da agitação têm sido levadas ao grande Médico, que almeja salvar perfeitamente todos quantos se chegam a Ele. Cristo é o Salvador ressuscitado, e há cura debaixo de Suas asas. T6 111 3 Ao vermos os homens se dirigindo para lugares onde se oferece o venenoso líquido que lhes destrói a razão, ao ver-lhes a alma vacilante, que estamos nós fazendo para os salvar? Nossa obra pelos tentados e caídos só terá êxito real à medida que a graça de Cristo remodelar o caráter, e o homem seja posto em viva ligação com o infinito Deus. Tal é o desígnio de todo verdadeiro esforço em prol da temperança. Somos chamados a trabalhar com energia mais que humana, com o poder que reside em Jesus Cristo. Aquele que veio e Se revestiu da natureza humana é O que nos mostrará a maneira de dirigir a batalha. Cristo deixou em nossas mãos Sua obra, e temos de lutar com Deus, suplicando dia e noite o poder invisível. É simplesmente apegando-se a Ele, através de Jesus Cristo, que se obtém a vitória. ------------------------Capítulo 12 -- Lições práticas da reforma de saúde T6 112 1 As grandes reuniões de nosso povo constituem uma excelente oportunidade para serem apresentados os princípios da reforma de saúde. Falava-se muito, alguns anos atrás, nessas reuniões a respeito da reforma de saúde e dos benefícios do regime vegetariano; ao mesmo tempo, porém, ofereciam-se alimentos cárneos no refeitório, e diversos artigos prejudiciais de alimentação eram vendidos no posto de abastecimento. A fé sem as obras é morta; e a instrução sobre a reforma de saúde, contestada pela prática, não causa impressão mais profunda. Em reuniões campais posteriores, os encarregados têm ensinado pela prática e por preceito. Nenhum alimento cárneo tem sido oferecido no refeitório, mas se têm oferecido frutas, cereais e verduras em abundância. Quando os visitantes fazem perguntas com respeito à ausência de carne, a razão claramente apresentada é que a carne não é a alimentação mais saudável. T6 112 2 Ao aproximar-nos do fim do tempo, precisamos erguer-nos mais e mais alto na questão da reforma de saúde e temperança cristã, apresentando-a de maneira mais positiva e decidida. Precisamos esforçar-nos continuamente para educar o povo, não apenas por palavras, mas por nossa maneira de viver. O preceito e a prática aliados possuem uma influência poderosa. T6 112 3 Deve-se dar ao povo instrução sobre assuntos de saúde na reunião campal. Em nossas reuniões na Austrália faziam-se diariamente preleções sobre assuntos de saúde, e foi despertado profundo interesse. Havia no terreno uma tenda para uso dos médicos e enfermeiras, e instruções médicas eram dadas livremente, e requisitadas por muitos. Milhares de pessoas assistiam às preleções, e no encerramento da reunião campal as pessoas não ficavam satisfeitas a ponto de permitirem que o assunto se encerrasse com o que já haviam aprendido. Em várias cidades onde se realizavam reuniões campais, alguns dos principais cidadãos faziam apelos para que se estabelecesse uma clínica, prometendo sua cooperação. O trabalho tem sido iniciado em diversas cidades com excelente sucesso. Dirigida de maneira adequada, uma instituição de saúde pode representar a nossa obra em novos campos. E não é apenas um benefício para as pessoas, mas os obreiros com ela relacionados podem ser um auxílio para os que trabalham em setores evangelísticos. T6 113 1 Em toda cidade onde temos uma igreja, há necessidade de um lugar no qual se possa aplicar tratamentos. Poucos há, entre os nossos membros de igreja, que podem fornecer salas e espaço para o cuidado adequado dos doentes. Deve-se prover um lugar no qual se possam tratar as doenças comuns. A construção pode ser pouco atrativa e mesmo rude, mas deve proporcionar as condições necessárias para a aplicação de tratamentos simples. Sabiamente empregados, demonstrar-se-ão ser uma bênção não só para o nosso próprio povo, mas para seus vizinhos, e podem tornar-se um meio de chamar a atenção de muitos para os princípios de saúde. T6 113 2 É plano do Senhor que em toda parte de nosso mundo se estabeleçam instituições de saúde como um ramo do evangelismo. Essas instituições devem ser Suas agências para ensinar uma classe à qual nenhuma outra coisa alcançará. Não precisam ser grandes construções, mas devem ser bem arranjadas para que possam realizar trabalho eficaz. T6 113 3 Podem-se realizar começos em todo lugar de importância no qual forem feitas reuniões campais. A obra pode começar pequena, e ser ampliada conforme exigirem as circunstâncias. É necessário calcular o custo de cada empreendimento, para ter certeza de que ele tem condições de ir até o fim, retirando-se o mínimo possível da tesouraria. Necessitam-se de homens de fé e habilidade financeira para planejarem economicamente. Nossas clínicas devem ser construídas com uma despesa limitada de fundos. Os edifícios nos quais começar a obra, podem, muitas vezes, ser conseguidos por baixo preço. ------------------------Capítulo 13 -- Mulheres como obreiras evangélicas T6 114 1 É boa e necessária a obra iniciada para ajudar nossas irmãs a sentirem sua responsabilidade individual para com Deus. Por muito tempo tem ela sido negligenciada. O Senhor quer que acentuemos sempre o valor da alma humana aos que não lhe compreendem o valor. E quando essa obra é realizada de forma clara, simples e com definição, vamos verificar que os deveres domésticos, em vez de serem negligenciados, serão cumpridos muito mais inteligentemente. T6 114 2 Caso possamos arranjar grupos efetivos, organizados, inteligentemente instruídos quanto ao trabalho que devem desempenhar como servas do Mestre, nossas igrejas terão uma vitalidade de que há muito necessitam. Será apreciada a excelência da alma por cuja salvação Cristo morreu. Nossas irmãs passam em geral dificuldades com sua família em crescimento e as suas implicações sem que isso seja reconhecido. Tenho desejado tanto que mulheres se preparem a fim de ajudar nossas irmãs a se reanimar e sentirem que podem participar da obra do Senhor! Isso trará raios de sol a sua existência, raios que se refletirão na vida de outros. Deus abençoará a todos quantos se unirem a essa grande obra. T6 114 3 Muitas jovens, bem como irmãs de mais idade, mostram-se tímidas no que respeita a conversas religiosas. Não aproveitam as oportunidades. Fecham as janelas da alma, as quais deveriam ser abertas em direção ao Céu, e abrem-nas de par em par para as coisas da Terra. Quando, porém, virem a excelência da alma humana, cerrarão essas janelas para a Terra, que mostra diversões e convívio mundano na estultícia e no pecado, e abri-las-ão para o Céu, à contemplação das coisas espirituais. A Palavra de Deus deve constituir sua certeza, sua esperança e paz. Então, poderão dizer: "Receberei a luz do Sol da Justiça, para que ela possa irradiar para outros." T6 115 1 Os mais bem-sucedidos obreiros, são aqueles que empreendem de bom ânimo a obra de servir a Deus nas coisas pequenas. Toda criatura humana tem de trabalhar com o fio de sua vida, tecendo-o na trama, a fim de ajudar a concluir o modelo. T6 115 2 A obra de Cristo compôs-se em grande parte de conversas individuais. Ele tinha em grande apreço o auditório constituído de uma única alma. Depois daquela alma, saía para milhares o conhecimento recebido. T6 115 3 Devemos educar os jovens sobre como ajudar a juventude; e ao realizarem essa obra, obterão uma experiência que os habilitará a se tornarem consagrados obreiros em esfera mais ampla. Milhares de corações podem ser alcançados pela maneira mais simples e humilde. Os mais intelectuais, aqueles que são considerados e louvados como os homens e mulheres mais bem dotados do mundo, são muitas vezes refrigerados pelas palavras simples originadas do coração de uma pessoa que ama a Deus e pode falar desse amor com naturalidade, como os mundanos falam daquilo que seu espírito contempla e de que se nutre. Muitas vezes as palavras bem preparadas e estudadas, exercem pouca influência. Mas a expressão verdadeira e sincera de um filho ou filha de Deus, emitida com natural simplicidade, abrirá a porta de corações por muito tempo fechados. T6 115 4 Ouvem-se, por toda parte ao nosso redor, os lamentos de uma dor mundial. O pecado impõe-nos sua sombra, e nosso espírito deve estar preparado para toda boa palavra, para toda boa obra. Sabemos que possuímos a presença de Jesus. A suave influência de Seu Santo Espírito, ensina e guia nossos pensamentos, levando-nos a proferir palavras que iluminarão e alegrarão a estrada dos outros. Se podemos falar freqüentemente a nossas irmãs e, em vez de dizer: "Ide", levamo-las nós mesmos, a fazer como queremos fazer, a sentir como queremos sentir, haverá crescente apreciação do valor da alma humana. Somos discípulos e podemos nos tornar mestres. Esse pensamento deve ser gravado na mente de todo membro de igreja. T6 116 1 Cremos plenamente em organização de igreja; isso, porém, não deve prescrever a maneira exata pela qual devemos trabalhar, pois nem todos os espíritos são alcançados pelos mesmos métodos. Coisa alguma deve ter permissão de desviar o servo de Deus de seu semelhante. O crente individual deve trabalhar em benefício do pecador individual. Cada pessoa precisa manter acesa sua própria lâmpada; e caso o óleo celestial seja passado a essas lâmpadas pelos tubos dourados; caso os vasos se esvaziem do próprio eu, e sejam preparados para receber o óleo santo, a luz será derramada na vereda do pecador, para algum desígnio. Mais luz será projetada no caminho de um errante por uma lâmpada assim, do que por toda uma procissão de tochas reunidas para exibição. A consagração pessoal a Deus e a santificação trarão melhores resultados do que a mais imponente ostentação. T6 116 2 Nossas irmãs devem ser ensinadas, dia a dia, a indagar: "Senhor, que queres que eu faça hoje?" Todo vaso consagrado transmitirá a outros vasos diariamente o santo óleo que nele é posto. T6 116 3 Se a vida que vivemos aqui no mundo é inteiramente consagrada a Cristo, será uma vida de entrega diária. Ele terá o serviço voluntário, e cada alma é uma jóia Sua. Caso nos seja possível impressionar nossas irmãs com o pensamento do bem que lhes está ao alcance realizar mediante o poder de Cristo, veremos realizada uma grande obra. Se nos for dado despertar a mente e o coração para cooperar com o divino Obreiro, haveremos de, mediante o trabalho que podem efetuar, obter grandes vitórias. O próprio eu, todavia, precisa ficar escondido; Cristo deve aparecer como o obreiro. T6 116 4 Importa que haja um intercâmbio de tomar e dar, receber e comunicar. Isso nos une como coobreiros de Deus. Eis a obra de toda a vida do cristão. O que perder sua vida, achá-la-á. T6 117 1 A capacidade de receber do santo óleo das duas oliveiras aumenta à medida que o recebedor se esvazia desse santo óleo mediante a palavra e a ação, a fim de prover às necessidades de outras almas. Trabalho, precioso trabalho que satisfaz -- estar constantemente recebendo e comunicando sem cessar! T6 117 2 Necessitamos e precisamos receber nova provisão a cada dia. E quantas pessoas podemos nós ajudar transmitindo-lhes também! Todo o Céu espera condutos pelos quais possa fazer fluir o santo óleo, de maneira a ser alegria e bênção aos outros. Não receio que alguém faça trabalho malfeito, desde que se torne um com Cristo. Se Ele habitar em nós, iremos trabalhar contínua e solidamente, de modo que nossa obra permaneça. A plenitude divina fluirá através do agente humano consagrado, a fim de ser comunicada a outros. T6 117 3 O Senhor tem uma obra para as mulheres, da mesma maneira que para os homens. Elas podem efetuar uma boa obra para Deus, caso aprendam primeiro na escola de Cristo a preciosa e importante lição da mansidão. É necessário que não somente usem o nome de Cristo, mas que possuam Seu espírito. Importa que andem como Ele andou, purificando a vida de tudo quanto contamine. Então serão de benefício aos outros, apresentando-lhes a completa suficiência de Jesus. T6 117 4 As mulheres podem ocupar na obra o seu lugar, nesta crise, e o Senhor operará por intermédio delas. Caso se achem imbuídas do senso do dever, e trabalhem sob a influência do Espírito de Deus, serão senhoras de si mesmas como é necessário neste tempo. O Salvador refletirá sobre essas abnegadas mulheres a luz de Seu rosto, e isso lhes proporcionará um poder que ultrapassará o dos homens. Elas poderão efetuar nas famílias uma obra que eles não podem realizar, uma obra que atingirá a vida interior. T6 118 1 Podem chegar bem perto do coração daqueles que os homens não podem atingir. Seu trabalho é necessário. T6 118 2 A obra das mulheres está satisfazendo a uma positiva necessidade -- das mulheres que se consagraram ao Senhor e estão se voltando a ajudar um povo carecido, vítima do pecado. É preciso que se faça obra evangelística pessoal. As mulheres que empreendem essa obra, levam o evangelho aos lares do povo nos caminhos e valados. Lêem e explicam a Palavra às famílias, orando com elas, cuidando dos doentes, aliviando-lhes as necessidades temporais. Apresentam a famílias e indivíduos a influência purificadora, transformadora da verdade. Elas mostram que o meio de alcançar a paz e a alegria, é seguir a Jesus. T6 118 3 Todos quantos trabalham para Deus, devem possuir um misto dos atributos de Marta e de Maria -- a boa vontade para servir e sincero amor pela verdade. O próprio eu e o egoísmo precisam ser descartados. Deus demanda fervorosas obreiras, prudentes, afetivas, ternas e fiéis aos princípios. Ele convida mulheres perseverantes, que não pensam tanto em si mesmas e em seus interesses pessoais, mas concentram o pensamento em Cristo, proferindo palavras de verdade, orando com as pessoas às quais conseguem acesso, trabalhando pela conversão de almas. T6 118 4 Oh! que desculpa temos, irmãs, para não devotar todo o tempo possível à pesquisa das Escrituras, tornando a mente um depósito de preciosidades a fim de apresentá-las aos que não se acham interessados na verdade? Hão de nossas irmãs erguer-se à altura da emergência? Trabalharão elas pelo Mestre? ------------------------Capítulo 14 -- O ensino da religião no lar T6 119 1 Os que levam a última mensagem de misericórdia ao mundo devem sentir ser seu dever instruir os pais quanto à religião a ser praticada no lar. O grande movimento de reforma deve começar com a apresentação dos princípios da Lei de Deus aos pais, mães e filhos. Ao serem apresentadas as reivindicações da lei, e homens e mulheres se convencerem de seu dever de prestar obediência, perceberão a responsabilidade de sua decisão, não somente quanto a si mesmos, mas no que respeita a seus filhos. Deve ser mostrado a eles que a obediência à Palavra de Deus é nossa única salvaguarda contra os males que estão destruindo o mundo. Os pais estão dando aos filhos um exemplo, seja de obediência, seja de transgressão. Por seu exemplo e ensino, será, na maioria dos casos, decidido o destino de sua família. Na vida futura, os filhos serão o que seus pais os influenciaram a ser. T6 119 2 Caso os pais fossem levados a seguir o resultado de suas ações, e pudessem ver como, por seu exemplo e ensino, eles perpetuam e aumentam o poder do pecado, ou o poder da justiça, certamente haveria uma mudança. Muitos haveriam de romper o encantamento da tradição e dos costumes. T6 119 3 Que os pastores insistam nisto diante da congregação. Reforcem na consciência dos pais a convicção de seus solenes deveres, por tanto tempo negligenciados. Isto vencerá, como nenhuma outra coisa, o espírito de farisaísmo e resistência à verdade. A religião no lar é nossa grande esperança, e ilumina a perspectiva da conversão de toda a família à verdade de Deus. ------------------------Capítulo 15 -- Enfrentando oposição T6 120 1 Nossos pastores e professores têm de representar o amor de Deus para com o mundo caído. Que a palavra da verdade seja proferida com o coração abrandado pela ternura. Os que se acham em erro sejam tratados com a benignidade de Cristo. Se aqueles por quem estão trabalhando não aceitam imediatamente a verdade, não devem ser censurados, nem criticados nem condenados. Lembrem-se de representar, em todo o tempo, a Cristo em Sua mansidão, benignidade e amor. T6 120 2 Devemos esperar incredulidade e oposição. A verdade sempre teve de enfrentar esses elementos. Mas, embora tendo de fazer face à mais intensa oposição, não se deve acusar os adversários. Eles podem pensar, como fez Paulo, que estão prestando um serviço a Deus; e com tais pessoas devemos manifestar paciência, mansidão e longanimidade. T6 120 3 Não vamos ficar magoados porque temos duras provas a sofrer, sérias lutas a suportar na apresentação de uma verdade impopular. Pensemos em Jesus e no que Ele sofreu por nós, e calemo-nos. Mesmo quando maltratados e falsamente acusados, não nos queixemos; não falemos palavras de murmuração; não demos lugar em nosso espírito a pensamentos de censura ou descontentamento. Prossigamos em linha reta, "tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem". 1 Pedro 2:12. T6 120 4 "E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção. Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo." 1 Pedro 3:8-16. T6 121 1 Devemos nos conduzir com mansidão para com os que se acham em erro; pois nós mesmos estávamos, até pouco tempo, cegos em nossos pecados! Não deveríamos, em face da paciência de Cristo para conosco, ser brandos e pacientes para com os outros? Deus nos tem dado muitas advertências para manifestarmos grande bondade para com os que se nos opõem; tenhamos cuidado para não influenciarmos uma alma na direção errada. T6 121 2 Nossa vida tem de estar escondida com Cristo em Deus. Precisamos conhecer a Cristo individualmente. Só então poderemos representá-Lo devidamente perante o mundo. Que seja esta a nossa constante prece: "Senhor, ensina-me a agir sempre como Jesus agiria em meu lugar." Onde quer que estejamos, devemos fazer brilhar a nossa luz para a glória de Deus em boas obras. Esse é o grande, importante interesse de nossa vida. T6 121 3 O Senhor deseja que Seu povo siga outros métodos que não os que levam a condenar o erro, mesmo que a condenação seja justa. Ele quer que façamos alguma coisa melhor do que atirar contra nossos adversários acusações que só servem para mais os afastar da verdade. A obra que Cristo veio fazer em nosso mundo, não foi erguer barreiras, nem lançar constantemente no rosto do povo o fato de que se achavam em erro. T6 122 1 Aquele que espera esclarecer um povo iludido, deve-se aproximar dele, e por ele trabalhar com amor. Essa pessoa deve tornar-se um centro de santa influência. T6 122 2 Na defesa da verdade, devem-se tratar os mais cruéis adversários com respeito e deferência. Alguns não hão de corresponder aos nossos esforços, mas menosprezarão o convite do evangelho. Outros, mesmo os que supomos haverem passado dos limites da misericórdia de Deus, serão ganhos para Cristo. A última obra no conflito talvez seja a iluminação dos que não rejeitaram a luz e a evidência, mas que se têm encontrado em densas trevas, e, em ignorância, têm trabalhado contra a verdade. Portanto, tratemos a todo homem como sendo sincero. Não pronunciemos uma palavra, nem pratiquemos uma ação que venha a confirmar alguém na incredulidade. T6 122 3 Se alguém procurar arrastar os obreiros para discussões ou debates sobre política ou outras questões, não demos atenção, seja à persuasão, seja ao desafio. Levemos avante a obra de Deus com firmeza e vigor, mas, na mansidão de Cristo, e tão discretamente quanto possível. Nenhuma ostentação humana se faça ouvir. Não se faça notar nenhum indício de presunção. Seja manifesto que Deus nos chamou para lidar com sagradas verdades; preguemos a palavra, sejamos diligentes, sinceros, fervorosos. T6 122 4 A influência de nosso ensino seria dez vezes maior, se tivéssemos cuidado com as nossas palavras. As palavras que devem ser um cheiro de vida para vida, podem, em virtude do espírito que as acompanha, tornar-se um cheiro de morte para morte. E, lembremo-nos de que, se por nosso espírito ou palavras, fecharmos a porta a uma alma que seja, essa alma nos há de enfrentar no juízo. T6 122 5 Quando nos referimos aos Testemunhos, não julguemos ser nosso dever fazê-lo de maneira autoritária. Ao lê-los, não devemos introduzir ali expressões nossas; pois isso tornaria impossível aos ouvintes distinguir entre a palavra do Senhor a eles dirigida, e as nossas palavras. Tenhamos cautela para não tornar ofensiva a palavra do Senhor. T6 123 1 Almejamos ver reformas; e porque não vemos aquilo que desejamos, permitimos muitas vezes que um mau espírito acrescente gotas de fel em nosso cálice, e assim outros sejam amargurados. Em razão de nossas palavras inadequadas, seu espírito se irrita, e são levados à rebelião. T6 123 2 Todo sermão que pregamos, todo artigo que escrevemos, pode ser inteiramente verdadeiro; mas se contiver uma gota de fel será veneno para o ouvinte ou o leitor. Por causa dessa gota de veneno, alguém irá rejeitar todas as nossas boas e aceitáveis palavras. Outro pode acolher o veneno; pois gosta de palavras duras. Seguramente vai seguir o nosso exemplo e falar da mesma maneira. E assim o mal é multiplicado. T6 123 3 Aqueles que apresentam os eternos princípios da verdade necessitam do santo óleo que escorre dos ramos das duas oliveiras para o coração. Esse óleo exalará em palavras que transformarão, sem exasperar. A verdade deve ser dita com amor. Então, o Senhor Jesus, por Seu Espírito, proporcionará a força e o poder. Essa é a Sua obra. T6 123 4 Coloque-se na divina corrente, onde você irá receber inspiração celestial, o que é um privilégio. Aponte então Jesus, a fonte de toda força espiritual, ao cansado, ao sobrecarregado, ao de coração partido, à alma perplexa. Seja um fiel obreiro para exaltar os louvores dAquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Conte, usando a pena e a voz, que Jesus vive para interceder por todos nós. ------------------------Capítulo 16 -- A parábola da ovelha perdida T6 124 1 A parábola da ovelha perdida deve ser considerada como um lema em todo lar. O divino Pastor deixa as noventa e nove, e vai ao deserto em busca da que se perdera. Há mato cerrado, atoleiros, perigosas cavidades nas rochas, e o Pastor sabe que, se a ovelha se encontra em qualquer desses lugares, é preciso que uma mão amiga a ajude a sair. Ao ouvir-lhe de longe o balido, afronta Ele toda e qualquer dificuldade a fim de salvar Sua ovelha perdida. Ao descobri-la não lhe dirige censuras. Alegra-Se simplesmente por havê-la encontrado com vida. Com mão firme e delicada ao mesmo tempo, afasta os espinhos ou tira-a do lamaçal; ergue-a ternamente e põe-na ao ombro, levando-a de volta ao redil. O puro e imaculado Redentor, conduz o pecaminoso, o impuro. T6 124 2 O Portador do Pecado carrega a enlameada ovelha; tão precioso no entanto é o Seu fardo, que Se regozija, cantando: "Achei a Minha ovelha perdida." Lucas 15:6. Cada um de nós, individualmente, fomos assim levados aos ombros de Cristo. Que ninguém alimente um espírito arrogante, um espírito de justiça própria e de crítica; pois ovelha alguma haveria jamais entrado no aprisco, não houvesse o Pastor empreendido a penosa busca no deserto. O fato de uma ovelha se haver perdido, foi suficiente para despertar a compaixão do Pastor, e compeli-Lo a ir em sua procura. T6 125 3 Este mundo transtornado foi o cenário da encarnação e sofrimento do Filho de Deus. Cristo não foi a mundos não caídos, mas a este mundo, todo ressequido e arruinado pela maldição. Não era favorável a perspectiva, antes por demais desanimadora. Todavia, "não faltará nem será quebrantado, até que ponha na Terra o juízo". Isaías 42:4. Precisamos ter em mente a grande alegria manifestada pelo Pastor ao reaver a perdida. Convoca os Seus amigos: "Regozijai-vos comigo, porque já achei a Minha ovelha perdida." Lucas 15:6. E o Céu inteiro ecoa a nota da alegria. O próprio Pai, com cânticos Se regozija pela salva. Que santo êxtase de júbilo é expresso nessa parábola! E dessa alegria temos o privilégio de partilhar. T6 125 1 Estamos nós, que temos ante os olhos esse exemplo, cooperando com Aquele que deseja salvar o perdido? Somos colaboradores de Cristo? Não podemos, por amor a Ele, suportar o sofrimento, o sacrifício e a provação? Temos oportunidades de fazer bem aos jovens e aos errantes. Se vemos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos censurá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos nos colocar a seu lado a fim de o ajudar. Consideremos a humildade de Cristo, Sua mansidão, e trabalhemos como Ele trabalhava, com o coração pleno de santificada ternura. "Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as gerações de Israel, e elas serão o Meu povo. Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça no deserto; Israel mesmo, quando Eu o fizer descansar. Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí." Jeremias 31:1-3. T6 125 2 Para que trabalhemos como Cristo trabalhava, importa que o eu seja crucificado. É uma dolorosa morte; é, porém, vida, vida para a alma. "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos." Isaías 57:15. T6 125 3 "Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento." Provérbios 2:6. ------------------------Capítulo 17 -- A necessidade de reforma na educação T6 126 1 "E edificarão os lugares antigamente assolados e restaurarão os de antes destruídos, e renovarão as cidades assoladas, destruídas de geração em geração." Isaías 61:4. "E chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar." Isaías 58:12. Essas palavras da Inspiração apresentam aos crentes na verdade presente a obra que deve ser feita na educação de nossas crianças e jovens. Ao vir ao mundo a verdade para os últimos dias, na proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, foi-nos mostrada a necessidade de introduzir na educação de nossos filhos uma diferente ordem de coisas; passou, porém, muito tempo para que compreendêssemos as mudanças que deveriam ser feitas. T6 126 2 Nossa obra é de reforma; e é desígnio de Deus que, mediante a excelência da obra feita em nossas instituições de ensino, seja chamada a atenção do povo para o grande e final esforço para salvar os que estão a perecer. A norma de educação em nossas escolas não deve ser rebaixada. Importa erguê-la mais e mais alto, muito acima do nível em que ora se encontra; mas a educação ministrada não se deve limitar ao conhecimento dos livros adotados. O estudo dos mesmos, por si só, não pode dar aos alunos a disciplina de que necessitam, nem comunicar a verdadeira sabedoria. O objetivo de nossas escolas é prover lugares onde os membros mais jovens da família do Senhor, possam ser educados de acordo com o Seu plano de crescimento e desenvolvimento. T6 127 1 Satanás tem empregado os métodos mais engenhosos para entretecer seus planos e princípios nos sistemas de educação, obtendo assim forte domínio na mente de crianças e jovens. A obra do verdadeiro educador é impedir-lhe os ardis. Achamo-nos sob solene e sagrado concerto com Deus para criar nossos filhos para Ele e não para o mundo; para ensinar-lhes que não dêem a mão ao mundo, mas amem e temam a Deus, e Lhe observem os mandamentos. Cumpre impressioná-los com o fato de serem criados à imagem de Seu Criador, e de Cristo ser o modelo segundo o qual devem ser talhados. É preciso que se faça mui zeloso estudo da educação que comunicará o conhecimento da salvação, e conformará a vida e o caráter com a semelhança divina. É o amor de Deus, a pureza da alma entretecida na existência como fios de ouro, que é de verdadeiro valor. A altura que o homem pode assim atingir, ainda não foi devidamente avaliada. T6 127 2 Para realização dessa obra, é preciso lançar um amplo fundamento. Temos de introduzir um novo propósito e dar-lhe lugar, e os alunos precisam ser ajudados a aplicar os princípios bíblicos a tudo quanto fazem. Tudo o que está torcido, tudo o que se acha desviado da linha reta, tem de ser claramente indicado e evitado; pois é iniqüidade que não deve ser perpetuada. É importante que todo professor ame e nutra sãos princípios e doutrinas, pois essa é a luz a refletir-se na formação dos alunos. A terceira mensagem angélica nas escolas T6 127 3 No livro de Apocalipse, lemos acerca de uma obra especial que Deus deseja que Seu povo faça nestes últimos dias. Ele revelou Sua lei, e mostrou-nos a verdade para este tempo. Essa verdade se desdobra constantemente, e é o desejo de Deus que sejamos inteligentes em relação a ela, para podermos distinguir entre o certo e o errado, a justiça e a injustiça. T6 128 1 A terceira mensagem angélica, a grande verdade para nossos dias, deve ser ensinada em todas as nossas instituições. É desígnio de Deus que por meio delas seja dada essa advertência especial, e sejam irradiados para o mundo resplandecentes raios de luz. O tempo é breve. Acham-se sobre nós os perigos dos últimos dias, cumpre-nos vigiar e orar, estudar e dar ouvidos às lições que nos são dadas nos livros de Daniel e Apocalipse. T6 128 2 Quando João foi afastado daqueles a quem amava e banido para a solitária ilha de Patmos, Cristo sabia onde encontrar Sua fiel testemunha. João disse: "Eu, João, que também sou vosso irmão e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo. Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta." Apocalipse 1:9, 10. O dia do Senhor é o sétimo dia, o sábado da criação. Nesse dia que Deus santificou e abençoou, Cristo mostrou a Seu servo João o significado das "coisas que brevemente devem acontecer" (Apocalipse 1:1) antes do fim da história do mundo, e Ele indicou que devemos ser esclarecidos em relação a elas. Não é em vão que Ele declarou: "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." Apocalipse 1:3. Essa é a educação que deve ser pacientemente provida. Sejam nossas lições apropriadas para o tempo em que vivemos, e nossa instrução religiosa dada de acordo com a mensagem que Deus envia. T6 128 3 Haveremos de comparecer diante de juízes para responder por nossa lealdade para com a Lei de Deus, para dar a conhecer as razões de nossa fé. E os jovens devem compreender essas coisas. Devem saber o que há de acontecer antes do encerramento da história terrestre. Isso diz respeito a nosso bem-estar eterno, e cumpre a professores e alunos dar-lhe mais atenção. Pelos livros e pela palavra viva, importa comunicar conhecimentos que serão como alimento no tempo certo, não somente para os jovens, mas também aos de idade madura. T6 129 1 Estamos vivendo as cenas finais destes perigosos tempos. O Senhor previu a incredulidade que agora prevalece em relação a Sua volta, e repetidamente Ele nos tem dado advertências em Sua Palavra de que esse acontecimento será inesperado. O grande dia virá como um laço "sobre todos os que habitam na face de toda a Terra". Lucas 21:35. Mas há duas classes. A uma o apóstolo profere estas animadoras palavras: "Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão." 1 Tessalonicenses 5:4. Alguns estarão prontos quando o noivo vier, e com Ele irão para as bodas. Quão precioso é esse pensamento aos que estão esperando e vigiando o Seu aparecimento! "Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." Efésios 5:25-27. Aqueles a quem Deus ama desfrutam esse favor porque são de caráter amorável. T6 129 2 Importa ser consumada a importante obra de preparar um povo de caráter semelhante ao de Cristo, e que seja capaz de subsistir no dia do Senhor. Enquanto navegamos com a corrente do mundo, não necessitamos de velas, nem de remos. É quando nos voltamos completamente para ir de encontro à correnteza, que começam nossas lutas. Satanás introduzirá toda espécie de teorias para perverter a verdade. A obra irá com dificuldade, pois desde a queda de Adão tem sido costume do mundo pecar. Mas Cristo está no campo de ação. O Espírito Santo está em atividade. Instrumentos divinos estão se combinando com os humanos na remodelação do caráter segundo o perfeito modelo, e o homem deve demonstrar no exterior aquilo que Deus opera no seu interior. Realizaremos como um povo essa obra que Deus nos deu? Cuidadosamente abraçaremos toda a luz que nos foi dada, tendo constantemente diante de nós o principal objetivo de preparar os estudantes para o reino de Deus? Se pela fé avançarmos passo a passo no caminho reto, seguindo o Grande Líder, a luz iluminará o nosso caminho; e as circunstâncias serão de molde a remover as dificuldades. A aprovação de Deus dará esperança, e anjos ministradores cooperarão conosco, trazendo luz, graça, coragem e alegria. T6 130 1 Então, não se perca mais tempo demorando nas muitas coisas não essenciais e que não têm importância quanto às presentes necessidades do povo de Deus. Não se perca mais tempo em exaltar homens que não conhecem a verdade, "pois o tempo está às portas". Não há agora tempo para encher a mente de teorias do que se chama popularmente de "educação elevada". O tempo dedicado àquilo que não tende a tornar a pessoa semelhante a Cristo é tempo perdido para a eternidade. Não podemos permitir isso, pois cada momento se acha pleno de interesses eternos. Agora, quando está para começar a grande obra de julgar os vivos, deixaremos que se apoderem do coração ambições profanas, levando-nos a negligenciar a educação exigida para satisfazer as necessidades nesta época de perigo? T6 130 2 Em cada caso deverá ser tomada a grande decisão: se receberemos o sinal da besta e de sua imagem ou o selo do Deus vivo. E agora, quando estamos no limiar do mundo eterno, que pode ser de tanto valor para nós como sermos encontrados leais e fiéis ao Deus do Céu? Que devemos desejar mais do que Sua verdade e Sua lei? Que educação pode ser provida aos estudantes em nossas escolas que seja tão necessária como o conhecimento do que dizem as Escrituras? T6 131 1 Sabemos que há muitas escolas que oferecem oportunidades para aquisição de conhecimentos em ciências, mas desejamos alguma coisa mais que isso. A ciência da verdadeira educação é a verdade, que deve ser tão profundamente gravada na alma que não se possa apagar pelo erro tão abundante em toda parte. A mensagem do terceiro anjo é verdade, luz e poder, e apresentá-la de tal maneira que cause as devidas impressões no coração, eis o que deve ser a obra de nossas escolas e de nossas igrejas, do professor e do pastor. Os que aceitam a função de educadores devem considerar cada vez mais a vontade revelada de Deus, de forma clara e precisa, em Daniel e Apocalipse. O estudo da Bíblia T6 131 2 As necessidades urgentes que se fazem sentir nesta época exigem contínua educação na Palavra de Deus. Essa é a verdade presente. Importa que haja em todo o mundo uma reforma no estudo da Bíblia, pois ela é agora mais necessária que nunca. À medida que essa reforma progredir, se efetuará uma poderosa obra. Deus foi muito claro quando declarou que Sua Palavra não voltaria para Ele vazia. O conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, "a quem Ele enviou", é a mais alta educação, e ela tem de cobrir a Terra com sua maravilhosa luz, assim como as águas cobrem o mar. T6 131 3 O estudo da Bíblia é especialmente necessário nas escolas. Os alunos devem estar arraigados e fundamentados na verdade divina. Sua atenção deve ser chamada, não para as afirmações dos homens, mas para a Palavra de Deus. Acima de todos os outros livros, deve a Bíblia merecer nosso estudo, como o grande livro didático, a base de toda educação; e nossos filhos devem ser instruídos nas verdades que nela se encontram, a despeito de hábitos e costumes anteriores. Assim fazendo, professores e alunos encontrarão o tesouro escondido, a mais alta educação. T6 132 1 As regras bíblicas devem servir de guia na vida diária. A cruz de Cristo, servir de tema, revelando as lições que precisamos aprender e praticar. Cristo tem de ser introduzido em todos os estudos, para que os alunos possam beber aí o conhecimento de Deus, e representá-Lo através do caráter. A excelência de Cristo, eis o que deve constituir nosso estudo hoje e na eternidade. A Palavra de Deus, transmitida por Cristo no Antigo e no Novo Testamentos, é o pão do Céu; mas muito do que é chamado ciência é como um prato de invenção humana, alimento adulterado; não é o verdadeiro maná. T6 132 2 Na Palavra de Deus encontra-se inquestionável, inesgotável sabedoria -- sabedoria que se originou, não no finito, mas na mente infinita. Muito, porém, do que Deus revelou em Sua Palavra, é obscuro para os homens, porque as gemas da verdade acham-se enterradas sob o lixo da sabedoria e tradição humanas. Para muitos, os tesouros da Palavra permanecem escondidos porque não foram procurados com diligente perseverança, até que os áureos preceitos fossem compreendidos. A Palavra deve ser pesquisada a fim de purificar e preparar os que a recebem para se tornarem membros da família real, filhos do Rei celestial. T6 132 3 O estudo da Palavra de Deus deve tomar o lugar daqueles livros que têm induzido a mente ao misticismo, desviando-a da verdade. Seus princípios vivos, entretecidos em nossa existência, nos serão uma salvaguarda nas provas e tentações; sua divina instrução é o único caminho para o êxito. À medida que sobrevierem provas a toda alma, haverá apostasias. Alguns se revelarão traidores, obstinados, altivos e cheios de presunção, e se desviarão da verdade, naufragando na fé. Por quê? Porque não viveram "de toda a palavra que sai da boca de Deus". Eles não cavaram fundo, tornando firmes seus alicerces. Quando as palavras do Senhor por meio de Seus escolhidos mensageiros lhes são trazidas, murmuram achando que o caminho está sendo tornado demasiado estreito. No capítulo sexto de João, lemos acerca de alguns que se julgavam discípulos de Jesus mas que, ao ser-lhes apresentada a positiva verdade, ficaram desgostosos, e não andaram mais com Ele. Da mesma maneira esses discípulos superficiais também se desviarão de Cristo. T6 133 1 Todo aquele que se converteu a Deus é chamado a crescer em aptidão pelo exercício de seus talentos; toda vara da Videira viva que não cresce, é cortada e lançada fora como lixo. Qual, então, será o caráter da educação ministrada em nossas escolas? Será de acordo com a sabedoria deste mundo ou segundo aquela sabedoria que vem do alto? Não despertarão os professores para sua responsabilidade quanto a esse assunto, percebendo que a Palavra de Deus deve ter maior destaque na instrução dada em nossas escolas? O preparo de obreiros T6 133 2 Um dos grandes objetivos de nossas escolas é o preparo de jovens para se empenharem no serviço de nossas instituições, bem como nos vários ramos da obra do evangelho. O povo de toda parte precisa que a Bíblia seja aberta perante ele. Chegou o tempo, o importante tempo, em que o rolo do livro está sendo desdobrado diante do mundo pelos mensageiros de Deus. A verdade contida na primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, deve ir a toda nação, e tribo, e língua e povo; ela deve iluminar as trevas de todo continente e estender-se às ilhas do mar. Coisa alguma de invenção humana deve ter licença de retardar esta obra. Para conseguir isso, necessitam-se talentos cultivados e consagrados; necessitam-se pessoas capazes de realizar obra excelente na mansidão de Cristo, porque o próprio eu nEle se acha escondido. Pessoas pouco preparadas não podem realizar aceitavelmente a obra de revelar os tesouros ocultos para enriquecer as almas com os bens espirituais. "Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo." "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade." 2 Timóteo 2:7, 15. Essa recomendação a Timóteo deve constituir uma força para toda família e escola, no que respeita à educação. T6 134 1 Requer-se diligente empenho por parte de todos quantos se acham ligados a nossas instituições, não somente nossas escolas, mas também sanatórios e casas publicadoras, a fim de habilitar homens, mulheres e jovens para se tornarem colaboradores de Deus. Os alunos devem ser ensinados a trabalhar inteligentemente nos ramos de atividade cristã, a apresentar caráter cristão nobre e elevado àqueles com quem estiverem em contato. As pessoas a cujo cargo se acha o preparo dos jovens em qualquer ramo de nossa obra, devem ser possuidoras de profundo senso do valor das almas. A menos que se abeberem largamente do Espírito Santo, o mau vigia suscitará circunstâncias desagradáveis. O educador deve ser sábio para discernir que não será com aspereza que as almas serão ganhas, mas com fidelidade e bondade. Palavras e atos arbitrários suscitam as piores paixões do coração humano. Se homens e mulheres que professam ser cristãos não aprenderem a vencer o próprio temperamento mau e imaturo, como poderão esperar merecer respeito e honra? T6 134 2 Então muito cuidado deveria ser exercido na escolha de pessoas apropriadas para serem instrutoras, de modo que não somente sejam fiéis no trabalho, mas manifestem o devido temperamento! Caso não sejam dignas de confiança, é preciso dispensá-las. Deus considera toda instituição responsável por qualquer negligência no estimular a bondade e o amor. Jamais se deve esquecer que o próprio Cristo Se acha à testa de nossas instituições. T6 134 3 O que houver de melhor no talento ministerial deve ser usado no ensino de Bíblia em nossas escolas. Os que são escolhidos para essa obra, precisam ser cuidadosos estudantes da Bíblia, e possuidores de profunda experiência cristã, sendo seu salário pago através dos dízimos. É desígnio de Deus que todas as nossas instituições sejam instrumentos para preparar e desenvolver obreiros de quem Ele não Se envergonhe, obreiros que possam ser enviados para outros lugares e qualificados missionários a fim de realizar serviço para o Mestre; esse objetivo, entretanto, não tem sido conservado em vista. Estamos, de modo geral, muito atrasados nessa obra, e o Senhor requer que manifestemos um zelo infinitamente maior do que temos mostrado até aqui. Ele nos chamou do mundo, para que sejamos testemunhas de Sua verdade e, em todas as nossas fileiras, jovens de ambos os sexos devem ser preparados para funções de utilidade e influência. T6 135 1 Há urgente demanda de obreiros na linha pastoral. Necessitam-se rapazes para essa obra; Deus os chama. Sua educação é de primeira importância em nossos colégios, e em nenhum caso deve ser passada por alto ou considerada como coisa secundária. É completamente errado que os professores, por meio de sugestões quanto a outras carreiras, desanimem jovens que são aptos para uma boa obra no ministério. Os que apresentam obstáculos para dificultar rapazes de se habilitarem para esse serviço, estão contrariando os planos de Deus e terão de dar contas de sua atitude. Temos entre nós uma grande quantidade de homens capazes. Se suas aptidões fossem exercitadas, teríamos vinte pastores onde agora possuímos um. T6 135 2 Moços que têm o objetivo de entrar para o ministério não devem gastar uma porção de anos apenas em se preparar. Os professores precisam compreender a situação, e adaptar o ensino às necessidades dessa classe, dando-lhes vantagens especiais para um rápido, se bem que amplo estudo das áreas mais necessárias para sua obra. No entanto, esse plano não tem sido seguido. Bem pouca atenção se tem dispensado ao preparo de rapazes destinados ao ministério. Não temos muitos anos para trabalhar, e os professores devem ser imbuídos do Espírito de Deus e operar em harmonia com Sua vontade revelada, em vez de executar os próprios planos. Perdemos muito, cada ano, porque não damos ouvidos aos conselhos do Senhor sobre esses pontos. T6 136 1 Enfermeiras missionárias devem receber em nossas escolas lições de médicos competentes, aprendendo, como parte de seu preparo, a maneira de combater as doenças e mostrar o valor dos remédios naturais. Essa obra é grandemente necessária. Cidades e vilas se acham mergulhadas no pecado e na corrupção moral; todavia existem Lós em toda Sodoma. O veneno do pecado está em operação no âmago da sociedade, e Deus pede reformadores que fiquem em defesa da lei estabelecida por Ele para reger o organismo físico. Ao mesmo tempo, eles devem manter elevada norma no preparo da mente e na cultura do coração a fim de que o Grande Médico possa cooperar com a mão ajudadora do homem para realizar uma obra de misericórdia e necessidade no alívio aos sofredores. T6 136 2 Também é desígnio do Senhor que nossas escolas ministrem aos jovens um preparo que os habilite a ensinar em qualquer departamento da Escola Sabatina, ou a se desempenharem de responsabilidades em qualquer de suas atividades. Veríamos uma situação bem diferente se uma quantidade de jovens consagrados se dedicasse ao trabalho da Escola Sabatina, esforçando-se por se habilitarem e depois instruírem outros quanto aos melhores métodos a serem empregados no levar almas a Cristo. Eis um ramo de trabalho que produz resultados. Professores missionários T6 136 3 Os professores devem ser educados para a obra missionária. Há em toda parte portas abertas ao missionário, e não será possível fornecer obreiros de apenas dois ou três países para atender a todos os apelos. Além da educação dos que serão enviados de nossas associações mais antigas, como missionários, devem ser preparadas pessoas em todas as partes do mundo para trabalharem por seus próprios patrícios e vizinhos; e é melhor e mais seguro para essas pessoas, o quanto possível, receberem o seu preparo no próprio campo em que estão trabalhando. Raramente é preferível, tanto para o obreiro como para o avanço da causa, que ele vá para terras distantes em busca de preparo. O Senhor quer que se tomem todas as providências possíveis para satisfazer essas necessidades; e, se as igrejas estiverem alertadas sobre suas responsabilidades, saberão como convém agir em qualquer emergência. T6 137 1 Para suprir a necessidade de obreiros, Deus deseja que sejam estabelecidos centros educativos em diferentes países, onde estudantes promissores possam ser educados nos ramos práticos do conhecimento e na verdade bíblica. Ao se empenharem essas pessoas no serviço, recomendarão a obra da verdade presente nos novos campos. Despertarão interesse entre os incrédulos, e ajudarão a salvar pessoas da servidão do pecado. Devem ser enviados os melhores professores aos vários países onde serão estabelecidas escolas para promover a obra educativa. T6 137 2 É possível ter demasiados recursos educacionais centralizados num só lugar. Escolas menores, dirigidas segundo o plano das escolas dos profetas, seriam uma bênção muito maior. O dinheiro que foi investido na ampliação do Colégio de Battle Creek para acomodar a escola de obreiros teria melhor aplicação no estabelecimento de escolas em distritos rurais nos Estados Unidos e nas regiões distantes. Não eram necessários mais edifícios em Battle Creek; havia já amplas acomodações para a educação de tantos estudantes quantos devêssemos congregar num só lugar. Não era o melhor que tantos estudantes freqüentassem essa escola, pois havia talento e sabedoria para cuidar de somente determinado número. Os cursos ministeriais poderiam ter sido mantidos nos edifícios já construídos, e o dinheiro usado para ampliar o colégio poderia ter sido investido com mais proveito na construção de escolas em outras localidades. T6 138 1 Novos edifícios em Battle Creek significam encorajamento às famílias para que se mudem para lá a fim de educarem os filhos no colégio. Entretanto, seria uma bênção muito maior para todos se os estudantes fossem educados em alguma outra localidade e em número muito menor. A vinda de pessoas para Battle Creek é um erro tanto dos que estão em funções de liderança como dos que se têm mudado para esse lugar. Há melhores campos do que Battle Creek para empreendimentos missionários, e no entanto os que estão em posições de responsabilidade ainda estão planejando ter tudo ali da mais conveniente qualidade; e as grandes instalações estão dizendo ao povo: "Venham para Battle Creek; mudem-se para cá com suas famílias, e eduquem aqui os filhos." T6 138 2 Se algumas de nossas grandes instituições educacionais fossem desdobradas em instituições menores, e escolas fossem estabelecidas em diferentes lugares, maior progresso poderia ser alcançado em cultura física, mental e moral. O Senhor não disse que deveria haver poucos edifícios, mas sim que esses edifícios não deveriam ser centralizados num só lugar. Os grandes recursos investidos em poucas localidades devem ser usados em prover acomodações para um campo mais vasto, de modo que muito mais estudantes possam ser recebidos. T6 138 3 É chegado o tempo de exaltar a norma da verdade em muitos lugares, para o despertamento de interesse e a extensão do campo missionário até que envolva o mundo todo. É chegado o tempo em que muitos mais devem ter sua atenção despertada para a mensagem da verdade. Muito pode ser feito nesse sentido, e isso não está sendo realizado. Ao passo que as igrejas são responsáveis por conservar suas próprias lâmpadas arejadas e acesas, jovens consagrados devem ser educados em seus próprios países para levar avante esta obra. Devem ser estabelecidas escolas, não tão elaboradas como as de Battle Creek e College View, porém mais simples, com prédios mais humildes, e com professores que adotem os mesmos planos que eram seguidos nas escolas dos profetas. Em vez de concentrar a luz num só lugar, onde muitos não apreciam ou não aproveitam o que está sendo oferecido, deve a luz ser levada a muitos lugares da Terra. Se professores consagrados, tementes a Deus, de mente equilibrada e idéias práticas, fossem para os campos missionários e trabalhassem de modo humilde, repartindo o que receberam, Deus concederia o Seu Santo Espírito a muitos que estão destituídos de Sua graça. Elementos de sucesso T6 139 1 Professores e estudantes devem cooperar na obra de reforma, cada um agindo no sentido do melhor interesse para que nossas escolas sejam o que Deus possa aprovar. Para o sucesso é necessário haver unidade de ação. Um exército em batalha ficaria confuso e seria derrotado se cada soldado agisse individualmente segundo os seus próprios impulsos, em vez de agirem todos harmoniosamente sob a orientação de um competente general. Os soldados de Cristo devem agir harmoniosamente. Poucos conversos, unindo-se para um grande propósito sob uma só cabeça, obterão vitórias diante de cada obstáculo. T6 139 2 Se há desunião entre os que dizem crer na verdade, o mundo concluirá que esse povo não pode ser de Deus, porque estão trabalhando uns contra os outros. Quando somos um com Cristo, estaremos unidos entre nós mesmos. Os que não estão ligados a Cristo sempre puxam para o lado errado. Possuem temperamento pertencente à natureza carnal do homem, e diante do menor pretexto sua paixão se desperta para se opor à paixão de outros. Isso provoca conflito, e nas reuniões de comissão, de mesas, nas assembléias públicas, ouvem-se vozes ruidosas opondo-se a métodos de reforma. T6 140 1 Obediência a toda palavra de Deus é outra condição de sucesso. As vitórias não são alcançadas por meio de cerimônias ou ostentação, mas mediante a simples obediência ao mais exaltado General, o Senhor Deus do Céu. Aquele que confia nesse Líder jamais conhecerá a derrota. Esta vem em conseqüência da confiança em métodos e planos do homem, deixando o divino em segundo lugar. Obediência era a lição que o Capitão dos exércitos do Senhor procurou ensinar ao extenso exército de Israel -- obediência mesmo naquilo em que não podiam ver nenhum sucesso. Quando houver obediência à voz de nosso Líder, Cristo conduzirá Suas batalhas de tal modo que surpreenderá os maiores poderes da Terra. T6 140 2 Somos soldados de Cristo; e dos que se alistam em Seu exército espera-se que executem os trabalhos mais difíceis, trabalhos esses que lhes sugarão as energias ao máximo. Temos de entender que a vida de um soldado é uma vida de constante esforço, de firmeza e perseverança. Por amor de Cristo precisamos suportar provas. Não estamos empenhados em batalhas virtuais. Temos de enfrentar os mais terríveis adversários, pois "não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Efésios 6:12. Devemos encontrar nossa força justamente onde os primeiros discípulos encontraram a sua: "Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas." Atos dos Apóstolos 1:14. "Todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. E era um o coração e a alma da multidão dos que criam." Atos dos Apóstolos 4:31, 32. ------------------------Capítulo 18 -- Obstáculos à reforma T6 141 1 Até certo ponto, a Bíblia tem sido introduzida em nossas escolas, e alguns esforços têm sido feitos no sentido da reforma; é, porém, mais difícil adotar os princípios corretos, depois de estar por tanto tempo habituado aos métodos populares. As primeiras tentativas para mudar os velhos costumes, trouxeram duras provas aos que queriam trilhar o caminho indicado por Deus. Foram cometidos erros e houve grande prejuízo. Tem havido obstáculos cuja tendência é conservar-nos numa orientação comum, mundana, e impedir-nos de assimilar os verdadeiros princípios educacionais. Para o não convertido, que vê as coisas do ponto de vista do egoísmo humano, da incredulidade e indiferença, os retos princípios e métodos têm parecido errôneos. T6 141 2 Alguns professores e administradores apenas meio-convertidos são pedras de tropeço para os outros. Aceitam alguns pontos e fazem reformas pela metade; mas, ao vir maior conhecimento, recusam-se a avançar, preferindo trabalhar segundo as próprias idéias. Assim fazendo, colhem e comem daquela árvore de conhecimentos que coloca o humano acima do divino. "Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-O com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais." Josué 24:14, 15. "Se o Senhor é Deus, segui-O; e se Baal, segui-o." 1 Reis 18:21. Estaríamos muito adiante da condição espiritual em que nos achamos, caso avançássemos segundo a luz que nos foi enviada. T6 141 3 Ao serem defendidos novos métodos, tantas indagações duvidosas têm sido apresentadas, tantos concílios reunidos para tentar discernir todas as dificuldades, que os reformadores têm sido entravados e alguns deixaram de insistir em reformas. Parecem impotentes para resistir à corrente de dúvidas e críticas. Foram relativamente poucos os que receberam o evangelho em Atenas, porque o povo nutria orgulho de sabedoria intelectual e mundana, e consideravam loucura o evangelho de Cristo. Mas "a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens". Portanto "pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus". 1 Coríntios 1:25, 23, 24. T6 142 1 Precisamos agora recomeçar novamente. Cumpre entrar nas reformas com alma, coração e vontade. Os erros podem estar encanecidos pela idade; esta, porém, não torna o erro verdade, nem a verdade erro. Faz muito tempo que os velhos costumes e hábitos são seguidos. O Senhor quer que toda idéia falsa seja afastada de professores e alunos. Não temos liberdade para ensinar o que se harmoniza com as normas do mundo ou da igreja, simplesmente por ser costume assim fazer. As lições ensinadas por Cristo devem servir de norma. O que o Senhor ensinou relativamente à instrução a ser ministrada nas nossas escolas deve ser rigorosamente observado; e, caso não se vá na direção de uma espécie de educação inteiramente diversa da que tem sido seguida em algumas de nossas escolas, não valeria a pena termos incorrido no ônus de compra de terras e construção de edifícios escolares. T6 142 2 Insistem alguns em que, se os ensinos religiosos forem tornados preeminentes em nossas escolas, estas se tornarão impopulares; que os que não pertencem à nossa fé não as apoiarão. Muito bem; vão eles então a outras escolas, onde encontrarão um sistema educativo segundo o seu gosto. Com essas considerações, é desígnio de Satanás impedir a realização do objetivo pelo qual nossas escolas foram estabelecidas. Entravadas por seus ardis, os diretores raciocinam segundo a maneira do mundo, copiam-lhe os planos e imitam-lhe os costumes. Muitos têm manifestado tanta falta de sabedoria do alto, que se unem com os inimigos de Deus e da verdade em prover entretenimentos mundanos para os alunos. Assim fazendo, trazem sobre si mesmos o desagrado de Deus, pois desencaminham a juventude e fazem obra para Satanás. Essa obra, com todos os seus resultados, eles terão de encontrar perante o tribunal de Deus. T6 143 1 Os que seguem tal orientação, mostram que não podem merecer confiança. Uma vez o mal praticado, podem confessar seu erro; poderão, todavia, anular a influência que exerceram? Há de o "bem está" ser pronunciado sobre os que foram infiéis a seu legado? Esses obreiros infiéis não construíram sobre a Rocha eterna, e seu fundamento se demonstrará areia movediça. Quando o Senhor exige de nós que sejamos distintos e diferentes, como podemos cobiçar popularidade ou imitar os costumes e práticas do mundo? "Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." Tiago 4:4. T6 143 2 Abaixar as normas a fim de conseguir popularidade e aumento de números e fazer depois desse acréscimo motivo de regozijo, mostra grande cegueira. Fossem algarismos prova de êxito, e Satanás poderia reclamar a preeminência; pois neste mundo seus seguidores são claramente mais numerosos. É o grau de poder moral que permeia a escola, o que lhe demonstra a prosperidade. É a virtude, a inteligência e a piedade dos que compõem nossas escolas, não seu número, que deve ser fonte de alegria e reconhecimento. Devem então nossas escolas se converter ao mundo e seguir-lhe os costumes e modas? "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que ... não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:1, 2. T6 144 1 Os homens empregarão todos os meios para tornarem menos destacada a diferença entre os adventistas do sétimo dia e os observadores do primeiro dia da semana. Foi-me apresentado um grupo com o nome de adventistas do sétimo dia, o qual estava aconselhando que a bandeira ou sinal que nos torna um povo distinto, não deveria ser salientada de maneira tão chocante; pois pretendiam que esse não seria o melhor método para assegurar êxito a nossas instituições. Não estamos, porém, em tempo de arriar nossa bandeira, de nos envergonharmos de nossa fé. Esta distintiva bandeira, descrita nas palavras: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apocalipse 14:12), deve ser levada através do mundo até ao fim do tempo de graça. Ao passo que devem ser aumentados os esforços para avançarmos nos diferentes lugares, não devemos esconder nossa fé para assegurar mais apoio. A verdade deve alcançar as almas prestes a perecer; e caso ela seja de algum modo oculta, Deus é desonrado, e sobre nossas vestes se encontrará o sangue dos perdidos. T6 144 2 Enquanto os que se acham ligados a nossas instituições andarem humildemente diante de Deus, os seres celestiais hão de cooperar com eles; conservem, porém, todos em mente o que Deus disse: "Aos que Me honram honrarei." 1 Samuel 2:30. Nunca, ainda que seja por um momento, deve ser dada a alguém a impressão de que lhe seria proveitoso ocultar sua fé e doutrinas diante do povo incrédulo do mundo, temendo não ser tão altamente estimado se seus princípios forem conhecidos. Cristo exige de todos os Seus seguidores confissão aberta e corajosa de sua fé. Cada um deve ocupar sua posição e ser aquilo que Deus designa que ele seja, como espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. Todo o Universo olha com inexprimível interesse para ver a obra final do grande conflito entre Cristo e Satanás. Todo cristão deve ser uma luz, não escondida, ou debaixo da cama, mas posta numa posição bem alta, para que ilumine a todos quantos se acham na casa. Jamais, por covardia ou tática mundanas, deixemos que a verdade de Deus seja obscurecida. T6 145 1 Embora em muitos sentidos nossas instituições de ensino tenham adotado o conformismo com o mundo; embora tenham em direção a ele avançado passo a passo, são ainda "prisioneiros de esperança". Zacarias 9:12. A fatalidade não teceu suas malhas em torno de suas atividades a tal ponto que tenham de permanecer impotentes e na incerteza. Se derem ouvidos a Sua voz, e seguirem em Seus caminhos, Deus os corrigirá e ensinará, e os trará de volta a sua exata posição de distinção do mundo. Quando se discernir a vantagem de trabalhar fundamentado nos princípios cristãos, quando o eu estiver escondido em Cristo, se fará progresso muito maior, pois cada obreiro sentirá sua própria fraqueza humana; ele suplicará de Deus sabedoria e graça, e receberá o divino auxílio prometido para cada emergência. T6 145 2 As circunstâncias adversas deveriam criar o firme propósito de vencê-las. Uma barreira vencida dará maior coragem e condições para ir avante. Basta marchar na direção certa, e iniciar uma mudança, sólida, inteligentemente. Então as circunstâncias se demonstrarão uma ajuda e não um embaraço. É preciso começar. O carvalho começa na semente. Aos professores e administradores T6 145 3 Apelo a nossas escolas de ensino superior a que apliquem um saudável discernimento e trabalhem num plano mais elevado. Nossas instalações educacionais devem ser purificadas de toda impureza. Nossas instituições têm de ser dirigidas com base em princípios cristãos, caso queiram vencer todo empecilho. Se forem dirigidas segundo a sistemática do mundo, haverá falta de solidez na obra, uma falta de perspicaz discernimento espiritual. A condição do mundo antes do primeiro aparecimento de Cristo é um quadro da condição do mundo exatamente antes do segundo advento. O povo judeu foi destruído porque rejeitou a mensagem de salvação enviada pelo Céu. Será que aqueles que vivem nesta geração, a quem Deus tem enviado grande luz e maravilhosas oportunidades, vão seguir o exemplo dos que rejeitaram a luz para sua própria ruína? T6 146 1 Muitos hoje vivem como se estivessem usando um véu sobre o rosto. Esse véu é a simpatia com práticas e costumes do mundo, que oculta nessas pessoas a glória de Deus. O Senhor deseja que conservemos os nossos olhos fixos nEle, para deixarmos de olhar para as coisas deste mundo. T6 146 2 À medida que a verdade é introduzida na vida prática, a norma deve ser cada vez mais elevada, até estar à altura das exigências da Bíblia. Isso exigirá oposição às modas, costumes, práticas e filosofias do mundo. Influências mundanas, como as ondas do mar, arremessam-se contra os seguidores de Cristo para afastá-los dos verdadeiros princípios de Sua mansidão e graça; mas devemos estar firmes nos princípios como uma rocha. Fazer isso requererá coragem moral, e aqueles cuja vontade não está fixada à Rocha eterna serão varridos pela correnteza do mundo. Só poderemos permanecer firmes se nossa vida estiver escondida com Cristo em Deus. A independência moral é absolutamente legítima quando em oposição ao mundo. Ao nos conformarmos inteiramente com a vontade de Deus, somos firmados em terreno vantajoso, e veremos a necessidade de decidida separação dos costumes e práticas do mundo. T6 146 3 Não devemos elevar nossa norma apenas um pouco acima das normas do mundo, mas devemos fazer com que a distinção seja decididamente notória. A razão de exercermos tão pouca influência sobre parentes e amigos incrédulos é que tem havido pouquíssima decidida diferença entre nossas práticas e as do mundo. T6 147 1 Muitos professores permitem que sua mente desça a um nível demasiado estreito e baixo. Não conservam sempre em vista o plano divino, mas estão fixando os olhos em modelos seculares. É preciso olhar para cima, "onde o Filho do homem... está em pé à mão direita de Deus" (Atos dos Apóstolos 7:56), e lutar então para que seus alunos sejam colocados em conformidade com o Seu caráter perfeito. Vale indicar aos jovens a escada de oito degraus de Pedro, e colocar os seus pés, não no último degrau, mas no primeiro, e com fervor pedi-lhes que subam até o último. T6 147 2 Cristo, que une a Terra ao Céu, é a escada. A base está plantada firmemente na Terra, através de Sua humanidade; o topo alcança o trono de Deus, através de Sua divindade. A humanidade de Cristo envolve a caída família humana, enquanto a Sua divindade Se firma no trono de Deus. Somos salvos pelo subir a escada, degrau a degrau, olhando para Cristo, apegando-nos a Cristo, elevando-nos passo a passo até a estatura de Cristo, de modo que Ele Se torne para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção. A fé, a virtude, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, a fraternidade e o amor são degraus dessa escada. Todas essas graças devem ser vistas no caráter cristão; e "fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo". 2 Pedro 1:10, 11. T6 147 3 Não é coisa fácil obter o incalculável tesouro da vida eterna. Ninguém pode fazer isso e deixar-se levar pela a corrente do mundo. Terá que sair do mundo, separar-se, e não tocar coisa imunda. Ninguém pode agir como mundano sem ser levado pela corrente do mundo. Ninguém fará qualquer progresso para o alto sem perseverante esforço. Aquele que quiser vencer tem de apegar-se a Cristo. Não deve olhar para trás, mas manter os olhos no alto, indo de graça em graça. Vigilância individual é o preço da segurança. Satanás está disputando nossa salvação no jogo da vida. Não nos inclinemos para o seu lado nem um só passo, para que ele não venha a obter vantagem sobre nós. T6 148 1 Se alcançarmos o Céu, será por havermos ligado nossa vida a Cristo, apoiando-nos nEle e libertando-nos do mundo, de suas atrações e encantamento. Deve haver de nossa parte cooperação espiritual com as inteligências celestiais. Precisamos crer, trabalhar, orar, vigiar e esperar. Como aquisição do Filho de Deus, somos propriedade Sua, e cada um deve ser educado na escola de Cristo. Tanto os professores como os alunos devem fazer diligente trabalho para a eternidade. O fim de todas as coisas está próximo. Há necessidade agora de homens armados e equipados para batalhar por Deus. T6 148 2 Não devemos exaltar os homens, mas Deus, o único Deus vivo e verdadeiro. A vida altruísta, o espírito generoso, capaz de sacrificar-se, a simpatia e o amor daqueles que detêm posições de confiança em nossas instituições devem ter uma influência purificadora, enobrecedora, que fale com eloqüência em favor do bem. As palavras de conselho não estarão vindo então de um espírito auto-suficiente, de si mesmo exaltado, mas suas virtudes seriam mais valiosas que o ouro. Se os homens lançarem mão da natureza divina, trabalhando num plano de adição, acrescentando graça a graça no aperfeiçoamento do caráter cristão, Deus agirá num plano de multiplicação. Ele diz em Sua Palavra: "Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor." 2 Pedro 1:2. T6 148 3 "Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor." Jeremias 9:23, 24. "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?" Miquéias 6:8. "Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniqüidade e que Te esqueces da rebelião do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade." Miquéias 7:18. "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem." Isaías 1:16, 17. T6 149 1 Essas são as palavras de Deus a nós. O passado está contido no livro onde todas as coisas estão escritas; não podemos apagar o seu registro; mas se escolhermos aprender delas, o passado nos ensinará suas lições. Ao fazê-lo nosso instrutor, podemos torná-lo também nosso amigo. Ao recordar do passado aquilo que é desagradável, aprendamos a não repetir o mesmo erro. Que coisa alguma no futuro seja registrado que nos cause pesar mais tarde. T6 149 2 Podemos evitar agora uma semeadura deplorável. Cada dia estamos fazendo nossa história. O ontem está além de nosso poder corrigir ou controlar; o hoje nos pertence. Não entristeçamos, pois, o Espírito de Deus hoje, porque amanhã não seremos capazes de trazer de volta o que tivermos feito. Hoje será então ontem. T6 149 3 Procuremos seguir o conselho de Deus em todas as coisas, pois Ele é infinito em sabedoria. Embora no passado tenhamos deixado de fazer por nossas crianças e jovens o que podíamos ter feito, arrependamo-nos agora e redimamos o tempo. O Senhor diz: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada." Isaías 1:18-20. A mensagem: "Avante", deve ainda ser ouvida e repetida. As diferentes situações que ocorrem em nosso mundo exigem um trabalho que faça frente a esses peculiares desenvolvimentos. O Senhor tem necessidade de homens que sejam espiritualmente corretos e talentosos, homens que estejam sem dúvida recebendo o renovado maná celestial. O Espírito opera no coração desses homens, e a Palavra de Deus lança luz na mente, revelando-lhes, mais do que nunca antes, a verdadeira sabedoria. T6 150 1 A educação dada aos jovens molda toda a estrutura social. Por todo o mundo se acha em desordem a sociedade, tornando-se necessária uma transformação completa. Muitos julgam que as melhores condições para educação, maior capacidade e métodos mais modernos, operarão o milagre da mudança. Professam crer e aceitar a Palavra de Deus, e todavia lhe dão lugar inferior na grande estrutura da educação. Aquilo que deveria estar em primeiro lugar é subordinado às invenções humanas. T6 150 2 É tão fácil deixar-se levar pelos planos, métodos e costumes à maneira do mundo, sem dar mais atenção ao tempo em que vivemos, ou à grande obra a ser realizada, do que o fez o povo do tempo de Noé! Há constante perigo de que nossos educadores sigam os passos dos judeus, conformando-se com os costumes, as práticas e tradições não provindas de Deus. Com tenacidade e firmeza se apegam alguns aos velhos hábitos e ao amor por vários estudos não essenciais, como se sua salvação dependesse dessas coisas. Assim procedendo, desviam-se da obra especial de Deus, e dão aos alunos uma instrução deficiente e errada. As mentes são desviadas de um positivo "Assim diz o Senhor", que envolve interesses eternos, para teorias e ensinos humanos. A verdade infinita e eterna, a revelação de Deus, é explicada em face de interpretações humanas, quando unicamente o poder do Espírito Santo pode revelar as coisas espirituais. A sabedoria humana é loucura; pois lhe falta o todo das providências de Deus, que têm como objetivo a vida eterna. T6 151 1 Os reformadores não são demolidores. Jamais procurarão arruinar os que se não conformam com seus planos e não se lhes assemelham. Os reformadores precisam avançar, não recuar. Cumpre-lhes ser decididos, firmes, resolutos, inflexíveis; mas a firmeza não deve degenerar em espírito dominador. É desejo de Deus que todos quantos O servem sejam firmes como a rocha no que diz respeito a princípios, mas mansos e humildes de coração, como era Cristo. Então, permanecendo em Cristo, poderão realizar a obra que Ele faria se estivesse em seu lugar. Um espírito rude e condenador não é essencial ao heroísmo nas reformas para este tempo. Todos os métodos egoístas no serviço de Deus, são uma abominação aos Seus olhos. T6 151 2 Satanás age para tornar de nenhum efeito a oração de Cristo. Ele faz contínuos esforços para criar amargura e discórdia, pois onde há união há força, há uma unanimidade que nem todos os poderes do inferno conseguem quebrar. Todos os que ajudam os inimigos de Deus ao promoverem fraqueza, tristeza e desânimo em relação a qualquer pessoa dentre o povo de Deus, mediante seus próprios métodos e temperamentos perversos, estão trabalhando diretamente contra a oração de Cristo. ------------------------Capítulo 19 -- O caráter e a obra do professor T6 152 1 A obra feita em nossas escolas não deve ser como a que se faz nos colégios e seminários do mundo. Na grande obra da educação, a instrução nas ciências não deve ser de caráter inferior, mas deve ser considerado de primeira importância o conhecimento que habilitará um povo a subsistir no grande dia da preparação de Deus. Nossas escolas têm de assemelhar-se mais às escolas dos profetas. Devem ser escolas de preparo missionário, onde os alunos sejam confrontados com a disciplina de Cristo e aprendam do Grande Mestre. Escolas familiares, em que cada aluno seja objeto de especial auxílio de seus professores, como os membros da família devem receber no próprio lar. Brandura, simpatia, união e amor devem ser nutridos aí. Importa haver professores abnegados, cheios de dedicação, fiéis; professores que sejam constrangidos pelo amor de Deus e que, coração possuído de ternura, tenham cuidado da saúde e do bem-estar dos alunos. Cumpre-lhes ter como objetivo o progresso dos estudantes em todo ramo essencial de conhecimento. T6 152 2 Professores sábios devem ser escolhidos para nossas escolas, daqueles capazes de sentir diante de Deus a responsabilidade de impressionar a mente com a necessidade de conhecer a Cristo como um Salvador pessoal. Desde o mais alto ao mais baixo grau, devem manifestar cuidado especial pela salvação dos alunos e, mediante esforço pessoal, dirigir-lhes os pés no caminho reto. Olhem eles compassivamente os que foram mal educados na infância, e busquem remediar defeitos, que, se conservados, hão de prejudicar grandemente o caráter. Ninguém pode realizar essa obra, a menos que primeiro haja aprendido na escola de Cristo o modo de ensinar. T6 153 1 Todos quantos ensinam em nossas escolas devem estar em íntima comunhão com Deus, e ter cabal conhecimento de Sua Palavra, a fim de porem sabedoria e conhecimentos divinos na obra de educar a juventude para utilidade nesta vida e para a outra, futura e imortal. Precisam ser homens e mulheres que não somente possuem certo conhecimento da verdade, mas que são observadores da Palavra de Deus. "Está escrito", eis o que devem exprimir por palavras e obras. Por sua própria maneira de viver devem ensinar simplicidade e correção de hábitos em tudo. Nenhum homem ou mulher deve estar ligado a nossas escolas como educador, a não ser que tenha demonstrado obediência ao preceito do Senhor. T6 153 2 O diretor e os professores necessitam ser batizados com o Espírito Santo. A fervorosa oração de almas contritas será acolhida pelo trono, e Deus atenderá a essas súplicas no tempo por Ele designado, uma vez que nos apeguemos a Seu braço pela fé. Que o próprio eu seja imerso em Cristo, e Cristo em Deus, e haverá tal manifestação de Seu poder, que abrandará e empolgará os corações. Cristo ensinava de maneira inteiramente diversa dos métodos comuns, e cumpre-nos ser colaboradores Seus. T6 153 3 Ensinar quer dizer muito mais do que muitos supõem. Requer grande habilidade fazer a verdade ser compreendida. Por isso todo professor se deve esforçar para possuir crescente conhecimento da verdade espiritual, mas não o pode obter enquanto se mantém divorciado da Palavra de Deus. Caso ele queira ter suas faculdades e aptidões em diário progresso, precisa estudar; cumpre-lhe comer e digerir a Palavra, e trabalhar à maneira de Cristo. A alma nutrida pelo pão da vida, terá toda faculdade revigorada pelo Espírito de Deus. Esta é a nutrição que vale para a vida eterna. T6 153 4 Os professores que aprenderem do Grande Mestre, experimentarão o auxílio de Deus, como aconteceu com Daniel e seus companheiros. Eles precisam ascender em direção ao Céu, em vez de permanecerem na planície. A experiência cristã deve estar aliada a toda verdadeira educação. "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo." 1 Pedro 2:5. Professores e alunos devem ponderar essa descrição e ver se pertencem à classe dos que, mediante a abundante graça concedida, estão obtendo a experiência que todo filho de Deus precisa alcançar antes de poder entrar em uma classe superior. Em todo ensino que comunicam, os professores devem transmitir luz do trono de Deus; pois a educação é uma obra cujo efeito se manifestará pelos incessantes séculos da eternidade. T6 154 1 Os professores devem induzir os alunos a pensar, e a entender claramente a verdade por si mesmos. Não basta ao mestre explicar, ou ao aluno crer; cumpre suscitar o espírito de pesquisa, e o aluno ser atraído a enunciar a verdade em sua própria linguagem, tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a aplicação. Por trabalhosos esforços, as verdades vitais devem assim ser gravadas no espírito. Talvez esse seja um processo lento; é, porém, mais valioso do que passar correndo sobre assuntos importantes, sem a devida consideração. Deus espera que Suas instituições ultrapassem as do mundo; pois são representantes Suas. Os homens, verdadeiramente ligados a Deus, revelarão ao mundo que se acha ao leme um agente mais que humano. T6 154 2 Nossos professores precisam aprender constantemente. Os reformadores também necessitam ser reformados, não somente em seus métodos de trabalho, mas no próprio coração. Devem ser transformados pela graça de Deus. Quando Nicodemos, importante mestre em Israel, foi falar com Jesus, o Mestre lhe expôs as condições de vida divina, ensinando-lhe o próprio alfabeto da conversão. Nicodemos perguntou: "Como pode ser isso?" "Tu és mestre em Israel, e não sabes isso?" respondeu-lhe Cristo. Essa pergunta poderia ser feita a muitos que ocupam agora posição de mestres, mas que negligenciaram o preparo essencial que os habilitaria para essa obra. Se as palavras de Cristo fossem recebidas no coração, então haveria muito maior inteligência e muito mais profundo conhecimento espiritual do que constitui um discípulo, um sincero seguidor de Cristo e um educador a quem Ele pode aprovar. Deficiências dos professores T6 155 1 Muitos de nossos professores têm bastante a desaprender e outro tanto a aprender. A menos que tenham vontade de fazer isso -- a menos que se tornem inteiramente familiarizados com a Palavra de Deus e sua mente mergulhe no estudo das gloriosas verdades concernentes à vida do Grande Mestre -- estimularão os próprios erros que o Senhor está tentando corrigir. Planos e opiniões que não devem ser nutridos, serão gravados na mente e, com toda a sinceridade, chegarão a conclusões errôneas e perigosas. Assim serão semeadas sementes não genuínas. Muitos costumes e práticas comuns na atividade escolar, e que podem ser considerados como coisas sem importância, não podem ser agora introduzidos em nossas escolas. Talvez seja difícil aos professores abandonarem idéias e métodos longamente cultivados; mas se eles indagarem, sincera e humildemente, a cada passo: "É este o caminho do Senhor?" e se submeterem a Sua direção, Ele os conduzirá por caminhos seguros, e suas idéias se mudarão pela experiência. T6 155 2 Os professores em nossas escolas precisam pesquisar as Escrituras, até compreendê-las por si mesmos, abrindo o coração e andando de acordo com os preciosos raios de luz que Deus concedeu. Serão então ensinados por Deus, e trabalharão em sentido inteiramente diverso, introduzindo na instrução que ministram menos das teorias e sentimentos dos homens que nunca tiveram ligação com Deus. Honrarão incomparavelmente menos a sabedoria finita, e sentirão profunda fome de alma pela sabedoria que provém de Deus. T6 156 1 À pergunta dirigida por Cristo aos doze: "Quereis vós também retirar-vos?" Pedro respondeu: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que Tu és o Cristo, o Filho de Deus." João 6:67-69. Quando os professores levarem essas palavras para o trabalho em suas salas de aula, o Espírito Santo estará presente para fazer com que elas operem em mentes e corações. O trabalho do professor T6 156 2 Os professores devem ser colaboradores de Deus na promoção e condução da obra que Cristo, por Seu exemplo, os ensinou a realizar. Devem ser sem nenhuma dúvida a luz do mundo, porque manifestam aqueles graciosos atributos revelados no caráter e obra de Cristo, atributos que enriquecerão e embelezarão sua própria vida como discípulos de Cristo. T6 156 3 Que solene, sagrada, importante obra é o esforço de representar o caráter de Cristo e Seu Espírito diante de nosso mundo! Esse é o privilégio de cada responsável e de cada professor com ele relacionado na obra de educar, instruir e disciplinar a mente dos jovens. Todos precisam estar sob a inspiradora e confortante convicção de que estão sem qualquer dúvida tomando o jugo de Cristo e levando o Seu fardo. T6 156 4 Haverá dificuldades nesse trabalho; o desânimo oprimirá a alma ao verem os professores que seus esforços nem sempre são apreciados. Satanás exercerá sobre eles o seu poder através de tentações, desânimo, aflições por enfermidades físicas, tentando levá-los a murmurar contra Deus e fechar-lhes o entendimento para Sua bondade, misericórdia e amor, e o excessivo peso de glória que deve ser a recompensa do vencedor. Mas Deus está levando essas almas à mais perfeita confiança em seu Pai celestial. Seus olhos estão sobre eles a cada momento; e se erguerem o seu clamor a Ele em fé, se em sua perplexidade levarem o espírito a Ele, o Senhor os trará como ouro purificado. O Senhor Jesus disse: "Não te deixarei, nem te desampararei." Hebreus 13:5. Deus pode permitir o surgimento de uma cadeia de circunstâncias que os levem a correr para a Fortaleza, pela fé insistindo junto ao trono de Deus em meio a espessas nuvens de trevas, pois mesmo aqui Sua presença está oculta. Mas Ele está sempre pronto a livrar a todos que nEle confiam. Assim obtida, a vitória será mais completa, o triunfo mais seguro, porque o provado, pressionado e afligido, pode dizer: "Ainda que Ele me mate, nEle esperarei." Jó 13:15. "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação." Habacuque 3:17, 18. Um apelo pessoal T6 157 1 Apelo aos professores em nossas instituições educativas a que não deixem o fervor religioso e o zelo retrocederem. Não façam movimentos de recuo, mas seja seu objetivo: "Avante." Nossas escolas devem erguer-se para um plano de ação muito mais elevado; mais ampla visão deve ser alcançada; deve existir mais forte fé e mais profunda piedade; a Palavra de Deus deve tornar-se a raiz e os ramos de toda sabedoria e de toda conquista intelectual. Quando o convertedor poder de Deus tomar posse deles, verão que o conhecimento de Deus cobre um campo muito mais vasto do que os assim chamados "métodos avançados" da educação. Em toda instrução dada, devem lembrar-se das palavras de Cristo: "Vós sois a luz do mundo." Mateus 5:14. Não experimentarão assim embaraços tão grandes ao prepararem missionários que saiam e dêem a outros o seu conhecimento. T6 158 1 Temos toda dotação de capacidade, toda possibilidade provida para o desempenho de deveres que pesam sobre nós; e devemos ser gratos a Deus que por Sua misericórdia temos essas vantagens, e possuímos o conhecimento de Sua graça, da verdade e do dever presentes. Estão, vocês, como professores, procurando manter a falsa educação que receberam? Estão perdendo as preciosas oportunidades a vocês concedidas para se familiarizarem melhor com os planos e métodos de Deus? Crêem na Palavra de Deus? Estão se tornando cada dia melhor capacitados a compreender, a entregar-se ao Senhor, e a ser usados em Seu serviço? Estão realmente dispostos a fazer a vontade de Deus? Crêem na Bíblia e a obedecem? Crêem que estamos vivendo nos últimos dias da história da Terra? Seu coração ainda está sensível? Temos diante de nós uma grande obra; devemos ser portadores da santa luz da Palavra de Deus, a qual deve iluminar a todas as nações. Somos cristãos, e que estamos fazendo? T6 158 2 Os professores devem assumir sua posição, como educadores de fato e, mediante palavras e expressões de interesse, devem derramar no coração dos estudantes torrentes vivas do amor que redime. Que sejam eles aconselhados antes que sua mente esteja previamente ocupada com seus trabalhos escolares. Que sejam eles animados a buscar a Cristo e Sua justiça. Mostre-se a eles as mudanças que certamente ocorrerão se entregarem o coração a Cristo. A atenção deles em Cristo deve ser fortalecida; isso fechará a porta a tolas aspirações que naturalmente surgem, e lhes preparará a mente para a recepção da verdade divina. Os jovens devem aprender que o tempo é de ouro, que é perigoso pensar que podem semear loucuras e deixar de colher dores e ruína. Devem ser ensinados a ser sensatos e a admirar o que é bom no caráter de outros, a pôr a sua vontade ao lado da vontade de Deus, para estarem habilitados a cantar o novo cântico em conjunto com as harmonias do Céu. T6 159 1 Deve ser afastada toda manifestação de importância pessoal, pois isso não ajuda no trabalho; contudo eu lhes imploro que tenham na mais alta consideração o próprio caráter, já que foram comprados por preço infinito. Sejam cuidadosos, dedicados à oração, compenetrados. Nem imaginem poder misturar o santo e o profano. Isso tem sido feito no passado de modo tão constante que o discernimento espiritual dos professores ficou obscurecido, e eles não conseguem discernir entre o que é sagrado e o que é comum. Eles têm utilizado o fogo comum e têm-no apreciado, exaltado e louvado, e o Senhor tem-Se afastado com desgosto. Professores, não seria melhor fazer uma total reconsagração a Deus? Ou vão prosseguir arriscando a salvação através de um serviço dividido? T6 159 2 Pela pena e pela voz deve ser dada a Deus a honra que Lhe é devida. Que o Senhor Deus seja santificado em seu coração, e estejam sempre prontos para dar a qualquer que lhes pergunte, com mansidão e temor, a razão da sua esperança. Não compreenderão isso os professores de nossas escolas? Não tomarão a Palavra de Deus como livro de texto capaz de fazê-los sábios para a salvação? Não partilharão com os estudantes essa mais alta sabedoria, dando-lhes claras e aprimoradas idéias da verdade, a fim de que saibam apresentá-las aos outros? Pode parecer que o ensino da Palavra de Deus tem pouco efeito sobre muitas mentes e corações; mas se o trabalho do professor for realizado no espírito de louvor a Deus, algumas lições da verdade divina permanecerão na memória até mesmo do mais desatento. O Espírito Santo regará a semente semeada, e não raro depois de muitos dias ela germinará, dando fruto para glória de Deus. T6 160 1 O Grande Mestre que veio do Céu não determinou que os professores estudem quaisquer dos considerados grandes autores. Ele diz: "Vinde a Mim. ... Aprendei de Mim... e encontrareis descanso para a vossa alma." Mateus 11:28, 29. Ao aprendermos as lições de Cristo encontraremos descanso, Ele prometeu. Todos os tesouros do Céu Lhe foram confiados, a fim de que pudesse dá-los ao pesquisador perseverante e diligente. Ele é por Deus feito para nós "sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". 1 Coríntios 1:30. T6 160 2 Os professores devem compreender que lições comunicar, pois não podem apenas preparar estudantes para passarem de ano. Devem estudar as lições de Cristo e o caráter de Seu ensino. Devem ver sua libertação do formalismo e da tradição, e apreciar a originalidade, autoridade, espiritualidade, bondade, benevolência e o caráter prático do Seu ensino. Os que fazem da Palavra de Deus o seu estudo, que cavam em busca dos tesouros da verdade, se tornarão imbuídos do Espírito de Cristo, e pela contemplação serão transformados à Sua semelhança. Os que apreciam a Palavra ensinarão como discípulos que se têm colocado aos pés de Jesus e se acostumaram a aprender dEle. Em lugar de introduzir em nossas escolas livros que contêm teorias dos grandes autores do mundo, eles dirão: Que nada me induza a desconsiderar o maior Autor e o maior Mestre, por cujo intermédio obtenho a vida eterna. Ele jamais erra. É a grande Fonte de onde flui toda sabedoria. Semeie, portanto, todo professor a semente da verdade no espírito dos estudantes. Cristo é o Professor-Modelo. T6 160 3 A Palavra do Deus eterno é nosso guia. Por meio dessa Palavra temos nos tornado sábios para a salvação. Essa Palavra deve estar sempre em nosso coração e em nossos lábios. "Está escrito" deve ser nossa âncora. Os que fazem da Palavra de Deus o seu conselheiro compreendem a fraqueza do coração humano e o poder da graça de Deus para subjugar todo impulso profano, não santificado. O seu coração está sempre em atitude de oração, e eles têm a guarda de santos anjos. Quando o inimigo vem como uma inundação, o Espírito de Deus ergue contra ele a Sua proteção. Há harmonia no coração; pois as preciosas e poderosas influências da verdade promovem o equilíbrio. Há uma revelação da fé que age com amor e purifica a vida. T6 161 1 É preciso orar pelo novo nascimento. Quem experimenta esse novo nascimento se deleita, não nos tortuosos caminhos dos próprios desejos, mas no Senhor. Tem prazer em estar sob Sua autoridade. Continuamente estará procurando alcançar a norma mais elevada. Sejam não apenas leitores da Bíblia, mas fervorosos estudantes dela, para que possam saber o que Deus requer. É necessário o conhecimento experimental de como fazer a Sua vontade. Cristo é nosso Professor. T6 161 2 Estude cada professor em nossas escolas e cada administrador de nossas instituições o que lhes é necessário fazer para trabalhar segundo Suas diretrizes e levar consigo o senso do perdão, do conforto e da esperança. T6 161 3 Mensageiros celestiais são enviados para ministrar aos que serão herdeiros da salvação; e eles poderiam conversar com os professores, não estivessem estes tão satisfeitos com o bem-conhecido caminho da tradição, se não estivessem tão temerosos de se afastar das sombras do mundo. Devem os professores estar atentos, para que não venham a fechar as portas, de modo que o Senhor não encontre entrada no coração dos jovens. ------------------------Capítulo 20 -- Palavras de um instrutor celestial T6 162 1 Durante a noite, eu participava de um grande grupo, em que o espírito de todos os presentes estava sendo agitado com o assunto da educação. Muitos apresentavam objeções contra a mudança do tipo de educação, há tanto tempo praticado. Alguém, que tem sido nosso instrutor há muito tempo, falava ao povo. Dizia: "O assunto da educação deve interessar a todos os adventistas do sétimo dia. As decisões referentes ao caráter de nossa obra escolar não devem ficar na mão só dos diretores e professores." T6 162 2 Alguns insistiam fortemente em favor do estudo de autores incrédulos, e recomendavam os próprios livros condenados pelo Senhor e que, portanto, não devem de maneira alguma ser adotados. Depois de muita conversa e discussão fervorosa, nosso instrutor adiantou-se e, segurando livros que haviam sido defendidos com ardor como sendo essenciais a uma educação mais elevada, disse: "Vocês conseguem localizar nestes autores sentimentos e princípios que podemos, com segurança, colocar nas mãos dos alunos? O espírito humano é facilmente fascinado pelas mentiras de Satanás; e estas obras produzem desinteresse pela contemplação da Palavra de Deus, a qual, caso seja recebida e apreciada, assegurará vida eterna ao que a recebe. Somos o fruto de nossos hábitos, e devemos nos lembrar que os bons hábitos são bênçãos, tanto em seu efeito sobre o caráter, como em sua influência para o bem de outros; os maus hábitos, porém, uma vez estabelecidos, exercem poder despótico, escravizando o espírito. Se alguém jamais houvesse lido uma palavra nesses livros, estaria hoje incomparavelmente mais capacitado para compreender aquele Livro que, acima de todos os outros, é digno de ser estudado, e que dá as únicas idéias corretas acerca da educação mais elevada. T6 163 1 "O fato de ter se tornado hábito introduzir esses autores como leitura obrigatória, e que esse costume haja envelhecido pelos anos, não é argumento suficiente em seu favor. O uso prolongado não recomenda necessariamente tais livros como livres de perigos ou essenciais. Esses livros têm levado milhares onde Satanás levou Adão e Eva -- à árvore daquele conhecimento que Deus lhes proibira receber. Têm induzido alunos a abandonar o estudo das Escrituras em troca de uma espécie de estudo que não é essencial. Para que os alunos assim educados estejam aptos para trabalhar em favor das pessoas terão de desaprender muito do que aprenderam. Verificarão que será um processo difícil; pois as idéias condenáveis já estarão arraigadas em seu espírito como as ervas ruins em um jardim, de modo que alguns jamais serão capazes de discernir entre o certo e o errado. O bem e o mal estarão mesclados em sua educação. Foram exaltados os homens para que os contemplassem, suas teorias glorificadas; de modo que, ao buscarem ensinar a outros, o pouco de verdade que podem repetir se acha entremeada de opiniões, ditos e feitos humanos. As palavras de homens que demonstram não possuir conhecimento prático de Cristo não devem ter lugar em nossas escolas. Servirão de obstáculo à verdadeira educação. T6 163 2 "Vocês possuem a Palavra do Deus vivo e, pedindo, poderão receber o dom do Espírito Santo para tornar essa Palavra um poder para os que crêem e obedecem. A obra do Espírito Santo é guiar em toda a verdade. Quem depende, de espírito, alma e coração, da palavra do Deus vivo, terá os canais de comunicação desobstruídos. O estudo profundo e sincero da Palavra, sob a guia do Espírito Santo, proporcionará o fresco maná, e o mesmo Espírito tornará seu uso eficaz. Será recompensado o esforço feito pelos jovens a fim de lhes disciplinar a mente em busca de elevados e santos ideais. Os que se esforçam perseverantemente nesse sentido, aplicando a mente à tarefa de compreender a Palavra de Deus, acham-se habilitados a ser colaboradores de Deus. T6 164 1 "O mundo reconhece como mestres alguns a quem o Senhor não pode recomendar como instrutores dignos de confiança. São pessoas que desdenham a Bíblia e recomendam as produções dos autores incrédulos, como se contivessem os sentimentos que convém entretecer no caráter. Que se pode esperar dessa espécie de semeadura? No estudo desses livros objetáveis, a mente dos professores, juntamente com a dos alunos, vem a corromper-se, e o inimigo semeia seu joio. Nem poderia ser de outro modo. Bebendo de uma fonte impura, introduzimos veneno no organismo. Os jovens inexperientes que são levados nessa direção de estudo, recebem impressões que lhes dirigem os pensamentos a caminhos fatais à piedade. Jovens mandados a nossas escolas têm aprendido de livros considerados bons, apenas porque eram usados e recomendados nas escolas seculares. Mas dessas escolas que seguem um padrão mundano muitos alunos têm saído incrédulos em razão exatamente do estudo nesses livros. T6 164 2 "Por que não temos exaltado a Palavra de Deus acima de toda produção humana? Não seria suficiente manter-se achegado ao Autor de toda verdade? Não ficaríamos satisfeitos apenas com a água pura das correntes do Líbano? Deus possui fontes vivas com que refrigerar a alma sedenta, e depósitos de precioso mantimento com que revigorar a espiritualidade. Temos de aprender com Ele, e Ele nos habilitará a dar aos que pedirem a razão da esperança que há em nós. Acaso estamos pensando que um melhor conhecimento daquilo que o Senhor disse terá efeito nocivo sobre professores e alunos?" T6 164 3 Fez-se silêncio na assembléia e a convicção apoderou-se de cada coração. Homens que se haviam julgado sábios e fortes, viram que eram fracos e faltos do conhecimento daquele Livro que interessa para a salvação eterna do ser humano. T6 165 1 O mensageiro de Deus tomou então das mãos de vários professores os livros que estavam usando como didáticos, alguns dos quais escritos por autores infiéis e continham sentimentos do mesmo gênero, e os colocou à parte, dizendo: "Nunca houve tempo em que o estudo desses livros trouxesse benefício, ou para o presente ou vida futura e eterna. Por que encher as estantes de livros que afastam a mente de Cristo? Por que gastar o dinheiro naquilo que não é pão? Cristo lhes pede: 'Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração.' É necessário se alimentar do Pão da Vida, que desceu do Céu. É preciso ser diligente estudante das Santas Escrituras, e beber da Fonte viva. Absorver, absorver de Cristo em fervente oração. Dia a dia vivenciar a experiência de comer da carne e beber do sangue do Filho de Deus. Os autores humanos jamais poderão suprir a grande necessidade para este tempo; mas contemplando a Cristo, Autor e Consumador de nossa fé, seremos transformados à Sua semelhança." T6 165 2 Colocando a Bíblia nas mãos deles, continuou: "Vocês possuem pouco conhecimento deste livro. Não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus, nem entendem a profunda importância da mensagem a ser levada a um mundo que está morrendo. O passado mostra que tanto professores como alunos conhecem bem pouco das assombrosas verdades que são assuntos vivos para o tempo atual. Fosse a terceira mensagem angélica proclamada em todos os aspectos a muitos que ocupam posição de educadores, e não seria compreendida por eles. Se vocês possuíssem o conhecimento que provém de Deus, todo o ser proclamaria a verdade do Deus vivo ao mundo agonizante em ofensas e pecados. Mas livros e revistas que pouco encerram da verdade presente são exaltados, e os homens estão se considerando demasiado sábios para seguir um 'Assim diz o Senhor'. T6 166 1 "O único verdadeiro Deus deve ser exaltado por todo professor em nossas escolas, mas muitas sentinelas se acham adormecidas. São como o cego que conduz outro cego. Todavia o dia do Senhor continua se aproximando. Vem a passos furtivos como o ladrão, e encontrará desapercebidos todos os que não estão vigilantes. Quem, entre nossos professores, está alerta e como mordomo fiel da graça de Deus, dando à trombeta um sonido certo? Quem está proclamando a mensagem do terceiro anjo, chamando o mundo a preparar-se para o grande dia de Deus? A mensagem que apresentamos tem o selo do Deus vivo." T6 166 2 Apontando para a Bíblia, Ele disse: "As Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos devem ser unidas na obra de preparar um povo para subsistir no dia do Senhor. Devem ser aproveitadas diligentemente as oportunidades atuais. Utilizem a Palavra do Deus vivo como o livro de estudos. Caso isso houvesse sido sempre feito, alunos que estão hoje perdidos para a causa de Deus seriam agora missionários. Jeová é o único Deus verdadeiro, e deve ser reverenciado e adorado. Os que respeitam as palavras de autores incrédulos e levam os alunos a considerar esses livros como essenciais em sua educação, diminuem sua fé em Deus. O tom, o espírito e a influência desses livros são nocivos aos que deles dependem quanto ao conhecimento. Tem-se exercido sobre os alunos influências que os levaram a desviar os olhos de Cristo, a Luz do mundo, e os anjos maus se regozijam de que os que professam conhecer a Deus O neguem como Ele tem sido negado em nossas escolas. O Sol da Justiça tem brilhado sobre a igreja para dissipar as trevas e chamar a atenção do povo de Deus para o preparo essencial aos que devem brilhar como luzes no mundo. Os que recebem essa luz, irão compreendê-la; os que a não recebem, andarão em trevas, não sabendo em que tropeçam. A pessoa nunca se acha em segurança a menos que esteja sob a guia divina. Então, será conduzida a toda a verdade. A Palavra de Cristo cairá com poder vivo sobre os corações obedientes; e mediante a aplicação da verdade divina, reproduzir-se-á a perfeita imagem de Deus, e se dirá no Céu: 'Estais perfeitos nEle.'" Colossences 2:10. T6 167 1 Em caso algum deve ser permitido que os alunos tenham tantos estudos que sejam impedidos de assistir aos cultos. T6 167 2 Ninguém a não ser Aquele que criou o homem pode efetuar uma mudança no coração humano. Somente Deus pode dar o crescimento. Cada professor deve compreender que precisa ser movido por agentes divinos. Julgamentos e idéias humanas, mesmo do mais experimentado, são passíveis de imperfeições e de faltas, e o frágil instrumento, sujeito aos próprios traços hereditários de caráter, precisa submeter-se à santificação do Espírito Santo diariamente, ou o eu assumirá as rédeas e procurará dirigir. No manso e humilde espírito de discípulo, todos os métodos, planos e idéias humanos devem ser levados a Deus para sua correção e aprovação; de outro modo a incansável energia de Paulo ou a habilidosa lógica de Apolo serão impotentes para efetuar a conversão de homens. ------------------------Capítulo 21 -- Escolas com internato T6 168 1 Para cursarem nossos colégios, muitos jovens são separados das influências do círculo doméstico, próprias para abrandar e enternecer. Exatamente ao tempo em que necessitam de vigilante fiscalização, são retirados das restrições da influência paternal e de sua autoridade, sendo lançados no convívio de grande número de outros da mesma idade, de hábitos e caráter diversos. Alguns desses receberam em criança bem pouca disciplina, e são superficiais e frívolos; outros foram demasiado refreados e sentiram, quando longe das mãos que lhes seguravam as rédeas do controle, que eram livres para fazer como lhes aprouvesse. Desprezam até o pensar em restrição. Por essas associações, são aumentados os perigos para os jovens. T6 168 2 Nossos internatos foram estabelecidos a fim de nossos jovens não serem levados a flutuar daqui para ali, e serem expostos às más influências que se multiplicam em toda parte; mas para que, o quanto possível, se proveja uma atmosfera doméstica em que sejam preservados de tentações à imoralidade, e sejam encaminhados a Jesus. A família do Céu representa aquilo que a terrena devia ser; e nossos internatos, onde se reúnem jovens em busca de preparo para o serviço de Deus, devem-se aproximar o quanto possível do modelo divino. T6 168 3 Os professores colocados à frente desses lares assumem sérias responsabilidades; pois devem desempenhar o papel de pais e mães, demonstrando interesse pelos alunos, individualmente, da mesma maneira que os pais pelos filhos. Os variáveis elementos que compõem o caráter da mocidade com quem são chamados a lidar, trazem sobre eles cuidado e pesadas responsabilidades, e requer-se grande tato bem como muita paciência para equilibrar na devida direção mentes influenciadas por uma orientação errônea. Os professores precisam de grande capacidade administrativa; cumpre-lhes ser leais aos princípios, e todavia sábios e brandos, aliando o amor e a simpatia cristã com a disciplina. Devem ser homens e mulheres de fé, de sabedoria e oração. Não devem manifestar uma dignidade severa, inflexível, mas associarem-se com os jovens, identificando-se com eles em suas alegrias e dores, bem como em sua diária rotina de trabalho. A obediência prestada com alegria e amor será em geral o fruto de tal esforço. Tarefas de casa T6 169 1 A educação que um rapaz ou moça, que cursa nossos colégios, deve receber em casa é merecedora de especial atenção. É de grande importância, na obra da formação do caráter, que alunos que estão em nossos colégios sejam ensinados a desempenhar o trabalho que lhes é designado, afastando toda tendência a ser negligentes. Eles precisam familiarizar-se com as tarefas da vida diária. Devem ser ensinados a cumprir suas tarefas de casa de forma completa e zelosa, com o mínimo de ruído e confusão possível. Tudo deve ser feito decentemente e com ordem. A cozinha e todas as outras partes da habitação devem ser mantidas agradáveis e limpas. Os livros sejam postos de lado até o tempo próprio, e não assumam mais estudos do que os que possam ser atendidos sem prejudicar as tarefas de casa. O estudo dos livros não deve absorver a mente a tal ponto que se negligenciem as tarefas de casa de que depende o conforto da família. T6 169 2 No cumprimento desses deveres, importa vencer os hábitos descuidados, negligentes e desordenados; pois a menos que sejam corrigidos, tais hábitos serão levados para todos os aspectos da vida, e esta será arruinada para a utilidade, para o verdadeiro trabalho missionário. A menos que sejam corrigidos com perseverança e resolução, eles vencerão o aluno agora e com resultados para a eternidade. Os jovens devem ser estimulados a formar hábitos corretos no vestir, de modo a que sua aparência seja alinhada e atrativa; sejam ensinados a conservar as roupas limpas e bem consertadas. Todos os seus hábitos devem ser de molde a torná-los um auxílio e um conforto aos outros. T6 170 1 Foram dadas instruções especiais aos filhos de Israel para que, ao redor de suas tendas, tudo estivesse limpo e em ordem para que o anjo do Senhor não passasse pelo meio do acampamento e visse sujeira. Seria o Senhor tão exigente que notasse essas coisas? Sim. Pois é declarado que, vendo Ele a imundícia do povo não poderia sair com seus exércitos a batalhar contra os inimigos deles. De igual modo todas as nossas ações são notadas por Deus. Aquele Deus que requeria que os filhos de Israel crescessem com hábitos de limpeza, não sancionará qualquer impureza no lar hoje. T6 170 2 Deus confiou aos pais e professores a obra de educar as crianças e os jovens nessas direções, e em todos os atos de sua vida podem ser-lhes ensinadas lições espirituais. Enquanto são exercitados em hábitos de asseio, devemos ensinar-lhes que Deus deseja que sejam limpos de coração, da mesma maneira que de corpo. Enquanto varrem um local, podem aprender como o Senhor purifica o coração. Eles não fechariam portas e janelas e deixariam no local alguma substância purificadora, mas abririam as portas e as janelas de par em par, tirando o pó com toda a diligência. Assim as janelas do impulso e sentimento se devem abrir em direção ao Céu, e o pó do egoísmo e mundanismo deve ser expelido. A graça de Deus precisa varrer as partes mais íntimas da mente, e todo elemento da natureza ser purificado e vivificado pelo Espírito de Deus. A desordem e desasseio nas tarefas diárias levarão ao esquecimento de Deus e a manter uma forma de piedade numa profissão de fé, havendo perdido a realidade. Cumpre-nos vigiar e orar, do contrário andaremos num mundo imaginário e perderemos o real. T6 171 1 Uma fé viva, qual fios de ouro, deve entretecer-se na experiência diária, no cumprimento dos pequeninos deveres. Então os alunos serão levados a compreender os puros princípios que Deus designa que impulsionem todos os atos de sua vida. Então todo o trabalho diário será de tal natureza que promova o desenvolvimento cristão. Os princípios vitais da fé, da confiança e amor para com Jesus penetrarão os mínimos pormenores da vida diária. Os olhos estarão postos em Jesus, e o amor para com Ele será o motivo constante, dando força vital a todo dever empreendido. Haverá esforço na busca da justiça, uma esperança que "não envergonha". Tudo quanto for feito será para a glória de Deus. T6 171 2 A todo aluno no lar, desejo dizer: Seja fiel aos deveres domésticos. Seja fiel no desempenho das pequenas responsabilidades. Seja um cristão verdadeiramente ativo no lar. Deixe que os princípios cristãos lhe governem o coração e rejam a conduta. Dê ouvidos a toda sugestão feita pelo professor, mas não deixe que se torne uma necessidade que lhe digam sempre o que deve fazer. Acostume-se a discernir por si mesmo. Observe por si mesmo se tudo em seu quarto está impecavelmente limpo e em ordem, de modo que coisa alguma aí seja ofensiva a Deus, mas que, ao passarem os santos anjos por seu quarto, sejam atraídos a se demorar, atraídos pelo asseio e a ordem que reinam. Cumprindo pronta, esmerada e fielmente suas tarefas, você será um missionário. Será uma testemunha de Cristo. Mostre que a religião de Cristo não o torna, em princípio ou na prática, desalinhado, vulgar, desrespeitoso para com os professores, pouco atencioso para com seus conselhos e instruções. A religião bíblica, quando praticada, o tornará bondoso, ponderado e fiel. Não negligencie as pequeninas coisas que devem ser feitas. Adote como lema as palavras de Cristo: "Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito." Sociabilidade e cortesia cristãs T6 172 1 A sociabilidade cristã é na verdade bem pouco cultivada pelo povo de Deus. Essa parte da educação não deve ser negligenciada ou perdida de vista em nossas escolas. T6 172 2 Aos alunos deve ser ensinado que eles não são átomos independentes, mas que cada um é um fio que se deve unir a outros fios na composição de um tecido. Em nenhum lugar pode essa instrução ser ministrada com mais eficácia, do que na escola doméstica. Aí se acham os alunos diariamente circundados de oportunidades que, se forem aproveitadas, ajudarão grandemente no desenvolvimento dos traços de caráter a formarem. Está no poder deles próprios aproveitarem de tal maneira seu tempo e oportunidades que formem um caráter que os torne úteis e felizes. Os que se excluem, que são avessos a se desdobrarem para beneficiar os outros mediante amigável convívio, perdem muitas bênçãos; pois mediante o contato mútuo o caráter é polido e refinado; por meio do intercâmbio social formam-se relações e amizades que dão em resultado certa unidade de coração e uma atmosfera de amor que agradam ao Céu. T6 172 3 Especialmente, os que provaram o amor de Cristo devem desenvolver aptidões sociais, pois dessa maneira podem ganhar almas para o Salvador. Cristo não deve ficar oculto no coração deles, encerrado como cobiçado tesouro, sagrado e aprazível, a ser desfrutado apenas por eles próprios; tampouco deve o amor de Cristo ser manifestado unicamente para com aqueles que lhes alimentam a fantasia. Cumpre ensinar os estudantes a cultivar o traço cristão de um bondoso interesse, uma disposição sociável para com aqueles que se encontram em mais necessidade, embora não sejam os companheiros de sua preferência. Em todo tempo e lugar, Jesus manifestava amorável interesse pela humanidade, irradiando em torno de Si a luz da piedade. Os alunos devem ser ensinados a seguirem os passos de Jesus. A mostrarem interesse cristão, simpatia e amor por seus jovens companheiros, e tentar atraí-los para Jesus; qual fonte de água que salta para a vida eterna, deve Cristo estar no coração deles, refrigerando a todos com quem entrarem em contato. T6 173 1 Esse pronto e amorável ministério pelos outros em tempos de necessidade é considerado precioso aos olhos de Deus. Assim, mesmo enquanto freqüentam a escola, podem os alunos, uma vez que sejam fiéis a sua profissão de fé, ser missionários vivos de Deus. Tudo isso requer tempo; mas o tempo assim empregado é empregado proveitoso, pois dessa forma está o aluno aprendendo a maneira de apresentar o cristianismo ao mundo. T6 173 2 Cristo não Se recusava a associar-Se aos outros em amistoso intercâmbio. Quando convidado a uma festa por um fariseu ou publicano, aceitava o convite. Nessas ocasiões, toda palavra por Ele emitida era um cheiro de vida para vida a Seus ouvintes; pois tornava a hora do jantar ocasião de comunicar muitas lições preciosas adequadas à necessidade deles. Assim ensinava Cristo a Seus discípulos a maneira de se conduzirem quando em companhia dos não religiosos, e também como se comportar diante dos religiosos. Pelo próprio exemplo ensinava-lhes que, ao assistirem a qualquer reunião pública, sua conversação não precisava ser do tipo daquela a que geralmente se entregavam as pessoas em tais ocasiões. T6 173 3 Quando os alunos se sentam à mesa, uma vez que Cristo lhes habite na mente, do tesouro do coração brotarão palavras puras e de molde a elevar; caso Ele aí não Se encontre, acharão prazer na frivolidade, em gracejos e chocarrices, o que constitui entrave ao desenvolvimento espiritual e será causa de desgosto aos anjos de Deus. A língua é um membro indomável, mas assim não deve ser. Precisa converter-se; pois o talento da linguagem é um talento muito precioso. Cristo sempre está pronto a doar Suas riquezas, e devemos juntar as jóias que dEle provêm a fim de que, ao falarmos, essas jóias possam cair de nossos lábios. T6 174 1 O temperamento, as peculiaridades individuais, os hábitos que fundamentam o caráter -- tudo quanto é praticado no lar, se revelará em todos os intercâmbios da vida. As inclinações seguidas serão manifestas através de pensamentos, palavras e ações da mesma natureza. Se todos os alunos que compõem a família escolar fizessem um esforço para refrear toda palavra descortês ou desagradável, falando a todos de maneira respeitosa; se conservassem na mente que estão se preparando para se tornar membros da família celestial; se sua influência fosse como que guardada por fiéis sentinelas, para que não se exercesse no sentido de afastar de Cristo; se se esforçassem para que todo ato de sua vida manifestasse os louvores dAquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, que influência reformadora sairia de cada internato! Práticas religiosas T6 174 2 De todos os aspectos da educação a ser dada em nossos internatos são as práticas religiosas as mais importantes. Cumpre tratá-las com a máxima solenidade e reverência, ao mesmo tempo que devem ser tão atrativas quanto possível. Não devemos prolongá-las de maneira a torná-las enfadonhas, pois a impressão assim causada na mente dos jovens fará com que associem a religião com tudo quanto é árido e desinteressante; e muitos serão levados a pôr sua influência do lado do inimigo, ao passo que, se fossem devidamente ensinados, se tornariam uma bênção ao mundo e à igreja. As reuniões de sábado, os cultos matutinos e vespertinos no lar e na capela, a menos que sejam bem orientados e tenham a vivificação do Espírito de Deus, podem-se tornar por demais formais, desinteressantes e sem atrativos, sendo para os adolescentes os mais tediosos dos exercícios escolares. As reuniões de oração e todos os demais cultos religiosos devem ser planejados e dirigidos de maneira que, não somente sejam proveitosos, mas tão agradáveis que exerçam positiva atração. O orar juntos, ligará os corações a Deus com laços perduráveis; o confessar a Cristo, franca e corajosamente, manifestará em nosso caráter Sua mansidão, humildade e amor, e fará com que outros fiquem encantados com a beleza da santidade. T6 175 1 Em todas essas ocasiões Cristo deve ser apresentado como o primeiro "entre dez mil", Aquele que é "totalmente desejável". Cantares 5:10, 16. Seja Ele destacado como a Fonte de todo verdadeiro prazer e satisfação, o Doador de toda dádiva perfeita, o Autor de toda bênção, Aquele em quem se concentram todas as nossas esperanças de vida eterna. Em toda prática religiosa, transpareçam em sua real beleza o amor de Deus e a alegria da vida cristã. Seja apresentado o Salvador como o restaurador de todo efeito do pecado. T6 175 2 Para chegar a esse resultado, é preciso evitar toda estreiteza de visão. É necessária uma devoção sincera, fervorosa, do íntimo do coração. Será essencial nos professores a piedade ativa e ardente. Haverá poder para nós, se a possuirmos. Haverá graça, se a apreciarmos. O Espírito Santo aguarda nossa solicitação, uma vez que a façamos com intensidade de propósito proporcional ao valor do objeto que buscamos. Os anjos do Céu estão tomando nota de toda a nossa obra, e procuram ver como poderão ministrar a cada um de maneira que ele reflita a semelhança de Cristo no caráter, e se transforme à imagem divina. Quando os que se acham à frente de nossos internatos apreciarem as oportunidades e privilégios postos ao seu alcance, realizarão para Deus uma obra aprovada pelo Céu. ------------------------Capítulo 22 -- A reforma industrial T6 176 1 Em virtude de surgirem dificuldades, não devemos abandonar as indústrias de que temos lançado mão como parte da obra educativa. Enquanto cursam a escola, os moços devem ter ensejo de aprender a usar as ferramentas. Sob a liderança de obreiros experimentados, carpinteiros aptos para ensinar, pacientes e bondosos, os próprios alunos devem erguer os prédios da escola e fazer os necessários melhoramentos, aprendendo assim, mediante lições práticas, a construir com economia. Os alunos também devem ser exercitados em todo tipo de trabalho relacionado com a tipografia, como composição, impressão e encadernação, juntamente com fazer tendas e outros ramos de trabalho prático. Devem-se plantar frutas miúdas, cultivar verduras e flores, e isso até as alunas devem ser chamadas a fazer, ao ar livre. Assim, ao mesmo tempo que exercitam o cérebro, os músculos e ossos, adquirem conhecimentos da vida prática. T6 176 2 O preparo em todos esses pontos tornará nossos jovens úteis no levar a verdade aos campos estrangeiros. Não terão aí que depender do povo entre o qual vão viver, para cozinhar, semear ou construir para eles, nem será necessário gastar dinheiro para transportar homens de milhares de quilômetros para planejarem edifícios escolares, casas de culto e habitações. Os missionários desfrutarão de muito mais influência entre o povo, uma vez que sejam capazes de ensinar os inexperientes a trabalhar de acordo com os melhores métodos e a produzir os melhores resultados. Serão assim aptos a demonstrar que os missionários podem se tornar educadores industriais, e essa espécie de instrução será apreciada especialmente onde escasseiam os recursos. Será necessário muito menor capital para sustentar esses missionários, pois, a par de seus estudos, exercitaram da melhor maneira possível a capacidade física em trabalho prático; e onde quer que forem, tudo quanto obtiveram nesse sentido, lhes proporcionará vantagens. Seja proporcionada aos alunos dos departamentos industriais, quer se empreguem em trabalho doméstico, no cultivo do solo ou em outras atividades, a oportunidade de contarem as lições práticas e espirituais que aprenderam em relação com o seu trabalho. Em todos os deveres práticos da vida, devem-se fazer comparações com os ensinos da natureza e da Bíblia. T6 177 1 Os motivos que nos têm levado, em alguns lugares, a nos afastar das cidades e localizar nossas escolas no campo aplicam-se da mesma maneira a escolas em outros lugares. Gastar dinheiro em mais construções numa escola grandemente endividada, não está de acordo com os planos de Deus. Houvesse o dinheiro que nossas escolas maiores empregaram em prédios dispendiosos sido aplicado em terrenos onde nossos estudantes pudessem receber a educação apropriada, não haveria tão grande número de alunos agora lutando sob o peso de débitos crescentes, e a obra dessas instituições estaria em mais prósperas condições. Houvesse sido seguida essa orientação, e teria havido algumas murmurações por parte dos alunos, seriam suscitadas muitas objeções da parte dos pais; mas os estudantes teriam assegurado uma educação completa, a qual os haveria preparado, não somente para o trabalho prático em vários ofícios, mas para um lugar na fazenda do Senhor na terra renovada. T6 177 2 Houvessem nossas escolas estimulado o trabalho na agricultura, apresentariam agora um quadro inteiramente diverso. Não haveria tão grande desânimo. As influências contrárias estariam superadas e seriam diferentes as condições financeiras. Quanto aos estudantes, o trabalho seria bem aceito; e, como todo o maquinismo humano seria proporcionalmente exercitado, se desenvolveria maior resistência física e mental. Mas as instruções que ao Senhor quis dar foram tão frouxamente aplicadas, que os obstáculos não têm sido vencidos. T6 178 1 É covardia avançar de forma tão lenta e sem firmeza na questão do trabalho -- exatamente aquilo que comunicará a melhor espécie de educação. Basta olhar a natureza. Há dentro de seus vastos limites espaço para se estabelecerem escolas onde se possam desbravar terrenos e cultivar a terra. Esse trabalho é essencial à educação mais favorável ao progresso espiritual; pois a voz da natureza é a voz de Cristo, ensinando-nos inúmeras lições de amor e poder, submissão e perseverança. Alguns não apreciam o valor do trabalho agrícola. Não devem ser pessoas assim que façam os planos para nossas escolas, pois impedirão que tudo se desenvolva na direção certa. No passado, a influência dessas pessoas foi prejudicial. T6 178 2 Se a terra for cultivada, com a bênção de Deus, irá suprir nossas necessidades. Não nos devemos desanimar por causa de coisas temporais, por causa de aparentes fracassos, nem ficar desalentados pela demora. Cumpre-nos lavrar animadamente o solo, com esperança e gratidão, crendo que a terra contém em seu seio fartos resultados para o trabalhador fiel recolher -- produção mais preciosa do que a prata e o ouro. A escassez que lhe é atribuída é um falso testemunho. Com o cultivo apropriado, inteligente, a terra dará seus tesouros para benefício do homem. As montanhas e os montes estão mudando; a terra está envelhecendo como uma roupa; mas a bênção de Deus, que estende uma mesa para Seu povo no deserto, nunca faltará. T6 178 3 Acham-se perante nós tempos difíceis, e grande é a necessidade de famílias saírem das cidades para o campo, a fim de que a verdade seja levada pelos valados assim como pelos caminhos principais da Terra. Tudo depende de fazermos nossos planos segundo a Palavra do Senhor, executando-os com perseverante energia. Depende mais de consagrada atividade e perseverança do que de inteligência e do saber adquirido nos livros. Todos os talentos e aptidões concedidos aos instrumentos humanos, se não forem usados, de pouco valor são. T6 179 1 A volta a métodos mais simples será apreciada pelas crianças e jovens. O trabalho no jardim e no campo será uma agradável variação para a fatigante rotina das lições abstratas a que nunca se deveria limitar sua mente juvenil. Para a criança nervosa, que acha as lições dos livros exaustivas e difíceis de lembrar, isso será de especial valor. Há saúde e satisfação para ela no estudo da natureza; e as impressões causadas não se lhe apagarão da memória, pois se acharão associadas a objetos que estão continuamente diante de seus olhos. T6 179 2 Trabalhar na terra é uma das melhores espécies de ocupação, chamando à ação os músculos e repousando a mente. O estudo da agricultura deve ser o ABC da educação dada em nossas escolas. Esse deve ser justo o primeiro trabalho pelo qual iniciar. Nossas escolas não devem depender de produtos importados quanto a verduras, cereais e às frutas tão essenciais à saúde. Nossos jovens precisam ser instruídos acerca de derrubar árvores e de cultivar o solo, da mesma maneira que nos ramos literários. Devem ser indicados vários professores para dirigir certo número de alunos em seu trabalho, e trabalhar com eles. Assim os próprios mestres aprenderão a desempenhar suas responsabilidades levando uma parte da carga. Dessa forma, alunos aptos devem também ser preparados para desempenhar responsabilidades e colaborar com os mestres. Todos se devem aconselhar juntamente quanto aos melhores métodos de levar avante a obra. T6 179 3 O tempo é agora demasiado curto para que se realize aquilo que poderia ter sido feito em gerações passadas. Mesmo nestes últimos dias, porém, podemos fazer muito para corrigir os males existentes na educação da juventude. E por que o tempo é curto, devemos manter o fervor e trabalhar com zelo para dar aos jovens uma educação coerente com sua fé. Somos reformadores. Desejamos que nossos filhos estudem com o máximo de proveito. Para isso, deve-se-lhes dar ocupação que exija o exercício dos músculos. Diariamente, o trabalho sistemático deve constituir parte da educação dos jovens mesmo neste período tardio. Muito se pode ganhar agora com esse procedimento. Ao seguirem tal plano, os estudantes ganharão elasticidade de espírito e vigor de pensamento, e num dado período podem realizar mais trabalho mental do que o conseguiriam só pelo estudo. E assim poderão deixar a escola com o físico incontaminado e com força e coragem para perseverar em qualquer cargo em que a providência de Deus os coloque. T6 180 1 O exercício que ensina a mão a ser útil e prepara o cérebro do jovem para fazer sua parte nos encargos da vida dá força física e desenvolve todas as faculdades. Todos devem encontrar alguma coisa para fazer que lhes seja benéfica a si mesmo e útil aos outros. Deus indicou o trabalho como uma bênção, e unicamente o diligente obreiro encontra a verdadeira satisfação e alegria da vida. T6 180 2 O cérebro e os músculos devem ser proporcionalmente exercitados, se se quer manter a saúde e o vigor. A juventude pode, então, pôr no estudo da Palavra de Deus saudável percepção e nervos bem equilibrados. Terão pensamentos sadios, e poderão reter as coisas preciosas tiradas da Palavra. Estarão em condições de assimilar as verdades e, em resultado, terão energia mental para compreender o que é a verdade. Depois, de acordo com a necessidade, poderão dar a quem lhes pedir, a razão da esperança que neles há, com mansidão e respeito. ------------------------Capítulo 23 -- A fazenda da escola de Avondale T6 181 1 Há, com relação à disposição e ao uso das terras próximas a nossa escola e igreja, algumas coisas que me foram mostradas, e que fui instruída a lhes apresentar. Até há pouco, não me sentia livre para falar a esse respeito, e mesmo agora não me sinto na liberdade de revelar tudo, pois nosso povo ainda não está preparado para compreender tudo quanto, na providência de Deus, se desenvolverá em Avondale. T6 181 2 Nas visões da noite, foram-me claramente apresentadas algumas coisas. Havia pessoas escolhendo lotes de terra perto da escola, nos quais pretendiam construir casas e estabelecer residências. Ergueu-Se, todavia, Alguém em nosso meio e disse: "Estão cometendo um grande erro, o qual terão de lamentar. Essa terra não deve ser ocupada por edifícios, a não ser para proporcionar acomodações para os professores e alunos da escola. A terra ao redor da escola é para ser reservada como a fazenda da escola. Ela deve se tornar uma parábola viva para os alunos. Eles não devem considerar as terras da escola como coisa comum, mas olhá-la como um livro aberto diante deles, o qual o Senhor quer que estudem. Suas lições comunicarão um conhecimento vital para as pessoas. T6 181 3 "Caso permitam que a terra próxima à escola seja ocupada com casas particulares, e tenham depois que escolher para cultivo outra terra distante da escola, será um grande erro, daqueles para sempre lamentados. Toda a terra nos arredores do edifício escolar deve ser considerada como fazenda da escola, onde os alunos podem ser educados sob a direção de habilitados superintendentes. Os jovens que hão de cursar nossas escolas necessitam de toda a terra ao redor. São para o plantio de árvores ornamentais e de frutas, e cultivo de hortaliças. T6 182 1 "A fazenda da escola deve ser considerada um livro aberto da natureza, do qual os professores tirarão lições objetivas. Cumpre ensinar aos nossos estudantes que Cristo, Criador do mundo e de tudo o que nele há, é a vida e a luz de toda criatura vivente. A vida de toda criança e jovem dispostos a apoderar-se das oportunidades de receber a devida educação, tornar-se-á reconhecida e feliz por aquilo em que seus olhos contemplam enquanto se acha na escola." A obra diante de nós T6 182 2 Necessitamos de mais professores e mais talento para educar os alunos nos vários ramos de atividade, para que muitas pessoas saiam deste lugar aptas e dispostas a levar a outros o conhecimento que receberam. Rapazes e moças órfãos, devem encontrar nele um lar. Devem ser construídos edifícios para um hospital, e prover barcos para atender a escola. Deve ser empregada para gerir a fazenda uma pessoa competente, e também homens prudentes e enérgicos para supervisionar os vários empreendimentos industriais; homens que empreguem seus talentos inteiramente para ensinar os alunos a trabalhar. T6 182 3 Virão à escola muitos jovens com o desejo de obter preparo em atividades industriais. A instrução nesse ramo deve incluir contabilidade, carpintaria, e tudo quanto diz respeito à agricultura. Devem também ser feitos preparativos para ensinar ferraria, pintura, arte culinária, fazer sapatos, padaria, lavanderia, consertos de roupa, datilografia e impressão. Toda energia de que dispusermos deve ser posta nessa obra de preparo, a fim de que saiam alunos preparados para os deveres da vida prática. T6 182 4 As casas e edifícios essenciais ao trabalho escolar devem ser construídos pelos próprios alunos. Essas construções não devem ser feitas muito juntas, nem situadas perto dos edifícios escolares propriamente ditos. Na execução dessa obra devem-se formar pequenos grupos que, sob a administração de competentes líderes, sejam ensinados a experimentar um perfeito senso de responsabilidade. Todas essas coisas não podem ser realizadas de uma vez, mas devemos começar a trabalhar com fé. A terra a ser reservada T6 183 1 É desejo do Senhor que os terrenos em volta da escola Lhe sejam consagrados como Sua própria sala de aulas. Achamo-nos situados em lugar onde há bastante terra, e os terrenos próximos à escola e à igreja não devem ser ocupados com residências particulares. Os que crêem na verdade para este tempo não se acham todos transformados no caráter. Não constituem todos lições práticas, apropriadas, pois não apresentam o caráter de Cristo. Muitos há que gostariam de ficar perto da escola e da igreja, os quais não seriam auxílio, antes entraves. Acham que devem ser ajudados e favorecidos. Não apreciam nem a espécie nem a situação da obra em que nos achamos empenhados. Não compreendem que tudo quanto tem sido feito em Avondale tem sido efetuado com o mais árduo labor e mediante o dinheiro dado com sacrifício, ou que deve ser restituído àqueles de quem foi tomado emprestado. T6 183 2 Entre os que desejam instalar-se perto de nossas escolas, há alguns cheios de importância própria e de ansiedade quanto à própria reputação. São susceptíveis e facciosos. Essas pessoas precisam ser convertidas, pois se acham longe de estar em condições de poder receber as bênçãos do Senhor. Satanás os tenta a pedirem favores que, se concedidos, só os prejudicariam, e assim eles causam ansiedade a seus irmãos. Os princípios vivos da Palavra de Deus precisam de ser introduzidos na vida de muitos que agora não acham lugar para eles. Os que estão aprendendo na escola de Cristo considerarão todo favor recebido de Deus como demasiado bom para eles. Compreenderão que não merecem todas as boas coisas que recebem, e se considerarão felizes. Sua fisionomia exprimirá paz e serenidade no Senhor, pois têm a promessa de Deus, de que cuidará deles. T6 184 1 "Assim diz o Senhor: O Céu é o Meu trono, e a Terra o escabelo dos Meus pés. Que casa Me edificaríeis vós? e que lugar seria o do Meu descanso? Porque a Minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas foram feitas, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito, e que treme da Minha palavra." Isaías 66:1, 2. Durante os dias finais de 1898, tivemos muitas experiências a nos ensinarem o que significavam essas palavras. Meu coração se achava grandemente opresso, e as questões me foram então expostas quanto aos males que surgiriam em conseqüência da venda das terras em torno da escola para serem ocupadas por residências. Parecia como se estivéssemos em uma reunião de conselho, e entre nós Se achava Alguém de quem se esperava que nos ajudasse a sair das dificuldades. As palavras que Ele proferiu foram claras e decisivas: T6 184 2 "Esta terra, por indicação de Deus, é para benefício da escola. Vocês já tiveram provas da operação da natureza humana e do que ela manifesta sob a tentação. Quanto maior o número de famílias que se estabeleçam ao redor dos edifícios escolares, tanto mais dificuldades haverá no caminho dos professores e alunos. O egoísmo, natural aos filhos dos homens, está pronto a se revelar na vida se tudo não estiver de acordo com suas conveniências. A terra anexa à escola, deve servir de fazenda para a mesma, e esta deve ocupar muito mais espaço do que vocês estão pensando. Deve ser feita nela uma obra em harmonia com os conselhos dados. Avondale deve ser um centro filantrópico. O povo de Deus na Austrália será movido pelo Espírito do Senhor a dar simpatia e meios para a manutenção e estímulo de muitos empreendimentos caritativos e beneficentes, que serão o meio de ensinar os pobres, os desamparados e os ignorantes a se ajudarem a si mesmos." Um panorama T6 185 1 Têm-me sido enviados em várias ocasiões esclarecimentos quanto a deverem ser as terras ao redor de nossa escola usadas como fazenda do Senhor. Em sentido especial, porções dessa fazenda devem ser completamente cultivadas. Vi estender-se diante de mim um terreno plantado de toda espécie de árvores frutíferas, que produzirão frutos nesta localidade; havia também hortas em que se semeavam e cultivavam sementes. T6 185 2 Caso os gerentes dessa fazenda e os professores da escola recebam o Espírito Santo para operar com eles, terão sabedoria em sua liderança, e Deus lhes abençoará o trabalho. O cuidado das árvores, o plantar e semear, bem como a colheita, hão de ser admiráveis lições para todos os estudantes. Os invisíveis laços que ligam a semeadura e a colheita, devem ser estudados, e seja a bondade de Deus acentuada e apreciada. É o Senhor que dá o poder e a energia à terra e à semente. Não fosse o agente divino aliado ao tato e habilidade humanos, e seria inútil semear. Há um poder invisível a operar constantemente em benefício do homem a fim de o alimentar e vestir. A parábola da semente, tal como se estuda na experiência diária do professor e do aluno, deve ensinar que Deus está atuando na natureza, e que isso demonstra as coisas do reino do Céu. Deus e a natureza T6 185 3 Depois da Bíblia, a natureza deve ser o nosso maior livro de estudo. Não há virtude, porém, em deificar a natureza, pois isso seria exaltar a coisa feita acima do grande Mestre Construtor que planejou a obra e a mantém em atividade todo o tempo segundo o Seu desígnio. Ao semearmos a semente e cultivarmos a planta, devemos nos lembrar de que Deus criou a semente e a destinou à terra. Por Seu divino poder Ele cuida dessa semente. É por determinação Sua que a semente ao morrer dá sua vida à erva e à espiga que contém em si outras sementes que serão armazenadas e de novo lançadas à terra para dar a sua colheita. Podemos também estudar como a cooperação do homem desempenha uma parte. O ser humano tem sua parte a realizar, sua obra a fazer. Essa é uma das lições que a natureza ensina, e nela temos de ver uma obra bela e solene. T6 186 1 Fala-se muito a respeito de Deus na natureza, como se o Senhor estivesse obrigado por leis da natureza a ser servo dela. Muitas teorias querem levar a mente a supor que a natureza é um instrumento auto-sustentado independentemente da Divindade, tendo o seu poder inerente para operar. Nisso os homens não sabem de que estão falando. Supõem eles que a natureza tem um poder auto-existente sem a contínua assistência de Jeová? O Senhor não age por meio de Suas leis para ultrapassar as leis da natureza. Ele realiza a Sua obra por meio das leis e atributos de Seus instrumentos, e a natureza obedece a um "Assim diz o Senhor". T6 186 2 O Deus da natureza está o tempo todo em atividade. Seu infinito poder opera de modo invisível, mas as manifestações aparecem nos efeitos que a obra produz. O mesmo Deus que guia os planetas opera no plantio do fruto e na horta. Jamais Ele criou um espinho, um cardo, uma erva daninha. Essas são obras de Satanás, resultado de degeneração, por ele introduzidas entre as coisas preciosas; mas é por meio da imediata ação de Deus que cada botão se abre em flor. Quando esteve no mundo, na forma humana, Cristo disse: "Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também." João 5:17. Assim, quando os estudantes empregam o seu tempo em atividade agrícola, deles é dito no Céu: São "cooperadores de Deus". 1 Coríntios 3:9. T6 187 1 Sejam conservadas as terras que estão perto da escola e da igreja. Os que vêm para se estabelecer em Cooranbong podem, se desejarem, encontrar para si lares nas proximidades ou em partes da propriedade de Avondale. Mas segundo a luz que me é dada, toda essa parte de terra, desde o pomar da escola até a estrada de Maitland, e estendendo-se de ambos os lados da capela para a escola, deve tornar-se chácara e parque, embelezados com flores fragrantes e árvores ornamentais. Deve haver pomares, e cultivar-se toda espécie de produtos que se adapte ao solo, de modo que este lugar se torne uma lição objetiva tanto para os que vivem perto como para os que vivem longe. T6 187 2 Seja portanto mantido à distância tudo que não é essencial para o trabalho da escola, de modo que a santidade do lugar não seja perturbada pela proximidade de famílias e edificações. Permaneça a escola isolada. Será melhor que as famílias por mais devotadas que sejam ao serviço do Senhor se localizem a alguma distância dos prédios escolares. A escola é propriedade do Senhor, e os terrenos ao redor são Sua fazenda, da qual o Grande Semeador pode fazer um livro de estudo. Os resultados dos esforços serão vistos "primeiro a erva, depois a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga". Marcos 4:28. A terra entregará os seus recursos, trazendo o regozijo de abundante colheita; e o produto reunido pela bênção de Deus deve ser usado como livro de estudo da natureza, do qual se podem tirar lições espirituais claras e aplicáveis às necessidades das pessoas. Uma lição objetiva T6 188 1 Há diante de nós grandes coisas que, como vemos, devem ser feitas; e tão depressa quanto os meios o permitam, devemos ir adiante. Paciente e dedicado esforço deve ser feito para o estímulo e elevação das comunidades circunvizinhas, e para sua educação nos setores industriais e de saúde. A escola e todos os seus arredores devem ser lições objetivas que ensinem os caminhos do progresso e apelem ao povo por reformas, de modo que o gosto, a diligência e o refinamento possam tomar o lugar do que é grosseiro, impuro, da desordem, da ignorância e do pecado. Até mesmo os mais pobres podem melhorar o ambiente ao seu redor levantando-se cedo e trabalhando diligentemente. Mediante nossa vida e exemplo podemos ajudar outros a discernir o que há de repulsivo em seu caráter e em torno de suas propriedades, e com cortesia cristã podemos estimular a melhoria. T6 188 2 Muitas vezes se levantará a pergunta: Que se pode fazer onde predomina a pobreza e com ela se depara a cada passo? Sob tais circunstâncias como podemos imprimir nos espíritos idéias corretas de progresso? A obra é sem dúvida difícil; e a menos que os professores, os homens de pensamento, e aqueles que têm recursos ponham em ação os seus talentos, e se levantem como Cristo faria se estivesse em lugar deles, uma importante obra ficará inacabada. A necessária reforma jamais será feita, a menos que homens e mulheres sejam ajudados por um poder de fora deles mesmos. Os que têm talentos e habilidade devem usar esses dons para beneficiar os seus semelhantes, esforçando-se por colocá-los numa posição em que possam ajudar-se a si mesmos. Assim é como a educação obtida em nossas escolas deve ser utilizada com o máximo proveito. T6 188 3 Os talentos confiados por Deus não devem ser escondidos debaixo do alqueire ou sob a cama. "Vós sois a luz do mundo", disse Cristo. Mateus 5:14. Quando virem famílias vivendo em galpões, com escassez de mobiliário e de roupas, sem utensílios, ou livros, e outros indícios de refinamento em seus lares, não demonstrarão interesse por eles, e não procurarão ensinar-lhes como usar suas energias com o máximo rendimento, de modo que haja progresso e seu trabalho avance? É mediante diligente trabalho, fazendo-se o mais sábio uso de toda habilidade, aprendendo a não desperdiçar o tempo, que serão bem-sucedidos em melhorar suas propriedades e cultivar sua terra. T6 189 1 Esforço físico e faculdades morais devem estar unidos em nossas tentativas de regeneração e reforma. Devemos procurar obter conhecimento tanto nos aspectos temporais como espirituais, para que possamos comunicá-lo a outros. Devemos procurar viver o evangelho em todos os seus ângulos, de modo que suas bênçãos temporais e espirituais possam ser experimentadas por todos em torno de nós. Trabalho missionário, o melhor treino T6 189 2 O Senhor abençoará com certeza a todos os que procuram beneficiar a outros. A escola deve ser de tal modo dirigida que professores e alunos estejam de contínuo aumentando em poder mediante o fiel uso dos talentos que lhes foram concedidos. Pondo em prática o que aprenderam, crescerão constantemente em sabedoria e conhecimento. Devemos aprender no Livro dos livros os princípios segundo os quais devemos viver e trabalhar. Ao consagrar todas as habilidades que Deus nos deu, Àquele que tem o primeiro direito a elas, podemos fazer apreciável progresso em tudo que seja digno de nossa atenção. T6 189 3 Quando abraçado com esse espírito, o trabalho missionário torna-se enobrecedor e inspirador, tanto para o obreiro como para a pessoa ajudada. Todo aquele que se declara filho do Rei celestial busque representar constantemente os princípios do reino de Deus. Lembre-se de que no espírito, em palavras e em obras ele deve ser fiel e leal a todos os preceitos e mandamentos do Senhor. Devemos ser fiéis súditos do reino de Cristo, dignos de confiança, para que os que são mundanos possam ter uma fiel imagem das riquezas, da bondade, misericórdia, compaixão e cortesia dos cidadãos do reino de Deus. T6 190 1 Os estudantes que obterão o máximo bem da vida são os que viverem a Palavra de Deus em suas relações e trato com os semelhantes. Os que recebem para dar, experimentarão a maior alegria nesta vida. Aqueles membros da família humana que vivem para si mesmos estão sempre em carência, pois jamais ficam satisfeitos. Não existe cristianismo algum em cercar de simpatia nosso próprio coração egoísta. O Senhor indicou os condutos pelos quais deixa fluir Sua bondade, misericórdia e verdade; e devemos ser coobreiros de Cristo para comunicar a outros sabedoria prática e benevolência. Devemos levar-lhes à vida alegria e bênção, fazendo desse modo um bom e santo trabalho. T6 190 2 Se a escola de Avondale tornar-se um dia o que o Senhor está desejando que seja, o esforço missionário dos professores e estudantes dará fruto. Tanto na escola como fora, súditos bem dispostos serão levados à obediência a Deus. A rebelião que ocorreu no Céu sob a força de uma mentira e o engano que levou Adão e Eva a desobedecerem a lei de Deus abriram as comportas das maldições sobre o mundo; mas todos os que crerem em Cristo poderão se tornar filhos e filhas de Deus. Mediante o poder da verdade podem ser restaurados, e o homem caído pode tornar-se leal a seu Criador. A verdade, peculiar em seu operante poder, é adaptada à mente e coração de pecadores extraviados. Por meio de sua influência a ovelha perdida pode ser reconduzida ao aprisco. T6 190 3 Sejam quais forem a posição ou posses de alguém que tenha o conhecimento da verdade, a Palavra de Deus lhe ensina que tudo quanto tem lhe é entregue como depósito, em confiança. É-lhe fornecido para provar o seu caráter. Seus negócios seculares, seus talentos, renda, oportunidades, tudo deve ser atribuído Àquele a quem ele pertence tanto pela criação como pela redenção. Quando ele usa cada precioso talento em promover a divina e grande obra da educação., quando se esforça em obter o mais completo conhecimento de como ser útil, de como trabalhar pela salvação das almas prestes a perecer, as bênçãos de Deus seguramente acompanharão os seus esforços. Deus nos concede os Seus dons para que possamos servir a outros, tornando-nos assim semelhantes a Ele. Os que recebem os Seus dons para que possam reparti-los com outros, tornam-se semelhantes a Cristo. É em ajudar e erguer a outros que nos tornamos enobrecidos e purificados. Essa é a obra que faz a glória refluir para Deus. Precisamos tornar-nos entendidos nestes pontos. Nossa vida precisa ser purificada de todo egoísmo, pois Deus deseja usar o Seu povo como representante do reino celestial. T6 191 1 Nossas escolas precisam ser dirigidas sob a supervisão de Deus. Há uma obra a ser feita em favor de rapazes e moças, a qual não foi ainda completada. Há um número muito maior de jovens que necessitam das vantagens de nossas escolas de preparo. Eles precisam do curso de preparo manual, que lhes ensinará como levar uma vida ativa, com boa disposição. Toda espécie de trabalho deve estar associada com nossas escolas. Sob a liderança de homens sábios, prudentes, tementes a Deus, devem os estudantes ser ensinados. Cada ramo da obra deve ser dirigido do modo mais completo e sistemático que a longa experiência e a sabedoria nos capacitem a planejar e executar. T6 191 2 Despertem os professores para a importância deste assunto e ensinem agricultura e outras atividades que sejam necessárias ao preparo dos estudantes. Procure cada departamento de trabalho alcançar os melhores resultados. T6 191 3 Seja a ciência da Palavra de Deus introduzida no trabalho, para que os estudantes possam assimilar princípios corretos e alcançar a mais elevada norma possível. Exercitemos as habilidades que Deus nos deu, e apliquemos todas as energias no desenvolvimento da fazenda do Senhor. Devemos estudar e trabalhar para que os melhores resultados e o máximo de rendimento resultem da semeadura, de modo que haja abundante suprimento de alimentos, tanto temporal como espiritual, para que o crescente número de estudantes que serão reunidos sejam treinados como obreiros cristãos. T6 192 1 Temos visto gigantescas árvores caídas e desarraigadas; temos visto o arado sulcando a terra, abrindo profundas valas para o plantio de árvores e a semeadura do grão. Os estudantes estão aprendendo o que significa arar, e que a enxada e a pá, o ancinho e a grade, são todos implementos de honrosa e proveitosa indústria. Erros serão cometidos muitas vezes, mas todo erro está próximo da verdade. A sabedoria será adquirida mediante fracassos, e a energia que se aplica no começo dá esperança de sucesso no fim. A hesitação retardará as coisas, e o mesmo fará a precipitação; mas tudo servirá como lições se o instrumento humano o desejar. T6 192 2 A idéia de que o trabalho é degradante tem levado milhares para a sepultura. Os que realizam somente trabalho manual freqüentemente trabalham em excesso, enquanto os que trabalham com o cérebro sofrem por falta de saudável vigor que o trabalho físico proporciona. Se os intelectuais partilhassem o fardo da classe operária a ponto de terem os músculos fortalecidos, os operários poderiam dedicar parte de seu tempo à cultura mental e moral. Os que se dedicam a hábitos sedentários e literários devem fazer exercícios físicos. A saúde deve ser suficiente incentivo para levá-los a unir o trabalho físico com o mental. ------------------------Capítulo 24 -- Escolas junto às igrejas O trabalho das escolas paroquiais T6 193 1 A igreja tem uma obra especial a fazer no educar e preparar suas crianças a fim de que, freqüentando outras escolas ou em outros convívios, não venham a ser influenciadas pelos que têm hábitos corruptos. O mundo está cheio de iniqüidade e de desprezo pelas reivindicações de Deus. As cidades tornaram-se como Sodoma, e nossos filhos estão diariamente sendo expostos a muitos males. Os que freqüentam as escolas públicas associam-se muitas vezes com outros mais negligenciados que eles, crianças que, fora do tempo passado na sala de aulas, são deixadas a obter a educação da rua. O coração dos pequenos é facilmente impressionado; e a menos que seu ambiente seja da devida espécie, Satanás usará essas crianças negligenciadas para influenciar as que são educadas com mais cuidado. Assim, antes que os pais observadores do sábado se dêem conta do mal que está sendo feito, são aprendidas as lições de depravação, e a vida de seus pequenos é corrompida. T6 193 2 As igrejas protestantes aceitaram o sábado espúrio, o filho do papado, e exaltaram-no acima do santo e santificado dia de Deus. Cumpre-nos tornar claro a nossos filhos que o primeiro dia da semana não é o verdadeiro sábado e que sua observância, depois de nos haver sido enviada a luz quanto ao dia verdadeiro de descanso, está em plena contradição com a lei de Deus. Acaso recebem nossas crianças dos professores da escola pública idéias em harmonia com a Palavra de Deus? É o pecado apresentado como uma ofensa contra o Senhor? É a desobediência a todos os Seus mandamentos ensinada como sendo o princípio de toda a sabedoria? Mandamos nossos filhos à Escola Sabatina para que sejam instruídos acerca da verdade, e depois, ao irem eles à escola diária, são-lhes ministradas lições cheias de falsidade. Tais coisas confundem a mente. Não deveria ser assim; pois se os jovens recebem idéias que pervertem a verdade, como será neutralizada a influência dessas instruções? T6 194 1 Podemos nos admirar de que, sob tais circunstâncias, alguns de nossos jovens não apreciem as vantagens religiosas? Podemos admirar de que sejam arrastados à tentação? É de admirar que, negligenciados como têm sido, suas energias sejam dadas a divertimentos que não lhes fazem bem, que sejam enfraquecidas suas aspirações religiosas, e obscurecida a vida espiritual? O espírito será da mesma espécie daquilo de que ele se alimenta, a colheita da mesma natureza da semente plantada. Não mostram esses fatos suficientemente a necessidade de guardarmos desde os mais tenros anos a educação da juventude? Não seria melhor para o jovem crescer em certo grau de ignorância quanto ao que se chama comumente de educação, do que se tornar descuidoso no que respeita à verdade de Deus? Separação do mundo T6 194 2 Quando os filhos de Israel foram tirados dentre os egípcios, o Senhor disse: "E Eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos; Eu sou o Senhor." "Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até amanhã. Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para sempre." Êxodo 12:12, 22-24. O sangue na verga da porta simbolizava o sangue de Cristo que, unicamente, salvava da condenação o primogênito dos hebreus. Qualquer dos filhos dos hebreus que fosse encontrado em uma habitação egípcia, seria destruído. T6 195 1 Essa experiência dos israelitas foi escrita para instrução dos que haviam de viver nos últimos dias. Antes que passe o dilúvio do açoite sobre os habitantes da Terra, o Senhor está chamando a todos quantos são verdadeiramente israelitas a que se preparem para esse acontecimento. Ele envia aos pais o grito de advertência: Recolham seus filhos em sua própria casa; afastem-nos dos que desrespeitam os mandamentos de Deus, que ensinam e praticam o mal. Saiam o mais depressa possível das grandes cidades. Estabeleçam escolas junto às igrejas. Dêem a seus filhos a Palavra de Deus como fundamento de toda a sua educação. Ela está cheia de belas lições, e se os alunos a tornam seu estudo no curso fundamental aqui embaixo, estarão preparados para o curso superior lá em cima. T6 195 2 Vem a nós a Palavra de Deus a este tempo: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso." 2 Coríntios 6:14-18. Onde estão nossos filhos? Estamos nós os educando para discernir a corrupção que pela concupiscência há no mundo, e dela escapar? Estamos nos esforçando para salvar-lhes a vida, ou, pela nossa negligência, ajudando em sua destruição? Crianças negligenciadas T6 196 1 Pouquíssima atenção na verdade tem sido dada a nossas crianças e jovens. Os membros mais idosos da igreja não os têm olhado com ternura e simpatia, desejando que avancem na vida religiosa, e assim as crianças têm deixado de se desenvolver na vida cristã como deveriam. Alguns membros da igreja, que tiveram o amor e o temor de Deus no passado, estão permitindo que os negócios se tornem absorventes, escondem sua luz debaixo do alqueire. Têm-se esquecido de servir a Deus, e estão tornando os negócios a sepultura de sua religião. T6 196 2 Será a juventude deixada a vaguear aqui e ali, ficar desanimada e cair em tentações que estão por toda parte? A obra que mais perto está dos membros de nossa igreja é interessar-se pelos nossos jovens, dando, com bondade, paciência e ternura, regra sobre regra, mandamento sobre mandamento. Oh! onde estão os pais e mães em Israel? Deveria haver grande número de pessoas que, como mordomos da graça de Cristo, sentisse pela mocidade não apenas um interesse meramente casual, mas especial. Deveria haver muitos cujo coração fosse tocado pela lamentável situação em que se acha colocada nossa juventude, que compreendessem que Satanás está operando por todos os meios imagináveis para os arrastar a sua rede. Deus requer que Sua igreja desperte da letargia em que se encontra, e veja que espécie de serviço é exigido neste tempo de perigo. T6 196 3 Os olhos de nossos irmãos e irmãs devem ser ungidos com o colírio celestial, para que venham a discernir as necessidades dos tempos atuais. Os cordeiros do rebanho precisam ser alimentados, e o Senhor do Céu observa para ver quem está realizando a obra que Ele deseja que se faça pelas crianças e os jovens. A igreja está adormecida e não avalia a magnitude do assunto. "Ora", diz alguém, "que necessidade há de ser tão exigente para educar nossa mocidade? Parece-me que, se alguns que resolveram seguir alguma profissão literária, ou qualquer outra carreira que exija determinado preparo, são objeto de especial atenção, isso é suficiente. Não é preciso que toda a nossa juventude seja tão bem preparada. A educação completa de alguns não satisfará a todas as exigências?" T6 197 1 Não, respondo; mui decididamente não. Que escolha seríamos capazes de fazer entre nossos jovens? Como poderemos dizer quem será mais promissor, quem haverá de prestar o melhor serviço para Deus? Em nosso juízo humano, poderemos fazer como fez Samuel que, quando enviado a buscar o ungido do Senhor, olhou para a aparência exterior. Mas o Senhor disse a Samuel: "Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado, porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." 1 Samuel 16:7. Nenhum dos de nobre aparência, dentre os filhos de Jessé, foi aceito pelo Senhor; mas quando Davi, o filho mais novo, um simples pastor de ovelhas, foi chamado do campo e passou diante de Samuel, o Senhor disse: "Levanta-te, e unge-o, porque este mesmo é." 1 Samuel 16:12. Quem pode decidir qual membro de uma família se demonstrará eficiente na obra de Deus? A todos os jovens deve ser permitido receber as bênçãos e privilégios da educação em nossas escolas, e poderão ser inspirados a tornar-se coobreiros de Deus. Necessitam-se escolas junto às igrejas T6 198 1 Muitas famílias que, com o intuito de educar seus filhos, pretendem se mudar para lugares onde se acham situadas nossas grandes escolas, fariam melhor serviço ao Mestre permanecendo onde estão. Devem animar a igreja de que são membros a estabelecer uma escola em que as crianças dos arredores recebam uma educação cristã prática, bem equilibrada. Seria muitíssimo melhor para seus filhos, para eles próprios e para a causa de Deus, se eles permanecessem nas igrejas menores, onde seu auxílio é necessário, em vez de irem para as maiores onde, devido a não serem ali necessários, há constante tentação a cair em inatividade espiritual. T6 198 2 Onde quer que haja alguns observadores do sábado, os pais se devem unir para providenciar um lugar para uma escola em que suas crianças e jovens possam ser instruídos. Empreguem um professor cristão que, como consagrado missionário, eduque as crianças de tal maneira que as induza a se tornarem missionárias. Empreguem-se professores capazes de ministrar uma educação completa em todos os ramos comuns da vida, tornando a Bíblia o fundamento e a vida de todo o estudo. Os pais devem revestir-se da armadura e, por meio do próprio exemplo, ensinar as crianças a serem missionárias. Devem trabalhar enquanto é dia, pois "a noite vem, quando ninguém pode trabalhar". João 9:4. Caso façam abnegados esforços, ensinando perseverantemente os filhos a assumirem responsabilidades, o Senhor cooperará com eles. T6 198 3 Algumas famílias de observadores do sábado vivem isoladas ou muito separadas de outras da mesma fé. Essas têm às vezes mandado os filhos a nossos internatos, onde foram ajudados, e voltaram para ser uma bênção no próprio lar. Outros, porém, não podem mandar os filhos para longe, a fim de serem educados. Nesses casos os pais devem esforçar-se por empregar um professor exemplarmente religioso, que considere um prazer trabalhar para o Mestre em qualquer ocupação, e esteja disposto a cultivar qualquer parte da vinha do Senhor. Pais e mães devem cooperar com o professor, trabalhando zelosamente para a conversão de seus filhos. Esforcem-se para manter o interesse espiritual sempre vivo e saudável no lar, criando seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor. Consagrem eles parte de cada dia ao estudo, e tornem-se alunos com seus filhos. Assim tornarão a hora educativa um prazer e um proveito, e se fortalecerá sua confiança nesse método de buscar a salvação dos próprios filhos. Os pais verificarão que seu próprio desenvolvimento será mais rápido à medida que eles aprenderem a trabalhar pelos filhos. Ao trabalharem assim, de maneira humilde, desaparecerá a incredulidade. A fé e a atividade comunicam certeza e satisfação que aumentam dia a dia, à medida que prosseguem em conhecer ao Senhor, e torná-Lo conhecido. Suas orações se tornarão fervorosas, pois terão algum objeto definido por que orar. T6 199 1 Em alguns países os pais são obrigados por lei a mandar os filhos à escola. Nesses países, nas localidades onde há igreja, devem-se estabelecer escolas, mesmo que não haja mais de seis crianças para freqüentá-las. Trabalhemos como se o fizéssemos para salvar a própria vida, para salvar os filhos de serem afogados nas influências contaminadoras e corruptoras do mundo. T6 199 2 Achamo-nos demasiado aquém de nosso dever quanto a esse importante assunto. Em muitos lugares, as escolas já deveriam estar funcionando há anos. Muitas localidades teriam assim representantes da verdade que acrescentariam reputação à obra do Senhor. Em vez de concentrar tantos grandes edifícios em poucos lugares, deveriam ser estabelecidas escolas em muitas localidades. T6 199 3 Iniciem-se agora essas escolas sob liderança sábia, para que a infância e a juventude sejam educadas em suas próprias igrejas. É uma séria ofensa a Deus o ter havido tão grande negligência nesse sentido, quando a Providência nos tem tão abundantemente provido de facilidades para o trabalho. Mas se bem que no passado tenhamos deixado de fazer o que poderíamos haver feito para as crianças e jovens, arrependamo-nos agora, cuidando em redimir o tempo. Diz o Senhor: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra." Isaías 1:18, 19. O caráter de nossas escolas e professores T6 200 1 O caráter da obra feita em nossas escolas deve ser da mais alta ordem. Jesus Cristo, o Restaurador, é o único remédio para uma educação errônea, e as lições ensinadas em Sua Palavra devem ser sempre mantidas diante da juventude pela maneira mais atrativa. A disciplina escolar deve apoiar a educação doméstica, e manter-se, tanto em casa como na escola, a simplicidade e a piedade. Surgirão homens e mulheres que têm talento para trabalhar nessas pequenas escolas, mas que não teriam sucesso nas escolas maiores. Ao praticarem as lições bíblicas, receberão eles próprios uma educação do mais alto valor. T6 200 2 Ao escolher professores, usemos a máxima cautela, sabendo ser uma questão tão séria quanto a escolha de pessoas para o ministério. Essa escolha deve ser feita por homens sábios, aptos a discernir qualidades, pois para educar e moldar o espírito dos jovens para desempenharem com êxito os diversos segmentos da obra, necessitam-se os melhores talentos que se possam conseguir. Não se deve pôr à frente dessas escolas qualquer pessoa com mente inferior ou estreita. Não sejam deixadas as crianças a cargo de jovens e inexperientes professores, destituídos de aptidão para dirigir, pois seus esforços tenderiam para a desorganização. A ordem é a primeira lei do Céu e toda escola deve, a esse respeito, ser um modelo do Céu. T6 201 1 É uma impiedade confiar as crianças a professores orgulhosos e destituídos de amor. Um professor assim fará grande dano aos que estão em rápido desenvolvimento de caráter. Se os professores não forem submissos a Deus, se não tiverem amor pelas crianças que têm a seu cargo, ou se mostrarem parcialidade pelos que lhes agradam e manifestarem indiferença pelos menos atrativos ou os que são desassossegados e nervosos, não devem ser empregados; pois o resultado de sua obra será perda de almas para Cristo. T6 201 2 Necessitam-se, em especial para as crianças, de professores que sejam calmos e bondosos, que manifestem paciência e amor justamente por aqueles que disso mais carecem. Jesus amava as crianças e as considerava como membros mais jovens da família do Senhor. Tratava-as sempre com bondade e respeito, e os professores devem seguir o Seu exemplo. Devem ter o verdadeiro espírito missionário, pois as crianças precisam ser preparadas para se tornarem missionárias. Cumpre-lhes sentir que o Senhor lhes confiou, como um solene depósito, a salvação dos jovens e das crianças. Nossas escolas necessitam de professores de elevadas qualidades morais, dignos de confiança, fortes na fé e dotados de paciência e tato; pessoas que andem com Deus e se abstenham até da aparência do mal. Haverá momentos difíceis em sua obra. Terão de enfrentar nuvens e escuridão, tormentas, tempestades e preconceitos por parte dos pais que nutrem incorretas idéias quanto ao caráter que seus filhos devem formar; pois há muitos que pretendem crer na Bíblia, ao passo que deixam de introduzir-lhe os princípios na vida doméstica. Mas, se os professores forem constantes discípulos da escola de Cristo, essas circunstâncias jamais os vencerão. T6 202 1 Que os pais busquem ao Senhor com fervor intenso, a fim de não virem a ser pedras de tropeço no caminho dos próprios filhos. Afugentem do coração a inveja e o ciúme, e deixem que a paz de Cristo aí penetre de modo a unir os membros da igreja em verdadeira fraternidade cristã. Cerrem-se as janelas do coração contra as venenosas influências da Terra, abrindo-as em direção ao Céu, para receber os benéficos raios do Sol da justiça de Cristo. Enquanto o espírito de crítica e de suspeita não for banido do coração, o Senhor não pode realizar Seu anelo para a igreja -- abrir o caminho para o estabelecimento de escolas; enquanto não houver unidade, Ele não moverá aqueles a quem confiou recursos e aptidões para o avanço dessa obra. Os pais precisam atingir uma norma mais elevada, observando o caminho do Senhor e praticando a justiça, de modo a serem portadores de luz. Importa que haja inteira transformação de espírito e caráter. O espírito de desunião nutrido no coração de alguns se comunicará a outros, e anulará a influência que a escola exerceria para o bem. A menos que os pais estejam prontos e ansiosos no sentido de cooperar com o professor para salvação de seus filhos, não se acham preparados para o estabelecimento de uma escola entre eles. Resultados da obra da escola da igreja T6 202 2 Quando devidamente dirigidas, as escolas serão o meio de erguer o estandarte da verdade nos lugares em que funcionam; pois as crianças que receberem educação cristã, serão testemunhas de Cristo. Como Jesus, no templo, desvendou os mistérios que os sacerdotes e os príncipes não haviam podido penetrar, assim na história final da Terra, crianças que foram devidamente educadas hão de, em sua simplicidade, proferir palavras que surpreenderão os que agora falam em "educação refinada". Como as crianças cantavam "Hosanas" no pátio do templo, e "Bendito o que vem em nome do Senhor" (Marcos 11:9), assim nestes últimos dias as vozes das crianças se erguerão para dar a última mensagem de advertência a um mundo agonizante. Quando os seres celestiais virem que os homens não mais têm permissão de apresentar a verdade, o Espírito de Deus virá sobre as crianças, e elas farão na proclamação da verdade um trabalho que os obreiros mais idosos não podem fazer, pois seus passos serão entravados. T6 203 1 Nossas escolas são ordenadas por Deus a fim de preparar as crianças para essa grande obra. Aí devem elas ser instruídas nas verdades especiais para este tempo, e na obra missionária prática. Devem alistar-se no exército de obreiros para ajudar o enfermo e o sofredor. As crianças podem tomar parte na obra médico-missionária e ajudar a levá-la avante em todos os seus aspectos. Suas contribuições poderão ser pequenas, mas ainda assim úteis, e mediante seus esforços muitas pessoas serão ganhas para a verdade. Por elas será proclamada a mensagem de Deus e Sua salvação a todas as nações. Que a igreja se preocupe, portanto, com os cordeirinhos do rebanho. Sejam as crianças educadas e preparadas para servirem a Deus, pois são a herança do Senhor. T6 203 2 Anos atrás deveriam ter sido construídos edifícios apropriados para escolas junto às igrejas, nas quais as crianças e os jovens pudessem receber a verdadeira educação. T6 203 3 Os livros usados nas escolas de nossas igrejas devem chamar a atenção para a lei de Deus. Assim a luz, a força e o poder da verdade serão engrandecidos. Estudarão nessas escolas jovens de fora, alguns cuja mente fora depravada, e aí serão convertidos. Seu testemunho em favor da verdade poderá ser impedido por algum tempo em razão das falsas teorias dos pais, mas afinal a verdade triunfará. Fui instruída a dizer que essa espécie de obra missionária exercerá uma influência eficaz na difusão da luz e do conhecimento. T6 204 1 Quão importante é que as famílias que se estabelecem num lugar em que há uma escola sejam boas representantes de nossa sagrada fé! T6 204 2 As igrejas em que se acham estabelecidas escolas, bem podem tremer ao se verem depositárias de responsabilidades morais demasiado grandes para serem expressas por palavras. Há de esta obra nobremente iniciada falhar ou ser enfraquecida pela falta de consagrados obreiros? Será que os projetos e ambições egoístas vão achar lugar nesse empreendimento? Será que os obreiros permitirão que o amor ao ganho, o amor pela comodidade, a falta de piedade, excluam Cristo de seu coração e O eliminem da escola? De modo nenhum! A obra já está bastante adiantada. No ramo educacional, tudo está arranjado para uma zelosa reforma, para uma educação mais verdadeira, mais eficaz. Há de nosso povo aceitar esse santo legado? Humilhar-se-ão eles aos pés da cruz do Calvário, prontos para todo sacrifício e todo serviço? T6 204 3 Os pais e os professores devem buscar com muita diligência aquela sabedoria que Jesus sempre está pronto a conceder; pois estão lidando com mentes humanas no período mais interessante e impressionável de seu desenvolvimento. Eles devem ter como objetivo cultivar por tal forma as tendências da juventude que, em cada estágio de sua vida, possam apresentar a beleza natural própria daquele período, desdobrando-se gradualmente, como acontece com as plantas e flores do jardim. T6 205 1 A orientação e instrução das crianças é o mais nobre trabalho missionário que qualquer homem ou mulher possa empreender. Por meio do devido emprego de objetos, tornem-se bem claras as lições, para que sua mente seja levada da natureza para o Deus da natureza. Precisamos ter em nossas escolas pessoas dotadas daquele tato e habilidade capazes de levar avante esse ramo de trabalho, semeando assim as sementes de verdade. Unicamente o grande dia de Deus pode revelar o bem que essa obra realizará. T6 205 2 Especial talento deve ser consagrado à educação dos pequeninos. Muitos podem saber como elevar o nível da manjedoura, e dar de comer às ovelhas, mas é bem mais difícil abaixá-la e alimentar os cordeirinhos. Eis uma lição que os professores de nossas escolas precisam aprender. T6 205 3 Os olhos da mente necessitam ser educados, do contrário a criança terá prazer em contemplar o mal. T6 205 4 Os professores deveriam algumas vezes tomar parte nos jogos e brinquedos dos pequeninos, e ensiná-los a brincar. Dessa maneira terão condições de controlar os sentimentos e ações desagradáveis sem demonstrar crítica ou achar defeitos. Esse companheirismo ligará o coração dos professores e dos alunos, e a escola será um deleite para todos. T6 205 5 Os professores devem amar as crianças, porque elas são os membros mais jovens da família do Senhor. O Senhor indagará deles, como dos pais: "Onde está o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua glória?" Jeremias 13:20. ------------------------Capítulo 25 -- Administração e finanças das escolas T6 206 1 Quem dera que eu pudesse manejar a língua de maneira a exprimir claramente a importância da devida administração de nossas escolas! Todos devem compreender que essas escolas são instrumentos do Senhor, instrumentos por meio dos quais Ele quer Se tornar conhecido aos homens. Necessitam-se por toda parte homens e mulheres que sirvam de condutos de luz. A verdade de Deus deve ser levada a todas as terras, para que os homens sejam iluminados por ela. T6 206 2 Como um povo que possui avançada luz, devemos imaginar meios para desenvolver um exército de missionários educados para participar dos vários departamentos da obra de Deus. Precisamos de jovens de ambos os sexos bem disciplinados e cultos, em nossos sanatórios, na obra médico-missionária, nos escritórios de publicações, nas Associações dos vários Estados, bem como no campo em geral. Necessitamos de rapazes e moças que, possuindo elevada cultura intelectual, estejam habilitados a fazer a melhor obra para o Senhor. Temos feito alguma coisa no sentido de atingir essa norma, mas ainda estamos muito aquém daquilo que o Senhor tem em vista. Como igreja, como indivíduos, se queremos estar limpos no juízo, cumpre-nos fazer maiores esforços para o preparo de nossos jovens, a fim de estarem mais aptos para os diversos ramos da grande obra confiada a suas mãos. Como um povo possuidor de grande luz, devemos fazer planos sábios de maneira que a mente dos que são dotados de talento seja robustecida, disciplinada e polida, de modo que a obra de Cristo não seja prejudicada por falta de obreiros capazes, que façam seu trabalho com diligência e fidelidade. T6 207 1 Alguns se contentariam com a esmerada educação de uns poucos dos mais promissores dentre nossos jovens; mas todos eles necessitam educar-se a fim de estarem aptos para ser úteis na vida, habilitados para lugares de responsabilidade, tanto na vida particular como na pública. Há grande necessidade de que se façam planos para que haja grande número de obreiros competentes, e muitos se devem habilitar como professores, de modo que outros venham a ser preparados e disciplinados para a grande obra do futuro. A igreja deve avaliar a situação e, por sua influência e recursos, procurar promover esse tão desejado objetivo. Livre de dívidas T6 207 2 A fim de que nossas escolas possam realizar nobremente o desígnio para que foram estabelecidas, devem estar livres de dívidas. Não se deve permitir que pese sobre elas o pagamento de juros. No estabelecimento de escolas missionárias para obreiros, e especialmente nos campos novos, em que são poucos os irmãos e limitados seus recursos, é melhor, em vez de retardar a obra, tomar dinheiro emprestado de amigos desse empreendimento; mas sempre que seja possível, consagrem-se nossas instituições livres de débitos. T6 207 3 O Senhor tem recursos para Sua obra nas mãos de Seus mordomos; e enquanto as escolas tiverem dívidas contraídas para sua fundação, para construírem-se os necessários edifícios, e proverem-se as precisas instalações, é nosso dever apresentar o caso aos irmãos, e pedir-lhes que diminuam esses débitos. Nossos pastores devem preocupar-se com essa obra. Cumpre-lhes animar todos a trabalhar harmonicamente, e a auxiliar segundo suas possibilidades. Caso essa obra houvesse sido empreendida com fidelidade e diligência anos atrás, as dívidas de nossas escolas mais antigas já há muito poderiam haver sido saldadas. Economia T6 208 1 Na construção dos edifícios escolares, em seu mobiliário, bem como em todo aspecto de sua administração, cumpre exercer a mais estrita economia. Nossas escolas não devem ser conduzidas segundo qualquer plano estreito ou egoísta. Devem assemelhar-se o mais possível a um lar, e ensinar em todos os aspectos lições corretas de simplicidade, utilidade e economia. T6 208 2 Os estudantes se acham em nossas escolas a fim de receber especial preparo para se relacionarem com todos os ramos de serviço, de modo que, se tiverem que sair como missionários, contem consigo mesmos e sejam capazes, por meio de sua aprimorada habilidade, de se proverem com os necessários recursos. Quer sejam homens ou mulheres, devem aprender a remendar, lavar e manter as próprias roupas em ordem. Devem poder cozinhar suas refeições. Estar familiarizados com a agricultura e serviços mecânicos. Assim poderão diminuir suas despesas e, por seu exemplo, incutir princípios de economia e equilíbrio. Tais lições serão melhor ensinadas onde se exercita conscienciosamente a economia em tudo. T6 208 3 Não somente para benefício financeiro das escolas, mas também como educação para os estudantes, a economia deve ser fielmente considerada, conscienciosa e diligentemente exercida. Cuidem os dirigentes em todos os pontos, para que não haja desnecessária despesa, que venha ocasionar um encargo de dívida à escola. Todo aluno que ama a Deus acima de tudo, cooperará aceitando responsabilidades a esse respeito. Os que foram educados em assim fazer podem demonstrar, por preceito e por exemplo, àqueles com quem se põem em contato, os princípios ensinados por nosso abnegado Redentor. A condescendência consigo mesmo é um grande mal e precisa ser vencida. T6 208 4 Alguns têm sido relutantes para dar a conhecer aos alunos as dificuldades financeiras das escolas; mas será muito melhor que eles vejam e compreendam a falta de meios, pois serão assim capazes de ajudar no fazer economia. Muitos dos que vêm às nossas escolas originam-se de lares pobres, e foram acostumados a comer comida simples, sem muita variedade. Que influência terá nosso exemplo sobre esses? Ensinemo-lhes que, ao passo que temos tantos modos de gastar nossos recursos, enquanto milhares estão perecendo à míngua, morrendo de peste, de fome, por derramamento de sangue ou pelo fogo, cabe a cada um de nós considerar cuidadosamente não adquirir coisas desnecessárias simplesmente para satisfazer o apetite ou por amor da aparência. T6 209 1 Caso nossas escolas sejam bem orientadas, não acumularão débitos, os alunos terão conforto, e a mesa será provida com bastante alimento bom e nutritivo. Nossa economia nunca deveria ser daquela espécie que leve a alimentar os alunos de modo deficiente. Eles devem ter abundância de alimento saudável. Ajuntem, porém, os encarregados da cozinha as sobras, para que nada se perca. T6 209 2 Ensinem-se os alunos a conservarem cuidadosamente o que lhes pertence, bem como o que é da escola. Importa fazê-los compreender o dever de limitarem toda despesa desnecessária, seja na escola, seja quando viajam indo para casa ou vindo. A abnegação é coisa essencial. Precisamos dar ouvidos às instruções dadas, porque estamos nos aproximando do fim do tempo. Seremos cada vez mais obrigados a planejar, criar e fazer economia. Não podemos dirigir como se tivéssemos um banco de onde pudéssemos sacar em ocasião de emergência; portanto não devemos nos meter em dificuldades. Como indivíduos e administradores das instituições do Senhor, teremos de cortar necessariamente tudo quanto tenha como objetivo a mera ostentação, pondo as despesas dentro dos estreitos limites de nossas rendas. Boa administração T6 210 1 A administração financeira de algumas de nossas escolas pode ser grandemente melhorada. Mais sabedoria e mais capacidade mental devem ser empregadas no trabalho. Cumpre introduzir melhores métodos práticos a fim de deter o aumento de despesas, o que daria em resultado o meter-se em dívidas. Em Battle Creek e College View têm-se empregado demasiado capital em prédios e foi gasto mais que o necessário para mobiliar os internatos. T6 210 2 Quando os diretores de uma escola verificam que ela não está satisfazendo as despesas correntes, e estão-se contraindo dívidas, devem proceder como os equilibrados homens de negócio, e mudar seus métodos e planos. Quando se demonstra ao fim de um ano que a administração financeira foi errada, dê-se ouvido à voz da sabedoria. Haja decidida reforma. Os professores devem manifestar excelência cristã no pensar e planejar séria e solidamente para melhorar a situação. Cumpre-lhes aderir de coração aos planos do administrador, partilhando-lhe as preocupações. Despesas de educação T6 210 3 Em algumas de nossas escolas, o preço da instrução tem sido demasiado baixo. Isso tem sido em muitos sentidos prejudicial ao trabalho educativo. Tem trazido compromissos desanimadores; lançado sobre a administração contínua suspeita de não calcularem bem, de falta de economia e de planejar erroneamente; isso tem causado desânimo aos professores, levando o povo a exigir preços correspondentemente baixos em outras escolas. Seja qual for o motivo que tenha levado a tornar os preços do custo escolar abaixo do custo de vida, o fato de a escola estar ficando grandemente atrasada é suficiente razão para reconsiderar os planos, e ajustar o que ela cobra de maneira a produzir futuramente outros resultados. A quantia cobrada pela mensalidade escolar, dormitório e refeições deve ser suficiente para pagar os salários do corpo docente, prover a mesa com abundância de comida saudável e nutritiva, manter o mobiliário dos quartos, atender à conservação dos edifícios e a outras despesas operativas necessárias. Isso é questão importante, e não admite cálculos estreitos, mas uma verificação completa. É preciso o conselho do Senhor. A escola deve ter renda suficiente, não só para pagar as necessárias despesas operativas, mas para poder prover aos alunos, durante o período escolar, aquilo que é essencial ao seu trabalho. T6 211 1 Importa não acumular dívidas período após período. A mais importante educação a ser ministrada é fugir de incorrer em dívidas, como se evita a doença. Quando passa ano após ano, e não há sinal de diminuir a dívida, antes aumentando, é preciso parar. O diretor deve dizer: "Recusamo-nos a prosseguir na administração da escola, a menos que se imagine um sistema eficaz." Seria melhor, muito melhor, fechar a escola até que os líderes aprendessem a ciência de administrá-la de forma viável. Por amor de Cristo, como o povo escolhido de Deus, apliquemo-nos ao trabalho e iniciemos um sistema financeiro sustentável em nossas escolas. T6 211 2 Sempre que se torna preciso elevar os preços, em qualquer escola, seja primeiro o assunto exposto aos patrocinadores dessa escola, mostrando-lhes que as entradas estão muito baixas e que, em resultado, estão acumulando dívidas sobre a instituição, prejudicando e entravando seu funcionamento. Talvez uma elevação dos preços ocasione diminuição na matrícula, mas o maior número de alunos não deveria ser maior motivo de regozijo do que a libertação do débito. T6 212 3 Um dos resultados das baixas taxas escolares em Battle Creek tem sido o ajuntamento de maior número de alunos e de famílias do que é prudente em um lugar. Se dois terços do povo de Battle Creek estivessem em outros lugares, teriam espaço para se desenvolver. Maior proveito haveria se parte do tempo e da energia dedicados à escola maior de Battle Creek a fim de conservá-la em razoáveis condições houvesse sido empregada em outras localidades onde há margem para empreendimentos agrícolas a serem promovidos como parte da educação. Se houvesse boa vontade para seguir os caminhos do Senhor, muitos estabelecimentos estariam agora florescendo em outros lugares. T6 212 1 Repetidamente nos tem vindo a palavra do Senhor, dizendo que deveriam existir outros estabelecimentos, tanto igrejas como escolas, em outras localidades, que há demasiado peso de responsabilidades em um lugar. Que o povo saia dos grandes centros e estabeleça pólos de interesse em outros lugares, é a recomendação feita. Houvessem essas instruções sido atendidas e sido distribuídos os recursos, o dinheiro gasto nos edifícios a mais em Battle Creek teria sido suficiente para construir dois novos edifícios em outras localidades, e os três estariam crescendo e dando frutos como não se têm visto, por que os homens preferiram seguir sua própria sabedoria. T6 212 2 Dizem os irmãos que pastores e pais alegam que há dezenas e dezenas de jovens em nossas fileiras que necessitam das vantagens oferecidas em nossas escolas missionárias, os quais não as podem estudar a menos que as mensalidades sejam menores. Mas os que pleiteiam preços mais baixos devem ponderar cuidadosamente todos os lados da questão. Se os alunos não podem por si mesmos dispor de suficientes recursos para pagar o custo real de um bom e fiel trabalho em sua educação, não seria melhor que os pais, amigos, as igrejas a que eles pertencem ou irmãos de coração generoso e liberal da Associação à qual pertencem os ajudassem, do que se trouxesse sobre a escola um fardo de dívidas? Seria muito melhor insistir com os muitos patrocinadores da instituição partilharem as despesas do que ficar a escola com débitos. T6 213 1 É preciso encontrar métodos de impedir a acumulação de dívidas sobre nossas instituições. Não se deve permitir que toda a causa sofra em virtude de compromissos que nunca serão saldados a menos que haja inteira mudança, e o trabalho seja levado avante de forma diferente. Que todos quantos tiveram parte em permitir que essa nuvem de débitos baixasse sobre eles, sintam agora ser seu dever fazerem o que lhes for possível a fim de a dissipar. Auxílio a alunos merecedores T6 213 2 Às igrejas das diferentes localidades cumpre sentir que repousa sobre elas solene responsabilidade de preparar os jovens e cultivar os talentos para se empenharem em obra missionária. Quando vêem na igreja rapazes ou moças promissores de virem a tornar-se úteis obreiros, mas que não podem se manter na escola, devem assumir a responsabilidade de os mandar a uma de nossas escolas missionárias. Há nas igrejas pessoas com excelente capacidade, as quais precisam ser encaminhadas para o serviço. Pessoas que realizariam ótimo trabalho na vinha do Senhor, mas muitas são demasiado pobres para, sem assistência, obter a educação de que necessitam. As igrejas devem considerar um privilégio tomar parte em custear as despesas dessas pessoas. T6 213 3 Quem tem no coração a verdade, tem sempre a alma aberta, ajudando no que é necessário. Essas pessoas abrem o caminho, e outras seguem seu exemplo. Caso haja alguns que devam ser ajudados na escola, pois não podem pagar toda a despesa escolar, mostrem as igrejas sua liberalidade ajudando a tais pessoas. T6 213 4 Além disso, deve ser constituído em cada Associação um fundo para emprestar a dignos estudantes pobres que desejam se consagrar à obra missionária; e em alguns casos devem mesmo receber como dádiva. Quando foi iniciado o colégio de Battle Creek, foi formado no escritório da Review and Herald um fundo para o benefício dos que desejassem preparar-se, mas não tivessem meios. Isso foi usado por vários estudantes, até que conseguissem um bom impulso; depois pagavam de seus ganhos o que haviam retirado, de modo que outros tivessem por sua vez o benefício daquele fundo. É preciso que os jovens compreendam claramente que se devem esforçar o quanto possível para abrir o próprio caminho, pagando assim em parte as próprias despesas. O que custa pouco, pouco também será apreciado. Mas o que envolve um custo mais ou menos aproximado a seu real valor, será proporcionalmente estimado. Ensinar a depender de si mesmo T6 214 1 Por preceito e por exemplo, devemos ensinar a abnegação, a economia, a generosidade, o esforço próprio. Todo aquele que possui caráter verdadeiro, estará habilitado a enfrentar as dificuldades, e pronto para atender a um "Assim diz o Senhor". Os homens não se acham preparados para compreender sua obrigação para com Deus enquanto não houverem aprendido na escola de Cristo a usar o jugo da economia e obediência. O sacrifício faz parte das iniciativas de nossa obra para promover a verdade e estabelecer instituições. Constitui parte essencial da educação. O sacrifício deve tornar-se habitual em toda a edificação de nosso caráter nesta vida, se desejamos ter um edifício não feito com mãos e eterno, no Céu. T6 214 2 A juventude está exposta a muitos perigos em virtude de errôneas idéias relativas ao uso do dinheiro. Não devem os jovens ser supridos com dinheiro como se houvesse inesgotável abastecimento de onde pudessem tirar interminavelmente para satisfação de toda suposta necessidade. O dinheiro é para ser considerado um dom de Deus a nós confiado para efetuar Sua obra, promover-Lhe o reino, e os jovens devem aprender a restringir os próprios desejos. Eles têm de entender que ninguém deve corromper suas faculdades ao agradar-se e satisfazer-se a si mesmo. Aqueles a quem Deus dotou de habilidade para adquirir meios se acham para com Ele na obrigação de empregar esses meios, mediante a sabedoria comunicada pelo Céu, para a glória de Seu nome. Todo dinheiro gasto para satisfação própria, ou dado a amigos prediletos que o vão gastar para satisfação do orgulho e do egoísmo, é roubado do tesouro de Deus. O dinheiro gasto em roupas para agrado pessoal é tanto, que poderia haver sido empregado para promover a obra de Deus em novos lugares. Oh! se Deus desse a todos um verdadeiro senso do que significa ser cristão! É ser semelhante a Cristo, e Cristo não viveu para agradar a Si mesmo. O dever de nossas associações T6 215 1 As Associações desejam receber de nossas escolas obreiros educados e bem preparados, por isso devem dispensar-lhes um apoio mais caloroso e inteligente. Tem sido comunicada positiva luz para que os que ministram em nossas escolas ensinando a Palavra de Deus, explicando as Escrituras, educando os alunos nas coisas divinas, sejam sustentados com o dinheiro do dízimo. Essas instruções foram dadas há muito tempo, e mais recentemente têm sido reafirmadas. T6 215 2 Onde quer que sejam estabelecidas escolas, devem ser colocados diretores sábios, "homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza" (Êxodo 18:21), homens que façam tudo quanto lhes é possível nas várias responsabilidades de sua posição. Devem ser dotados de capacidade para os negócios, porém é ainda de maior importância que andem humildemente diante de Deus e sejam guiados pelo Espírito Santo. Esses homens serão ensinados por Deus, e buscarão conselho de irmãos acostumados a orar. T6 215 3 Os que dirigem nossas escolas devem trabalhar impelidos por motivos puros. Em sua abnegação, se lembrarão de que outras partes da grande seara têm necessidade dos mesmos recursos que a sua escola. Lembrarão, em todos os planos, que a igualdade e a unidade devem ser preservadas. Hão de calcular cuidadosamente o custo de todo empreendimento, e se esforçarão por não gastar tão grande soma de dinheiro que privem outros campos dos necessários recursos. T6 216 1 Muito freqüentemente pastores têm sido levados a assumir responsabilidades para as quais de maneira alguma estavam aptos. Tais encargos devem ser colocados sobre homens dotados de tato comercial, que podem se dedicar aos negócios, que podem visitar as escolas e manter um relatório das condições financeiras, e que também estão aptos a dar instruções quanto a manter a contabilidade. O trabalho da escola deve ser inspecionado várias vezes por ano. Desempenhem os pastores o papel de conselheiros, mas não se coloque sobre eles as responsabilidades financeiras. Inspeção pelo revisor da associação geral T6 216 2 A luz que me foi dada pelo Senhor é que homens prudentes, homens de habilidade financeira, visitem nossas escolas em todos os países e mantenham o controle de sua situação econômica. Esse assunto não deve ser deixado a cargo dos pastores ou dos membros da comissão, que não dispõem de tempo para assumir esse encargo. Tampouco se deve pôr sobre os professores essa responsabilidade. Essas questões de negócios escolares exigem talento que ainda não foi provido. T6 216 3 Caso os dirigentes houvessem exercitado clara percepção no passado, as desanimadoras condições financeiras que tanto têm estorvado a Causa nos últimos anos nunca teriam existido. T6 216 4 Se nossa obra educacional houvesse sido levada avante em harmonia com as instruções dadas, não pairaria hoje sobre nossas instituições a pesada sombra das dívidas. As finanças das escolas de igreja T6 216 5 Os mesmos princípios que, quando seguidos, trazem êxito e bênçãos a nossas escolas e colégios missionários, devem reger nossos planos quanto às escolas junto às igrejas. Que todos partilhem das despesas. Cuide a igreja que todos quantos devem receber os benefícios da escola a freqüentem realmente. As famílias pobres devem ser ajudadas. Não podemos nos chamar verdadeiros missionários, se negligenciarmos aqueles que, mesmo às nossas portas, se encontram na idade mais crítica, necessitados de nosso auxílio a fim de adquirir conhecimento e experiência que os habilitem para o serviço de Deus. T6 217 1 O Senhor quer que façamos os maiores esforços na educação de nossos filhos. Genuína obra missionária feita por professores diariamente ensinados por Deus, traria muitas almas ao conhecimento da verdade tal como é em Jesus, e as crianças assim educadas comunicarão a outros a luz e o conhecimento recebidos. Darão os membros da igreja os meios necessários para avançar a causa de Cristo entre os outros, deixando os próprios filhos promoverem o serviço e obra de Satanás? T6 217 2 Ao serem estabelecidas as escolas junto às igrejas, o povo de Deus verificará que é para eles valiosa educação o aprenderem a dirigir uma escola de maneira que venha a ser um êxito no sentido financeiro. Caso isso não possa ser conseguido, fechem a escola até que, com o auxílio de Deus, haja planos adequados para levá-la avante sem a mancha de débitos. Os livros devem ser revisados uma, duas e três vezes anualmente, por homens de habilidade financeira, de modo a verificar-se o verdadeiro estado da escola, e ver que não tenham lugar aí grandes despesas que venham a resultar em acumulação de compromissos. Devemos fugir de dívidas como da lepra. T6 217 3 Muitos de nossos jovens que desejam educar-se, pouco se preocupam com envolver-se em débitos. Consideram o estudo teórico como a principal maneira de se educar. Não compreendem o valor da educação nos negócios práticos, e ficam satisfeitos em gastar anos e anos se instruindo com recursos de outros, em vez de o fazerem com o próprio trabalho. Não analisam os resultados disso. Não raciocinam da causa para o efeito. T6 218 1 Freqüentemente a conseqüência dessa atitude é um desproporcionado desenvolvimento das faculdades. O aluno não compreende os pontos fracos de seu caráter; não avalia as próprias deficiências. Com o depender dos outros, perde uma experiência da vida prática, que dificilmente recuperará. Não aprende a dependência de si mesmo. Não aprende a exercer fé. A fé genuína habilitará a alma a erguer-se e sair de um estado imperfeito, atrasado, e compreender o que seja a verdadeira sabedoria. Caso os alunos desenvolvam o cérebro, a estrutura óssea e os músculos, de maneira harmônica, serão mais capazes de estudar, mais habilitados a lidar com as realidades da vida. Mas no caso de seguirem as próprias idéias errôneas acerca do que constitui a educação, não virão a ser homens e mulheres devidamente desenvolvidos, bem preparados. T6 218 2 "Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela. Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz." Provérbios 3:13-17. T6 218 3 "Toda criatura vivente ... viverá por onde quer que passe este rio." "Porque as suas águas saem do santuário." Ezequiel 47:9, 12. ------------------------Capítulo 26 -- O plano de Deus para as instituições médicas T6 219 1 Toda instituição estabelecida pelos adventistas do sétimo dia, deve ser para o mundo o que foi José para o Egito, e o que Daniel e seus companheiros foram para Babilônia. Quando, na providência de Deus, esses escolhidos foram levados cativos, foi para levarem às nações pagãs as bênçãos que sobrevêm à humanidade mediante o conhecimento de Deus. Cumpria-lhes ser representantes de Jeová. Nunca deveriam transigir com os idólatras; cumpria-lhes considerar uma honra especial sua fé religiosa e seu nome como adoradores do Deus vivo. T6 219 2 E assim fizeram. Na prosperidade e na adversidade, honraram a Deus, e Deus os honrou. T6 219 3 Chamado da prisão -- servo de cativos, presa da ingratidão e da malignidade -- José se demonstrou fiel à sua aliança com o Deus do Céu. E todo o Egito se maravilhou da sabedoria do homem a quem Deus instruíra. Faraó "fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda, para, a seu gosto, sujeitar os seus príncipes, e instruir os seus anciãos". Salmos 105:21, 22. Não somente ao povo do Egito, mas a todas as nações ligadas com aquele poderoso reino, Deus Se manifestou por intermédio de José. Desejava torná-lo um portador de luz a todos os povos, e colocou-o como o segundo no trono do maior império da Terra, a fim de que a iluminação celestial se estendesse perto e longe. Por sua sabedoria e justiça, pela pureza e benevolência de sua vida diária, por sua devoção aos interesses do povo -- e esse povo era uma nação de idólatras -- José foi um representante de Cristo. Em seu benfeitor, para quem todo o Egito se voltava com gratidão e louvor, aquele povo gentio, e por meio dele todas as nações com quem estavam em contato, deviam contemplar o amor de seu Criador e Redentor. T6 220 1 Da mesma forma, por meio de Daniel, Deus colocou uma luz ao lado do trono do maior império do mundo, para todos quantos quisessem aprender acerca do Deus vivo e verdadeiro. Reuniam-se, nas cortes de Babilônia, representantes de todas as terras, homens de talentos os mais seletos, os homens mais ricamente dotados de dons naturais, e possuidores da mais elevada cultura que este mundo podia proporcionar; todavia entre eles todos, os cativos hebreus eram inigualáveis. T6 220 2 Na resistência física e na beleza, no vigor mental e nas realizações literárias, no poder espiritual e na visão, eram sem rival. "E em toda a matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino." Daniel 1:20. Ao mesmo tempo que era fiel a seus deveres na corte do rei, tão fielmente mantinha Daniel sua lealdade a Deus, que Ele o pôde honrar como mensageiro Seu ao rei babilônio. Por meio dele foram revelados os mistérios do futuro, e o próprio Nabucodonosor foi constrangido a reconhecer o Deus de Daniel como "Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos". Daniel 2:47. T6 220 3 Igualmente devem as instituições estabelecidas hoje pelo povo de Deus glorificar-Lhe o nome. O único modo como podemos satisfazer-Lhe a expectativa, é ser representantes da verdade para este tempo. Deus deve ser reconhecido nas instituições estabelecidas pelos adventistas do sétimo dia. Por meio delas deve a verdade para este tempo ser apresentada perante o mundo com poder convincente. T6 221 1 Somos chamados a representar perante o mundo o caráter de Deus, tal como ele foi revelado a Moisés. Em resposta à oração de Moisés: "Rogo-Te que me mostres a Tua glória", o Senhor prometeu: "Eu farei passar toda a Minha bondade por diante de ti." Êxodo 33:18, 19. "Passando pois o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado." Êxodo 34:6, 7. Tal é o fruto que Deus deseja de Seu povo. Na pureza de seu caráter, na santidade de sua vida, em sua misericórdia e longanimidade e compaixão, devem eles demonstrar que "a lei do Senhor é perfeita, e converte a alma". Salmos 19:7 (TT). T6 221 2 O desígnio de Deus para Suas instituições hoje em dia, pode ser visto também no que Ele buscou realizar por meio da nação judaica. Era Seu intento, por meio de Israel, comunicar ricas bênçãos a todos os povos. Por intermédio deles devia o caminho ser preparado para a difusão de Sua luz a todo o mundo. As nações do mundo, seguindo costumes corruptos, haviam perdido o conhecimento de Deus. Todavia, em Sua misericórdia, Deus não as exterminou. Propôs-Se a dar-lhes oportunidade de se familiarizarem com Ele por meio de Sua igreja. Era Seu desígnio que os princípios revelados mediante Seu povo, fossem os meios de restaurar no homem a imagem moral de Deus. T6 221 3 Cristo era seu instrutor. Quando estava com eles no deserto, e da mesma maneira depois de seu estabelecimento na Terra Prometida, era ainda seu Mestre e Guia. No tabernáculo e no templo, Sua glória pousava no Shekinah, sobre o propiciatório. Em favor deles manifestava constantemente as riquezas de Seu amor e paciência. T6 222 1 Deus desejava fazer de Seu povo Israel um louvor e uma glória. Toda vantagem espiritual lhes foi dada. Deus não reteve deles coisa alguma favorável à formação do caráter que os tornaria Seus representantes. T6 222 2 Sua obediência às leis de Deus os tornaria uma maravilha de prosperidade perante as nações do mundo. Aquele que lhes poderia dar sabedoria e habilidade em toda obra de arte, continuaria a ser seu mestre e os enobreceria e elevaria por meio da obediência a Suas leis. Caso fossem obedientes, seriam guardados das doenças que afligiam outras nações, e seriam abençoados com vigor intelectual. A glória de Deus, Sua majestade e poder, revelar-se-iam em toda a sua prosperidade. Eles deviam ser um reino de sacerdotes e príncipes. Deus lhes proveu todos os recursos para se tornarem a maior nação da Terra. T6 222 3 Da maneira mais definida, Deus pôs diante deles, por meio de Moisés, o Seu desígnio, e tornou claras as condições de sua prosperidade. "Porque povo santo és ao Senhor teu Deus", disse Ele; "o Senhor teu Deus te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que sobre a Terra há... . Saberás pois que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que O amam e guardam os Seus mandamentos. ... Será pois que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e fizerdes, o Senhor teu Deus te guardará o concerto e a beneficência que jurou a teus pais, e amar-te-á, e abençoar-te-á, e te fará multiplicar. ... Bendito serás mais do que todos os povos." Deuteronômio 7:6, 9, 12-14. T6 222 4 "Hoje declaraste ao Senhor que te será por Deus, e que andarás nos Seus caminhos, e guardarás os Seus estatutos, e os Seus mandamentos, e os Seus juízos, e darás ouvidos à Sua voz. E o Senhor hoje te fez dizer que Lhe serás por povo Seu próprio, como te tem dito, e que guardarás todos os Seus mandamentos. Para assim te exaltar sobre todas as nações que fez, para louvor, e para fama, e para glória, e para que sejas um povo santo ao Senhor teu Deus, como tem dito." Deuteronômio 26:17-19. T6 223 1 Nessas palavras acham-se expostas as condições de toda a verdadeira prosperidade, condições que, para satisfazerem o desígnio de sua fundação, todas as nossas instituições precisam cumprir. T6 223 2 O Senhor deu-me anos atrás esclarecimentos especiais quanto ao estabelecimento de uma instituição de saúde, onde os doentes pudessem ser tratados de maneira diferente das que são seguidas em qualquer outra instituição do mundo. Ela seria fundada e dirigida sobre princípios bíblicos, como instrumento do Senhor, e devia ser em Suas mãos um dos mais eficazes meios para transmitir luz ao mundo. Era desígnio de Deus que ela se destacasse em capacidade científica, em poder moral e espiritual e como fiel sentinela da reforma em toda a sua conduta. Todos quantos desempenhem uma parte nela, devem ser reformadores, respeitando-lhe os princípios, e dando atenção à luz da reforma da saúde, a qual incide sobre nós como um povo. T6 223 3 Deus determinou que a instituição por Ele estabelecida fosse um foco de luz, constituísse uma advertência e uma reprovação. Queria provar ao mundo que uma instituição dirigida por princípios religiosos, como um refúgio para os doentes, poderia ser mantida sem sacrificar o caráter santo, que lhe é peculiar; que ela se poderia manter livre dos aspectos objetáveis que se encontram em outras instituições de saúde. Seria um instrumento na promoção de grandes reformas. T6 223 4 O Senhor revelou que a prosperidade do sanatório não dependeria apenas do conhecimento e perícia de seus médicos, mas do favor de Deus. Ele devia ser conhecido como uma instituição onde Deus era reconhecido como o Rei do Universo, instituição sob Seu especial controle. Seus dirigentes tinham de dar a Deus o primeiro, o último e o melhor lugar em tudo. E nisso estaria sua força. Caso fosse dirigida de maneira que o Senhor pudesse aprovar, teria grande êxito, e estaria na dianteira de todas as instituições congêneres mantidas pelo mundo. Grande luz, grande conhecimento e privilégios superiores lhe foram conferidos. E, em harmonia com a luz recebida, seria a responsabilidade daqueles a quem estava confiado o andamento da instituição. T6 224 1 Ao passo que nossa obra se tem ampliado e as instituições se têm multiplicado, os desígnios de Deus ao estabelecê-las permanecem os mesmos. As condições de prosperidade são imutáveis. T6 224 2 A família humana está sofrendo por causa da transgressão das leis de Deus. O Senhor deseja que os homens sejam levados a compreender a causa de seus sofrimentos e o único meio de encontrar alívio. Deseja que vejam que seu bem-estar -- físico, mental e moral -- depende da obediência a Sua lei. É Seu desígnio que nossas instituições sejam lições práticas, mostrando os resultados da obediência aos retos princípios. T6 224 3 Grande obra tem de ser realizada na promulgação dos princípios de saúde, ao preparar-se um povo para a segunda vinda do Senhor. O povo deve ser instruído com relação às necessidades do organismo e ao valor do viver saudável tal como é ensinado nas Escrituras, para que o corpo criado por Deus possa ser-Lhe apresentado como sacrifício vivo, apto a prestar-Lhe serviço aceitável. Há uma grande obra a ser realizada pela humanidade sofredora, em aliviar-lhe as penas mediante o emprego de agentes naturais providos por Deus, e em ensinar-lhes a evitar a doença pelo controle do apetite e das paixões. Cumpre ensinar ao povo que a transgressão às leis da natureza é transgressão das leis de Deus. Ensinar-lhes a verdade de que, tanto no aspecto físico quanto no espiritual, "o temor do Senhor encaminha para a vida". Provérbios 19:23. "Se queres, porém, entrar na vida", disse Jesus, "guarda os mandamentos." Mateus 19:17. Guarda "a Minha lei, como a menina dos teus olhos". Provérbios 7:2. As palavras de Deus, uma vez obedecidas, são "vida para os que as acham, e saúde para o seu corpo". Provérbios 4:22. T6 225 1 Nossos hospitais e clínicas são uma força educadora para ensinar o povo a esse respeito. Os que são ensinados podem por sua vez comunicar a outros o conhecimento dos princípios restauradores e conservadores da saúde. Assim nossos sanatórios devem ser instrumento para alcançar o povo, agência para mostrar-lhes o mal de desprezar as leis da vida e da saúde, e para ensinar a conservar o corpo nas melhores condições. Devem-se estabelecer instituições de saúde nos diferentes países penetrados pelos missionários, os quais devem ser centros de onde se irradie uma obra de cura, restauração e educação. T6 225 2 Cumpre-nos trabalhar tanto pela saúde física, como pela salvação da pessoa. Nossa missão é a mesma de nosso Mestre, de quem está escrito que andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo. Atos dos Apóstolos 10:38. Acerca de Sua própria obra, diz Ele: "O Espírito do Senhor Jeová está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos mansos." Isaías 61:1. "Enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos." Lucas 4:18, 19. Ao seguirmos o exemplo de Cristo, de trabalhar pelo bem dos outros, despertaremos o interesse deles no Deus a quem amamos e servimos. T6 225 3 Em todos os seus departamentos, nossos sanatórios devem ser monumentos a Deus, instrumentos Seus para semear a semente da verdade no coração humano. E isso cumprirão eles, caso sejam bem administrados. T6 226 1 A verdade viva de Deus deve ser dada a conhecer em nossas instituições médicas. Acham-se famintas e sedentas da verdade muitas das pessoas que a elas se dirigem, e quando a verdade é devidamente apresentada, recebem-na com alegria. Nossos sanatórios têm sido o meio de exaltar a verdade para este tempo, e apresentá-la perante milhares de pessoas. A influência religiosa de que essas instituições se acham impregnadas, inspira confiança a seus hóspedes. A certeza de que o Senhor ali preside e as muitas orações feitas pelos doentes impressionam os corações. T6 226 2 Muitos que nunca haviam pensado no valor da salvação, ficam convencidos pelo Espírito de Deus, e não poucos são levados a mudar todo o curso de sua vida. Serão causadas impressões que jamais se desfarão em muitos que estão satisfeitos consigo mesmos, que têm julgado suficientes suas normas de caráter, e não sentem necessidade da justiça de Cristo. Ao sobrevir a prova futura, quando lhes for dada iluminação, não poucos se colocarão ao lado do povo remanescente de Deus. T6 226 3 Deus é honrado por instituições dirigidas dessa maneira. Em Sua misericórdia, Ele tornou os sanatórios um tal poder no alívio do sofrimento físico, que milhares a eles têm sido atraídos a fim de se curarem de suas enfermidades. E, em muitos, a cura do corpo é acompanhada da restauração da alma. Recebem do Salvador o perdão dos pecados. Recebem a graça de Cristo e se identificam com Ele, com Seus interesses, Sua honra. Muitos saem de nossos sanatórios com novo coração. A mudança é decisiva. Voltando para o lar, essas pessoas são como luzes no mundo. Tornam-se testemunhas do Senhor. Seu testemunho é: "Vi Sua grandeza, tenho provado Sua bondade. 'Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que Ele tem feito à minha alma.'" Salmos 66:16. T6 227 1 Assim, mediante a prosperidade trazida pela mão de Deus, nossos sanatórios têm sido o meio de realizar grande bem. E têm de crescer ainda mais. Deus cooperará com o povo que O honrar. T6 227 2 Maravilhosa é a obra que Deus pretende realizar por intermédio de Seus servos, para que Seu nome seja glorificado. O Senhor fez de José uma fonte de vida para a nação egípcia. Por meio de José, foi conservada a vida de todo aquele povo. Por meio de Daniel, Deus salvou a vida de todos os sábios de Babilônia. E esses livramentos foram como lições práticas; ilustraram ao povo as bênçãos espirituais a eles proporcionadas mediante a ligação com o Deus a quem José e Daniel adoravam. T6 227 3 Assim, por intermédio de Seu povo hoje, Deus deseja trazer bênçãos ao mundo. Todo obreiro em cujo coração Cristo habita, todo aquele que manifeste Seu amor ao mundo, é um colaborador de Deus para bênção da humanidade. À medida que ele recebe do Salvador graça para comunicar aos outros, emana de todo o seu ser uma onda de vida espiritual. Cristo veio como grande Médico para curar as feridas produzidas pelo pecado na família humana; e Seu Espírito, operando por intermédio de Seus servos, comunica aos seres humanos enfermos de pecado e sofredores poderosa virtude curadora, eficaz para o corpo e para a alma. "Naquele dia", dizem as Escrituras, "haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado, e contra a impureza." Zacarias 13:1. As águas dessa fonte possuem propriedades medicinais que hão de curar tanto as enfermidades físicas como as espirituais. T6 227 4 Dessa fonte emana o poderoso rio visto na visão de Ezequiel. "Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, sararão as águas. E será que toda a criatura vivente que vier por onde quer que entrarem estes dois ribeiros viverá. ... E junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio." Ezequiel 47:8, 9, 12. T6 228 1 Tal rio de vida e de cura Deus designa que, mediante Seu poder operando por eles, sejam nossos sanatórios. T6 228 2 Nossos sanatórios devem mostrar ao mundo a beneficência do Céu; e embora a presença visível de Cristo não seja percebida no edifício, todavia os obreiros podem reclamar a promessa: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mateus 28:20. T6 228 3 As promessas de Deus a Israel pertencem igualmente às instituições hoje estabelecidas para a glória de Seu nome: "Assim diz o Senhor que faz estas cousas, o Senhor que as forma para as estabelecer; o Senhor é o Seu nome. Invoca-Me, e te responderei; anunciar-te-ei cousas grandes e ocultas, que não sabes. Porque assim diz o Senhor, o Deus de Israel, a respeito ... desta cidade. ... Eis que lhe tarei a ela saúde e cura, e os sararei; e lhes revelarei abundância de paz e segurança. ... Purificá-los-ei de toda a sua iniqüidade. ... Jerusalém Me servirá por nome, por louvor e glória, entre todas as nações da Terra, que ouvirem todo o bem que Eu lhe faço." "Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará seguramente; ela será chamada: Senhor, Justiça Nossa." Jeremias 33:2-9, 16. ------------------------Capítulo 27 -- A obra espiritual do médico T6 229 1 Todos os que exercem a medicina podem, pela fé em Cristo, ter em sua posse uma cura do mais alto valor, um remédio para a alma enferma de pecado. O médico convertido e santificado pela verdade é registrado no Céu como um cooperador de Deus, um seguidor de Jesus Cristo. Mediante a santificação da verdade, o Senhor dá aos médicos e enfermeiras sabedoria e habilidade para tratar os enfermos, e essa obra vai abrindo a porta firmemente fechada de muitos corações. Homens e mulheres são levados a compreender a verdade necessária para a salvação. T6 229 2 Esse é um elemento que distingue a obra para este tempo. A obra médico-missionária é como o braço direito da terceira mensagem angélica, que deve ser proclamada ao mundo caído; e os médicos, os administradores, e os obreiros em qualquer ramo, desempenhando-se fielmente de sua parte, estão fazendo a obra da mensagem. Assim o som da verdade irá a toda nação, tribo, língua e povo. Nesse trabalho, os anjos fazem uma parte. Despertam alegria e melodia espirituais no coração dos que foram libertados do sofrimento, e ascendem a Deus ações de graças dos lábios de muitos que receberam a preciosa verdade. T6 229 3 Todo médico em nossas fileiras deve ser cristão. Unicamente os que são genuínos cristãos bíblicos se podem desempenhar devidamente dos altos deveres de sua profissão. T6 229 4 O médico que compreende a responsabilidade de sua posição sentirá a necessidade da presença de Cristo com ele em sua obra em benefício daqueles por quem foi feito tal sacrifício. Subordinará tudo aos mais elevados interesses que dizem respeito à vida que pode ser salva para a eternidade. Fará tudo ao seu alcance para salvar tanto o corpo como a alma. Procurará fazer justamente a obra que Cristo faria se estivesse em seu lugar. O médico que ama a Cristo e as pessoas por quem Cristo morreu, buscará fervorosamente levar para o quarto do doente uma folha da árvore da vida. Ele procurará partir o pão da vida com o sofredor. Não obstante os obstáculos e dificuldades a serem enfrentados, essa é a obra sagrada e solene da profissão médica. T6 230 1 A verdadeira obra missionária é aquela em que a obra do Salvador é mais bem representada, mais exatamente copiados os Seus métodos, Sua glória melhor promovida. A obra missionária que falha em atingir essa norma, é registrada no Céu como deficiente. É pesada na balança do santuário e achada em falta. T6 230 2 Os médicos devem procurar encaminhar o espírito dos doentes para Cristo, o Médico da alma e do corpo. Aquilo que os profissionais da saúde apenas podem tentar fazer, Cristo realiza. O agente humano se esforça para prolongar a vida. Cristo é a própria vida. Aquele que passou pela morte a fim de destruir o que tem o império da morte, é a Fonte de toda vitalidade. Há bálsamo em Gileade, há Médico. Cristo suportou morte angustiosa, sob as mais humilhantes circunstâncias, para que pudéssemos viver. Depôs Sua vida preciosa a fim de vencer a morte. Mas surgiu da tumba, e as dezenas de milhares de anjos que vieram assistir o retomar Ele a vida que depusera, ouviram-Lhe as palavras de triunfante alegria quando Ele Se ergueu do fendido sepulcro de José, proclamando: "Eu sou a ressurreição e a vida." T6 230 3 A pergunta "Morrendo o homem, porventura tornará a viver?" foi respondida. Ao sofrer a pena do pecado, baixando à sepultura, Cristo iluminou a sepultura para todos quantos morrem na fé. Deus em forma humana, trouxe à luz vida e salvação pelo evangelho. Morrendo, assegurou Cristo a vida eterna a todos que nEle crêem. Morrendo, condenou o originador do pecado e a infelicidade de sofrer a pena do pecado: a morte eterna. T6 231 1 Possuidor e doador da vida eterna, Cristo era o único Ser que podia vencer a morte. Ele é nosso Redentor; e bem-aventurado é todo médico que, no verdadeiro sentido da palavra, é um missionário, um salvador de almas por quem Cristo deu a vida. Tal médico aprende dia a dia do Grande Médico a cuidar e trabalhar pela salvação e cura de homens e mulheres. O Salvador acha-Se presente no quarto do doente, na sala de cirurgia; e Seu poder opera grandes coisas para glória do Seu nome. T6 231 2 O médico pode efetuar um nobre trabalho, desde que esteja ligado ao Grande Médico. Ele pode encontrar oportunidade de dirigir palavras de vida aos familiares do doente, cujo coração está cheio de simpatia pelo sofredor; e pode acalmar e erguer o espírito do paciente levando-o a olhar Àquele que pode salvar perfeitamente todos quantos se aproximam dEle em busca de salvação. T6 231 3 Quando o Espírito de Deus opera na mente do enfermo, levando-o a indagar a verdade, trabalhe o médico pela preciosa alma como faria Cristo. Não deve insistir com ele sobre qualquer doutrina especial, mas encaminhá-lo a Jesus como o Salvador que perdoa os pecados. Os anjos de Deus impressionarão a mente. Alguns se recusarão a ser iluminados pela luz que Deus deseja fazer brilhar nas recâmaras da mente e no templo da alma; muitos, porém, corresponderão a essa luz, e desses espíritos serão banidos o engano e o erro em suas diferentes formas. T6 231 4 Toda oportunidade de trabalhar, como fez Cristo, deve ser cuidadosamente aproveitada. O médico deve falar acerca das obras de cura realizadas por Cristo, de Sua benignidade e amor. Ele deve crer que Jesus é seu companheiro, que lhe está de fato ao lado. "Somos cooperadores de Deus." 1 Coríntios 3:9. Nunca deve o médico negligenciar o encaminhamento do espírito dos doentes a Cristo, o Médico dos médicos. Uma vez que ele tenha o Salvador no coração, seus pensamentos serão sempre dirigidos ao Restaurador do corpo e da alma. Conduzirá a mente dos aflitos Àquele que pode restaurar, que, quando na Terra, restituía o enfermo à saúde, e curava a alma da mesma maneira que o corpo, dizendo: "Filho, perdoados estão os teus pecados. " Marcos 2:5. T6 232 1 Jamais a familiaridade com o sofrimento deve fazer com que o médico se torne descuidoso ou destituído de compaixão. Em casos de doenças perigosas, o enfermo sente achar-se na dependência do médico. Olha-o como sua esperança terrestre, e o médico deve sempre encaminhar a alma tremente Àquele que lhe é superior, ao Filho de Deus, que deu a vida a fim de salvá-lo da morte, que Se compadece do sofredor e que, por Seu divino poder, dará habilidade e sabedoria a todos quantos as peçam a Deus. T6 232 2 Quando o paciente ignora qual o desenlace de seu caso, é a ocasião de o médico impressionar-lhe a mente. Não o deve fazer movido do desejo de distinguir-se, mas a fim de dirigir a alma para Cristo como um Salvador pessoal. Caso a existência seja poupada, há uma alma por quem cumpre ao médico cuidar. O paciente acha que o médico é a própria vida de sua vida. E para que fim deve essa grande confiança ser empregada? Sempre para ganhar uma pessoa para Cristo, e engrandecer o poder de Deus. T6 232 3 Quando a crise passar e manifestar-se o êxito, seja o doente crente ou não, devem ser consagrados alguns momentos para orar com ele. Essa é a oportunidade para exprimir o reconhecimento pela vida que foi poupada. O médico que segue essa orientação leva seu paciente Àquele de quem ele depende para viver. Palavras de gratidão podem brotar da parte do doente para com o médico, pois, por Deus, ele ligou essa vida com a sua; mas sejam os louvores e as ações de graças dados a Deus como Aquele que Se acha presente, embora invisível. T6 233 1 No leito de enfermidade Cristo é com freqüência aceito e confessado; e isto será mais comum no futuro do que tem sido no passado, pois o Senhor fará uma obra rápida em nosso mundo. Nos lábios do médico devem estar palavras de sabedoria, e Cristo regará a semente semeada, fazendo com que dê fruto para a vida eterna. T6 233 2 Perdemos as mais preciosas oportunidades por negligenciar dizer uma boa palavra a seu tempo. Demasiadas vezes um talento precioso que poderia produzir mil vezes mais, é deixado inútil. Caso não estejamos alerta para o áureo privilégio, ele passará. Foi permitido que alguma coisa impedisse que o médico fizesse a obra que lhe era designada como ministro da justificação. T6 233 3 Não há muitos médicos piedosos para ministrarem em sua profissão. Há muito trabalho a ser feito, e os pastores e os médicos devem trabalhar em perfeita união. Lucas, autor do Evangelho que traz o seu nome, é chamado "o médico amado" (Colossences 4:14), e os que fazem obra semelhante à sua, estão vivendo o evangelho. T6 233 4 Inúmeras são as oportunidades do médico para advertir o impenitente, animar o desconsolado e sem esperança, e prescrever para saúde da mente e do corpo. Ao instruir assim o povo nos princípios da verdadeira temperança e, como guardião de almas, aconselhar aos que se acham física e mentalmente enfermos, o médico está desempenhando sua parte na grande obra de preparar um povo para o Senhor. Eis o que a obra médico-missionária tem de realizar em sua relação para com a terceira mensagem angélica. T6 233 5 Os pastores e os médicos devem trabalhar harmonicamente e com zelo para salvar almas que estão sendo emaranhadas nas redes de Satanás. Cumpre-lhes dirigir homens e mulheres a Jesus, sua justiça, sua força, e a saúde de sua expressão. Cumpre-lhes cuidar continuamente das pessoas. Alguns há que estão lutando com fortes tentações, em perigo de serem vencidos na luta contra os agentes satânicos. Serão essas pessoas passadas por alto, sem lhes dar assistência? Ao notar uma pessoa em necessidade de auxílio, deve-se iniciar uma conversa com ela, mesmo não a conhecendo. Deve-se orar com ela. E encaminhá-la a Jesus. T6 234 1 Essa obra pertence tão certamente ao médico como ao pastor. Mediante esforço público e particular, o médico deve procurar atrair almas a Cristo. T6 234 2 Em todos os nossos empreendimentos e em todas as nossas instituições, Deus deve ser reconhecido como o Obreiro Mestre. Os médicos devem conduzir-se como representantes de Cristo. A fraternidade médica tem feito muitas reformas, e cumpre-lhes avançar ainda mais. Aqueles que têm nas mãos a vida de criaturas humanas, devem ser educados, dignos, santificados. Então o Senhor operará por meio deles com poderosa força para glorificar Seu nome. T6 234 3 A obra de Cristo em favor do paralítico é uma ilustração da maneira pela qual devemos trabalhar. Por meio dos amigos ouvira ele falar de Jesus, e pedira para ser levado à presença do Poderoso Restaurador. O Salvador sabia que o paralítico andava torturado pelas sugestões dos sacerdotes, de que Deus o havia rejeitado por causa de seus pecados. Portanto, Sua primeira obra foi dar-lhe paz de espírito. "Filho", disse, "perdoados estão os teus pecados". Essa certeza encheu-lhe o coração de paz e alegria. Mas alguns dos presentes começaram a murmurar, dizendo em seu coração: "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" Marcos 2:7. Então, para que soubessem que o Filho do homem tinha poder de perdoar pecados, Cristo disse ao enfermo: "Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa." Marcos 2:11. Isso mostra como o Salvador ligava a obra da pregação da verdade e a de curar os doentes. ------------------------Capítulo 28 -- Unidade em nossa obra T6 235 1 À medida que a obra médico-missionária se estender, haverá tentação de torná-la independente de nossas associações. Foi-me, porém, apresentado, que esse plano não é certo. Os diferentes ramos de nossa obra não são senão partes de um grande todo. Têm um único centro. T6 235 2 Lemos em Colossenses: "O corpo é de Cristo. Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus." Colossences 2:17-19. Nossa obra, em todas as suas linhas, é demonstrar a influência da cruz. A obra de Deus no plano da salvação não deve ser realizada de qualquer forma desarticulada. Não deve ser operada ao acaso. O plano que proveu a influência da cruz, proveu igualmente os métodos de sua difusão. Esse método é simples em seus princípios e abrangente em suas linhas claras e distintas. Parte une-se a parte em perfeita ordem e relação. T6 235 3 Deus uniu Seu povo sob a forma de igreja de modo que revele ao mundo a sabedoria Daquele que formou esta organização. Ele sabia quais planos estabelecer para a eficiência e sucesso de Seu povo. A adesão a esses planos os habilitará a testificarem da autoria divina do grande plano para a restauração do mundo. T6 235 4 Os que tomam parte na obra de Deus deverão ser conduzidos e guiados por Ele. Toda ambição humana deve fundir-se em Cristo, que é a Cabeça de todas as instituições estabelecidas por Deus. Ele sabe como colocar e manter em operação todas as Suas agências. Sabe que a cruz deve ocupar o lugar central, pois ela é o meio de expiação para o homem e exerce influência em todas as partes do governo divino. O Senhor Jesus, que tem estado presente em toda a história deste mundo, conhece os métodos que devem ser investidos com poder para atuar sobre as mentes humanas. Ele sabe da importância de cada agência e compreende como cada uma delas deve relacionar-se com todas as demais. T6 236 1 "Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si." Romanos 14:7. Essa é uma lei de Deus no Céu e na Terra. Ele é o grande centro. DEle procede toda vida. A Ele pertencem todo serviço, homenagem e lealdade. Para todos os seres criados existe o grande princípio de vida -- dependência de Deus e cooperação com Ele. O relacionamento existente na pura família de Deus no Céu deveria existir na divina família terrestre. Abaixo de Deus, deveria Adão desempenhar o papel de cabeça da família humana, a fim de manter os princípios da família celestial. Isso traria paz e felicidade. Mas Satanás determinara-se a fazer oposição à lei que diz que "ninguém vive para si mesmo." Ele desejou viver para o eu. Procurou deslocar para si mesmo o centro de influência. Foi isso que incitou a rebelião no Céu, e foi a aceitação humana desse princípio que trouxe o pecado à Terra. Ao Adão pecar, o homem rompeu com o centro ordenado pelo Céu. O demônio tornou-se o poder central do mundo. Onde estivera antes o trono de Deus, estabeleceu Satanás o seu trono. O mundo depositou suas homenagens, uma espécie de oferta voluntária, aos pés do inimigo. T6 236 2 Quem seria capaz de introduzir os princípios ordenados por Deus em Sua jurisdição e governo a fim de contrafazer os planos de Satanás e conduzir o mundo de volta à lealdade? Deus disse: "Enviarei Meu Filho." "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16. T6 237 1 Esse é o remédio para o pecado. Cristo diz: "Onde Satanás estabeleceu o seu trono, estará a Minha cruz. Ele será expulso, e Eu serei erguido para atrair a Mim todos os homens. Tornar-Me-ei o centro do mundo redimido. O Senhor Deus será exaltado. Os que agora são controlados por ambições humanas, por humanas paixões, tornar-se-ão Meus obreiros. Influências malignas têm conspirado para contrafazer todo o bem. Uniram-se em confederação para levar os homens a pensarem que é correto opor-se à lei de Jeová. Entretanto, o Meu exército entrará em conflito com as forças satânicas. Meu Espírito se combinará com todas as agências celestiais para opor-se àquelas. Unir-Me-ei a cada agente humano santificado, em todo o Universo. Nenhum de Meus agentes deverá estar ausente. Tenho trabalho para todos os que Me amam, ocupação para cada alma disposta a agir sob Minha direção. A atividade do exército de Satanás, o perigo que envolve a alma humana, reclama as energias de cada obreiro. Entretanto, não será exercida a compulsão. A depravação humana deve ser tratada com o amor, a paciência, a longanimidade de Deus. Minha obra será a salvação dos que se encontram sob o governo de Satanás." T6 237 2 Por meio de Cristo, Deus opera para trazer o homem de volta ao seu original relacionamento com o Criador, e para corrigir as desorganizadoras influências introduzidas por Satanás. Unicamente Cristo permaneceu incontaminado num mundo de egoísmo, onde os homens são capazes de destruir um amigo ou irmão de modo a levar a cabo o esquema posto em suas mãos por Satanás. Cristo veio a nosso mundo, revestindo Sua divindade com a humanidade, para que a humanidade pudesse tocar a humanidade, e a divindade abraçar a divindade. Por entre os ruídos do egoísmo Ele pôde dizer aos homens: "Retornem ao centro de vocês -- Deus." Ele próprio tornou possível ao homem realizar isso ao representar na Terra os princípios do Céu. Como ser humano viveu a lei de Deus. Aos homens, em todas as nações, países e recantos, compartilhará Ele os mais preciosos dons do Céu, se tão-somente aceitarem a Deus como seu Criador e a Cristo como seu Redentor. Cristo unicamente pode efetuar isso. Seu evangelho, presente no coração e nas mãos de Seus seguidores, é o poder que realizará essa grande obra. "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!" Romanos 11:33. Tornando-Se Ele próprio sujeito às representações errôneas de Satanás, Cristo tornou possível que se realizasse a obra da redenção. Assim Satanás revelaria por si mesmo ser ele a causa da deslealdade no Universo de Deus. Assim se decidiria para sempre a grande controvérsia entre Cristo e Satanás. T6 238 1 Satanás fortalece as tendências destruidoras da natureza humana. Ele introduz a inveja, o ciúme, o egoísmo, a cobiça, a disputa e a contenda pela mais elevada posição. Agências malignas operam sob a orientação de Satanás. Assim os planos do inimigo, com suas tendências destrutivas, têm sido trazidos para dentro da igreja. Cristo vem com Suas próprias influências redentoras e, através da operação de Seu Espírito, propõe-Se a transferir Sua eficiência aos homens, empregando-os como Seus representantes, como coobreiros Seus, na tentativa de conduzir o mundo de volta à lealdade. T6 238 2 Os homens acham-se unidos em companheirismo, em dependência, uns aos outros. Pelos dourados laços da cadeia do amor devem unir-se firmemente ao trono de Deus. Isso pode ser conseguido tão-somente ao Cristo imputar ao homem finito os atributos que este sempre teria possuído, houvesse ele se mantido leal e fiel a Deus. T6 238 3 Os que, mediante uma inteligente compreensão das Escrituras, têm visão adequada da cruz, os que na verdade crêem em Jesus, têm alicerce seguro para sua fé. Possuem aquela fé que opera por amor e purifica a alma de todas as suas imperfeições, hereditárias e cultivadas. T6 239 1 Deus uniu os crentes através da igreja de modo que um pudesse fortalecer o outro nos bons e justos desafios. A igreja na Terra efetivamente constituirá um símbolo da igreja no Céu, se os membros tiverem uma só mente e uma só fé. O plano de Deus é maculado por aqueles que não são conduzidos pelo Espírito Santo. Outro espírito toma conta deles, pelo que auxiliam no fortalecimento das forças das trevas. Os que são santificados pelo precioso sangue de Cristo não se tornarão um meio para agir em sentido contrário ao grande plano arquitetado por Deus. Não introduzirão a humana depravação em coisas pequenas ou grandes. Não farão coisa alguma que perpetue a divisão na igreja. T6 239 2 É bem verdade que existe joio em meio ao trigo; entre o grupo de guardadores do sábado observam-se males; contudo, desprezaremos a igreja em virtude disso? Não será o caso de os administradores de cada instituição, os dirigentes de cada igreja, assumirem a obra da purificação, de tal modo que a transformação da igreja a torne uma brilhante luz em lugar escuro? T6 239 3 O que não conseguirá realizar cada crente no exercício dos puros princípios celestiais, se ele se recusar a contaminar-se, se permanecer firme como a rocha ao "Assim diz o Senhor"? Jeremias 17:5. Anjos de Deus virão em seu auxílio, preparando o caminho diante dele. T6 239 4 Paulo escreveu aos romanos: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:1, 2. Esse capítulo inteiro é uma lição que, imploro, deve ser estudada por todos os que pretendem ser membros do corpo de Cristo. Outra vez Paulo escreveu: "E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado." Romanos 11:16-22. De modo extremamente claro esses versos mostram que não deve haver menosprezo dos agentes que Deus estabeleceu na igreja. T6 240 1 Ministério santificado reclama negação do eu. A cruz precisa ser erguida e demonstrado o seu lugar na obra do evangelho. A influência humana deve derivar sua eficácia dAquele que é capaz de salvar e de manter salvos todos os que reconhecem sua dependência dEle. Através da união dos membros da igreja com Cristo e uns com os outros, o transformador poder do evangelho será difundido por todo o mundo. T6 240 2 Usa o Senhor, na obra do evangelho, diversos meios, e não se deve permitir que coisa alguma separe esses agentes. Jamais se deve estabelecer uma instituição de saúde como um empreendimento independente da igreja. Nossos médicos devem unir-se com a obra dos ministros do evangelho. Por meio do seu trabalho as pessoas devem ser salvas, para que o nome de Deus seja engrandecido. T6 240 3 A obra médico-missionária não deve em hipótese alguma ser divorciada do ministério evangélico. O Senhor declarou que os dois se acham tão intimamente ligados como o braço com o corpo. Sem essa união, parte alguma da obra é completa. A obra médico-missionária é o evangelho ilustrado. T6 241 1 Deus, porém, não pretende que a obra médico-missionária deva eclipsar a obra da mensagem do terceiro anjo. O braço não deve tornar-se o corpo. A terceira mensagem angélica é a mensagem do evangelho para os últimos dias, e em caso algum deve ela ser obscurecida por outros interesses, e dar a idéia de uma ponderação desnecessária. Em nossas instituições, quando qualquer coisa é colocada acima da mensagem do terceiro anjo, o evangelho não é aí o grande poder que lidera. T6 241 2 A cruz é o centro de todas as instituições religiosas. Essas instituições devem estar sob a direção do Espírito Santo de Deus; em nenhuma instituição deve homem algum ser a única cabeça. A mente divina tem homens para cada lugar. T6 241 3 Mediante o poder do Espírito Santo, toda obra designada por Deus deve ser elevada e enobrecida e levada a testificar em favor do Senhor. Deve o homem colocar-se sob o controle da Mente infinita, cujos ditames lhe cumpre obedecer em cada detalhe. T6 241 4 Procuremos compreender o nosso privilégio de andar e trabalhar com Deus. Embora contenha a expressa vontade de Deus, não possui o evangelho valor algum para os homens, elevados ou humildes, ricos ou pobres, a não ser que se coloquem em sujeição a Deus. Aquele que proporciona aos seus semelhantes o remédio para o pecado, deve ele próprio ser primeiro influenciado pelo Espírito de Deus. Não deve movimentar os remos a menos que esteja sob a direção divina. Não pode trabalhar com eficiência, não pode cumprir a vontade de Deus em harmonia com a mente divina, a menos que descubra, não de fontes humanas, mas da infinita sabedoria, que Deus está satisfeito com os Seus planos. T6 242 1 O benévolo desígnio de Deus abrange cada ramo de Sua obra. A lei da dependência e influência mútuas deve ser reconhecida e seguida. "Nenhum de nós vive para si." Romanos 14:7. O inimigo tem usado a corrente da dependência para aproximar os homens. Eles se têm unido para destruir no homem a imagem de Deus, para opor-se ao evangelho pervertendo-lhe os princípios. São representados na Palavra de Deus como sendo atados em molhos para ser queimados. Satanás está unindo suas forças para perdição. A unidade do povo escolhido de Deus tem sido terrivelmente abalada. Deus apresenta um remédio. Esse remédio não é uma influência entre muitas influências, e no mesmo nível delas; é uma influência acima de todas as demais sobre a face da Terra, uma influência neutralizante, enaltecedora e enobrecedora. Os que trabalham com o evangelho devem ser elevados e santificados; pois estão lidando com os princípios de Deus. Atrelados a Cristo, são cooperadores de Deus. Assim deseja o Senhor unir Seus seguidores uns aos outros, para que possam ser uma força para o bem, realizando cada qual a sua parte, não obstante nutrirem todos os sagrados princípios de dependência da Cabeça. T6 242 2 Cristo achava-se ligado a todos os ramos da obra de Deus. Não fazia divisões. Não Lhe parecia estar infringindo a obra do médico ao curar os enfermos. Proclamou a verdade, e quando os doentes vinham para receber a cura, estava tão pronto a colocar sobre eles as mãos quanto estava para pregar o evangelho. Sentia-Se tão à vontade nesse tipo de trabalho quanto Se sentia na proclamação da verdade. ------------------------Capítulo 29 -- Responsabilidades dos obreiros médicos T6 243 1 O quarto capítulo da epístola aos efésios contém lições que nos foram dadas por Deus. Nesse capítulo está falando alguém sob inspiração divina, alguém a quem Deus ofereceu instruções por intermédio de santa visão. Descreve o autor a distribuição dos dons de Deus aos obreiros, dizendo: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Efésios 4:11-13. Aqui nos é mostrado que Deus atribui a cada pessoa a sua obra, e ao cumpri-la está o homem preenchendo a sua parte no grande plano de Deus. T6 243 2 Essa lição deve ser cuidadosamente considerada por nossos médicos e missionários da área médica. Deus estabeleceu Seus representantes entre um povo que reconhece as leis do divino governo. Os enfermos devem ser curados através da combinação dos esforços humanos e divinos. Todo dom, toda capacidade prometidos por Cristo aos discípulos, derrama Ele sobre os que O servem fielmente. Aquele que outorga capacitação mental, e que confia talentos aos homens e mulheres que são Seus por criação e por redenção, espera que tais talentos e habilidades cresçam pela utilização. Todo talento precisa ser empregado em abençoar outros, redundando assim em honra a Deus. No entanto, os médicos têm sido levados a crer que suas habilidades representam propriedade individual deles próprios. Os recursos a eles concedidos para a obra de Deus, eles os têm aplicado em linhas de trabalho que Deus não lhes indicou. T6 244 1 Satanás age, a cada momento, procurando encontrar uma oportunidade para defraudar. Diz ao médico que seus talentos são demasiado valiosos para se vincularem aos adventistas do sétimo dia, que se ele for verdadeiramente livre, conseguirá realizar trabalho muito mais amplo. O médico é tentado a sentir que dispõe de métodos que ele poderá levar a cabo de modo independente em relação ao povo, acerca do qual Deus disse que seria colocado acima de todos os outros povos sobre a face da Terra. Que não pense o médico, entretanto, que sua influência será aumentada se ele se separar desse trabalho. Insistindo ele em levar a cabo seus planos, não desfrutará de sucesso. T6 244 2 O egoísmo, introduzido em qualquer grau na obra ministerial ou médica, constitui infração da lei de Deus. Quando os homens se gloriam em sua capacidade, fazendo com que o louvor humano se dirija a finitos seres criados, isso desonra a Deus, e Ele removerá aquilo que os faz gloriarem-se. Os médicos associados a nossos hospitais e à obra médico missionária foram pela providência de Deus vinculados a este povo, que recebeu dEle a incumbência de ser uma luz ao mundo. A obra desses médicos é devolver tudo aquilo que Deus lhes deu -- não como uma influência entre muitas, mas como a influência que, através de Deus, tornará efetiva a verdade para o tempo presente. T6 244 3 Deus nos outorgou uma obra especial, obra que nenhum outro povo pode realizar. Prometeu-nos o auxílio de Seu Santo Espírito. A corrente celestial flui para a Terra tendo em vista empreender a própria obra que nos foi indicada. Que esta corrente celestial não seja posta de lado em virtude de nossos desvios do reto caminho que nos foi indicado por Cristo. T6 244 4 Os médicos não devem supor que sejam capazes de abarcar o mundo com seus planos e esforços. Deus não determinou que eles utilizem tanto meramente os seus esforços. O homem que investe sua capacidade em muitas linhas de trabalho não pode assumir a administração de uma instituição de saúde, e fazê-lo corretamente. T6 245 1 Se os obreiros do Senhor assumem funções que os sobrecarregam naqueles aspectos em que deveriam comunicar luz ao mundo, Deus não recebe através de sua atividade a glória que deveria ser atribuída a Seu santo nome. Quando Deus chama alguém para realizar determinado trabalho em Sua causa, não deposita sobre essa pessoa fardos que outras deveriam carregar. Essas podem ser essenciais; entretanto, de acordo com Sua sabedoria, Deus reparte a cada um o seu trabalho. Não deseja Ele que a mente de Seus homens de responsabilidade seja extenuada por ter de assumir muitas frentes de trabalho. Se o obreiro não assumir a tarefa que lhe foi indicada, aquela que o Senhor sabe estar ele mais bem preparado a desempenhar, estará ele negligenciando deveres que, se adequadamente atendidos, resultariam na proclamação da verdade e preparariam os homens para a grande crise diante de nós. T6 245 2 Deus não poderá outorgar em maior medida a capacidade, tanto física quanto mental, àqueles que trazem para cima de seus ombros fardos que Ele não lhes indicou. Quando os homens assumem para si tais responsabilidades, não importa quão boa possa ser a obra, suas forças físicas são exigidas em excesso, sua mente torna-se confusa, e eles se incapacitam para o mais elevado sucesso. T6 245 3 Os médicos de nossas instituições não deveriam engajar-se em numerosos empreendimentos, permitindo assim que seu trabalho enfraqueça, num tempo em que deveria repousar sobre corretos princípios e exercer influência de âmbito mundial. Deus não determinou que Seus coobreiros abarquem tantas coisas, que estabeleçam planos tão grandiosos, ao ponto de fracassarem no lugar que lhes foi designado para a realização do grande bem que Ele espera façam eles, ao difundirem a luz ao mundo, e ao atraírem homens e mulheres enquanto Ele os conduz em Sua suprema sabedoria. T6 245 4 O inimigo acha-se determinado a contrafazer os desígnios de Deus em beneficiar a humanidade através da revelação daquilo que constitui a verdadeira obra médico-missionária. Tantos interesses têm sido envolvidos que os obreiros não têm conseguido realizar todas as coisas de acordo com o modelo mostrado no monte. Fui instruída de que a obra indicada aos médicos em nossas instituições é suficiente para eles, e que o que o Senhor requer deles é sua íntima ligação com os missionários evangélicos, e que realizem fielmente o seu trabalho. Ele não pediu a nossos médicos que assumam tão grande e variado trabalho como alguns têm posto sobre si próprios. Não designou ele que fosse obra especial dos médicos labutarem pelos que se acham nas densas trevas da iniqüidade, nas grandes cidades. O Senhor não requer coisas impossíveis de Seus servos. O trabalho por Ele outorgado aos nossos médicos deveria simbolizar perante o mundo o ministério do evangelho através de obra médico-missionária. T6 246 1 O Senhor não põe sobre o Seu povo todo o fardo de trabalhar por uma classe tão endurecida pelo pecado que muitos deles jamais serão beneficiados ou beneficiarão a outros. Se há homens que podem assumir o trabalho pelos mais degradados, se Deus põe sobre eles o fardo de trabalhar pelas massas de várias maneiras, que vão e reclamem do mundo os meios requeridos para esse trabalho. Não devem depender dos recursos que Deus destina ao sustento da obra da terceira mensagem angélica. T6 246 2 Nossas instituições de saúde necessitam da capacidade da mente e do coração, que outros tipos de trabalho lhes têm roubado. Satanás fará tudo que puder para multiplicar as responsabilidades de nossos médicos, pois sabe que por esse meio enfraquecerá, em vez de fortalecer, as instituições às quais eles se encontram vinculados. T6 246 3 Grande cuidado deve ser exercido com relação ao trabalho que assumimos. Não devemos tomar grandes encargos no cuidado de crianças pequenas. Essa obra está sendo feita por outros. Temos um trabalho especial no cuidado e educação de crianças maiores. Famílias que podem fazê-lo adotem as crianças pequenas, e receberão uma bênção por assim fazer. Existe, porém, uma obra mais elevada e especial a merecer a atenção de nossos médicos na educação dos que cresceram com caracteres deformados. Os princípios da reforma de saúde devem ser apresentados diante dos pais. Eles precisam converter-se, a fim de poderem atuar como missionários em seus próprios lares. Esse trabalho tem sido e poderá prosseguir sendo realizado por nossos médicos, contanto que não sacrifiquem a si próprios desempenhando tantas e tão variadas responsabilidades. T6 247 1 O médico-chefe em qualquer instituição ocupa uma difícil posição; deveria, portanto, manter-se livre de responsabilidades menores, pois estas não lhe permitiriam tempo para repouso. Deve poder contar com auxiliadores dignos de confiança, pois a ele cabe o desempenho de trabalhos difíceis. Deve ajoelhar-se em oração com os que sofrem, conduzindo seus pacientes ao Grande Médico. Se, na qualidade de humilde suplicante, buscar a Deus pedindo sabedoria para lidar com cada caso, sua força e influência será grandemente aumentada. T6 247 2 Por si mesmo, que poderá fazer o homem para realizar a grande obra posta diante dele pelo Deus infinito? Cristo diz: "sem Mim nada podereis fazer." João 15:5. Ele veio ao mundo para mostrar aos homens como realizar a obra que Deus lhes outorgara, de modo que nos diz: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve." Mateus 11:28-30. Por que é suave o jugo de Cristo e leve o Seu fardo? Porque Ele suportou esse peso na cruz do Calvário. T6 247 3 A religião pessoal é essencial a cada médico que pretenda ser bem sucedido no cuidado dos doentes. Necessita ele de um poder mais elevado que sua própria intuição ou habilidade. Deus almeja que os médicos se unam a Ele e saibam que cada alma é preciosa à Sua vista. Quem depende de Deus, compreendendo que unicamente Aquele que fez o homem sabe como dirigir, não fracassará como obreiro indicado por Ele para a cura das enfermidades físicas, ou como médico das almas pelas quais Cristo morreu. T6 248 1 Alguém que carrega as pesadas responsabilidades de médico necessita das orações do ministro do evangelho e deve ter seu espírito, mente e corpo ligados à verdade de Deus. Será então capaz de falar no devido tempo uma palavra ao aflito. Vigiará pela salvação das pessoas como alguém que delas terá de prestar contas. Poderá apresentar a Cristo como o Caminho, a Verdade e a Vida. As Escrituras aflorarão de modo claro à sua mente, e ele falará como quem conhece o valor das pessoas com as quais está lidando. Conformidade com o mundo T6 248 2 Disse o Senhor Jesus: "Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me." Lucas 9:23. As palavras de Cristo produziram impressão na mente dos ouvintes. Muitos destes, embora não compreendendo perfeitamente Suas instruções, foram movidos por profunda convicção e declararam, decididamente: "Nunca homem algum falou assim como este homem." João 7:46. Nem sempre os discípulos compreenderam as lições que, através de parábolas, Jesus desejou ensinar-lhes; quando a multidão se retirava, perguntavam-Lhe quanto ao significado de Suas palavras. Ele sempre estava disposto a conduzi-los a uma perfeita compreensão de Sua Palavra e Sua vontade; era a partir deles que, em linhas claras e distintas, a verdade deveria ser dirigida a todo o mundo. T6 248 3 Por vezes, Cristo reprovou os discípulos pela lentidão de compreensão que demonstravam. Colocou ao alcance deles verdades de cujo valor pouco suspeitavam. Havia estado com eles por bastante tempo, oferecendo-lhes as lições da divina verdade; contudo, a educação religiosa anterior e as interpretações errôneas que haviam ouvido dos ensinadores judeus em relação às Escrituras mantinham a mente dos discípulos nubladas. Cristo lhes prometeu enviar o Espírito Santo, que lhes faria relembrar as palavras de verdade porventura esquecidas. Disse Cristo: "O Espírito Santo ... vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito." João 14:26. T6 249 1 O modo como os mestres judeus expunham as Escrituras, suas infindáveis repetições de máximas e ficção, levaram Cristo a proferir as palavras: "Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim." Mateus 15:8. Realizavam nos compartimentos do templo suas rotinas de serviço. Ofereciam sacrifícios que tipificavam o grande Sacrifício, dizendo através de suas cerimônias: "Vem, meu Salvador." Entretanto, Cristo, Aquele a quem as cerimônias representavam, achava-Se entre eles, e não foram capazes de reconhecê-lO e nem de recebê-lO. O Salvador declarou: "Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." Mateus 15:9. T6 249 2 Cristo diz a Seus servos ainda hoje, como dissera aos discípulos de antigamente: "Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me." Lucas 9:23. Também hoje, como então, são os homens lentos em compreender a lição. Deus tem concedido a Seu povo advertência sobre advertência; todavia, os costumes, hábitos a práticas do mundo têm exercido tão grande poder sobre a mente de Seu professo povo, que Seus avisos têm sido desconsiderados. T6 249 3 Aqueles que desempenham uma parte na grande causa de Deus não devem seguir o exemplo dos mundanos. A voz de Deus precisa ser atendida. Quem depende de homens para fortalecimento e influência está se apoiando em um cajado quebrado. T6 249 4 A grande fraqueza da igreja tem sido a dependência de homens. Esses vêm desonrando a Deus por fracassarem em apreciar a Sua suficiência, ao cobiçarem a influência dos homens. Foi assim que Israel se enfraqueceu. O povo desejava ser como as demais nações do mundo, de modo que insistiram para ter um rei. Desejaram ser guiados pelo poder humano, ao qual podiam ver, em lugar do invisível poder divino que até então os conduzira e lhes dera a vitória na batalha. Fizeram sua própria escolha, e o resultado foi observado na destruição de Jerusalém e na dispersão da nação judaica. T6 250 1 Não podemos repousar nossa confiança em homem algum, não importa quão preparado e elevado seja, a menos que ele mantenha firme a base de sua confiança em Deus, do começo ao fim. Qual não terá sido o poder do inimigo sobre Salomão, um homem a quem a Inspiração por três vezes identifica como "amado de Deus", e a quem foi outorgada a grande obra de construção do templo! Exatamente nesse grande trabalho, Salomão estabeleceu aliança com nações idólatras, e através de casamentos uniu-se a mulheres pagãs, por intermédio de cuja influência ele, em seus anos tardios, esqueceu o templo de Deus e foi adorar nos altos que preparara para os ídolos de suas esposas! T6 250 2 Da mesma forma agora, os homens colocam a Deus de lado, como não sendo suficiente para eles. Voltam-se para os mundanos em busca de reconhecimento e pensam que por meio da influência obtida no mundo serão capazes de realizar alguma coisa grandiosa. Acham-se em erro. Por se apoiarem no braço do mundo em vez de no braço de Deus, põem de lado a obra que Deus deseja realizar através de Seu povo escolhido. T6 250 3 Ao serem postos em contato com as classes mais elevadas da sociedade, não pensem os médicos que devem ocultar as características peculiares que a santificação através da verdade produz neles. Os médicos que se unem à obra de Deus devem cooperar com Ele como agentes por Ele indicados; devem oferecer toda as sua capacidade e sua eficiência para o engrandecimento da obra do povo que guarda os mandamentos de Deus. Aqueles que, em sua sabedoria humana, procuram esconder as características peculiares que distinguem do mundo o povo de Deus, perderão sua vida espiritual, e deixarão de ser sustentados por Seu poder. T6 251 1 Nossos obreiros médicos jamais deveriam entreter a idéia de que é essencial apresentarem a aparência de riqueza. Existirá forte tentação de assim procederem, com a justificativa de que isso lhes aumentará a influência. Entretanto, fui instruída a dizer que o efeito será exatamente o oposto. T6 251 2 Todos os que exaltam a si mesmos ao se conformarem com o mundo, estabelecem um exemplo negativo. Deus reconhece como Seus apenas aqueles que praticam a auto-negação e o sacrifício por Ele próprio experimentados. Os médicos devem entender que seu poder repousa na humildade e bondade de coração. Deus honrará aqueles que fazem dEle o seu ponto de dependência. T6 251 3 O estilo com que se veste um médico, seus equipamentos e sua mobília não contam um jota diante de Deus. Ele não poderá atuar com Seu Espírito através daqueles que tentam competir com o mundo no vestuário e na aparência. Aquele que segue a Cristo precisa negar a si mesmo e tomar sua cruz. T6 251 4 O médico que ama e teme a Deus não terá necessidade de exibição exterior de modo a distinguir-se; pois o sol da Justiça irradia em seu coração e se revela através de sua vida, o que lhe fornece distinção. Os que atuam nos ramos da obra de Cristo serão como epístolas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens. Através de seu exemplo e influência, homens de talento e riqueza serão afastados da desvalia das coisas materiais e levados a repousar sobre realidades eternas. O maior respeito possível será demonstrado para com o médico que revela receber suas orientações de Deus. Coisa alguma operará de modo tão poderoso para o avanço da obra de Deus, como a permanência em posição de fidelidade por parte dos que atuam como Seus representantes. T6 251 5 O médico descobrirá que será para o seu presente e eterno bem seguir o modo de trabalho do Senhor. A mente criada por Deus pode ser por Ele moldada sem o auxílio humano; contudo, Ele honra os homens, ao pedir-lhes que cooperem com Sua grande obra. T6 252 1 Muitos consideram sua própria sabedoria como suficiente, e arranjam as coisas segundo seu julgamento, imaginando que assim obterão maravilhosos resultados. Entretanto, se dependessem de Deus, e não de si mesmos, receberiam sabedoria celestial. Aqueles que se encontram tão subjugados pelo trabalho, a ponto de não encontrarem tempo para clamar junto ao trono da graça e obter conselho de Deus, acabarão conduzindo a obra por canais errados. Nossa força repousa sobre a união com Deus através de Seu Filho unigênito e em nossa união uns com os outros. T6 252 2 O cirurgião que tem mais sucesso é aquele que ama a Deus, que vê a Deus nas obras criadas e O adora enquanto observa a sábia organização divina no organismo humano. O mais bem sucedido médico é aquele que teme a Deus desde a juventude, como foi o caso de Timóteo, e que sente ser Cristo o seu constante companheiro, um amigo com o qual pode sempre estar em comunhão. Tal médico não trocará a sua posição nem mesmo pelo mais alto cargo que o mundo lhe possa oferecer. Está mais ansioso por honrar a Deus e assegurar-se de Sua aprovação, do que em garantir patrocínio e honra dos mais graduados homens do mundo. Oração T6 252 3 Cada instituição de saúde estabelecida entre os adventistas do sétimo dia deve tornar-se uma Betel. Todos os que se encontram ligados a esse ramo da obra devem ser consagrados a Deus. Os que ministram aos doentes, que executam delicadas e graves cirurgias, deveriam lembrar-se de que um leve escorregão do bisturi, um tremor nervoso, podem fazer com que uma vida seja perdida. Não deveriam permitir, portanto, serem sobrecarregados com tantas responsabilidades, a ponto de não disporem de tempo para sessões especiais de oração. Através de oração fervorosa, devem reconhecer sua dependência de Deus. Unicamente por intermédio da pura verdade divina operando na mente e no coração, tão-somente através da quietude e força que só Ele pode outorgar, estarão esses obreiros qualificados para executar operações críticas, que significarão vida ou morte para os enfermos. T6 253 1 O médico genuinamente convertido não acarretará sobre si mesmo responsabilidades que interfiram em seu trabalho em favor das pessoas. Uma vez que sem Cristo nada podemos fazer, como seria possível a um médico ou obreiro da área médica engajar-se com êxito nessa importante obra sem buscar fervorosamente ao Senhor em oração? A oração e o estudo da Palavra redundam em vida e saúde. T6 253 2 O Senhor espera poder manifestar Sua graça e poder por intermédio de Seu povo. Requer, entretanto, que a mente daqueles empenhados em Seu serviço seja mantida sempre ligada a Ele. Todos os dias precisam dispor de tempo para ler a Palavra de Deus e orar. Cada oficial e cada soldado sob o comando do Deus de Israel necessita de tempo para consultar a Deus e buscar a Sua bênção. Se o obreiro permitir o afastamento dessa linha, perderá o poder espiritual. Precisamos, individualmente, andar e conversar com Deus; então a sagrada influência do evangelho de Cristo, em toda a sua preciosidade, aparecerá em nossa vida. T6 253 3 Uma obra de reforma precisa ocorrer em nossas instituições. Médicos, obreiros e enfermeiras devem compreender que se encontram sob prova, sendo testados para essa vida e para a vida que se mede segundo a vida de Deus. Necessitamos expandir cada faculdade de modo a trazer as verdades salvadoras à atenção dos sofredores seres humanos. Isso precisa ser realizado em conexão com o trabalho de curar os enfermos. Conseqüentemente, a causa da verdade será posta diante do mundo com toda a força que Deus designou ela tivesse. Através da influência de obreiros santificados, a verdade será magnificada. Avançará "como uma tocha acesa." Isaías 62:1. ------------------------Capítulo 30 -- A necessidade do mundo T6 254 1 Quando Cristo viu a multidão que se reunia em torno dEle, "teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor". Cristo via as enfermidades, as dores, a carência e degradação das multidões que Lhe dificultavam os passos. Foram-Lhe apresentadas as necessidades e misérias da humanidade em todo o mundo. Entre os mais altos e os mais humildes, os mais honrados e os mais degradados, via seres anelando as próprias bênçãos que Ele viera trazer, almas que necessitavam apenas conhecer-Lhe a graça para se tornarem súditos de Seu reino. "Então disse aos Seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para Sua seara." Mateus 9:36-38. T6 254 2 Hoje existem as mesmas necessidades. O mundo carece de obreiros que trabalhem como Cristo fazia pelos aflitos e os pecadores. Há, na verdade, uma multidão a ser alcançada. O mundo está cheio de doenças, sofrimentos, misérias e pecados. Cheio de criaturas necessitadas de quem delas cuide -- o fraco, o desamparado, o ignorante, o degradado. T6 254 3 Muitos dos jovens desta geração, entre as igrejas, as instituições religiosas e os lares supostamente cristãos, estão escolhendo o caminho da destruição. Devido a hábitos de intemperança, trazem doenças sobre si mesmos, e movidos pela ganância de ganhar dinheiro para as satisfações pecaminosas, caem em práticas desonestas. Arruínam a saúde e o caráter. Separados de Deus e rejeitados pela sociedade, essas pessoas sentem-se destituídas de esperança tanto para esta vida como para a futura. O coração dos pais é quebrantado. Os homens falam desses errantes como de casos sem esperança, mas Deus os contempla terna e compassivamente. Compreende todas as circunstâncias que os levaram a cair em tentação. Essa é uma classe que demanda trabalho em seu favor. T6 255 1 Perto e longe há pessoas, não somente jovens mas de todas as idades, na pobreza e na miséria, imersas no pecado e vergadas ao sentimento da culpa. É a obra dos servos de Deus buscar essas almas, orar com elas e por elas, e levá-las passo a passo ao Salvador. T6 255 2 Os que não reconhecem os direitos de Deus não são os únicos que se acham em aflição e necessitados de auxílio. No mundo atual, esse mundo onde reinam o egoísmo, a ganância e a opressão, muitos dos verdadeiros filhos do Senhor se acham necessitados e aflitos. Muitos estão, nos lugares humildes e miseráveis, rodeados de pobreza, doenças e culpas, suportando pacientemente o próprio fardo de sofrimento, e procurando confortar o desalentado e ferido pelo pecado que o atingiu. Muitos deles são quase desconhecidos das igrejas ou dos pastores; são, no entanto, luzes do Senhor, brilhando por entre as trevas. Desses tem o Senhor especial cuidado, e chama Seu povo a que Lhe sirvam de mão auxiliadora no suprir-lhes as faltas. Onde quer que haja uma igreja, deve-se dispensar especial atenção a procurar essas pessoas e ajudá-las. T6 255 3 E, ao mesmo tempo que trabalhamos pelos pobres, devemos dar atenção também aos ricos, cuja salvação é igualmente preciosa aos olhos de Deus. Cristo trabalhou por todos quantos Lhe ouviam a palavra. Buscava não somente o publicano e o rejeitado, como o rico e o culto fariseu, o nobre judeu e a autoridade romana. O homem rico necessita de que se trabalhe com ele no amor e temor de Deus. Muito freqüentemente ele confia em suas riquezas e não sente o próprio perigo. Os bens do mundo, confiados pelo Senhor aos homens, são muitas vezes fonte de grande tentação. Milhares são assim levados a pecaminosas condescendências que os confirmam em hábitos de intemperança e vício. Entre as arruinadas vítimas da miséria e do pecado, encontram-se muitos que dantes se achavam de posse de riquezas. Homens de diferentes vocações e situações na vida foram vencidos pelas corrupções do mundo, pelo uso de bebida forte, pela condescendência com as concupiscências da carne, e caíram em tentação. Ao mesmo tempo que esses caídos nos despertam compaixão e requerem nosso auxílio, não devemos também dedicar alguma atenção aos que ainda não desceram às profundezas, mas estão pondo os pés na mesma estrada? Milhares há que ocupam posição de honra e utilidade, os quais estão cedendo a hábitos que significam ruína para o corpo e a alma. Não se deve fazer o mais diligente esforço a fim de os esclarecer? T6 256 1 Ministros do evangelho, estadistas, escritores, homens de fortuna e de talento, homens de vasta capacidade na esfera dos negócios e de energia para serem úteis, acham-se em perigo mortal por não verem a necessidade de estrita temperança em tudo. Importa chamar-lhes a atenção para os princípios de temperança, não de maneira estreita ou arbitrária, mas em face do grande desígnio de Deus para a humanidade. Pudessem os princípios da verdadeira temperança lhes ser assim apresentados, e muitos membros das classes mais elevadas reconheceriam seu valor e os acolheriam de coração. T6 256 2 Há outro perigo a que as pessoas com mais dinheiro se acham especialmente expostas, e também aí há um campo para a obra médico-missionária. Muitas pessoas prósperas no mundo, e que nunca descem às formas comuns de vício, são ainda levadas à destruição pelo amor das riquezas. Absorvidas com os tesouros terrenos que possuem, são insensíveis aos reclamos de Deus e às necessidades de seus semelhantes. Em vez de considerar a própria riqueza como um talento a ser empregado para a glória de Deus e o reerguimento da humanidade, olham-na como um meio de condescender consigo mesmos e de glorificarem a si mesmos. Acumulam casas, terras, enchem suas moradas de luxo, ao passo que a necessidade caminha pelas ruas, e ao seu redor estão as criaturas humanas mergulhadas na miséria e no crime, na doença e na morte. Os que assim se dedicam a servir ao próprio eu, desenvolvem em si, não os atributos de Deus, mas os de Satanás. T6 257 1 Tais pessoas se acham carentes do evangelho. É preciso que volvamos os seus olhos da vaidade das coisas materiais, para contemplar a preciosidade das riquezas eternas. Precisam aprender a alegria de dar, a bênção de serem colaboradores de Deus. T6 257 2 As pessoas dessa classe são muitas vezes as de mais difícil acesso, mas Cristo abrirá caminhos pelos quais possam ser alcançadas. Que os obreiros mais sábios, mais fiéis e mais esperançosos procurem essas almas. Com a sabedoria e o tato nascidos do divino amor, com a cortesia e a delicadeza que resultam unicamente da presença de Cristo na alma, trabalhem eles pelos que, deslumbrados com o brilho das riquezas terrenas, não vêem a glória dos tesouros celestes. Estudem os obreiros a Bíblia com eles, insistindo por introduzir-lhes a verdade sagrada no coração. Leiam as palavras de Deus: "Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção." 1 Coríntios 1:30. "Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor." Jeremias 9:23, 24. "Em quem temos a redenção pelo Seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da Sua graça." Efésios 1:7. "O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." Filipenses 4:19. T6 258 1 Tal apelo, feito no espírito de Cristo, não será considerado impertinente. Impressionará o espírito de muitos da classe mais elevada. T6 258 2 Mediante esforços feitos com sabedoria e amor, muito rico poderá ser despertado para o senso de sua responsabilidade para com Deus. Quando fica evidente que o Senhor espera que eles, como Seus representantes, aliviem a humanidade sofredora, muitos corresponderão e darão de seus meios e simpatia para benefício dos pobres. Quando o espírito for assim desviado de seus interesses egoístas, muitos serão levados a se entregar a Cristo. Com seus talentos de influência e recursos, se unirão de bom grado à obra de beneficência com o humilde missionário que foi instrumento de Deus em sua conversão. Pelo devido emprego de seus tesouros terrenos, ajuntarão "tesouro no Céu que nunca acabe, onde não chega ladrão e a traça não rói". Lucas 12:33. Assegurarão para si o tesouro que a sabedoria oferece, isto é, "riquezas duráveis e justiça". Provérbios 8:18. T6 258 3 Observando nossa vida, o povo do mundo forma sua opinião de Deus e da religião de Cristo. Todos quantos não conhecem a Cristo precisam de que os elevados e nobres princípios de Seu caráter sejam constantemente mantidos diante deles através da vida dos que O conhecem. Satisfazer essa necessidade, levar a luz do amor de Cristo aos lares dos grandes e dos humildes, dos ricos e dos pobres, é o alto dever e o precioso privilégio do médico-missionário. T6 258 4 "Vós sois o sal da Terra" (Mateus 5:13), disse Cristo a Seus discípulos; e por essas palavras estava Ele falando aos Seus obreiros de hoje. Quem é representado pelo sal possui habilidade para salvar e caráter que inclui uma influência salvadora. T6 259 1 Ainda que um homem tenha mergulhado até às profundezas do pecado, há possibilidade de salvá-lo. Muitos perderam o senso das realidades eternas, perderam a semelhança com Deus e mal sabem se têm uma alma a salvar ou não. Nem têm fé em Deus nem confiança no homem. Mas podem compreender e apreciar atos de simpatia e assistência práticas. Ao verem pessoas que, sem desejar louvores ou recompensas terrenas, vão a seus infelizes lares, tratando o doente, dando de comer ao faminto, vestindo o nu e encaminhando ternamente todos para Aquele de cujo amor e compaixão o obreiro humano é simples mensageiro -- ao verem isso, seu coração é tocado. Desperta-se a gratidão. Acende-se a fé. Vêem que Deus cuida deles, e se tornam dispostos a escutar quando a Palavra divina é aberta. T6 259 2 Esforços importantes serão necessários nessa obra de restauração. Não é o caso de fazer comunicações surpreendentes de doutrinas estranhas a essas almas; à medida, porém, que são ajudadas materialmente, cumpre apresentar-lhes a verdade para este tempo. Homens, mulheres e jovens precisam ver a lei de Deus com suas reivindicações de vasto alcance. Não são as vicissitudes, a labuta ou a pobreza que degradam a humanidade; é o pecado, a transgressão da lei de Deus. Os esforços no sentido de salvar os excluídos e os degradados não terão proveito algum, a menos que o espírito e o coração sejam impressionados com os reclamos da lei de Deus e a necessidade de lealdade para com Ele. Deus não exige coisa alguma que não seja precisa para ligar a humanidade com Ele. "A lei do Senhor é perfeita, e converte a alma. ... O mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos." Salmos 19:7, 8 (TT). "Pela palavra dos Teus lábios", diz o salmista, "me guardei das veredas do destruidor." Salmos 17:4. T6 260 1 Os anjos estão ajudando nesta obra de restaurar os caídos e levá-los de volta Àquele que deu a vida para os redimir, e o Espírito Santo está cooperando com o ministério dos agentes humanos a fim de despertar as faculdades morais mediante Sua obra no coração, convencendo do pecado, da justiça e do juízo. T6 260 2 Ao se consagrarem os filhos de Deus a essa obra, muitos se agarrarão à mão que lhes é estendida para os salvar. São constrangidos a se desviar dos maus caminhos. Alguns dentre os libertos podem chegar, por meio da fé em Cristo, a elevadas posições de serviço, sendo-lhes confiadas responsabilidades na obra de salvar almas. Conhecem por experiência as necessidades daqueles por quem trabalham, e sabem como os podem auxiliar; sabem quais os melhores meios a serem usados para recuperar os que se acham prestes a perecer. Enchem-se de gratidão para com Deus pelas bênçãos recebidas; o coração é-lhes avivado pelo amor, e suas energias fortalecidas para erguerem outros que jamais o poderiam fazer sem auxílio. Tomando a Bíblia como guia e o Espírito Santo como ajudador e consolador, vêem abrir-se diante deles uma nova carreira. Cada uma dessas pessoas acrescentadas ao corpo de obreiros, provida de facilidades e de instrução quanto à maneira de salvar almas para Cristo, torna-se uma colaboradora dos que lhe trouxeram a luz da verdade. Assim Deus é honrado, e promovida Sua verdade. T6 260 3 O mundo não será tão convencido pelo que o púlpito ensina, como pelo que a igreja vive. O pregador anuncia a teoria do evangelho, mas a piedade prática da igreja demonstra-lhe o poder. ------------------------Capítulo 31 -- A necessidade da igreja T6 261 1 Enquanto o mundo necessita de simpatia, orações e assistência do povo de Deus, enquanto precisa ver a Cristo na vida de Seus seguidores, o povo de Deus se acha em igual necessidade de exercer simpatia, de dar eficácia a suas orações e desenvolver um caráter segundo o modelo divino. T6 261 2 É para proporcionar essas oportunidades que Deus colocou entre nós os pobres, os desafortunados, os doentes e sofredores. São o legado de Cristo a Sua igreja, e devem ser cuidados como Ele o faria. Assim tira Deus a escória e purifica o ouro, dando-nos aquela cultura de coração e de caráter que nos é necessária. T6 261 3 O Senhor poderia levar avante Sua obra sem nossa cooperação. Não depende de nós quanto a dinheiro, tempo ou trabalho. Mas a igreja é muito preciosa a Seus olhos. É o tesouro que encerra Suas jóias, o redil que Lhe abriga as ovelhas, e anela vê-la sem mácula nem ruga ou coisa semelhante. Anseia por ela com inexprimível amor. Eis porque nos tem dado oportunidades de trabalhar para Ele, e aceita-nos os serviços como testemunhos de amor e lealdade. T6 261 4 Ao colocar os pobres e sofredores entre nós, o Senhor nos está provando a fim de nos revelar o que está em nosso coração. Não podemos, sem incorrer em risco, esquivar-nos dos princípios. Não podemos violar a justiça, não podemos negligenciar a misericórdia. Ao vermos um irmão em decadência, não devemos passar de largo, mas fazer decididos e imediatos esforços para cumprir a Palavra de Deus, ajudando-o. Não podemos trabalhar em contrário às especiais direções de Deus, sem que o resultado de nossa obra se reflita sobre nós. Importa que fique firmemente determinado, arraigado e cimentado na consciência que não nos será benéfica qualquer coisa, em nossa conduta, que desonre a Deus. T6 262 1 Deve ser escrito na consciência, como com pena de ferro sobre a rocha, que aquele que despreza a misericórdia, a compaixão e a justiça, o que negligencia o pobre, que passa por alto as necessidades da humanidade sofredora, que não é bondoso e cortês, está-se conduzindo de maneira que Deus não pode cooperar com ele no desenvolvimento do caráter. O cultivo do espírito e do coração ocorre mais facilmente quando sentimos tão terna compaixão pelos outros, que oferecemos nossos benefícios e privilégios a fim de suprir-lhes as necessidades. Adquirir e segurar tudo quanto nos é possível para nós mesmos, tende a empobrecer a alma. Mas todos os atributos de Cristo aguardam a recepção dos que fazem a própria obra que Deus lhes designou, trabalhando à maneira de Cristo. T6 262 2 Nosso Redentor envia Seus mensageiros a darem testemunho perante Seu povo. Ele diz: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo." Apocalipse 3:20. Muitos, porém, recusam recebê-Lo. O Espírito Santo espera abrandar e submeter o coração; porém, eles não estão dispostos a abrir a porta e deixar o Salvador entrar, por temor de que Ele lhes exija alguma coisa. E, assim, Jesus de Nazaré passa. Anseia conceder-lhes as ricas bênçãos de Sua graça, mas recusam aceitá-las. Que terrível coisa é excluir a Cristo de Seu próprio templo! Que prejuízo para a igreja! T6 262 3 As boas obras nos custam sacrifícios, mas é no próprio sacrifício que elas provêem a disciplina. Essas obrigações nos põem em conflito com os sentimentos e propensões naturais, e ao cumpri-las obtemos vitória após vitória sobre os traços indesejáveis de nosso caráter. A luta prossegue, e assim crescemos na graça. Assim refletimos a imagem de Cristo, e nos preparamos para um lugar entre os bem-aventurados no reino de Deus. T6 263 1 Aos que transmitem aos necessitados o que recebem do Mestre, acompanharão bênçãos, tanto temporais, como espirituais. Jesus operou um milagre a fim de alimentar os cinco mil, uma multidão fatigada e faminta. Procurou um lugar aprazível para acomodá-los, e mandou-os sentar. Tomou, então, os cinco pães e os dois peixinhos. Sem dúvida, foram feitas muitas observações quanto à impossibilidade de satisfazer cinco mil homens famintos, além de mulheres e crianças, com aquela escassa provisão. Mas Jesus deu graças, e pôs a comida nas mãos dos discípulos para ser distribuída. Eles deram à multidão a comida que lhes aumentava nas mãos. E quando ela havia comido, os próprios discípulos sentaram-se e comeram com Cristo da provisão fornecida pelo Céu. Essa é uma preciosa lição para cada seguidor de Cristo. T6 263 2 A religião pura e imaculada é "visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo". Tiago 1:27. Os membros de nossa igreja acham-se em grande necessidade de conhecimento da piedade prática. Precisam praticar a abnegação e o sacrifício. Precisam dar provas ao mundo de que se assemelham a Cristo. Portanto, a obra que Cristo exige deles não é para ser feita por procuração, colocando em alguma comissão ou instituição o encargo que eles próprios devem assumir. Cumpre-lhes tornar-se semelhantes a Cristo no caráter, mediante o dar de seus meios e tempo, sua simpatia e esforço pessoal, o ajudar o enfermo, o confortar o contristado, aliviar o pobre, animar o abatido, esclarecer as almas em trevas, encaminhar os pecadores a Cristo, impressionar os corações com a obrigação de observar a lei de Deus. T6 264 1 O povo está observando e pesando os que pretendem crer nas verdades especiais para este tempo. Está observando a ver em que sua vida e conduta representam a Cristo. Empenhando-se humilde e zelosamente na obra de fazer bem a todos, o povo de Deus exercerá uma influência que testificará em toda vila e cidade em que a verdade penetrar. Se todos quantos conhecem a verdade se apoderarem dessa obra segundo se apresentarem as oportunidades, praticando dia a dia pequenos atos de amor na vizinhança do lugar em que moram, Cristo será manifesto aos seus vizinhos. O evangelho revelar-se-á um poder vivo, e não fábulas artificialmente compostas ou ociosas especulações. Revelar-se-á como realidade, não como resultado da imaginação ou do entusiasmo. Isso será de mais conseqüência do que sermões ou exposições doutrinárias. T6 264 2 Satanás está jogando com toda alma a partida da vida. Sabe que a simpatia prática é uma prova de pureza e desprendimento do coração, e fará todo esforço possível para fechar-nos o coração às necessidades dos outros, para que fiquemos afinal impassíveis diante do sofrimento. Ele introduzirá muitas coisas a fim de impedir a expressão de amor e simpatia. Foi assim que ele arruinou Judas. Este cuidava continuamente de beneficiar-se a si mesmo. Nisso representa vasta classe de professos cristãos de hoje. Precisamos, portanto, refletir sobre seu caso. Achamo-nos tão perto de Cristo como ele estava. Todavia, como aconteceu com Judas, a associação com Cristo não nos torna um com Ele, se isso não cultiva em nosso coração sincera simpatia por aqueles por quem Cristo deu a vida, encontramo-nos no mesmo perigo em que estava Judas de ficar separados de Cristo, joguetes das tentações de Satanás. T6 265 1 Cumpre-nos guardar-nos do primeiro desvio da justiça; pois uma transgressão, uma negligência em manifestar o espírito de Cristo, abre caminho para outra e outra ainda, até que a mente é dominada pelos princípios do inimigo. Caso seja cultivado, o espírito de egoísmo se torna uma paixão devoradora, que coisa alguma senão o poder de Cristo pode subjugar. A mensagem de Isaías 58 T6 265 2 Não posso deixar de ser demasiado veemente em insistir com todos os membros de nossas igrejas, todos quantos são verdadeiros missionários, todos quantos crêem na terceira mensagem angélica, todos quantos desviam o pé de profanar o sábado, para considerarem a mensagem do capítulo cinqüenta e oito de Isaías. A obra de beneficência recomendada nesse capítulo é a obra que Deus requer de Seu povo neste tempo. É uma obra indicada por Ele próprio. Não somos deixados em dúvida quanto ao lugar da mensagem e ao tempo de seu assinalado cumprimento, pois lemos: "E os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar." Isaías 58:12. O memorial de Deus, o sábado do sétimo dia, o sinal de Sua obra em criar o mundo, foi removido pelo homem do pecado. O povo de Deus tem uma obra especial a fazer em reparar as brechas feitas em Sua lei; e quanto mais nos aproximamos do fim, tanto mais urgente se torna essa obra. Todos quantos amam a Deus mostrarão que Lhe trazem o sinal pela guarda de Seus mandamentos. Eles são os restauradores de veredas para a habitação. Diz o Senhor: "Se desviares o teu pé do sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, ... então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da Terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó." Isaías 58:13, 14. Assim o genuíno trabalho médico-missionário acha-se inseparavelmente ligado à observância dos mandamentos de Deus, dentre os quais o sábado é especialmente mencionado, uma vez que é o grande memorial da obra criadora de Deus. Sua observância está ligada com a obra de restaurar a imagem moral de Deus no homem. Esse é o ministério que o povo de Deus deve levar avante neste tempo. Esse ministério, quando devidamente cumprido, trará ricas bênçãos à igreja. T6 266 1 Necessitamos, como crentes em Cristo, de uma fé maior. Importa que sejamos mais fervorosos na oração. Muitos cogitam por que suas orações são tão sem vida, tão fraca e vacilante a sua fé, sua vida cristã tão sombria e incerta. Não temos nós jejuado, dizem, e andado "de luto diante do Senhor dos Exércitos?" No capítulo cinqüenta e oito de Isaías, Cristo mostrou como se podem mudar essas condições. Diz Ele: "Porventura não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados? e, vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?" Isaías 58:6, 7. Eis a receita prescrita por Cristo para a alma desfalecida, duvidosa, tremente. Que os tristes, que andam lamentosamente na presença de Deus, levantem-se e ajudem alguém que está em necessidade. T6 266 2 Toda igreja se acha necessitada do poder controlador do Espírito Santo, e é agora o tempo de orar por ele. Mas em todo o trabalho de Deus pelo homem, Seus desígnios são que este coopere com Ele. Para isso, o Senhor roga à igreja que tenha maior piedade, mais justo senso de dever, mais clara compreensão de suas obrigações para com seu Criador. Roga-lhes que sejam um povo puro, santificado, ativo. E a obra de auxílio cristão é um dos meios de operar isso, pois o Espírito Santo participa com todos os que estão fazendo o serviço de Deus. T6 267 1 Aos que se acham empenhados nessa obra, quero dizer: Continuem a trabalhar com tato e habilidade. Despertem os companheiros para trabalhar sob algum nome com o qual se organizem para cooperar em ação harmônica. Mobilizem os rapazes e as moças das igrejas para trabalhar. Unam a obra médico-missionária com a proclamação da terceira mensagem angélica. Façam esforços regulares, organizados, para erguer os membros da igreja acima da atmosfera morta em que se têm colocado por anos. Enviem às igrejas obreiros que vivam os princípios da reforma da saúde. Sejam enviadas pessoas que sintam a necessidade de abnegação no apetite, do contrário serão um laço para a igreja. Notem então que um sopro de vida se apoderará de nossas igrejas. Importa introduzir na obra um novo elemento. O povo de Deus precisa compreender sua grande necessidade e perigo, e lançar mãos à obra que lhes fica mais perto. T6 267 2 O Salvador está sempre presente com os que se empenham nesta obra, dizendo uma palavra a tempo e fora de tempo, ajudando os necessitados, falando-lhes do maravilhoso amor de Cristo por eles, e impressionando o coração dos pobres, miseráveis e infelizes. Quando a igreja aceita a obra que lhe é dada por Deus, tem a promessa: "Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda." Isaías 58:8. Cristo é nossa justiça; vai adiante de nós nesta obra, e a glória do Senhor vem como conseqüência. T6 267 3 Tudo quanto o Céu contém está à espera para ser utilizado pela alma que trabalha com Cristo. Quando os membros de nossa igreja iniciarem individualmente o trabalho que lhes é indicado, serão circundados por uma atmosfera totalmente diversa. Suas atividades serão acompanhadas de bênção e poder. Experimentarão mais elevado cultivo de espírito e coração. O egoísmo que lhes atava a alma será vencido. Sua fé será um princípio vivo. Serão mais fervorosas as orações. A vivificante e santificadora influência do Espírito Santo será derramada sobre eles, e estarão mais perto do reino de Deus. T6 268 1 O Salvador desconhece tanto classe social como posição, tanto as honras mundanas como as riquezas. Caráter e dedicação de propósito são de alto valor para Ele. Não toma partido ao lado dos fortes e dos favorecidos pelo mundo. Ele, o Filho do Deus vivo, inclina-Se para erguer os caídos. Por meio de promessas e palavras de segurança, busca atrair a Si a alma perdida e prestes a perecer. Os anjos de Deus estão observando para ver quais de Seus seguidores exercerão terna compaixão e simpatia. Observam para ver quais dentre o povo de Deus manifestarão o amor de Jesus. T6 268 2 Os que avaliam a miséria do pecado, e a divina compaixão de Cristo em Seu infinito sacrifício pelo homem caído, terão comunhão com Cristo. Seu coração estará cheio de benignidade; a expressão da fisionomia e o tom da voz manifestarão simpatia, seus esforços se caracterizarão por sincera solicitude, amor e energia, e, ajudados por Deus, serão uma força para ganhar almas para Cristo. T6 268 3 Todos nós precisamos semear uma colheita de paciência, compaixão e amor. Ceifaremos aquilo que estamos semeando. Nosso caráter está-se formando agora para a eternidade. Aqui na Terra, estamos nos preparando para o Céu. Tudo devemos à graça, abundante graça, graça soberana. A graça no concerto ordenou nossa adoção. A graça do Salvador efetuou nossa redenção, regeneração e adoção como co-herdeiros de Cristo. Que essa mesma graça seja manifesta aos outros. ------------------------Capítulo 32 -- O dever para com os da nossa fé T6 269 1 Há duas classes de pobres que temos sempre ao nosso alcance -- os que se arruínam a si mesmos por sua maneira de agir independente e que continuam na transgressão, e os que por amor da verdade foram levados a circunstâncias difíceis. Devemos amar nosso próximo como a nós mesmos e, então, a essas classes, sob a guia e conselho de uma sã prudência, faremos o que for justo. T6 269 2 Não há dúvidas quanto aos pobres do Senhor. Esses devem ser ajudados em todo caso em que isso seja para seu benefício. T6 269 3 Deus quer que Seu povo revele ao mundo pecador que Ele não os deixou a perecer. Devem ser feitos especiais esforços para ajudar os que foram expulsos de seus lares por amor da verdade, sendo obrigados a sofrer. Haverá mais e mais necessidade de corações largos, francos, e generosos, corações que se neguem a si mesmos e se interessem pelos casos desses a quem o Senhor ama. Os pobres entre o povo de Deus não devem ser deixados sem providências a suas necessidades. Cumpre encontrar algum meio pelo qual possam ter a subsistência. Alguns precisarão ser ensinados a trabalhar. Outros, que trabalham ao máximo de suas forças a fim de sustentar a família, necessitarão de especial assistência. Devemos interessar-nos por esses casos e ajudá-los a encontrar emprego. Deve haver um fundo para ajudar essas dignas famílias pobres que amam a Deus e guardam Seus mandamentos. T6 269 4 É preciso cuidar que os meios necessários a essa obra não sejam desviados para outros desígnios. É diferente se ajudamos os pobres que, devido a observarem os mandamentos de Deus, são reduzidos à escassez e sofrimento, ou se negligenciamos esses a fim de ajudar os que blasfemam e pisam os mandamentos de Deus. E o Senhor considera a diferença. Os observadores do sábado não devem passar pelos necessitados e aflitos do Senhor, e passarem a sustentar os que continuam em transgressão da lei de Deus, os que estão sendo educados a esperar auxílio de quem quer que os sustente. Essa não é a verdadeira espécie de obra missionária. Não está em harmonia com o plano do Senhor. T6 270 1 Sempre que se estabelece uma igreja, seus membros devem fazer uma obra fiel em favor dos crentes necessitados. Mas não deveria ficar nisso. Devem também ajudar a outros, independentemente de sua fé. Em resultado de tais esforços, alguns desses receberão as verdades especiais para este tempo. Os pobres, os doentes e os idosos T6 270 2 "Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos em alguma das tuas portas, na tua terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te, que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão; e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao Senhor, e que haja em ti pecado. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a tua mão. Pois nunca cessará o pobre do meio da Terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra." Deuteronômio 15:7-11. T6 270 3 Devido a certas circunstâncias, alguns dos que amam e obedecem a Deus caem em pobreza. Outros não são cuidadosos; não sabem se dirigir. Outros ainda são pobres por causa de doenças e infortúnios. Seja qual for a causa, acham-se necessitados, e ajudá-los é um importante ramo da obra missionária. T6 271 1 Todas as nossas igrejas devem cuidar de seus pobres. Nosso amor para com Deus deve exprimir-se no fazer o bem aos necessitados e sofredores da família da fé, cujas carências nos chegam ao conhecimento e exigem nosso cuidado. Toda pessoa se acha diante de Deus sob particular obrigação de observar com especial compaixão Seus pobres dignos. Sob consideração alguma devem eles ser passados por alto. T6 271 2 Escreve Paulo à igreja de Corinto: "Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus; de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe esta graça entre vós." 2 Coríntios 8:1-6. T6 271 3 Houve uma fome em Jerusalém, e Paulo sabia que muitos dos cristãos se haviam dispersado e que os que haviam ficado estariam da mesma maneira privados de simpatia humana e expostos à inimizade religiosa. Exortou, portanto, as igrejas a enviarem ajuda financeira a seus irmãos em Jerusalém. A importância arrecadada pela igreja excedera à expectativa dos apóstolos. Constrangidos pelo amor de Cristo, os crentes deram liberalmente, e encheram-se de alegria por exprimirem assim sua gratidão ao Redentor e seu amor pelos irmãos. Essa é a verdadeira base da caridade, segundo a Palavra de Deus. T6 272 1 Insiste-se constantemente no assunto da necessidade do cuidado pelos nossos irmãos idosos que não têm lar. Que pode ser feito por eles? A luz que o Senhor me deu é muito clara: Não é o melhor estabelecer instituições para cuidar dos idosos, para que fiquem juntos, em companhia uns dos outros, nem devem eles ser mandados embora de casa para receberem cuidados. Os membros de cada família devem cuidar dos seus próprios parentes. Quando isso não for possível, o trabalho cabe à igreja, e deve ser aceito como dever e privilégio. Todos os que têm o espírito de Cristo hão de considerar os debilitados e idosos com especial respeito e ternura. T6 272 2 Deus permite que os pobres se achem dentro dos limites de toda igreja. Eles estarão sempre conosco, e o Senhor põe sobre os membros de toda igreja uma responsabilidade pessoal de cuidar deles. Não devemos passar a outros nosso encargo. Cumpre-nos manifestar aos que se acham ao nosso redor o mesmo amor e simpatia que Cristo demonstraria, caso estivesse em nosso lugar. Assim devemos ser disciplinados a fim de preparar-nos para trabalhar segundo Cristo. T6 272 3 O pastor deve educar as várias famílias e fortalecer a igreja para cuidar dos próprios doentes e pobres. Ele deve levar o povo a utilizar as condições que Deus lhe deu, e se uma igreja está sobrecarregada nesse sentido, outras devem chegar em auxílio. Apliquem os membros das igrejas talento e tato no cuidado deles, do povo de Deus. Neguem-se eles a si mesmos luxo e adornos desnecessários, a fim de dar conforto aos sofredores necessitados. Assim fazendo, põem em prática as instruções dadas no capítulo cinqüenta e oito de Isaías, e lhes pertencerão as bênçãos proferidas ali. ------------------------Capítulo 33 -- Nosso dever para com o mundo T6 273 1 "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito." Ele "enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele." João 3:16, 17. O amor de Deus abrange toda a humanidade. Ao dar a comissão aos discípulos, Cristo disse: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura." Marcos 16:15. T6 273 2 Cristo pretendia que se fizesse em favor das pessoas uma obra mais vasta do que a que temos visto até agora. Não pretendia que tão grande número preferisse ficar sob a bandeira de Satanás, e fossem alistados como rebeldes contra o governo de Deus. Não era desígnio do Redentor do mundo que a herança comprada por Ele vivesse e morresse em seus pecados. Por que, então, são tão poucos alcançados e salvos? É porque tantos dos que professam ser cristãos estão trabalhando no mesmo sentido do grande apóstata. Milhares que não conhecem a Deus, poderiam estar hoje se regozijando em Seu amor, caso os que professam servi-Lo trabalhassem como Cristo o fez. T6 273 3 As bênçãos da salvação, as temporais bem como as espirituais, são para toda a humanidade. Muitos há que se queixam de Deus porque o mundo está tão cheio de necessidades e sofrimentos; Deus, porém, jamais pretendeu que essa miséria existisse. Ele nunca pretendeu que um homem tivesse abundância das regalias da vida, ao passo que os filhos de outros chorassem por pão. O Senhor é um Deus de beneficência: Tomou amplas providências para as necessidades de todos, e mediante Seus representantes, aos quais confiou os Seus bens, quer que as necessidades de todas as Suas criaturas sejam supridas. T6 274 1 Leiam os crentes na Palavra de Deus as instruções dadas em Levítico e Deuteronômio. Ali aprenderão eles a espécie de educação que era ministrada às famílias de Israel. Ao passo que o povo escolhido de Deus devia ser distinto, santo, separado das nações que O não conheciam, cumpria-lhes tratar bondosamente o estrangeiro. Este não devia ser desprezado por não pertencer a Israel. Os israelitas deviam amar o estrangeiro, porque Cristo morreu para salvá-lo da mesma maneira que para dar a salvação a Israel. Em suas festas de ações de graças, quando contavam as misericórdias do Senhor, o estrangeiro devia ser bem recebido. Por ocasião da colheita, deviam deixar no campo uma porção para o estrangeiro e o pobre. Assim deviam os estrangeiros partilhar também das bênçãos espirituais de Deus. O Senhor Deus de Israel ordenou que fossem recebidos, caso preferissem o convívio dos que conheciam e reconheciam a Deus. Dessa forma aprenderiam a lei de Jeová, e O glorificariam por sua obediência. T6 274 2 Assim, hoje, Deus deseja que Seus filhos, tanto nas coisas espirituais como nas temporais, comuniquem bênçãos ao mundo. Para todo discípulo de Cristo em todos os séculos, foram proferidas as preciosas palavras do Salvador: Dele correrão "rios de água viva". T6 274 3 Mas em vez de distribuir os dons de Deus, muitos dos que professam ser cristãos acham-se fechados em seus próprios, estreitos interesses, e retêm de forma egoísta de seus semelhantes as bênçãos de Deus. T6 274 4 Enquanto, em Sua providência, Deus tem carregado a Terra com Sua generosidade, e enchido seus tesouros com os confortos da vida, a falta e a miséria encontram-se por toda parte. A liberal Providência tem colocado nas mãos de Seus agentes humanos o necessário para suprir abundantemente as necessidades de todos, mas os mordomos de Deus são infiéis. Gasta-se no professo mundo cristão, em extravagância e ostentação, o suficiente para suprir as faltas a todos os famintos e vestir a todos os nus. Muitos que usam o nome de Cristo estão empregando Seu dinheiro em prazeres egoístas para satisfação do apetite, em bebida forte e dispendiosos artigos finos, casas, mobílias e roupas de custo extravagante, ao passo que aos pobres seres humanos em sofrimento dificilmente concedem um olhar de piedade ou uma palavra de simpatia. T6 275 1 Que miséria existe no próprio centro de nossos chamados países cristãos! Pense nas condições dos pobres de nossas grandes cidades. Há, nessas cidades, multidões de seres humanos que não recebem tanto cuidado e consideração quanto se dispensa aos animais. Há milhares de crianças miseráveis, desprotegidas e subnutridas, tendo estampados no rosto o vício e a depravação. Arrebanham-se famílias em promiscuidade em míseros casebres, muitos deles escuros celeiros cheios de umidade e de imundícia. As crianças nascem nesses terríveis lugares. A infância e a juventude nada vêem de atrativo, nada de beleza natural das coisas criadas por Deus para deleite dos sentidos. As crianças são deixadas a crescer e formar o caráter segundo os baixos preceitos, a miséria e os maus exemplos que vêem em torno de si. O nome de Deus só ouvem proferir de maneira profana. Palavras impuras, o cheiro das bebidas e do fumo, a degradação moral de toda espécie, eis o que se lhes depara aos olhos e perverte os sentidos. E dessas infelizes habitações partem lamentáveis clamores por pão e roupa, clamores saídos de lábios que nada sabem acerca da oração. T6 275 2 Há uma obra a ser feita por nossas igrejas, da qual muitos mal fazem uma idéia, obra até aqui nem tocada, por assim dizer. "Tive fome", diz Cristo, "e destes-Me de comer; tive sede, e destes-Me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-Me; estava nu, e vestistes-Me; adoeci, e visitastes-Me; estive na prisão, e fostes ver-Me." Mateus 25:35, 36. Pensam alguns que, se dão dinheiro para essa obra, isso é tudo quanto deles se requer; mas isso é um erro. A dádiva do dinheiro não pode tomar o lugar do serviço pessoal. É direito dar de nossos meios, e muitos mais deveria ser feito; porém, é exigido deles o serviço pessoal segundo suas oportunidades e suas forças. T6 276 1 A obra de recolher o necessitado, o oprimido, o aflito, o que sofreu perdas, é justamente a obra que toda igreja que crê na verdade para este tempo devia de há muito estar realizando. Cumpre-nos mostrar a terna simpatia do samaritano em acudir às necessidade físicas, alimentar o faminto, trazer para casa os pobres desterrados, buscando de Deus todo dia a graça e a força que nos habilitem a chegar às profundezas da miséria humana, e ajudar aqueles que absolutamente não se podem ajudar a si mesmos. Isso fazendo, temos favorável ensejo de apresentar a Cristo, o Crucificado. T6 276 2 Todo membro de igreja deve considerar seu especial dever o trabalhar pela vizinhança. É preciso imaginar a melhor maneira de auxiliar os que não têm interesse nas coisas religiosas. Ao visitar amigos e vizinhos, deve-se manifestar interesse em seu bem-estar temporal e espiritual. Apresentar a Cristo como o Salvador que perdoa o pecado. Convidar os vizinhos para virem a sua casa, e ler com eles a preciosa Bíblia e os livros que lhes explicam as verdades. Isso, aliado a hinos singelos e fervorosas orações, vai lhes tocar o coração. Que os membros da igreja sejam preparados para assim fazer. Isso é tão essencial como salvar as pessoas em trevas nos campos estrangeiros. Enquanto uns sentem a preocupação pelos que estão distantes, tomem os muitos que se acham na pátria sobre si o encargo de cuidar das preciosas almas que os rodeiam e trabalhem diligentemente por sua salvação. T6 276 3 As horas tão freqüentemente passadas em diversões que não refrigeram o corpo nem a mente devem ser gastas em visitar os pobres, os doentes e os aflitos, ou em ajudar alguém que se ache em necessidade. T6 277 1 Ao tentar ajudar o pobre, o desprezado e abandonado não é correto trabalhar por eles como se fosse do alto de um pedestal de dignidade e superioridade, pois dessa maneira nada se conseguirá. É preciso estar verdadeiramente convertido, tendo aprendido dAquele que é manso e humilde de coração. Cumpre-nos ter sempre o Senhor diante de nós. Como servos de Cristo, devemos dizer sempre, para que nunca o esqueçamos: "Fui comprado por preço." T6 277 2 Deus pede não somente nossa beneficência, mas um semblante satisfeito, palavras de esperança e um aperto de mão. Ao visitar os aflitos do Senhor, encontraremos alguns a quem a esperança já abandonou; levemos a eles de volta os seus raios. Outros há que carecem do pão da vida; leiamos para eles a Palavra de Deus. Há em outros uma enfermidade que bálsamo algum terrestre pode amenizar, nenhum médico pode curar; oremos por esses e os levemos a Jesus. T6 277 3 Em ocasiões especiais, alguns cedem ao sentimentalismo, o qual leva a movimentos impulsivos. Talvez eles pensem estar prestando grande serviço a Cristo, mas não é assim. Seu zelo logo diminui, e então é negligenciado o servir a Cristo. Não são serviços intermitentes que o Senhor aceita; não é por acessos emocionais de atividade que podemos fazer bem a nosso próximo. Os esforços esporádicos para fazer o bem resultam muitas vezes mais dano que benefício. T6 277 4 Cumpre considerar cuidadosamente e com oração os métodos de ajudar os necessitados. Precisamos buscar em Deus sabedoria, pois Ele sabe mais que os limitados mortais como cuidar das criaturas que fez. Alguns há que dão indiscriminadamente a todos quantos lhes solicitam o auxílio. Nisso eles erram. Ao procurar ajudar o necessitado, devemos cuidar em conceder-lhes a justa espécie de auxílio. Pessoas há que, uma vez ajudadas, continuarão a tornar-se especiais objetos de necessidade. Dependerão enquanto virem alguma coisa de que depender. Dando a essas pessoas tempo e atenção, estimularemos a preguiça, a incapacidade, o desperdício e a intemperança. T6 278 1 Ao darmos aos pobres, convém considerarmos: "Estou eu estimulando o desperdício? Estou eu os ajudando, ou os prejudicando?" Ninguém que possa ganhar a subsistência tem direito a depender de outros. T6 278 2 O provérbio: "O mundo me deve a subsistência", encerra a essência da falsidade, da fraude e do roubo. O mundo não deve a subsistência a nenhum homem capaz de trabalhar e ganhar sua manutenção. Mas se nos chega à porta alguém pedindo pão, não o devemos mandar embora com fome. Sua pobreza pode ser resultado de infortúnios. T6 278 3 Cumpre-nos ajudar aqueles que, tendo uma grande família a sustentar, têm de lutar constantemente com a debilidade e a pobreza. Muita mãe viúva, carregada de filhos órfãos, trabalha muito além de suas forças a fim de manter consigo seus pequeninos, e prover-lhes alimento e roupa. Muitas dessas mães têm morrido de excesso de trabalho. Toda viúva necessita do conforto de palavras esperançosas, de animação, e muitas, muitas há que devem receber considerável ajuda. T6 278 4 Homens e mulheres de Deus, pessoas de discernimento e sabedoria, devem ser designados para cuidar dos pobres e necessitados, dando o primeiro lugar aos domésticos da fé. Essas pessoas deveriam se reportar à igreja e aconselharem-se quanto ao que deve ser feito. T6 278 5 Em vez de animar os pobres a pensarem que podem receber sua comida e bebida de graça, ou quase de graça, precisamos colocá-los em situação de se ajudarem a si mesmos. Devemos esforçar-nos por prover-lhes trabalho e, se necessário, ensiná-los a trabalhar. Ensine-se os membros de famílias pobres a cozinhar, a fazer e remendar suas roupas, e cuidar devidamente do lar. Ensine-se aos rapazes e meninas algum ofício ou ocupação útil. Precisamos educar os pobres a dependerem de si mesmos. Isso será um real auxílio, pois não somente os faz capazes de se manterem por si, como os habilitará a ajudarem aos outros. T6 279 1 É desígnio de Deus que o rico e o pobre estejam intimamente ligados pelos laços da simpatia e da assistência. Manda-nos que nos interessemos em todo caso de sofrimento e necessidade que nos venha ao conhecimento. T6 279 2 Não julguemos abaixo de nossa dignidade o servir à humanidade sofredora. Não olhemos com indiferença e desprezo os que arruinaram o templo da alma. Tais pessoas são objeto da compaixão divina. Aquele que criou a todos, de todos também cuida. Mesmo os que caíram mais baixo, não se acham além do alcance de Seu amor e piedade. Se somos verdadeiramente Seus discípulos, manifestaremos espírito semelhante. O amor, que é inspirado por nosso amor a Jesus, verá em toda pessoa, rica ou pobre, um valor que não se pode medir pela estimativa humana. Que nossa vida revele um amor mais alto do que pode ser expressado por palavras. T6 279 3 Muitas vezes o coração dos homens se endurecerá em face da censura, mas não pode resistir ao amor que lhes é expresso em Cristo. Devemos convidar o pecador a não se sentir um rejeitado de Deus. Convidá-lo a olhar a Cristo, o único a poder curar a alma da lepra do pecado. Mostremos ao sofredor desesperado e abatido que ele é um prisioneiro da esperança. Seja a nossa mensagem: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." T6 279 4 Fui instruída de que a obra médico-missionária descobrirá, nas próprias profundezas da degradação, homens que, se bem que se tenham entregue à intemperança e hábitos dissolutos, corresponderão a um trabalho feito pela maneira correta. Precisam, porém, ser reconhecidos e animados. Serão necessários esforços firmes, pacientes e sinceros a fim de erguê-los. Eles não se podem recuperar sozinhos. Podem ouvir o chamado de Cristo, mas têm o ouvido por demais embotado para lhe apreender o significado; seus olhos se acham demasiado obscurecidos para ver qualquer coisa boa a eles reservada. Acham-se mortos em ofensas e pecados. Todavia mesmo esses não devem ser excluídos do banquete evangélico. Devem receber o convite: "Vinde." Embora se sintam indignos, o Senhor diz: "Forçai-os a entrar." Lucas 14:17, 23. Não demos ouvidos a qualquer desculpa. Com amor e bondade, vamos atraí-los. T6 280 1 "Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos na caridade de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. E apiedai-vos de alguns, que estão duvidosos; e salvai alguns arrebatando-os do fogo." Judas 20, 23. Impressionemos a consciência deles com os terríveis resultados da transgressão da lei de Deus. Mostremo-lhes que não é Deus que causa dor e sofrimento, mas que, por sua própria ignorância e pecado, o homem trouxe sobre si essas condições. T6 280 2 Devidamente dirigida, essa obra salvará muitos pecadores negligenciados pelas igrejas. Muitas pessoas que não pertencem a nossa fé, estão anelando o exato auxílio que os cristãos têm o dever de dar. Caso o povo de Deus mostrasse genuíno interesse em seu próximo, muitos seriam alcançados pelas verdades especiais para este tempo. Coisa alguma dará, ou jamais poderá dar reputação à obra, como ajudar o povo indo ao seu encontro onde se acham. Milhares de pessoas poderiam estar hoje regozijando na mensagem, se aqueles que professam amar a Deus e guardar Seus mandamentos trabalhassem como Cristo trabalhava. T6 280 3 Quando o obra médico-missionária ganhar homens e mulheres para um conhecimento salvador de Cristo e Sua verdade, nela se poderão empregar com segurança dinheiro e diligentes esforços, pois é uma obra que permanecerá. ------------------------Capítulo 34 -- O cuidado dos órfãos T6 281 1 Entre todos quantos necessitam de nosso interesse, são as viúvas e os órfãos os que maior direito têm à nossa terna simpatia. São objeto de especial cuidado do Senhor. São emprestados aos cristãos como depósito de Deus. "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." Tiago 1:27. T6 281 2 Muitos pais que morrem na fé, descansando na eterna promessa de Deus, têm deixado os seus queridos com a plena confiança de que o Senhor deles cuidará. E de que maneira provê o Senhor para esses seres privados de amparo? Ele não opera um milagre, enviando maná do Céu; não manda corvos levar-lhes o alimento; opera, porém, um milagre no coração humano, expelindo o egoísmo da alma e fazendo fluir as fontes da beneficência. Prova o amor de Seus professos seguidores confiando a suas ternas misericórdias as almas aflitas e desamparadas. T6 281 3 Abram, aqueles que têm o amor de Deus, o coração e o lar a essas crianças. Não é o melhor plano cuidar dos órfãos em grandes instituições. Caso não tenham parentes capazes de tomar conta deles, os membros de nossas igrejas devem adotar esses pequenos em sua família ou encontrar lugar conveniente para eles em outros lares. T6 281 4 Essas crianças são, em sentido especial, objeto da atenção do Senhor e negligenciá-las é uma ofensa a Ele feita. Todo ato de bondade para com elas, em nome de Jesus, é aceito por Ele como feito a Ele próprio. T6 281 5 Os que as privam de algum modo dos meios que elas deviam ter, os que com indiferença lhes consideram as necessidades, terão de tratar com o Juiz de toda a Terra. "E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça." Lucas 18:7, 8. "Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia." Tiago 2:13. O Senhor recomenda que: "... recolhas em casa os pobres desterrados." Isaías 58:7. O cristianismo deve suprir pais e mães e lares para esses desamparados. A compaixão para com as viúvas e os órfãos, manifestada em orações e em atos correspondentes, subirá em memória diante de Deus, para ser a seu tempo recompensada. T6 282 1 Há, para todos quantos trabalham para o Mestre, um vasto campo de utilidade no cuidar dessas crianças e jovens que foram privados da vigilante guia dos pais, e da importante influência de um lar cristão. Muitos deles herdaram maus traços de caráter; e, se deixados a crescer na ignorância, serão atraídos para o convívio de outros que os levarão ao vício e ao crime. Essas crianças, que parecem não promissoras, precisam ser colocadas em situação favorável para a formação de um caráter reto, de modo a se tornarem filhas de Deus. T6 282 2 Estamos nós, que professamos ser filhos de Deus, fazendo nossa parte em ensinar a esses que tanto necessitam de ser pacientemente ensinados a irem ao Salvador? Estamos desempenhando nossa parte como fiéis servos de Cristo? Estão essas mentes mal formadas, talvez sem muito equilíbrio, recebendo cuidados com aquele amor por Cristo a nós manifestado? A salvação das crianças e dos jovens acha-se em perigo, caso fiquem entregues a si mesmos. Eles necessitam paciente instrução, amor e terno cuidado cristão. T6 282 3 Se porventura não houvesse uma revelação a apontar-nos o dever, a própria vista de nossos olhos, e tudo quanto sabemos dos inevitáveis resultados de causa e efeito nos deveria despertar para salvar esses desafortunados. Pusessem os membros da igreja nessa obra a mesma energia, tato e habilidade que empregam nas relações de negócios comuns da vida, buscassem eles sabedoria em Deus e estudassem diligentemente a maneira de moldarem essas mentes indisciplinadas, e muitas almas prestes a perecer haveriam de ser salvas. T6 283 1 Se os pais sentissem pela salvação dos próprios filhos a solicitude que deveriam, se os levassem em oração ao trono da graça, e vivessem as próprias orações, sabendo que Deus cooperaria com eles, seriam bem-sucedidos obreiros pelas crianças fora da própria família, e especialmente pelos que não têm conselhos e guia paternos. O Senhor chama todo membro da igreja a cumprir seu dever para com esses órfãos. Obra semelhante à de Cristo T6 283 2 Ao cuidar das crianças, não o devemos fazer apenas sob o ponto de vista do dever, mas do amor, pois Cristo morreu para sua salvação. Cristo comprou essas vidas necessitadas de nosso cuidado, e espera que as amemos assim como Ele nos amou em nossos pecados e descaminhos. O amor é o meio pelo qual Deus opera para atrair a Si o coração, pois "Deus é amor". Em todo empreendimento de graça, é unicamente esse princípio que pode comunicar eficiência; o finito deve unir-se ao Infinito. T6 283 3 Essa obra por outros exige esforço, abnegação e sacrifício. Mas que é esse pequeno sacrifício que possamos fazer em comparação com aquele feito por Deus em nosso benefício, ao dar Seu Filho unigênito? T6 283 4 Deus nos comunica Suas bênçãos, a fim de que as possamos transmitir a outros. Quando Lhe pedimos o pão de cada dia, Ele olha ao nosso coração a ver se o repartiremos com os mais necessitados que nós. Quando oramos: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador" (Lucas 18:13), observa para ver se manifestaremos compaixão àqueles com quem nos associamos. Esta é a prova de nossa ligação com Deus, que sejamos misericordiosos assim como nosso Pai no Céu. T6 284 1 Deus está sempre dando; e a quem são concedidos os Seus dons? Aos que são impecáveis no caráter? "Faz que o Seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos." Mateus 5:45. Não obstante a pecaminosidade do gênero humano, não obstante tantas vezes ofendermos o coração de Cristo e nos demonstrarmos tão ingratos, ainda ao Lhe pedirmos perdão Ele não nos repele. Seu amor nos é abundantemente oferecido, e Ele nos recomenda: "Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós." João 13:34. T6 284 2 Irmãos e irmãs, rogo-lhes que considerem cuidadosamente essa questão. Pensem nas necessidades dos que não têm pai e mãe. Não lhes comove o coração ao observar seus sofrimentos? Vejam se não é possível fazer alguma coisa por esses desamparados. Tanto quanto esteja em seu poder, tentem arranjar um lar para os destituídos de lar. Esteja cada um pronto a fazer uma parte para promover essa obra. Disse o Senhor a Pedro: "Apascenta os Meus cordeiros." João 21:15. Essa ordem é dada a nós, e abrindo nosso lar aos órfãos, cooperamos em seu cumprimento. Não permitamos que Jesus fique decepcionado convosco. T6 284 3 Tomemos essas crianças e as apresentemos a Deus como uma fragrância. Peçamos sobre elas Suas bênçãos, e então tratemos de moldá-las e educá-las segundo a ordem de Cristo. Aceitará nosso povo esse santo legado? Em virtude de nossa piedade superficial e da ambição mundana que nutrimos, serão deixados a sofrer aqueles por quem Cristo morreu, a enveredarem por errados caminhos? T6 284 4 A Palavra de Deus é farta de instruções quanto à maneira por que devemos tratar as viúvas, os órfãos e os pobres necessitados e sofredores. Se todos obedecessem a essas instruções, o coração da viúva cantaria de alegria; criancinhas famintas seriam alimentadas; vestidos os desamparados; e reavivados os que já estavam a ponto de perecer. Os seres celestiais estão contemplando e, quando possuídos de zelo pela honra de Cristo, nos colocamos na direção da providência de Deus, esses mensageiros celestiais nos comunicarão novo poder espiritual de maneira que sejamos aptos a combater as dificuldades e triunfar sobre os obstáculos. T6 285 1 E que bênçãos recompensariam os obreiros! Para muitos que agora são indolentes, egoístas e concentrados em si mesmos, seria como uma ressurreição. Haveria entre nós um reavivamento da caridade celestial, de sabedoria e zelo. Adoção de órfãos pelas esposas de pastores T6 285 2 Tem surgido a questão de dever ou não a esposa de um pastor adotar criancinhas. Respondo: Caso ela não possua inclinação ou capacidade para se empenhar em obra missionária fora do lar, e sinta-se no dever de adotar órfãos e deles cuidar, poderá fazer uma boa obra. Escolham-se, porém, crianças deixadas por pais observadores do sábado. Deus abençoará homens e mulheres ao partilharem, de coração voluntário, seu lar com esses que os não têm. Mas se a esposa do pastor é capaz por sua vez de ter uma parte na obra de educar a outros, deveria consagrar suas habilidades a Deus como obreira cristã. Deve ser uma verdadeira ajudadora para seu marido, auxiliando-o em seu trabalho, desenvolvendo o próprio intelecto e ajudando a dar a mensagem. T6 285 3 O caminho está aberto para que mulheres humildes, consagradas, dignificadas pela graça de Cristo, visitem os que se acham necessitados de auxílio, e transmitam luz a essas almas desanimadas. Elas podem reerguer os abatidos orando com eles, e encaminhando-os a Cristo. Tais senhoras não devem consagrar seu tempo e força a apenas um desamparado ser que exige constante cuidado e atenção. Elas não deviam atar assim voluntariamente as próprias mãos. Lares de órfãos T6 286 1 Quando se fizer tudo quanto pode ser feito a fim de providenciar para os órfãos em nossos próprios lares, haverá ainda no mundo muitos necessitados de cuidado. Talvez sejam rotos, incultos, aparentemente de todo sem atrativos; foram, no entanto, comprados por preço, e são tão preciosos aos olhos de Deus como nossos próprios pequenos. São propriedade de Deus, pela qual os cristãos são responsáveis. Sua alma, diz Deus, "da tua mão o requererei". Ezequiel 3:20. T6 286 2 O cuidar desses necessitados é uma boa obra; todavia nesta época do mundo o Senhor não nos dá, como um povo, orientações no sentido de estabelecer grandes e dispendiosas instituições para esse fim. Caso, entretanto, haja entre nós pessoas que se sintam chamadas por Deus a estabelecer instituições para cuidado de crianças órfãs, sigam suas convicções de dever. Cuidando, porém, dos pobres do mundo, devem apelar para o mundo quanto à sua manutenção. Não devem tirar do povo a quem Deus deu a realizar a mais importante obra que já foi confiada a homens -- a obra de levar a todas as nações, tribos e línguas e povos a última mensagem de misericórdia. O tesouro do Senhor deve ter um excesso para manter a obra do evangelho nas "regiões de além-mar". T6 286 3 Que aqueles que sentirem a preocupação de fundar instituições assim, utilizem sábios solicitadores para apresentar-lhes as necessidades e arrecadar fundos. Desperte-se o povo do mundo, e que as igrejas denominacionais sejam recoltadas por homens empenhados em fazer alguma coisa em benefício dos pobres e dos órfãos. Há, em todas as igrejas, pessoas que temem a Deus. Apele-se para essas pessoas, pois a elas o Senhor deu essa obra. T6 286 4 As instituições estabelecidas por nosso povo a fim de cuidar dos órfãos, dos enfermos e idosos entre nós, devem ser mantidas. Não se permita que elas definhem e tragam descrédito à causa de Deus. O ajudar a manter essas instituições não deve ser considerado unicamente como um dever, mas como precioso privilégio. Em vez de presentear-nos desnecessariamente uns aos outros, demos nossas dádivas aos pobres e desamparados. Quando o Senhor vê que estamos fazendo tudo ao nosso alcance em benefício desses necessitados, tocará o coração de outros a fim de ajudarem nessa boa obra. T6 287 1 O objetivo de um lar de órfãos deve ser, não só proporcionar alimento e roupa às crianças, mas colocá-las sob os cuidados de professores cristãos, que as eduquem no conhecimento de Deus e de Seu Filho. Os que trabalham nesse sentido devem ser homens e mulheres de coração grande, e inspirados pelo entusiasmo aos pés da cruz do Calvário. Devem ser homens e mulheres cultos e abnegados, que trabalhem como Cristo fazia, pela causa de Deus e da humanidade. T6 287 2 Ao serem esses pequeninos seres, destituídos de lar, colocados em lugar onde possam obter conhecimento, felicidade e virtude, e tornarem-se filhos e filhas do Rei celestial, preparar-se-ão para desempenhar um papel cristão na sociedade. Cumpre que sejam educados de maneira que, por sua vez, venham a ajudar outros. Assim a boa obra será estendida e perpetuada. T6 287 3 Que mãe já amou seu filho como Jesus ama os Seus? Ele contempla com profundo desgosto o caráter manchado, desgosto mais vivo do que qualquer mãe experimenta. Vê a conseqüência futura de uma ação errada. Portanto, que todo o possível seja feito em prol da alma negligenciada. ------------------------Capítulo 35 -- A obra médico-missionária e a terceira mensagem angélica T6 288 1 Tenho sido repetidamente instruída quanto ao fato de que a relação da obra médico-missionária com a obra da terceira mensagem angélica é a mesma relação que o corpo mantém com o braço e a mão. Sob a direção da divina Cabeça, devem trabalhar unidos no preparar o caminho para a vinda de Cristo. O braço direito do corpo da verdade deve estar constantemente ativo, trabalhando incessantemente, e Deus o fortalecerá. Não deve, porém, tornar-se o corpo. Ao mesmo tempo o corpo não deve dizer ao braço: "Não tenho necessidade de ti." 1 Coríntios 12:21. O corpo necessita do braço a fim de fazer obra ativa e intensiva. Ambos têm seu trabalho designado, e ambos sofrerão grande prejuízo caso operem independentemente um do outro. T6 288 2 A obra de pregar a terceira mensagem angélica não tem sido considerada por alguns como Deus designa que seja. Tem sido olhada como trabalho inferior, quando deve ocupar lugar importante entre os instrumentos humanos na salvação do homem. O espírito dos homens deve ser atraído para as Escrituras como o meio mais eficaz na salvação de almas, e o ministério da palavra é a grande força educacional para produzir tal resultado. Os que rebaixam o ministério e procuram levar avante a obra médico-missionária independentemente estão buscando separar o braço do corpo. Qual seria o resultado, caso fossem eles bem-sucedidos nisso? Veríamos braços e mãos voando de um lado para outro dispensando meios, sem ser dirigidos pela cabeça. O trabalho tornar-se-ia desproporcionado e carente de equilíbrio. Aquilo que Deus designou que fosse o braço e a mão, tomaria o lugar do corpo todo e o ministério seria amesquinhado ou totalmente passado por alto. Isso causaria perturbação e confusão, ficando muitas partes da vinha do Senhor sem serem alcançadas. T6 289 1 A obra médico-missionária deve fazer parte do trabalho de toda igreja em todos os lugares. Desligada da igreja, ela se tornaria em breve uma estranha miscelânea de desorganizados átomos. Consumiria, mas não produziria. Em vez de servir de mão auxiliadora de Deus para promover a verdade, sugaria a vida e a força da igreja, e enfraqueceria a mensagem. Conduzida independentemente, não somente consumiria talento e meios necessários em outros ramos como, no próprio trabalho de ajudar os desamparados independentemente do ministério da Palavra, colocaria os homens em situação de zombarem de uma verdade bíblica. T6 289 2 O ministério evangélico é necessário a fim de dar permanência e estabilidade à obra médico-missionária; e o ministério necessita da obra médico-missionária para demonstrar a operação prática do evangelho. Nenhuma das duas partes da obra é completa sem a outra. T6 289 3 A mensagem da próxima vinda do Salvador deve ser dada em todas as partes do mundo, devendo em todos os setores ser caracterizada por solene dignidade. Grande é a vinha a ser trabalhada e o sábio agricultor fará a obra de tal maneira que cada parte produza frutos. Caso sejam conservados puros os vivos princípios da verdade na obra médico-missionária, não contaminados por qualquer coisa que lhes prejudique o brilho, o Senhor há de presidir o trabalho. Caso os que têm os pesados encargos permaneçam fiéis e firmes aos princípios da verdade, o Senhor os apoiará e susterá. T6 289 4 A união que deve existir entre a obra médico-missionária e o ministério é claramente salientada no capítulo cinqüenta e oito de Isaías. Há sabedoria e bênção para os que se empenharem na obra segundo é ali apresentada. Esse capítulo é explícito, e nele há o suficiente para esclarecer quem quer que deseje fazer a vontade de Deus. Apresenta grande oportunidade para que a humanidade sofredora seja ajudada, e seja ao mesmo tempo instrumento nas mãos de Deus para levar a luz da verdade a um mundo agonizante. Se a obra da terceira mensagem angélica for levada avante pela maneira certa, não se dará ao ministério um lugar inferior, nem os doentes e pobres serão negligenciados. Deus uniu em Sua Palavra esses dois ramos de trabalho, e pessoa alguma os deveria separar. T6 290 1 Pode haver, e há de fato, perigo em perder de vista os grandes princípios da verdade, ao realizar em benefício dos pobres a obra que é justo fazer, mas devemos ter sempre em mente que, ao fazer esse trabalho, cumpre dar o primeiro lugar às necessidades espirituais do ser humano. Em nossos esforços para aliviar as necessidades temporais, corremos o risco de separar da última mensagem evangélica seus aspectos principais e mais urgentes. Tal como tem sido feita em alguns lugares, a obra médico-missionária tem absorvido talento e meios que caberiam a outros ramos da obra, com negligência de atividades mais diretamente espirituais. T6 290 2 Devido às sempre crescentes oportunidades para ministrar às necessidades temporais de todas as classes, há perigo de essa obra eclipsar a mensagem que Deus nos deu para levar a toda cidade -- a proclamação da próxima vinda de Cristo, a necessidade de obediência aos mandamentos de Deus e ao testemunho de Jesus. Essa mensagem é a preocupação de nossa obra. Tem de ser proclamada com grande voz e ir a todo o mundo. Tanto no campo nacional como nos estrangeiros, a apresentação dos princípios da saúde precisa estar unida com ela e não ser independente dela ou tomar-lhe de qualquer maneira o lugar; tampouco deve ela absorver tanta atenção que amesquinhe outros ramos. O Senhor nos instruiu a que consideremos a obra em todos os seus aspectos, de modo que se desenvolva de forma proporcional, simétrica e equilibrada. T6 290 3 A verdade para este tempo abrange todo o evangelho. Devidamente apresentada, ela operará no ser humano as adequadas mudanças que manifestarão o poder da graça de Deus no coração. Efetuará uma obra completa, e desenvolverá um completo homem. Portanto, não se trace uma linha divisória entre a genuína obra médico-missionária e o ministério evangélico. Unam-se essas duas para fazer o convite: "Vinde; pois tudo está preparado." Lucas 14:17. Juntem-se elas em inseparável união, da mesma forma como o braço está unido ao corpo. Obreiros médico-missionários T6 291 1 O Senhor necessita todos os tipos de obreiros hábeis. "E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Efésios 4:11-13. T6 291 2 Todo filho de Deus deve ter um santificado discernimento para considerar a causa como um todo, e a relação de cada parte para com cada uma das demais, a fim de que nenhuma falte. Vasto é o campo, e há uma grande obra de reforma a ser desenvolvida, não em um ou dois ramos, mas em toda linha. A obra médico-missionária é uma parte dessa obra de reforma, mas não deveria jamais se tornar um meio de separar os obreiros do ministério de seu campo de trabalho. A educação de alunos nos ramos médico-missionários não se acha completa a menos que eles estejam preparados para trabalhar em ligação com a igreja e o ministério, e a utilidade dos que se acham em preparo para o ministério seria grandemente aumentada caso eles se tornassem esclarecidos acerca do grande e importante assunto da saúde. A influência do Espírito Santo é necessária para que a obra seja devidamente equilibrada, e possa avançar vigorosamente em todo sentido. "Uni-vos" T6 292 1 A obra do Senhor é uma, e um deve ser o Seu povo. Ele não deu instruções para que algum aspecto da mensagem fosse levado avante independentemente ou se tornasse absoluto. Em todos os Seus labores, Ele uniu a obra médico-missionária com o ministério da Palavra. Enviou os doze apóstolos, e posteriormente os setenta, a fim de pregar o evangelho ao povo, e deu-lhes poder também para curar os doentes e expulsar os demônios em Seu nome. Assim devem os mensageiros do Senhor entrar hoje na obra. Chega até nós hoje a mensagem: "Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." João 20:21, 22. T6 292 2 Satanás inventará todo meio possível para separar aqueles a quem Deus está tentando unir. Não devemos, porém, ser enganados por seus ardis. Caso a obra médico-missionária seja desenvolvida como parte do evangelho, os de fora verão o bem que se está fazendo; ficarão convencidos de sua genuinidade, e lhe darão seu apoio. T6 292 3 Aproximamo-nos do fim da história terrestre, e Deus convida todos a erguerem o estandarte com a inscrição: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Apocalipse 14:12. Convida Seu povo a trabalhar em perfeita harmonia. Convida os que se acham empenhados na obra médico-missionária a se unirem com o ministério; convida o ministério a cooperar com os obreiros médico-missionários; e convida a igreja a cumprir o dever que lhe é designado, mantendo alto o padrão da verdadeira reforma em seu território, permitindo que os obreiros preparados e experientes avancem para novos campos. Palavra alguma deve ser proferida para desanimar ninguém, pois isso entristece o coração de Cristo e agrada grandemente o adversário. Todos precisam ser batizados com o Espírito Santo; todos devem se refrear quanto a fazer censuras e observações pejorativas, e devem se aproximar de Cristo a fim de apreciarem as pesadas responsabilidades que os coobreiros dEle têm sobre os ombros. "Uni-vos, uni-vos" são as palavras de nosso divino Instrutor. União é força; desunião é fraqueza e derrota. T6 293 1 Em nosso trabalho em prol dos pobres e desafortunados, precisaremos cuidar para que não assumamos responsabilidades para as quais não somos capazes. Antes de adotar planos e métodos que exijam grandes gastos, cumpre-nos considerar se eles trazem a aprovação divina. Deus não sanciona a promoção de um ramo da obra sem consideração para com os outros. É Seu desígnio que a obra médico-missionária prepare o caminho para a apresentação da salvadora verdade para este tempo, a proclamação da terceira mensagem angélica. Uma vez que se cumpra esse desígnio, a mensagem não será eclipsada, nem seu progresso impedido. T6 293 2 Não são numerosas instituições, grandes edifícios ou ostentação o que Deus requer, mas a ação harmoniosa de um povo peculiar, um povo precioso escolhido por Deus. Cada um deve ficar em seu lugar, pensando, falando e agindo em harmonia com o Espírito de Deus. Então, e não antes, será a obra um todo, completa e simétrica. ------------------------Capítulo 36 -- Negligência da igreja e do ministério T6 294 1 No convite para o banquete do evangelho, o Senhor Jesus especificou a obra a ser realizada -- a obra que as igrejas de cada localidade, do norte, do sul, do leste e do oeste devem empreender. T6 294 2 As igrejas necessitam ungir os olhos com o colírio celestial, a fim de que possam ver as muitas oportunidades de servir a Deus que se acham ao seu alcance. Repetidas vezes Deus ordenou a Seu povo que saísse pelos caminhos e atalhos, e forçassem os homens a entrar, para que Sua casa se encha; todavia, mesmo junto às nossas portas, existem famílias pelas quais não mostramos suficiente interesse para as levar a supor que nos preocupamos com a salvação delas. É para empreender essa obra mais próxima de nós, que o Senhor convida agora Sua igreja. Não nos devemos levantar, e dizer: "Quem é o meu próximo?" Lucas 10:29. Precisamos não esquecer que nosso próximo é aquele que necessita de nossa simpatia e auxílio. Nosso próximo é toda alma ferida e quebrantada pelo adversário. Nosso próximo é todo aquele que pertence a Deus. Em Cristo se desvanecem as distinções feitas pelos judeus quanto a quem era seu próximo. Não existem linhas divisórias, nem distinções convencionais, nem classes, nem aristocracias. Oportunidades desconsideradas T6 294 3 O espírito do bom samaritano não tem sido representado com freqüência em nossas igrejas. Muitos em necessidade de auxílio têm sido passados por alto, como o sacerdote e o levita passaram de largo pelo ferido e maltratado estrangeiro que tinha sido deixado à morte ao lado do caminho. Esses em necessidade do poder do divino Médico para curar suas feridas têm sido deixados sem cuidado e sem ser notados. Muitos têm agido como se fosse suficiente saber que Satanás montou sua armadilha para uma alma, e eles voltam para casa tranqüilamente sem cuidar da ovelha perdida. É evidente que os que manifestam tal espírito não têm sido participantes da natureza divina, mas dos atributos do inimigo de Deus. T6 295 1 Alguém deve cumprir a comissão de Cristo; alguém terá de levar avante a obra que Ele começou na Terra; à igreja foi dado esse privilégio. Para isso foi ela organizada. Por que, então, não têm os membros da igreja assumido essa responsabilidade? Há os que têm visto essa grande negligência; eles têm percebido as necessidades de muitos que estão em sofrimento e penúria; têm reconhecido nessas pobres almas aqueles por quem Cristo deu a Sua vida, e seu coração tem sido movido de piedade, levando à ação cada habilidade. Tomaram a si a obra de organizar aqueles que irão cooperar com eles em levar a verdade do evangelho perante muitos que estão agora no vício e em iniqüidade, a fim de serem redimidos de uma vida de dissipação e pecado. Aqueles que se têm empenhado nessa obra de auxílio cristão, têm estado a fazer aquilo que o Senhor deseja que se faça, e Ele tem aceitado seus labores. O que se tem feito nesse sentido é um trabalho com o qual todo adventista do sétimo dia deve de coração simpatizar, e ao qual deve prestar seu apoio, nele empenhando-se zelosamente. Negligenciando essa obra, que se acha ao seu alcance, recusando essas responsabilidades, a igreja está se prejudicando grandemente. Houvesse a igreja enfrentado essa obra como deveria ter feito, e teria sido o instrumento para a salvação de muitas almas. T6 295 2 Em virtude da negligência da igreja, Deus tem olhado para ela com desprazer. Amor à comodidade e indulgência egoísta têm sido demonstrados por muitos. Alguns que tiveram o privilégio de conhecer a verdade bíblica não a introduziram no santuário da alma. Deus considera todos esses como tendo de prestar contas dos talentos que não retornaram a Ele em honesto e fiel serviço, no empreender de todo esforço possível para buscar e salvar os que estão perdidos. Tais servos indolentes são representados como chegando ao banquete do casamento sem as vestes nupciais, o manto da justiça de Cristo. Aceitaram nominalmente a verdade, contudo não a colocaram em prática. Professamente circuncidados, acham-se em realidade entre os incircuncisos. T6 296 1 Por que não nos tornamos entusiasmados com o Espírito de Cristo? Por que somos tão pouco movidos pelos lastimosos clamores de um mundo a sofrer? Tomamos na devida consideração nosso exaltado privilégio de acrescentar uma estrela à coroa de Cristo -- uma alma liberta das cadeias com as quais Satanás a ligou, pessoa salva no reino de Deus? A igreja tem de reconhecer sua obrigação de levar a toda criatura o evangelho da verdade presente. Insto com todos para que leiam o terceiro e quarto capítulos de Zacarias. Se esses capítulos forem compreendidos, se forem assimilados, será feita uma obra em favor dos que estão famintos e sedentos de justiça, uma obra que para a igreja representa: "Avançar para a frente e para cima!" Resultados da negligência T6 296 2 Onde quer que uma igreja seja estabelecida, todos os membros devem empenhar-se ativamente em trabalho missionário. Devem visitar cada família nas vizinhanças e informar-se de sua condição espiritual. Se os professos cristãos se empenhassem nessa atividade desde o momento em que os seus nomes são postos no livro da igreja, não haveria agora tão disseminada incredulidade, tão profunda iniqüidade, impiedade tão sem paralelo como se observa no mundo presentemente. Se cada membro da igreja tivesse procurado iluminar a outros, milhares e milhares hoje estariam ao lado do povo que guarda os mandamentos de Deus. T6 297 1 E não é somente no mundo que vemos os resultados da negligência da igreja em trabalhar nas fileiras de Cristo. Por causa dessa negligência tem sido levado para dentro da igreja um estado de coisas que tem eclipsado os altos e santos interesses da obra de Deus. Um espírito de criticismo e amargura tem penetrado na igreja, e o discernimento espiritual de muitos tem diminuído. Por esse motivo a causa de Cristo tem sofrido grande perda. As inteligências celestiais têm estado à espera de poder cooperar com os agentes humanos, mas nós não temos discernido sua presença. Necessidade de arrependimento T6 297 2 É agora alto tempo de nos arrependermos. Todo o povo de Deus deve interessar-se na obra de fazer o bem. Deve unir os corações e as almas num fervoroso esforço para erguer e esclarecer os seus semelhantes. Necessitam vestir as roupas nupciais providas por Cristo, para poderem estar preparados para o trabalho em Suas fileiras. Não devem receber em vão a graça de Deus. Com humilde e devotada reverência, devem agir à direita e à esquerda, consagrando a Deus todo o seu serviço e todas as suas habilidades. T6 297 3 É necessário um despertamento entre o povo de Deus. Toda igreja está por ser provada. O sábio, segundo o mundo, que medita e planeja, e cuja ocupação está sempre em sua mente, deve procurar tornar-se sábio em assuntos de interesse eterno. Se ele empregasse tanta energia em conseguir os tesouros celestiais e a vida eterna com o mesmo empenho com que tenta conseguir o ganho do mundo, quanto estaria ele realizando? T6 297 4 O servo infiel não se enriqueceu com os bens de seu senhor; apenas os desperdiçou. Permitiu que a ociosidade ocupasse o lugar do trabalho sincero, de todo o coração. Demonstrou-se infiel na apropriação dos bens de seu senhor. Mordomo infiel, não percebe você que irá perder sua alma se não cooperar com Deus, colocando o máximo de seus talentos em favor do Mestre? A mente foi dada a você para que descubra como trabalhar. Seus olhos lhe foram concedidos para que você discirna vividamente as oportunidades concedidas por Deus. Seus ouvidos destinam-se a escutar os mandamentos de Deus. Seus joelhos precisam dobrar-se três vezes ao dia em sincera prece. Seus pés necessitam percorrer o trilho dos mandamentos de Deus. Raciocínio, esforço e talento devem ser postos em exercício, para que você possa estar preparado para graduar-se na escola do alto, e assim consiga ouvir estas palavras dos lábios dAquele que venceu todas as tentações em nosso favor: "Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono." Apocalipse 3:21. "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se andares nos Meus caminhos e se observares as Minhas ordenanças, também tu julgarás a Minha casa e também guardarás os Meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui." Zacarias 3:7. Se você não cooperar com o Senhor, entregando-se a Ele e realizando o Seu serviço, será julgado inapto para tornar-se súdito de Seu reino celestial de pureza. Negligenciados pelo ministério T6 298 1 Embora eu tenha sido comissionada a destacar o perigo de se permitir uma influência demasiado pesada por parte da obra médico-missionária, em prejuízo de outras linhas de trabalho, isso não representa uma escusa para aqueles que se têm mantido à distância da obra médico-missionária. Os que não têm revelado simpatia para com essa obra devem agora ser muito cuidadosos quanto ao modo como falam, pois não são inteligentes nesse assunto. Qualquer que seja o seu posto na Associação, precisam tomar muito cuidado ao dar vazão a sentimentos que a ninguém ajudarão. A indiferença e oposição manifestadas por alguns no tocante a essa questão, torna inconsistente que suas palavras exerçam ampla influência. Eles não possuem visão clara. T6 299 1 Alguns sentem-se preocupados e perplexos ao verem que a obra médico-missionária está se tornando desproporcional e porque, ao receber tantos talentos e meios, o seu trabalho excede grandemente àquele que é realizado em outros ramos. Qual é o problema? Será o caso de os líderes da obra médico-missionária estarem realizando demais, ou será que os líderes de outros ramos da obra estão realizando muito pouco? Foi-me mostrado que em muitos setores de trabalho estamos realizando apenas uma pequena parcela do que deveria ser feito. Fé, zelo e energia não vêm sendo manifestados do modo como deveriam por parte da obra do ministério. Os esforços de muitos são insípidos e sem vigor. Torna-se evidente que a luz a nós dada por Deus, no tocante a nossos deveres e privilégios, não tem sido reproduzida em ação. Os homens têm suplantado os planos de Deus mediante seus próprios planos. Sou comissionada a dizer que a prosperidade da obra médico-missionária goza do favor divino. Essa obra precisa ser realizada; a verdade deve avançar por caminhos e atalhos. Ministros e membros da igreja devem despertar, percebendo a necessidade de cooperação com esse trabalho. T6 299 2 Mediante decidida e incansável energia, aqueles que sentem sobre si o fardo da obra de beneficência cristã têm testificado através de suas ações que não estão contentes em ser meramente crentes teóricos. Eles têm procurado andar na luz. Têm posto em prática as suas crenças. Têm combinado fé e obras. Têm desempenhado a própria obra que o Senhor especificou deveria ser realizada, e muitas pessoas têm sido iluminadas, convencidas e auxiliadas. T6 299 3 É surpreendente a indiferença, entre nossos ministros, no tocante à reforma de saúde e à obra médico-missionária. Mesmo aqueles que não professam ser cristãos, tratam o assunto com maior respeito do que alguns dentre nosso próprio povo, de modo que se encontram à nossa frente. T6 300 1 Por que, pergunto, alguns de nossos irmãos ministros se encontram tão atrasados na proclamação do exaltado assunto da temperança? Meus irmãos, as palavras dirigidas a vocês são: "Assumam a obra da reforma de saúde; avancem." Se vocês pensam que a obra médico-missionária está assumindo proporções indevidas, levem os homens que têm operado nessa linha de trabalho aos campos de labor em que vocês atuam, dois aqui, mais dois ali. Recebam esses missionários médicos como receberiam a Cristo, e vejam a obra que eles podem empreender. Perceberão que eles não são anões em experiência religiosa. Vejam se não será possível a vocês trazer, por esse meio, muito da vital corrente celestial para dentro das igrejas. Observem se não existirão muitos que conseguirão captar a educação de que tanto necessitam, vindo a dar o seguinte testemunho: "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus." Efésios 2:4-6. Nossa grande necessidade é a união, a perfeita unidade na obra de Deus. T6 300 2 Aqueles que não são capazes de ver a importância e de apoiar a obra médico-missionária não deveriam sentir-se autorizados a tentar o controle de qualquer uma de suas fases. Necessitam eles de crescente conhecimento em cada aspecto da reforma de saúde. Necessitam ser purificados, santificados e enobrecidos. Precisam ser moldados e talhados segundo a semelhança divina. Então conseguirão ver que a obra médico-missionária é uma parte da obra de Deus. A razão pela qual tantos membros da igreja não compreendem esse ramo da obra é porque não estão seguindo seu Líder passo após passo, em auto-negação e auto-sacrifício. A obra médico-missionária é uma obra de Deus e leva a Sua assinatura, e embora os recursos não devam ser absorvidos por esse ramo a ponto de ocultar ou fazer mirrar o trabalho que precisa ser realizado em novos campos, de modo algum deve ela ser considerada como sem importância. T6 301 1 O ministério evangélico é uma organização para a proclamação da verdade aos enfermos e aos sãos. Ele combina a obra médico-missionária e o ministério da Palavra. Mediante essas instituições combinadas dá-se oportunidade de comunicar luz e apresentar o evangelho a todas as classes e a todas as categorias da sociedade. Deus deseja que os pastores e os membros da igreja manifestem um interesse ativo e decidido na obra médico-missionária. T6 301 2 Buscar o povo exatamente onde ele estiver, seja qual for a sua posição ou condição, e ajudá-lo de todo modo possível -- eis o ministério evangélico. Os que estão doentes do corpo quase sempre estão também doentes da mente, e quando a mente está enferma o corpo também é afetado. Os ministros devem sentir ser parte de seu trabalho atuar em favor dos enfermos e aflitos sempre que para tal se apresente uma oportunidade. O ministro do evangelho deve apresentar a mensagem, e esta precisa ser recebida caso se espere que o povo se santifique e se prepare para a vinda do Senhor. Essa obra deve abranger tudo o que foi abrangido pelo ministério de Cristo. T6 301 3 Por que, então, nem todos os nossos ministros cooperam com aqueles que levam avante a obra médico missionária? Por que não estudam eles cuidadosamente a vida de Cristo para que possam descobrir de que modo Ele operava, e passem então a seguir o Seu exemplo? Seria o caso de vocês, ministros apontados por Cristo, que têm diante de si o Seu exemplo, erguerem-se e criticarem a própria obra que Ele veio realizar entre os homens? A obra que agora vem sendo empreendida nos ramos da obra médico-missionária, deveria ter sido executada há anos, e assim aconteceria, caso o povo de Deus se houvesse convertido genuinamente à verdade, se nossos irmãos tivessem estudado a Palavra com o coração contrito, se tivessem reverenciado o Deus do Universo e estudado Sua vontade, em lugar de agradarem a si próprios. Houvesse o nosso povo realizado essa obra, muitas pessoas de habilidade e influência ter-se-iam convertido e se unido a nós na apresentação da mensagem da breve vinda de Cristo. T6 302 1 Aqueles que entendem de fisiologia e de higiene encontrarão, em seu trabalho ministerial, os meios pelos quais esclarecerão outros no tocante ao adequado e inteligente tratamento das capacidades físicas, mentais e morais. Dessa forma, aqueles que estão se preparando para o ministério deveriam empreender diligente estudo do organismo humano, para chegarem a saber como cuidar do corpo, não por meio de drogas, mas através do laboratório da própria natureza. O Senhor abençoará os que fizerem todo esforço para conservar a si mesmos livres de doenças e para levar outros a considerarem como sagrada a saúde do corpo, tanto quanto a do espírito. T6 302 2 Os embaixadores de Cristo, aos quais foram outorgados os vivos oráculos de Deus, poderão duplicar sua utilidade se souberem ajudar os enfermos. O conhecimento prático da reforma de saúde qualificará melhor a homens e mulheres para a proclamação ao mundo da mensagem de misericórdia e juízo. T6 302 3 Os ministros devem ser educadores que compreendam e apreciem as necessidades da humanidade. Devem estimular os membros da igreja a obterem conhecimento prático em todos os ramos de obra missionária, de modo a se tornarem uma bênção a todas as classes de pessoas. Devem ser ágeis em descobrir aqueles que apreciam as questões relativas à vida espiritual, que possuem tato e habilidade para assumir o cuidado de almas, como tendo que delas prestar contas. Os ministros devem assistir essas pessoas na organização de forças de trabalho na igreja, de modo que homens, mulheres e jovens de diferentes temperamentos, em distintas atividades e tarefas, assumam a obra que precisa ser realizada, oferecendo os talentos que Deus lhes concedeu para o mais solene serviço ao Mestre. T6 302 4 Nossas idéias acerca da benevolência cristã precisam ser aperfeiçoadas, se quisermos que elas se ampliem. O trabalho prático realizará muito mais que sermões. As idéias de nossos líderes precisam alargar-se, e a partir de uma genuína experiência pessoal, devem eles proferir palavras que despertem as energias adormecidas do povo. Através de diária ligação com Deus, devem eles obter uma visão mais profunda de sua própria vida e da vida de outros, ampliando desse modo o círculo de sua influência. Tornar-se-ão assim coobreiros de Cristo, aptos a iluminar a outros porque eles mesmos se transformarão em canais de luz. T6 303 1 À medida que os membros da igreja cavem em maior profundidade e tornem seguro o seu fundamento, fixando sua vida na Rocha Eterna, e à medida que aprendam a amar supremamente a Deus, também aprenderão a amar a seu próximo como a si mesmos. T6 303 2 O poder do Senhor se amplifica quando o coração se torna terno e sensível às desgraças humanas, e misericordioso diante de seus sofrimentos. Anjos de Deus estão prontos a cooperar com os agentes humanos no atendimento às necessidades de todos. Quando o Espírito Santo opera em nosso coração e mente, não nos esquivaremos de deveres e responsabilidades, desviando-nos pelo lado oposto e deixando a pessoa ferida e desajudada na miséria. T6 303 3 Em consideração ao valor que Cristo atribui à aquisição obtida por Seu sangue, adota Ele os homens como Seus filhos e torna-os objeto de Seu terno cuidado; de modo a poderem ter supridas suas necessidades materiais e espirituais, Ele os deixa a cargo da igreja, dizendo: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40. T6 303 4 Esta deve ser nossa palavra de ordem: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40. Se introduzirmos isso fielmente em nossa vida diária, ouviremos também a bênção: "Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor." Mateus 25:21. Valerá a pena suportar como cristão os testes e provas de Deus? T6 304 1 Na obra de alvejarmos e purificarmos nossa alma, o intenso desejo de tornarmos claro o nosso chamado e eleição sem dúvida nos inspirará o anelo de auxiliar outros que se encontrem em necessidade. A mesma energia e cuidadoso raciocínio, uma vez aplicados aos assuntos materiais, serão agora postos a serviço dAquele a quem devemos todas as coisas. Faremos como Cristo, aproveitando cada oportunidade para trabalhar pelos desajudados que perecem em sua degradação. Estenderemos a outros a mão ajudadora. Então, com cânticos e louvor e ações de graças nos regozijaremos com Deus e com os santos anjos, ao vermos pessoas perdidas em pecado, ajudadas e erguidas; ao vermos os enganados e insanos agora com a mente renovada, assentados aos pés de Jesus, dEle aprendendo. T6 304 2 Ao realizarmos tal obra, recebendo de Deus e devolvendo a Ele aquilo que, em confiança, nos atribuiu a fim de dispormos para a glória de Seu nome, Suas bênçãos repousarão sobre nós. Então os desencorajados e mortos em pecado reconhecerão que "em os guardar [os Seus mandamentos] há grande recompensa." Salmos 19:11. Por nossa própria experiência mostraremos aos outros que bênção e serviço estão intimamente ligados entre si. T6 304 3 ***** T6 304 4 Embora tenhamos gasto muito tempo e talento cuidando de nós e a nós mesmos nos agradando, a mão do Senhor ainda Se encontra estendida, e se hoje trabalharmos em Sua vinha, distribuindo ao mundo a mensagem de misericórdia, Ele aceitará o nosso serviço. Por quantos trabalhará você, para que possa chegar ao reino de descanso e ouvir o elogio: "Bem está, servo bom e fiel"? Mateus 25:21. Quantos ajudará você a alcançarem uma coroa de glória e honra, e a eterna vida? O Senhor convida obreiros. Você vai aceitar o chamado? ------------------------Capítulo 37 -- A recompensa do serviço T6 305 1 "Quando deres um jantar ou uma ceia", disse Cristo, "não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos." Lucas 14:12-14. T6 305 2 Cristo pinta nessas palavras um contraste entre as práticas interesseiras do mundo e o desprendido ministério de que Ele deu o exemplo em Sua vida. Ele não oferece por esse ministério uma recompensa de lucro ou reconhecimento mundano. "Recompensado serás", diz Ele, "na ressurreição dos justos." Lucas 14:14. Então se tornarão manifestos os resultados da vida de cada um, e todos ceifarão aquilo que semearam. T6 305 3 Esse pensamento deve ser para todo obreiro de Deus um motivo de estímulo e ânimo. Nossa obra para Deus parece muitas vezes quase infrutífera nesta vida. Nossos esforços para fazer o bem talvez sejam diligentes e perseverantes, e todavia é possível que não consigamos ver os seus resultados. Talvez o esforço pareça para nós perdido. Mas o Salvador assegura-nos que nossa obra se acha registrada no Céu, e que a recompensa não vai falhar. Diz o apóstolo Paulo, escrevendo inspirado pelo Espírito Santo: "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido." Gálatas 6:9. E lemos nas palavras do salmista: "Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos." Salmos 126:6. T6 306 1 Conquanto a grande recompensa final seja dada na vinda de Cristo, o serviço feito de coração para Deus proporciona mesmo nesta vida uma recompensa. O obreiro tem de enfrentar obstáculos, oposição, desânimo amargo e desolador. Talvez ele não veja o fruto de seu trabalho. A despeito de tudo isso, porém, encontra em seu trabalho uma bendita recompensa. Todos quantos se entregam a Deus num serviço desinteressado pela humanidade, estão cooperando com o Senhor da glória. Esse pensamento adoça toda fadiga, retempera a vontade, revigora o espírito para qualquer coisa que possa sobrevir. Trabalhando com coração abnegado, enobrecidos por serem participantes dos sofrimentos de Cristo, partilhando de Sua compaixão, eles contribuem para avolumar a onda de Seu gozo, e trazem honra e louvor a Seu exaltado nome. T6 306 2 Na companhia de Deus, de Cristo e dos santos anjos, são envolvidos num ambiente celestial, ambiente que traz saúde ao corpo, vigor ao intelecto e alegria espiritual. T6 306 3 Todos quantos consagram corpo, mente e espírito ao serviço de Deus hão de receber continuamente uma nova provisão de energia física, mental e espiritual. Os inexauríveis abastecimentos celestiais se acham a sua disposição. Cristo lhes dá a proteção de Seu espírito, a vida de Sua vida. O Espírito Santo põe Suas mais elevadas energias a operar no coração e na mente. T6 306 4 "Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. ... Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e Ele dirá: Eis-Me aqui. ... A tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam." Isaías 58:8-11. T6 307 1 Muitas são as promessas de Deus aos que servem a Seus aflitos. Ele diz: "Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na Terra, e Tu não o entregarás à vontade de seus inimigos. O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; Tu renovas a sua cama na doença." Salmos 41:1-3. "Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na Terra e, verdadeiramente, serás alimentado." Salmos 37:3. "Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares." Provérbios 3:9, 10. "Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais do que é justo, mas é para a sua perda." Provérbios 11:24. "Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e Ele lhe pagará o seu benefício." Provérbios 19:17. "A alma generosa engordará, e o que regar também será regado." Provérbios 11:25. T6 307 2 Conquanto muito do fruto de seus trabalhos não apareça nesta vida, os obreiros de Deus têm, da parte dEle a firme promessa do êxito final. Como Redentor do mundo, Cristo tinha constantemente de enfrentar um aparente fracasso. Parecia realizar pouco da obra que anelava fazer para erguer e salvar. Instrumentos satânicos operavam de contínuo para Lhe obstruir o caminho. Mas não desanimava. Ele via sempre diante de Si o resultado de Sua missão. Sabia que a verdade havia de afinal triunfar, no conflito contra o mal, e disse a Seus discípulos: "Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo." João 16:33. A vida dos discípulos de Cristo tem de ser como a dEle, uma série de ininterruptas vitórias -- que aqui não parecem vitórias, mas que serão reconhecidas como tais no grande porvir. T6 308 1 Aqueles que trabalham para o bem dos outros, fazem-no em união com os anjos celestiais. Têm sua constante companhia, seu incessante ministério. Anjos de luz e poder se acham sempre perto para proteger, confortar, sarar, instruir, inspirar. A eles pertence a mais elevada educação, a mais verdadeira cultura, o mais exaltado serviço ao alcance de seres humanos neste mundo. T6 308 2 Muitas vezes nosso misericordioso Pai anima a Seus filhos e lhes fortalece a fé, permitindo que vejam aqui provas do poder de Sua graça sobre o coração e a vida daqueles por quem trabalham. "Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da Minha boca; ela não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz e prosperará naquilo para que a enviei. Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará." Isaías 55:8-13. T6 308 3 Na transformação do caráter, na renúncia das paixões, no desenvolvimento das doces graças do Espírito Santo, vemos o cumprimento da promessa: "Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta." Isaías 55:13. Vemos que o deserto da vida "exultará e florescerá como a rosa". Isaías 35:1. T6 308 4 Cristo Se deleita em tomar material de que, aparentemente, não há esperança -- aqueles que Satanás tem degradado, e por cujo intermédio tem operado -- e torná-los objeto de Sua graça. Ele Se regozija em libertá-los dos sofrimentos e da ira que há de cair sobre os desobedientes. Ele faz de Seus filhos instrumentos na realização desta obra, em cujo êxito, mesmo nesta vida, encontram preciosa recompensa. T6 309 1 Que é isso, porém, comparado com a alegria que hão de experimentar no grande dia da revelação final? "Agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido." 1 Coríntios 13:12. T6 309 2 A recompensa dos obreiros de Cristo é entrar em Sua alegria. Aquela alegria, que o próprio Cristo antecipava com ansioso desejo, é apresentada em Sua petição ao Pai: "Aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo." João 17:24. T6 309 3 Os anjos estavam esperando para dar as boas-vindas a Jesus, ao ascender Ele depois da ressurreição. As hostes celestiais anelavam por saudar outra vez seu amado General, que lhes era devolvido da prisão da morte. Rodearam-nO ansiosamente, ao penetrar Ele pelas portas celestiais. Mas acenou-lhes para que recuassem. Seu coração estava com o solitário e pesaroso grupo de discípulos que deixara sobre o Olivete. Com Seus filhos em luta aqui na Terra, os quais têm ainda a ferir a batalha contra o destruidor, acha-se também Seu coração. "Pai", diz Ele, "aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo." João 17:24. T6 309 4 Os remidos de Cristo são Suas jóias, Seu precioso e particular tesouro. "Como as pedras de uma coroa, eles serão" (Zacarias 9:16) -- "as riquezas da glória da Sua herança nos santos." Efésios 1:18. "O trabalho da Sua alma Ele verá" neles, "e ficará satisfeito." Isaías 53:11. T6 309 5 E não se alegrarão Seus obreiros quando, por sua vez, contemplam o fruto de seus trabalhos? O apóstolo Paulo, escrevendo aos conversos tessalonicenses, diz: "Porque qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo." 1 Tessalonicenses 2:19, 20. E exorta os irmãos filipenses a serem "irrepreensíveis e sinceros", a resplandecer "como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que, no dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão." Filipenses 2:15, 16. T6 310 1 Todo impulso do Espírito Santo, levando homens à bondade e a Deus, é registrado nos livros do Céu, e no dia de Deus todo aquele que se entregou como instrumento à operação do Espírito Santo, poderá ver o que foi produzido por sua vida. T6 310 2 A viúva pobre que entregou suas duas moedas na tesouraria do Senhor, longe estava de imaginar o que fazia. Seu exemplo de sacrifício pessoal exerceu e exerce influência sobre milhares de corações em todas as terras e em todas as eras. Tem trazido para o tesouro de Deus dádivas de nobres e humildes, ricos e pobres. Tem ajudado a manter missões, a estabelecer hospitais, a alimentar os famintos, vestir os nus, curar os doentes e pregar o evangelho aos pobres. Multidões têm sido abençoadas pelo seu ato de desprendimento. E, no dia de Deus, ela verá os resultados de todas essas linhas de influência. O mesmo se pode dizer da preciosa dádiva de Maria ao Salvador. Quantos têm sido inspirados a amoroso serviço pela lembrança daquele partido vaso de alabastro! E como ela se regozijará ao contemplar tudo isso! T6 310 3 Maravilhosa será a revelação, ao ser manifestado o terreno da santa influência, com seus preciosos resultados. Qual não há de ser a gratidão das pessoas que nos encontrarem nas cortes celestiais, ao compreenderem o interesse cheio de simpatia e amor tomado em sua salvação! Todo louvor, honra e glória serão dados a Deus e ao Cordeiro pela nossa redenção; mas não diminuirá a glória de Deus o expressar reconhecimento para com o instrumento por Ele empregado na salvação de almas quase a perecer. T6 311 1 Os remidos hão de encontrar e reconhecer aqueles cuja atenção encaminharam ao excelso Salvador. Que alegres conversas hão de ter com essas pessoas! "Eu era pecador, sem Deus e sem esperança no mundo; e você se aproximou de mim, e atraiu minha atenção para o precioso Salvador, como minha única esperança. E eu cri nEle. Arrependi-me de meus pecados, e foi-me dado assentar juntamente com Seus santos nos lugares celestiais em Cristo Jesus." Outros dirão: "Eu era pagão, em terras pagãs. Você deixou seu lar confortável e veio me ajudar a encontrar Jesus, e a crer nEle como o único Deus verdadeiro. Destruí meus ídolos e adorei a Deus, e agora O vejo face a face. Estou salvo, eternamente salvo, para ver perpetuamente Aquele a quem amo. Então eu O via apenas com os olhos da fé, mas agora vejo-O tal como Ele é. É-me dado agora expressar Àquele que me amou, e me lavou dos pecados em Seu sangue, minha gratidão por Sua redentora misericórdia." T6 311 2 Outros expressarão seu reconhecimento aos que alimentaram o faminto e vestiram o nu. "Quando o desespero acorrentava minha alma à descrença, o Senhor o enviou a mim", dizem eles, "para dizer-me palavras de esperança e conforto. Você me trouxe alimento para as necessidades físicas, e me abriu a Palavra de Deus, despertando-me para minhas necessidades espirituais. Tratou-me como irmão. Teve compaixão de mim. Simpatizou comigo em minhas dores, e restaurou-me o coração quebrantado e ferido, de maneira que me foi possível agarrar a mão de Cristo, estendida para me salvar. Em minha ignorância, me ensinou pacientemente que eu tinha no Céu um Pai que de mim cuidava. Leu para mim as preciosas promessas da Palavra de Deus. Você me inspirou a ter fé em que Ele me haveria de salvar. Meu coração foi abrandado, rendido, despedaçado, ao contemplar o sacrifício que Cristo fizera por mim. Tive fome do pão da vida, e a verdade foi preciosa à minha alma. Aqui estou, salvo, eternamente salvo, para viver eternamente em Sua presença, e louvar Aquele que deu a vida por mim." T6 312 1 Que regozijo haverá quando esses remidos se encontrarem com os que se preocuparam em seu favor, e os saudarem! E os que viveram, não para agradar a si mesmos, mas para ser uma bênção para os desafortunados que tão poucas bênçãos desfrutam -- como lhes há de palpitar satisfeito o coração! Eles compreenderão a promessa: "Serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos." Lucas 14:14. T6 312 2 "Então, te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da Terra e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." Isaías 58:14. T6 312 3 "Não temas, ... Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão." Gênesis 15:1. T6 312 4 "Eu sou a tua parte e a tua herança." Números 18:20. T6 312 5 "Onde Eu estou, ali estará também o Meu servo." João 12:26. T6 312 6 "Bem-aventurados vós, que semeais sobre todas as águas." Isaías 32:20. ------------------------Capítulo 38 -- Importância da obra de colportagem T6 313 1 A obra da colportagem, devidamente dirigida, é uma obra missionária da mais elevada espécie, o melhor e mais bem-sucedido método que pode ser empregado para apresentar ao povo as importantes verdades para este tempo. A importância da obra do pastor é indiscutível; mas muitos que estão com fome do pão da vida não têm o privilégio de ouvir a palavra dos pregadores enviados por Deus. Por essa razão, é essencial que nossas publicações circulem amplamente. Assim a mensagem irá aonde o pregador não pode ir, e a atenção de muitos será atraída para os importantes eventos relacionados com as cenas finais da história deste mundo. T6 313 2 Deus estabeleceu a colportagem como um meio de apresentar ao povo a luz contida em nossos livros, e os colportores devem estar compenetrados da importância de colocar diante do mundo, tão depressa quanto possível, os livros necessários para educação e esclarecimento espirituais das pessoas. Essa é exatamente a obra que o Senhor deseja que Seu povo faça neste tempo. Todos os que se consagram a Deus para trabalhar como colportores, estão auxiliando na proclamação da última mensagem de advertência ao mundo. Não podemos avaliar plenamente o valor dessa obra. Se não fossem os esforços do colportor, muitos nunca ouviriam a advertência. T6 314 1 É verdade que alguns dos que compram livros os guardarão na estante e raramente os olharão. Contudo, Deus tem cuidado de Sua verdade, e virá o tempo em que esses livros serão procurados e lidos. A doença ou o infortúnio pode entrar no lar e, por meio da verdade contida nos livros, Deus envia paz, esperança e descanso aos corações turbados. Seu amor lhes é revelado, e eles compreendem a maravilha do perdão de seus pecados. Assim o Senhor coopera com Seus abnegados obreiros. T6 314 2 Há muitos que, por causa do preconceito, jamais conhecerão a verdade a não ser que esta seja levada a seu lar. O colportor pode encontrar essas pessoas e ajudá-las. No trabalho de casa em casa, há um aspecto que o colportor pode realizar com maior êxito do que outros. Ele pode familiarizar-se com o povo e compreender suas verdadeiras necessidades; pode orar com eles e apontar-lhes o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Assim o caminho será aberto para que a especial mensagem para este tempo tenha acesso aos corações. T6 314 3 Grande responsabilidade repousa sobre o colportor. Ele deve ir a seu trabalho preparado para explicar as Escrituras. Se puser no Senhor sua confiança, ao ir de lugar em lugar, anjos de Deus estarão ao seu redor, dando-lhe palavras certas, as quais levarão luz, esperança e ânimo a muitas pessoas. T6 314 4 Lembre-se o colportor de que tem oportunidade de semear sobre todas as águas. Lembre-se, ao vender os livros que dão um conhecimento da verdade, que está fazendo a obra de Deus e que todo talento deve ser empregado para a glória de Seu nome. Deus estará com cada um que procure compreender a verdade, a fim de que possa apresentá-la a outros em traços claros. Deus falou clara e compreensivelmente. "O Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem." Apocalipse 22:17. Não devemos demorar em dar instrução aos que dela precisam, para que sejam levados ao conhecimento da verdade, tal como é em Jesus. T6 315 1 As ovelhas perdidas do rebanho de Deus estão espalhadas em toda parte, e o trabalho que deveria ser feito por elas está sendo negligenciado. Pela luz que me foi dada, sei que no campo onde há um colportor, deveria haver cem. Os colportores devem ser animados a lançar mão desse trabalho, não para vender livros de histórias, mas para apresentar ao mundo os livros que contêm a verdade essencial para este tempo. T6 315 2 Que os colportores saiam com a Palavra do Senhor, lembrando-se de que aqueles que obedecem aos mandamentos de Deus e ensinam os outros a obedecer-lhes serão recompensados com a conversão de muitas pessoas. E uma pessoa verdadeiramente convertida levará outras a Cristo. Assim a obra avançará para novos territórios. T6 315 3 Chegou o tempo de realizar uma grande obra por meio dos colportores. O mundo dorme e, como atalaias, eles devem fazer soar a campainha de advertência, a fim de despertar homens e mulheres para o reconhecimento de seu perigo. As igrejas não conhecem o tempo de sua visitação. Muitas vezes podem conhecer melhor a verdade por meio dos esforços do colportor. Os que saem em nome do Senhor são Seus mensageiros para dar às multidões que estão em trevas e erro as alegres novas da salvação por meio de Cristo, levando-as a obedecer à lei de Deus. T6 315 4 Fui instruída de que mesmo onde o povo ouve a mensagem do pregador, o colportor deve continuar sua obra em cooperação com o pastor; porque ainda que o ministro apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por isso, a página impressa é essencial, não somente em despertar nas pessoas o reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro. As revistas e os livros são o meio de o Senhor conservar a mensagem para este tempo continuamente perante o povo. As publicações farão muito maior obra iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser cumprida unicamente pelo ministério da palavra. Os silenciosos mensageiros que são colocados nos lares pelo trabalho do colportor fortalecerão o ministério evangélico em todo sentido; porque o Espírito Santo impressionará a mente dos que lerem os livros, do mesmo modo que o faz à mente dos que ouvem a pregação da Palavra. O mesmo ministério de anjos que auxilia a obra do pastor acompanha os livros que contêm a verdade. T6 316 1 As novas de todo bem-sucedido esforço de nossa parte para dissipar as trevas e difundir a luz e o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou, são levadas para o alto. O ato é apresentado aos seres celestiais e comove todas as potestades e principados, atraindo a simpatia de todos os que habitam no Céu. T6 316 2 "E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo?" 2 Coríntios 2:14-16. ------------------------Capítulo 39 -- Qualificações do colportor T6 317 1 Visto como o colportar com nossa literatura é uma obra evangelística, deve ser executada de um ponto de vista missionário. Os que são escolhidos como colportores devem ser homens e mulheres que sintam a responsabilidade do serviço e que não tenham como objetivo conseguir lucros, mas proporcionar luz ao povo. Todo o nosso serviço deve ser feito para glória de Deus, a fim de dar a luz da verdade aos que estão em trevas. Os princípios egoístas, o amor ao ganho, à dignidade ou à posição, nem devem ser mencionados entre nós. T6 317 2 Os colportores precisam converter-se diariamente a Deus, a fim de que suas palavras e ações sejam um cheiro de vida para vida, para que possam exercer uma influência salvadora. A razão por que muitos fracassaram na colportagem é que não foram cristãos genuínos; não conheciam o espírito da conversão. Tinham uma teoria a respeito de como a obra devia ser feita, mas não sentiam sua dependência de Deus. T6 317 3 Colportores, lembrem-se de que, nos livros que carregam, estão apresentando, não a taça que contém o vinho de Babilônia, as doutrinas do erro ministradas aos líderes da Terra, mas a taça cheia das verdades da redenção. Não seria importante que vocês mesmos bebessem dela? Seu espírito pode ser levado em cativeiro à vontade de Cristo, e Ele pode colocar sobre vocês Sua aprovação. Contemplando-O, serão transformados de glória em glória, de caráter em caráter. Deus deseja que avancem, falando as palavras que Ele lhes concederá. Deseja que demonstrem alta estima pela humanidade que foi adquirida pelo precioso sangue do Salvador. Quando caírem sobre a pedra e forem despedaçados, experimentarão o poder de Cristo, e os outros reconhecerão o poder da verdade em seu coração. T6 318 1 Aos que freqüentam a escola, a fim de que aprendam como fazer mais perfeitamente a obra de Deus, desejo dizer: Lembrem-se de que é unicamente através da consagração diária a Deus que poderão se tornar ganhadores de almas. Há muitos que não puderam freqüentar a escola por serem demasiado pobres para custear os estudos. Mas quando se tornaram filhos e filhas de Deus, em seu ambiente profissional passaram a trabalhar pelos que lhes estavam ao redor. Ainda que destituídos do conhecimento obtido na escola, consagraram-se a Deus, e Deus operou por intermédio deles. Do mesmo modo como os discípulos quando foram chamados de suas redes para seguir a Cristo, eles aprenderam preciosas lições do Salvador. Uniram-se ao Grande Mestre, e o conhecimento que obtiveram das Escrituras, habilitou-os a falar de Cristo aos outros. Tornaram-se verdadeiramente sábios, porque não eram por demais sábios em seu próprio conceito para receberem instrução do alto. O poder renovador do Espírito Santo deu-lhes energia prática e salvadora. T6 318 2 O conhecimento do homem mais sábio, se ele não estudou na escola de Cristo, é loucura no que diz respeito ao conduzir pessoas a Cristo. Deus pode trabalhar unicamente com os que aceitem o convite: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve." Mateus 11:28-30. T6 318 3 Muitos de nossos colportores têm se afastado dos retos princípios. Pelo desejo de colher vantagens mundanas, sua mente tem se desviado do verdadeiro propósito e espírito da obra. Que ninguém pense que a ostentação causa boa impressão sobre o povo. Ela não assegurará os melhores nem mais permanentes resultados. Nossa obra destina-se a dirigir a mente às solenes verdades para este tempo. Somente quando nosso coração está mergulhado no espírito das verdades contidas no livro que estamos vendendo e quando, em humildade, chamamos a atenção do povo para essas verdades, é que o verdadeiro êxito acompanhará nossos esforços. Porque é só então que o Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, estará presente para influenciar o coração. T6 319 1 Nossos livros devem ser manejados por obreiros consagrados, a quem o Espírito Santo possa usar como Seus instrumentos. Cristo é nossa suficiência, e devemos apresentar a verdade em humilde simplicidade, deixando-a levar seu próprio cheiro de vida para vida. T6 319 2 A humilde e fervorosa oração faz mais em favor da circulação de nossos livros do que todos os recursos que há no mundo. Se os obreiros voltarem sua atenção para o que é verdadeiro, vivo e real; se orarem pelo Espírito Santo, crerem nEle e nEle confiarem, receberão Seu poder em fortes e celestiais correntes. Como resultado, impressões retas e duradouras serão feitas sobre o coração humano. Portanto orem e trabalhem; trabalhem e orem, e o Senhor atuará por seu intermédio. T6 319 3 Cada colportor tem necessidade constante da assistência dos anjos; porque tem uma importante obra a fazer, uma obra que não pode executar em sua própria força. Os que nasceram de novo e estão dispostos a ser guiados pelo Espírito Santo, fazendo o seu trabalho de acordo com a vontade de Cristo; os que trabalham como se pudessem ver o universo celestial a observá-los, serão acompanhados e instruídos pelos santos anjos, os quais irão adiante deles à morada das pessoas, preparando-lhes o caminho. Tal auxílio está muito acima de todas as vantagens que poderiam ser obtidas pela propaganda mais sofisticada. T6 320 1 Quando os homens reconhecerem o tempo em que estamos vivendo, trabalharão como à vista do Céu. O colportor tomará os livros que levam luz e força à alma. Absorverá o espírito desses livros e porá todo o espírito na obra de apresentá-los ao povo. Sua força, seu ânimo e êxito dependerão de quão plenamente a verdade apresentada nos livros esteja entretecida em sua própria experiência e desenvolvida em seu caráter. Quando sua vida estiver assim moldada, ele poderá ir avante, expondo a outros a sagrada verdade que está manejando. Cheio do Espírito de Deus, ganhará uma profunda e rica experiência, e os anjos celestiais lhe darão êxito no trabalho. T6 320 2 Aos nossos colportores, a todos aqueles a quem Deus confiou talentos para cooperar com Ele, direi: Orem por uma experiência mais profunda! Saiam com o coração suavizado e subjugado pelo estudo das verdades que Deus nos confiou para este tempo. Bebam abundantemente da água da salvação, para que se torne em seu coração uma fonte viva, que sirva para refrigerar as almas prestes a perecer. Então Deus lhes dará sabedoria que os habilite a comunicá-la devidamente. Ele os fará condutos para comunicar Suas bênçãos. Ele os auxiliará a revelar Seus atributos, transmitindo aos outros a sabedoria e o conhecimento que transmitiu a vocês. T6 320 3 Oro ao Senhor para que possam compreender este assunto em toda a sua extensão, largura e profundidade e para que sintam a responsabilidade de representar o caráter de Cristo pela paciência, ânimo e firme integridade. "A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus." Filipenses 4:7. ------------------------Capítulo 40 -- O colportor como obreiro evangélico T6 321 1 O colportor inteligente, temente a Deus e amante da verdade, deve ser respeitado porque ocupa uma posição igual à do pastor. Muitos de nossos jovens pastores e dos que estão se preparando para o ministério fariam, se verdadeiramente convertidos, muito bem trabalhando no campo da colportagem. Aproximando-se do povo e apresentando-lhes nossas publicações, ganhariam uma experiência que não podem obter simplesmente pregando. Ao irem de casa em casa, poderiam conversar com as pessoas, levando-lhes a fragrância da vida de Cristo. Em assim se esforçando para abençoar outros, trariam bênçãos a si mesmos; obteriam uma experiência na fé; seu conhecimento das Escrituras aumentaria grandemente; e estariam constantemente aprendendo como levar pessoas a Cristo. T6 321 2 Todos os nossos pastores devem sentir-se na liberdade de levar livros consigo para dispor deles em qualquer lugar. Aonde quer que o pastor vá, pode deixar um livro com a família em cuja casa se hospeda, seja vendendo-o ou dando-o. Esse trabalho já foi feito nos primeiros tempos da história da mensagem. Os pastores colportavam, usando os lucros obtidos pela venda dos livros para ajudar o avanço da obra em lugares necessitados. Eles podiam falar inteligentemente a respeito desse método de trabalho; porque tiveram experiência nesse ramo. T6 321 3 Ninguém pense que a colportagem, como um meio de levar a verdade ao povo, rebaixa um pastor. Fazendo essa obra, está ele trabalhando como o apóstolo Paulo, que disse: "Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós, servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo." Atos dos Apóstolos 20:18-21. O eloquente Paulo, a quem Deus Se manifestou de maneira maravilhosa, ia de casa em casa com toda a humildade de espírito, e com muitas lágrimas e tentações. T6 322 1 Todos os que desejem uma oportunidade para o verdadeiro ministério, e que se dêem sem reservas a Deus, encontrarão na colportagem ocasiões de falar sobre muitas coisas pertencentes à futura vida imortal. A experiência assim adquirida será de grandíssimo valor para os que estão se preparando para o ministério. É a assistência do Espírito Santo de Deus que prepara os obreiros, homens e mulheres, para se tornarem pastores do Seu rebanho. Ao acariciarem o pensamento de que Cristo é seu Companheiro, uma santa reverência e uma sagrada alegria serão sentidas por eles em meio a todas as experiências difíceis e em todas as provações. Aprenderão a orar, enquanto trabalham. Serão educados na paciência, bondade, afabilidade e simpatia. Praticarão a verdadeira cortesia cristã, tendo em mente que Cristo, seu Companheiro, não pode aprovar palavras ou sentimentos ásperos e descorteses. Suas palavras serão purificadas. O poder da palavra será considerado por eles como um precioso talento que lhes foi confiado para fazerem uma obra elevada e santa. O agente humano aprenderá como representar o Companheiro divino, com quem está associado. A esse Ser invisível e santo, ele mostrará respeito e reverência, porque está levando Seu jugo e está aprendendo Seus caminhos puros e santos. Os que tiverem fé nesse divino Assistente, hão de desenvolver-se. Serão dotados de poder para vestir de sagrada beleza a mensagem da verdade. T6 323 1 Há alguns que se adaptam à obra da colportagem e que podem fazer mais nesse ramo do que pregando. Se o Espírito de Cristo habitar em seu coração, acharão oportunidade para apresentar Sua Palavra a outros e para dirigir a mente às especiais verdades para este tempo. Homens que se adaptam a essa obra têm se dedicado a ela; mas alguns pastores insensatos os lisonjeiam dizendo que seus dons deveriam ser usados em pregar, em vez de colportar. Assim, são influenciados a buscar licença para pregar, e esses mesmos que deveriam ter sido preparados a fim de se tornarem bons missionários, para visitar as famílias em seus lares, falar e orar com elas, são desviados da obra à qual se adaptam, para se tornarem pastores deficientes. E o campo onde tanto trabalho é necessário, e onde tanto bem poderia ser feito, é negligenciado. T6 323 2 A pregação da Palavra é um meio ordenado pelo Senhor, pelo qual Sua mensagem de advertência deve ser dada ao mundo. Nas Escrituras, o fiel mestre é representado como um pastor do rebanho de Deus. Ele deve ser respeitado; e sua obra, apreciada. A genuína obra médica está ligada ao ministério, e a colportagem deve participar tanto da obra médico-missionária como do ministério. Aos que estão empenhados nessa obra, digo: Ao visitarem as pessoas, digam-lhes que são obreiros evangélicos e que amam ao Senhor. Não procurem acomodação num hotel, mas hospedem-se numa casa particular e travem conhecimento com a família. Cristo semeava as sementes da verdade onde quer que estivesse, e como Seus seguidores, poderão testemunhar em favor do Mestre, fazendo um grande trabalho no círculo familiar. Associando-se, assim, com o povo, muitas vezes encontrarão os que se acham doentes e desanimados. Quem se achegar a Cristo, e se dispuser a levar Seu jugo, diariamente aprenderá dEle como levar mensagens de paz e conforto aos aflitos e desanimados, tristes e contritos. Poderão indicar aos desanimados a Palavra de Deus e apresentar os doentes ao Senhor em oração. Quando orarem, falem a Cristo como fariam a um amigo fiel e muito amado. Mantenham uma dignidade gentil, franca e agradável, como um filho de Deus. Isso será reconhecido. T6 324 1 Os colportores devem estar habilitados a dar instruções quanto ao tratamento dos doentes. Devem aprender os métodos simples de tratamento de saúde. Dessa forma eles podem trabalhar como missionários-médicos, curando a alma e o corpo dos sofredores. Essa obra deveria agora estar indo avante em todas as partes do mundo. Assim, multidões seriam abençoadas pelas orações e instruções dos servos de Deus. T6 324 2 Necessitamos reconhecer a importância da colportagem como um grande meio de descobrir os que estão em perigo e levá-los a Cristo. Nunca se deve proibir os colportores de falar do amor de Cristo, contar sua experiência no serviço pelo Mestre. Devem ter liberdade de falar e orar com os que se dispõem a ouvi-los. A simples história do amor de Cristo pelo homem abrirá portas, mesmo no lares de incrédulos. T6 324 3 Quando o colportor visita as pessoas em seus lares, muitas vezes terá oportunidade de ler partes da Bíblia ou dos livros que ensinam a verdade. Quando ele descobre aqueles que estão buscando a verdade, pode realizar estudos bíblicos com eles. Esses estudos bíblicos são justamente o que o povo necessita. Deus usará em Seu serviço aqueles que demonstram um profundo interesse nas almas que perecem. Por meio deles, Ele comunicará luz aos que estão prontos para receber instrução. T6 324 4 Alguns dos que trabalham na colportagem têm um zelo que não está de acordo com o entendimento. Devido a sua falta de sabedoria e a vontade de agir como pastores e teólogos, tem se tornado quase uma necessidade impor restrições a nossos colportores. Quando a voz do Senhor pergunta: "A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?" o divino Espírito põe no coração a resposta: "Eis-me aqui, envia-me a mim." Isaías 6:8. Mas é necessário ter em mente que a brasa viva do altar precisa primeiro tocar os nossos lábios. Então as palavras que forem faladas serão sábias e santas. Teremos sabedoria para escolher o que dizer e o que deixar de dizer. Não tentaremos revelar nossa habilidade como teólogos. Teremos cuidado de não levantar um espírito combativo ou despertar preconceitos, de introduzir pontos controvertidos de doutrina. Encontraremos muito sobre o que falar, que não despertará oposição, mas abrirá o coração para desejar um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus. T6 325 1 O Senhor deseja que sejamos ganhadores de almas; por isso, embora não devamos impor ao povo pontos doutrinários, "estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós". 1 Pedro 3:15. Por que temor? Temor de que nossas palavras cheirem a presunção, de que sejam faladas palavras imprudentes, de que nossas palavras e maneiras não sejam segundo a semelhança de Cristo. Liguemo-nos firmemente a Cristo e apresentemos a verdade como se acha nEle. Os corações não podem deixar de ser tocados pela história da expiação. Quando aprendermos a mansidão e humildade de Cristo, saberemos o que dizer ao povo, porque o Espírito Santo nos dirá o que devemos falar. Os que reconhecem a necessidade de conservar o coração sob o domínio do Espírito Santo serão habilitados a semear semente que germine para a vida eterna. Essa é a obra do colportor-evangelista. ------------------------Capítulo 41 -- Esforços unidos na colportagem T6 326 1 Deveria existir perfeita unidade entre os obreiros que divulgam os livros que encherão o mundo de luz. Onde quer que a obra de colportagem seja realizada, tanto os livros de saúde quanto os religiosos devem ser expostos juntos, como partes de um trabalho unido. A relação entre os livros religiosos e os de saúde me é apresentada como sendo ilustrada pela união entre os fios que formam um bonito tecido e uma perfeita obra de arte. T6 326 2 No passado, os livros de saúde não foram tratados com o interesse que sua importância requer. Embora fossem altamente apreciados por uma grande classe de pessoas, muitos não chegaram a concluir que era essencial apresentá-los ao mundo. Todavia, que melhor preparo pode existir para a vinda do Senhor e para o recebimento de outras verdades essenciais, a fim de habilitar um povo para a Sua vinda, do que despertar as pessoas, fazendo-as ver os males de sua época, animando-as à reforma diante dos hábitos insalubres, auto-indulgentes? Porventura não se acha o mundo em necessidade de ser despertado para o assunto da reforma de saúde? Não se encontram as pessoas em necessidade de conhecer as verdades apresentadas nos livros de saúde? Um sentimento diferente daquele até aqui observado, em relação aos livros de saúde, deve ser verificado entre muitos de nossos colportores no campo de trabalho. T6 326 3 Entre nossos colportores e seus líderes, não deve haver divisões e objetivos contraditórios. Todos devem interessar-se pela venda de livros que tratam dos assuntos de saúde, assim como das obras distintamente religiosas. Não devemos seguir a linha de raciocínio segundo a qual somente alguns livros merecem ocupar a atenção dos colportores. Deve existir perfeita unidade, um equilibrado e simétrico desenvolvimento da obra em todas as suas partes. T6 327 1 A indiferença com que os livros de saúde têm sido tratados por muitos é uma ofensa a Deus. Separar a obra de saúde do grande corpo da obra não faz parte de Seus planos. A verdade presente repousa na obra da reforma de saúde tanto quanto nos outros aspectos do evangelho. Nenhum ramo, quando separado dos outros, pode ser um todo perfeito. T6 327 2 O evangelho da saúde tem hábeis defensores, mas sua tarefa tem sido dificultada porque muitos pastores, presidentes de Campo e outros em posições de influência, não têm dado à questão da reforma de saúde a atenção que lhe é devida. Eles não têm reconhecido nela seu papel como o braço direito da missão. Enquanto pouquíssima consideração tem sido mostrada a esse departamento por muitos irmãos, e por alguns pastores, o Senhor tem mostrado Sua consideração por ela dando-lhe abundante prosperidade. T6 327 3 Quando devidamente conduzida, a obra de saúde é uma cunha de penetração, abrindo caminho para que outras verdades alcancem o coração. Quando a mensagem do terceiro anjo for recebida em sua plenitude, a reforma de saúde terá o seu lugar nos concílios dos Campos, no trabalho da igreja, no lar, à mesa e em todos os arranjos do lar. Então o braço direito terá utilidade e protegerá o corpo. T6 328 4 Mas embora a obra de saúde tenha o seu lugar na proclamação da mensagem do terceiro anjo, seus advogados não devem de maneira nenhuma procurar que ela tome o lugar da mensagem. Os livros sobre saúde têm sua importância, mas a circulação desses livros é unicamente um dos muitos ramos da grande obra a ser realizada. As fortes impressões algumas vezes dadas ao colportor com respeito aos livros de saúde não devem resultar na exclusão de outros livros importantes que devem ser apresentados ao povo. Os que têm a seu cargo a colportagem devem ser homens que possam discernir a relação de cada parte da obra para com o grande todo. Que eles dêem a devida atenção à circulação dos livros de saúde, mas não tornem esse ramo tão preeminente que atraia homens de outros ramos de importância vital, excluindo assim os livros que levam ao mundo a especial mensagem da verdade. T6 328 1 Para a apresentação de livros religiosos é necessário tanto preparo como para os que tratam da questão de saúde e temperança. O mesmo que é dito sobre a colportagem com livros que contêm o alimento espiritual, o mesmo esforço feito para encorajar e educar os obreiros a fim de que espalhem os livros que contêm a terceira mensagem angélica, assim deve ser dito e feito para desenvolver obreiros para os livros de saúde. T6 328 2 Uma espécie de livros sempre abrirá lugar à outra. Ambas são essenciais e devem ocupar o campo ao mesmo tempo. Uma é o complemento da outra, e não pode, de modo algum, tomar seu lugar. Ambas tratam de assuntos do mais elevado valor e precisam fazer sua parte no preparo do povo de Deus para estes últimos dias. Ambas devem ser consideradas como a verdade presente, para iluminar, despertar e convencer. Ambas devem confundir-se na obra de santificar e purificar as igrejas que aguardam a vinda do Filho de Deus em poder e grande glória. T6 328 3 Que cada publicador e diretor de colportagem trabalhe entusiasticamente para animar os colportores que agora estão no campo e para conquistar e preparar novos obreiros. Que cada um fortaleça e edifique a obra tanto quanto possível sem enfraquecer nenhum segmento. Que tudo seja feito em amor fraternal e sem egoísmo. ------------------------Capítulo 42 -- Reavivamento da obra de colportagem T6 329 1 A importância da colportagem é conservada sempre diante de mim. Ultimamente não tem sido infundida nessa obra a vida que antes lhe era proporcionada pelos agentes que faziam dela sua especialidade. Colportores têm sido chamados de sua obra evangelística para se empenhar em outro trabalho. Não deveria ser assim. Muitos de nossos colportores, se verdadeiramente convertidos e consagrados, podem fazer mais nesse ramo do que em qualquer outro, quanto a apresentar a verdade para este tempo diante do povo. T6 329 2 Temos a Palavra de Deus para mostrar que o fim está próximo. O mundo deve ser admoestado, e, como nunca dantes, devemos ser cooperadores de Cristo. A obra de admoestar foi-nos confiada. Temos de ser condutos de luz ao mundo, comunicando aos outros a luz que recebemos do grande Portador de Luz. As palavras e ações de todos os homens devem ser provadas. Não sejamos vagarosos agora. Aquilo que deve ser feito para advertir o mundo precisa ser feito sem demora. Não deixemos a colportagem esmorecer. Que os livros que contêm a luz sobre a verdade presente sejam colocados diante de tantos quantos possível. T6 329 3 Os presidentes de nossas Associações e outros que estão em posições de responsabilidade têm um dever a cumprir neste assunto, para que os diferentes ramos de nossa obra possam receber igual atenção. Os colportores devem ser instruídos e preparados para fazer o trabalho de vender os livros sobre a verdade presente, dos quais o povo necessita. São necessários homens de profunda experiência cristã, homens de espírito bem equilibrado, fortes e bem educados, para empenhar-se nessa obra. O Senhor deseja que lancem mão da colportagem os que são capazes de instruir outros, os que podem despertar em moços e moças promissores um interesse por essa atividade, levando-os a realizá-la com êxito. Alguns têm o talento, a educação e a experiência que os habilitariam a instruir os jovens para a colportagem, de tal modo que poderia ser feito muito mais do que está se fazendo agora. T6 330 1 Os que tiveram uma experiência nesse trabalho têm o especial dever de ensinar os outros. Ensinar, ensinar, ensinar moços e moças a venderem os livros que o Senhor, por intermédio de Seu Espírito Santo, inspirou Seus servos a escrever. Deus deseja que sejamos fiéis em ensinar os que aceitam a verdade, para que possam crer com um propósito em vista e trabalhar inteligentemente segundo indica o Senhor. Que os inexperientes se unam aos obreiros experientes, a fim de que aprendam como trabalhar. Que busquem a Deus com mais fervor. Eles farão um bom trabalho na colportagem, se obedecerem às palavras: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina." 1 Timóteo 4:16. Os que dão evidência de verdadeira conversão e que se empenham na colportagem verão que ela é o melhor preparo para outros ramos de trabalho missionário. T6 330 2 Se os que conhecem a verdade a praticassem, seriam formulados métodos para alcançar o povo onde ele se acha. Foi a providência de Deus que, no princípio da igreja cristã, espalhou os santos, enviando-os para fora de Jerusalém a muitas partes do mundo. Os discípulos de Cristo não permaneceram em Jerusalém ou nas cidades circunvizinhas, mas foram além dos limites de seu país, buscando os perdidos para levá-los a Deus. Hoje o Senhor deseja ver Sua obra levada a muitos lugares. Não devemos limitar nosso trabalho a umas poucas localidades. T6 330 3 Não devemos desanimar nossos irmãos, debilitando-lhes as mãos, de modo que a obra que Deus deseja fazer por meio deles, não seja executada. Não é bom empregar muito tempo em preparar homens para fazer o trabalho missionário. A instrução é necessária, mas que todos se lembrem de que Cristo é o Grande Mestre e a Fonte de toda sabedoria. Que jovens e idosos se consagrem a Deus, empreendam a obra e prossigam trabalhando em humildade, sob o domínio do Espírito Santo. Que os estudantes saiam para o campo e ponham em prática o conhecimento que adquiriram na escola. Se os colportores fizerem isso, usando a habilidade que Deus lhes deu, buscando conselho dEle e combinando o trabalho de vender livros com o serviço pessoal em favor do povo, seus talentos aumentarão pelo exercício e eles aprenderão muitas lições práticas, as quais não lhes seria possível aprender na escola. A educação obtida por esse meio prático pode, apropriadamente, ser chamada de educação superior. T6 331 1 Não há obra mais elevada do que a da colportagem evangelística. Ela abrange o cumprimento dos mais elevados deveres morais. Os que se empenham nessa obra precisam estar sempre sob o domínio do Espírito de Deus. Não deve haver exaltação do eu. O que poderíamos ter que não tenhamos recebido de Cristo? Precisamos amar-nos como irmãos e revelar nosso amor ajudando-nos mutuamente. Precisamos ser misericordiosos e corteses. Precisamos unir-nos, avançando na mesma direção. Unicamente os que vivem a oração de Cristo, executando-a na vida prática, suportarão a prova que há de vir sobre todo o mundo. Os que a si se exaltam colocam-se sob o poder de Satanás, preparando-se para receber seus enganos. A palavra do Senhor a Seu povo é que levantemos a norma cada vez mais alto. Se obedecermos a Sua voz, Ele trabalhará conosco e nossos esforços serão coroados de êxito. Em nossa obra receberemos ricas bênçãos do alto, e ajuntaremos tesouros junto ao trono de Deus. T6 332 1 Se tão-somente soubéssemos o que está diante de nós, não seríamos tão vagarosos na obra do Senhor. Estamos no tempo da sacudidura, tempo em que cada coisa que pode ser abalada o será. O Senhor não desculpará os que conhecem a verdade, se não obedecerem a Seus mandamentos por palavra e ação. Se não fizermos algum esforço para conduzir pessoas a Cristo, seremos responsáveis pela obra que poderíamos ter feito, mas deixamos de fazer por causa de nossa indolência espiritual. Os que pertencem ao reino do Senhor precisam trabalhar com zelo pela salvação de pessoas. Precisam fazer sua parte em restaurar a lei e ratificá-la entre os discípulos. T6 332 2 O Senhor quer que a luz que Ele nos deu sobre as Escrituras resplandeça com raios claros e brilhantes; e é o dever de nossos colportores fazer um esforço forte e unido para que o plano de Deus seja cumprido. Uma grande e importante obra está diante de nós. O inimigo reconhece isso, e está empregando todos os meios em seu poder para induzir o colportor a buscar algum outro tipo de trabalho. Esse estado de coisas deve ser mudado. Deus chama os colportores a voltar à obra. Ele chama voluntários que ponham na obra todas as energias e conhecimentos, ajudando onde quer que haja oportunidade. O Mestre chama a cada um para fazer a parte que lhe foi dada, segundo sua habilidade. Quem responderá ao chamado? Quem sairá para trabalhar na sabedoria, na graça e no amor de Cristo pelos que estão perto e longe? Quem se dispõe a sacrificar a comodidade e o prazer, a entrar nos lugares do erro, da superstição e das trevas, trabalhando zelosa e perseverantemente, falando a verdade em simplicidade, orando com fé, fazendo o trabalho de casa em casa? Quem neste tempo sairá do arraial, imbuído do poder do Espírito Santo, levando a injúria por amor de Cristo, abrindo as Escrituras ao povo e chamando-o ao arrependimento? T6 333 1 Deus tem Seus obreiros em todas as épocas. Seu chamado deve ser atendido. Assim, quando a voz divina clamar: "A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?" a resposta virá: "Eis-me aqui, envia-me a mim." Isaías 6:8. Que todos os que trabalham na colportagem sintam no coração que estão fazendo a obra do Senhor em ministrar às almas que não conhecem a verdade para este tempo. Eles estão fazendo soar a nota de advertência nos caminhos e valados, preparando um povo para o grande dia do Senhor, que está prestes a sobrevir ao mundo. Não temos tempo a perder. Precisamos animar esta obra. Quem sairá agora com nossas publicações? O Senhor concede habilidade a homens e mulheres que desejam cooperar com o poder divino. Talento, ânimo, perseverança, fé e tato exigidos lhes serão outorgados ao vestirem a armadura divina. Uma grande obra deve ser feita em nosso mundo, e certamente agentes humanos responderão à exigência. O mundo precisa ouvir a advertência. Quando vier o chamado: "A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?" que cada um dê a resposta, clara e distinta: "Eis-me aqui, envia-me a mim." T6 333 2 "Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas." Eclesiastes 11:6. T6 333 3 Escolha de colportores -- Alguns se adaptam melhor que outros a fazer certo trabalho; portanto, não é correto pensar que qualquer um possa ser colportor. Alguns não têm especial adaptabilidade para essa obra; mas não devem, por isso, ser considerados faltos de fé ou de vontade. O Senhor não é irrazoável em Suas exigências. A igreja é como um jardim em que há uma variedade de flores, cada uma com suas próprias peculiaridades. Embora em muitos aspectos todas possam diferir, cada uma tem um valor particular. T6 334 1 Deus não espera que, com seus diferentes temperamentos, cada um dentre Seu povo esteja preparado para todo e qualquer lugar. Lembrem-se todos de que há variedade de legados. Não é o trabalho de qualquer homem prescrever a obra de outro homem, contrariamente a suas próprias convicções do dever. É correto dar conselho e sugerir planos; mas todo homem deve ser deixado na liberdade de buscar a direção de Deus, a quem pertence e a quem serve. T6 334 2 Preparo para o ministério -- Alguns homens que Deus chamou ao trabalho do ministério entraram no campo como colportores. Fui instruída de que, se seu objetivo é disseminar a luz, esse é um excelente preparo para levar as verdades da Palavra de Deus diretamente ao círculo do lar. Em conversa, muitas vezes o caminho será aberto para falarem da religião da Bíblia. Se o trabalho for empreendido como deve ser, famílias serão visitadas, os obreiros manifestarão ternura cristã e amor às almas, e grande bem será o resultado. Essa será uma excelente experiência para qualquer pessoa que tem o ministério como objetivo. T6 334 3 Aqueles que se estão preparando para o ministério não podem se empenhar em outra ocupação que lhes dê tão ampla experiência como a colportagem. T6 334 4 Suportando dificuldades -- Aquele que em seu trabalho encontra provas e tentações deve aproveitar essas experiências, aprendendo a apoiar-se mais decididamente em Deus. Deve sentir a todo momento sua dependência de Deus. T6 335 1 Nenhuma queixa deve ser cultivada em seu coração ou ser pronunciada por seus lábios. Quando bem-sucedido, não deve tomar para si nenhuma glória, porque seu êxito é devido à operação dos anjos de Deus sobre o coração. E lembre-se ele de que, tanto no tempo de bonança como no de desânimo, os mensageiros celestiais estão sempre a seu lado. Ele deve reconhecer a bondade do Senhor e louvá-Lo com alegria. T6 335 2 Cristo pôs de lado Sua glória e veio à Terra para sofrer pelos pecadores. Se encontrarmos dificuldades em nosso trabalho, olhemos para Aquele que é o Autor e Consumador de nossa fé. Então não falharemos nem ficaremos desanimados. Suportaremos as dificuldades como bons soldados de Jesus Cristo. Lembremo-nos do que Ele diz sobre os verdadeiros crentes: "Nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." 1 Coríntios 3:9. T6 335 3 Uma preciosa experiência -- Aquele que empreende a obra da colportagem como deve precisa ser tanto educador como estudante. Enquanto procura ensinar aos outros, ele mesmo precisa aprender a fazer a obra de um evangelista. Saindo os colportores ao campo com coração humilde, cheio de fervorosa atividade, acharão muitas oportunidades para falar uma palavra a almas prestes a morrer no desânimo. Depois de trabalhar por esses necessitados, estarão habilitados a dizer: "Noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor." Efésios 5:8. Ao verem o pecaminoso procedimento de outros, podem dizer: "É o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus." 1 Coríntios 6:11. T6 335 4 Aqueles que trabalham para Deus encontrarão o desânimo, mas pertence-lhes sempre a promessa: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mateus 28:20. Deus dará a mais maravilhosa experiência aos que disserem: "Creio em Tua promessa; não fracassarei nem desanimarei." T6 336 1 Relatar -- Que aqueles que obtêm tal experiência trabalhando para o Senhor escrevam um relato dela para nossas revistas, a fim de que outros possam ser animados. Que o colportor fale da alegria e bênção que recebeu em seu ministério como evangelista. Essas reportagens devem aparecer em nossas revistas, porque são de vasto alcance em sua influência. Serão como uma doce fragrância na igreja, um cheiro de vida para vida. Serão uma evidência de que Deus trabalha com aqueles que cooperam com Ele. T6 336 2 Exemplo na reforma de saúde -- Na associação com os incrédulos, não se permita desviar dos retos princípios. Ao sentar à sua mesa, coma temperantemente e só alimento saudável. Guarde-se da intemperança. Não se pode enfraquecer as faculdades mentais ou físicas, sem se tornar incapaz para discernir as coisas espirituais. Conserve a mente em tal estado que Deus possa impressioná-la com as preciosas verdades de Sua Palavra. T6 336 3 Assim você terá influência sobre outros. Muitos procuram corrigir a vida de outros atacando aquilo que consideram hábitos errôneos. Falam com aqueles a quem julgam estar em erro e apontam defeitos, mas não fazem fervoroso e prudente esforço a fim de dirigir-lhes a mente para os verdadeiros princípios. Tal procedimento muitas vezes deixa de alcançar os resultados desejados. Procurando corrigir os outros, nós também muitas vezes suscitamos o combate, e assim causamos mais dano do que bem. Não é correto observar os outros para lhes apontar faltas ou erros. Deve-se ensinar pelo exemplo. Que nossa renúncia e vitória sobre o apetite seja uma ilustração de obediência aos retos princípios. Que nossa vida dê testemunho da santificadora e enobrecedora influência da verdade. T6 337 1 De todos os dons que Deus confiou aos homens, nenhum é mais precioso do que o dom da palavra. Santificado pelo Espírito Santo, é um poder para o bem. É com a língua que convencemos e persuadimos; com ela oferecemos orações e louvores a Deus; e com ela transmitimos ricos pensamentos do amor do Redentor. Mediante correto uso do dom da palavra, o colportor pode semear as preciosas sementes da verdade em muitos corações. T6 337 2 Integridade nos negócios -- A obra está coxeando porque os princípios do evangelho não são obedecidos por aqueles que professam seguir a Cristo. A maneira negligente com que alguns colportores, tanto idosos como jovens, têm executado seu trabalho, mostra que têm importantes lições a aprender. Muito trabalho feito a esmo tem sido apresentado diante de mim. Alguns foram educados em hábitos deficientes, e trouxeram essa deficiência à obra de Deus. As sociedades de publicações têm se envolvido em dívidas porque colportores não saldam seus débitos. Colportores se sentem maltratados quando são solicitados a pagar os livros recebidos das casas publicadoras. Contudo, exigir pronto pagamento é o único modo de efetuar negócio. T6 337 3 As coisas devem estar arranjadas de modo que os colportores tenham o suficiente para viver sem sacar além do que lhes é devido. Essa porta de tentação precisa ser fechada e trancada. Por mais honesto que seja o colportor, podem surgir circunstâncias em seu trabalho que lhe serão uma tentação dolorosa. T6 337 4 A preguiça e a indolência não são frutos nascidos numa árvore cristã. Nenhuma alma pode praticar a prevaricação ou a desonestidade em lidar com os bens do Senhor e ficar inculpável diante de Deus. Todos os que fazem isso estão negando a Cristo pela ação. Enquanto professam guardar e ensinar a lei de Deus, deixam de manter seus princípios. T6 338 1 Os bens do Senhor devem ser manejados com fidelidade. O Senhor confiou aos homens vida, saúde e as faculdades do raciocínio. Tem-lhes dado força física e mental para ser exercida; portanto, não deveriam esses dons ser empregados fiel e diligentemente para a glória de Seu nome? Têm nossos irmãos considerado que precisam prestar contas de todos os talentos colocados em sua posse? Têm eles negociado sabiamente com os bens de seu Senhor, ou estão gastando negligentemente Sua fazenda e sendo inscritos no Céu como servos infiéis? Muitos estão gastando o dinheiro do Senhor em assim chamados prazeres dissolutos; não estão obtendo uma experiência em abnegação, mas gastando o dinheiro em vaidades e deixando de levar a cruz após Jesus. Muitos que são privilegiados com preciosas oportunidades, dadas por Deus, têm desperdiçado a vida e agora se acham em sofrimento e necessidade. T6 338 2 Deus requer que seja feita decidida melhora nos vários ramos da obra. O negócio feito com a causa de Deus necessita ser caracterizado pela maior precisão e exatidão. Não tem havido firme e decidido esforço para efetuar uma reforma essencial. T6 338 3 Conhecer bem o livro -- Os colportores devem familiarizar-se perfeitamente com o livro que vendem e estar habilitados a chamar a atenção para os capítulos importantes. T6 338 4 O trabalho do colportor -- O colportor deve levar consigo folhetos, brochuras e livros pequenos para dar àqueles que não podem comprar. Desse modo a verdade pode ser introduzida em muitos lares. T6 339 1 Diligência -- Quando o colportor sai para o trabalho, não deve permitir-se ser distraído, mas deve inteligentemente ir em direção ao seu alvo com toda a diligência. E, enquanto está trabalhando, não deve negligenciar as oportunidades de auxiliar as pessoas que estão buscando luz e que precisam do consolo das Escrituras. Se o colportor anda com Deus, se ora pedindo sabedoria celestial para que possa fazer o bem, e unicamente o bem, em seu trabalho, saberá como discernir suas oportunidades e as necessidades das pessoas com as quais entra em contato. Aproveitará ao máximo cada oportunidade para atrair pessoas a Cristo. No espírito de Cristo, ele estará pronto a dizer uma palavra de alívio ao que está cansado. T6 339 2 Pela diligência em colportar, apresentando fielmente ao povo a cruz do Calvário, o colportor duplica sua utilidade. Mas embora apresentemos métodos de trabalho, não podemos estabelecer uma linha fixa, pela qual cada um deva se reger; porque as circunstâncias alteram os casos. Deus impressionará àqueles cujo coração está aberto à verdade e almeja direção. Ele dirá a Seu agente humano: "Fala a este ou àquele do amor de Jesus." Tão depressa é mencionado o nome de Jesus com amor e ternura, aproximam-se os anjos de Deus para abrandar e subjugar o coração. T6 339 3 Sejam os colportores fiéis estudantes, aprendendo como tornar bem-sucedido seu trabalho. E, ao realizá-lo, conservem os olhos, os ouvidos e o entendimento abertos para receber sabedoria de Deus, a fim de que possam saber como ajudar os que estão perecendo por falta do conhecimento de Cristo. Concentre cada obreiro suas energias e use suas faculdades no mais elevado de todos os serviços -- reaver homens do laço de Satanás e ligá-los a Deus, prendendo a cadeia de dependência por Jesus Cristo ao trono circundado pelo arco-íris da promessa. T6 340 1 A certeza do êxito -- Uma grande e boa obra pode ser feita pelo colportor-evangelista. O Senhor deu tato e habilidades aos homens. Aos que usam para Sua glória esses talentos confiados, entretecendo princípios bíblicos na textura, será concedido êxito. Devemos trabalhar e orar, pondo nossa confiança nAquele que jamais falha. T6 340 2 Que os colportores-evangelistas se submetam à operação do Espírito Santo. Que eles, mediante perseverante oração, lancem mão do poder que vem de Deus, confiando nEle com fé viva. Sua grande e eficaz influência estará com todo obreiro verdadeiro e fiel. T6 340 3 Como Deus abençoa o pastor e o evangelista em seus fervorosos esforços por colocar a verdade perante o povo, assim Ele abençoará o colportor fiel. T6 340 4 O humilde e eficiente obreiro, que obedientemente responde ao chamado de Deus, pode estar certo de receber auxílio divino. Sentir tão grande e santa responsabilidade é, em si mesmo, coisa que eleva o caráter. Põe em ação as mais elevadas qualidades mentais, e o contínuo exercício delas fortalece e purifica o espírito e o coração. A influência sobre a própria vida, como sobre a vida de outros, é incalculável. T6 340 5 Os espectadores descuidados podem não apreciar nem perceber a importância de sua obra. Podem julgá-la um negócio que não dá lucro, uma vida de trabalho ingrato e de sacrifício. Mas o servo de Jesus a vê sob a luz que irradia da cruz. Seus sacrifícios parecem pequenos em comparação com os do bendito Mestre, e ele se sente alegre em seguir Suas pisadas. O êxito de seu trabalho outorga-lhe a mais pura alegria e é a mais rica recompensa de uma vida de paciente labuta. T6 340 6 "E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele." Isaías 30:21. ------------------------Capítulo 43 -- Demonstrando hospitalidade T6 341 1 A Bíblia põe muita ênfase na prática da hospitalidade. Não somente a recomenda como um dever, mas apresenta muitos belos quadros do exercício dessa graça e das bênçãos que ela produz. Entre eles, destaca-se o exemplo de Abraão. T6 341 2 Vemos o patriarca, nos registros do Gênesis, logo após o meio-dia, descansando à porta de sua tenda, à sombra dos carvalhais de Manre. Passam perto três viajantes. Não fazem solicitação de hospitalidade, de nenhum favor; mas Abraão não lhes permite continuar o caminho sem se refrigerarem. É um homem idoso, revestido de dignidade e riqueza, pessoa altamente honrada e habituada a mandar. Todavia, ao ver esses estranhos, "correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra". Dirigindo-se ao principal, disse: "Meu Senhor, se agora tenho achado graça nos Teus olhos, rogo-Te que não passes de Teu servo." Gênesis 18:2, 3. Trouxe com as próprias mãos água para que eles lavassem os pés. Ele próprio escolheu-lhes o alimento; enquanto descansavam à sombra fresca, Sara, sua esposa, preparou-se para hospedá-los, e Abraão ficou respeitosamente ao lado deles enquanto lhe recebiam a hospitalidade. Mostrou-lhes essa bondade como a simples viajantes, estrangeiros em trânsito, os quais talvez nunca mais cruzassem o seu caminho. Finda a hospitaleira refeição, porém, os hóspedes se revelaram. Ele servira, não apenas a anjos celestiais, mas ao glorioso Comandante deles, a seu Criador, Redentor e Rei. Foram expostos a Abraão os conselhos do Céu, e ele foi chamado "o amigo de Deus". T6 342 1 Ló, sobrinho de Abraão, embora tivesse estabelecido seu lar em Sodoma, estava possuído do espírito de bondade e hospitalidade do patriarca. Vendo ao cair da noite dois estrangeiros à porta da cidade, e conhecendo os perigos que certamente os assaltariam naquele ímpio lugar, Ló insistiu com eles para irem à sua casa. Não pensou absolutamente no perigo que poderia resultar para ele mesmo e sua família. Fazia parte da obra de sua vida proteger os que corriam risco e cuidar dos que não tinham lar. E o ato bondosamente praticado para com dois desconhecidos viajantes introduziu anjos em seu lar. Aqueles a quem ele procurou proteger o protegeram também. Ao cair da noite, ele os levara à sua porta a fim de colocá-los em segurança. Ao alvorecer, eles o levaram, e a sua família, para fora da porta da cidade condenada, a fim de os pôr a salvo. T6 342 2 Tais atos de cortesia foram reputados por Deus suficientemente importantes para serem registrados em Sua Palavra; e mais de mil anos depois, esses atos foram mencionados por um inspirado apóstolo: "Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos." Hebreus 13:2. T6 342 3 O privilégio concedido a Abraão e a Ló não nos é negado. Mostrando hospitalidade aos filhos de Deus, nós também podemos receber os Seus anjos em nossa morada. Mesmo nos dias atuais, anjos em forma humana entram no lar dos homens e são aí hospedados por eles. E os cristãos que vivem à luz do rosto de Deus estão sempre acompanhados por anjos invisíveis, e esses seres santos deixam após si uma bênção em nosso lar. T6 342 4 "Dado à hospitalidade" (Tito 1:8), eis uma das especificações mencionadas pelo Espírito Santo como devendo caracterizar uma pessoa apta a assumir responsabilidades na igreja. E a toda a igreja é feita a recomendação: "Sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." 1 Pedro 4:9, 10. T6 343 1 Essas admoestações têm sido estranhamente negligenciadas. Mesmo entre os que professam ser cristãos, a verdadeira hospitalidade é pouco exercida. Entre nosso próprio povo, a oportunidade de ser hospitaleiro não é considerada como deve ser, como um privilégio e uma bênção. Há positivamente muito pouca sociabilidade, muito pouca disposição de dar lugar para mais dois ou três à nossa mesa de família, sem embaraço ou ostentação. Alguns alegam ser "demasiado incômodo". Não o será se for dito: "Não fizemos nenhum preparativo especial, mas seja bem-vindo para participar do que temos." Para o hóspede inesperado, um bom acolhimento é muito mais apreciado do que a mais elaborada refeição. T6 343 2 É negar a Cristo fazer para as visitas preparativos que exigem tempo que de direito pertence ao Senhor. Nisso cometemos roubo para com Deus. E prejudicamos igualmente a outros. Com o preparar uma elaborada hospedagem, muitos privam a própria família da necessária atenção, e seu exemplo leva outros a imitá-los. T6 343 3 Fadigas e preocupações desnecessárias são criadas pelo desejo de fazer alarde ao hospedar visitas. A dona-de-casa trabalha excessivamente a fim de preparar grande variedade para a mesa. Por causa dos muitos pratos preparados, os hóspedes comem demais, resultando em doença e sofrimento, provenientes do demasiado trabalho, de um lado, e de comer excessivamente, do outro. Esses elaborados banquetes são um fardo e um dano. T6 343 4 Mas o Senhor requer que cuidemos dos interesses de nossos irmãos e irmãs. O apóstolo Paulo deu um exemplo disso. Disse ele à igreja de Roma: "Recomendo-vos pois Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia. Para que a recebais no Senhor, como convém a santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo." Romanos 16:1, 2. Febe hospedava o apóstolo, e era excelente hospedeira dos estrangeiros que necessitavam de cuidado. Seu exemplo deve ser imitado pelas igrejas de hoje. T6 344 1 Deus Se desagrada com o interesse egoísta tantas vezes manifestado pelo sentimento de "eu e minha família". Toda família que manifesta esse espírito necessita converter-se aos princípios manifestados na vida de Cristo. Os que se fecham em si mesmos, que não estão dispostos a se incomodar para dar hospedagem, perdem muitas bênçãos. T6 344 2 Alguns de nossos obreiros ocupam funções em que freqüentemente lhes é necessário receber hóspedes, sejam os próprios irmãos, sejam estranhos. Alguns insistem em que a Associação tome conta disso, e que, além do salário regular deles, seja-lhes concedida uma importância suficiente para cobrir essa despesa extraordinária. O Senhor, porém, deu a obra de hospedar a todo o Seu povo. Não é plano divino que um ou dois hospedem por toda a Associação ou igreja, ou que obreiros sejam pagos para hospedar seus irmãos. Essa é uma invenção nascida do egoísmo, e os anjos de Deus tomam nota dessas coisas. T6 344 3 Os que viajam de um lugar para outro, como evangelistas ou missionários em qualquer ramo, devem receber hospedagem dos membros das igrejas entre as quais trabalhem. Irmãos e irmãs, proporcionem um lar a esses obreiros, mesmo que seja com sacrifício pessoal. T6 344 4 Cristo mantém um relatório de toda despesa efetuada para dar hospedagem por amor a Ele. O Senhor supre tudo quanto é necessário para essa obra. Aqueles que, por amor a Cristo, hospedam seus irmãos, fazendo o possível para tornar a visita proveitosa tanto aos hóspedes como a si mesmos, são registrados no Céu como dignos de bênçãos especiais. T6 345 1 Em Sua própria vida, Cristo deu uma lição de hospitalidade. Quando rodeado pela multidão faminta à beira-mar, não a mandou para casa sem alimento. Ele disse aos discípulos: "Dai-lhes vós de comer." Mateus 14:16. E, mediante um ato de poder criador, supriu alimento suficiente para satisfazer-lhes às necessidades. Mas, quão simples foi a comida proporcionada! Nada de finas iguarias. Aquele que tinha à Sua disposição todos os recursos do Céu, poderia providenciar um rico banquete. Supriu, no entanto, o que bastasse às necessidades do povo, o que constituía o alimento diário dos pescadores nas proximidades do mar. T6 345 2 Caso as pessoas fossem hoje simples em seus hábitos, vivendo em harmonia com as leis da natureza, haveria abundante provisão para todas as necessidades da família humana. Haveria menos necessidades imaginárias, e mais oportunidades de trabalhar segundo a maneira de Deus. T6 345 3 Cristo não procurava atrair os homens a Si, satisfazendo-lhes o desejo de ostentação A simples refeição que Ele proveu foi uma garantia, não somente de Seu poder, mas de Seu amor, do terno cuidado que tinha por eles nas necessidades comuns da vida. E ao alimentá-los com os pães de cevada, dava-lhes também a comer o pão da vida. Esse é um exemplo para nós. Nossa comida pode ser simples e mesmo escassa. Podemos ter de viver na pobreza. Talvez nossos recursos não sejam maiores do que os dos discípulos com os cinco pães e os dois peixinhos. Todavia, ao nos pormos em contato com os que necessitam, Cristo nos manda: "Dai-lhes vós de comer." Lucas 9:13. Cumpre-nos repartir daquilo que temos; e, ao darmos, Cristo fará com que a falta nos seja suprida. T6 345 4 Em relação a isso, vale a pena ler a história da viúva de Sarepta. A essa mulher em uma terra pagã, enviou Deus Seu servo num tempo de fome, a fim de pedir alimento. "Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo para fora; depois farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. E foi ela, e fez conforme à palavra de Elias." 1 Reis 17:12-15. T6 346 1 Foi maravilhosa a hospitalidade manifestada ao profeta de Deus por essa mulher fenícia, e maravilhosamente lhe foram recompensadas a fé e a generosidade. "E assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme à Palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias. E depois destas coisas sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da casa, e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou. Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade, e matares a meu filho? E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou no seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama. ... Então se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor. ... E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tomou a entrar nele, e reviveu. E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a Palavra do Senhor na tua boca é verdade." 1 Reis 17:15-24. T6 346 2 Deus não mudou. Seu poder não é menor agora do que nos dias de Elias. E a promessa feita por Ele não é menos garantida agora do que quando foi proferida por nosso Salvador: "Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta." Mateus 10:41. T6 347 1 A Seus servos fiéis hoje, da mesma maneira que a Seus primeiros discípulos, aplicam-se as palavras de Cristo: "Quem vos recebe, a Mim Me recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou." Mateus 10:40. Nenhum ato de bondade praticado em Seu nome deixará de ser reconhecido e recompensado. E no mesmo terno reconhecimento Cristo inclui até o mais fraco e mais humilde da família de Deus. "E qualquer que tiver dado", diz Ele, "só que seja um copo de água fria a um destes pequenos" -- os que são como crianças em sua fé e seu conhecimento de Cristo -- "em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão". Mateus 10:42. T6 347 2 A pobreza não nos deve excluir de manifestar hospitalidade. Cumpre-nos partilhar o que temos. Pessoas há que lutam para ganhar a subsistência, e têm grande dificuldade para conseguir que sua renda chegue para as necessidades; amam, porém, a Jesus na pessoa de Seus santos, e estão prontas a manifestar hospitalidade a crentes e descrentes, procurando tornar proveitosas suas visitas. À mesa da família, assim como ao seu altar, os hóspedes são bem-vindos. Os momentos de oração impressionam os que recebem hospedagem e mesmo uma visita pode significar a salvação de uma pessoa. O Senhor leva em conta essa obra, dizendo: "Eu recompensarei." T6 347 3 Irmãos e irmãs, convidem para sua casa os que estão precisando de hospedagem e de bondosa atenção. Sem fazer ostentação, ao notar sua necessidade, os levem para casa e mostrem-lhes genuína hospitalidade cristã. Há preciosos privilégios no intercâmbio social. T6 347 4 "Nem só de pão viverá o homem" (Mateus 4:4), e como repartimos com outros nosso alimento material, assim devemos comunicar esperança, ânimo e amor cristão. Cumpre-nos "consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus". 2 Coríntios 1:4. E pertence-nos a certeza: "Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra." 2 Coríntios 9:8. T6 348 1 Achamo-nos em um mundo de pecado e tentação. Por toda parte, ao nosso redor, há pessoas perecendo sem Cristo, e Deus quer que trabalhemos por elas de toda forma possível. Quem possui um lar aprazível deve convidar para ele os jovens que não têm lar, os que se acham necessitados de auxílio, que anseiam por simpatia e palavras bondosas, respeito e cortesia. Caso deseje levá-los a Cristo, será necessário demonstrar por eles amor e respeito, como aquisição do Seu sangue. T6 348 2 A providência de Deus nos coloca em associação com os inexperientes, com muitos necessitados de piedade e compaixão. Eles precisam de auxílio, pois são fracos. Os jovens necessitam de ajuda. Na força dAquele cuja terna benignidade deve ser exercitada para com os desamparados, os ignorantes e os que são considerados como os menores dentre Seus pequeninos, cumpre-nos trabalhar por seu futuro, pela formação de um caráter semelhante a Cristo. Aqueles que mais necessitam de auxílio às vezes provarão duramente nossa paciência. "Vede, não desprezeis algum destes pequeninos", diz Cristo, "porque Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus." Mateus 18:10. E aos que ministram a essas almas, declara o Salvador: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40. T6 348 3 A fronte dos que realizam essa obra vestirá a coroa do sacrifício. Mas receberão a sua recompensa. Veremos no Céu os jovens a quem ajudamos, os que convidamos para nosso lar, a quem desviamos da tentação. Veremos seus rostos refletindo o brilho da glória de Deus. "E verão o Seu rosto, e na sua testa estará o Seu nome." Apocalipse 22:4. ------------------------Capítulo 44 -- A observância do Sábado T6 349 1 Grandes bênçãos estão incluídas na observância do sábado, e a vontade divina é que ele seja um dia de alegria para nós. Houve júbilo na instituição do sábado. Contemplando com satisfação as coisas que criara, Deus declarou "muito bom" tudo quanto fizera. Gênesis 1:31. O Céu e a Terra vibravam então de alegria. "As estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam." Jó 38:7. Embora o pecado tenha entrado no mundo e manchado a perfeita obra divina, o Senhor ainda nos dá o sábado como testemunho de que um Ser onipotente, infinito em misericórdia e bondade, criou todas as coisas. É intuito do Pai celestial preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Deus vivo e verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz. T6 349 2 Quando o Senhor libertou o Seu povo do Egito e confiou-lhes Sua lei, ensinou-lhes que, pela observância do sábado, deveriam distinguir-se dos idólatras. Esse deveria ser o sinal da diferença entre os que reconheciam a soberania de Deus e os que recusavam aceitá-Lo como seu Criador e Rei. "Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre", disse o Senhor. "Guardarão pois o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo." Êxodo 31:17, 16. T6 349 3 Assim como o sábado foi o sinal que distinguiu Israel quando saiu do Egito para entrar em Canaã, é também o sinal que deve distinguir o povo de Deus que sai do mundo para entrar no repouso celestial. O sábado é um sinal do relacionamento entre Deus e o Seu povo, sinal de que este honra a lei de Deus. É o que distingue entre os fiéis súditos de Deus e os transgressores. T6 350 1 Do meio da coluna de nuvem, Cristo declarou, acerca do sábado: "Certamente guardareis Meus sábados; porquanto isso é um sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica." Êxodo 31:13. Dado ao mundo como o sinal do Criador, o sábado é também o sinal de Deus como nosso Santificador. O poder que criou todas as coisas é o que torna a restaurar a alma à Sua própria semelhança. Para os que guardam o sábado, esse dia é o sinal da santificação. A verdadeira santificação consiste na harmonia com Deus, na imitação de Seu caráter. Essa harmonia e semelhança são alcançadas pela obediência aos princípios que são a transcrição de Seu caráter. E o sábado é o sinal da obediência. Aquele que de coração obedecer ao quarto mandamento obedecerá toda a lei. Será santificado pela obediência. T6 350 2 A nós, como a Israel, o sábado é dado "em concerto perpétuo". Êxodo 31:16. Para os que reverenciam o Seu santo dia, o sábado é um sinal de que Deus os reconhece como Seu povo eleito, o penhor de que cumprirá Sua parte no concerto. Qualquer pessoa que aceitar esse sinal do governo de Deus coloca-se a si mesma sob o concerto divino e perpétuo. Liga-se assim à áurea cadeia da obediência, cada elo da qual representa uma promessa. T6 350 3 De todos os dez preceitos, só o quarto contém o selo do grande Legislador, Criador dos céus e da Terra. Os que obedecem aos Seus mandamentos tomam-Lhe o nome, e todas as bênçãos que esse nome implica lhes serão garantidas. "E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: T6 351 1 "O Senhor te abençoe e te guarde: O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, E tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o Seu rosto, e te dê a paz. Assim porão o MEU NOME sobre os filhos de Israel, E Eu os abençoarei." Números 6:22-27. T6 351 2 Por intermédio de Moisés, foi feita a seguinte promessa: "O Senhor te confirmará para Si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos Seus caminhos. E todos os povos da Terra verão que és chamado pelo NOME do Senhor. ... E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer." Deuteronômio 28:9-13. T6 351 3 Falando sob a inspiração divina, diz o salmista: T6 351 4 "Vinde, cantemos ao Senhor, Cantemos com júbilo à Rocha da nossa salvação. Apresentemo-nos ante a Sua face com louvores, E celebremo-Lo com salmos. Porque o Senhor é Deus grande, E Rei grande acima de todos os deuses. Nas Suas mãos estão as profundezas da Terra, E as alturas dos montes são Suas. Seu é o mar, pois Ele o fez, E as Suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque Ele é nosso Deus, E nós povo do Seu pasto e ovelhas da Sua mão." Salmos 95:1-7; Salmos 100:3. T6 351 5 Essas promessas, feitas a Israel, também são para o povo de Deus hoje em dia. São as mensagens que o sábado nos traz. Reforma na observância do Sábado T6 352 1 O sábado é um elo de ouro que nos une a Deus. Mas o preceito do sábado tem sido violado. O dia santificado por Deus tem sido profanado. O sábado foi deslocado de seu legítimo lugar pelo homem do pecado, sendo exaltado em lugar dele um dia comum. Foi introduzida na lei uma brecha que tem de ser reparada. O verdadeiro sábado tem que ser restituído à sua legítima condição de santo dia de repouso. No capítulo 58 de Isaías está esboçada a obra que o povo de Deus deve executar. Cumpre-lhe engrandecer a lei e torná-la gloriosa, edificar os lugares antigamente assolados e levantar os fundamentos de geração em geração. Aos que realizam essa obra, diz Deus: "E chamar-te-ão reparador das roturas, restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé de profanar o sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da Terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." Isaías 58:12-14. T6 352 2 A questão do sábado será o ponto controverso no grande conflito final em que o mundo inteiro será envolvido. Os homens exaltaram os princípios do diabo acima dos que governam os Céus. Aceitaram o sábado espúrio instituído por Satanás como o sinal de sua autoridade. Entretanto, Deus imprimiu o Seu selo ao Seu estatuto real. Cada instituição sabática traz o nome de Seu Autor, a marca indestrutível que revela Sua autoridade. Nossa missão é levar o povo a compreender isso. Devemos mostrar-lhe a importância de ter o sinal do reino de Deus ou o do reino da rebelião, porque cada indivíduo se reconhece súdito do reino cujo distintivo aceita. Deus nos chamou para desfraldar o estandarte do Seu sábado, que está sendo calcado a pés. É muito importante, portanto, que o nosso exemplo em observá-lo seja correto! T6 353 1 Ao estabelecerem novas igrejas, os pastores devem dar instruções amplas quanto à maneira correta de observar o sábado. Devemos acautelar-nos de que os costumes frouxos que prevalecem entre os observadores do domingo não sejam adotados pelos que professam observar o dia de repouso de Deus. A fronteira de demarcação entre os que ostentam o sinal do reino de Deus e os que trazem o do reino da rebelião deve ser traçada de modo claro e inequívoco. T6 353 2 Há maior santidade no sábado do que lhe atribuem muitos que professam observá-lo. O Senhor tem sido grandemente desonrado por parte dos que não têm observado o sábado conforme o mandamento, quer na letra, quer no espírito. Ele sugere uma reforma da observância desse dia. Preparação para o Sábado T6 353 3 O Senhor inicia o quarto mandamento com esta expressão: "Lembra-te." Ele previu que, em meio de cuidados e perplexidades, o homem seria tentado a eximir-se da responsabilidade de satisfazer todos os reclamos da lei, ou esquecer-se de sua sagrada importância. Por isso, diz: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." Êxodo 20:8. T6 353 4 Durante toda a semana cumpre-nos ter em mente o sábado e fazer a preparação indispensável, a fim de observá-lo conforme o mandamento. Não devemos observá-lo simplesmente como uma questão de lei. Devemos compreender suas relações espirituais com todos os negócios da vida. Todos os que considerarem o sábado um sinal entre eles e Deus, revelando que Ele é o Deus que os santifica, representarão condignamente os princípios de Seu governo. Praticarão dia a dia os estatutos de Seu reino, orando continuamente a Deus para que a santificação do sábado repouse sobre eles. Cada dia terão a companhia de Cristo, e serão um exemplo da Sua perfeição de caráter. Dia a dia sua luz refulgirá para outros em boas obras. T6 354 1 Em tudo quanto se relaciona com a obra de Deus, as primeiras vitórias devem ser alcançadas na vida doméstica. É aí que deve começar a preparação para o sábado. Durante toda a semana, compete aos pais lembrar que seu lar precisa ser uma escola em que os filhos sejam preparados para o Céu. Sejam justas as suas palavras. Nenhuma palavra que os filhos não possam ouvir deverá proceder de seus lábios. Seja o espírito mantido livre de toda irritação. Durante a semana, os pais devem proceder como estando na presença de Deus, que lhes deu os filhos para serem educados para Ele. A pequena igreja do lar deve ser educada a fim de que, no sábado, esteja preparada para render culto a Deus no Seu santuário. Todas as manhãs e tardes, devemos apresentar nossos filhos a Deus como Sua herança remida com sangue; ensinando-lhes que seu principal dever e privilégio é amar e servir a Deus. T6 354 2 Os pais devem cuidar no sentido de tornar a adoração a Deus uma lição objetiva para os filhos. Seus lábios devem proferir mais frequentemente passagens das Escrituras, principalmente as que dispõem o coração à prática da religião. As seguintes palavras do salmista devem ser sempre repetidas: "Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dEle vem a minha esperança." Salmos 62:5. T6 354 3 Quando o sábado é lembrado dessa forma, as coisas materiais não influirão sobre o exercício espiritual de modo a prejudicá-lo. Nenhum dever relacionado com os seis dias anteriores será deixado para o sábado. Durante a semana, teremos o cuidado de não gastar as energias com trabalho físico a ponto de estarmos demasiadamente cansados para participar do culto, no dia em que o Senhor descansou. T6 354 4 Embora devamos nos preparar para o sábado durante toda a semana, a sexta-feira é o dia especial de preparação. Por intermédio de Moisés, o Senhor disse a Israel: "Amanhã é o repouso, o santo sábado do Senhor; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde em guarda para vós até amanhã." Êxodo 16:23. "Espalhava-se o povo, e o [maná] colhia, e em moinhos o moía, ou num gral o pisava; e em panelas o cozia, e dele fazia bolos." Números 11:8. Tinham, pois, alguma coisa que fazer a fim de preparar o pão que lhes era enviado do Céu, e o Senhor lhes ordenou que o fizessem na sexta-feira, o dia da preparação. Esse era um teste para Israel. Deus queria prová-los se guardariam ou não o Seu santo sábado. T6 355 1 Essas instruções vindas do próprio Deus são para o nosso ensino. A Bíblia é um guia perfeito e, se suas páginas forem estudadas com oração e com espírito disposto a compreender, ninguém necessita estar em erro a esse respeito. T6 355 2 Muitos precisam ser instruídos quanto ao modo de se apresentarem nas reuniões para o culto do sábado. Não devem comparecer à presença divina com roupa usada no trabalho durante a semana. Todos devem ter um traje especial para assistir aos cultos de sábado. Embora não seja lícito adaptar-nos às modas do mundo, não devemos ser indiferentes quanto a nossa aparência exterior. Devemos vestir-nos com asseio e elegância, porém sem luxo e sem adornos. Os filhos de Deus devem estar limpos interior e exteriormente. T6 355 3 Na sexta-feira, deverá ficar terminada a preparação para o sábado. Tenhamos o cuidado de pôr toda a roupa em ordem, deixar cozido o que houver para cozer e escovar os sapatos. É possível deixar tudo preparado, caso se tome isso como regra. O sábado não deve ser empregado em consertar roupa, cozer o alimento, nem em divertimentos ou quaisquer outras ocupações mundanas. Antes do pôr-do-sol, coloquemos de parte todo trabalho material, e façamos desaparecer os jornais seculares. Os pais devem explicar aos filhos esse procedimento e induzi-los a ajudarem na preparação, a fim de observar o sábado segundo o mandamento. T6 356 1 Devemos observar cuidadosamente os limites do sábado. É bom lembrar que cada minuto é tempo sagrado. Sempre que possível, os patrões deverão conceder aos empregados as horas que decorrem entre o meio-dia da sexta-feira e o começo do sábado. Dessa forma, terão tempo para a preparação, a fim de poderem saudar o dia do Senhor com sossego de espírito. Assim procedendo não sofrerão nenhum prejuízo, nem mesmo quanto às coisas materiais. T6 356 2 Há ainda outro ponto a que devemos dar a nossa atenção no dia da preparação. Nesse dia todas as divergências existentes entre irmãos, tanto na família como na igreja, devem ser removidas. Afaste-se do coração toda amargura, ira ou ressentimento. Com espírito humilde "confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis". Tiago 5:16. T6 356 3 Antes de começar o sábado, tanto a mente como o físico devem desembaraçar-se de todos os negócios seculares. Deus colocou o sábado ao final dos seis dias de trabalho, para que o homem nele se detenha e considere o que lucrou, durante a semana finda, em preparativos para aquele reino de pureza onde nenhum transgressor será admitido. Devemos, a cada sábado, fazer um balanço para verificar se a semana finda nos trouxe lucro ou prejuízo espiritual. T6 356 4 Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna. Diz Deus: "Aos que Me honram, honrarei." 1 Samuel 2:30. O Sábado na família T6 356 5 Antes do pôr-do-sol, todos os membros da família devem reunir-se para estudar a Palavra de Deus, cantar e orar. A esse respeito estamos precisando de uma reforma, porque muitos há que estão se tornando descuidados. Temos que confessar as faltas a Deus e uns aos outros. Devemos fazer arranjos especiais para que cada membro da família esteja preparado para honrar o dia que Deus abençoou e santificou. T6 357 1 Não devemos perder as preciosas horas do sábado, acordando tarde. No sábado, a família deve se levantar cedo. Despertando tarde, é fácil atrapalhar-se com a refeição matinal e a preparação para a Escola Sabatina. Disso resulta pressa, impaciência e precipitação, dando lugar a que a família tenha sentimentos impróprios para esse dia. Sendo profanado, o sábado torna-se um fardo, e sua aproximação será um motivo de desagrado em vez de regozijo, para a família. T6 357 2 No sábado, não devemos aumentar a quantidade de alimento ou preparar maior variedade do que nos outros dias. Ao contrário, a refeição do sábado deve ser mais simples, e devemos comer menos, a fim de ter o espírito claro e em condições de compreender os temas espirituais. A alimentação em excesso entorpece a mente. As mais preciosas verdades podem ser ouvidas sem ser apreciadas, por estar a mente obscurecida por um regime alimentar impróprio. Por comer demais aos sábados, muitos têm contribuído mais do que imaginam para desonrar a Deus. T6 357 3 Embora devamos evitar cozinhar aos sábados, não é necessário ingerir a comida fria. Em dias frios, convém aquecer o alimento preparado no dia anterior. As refeições, embora simples, devem ser apetitosas e atraentes. Trate-se de arranjar qualquer prato especial, que a família não costuma comer todos os dias. T6 357 4 As crianças devem participar do culto familiar, cada qual com sua Bíblia, lendo um ou dois versículos. Cante-se então um hino preferido, seguido de oração da qual Cristo nos deixou um modelo. A oração do Senhor não foi destinada para ser simplesmente repetida como uma fórmula, mas é uma ilustração de como devem ser as nossas orações -- simples, fervorosas e amplas. Em singela petição, contemos ao Senhor as nossas necessidades exprimindo gratidão por Suas bênçãos. Desse modo, saudaremos a Jesus como hóspede bem-vindo em nosso lar e coração. Em família, convém evitar orações longas e sobre assuntos que não têm a ver com o interesse de todos. Essas orações enfadam, em vez de constituírem um privilégio e uma bênção. Que o momento da hora da oração seja agradável e interessante. T6 358 1 A Escola Sabatina e o Culto Divino ocupam apenas uma parte do sábado. O tempo restante poderá ser passado em casa e ser o mais precioso e sagrado que o sábado proporciona. Os pais deverão passar boa parte desse tempo com os filhos. Em muitas famílias, os filhos menores são deixados à vontade, a fim de se entreterem como melhor puderem. Abandonadas a si mesmas, as crianças em breve ficam inquietas e começam a brincar ou ocupar-se de coisas inadequadas. Desse modo, o sábado perde para elas sua importância sagrada. T6 358 2 Quando faz bom tempo, os pais devem sair com os filhos a passeio pelos campos e matas. Em meio às belas coisas da natureza, expliquem-lhes a razão da instituição do sábado. Descrevam-lhes a grande obra da criação de Deus. Contem-lhes que a Terra, quando Ele a fez, era bela e sem pecado. Cada flor, arbusto e árvore correspondiam ao propósito divino. Tudo sobre que o homem pousava o olhar, o deleitava, sugerindo-lhe pensamentos do amor divino. Todos os sons eram harmônicos, e em consonância com a voz de Deus. Mostrem-lhes que foi o pecado que manchou essa obra perfeita; que os espinhos, cardos, aflição, dor e morte são o resultado da desobediência a Deus. Expliquem-lhes, também, que, apesar da maldição do pecado, a Terra ainda revela a bondade divina. As campinas verdejantes, as árvores altaneiras, o alegre Sol, as nuvens, o orvalho, o silêncio da noite, a magnificência do céu estrelado e a beleza da Lua dão testemunho do Criador. Não cai do Céu uma só gota de chuva, nenhum raio de luz incide sobre este mundo ingrato, sem testificar da longanimidade e do amor de Deus. T6 359 1 Falemos aos nossos filhos que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. Vamos repetir para eles a doce história de Belém, mostrando-lhes como Jesus foi filho obediente aos pais, como foi jovem fiel e diligente, ajudando a prover o sustento da família. Desse modo, podemos lhes dar a entender também que o Salvador conhece as provações, dificuldades e tentações, esperanças e alegrias da mocidade, estando por isso em condição de lhes dar simpatia e apoio. De quando em quando, devemos ler para eles as interessantes histórias da Bíblia. Perguntar-lhes acerca do que aprenderam na Escola Sabatina, e estudar com eles a lição do sábado seguinte. T6 359 2 Ao pôr-do-sol, é hora de elevar a voz em oração e cânticos de louvor a Deus, celebrando o término do sábado e pedindo a assistência do Senhor para os cuidados da nova semana de atividades. T6 359 3 Os pais poderão fazer do sábado o que em realidade deve ser, isto é, o dia mais alegre da semana, induzindo assim os filhos a considerá-lo um dia deleitoso, o dia por excelência, santo ao Senhor e digno de honra. T6 359 4 Exorto os caros irmãos e irmãs: Lembrem-se "do dia do sábado, para o santificar". Êxodo 20:8. Quem deseja ver os filhos observarem o sábado conforme o mandamento, deve ensinar-lhes isso, tanto por preceito como pelo exemplo. A verdade, profundamente impressa no coração, jamais será totalmente apagada. Poderá ser obscurecida, mas nunca destruída. As impressões feitas na tenra infância, se manifestarão também nos anos futuros. As circunstâncias podem separar os filhos dos pais, e afastá-los do convívio da família, mas por toda a vida as instruções recebidas na infância e adolescência vão ser uma bênção para eles. Viajar no Sábado T6 359 5 Se desejamos a bênção prometida aos obedientes, devemos observar mais estritamente o sábado. Temo que muitas vezes empreendamos viagens que bem poderiam ser evitadas nesse dia. Segundo a luz que o Senhor nos tem concedido em relação com a observância do sábado, devemos ser mais escrupulosos quanto a viagens nesse dia, por terra ou mar. A esse respeito devemos dar às crianças e jovens bom exemplo. Para ir à igreja, que requer a nossa cooperação ou à qual devemos transmitir a mensagem que Deus lhe destina, pode ser necessário viajar no sábado; mas sempre que possível devemos, no dia anterior, comprar a passagem e fazer todos os arranjos necessários. Quando viajarmos, devemos esforçar-nos o máximo para evitar que o dia da chegada ao destino coincida com o sábado. T6 360 1 Se formos obrigados a viajar no sábado, devemos evitar a companhia dos que procuram atrair-nos a atenção para coisas seculares. Devemos ter a mente concentrada em Deus e com Ele entreter comunhão. Sempre que se nos ofereça a oportunidade, falemos com outros acerca da verdade. Cumpre-nos em todo tempo estar dispostos a aliviar sofrimentos e ajudar os que sofrem necessidades. Nesses casos Deus requer de nós que façamos uso legítimo do conhecimento e sabedoria que nos deu. Não devemos, entretanto, falar acerca de negócios nem iniciar qualquer conversação mundana. Em todo tempo e em qualquer lugar Deus quer que Lhe testemunhemos nossa fidelidade, honrando Seu sábado. Reuniões de Sábado T6 360 2 Cristo disse: "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles." Mateus 18:20. Sempre que houver dois ou três crentes na mesma localidade, deverão eles reunir-se no sábado para reclamar as promessas do Senhor. T6 360 3 O pequeno grupo reunido para adorar a Deus no Seu santo dia tem direito a reclamar as bênçãos de Jeová e pode estar certo de que o Senhor Jesus será honroso visitante em suas reuniões. Todo verdadeiro adorador de Deus, que santifica o sábado do Senhor, deverá reclamar para si a promessa: "Para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica." Êxodo 31:13. T6 361 1 A pregação nas reuniões de sábado em geral deve ser breve, dando-se oportunidade aos que amam a Deus para exprimir sua gratidão e adoração. T6 361 2 Se a igreja estiver sem pastor, alguém deve ser designado para dirigir a reunião. Mas não é necessário que essa pessoa faça longo sermão e tome a maior parte do tempo destinado ao culto. Um resumido estudo bíblico, que seja interessante, será às vezes de maior proveito do que um sermão. O estudo bíblico poderá ser rematado com uma reunião de orações ou testemunhos. T6 361 3 Os que ocupam cargos de liderança na igreja não devem esgotar durante a semana a força física e mental, de modo que não possam levar para a igreja, no sábado, a influência vivificante do evangelho de Cristo. Limitemos o trabalho físico de cada dia, mas não defraudemos a Deus, rendendo-Lhe, no sábado, um culto que Ele não pode aceitar. Não devemos ser como homens destituídos de vida espiritual. Os crentes necessitam do nosso auxílio no sábado. Entreguemos a eles o alimento da Palavra de Deus. Ofereçamos a Deus, nesse dia, nossas melhores dádivas. Ofertemos-Lhe, no Seu santo dia, nossa vida preciosa em serviço consagrado. T6 361 4 Ninguém vá à igreja para dormir. Não é correto dormir na casa de Deus. Não é nosso costume entregar-nos ao sono quando empenhados em algum serviço profissional, porque geralmente estamos nele interessados. Seria lícito, pois, colocar o culto que tem a ver com os nossos interesses eternos em nível inferior aos negócios seculares? T6 361 5 Quando assim procedemos, privamo-nos da bênção que o Senhor nos destina. O sábado não deve ser passado em ociosidade, mas tanto em casa como na igreja cumpre-nos manifestar espírito de adoração. Aquele que nos deu seis dias para nossas ocupações materiais abençoou e santificou o sétimo dia e o separou para Si. Nesse dia, Deus Se propõe abençoar de maneira especial todos os que se consagram a Seu serviço. T6 362 1 Todo o Céu celebra o sábado, mas não de maneira ociosa e negligente. Nesse dia todas as energias da alma devem estar despertas, pois vamos nos encontrar com Deus e com Cristo, nosso Salvador. Podemos contemplá-Lo pela fé. Ele está desejoso de refrigerar e abençoar cada pessoa. T6 362 2 Cada qual deve sentir que tem uma parte a desempenhar, a fim de tornar as reuniões de sábado interessantes. Não devemos nos reunir simplesmente para preencher uma formalidade, e sim para trocar idéias, relatar nossa experiência diária, oferecer ações de graça e exprimir nosso sincero desejo de ser iluminados para conhecer a Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou. O encontro coletivo com Cristo fortalece a alma para os embates e provações da vida. Nem é possível imaginar ser cristão e viver concentrado em si mesmo. Todos representamos uma parte do grande conjunto que é a humanidade, e a experiência de cada um será até certo ponto determinada pela de seus companheiros. T6 362 3 Não conseguimos a centésima parte das bênçãos que devemos obter em nossas reuniões de culto a Deus. Nossas faculdades perceptivas precisam ser aguçadas. A comunhão mútua deve encher-nos de alegria. Com a esperança que temos, por que nosso coração não há de entusiasmar-se com o amor de Deus? T6 362 4 A cada reunião religiosa devemos levar a viva consciência espiritual de que Deus e os anjos ali estão presentes, a fim de cooperar com todos os verdadeiros crentes. Ao transpor as portas da casa de Deus, peçamos ao Senhor que tire do nosso coração tudo que é mau. Vamos introduzir em Sua casa somente o que Ele possa abençoar. Ajoelhemo-nos diante de Deus, em Seu templo, e consagremos-Lhe o que Lhe pertence e que Ele adquiriu com o sangue de Cristo. Oremos a favor da pessoa que dirigirá a reunião. Oremos para que grande bênção advenha à congregação, por meio daquele que deve ministrar a palavra da vida. Esforcemo-nos fervorosamente para alcançar uma bênção particular. T6 363 1 Deus abençoará todos quantos dessa maneira se prepararem para o Seu culto, e eles compreenderão o que significa ter o penhor do Espírito, porque pela fé aceitaram a Cristo. T6 363 2 A casa de culto poderá ser muito humilde, mas não será por isso menos reconhecida por Deus. Para os que O adoram em espírito, em verdade e na beleza da santidade, será como a porta do Céu. O número de crentes talvez seja relativamente pequeno, mas será muito precioso aos olhos de Deus. Com o cinzel da verdade, foram cortados da pedreira do mundo, e levados para a oficina de Deus, para aí serem burilados e polidos. Mas embora em estado tosco, Ele os considera preciosos. O machado, o martelo e o cinzel da provação são manejados por um Ser perito. E são usados, não para destruir, mas para conseguir a perfeição de cada um. Como pedras preciosas, polidas a fim de servirem num palácio, Deus pretende colocar-nos em Seu templo celestial. T6 363 3 As determinações e concessões de Deus em nosso favor são ilimitadas. O trono da graça exerce os maiores atrativos, pois está ocupado por Aquele que consente em ser por nós chamado Pai. Mas Deus não considerou completo o princípio da salvação, enquanto era representado somente pelo Seu amor. Por isso determinou colocar junto ao Seu altar um Mediador que personificasse nossa natureza. Como nosso Intercessor, Seu ministério consiste em apresentar-nos perante Deus como filhos e filhas. Cristo intercede em favor dos que O recebem e, por virtude de Seus próprios méritos, lhes concede constituírem-se membros da família real, filhos do Rei celestial. E o Pai demonstra para com Cristo, que pagou com sangue o preço de nossa libertação, o Seu infinito amor, aceitando como Seus os amigos dEle. Está satisfeito com a expiação que Cristo efetuou, e é glorificado na vida, morte e mediação de Seu Filho. T6 364 1 Achegando-se ao trono da graça, o filho de Deus se constitui cliente do grande Advogado. À primeira manifestação de arrependimento e desejo de perdão, Cristo defende a causa desse filho como se fosse Sua, intercedendo perante o Pai como se o fizesse por Si próprio. T6 364 2 Enquanto Cristo intercede por nós, o Pai nos oferece os tesouros de Sua graça para que os possuamos, regozijando-nos neles e repartindo-os com outros. "Naquele dia pedireis em Meu nome", disse Jesus, "e não vos digo que Eu rogarei por vós ao Pai; pois o mesmo Pai vos ama; visto como vós Me amastes." Devemos pedir em nome de Cristo. Isso tornará eficaz nossa oração, e o Pai nos distribuirá as riquezas da Sua misericórdia; por isso "pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra". João 16:26, 27, 24. T6 364 3 Deus quer que Seus obedientes filhos reclamem Suas bênçãos e cheguem à Sua presença com louvor e ação de graças. Deus é a fonte de vida e poder. Para os que guardam Seus mandamentos, pode transformar o deserto em campos férteis, porque isso contribui para a glória de Seu nome. Tanto fez a favor de Seu povo escolhido, que cada coração deve encher-se de gratidão; e Sua alma Se entristece quando Lhe oferecemos um louvor mesquinho. Deseja ver da parte de Seu povo uma manifestação mais forte de que reconhece que tem motivos para se alegrar. T6 364 4 O procedimento de Deus com Seu povo deve ser lembrado freqüentemente. Como são freqüentes as provas de Sua providência em relação ao Israel antigo! Para que este não esquecesse a história do passado, Deus ordenou a Moisés que pusesse esses acontecimentos num hino, para que os pais pudessem ensiná-lo aos filhos. Deveriam reunir memórias e conservá-las bem vívidas, para que, quando os filhos perguntassem a respeito, toda a história lhes fosse repetida. Desse modo, o procedimento providencial de Deus para com Seu povo, Sua bondade, misericórdia e cuidado, deveriam ser conservados na lembrança. Somos exortados a lembrar-nos "dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições". Hebreus 10:32. Como um Deus que opera milagres, o Senhor atua em favor de Seu povo nesta geração. A história passada desta causa deve ser repetida muitas vezes ao povo, tanto aos velhos como aos moços. Necessitamos rememorar freqüentemente a bondade do Senhor e louvá-Lo pelas Suas maravilhas. T6 365 1 Embora sejamos exortados a não deixar as nossas reuniões, elas não se destinam somente ao nosso próprio refrigério. Devemos ser mais fervorosos em comunicar a outros as bênçãos que recebemos. É nosso dever zelar pela glória de Deus, evitando dar qualquer mau testemunho, quer pela expressão triste de nosso rosto quer por palavras de desconsideração, como se os reclamos divinos constituíssem restrição à nossa liberdade. Mesmo em meio a aflições, desapontamentos e pecados deste mundo, o Senhor quer que estejamos jubilosos e fortes no Seu poder. Toda a nossa individualidade é chamada a dar bom testemunho a respeito de tudo. Pela fisionomia, temperamento, palavras e caráter, devemos testificar que é bom servir a Deus. Desse modo proclamaremos que "a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma". Salmos 19:7. T6 365 2 O lado brilhante e deleitável de nossa religião terá sua justa expressão da parte de todos os que diariamente se consagrarem a Deus. Não devemos desonrá-Lo com a narração queixosa de provações que nos foram penosas. As provações que forem encaradas como instrumentos educativos nos darão alegria. A vida religiosa eleva e enobrece, espalhando ao redor o suave perfume das boas palavras e atos. O inimigo alegra-se ao ver pessoas opressas, abatidas, queixosas e tristes. Seu desejo é ver que essas impressões se produzam como que resultantes de nossa fé. Não é a vontade de Deus, porém, que nosso espírito assuma essa atitude. Ele quer que cada alma triunfe pelo poder mantenedor do Redentor. Diz o salmista: "Dai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, dai ao Senhor glória e força. Dai ao Senhor a glória devida ao Seu nome, adorai o Senhor na beleza da Sua santidade." Salmos 29:1, 2. "Exaltar-Te-ei, ó Senhor, porque Tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. Senhor, meu Deus, clamei a Ti, e Tu me saraste. ... Cantai ao Senhor, vós que sois Seus santos, e celebrai a memória da Sua santidade." Salmos 30:1-4. T6 366 1 A igreja de Deus na Terra é uma com a igreja de Deus no Céu. Os crentes na Terra e os seres celestiais que não pecaram constituem uma só igreja. Cada ser celestial toma interesse nos santos que na Terra se reúnem para adorar a Deus. Os testemunhos dos crentes são ouvidos por eles na corte celestial. O louvor e ações de graças dos adoradores na Terra, repetidos em seus cânticos divinos, repercutem no Céu seu louvor e alegria porque Cristo não morreu em vão pelos caídos filhos de Adão. E, enquanto os anjos participam diretamente do manancial divino, os santos da Terra abeberam-se das correntes de águas puras que fluem do trono, das correntes de águas que alegram a cidade de Deus. Oxalá todos pudessem compreender quão perto estão a Terra e o Céu! Sem que os filhos de Deus na Terra o percebam, anjos de luz se constituem os seus companheiros. Uma testemunha silenciosa atenta para cada pessoa, procurando atraí-La para Cristo. E a menos que o homem, para sua ruína eterna, resista ao Espírito Santo, enquanto houver esperança, será guardado por seres celestiais. Devemos lembrar sempre que, em cada assembléia de crentes na Terra, anjos de Deus estão escutando os testemunhos, hinos e orações. Devemos lembrar que nossos louvores são completados pelos coros de anjos celestiais. T6 367 1 Portanto, ao reunir-nos sábado após sábado, cantemos louvores Àquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Ao que nos amou e em Seu precioso sangue nos lavou dos pecados, dediquemos a adoração de nossa alma. Seja o amor de Cristo a preocupação dos que pregam a Palavra! Seja ela expressa em linguagem simples em cada hino de louvor! Sejam nossas orações ditadas pelo Espírito de Deus! Ao ser pregada a palavra da vida, testemunhemos de coração que a aceitamos como uma mensagem vinda de Deus. Isso pode parecer antiquado; mas será uma oferta de ação de graças pelo pão da vida proporcionado à alma faminta. Essa resposta à inspiração do Espírito Santo será uma força para a sua própria alma e incentivo a outros. Será de algum modo a evidência de que existem na casa de Deus pedras vivas que emitem luz. T6 367 2 Passando em revista, não os capítulos escuros de nossa existência mas as provas da grande misericórdia e amor indizível de Deus, encontraremos mais motivos para expandir-nos em louvores do que em queixas. Falaremos sobre a terna fidelidade de Deus como o Pastor legítimo, benigno e compassivo de Seu rebanho, acerca do qual Ele mesmo disse que ninguém poderia arrebatar de Suas mãos. Nossa linguagem não se manifestará, então, em murmurações egoístas e descontentamentos, mas em expressões de louvor que brotarão dos lábios dos verdadeiros crentes em Deus como correntes de águas cristalinas. "A bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias." Salmos 23:6. "Guiar-me-ás com o Teu conselho, e depois me receberás em glória. A quem tenho eu no Céu senão a Ti? e na Terra não há quem eu deseje além de Ti." Salmos 73:24, 25. T6 368 1 Por que não fazer ressoar nossa voz em cânticos espirituais enquanto prosseguimos em nossa peregrinação? Por que não voltarmos à simplicidade de fé e vida? O motivo de não nos alegrarmos mais está em que deixamos o primeiro amor. Sejamos, pois, zelosos e arrependamo-nos para que não venha a ser tirado do seu lugar o nosso castiçal. T6 368 2 O templo de Deus no Céu está aberto. Seus umbrais estão inundados da glória que se derrama sobre toda a igreja que ama a Deus e guarda Seus mandamentos. Devemos estudar, meditar e orar. Então nossos olhos alcançarão o interior do templo celestial e compreenderemos os motivos dos cânticos de louvor do coro divino que cerca o trono de Deus. Quando Sião se levantar e brilhar, essa luz será deslumbrante em alto grau, e preciosos cânticos de louvor e ação de graças serão ouvidos nas assembléias dos santos. As murmurações e queixas, a propósito de mesquinharias, cessarão. Quando aplicarmos o precioso colírio a nós oferecido, divisaremos a glória do além. A fé romperá através das sombras de Satanás, e contemplaremos nosso Advogado, oferecendo o incenso de Seus próprios méritos em nosso auxílio. Quando virmos as coisas como são, como o Senhor deseja que as vejamos, seremos cheios do conhecimento da imensidão e sublimidade do amor divino. T6 368 3 Deus ensina que devemos congregar-nos em Sua casa, a fim de cultivar as qualidades do amor perfeito. Com isso, os habitantes da Terra serão habilitados para as moradas celestiais que Cristo foi preparar para os que O amam. Lá no santuário de Deus, reunir-se-ão, então, sábado após sábado e mês a mês para participarem dos mais sublimes cânticos de louvor e ação de graças, entoados em honra dAquele que está assentado no trono e ao Cordeiro, eternamente. ------------------------Capítulo 45 -- Reavivamento da reforma de saúde Obediência às leis físicas T6 369 1 Uma vez que as leis da natureza são leis de Deus, é nosso claro dever prestar a mais cuidadosa atenção a essas leis. Devemos estudar suas exigências em relação a nosso próprio corpo, ajustando-nos a elas. A ignorância nessas coisas é pecado. T6 369 2 "Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?" 1 Coríntios 6:15. "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque tostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." 1 Coríntios 6:19, 20. Nosso corpo é propriedade adquirida de Cristo, e não devemos sentir-nos em liberdade de fazer com ele o que nos apraz. As pessoas em geral têm procedido assim; têm tratado o seu corpo como se suas leis não previssem penalidade. Por meio do pervertido apetite, seus órgãos e faculdades têm-se tornado debilitados, enfermos e inutilizados. E Satanás usa esses resultados de suas ilusórias tentações para escarnecer de Deus. Ele apresenta diante de Deus o corpo humano que Cristo adquiriu como Sua propriedade; e que deformada representação de seu Criador é o homem! Porque o ser humano pecou contra o corpo, e corrompeu seus caminhos, Deus é desonrado. T6 369 3 Quando homens e mulheres são verdadeiramente convertidos, conscienciosamente consideram as leis da vida que Deus estabeleceu em seu ser, buscando assim evitar debilidade física, mental e moral. A obediência a essas leis deve ser considerada obrigação pessoal. Nós mesmos sofreremos os danos da lei violada. Temos de responder perante Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, o que nos importa perguntar não é: "Que diz o mundo?" mas: "Como eu, que me declaro cristão, trato o organismo que Deus me deu? Trabalharei para o meu mais alto bem material e espiritual, guardando o meu corpo como um templo para a habitação do Espírito Santo, ou vou me dobrar às práticas e idéias do mundo?" T6 370 1 O viver saudável deve se tornar uma preocupação da família. Os pais devem despertar para as responsabilidades que Deus lhes deu. Estudem os princípios da reforma de saúde e ensinem aos filhos que o trilho da abnegação é o único caminho seguro. Pelo desrespeito à lei física, a maioria dos habitantes do mundo está destruindo o seu poder de domínio próprio e se desqualificando para apreciar as realidades eternas. Voluntariamente ignorantes de sua própria estrutura, levam os filhos para a condescendência própria, preparando o caminho para que eles sofram o castigo da transgressão das lei da natureza. Isso não é uma forma sábia de buscar o bem-estar da família. A igreja e a reforma de saúde T6 370 2 Há uma mensagem acerca da reforma de saúde, a qual deve ser apresentada em todas as igrejas. Há uma obra por fazer em cada escola. Nem a um diretor nem a professores a educação dos jovens deve ser confiada antes que possuam um conhecimento prático desse assunto. Alguns têm se sentido na liberdade de criticar e pôr em dúvida os princípios da reforma de saúde, achando defeitos neles, embora pouco conheçam por experiência. Devem colocar-se ombro a ombro, coração a coração, com os que trabalham no rumo certo. T6 370 3 O assunto da reforma de saúde tem sido apresentado nas igrejas; a luz, porém, não tem sido recebida de coração. As condescendências egoístas, destruidoras da saúde, de homens e mulheres, têm anulado a influência da mensagem que deve preparar um povo para o grande dia de Deus. Se as igrejas esperam ter poder, terão de pôr em prática a verdade que Deus lhes deu. Se os membros de nossas igrejas desprezam a luz sobre esse assunto, colherão os resultados, na forma de degeneração espiritual e física. E a influência desses membros da igreja mais idosos contagiará os novos na fé. O Senhor não opera agora para trazer muitas pessoas para a verdade, por causa dos membros da igreja que nunca foram convertidos, e dos que, uma vez convertidos, voltaram atrás. Que influência teriam esses membros não consagrados sobre os novos conversos? Não tornariam sem efeito a mensagem dada por Deus, a qual Seu povo deve apresentar? T6 371 1 Que todos examinem suas práticas pessoais a fim de descobrir se não estão sendo indulgentes com algo que lhes é definitivamente danoso. Que dispensem todo e qualquer prazer não saudável no tocante ao comer e beber. Alguns se dirigem a países distantes em busca de melhor clima. Porém, aonde quer que vão, o estômago lhes cria uma atmosfera maléfica. Acarretam sobre si mesmos sofrimentos que ninguém consegue aliviar. Que eles coloquem suas práticas diárias em harmonia com as leis da natureza; ao viverem do mesmo modo como crêem irão criar em torno de si uma atmosfera que será um cheiro de vida para a vida. T6 371 2 Irmãos, estamos muito distantes do ponto. Muitas coisas que a igreja deveria estar praticando, para ser uma igreja viva, não está. Por intermédio da indulgência com um apetite pervertido, muitos se colocam numa tal condição de saúde, que se estabelece uma constante luta contra os mais elevados interesses da alma. A verdade, embora apresentada em linhas claras, não é aceita. Desejo colocar esse assunto diante de cada membro da igreja. Nossos hábitos precisam ser desenvolvidos segundo a vontade de Deus. É-nos assegurado: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar." Filipenses 2:13. Entretanto, o homem necessita fazer a sua parte no controle do apetite e paixão. A vida religiosa requer a ação da mente e do coração em harmonia com as forças divinas. Nenhuma pessoa consegue, por si mesma, a sua salvação, e Deus tampouco realizará essa obra pela pessoa sem a sua cooperação. Todavia, quando o homem atua sinceramente, Deus age com ele, dando-lhe o poder para tornar-se filho de Deus. T6 372 1 Há pessoas que, quando estão falando sobre o assunto de saúde, muitas vezes dizem: "Sabemos muito mais do que praticamos." Não compreendem que são responsáveis por todo raio de luz recebido com respeito ao seu bem-estar físico, sendo cada um de seus atos exposto à inspeção de Deus. A vida física não deve ser tratada com indiferença. Cada órgão e cada fibra do ser devem estar religiosamente protegidos de práticas danosas. Dieta T6 372 2 Nossos hábitos de comer e beber mostram se estamos ou não entre aqueles a quem o Senhor, por Sua poderosa espada da verdade, separou para Si. Esses são Seu povo peculiar, zeloso de boas obras. Deus assim falou em Sua Palavra. No caso de Daniel e seus três companheiros, há sermões quanto à reforma de saúde. Deus falou na história dos filhos de Israel, dos quais, para seu bem, procurou tirar o regime cárneo. T6 372 3 Alimentou-os com o pão do céu; "pão dos anjos comeu o homem." Eles, porém, animaram seu apetite terreno; e quanto mais concentravam os pensamentos nas panelas de carne do Egito, tanto mais aborreciam a comida que Deus lhes deu para conservar a saúde física, mental e moral. Anelaram as panelas de carne, e nisso fizeram justamente como têm feito muitos em nossos dias. T6 372 4 Muitos estão sofrendo, e muitos estão indo para a sepultura, por causa de condescendência com o apetite. Comem o que mais satisfaz ao seu pervertido paladar, enfraquecendo assim os órgãos digestivos e prejudicando sua faculdade de assimilar o alimento que deve sustentar a vida. Isso produz enfermidade aguda e, não raro, segue-se a morte. O delicado organismo do corpo é enfraquecido por práticas suicidas daqueles que têm a obrigação de saber como proceder corretamente. T6 373 1 As igrejas devem ser firmes e fiéis à luz que Deus tem dado. Cada membro deve trabalhar inteligentemente a fim de afastar de sua vida a prática de qualquer apetite pervertido. Extremos na dieta T6 373 2 Bem sei que muitos de nossos irmãos, de coração e na prática, são contrários à reforma de saúde. Não defendo extremos. Mas ao rever meus manuscritos, vi os decididos testemunhos apresentados e as advertências quanto aos perigos que ameaçam nosso povo por imitarem os costumes e práticas dos incrédulos, sendo indulgentes, demonstrando condescendência no apetite e orgulho no vestuário. Meu coração dói e se entristece por causa do estado atual das coisas. Há os que dizem que alguns irmãos têm acentuado demais essas questões. Mas, pelo motivo de alguns talvez terem agido indiscretamente, pressionando em todas as ocasiões em favor de seus sentimentos acerca da reforma de saúde, ousará alguém esconder a verdade sobre esse assunto? Os descrentes em geral vão longe no extremo oposto da condescendência e intemperança no comer e beber; e em conseqüência crescem as práticas inadequadas. T6 373 3 Acham-se agora sob a sombra da morte muitos que se prepararam para fazer uma obra pelo Mestre, mas que não julgaram ter repousado sobre eles a sagrada obrigação de observar as leis da saúde. As leis do organismo físico são realmente leis de Deus; esse fato, porém, parece ter sido esquecido. Alguns têm se limitado a um regime que não pode mantê-los com saúde. Não providenciaram alimento nutritivo em substituição aos artigos prejudiciais e não consideraram que é preciso exercer tato e perícia no preparo do alimento mais saudável. O organismo tem de ser nutrido adequadamente a fim de fazer seu trabalho. É contrário à reforma de saúde, depois de descartar a grande variedade de alimentos insalubres, ir ao extremo oposto, reduzindo a quantidade e a qualidade do alimento a um padrão baixo. Em vez de reforma de saúde, isso é deformação da saúde. Verdadeira temperança T6 374 1 Escreve o apóstolo Paulo: "Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." 1 Coríntios 9:24-27. T6 374 2 No mundo existem muitos que condescendem com hábitos perniciosos. O apetite é a lei que os governa; e, por causa de seus hábitos errôneos, o senso moral é embotado, e o poder de discernir as coisas sagradas é em grande parte destruído. Mas é necessário que os cristãos sejam estritamente temperantes. Devem colocar alto a norma. A temperança no comer, beber e vestir é essencial. Deve dominar o princípio, em vez do apetite ou da fantasia. Os que comem demais, ou cujo alimento é de qualidade objetável, são facilmente levados à dissipação, e a "muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína". 1 Timóteo 6:9. Os "cooperadores de Deus" devem usar cada aspecto de sua influência para incentivar a propagação dos princípios da verdadeira temperança. T6 375 1 Significa muito ser fiel a Deus. Ele tem reivindicações sobre todos os que se empenham em Seu serviço. Deseja que espírito e corpo sejam preservados na melhor condição de saúde, cada faculdade e dom sob o controle divino, e que hábitos de estrita temperança os tornem vigorosos. Temos por obrigação consagrar-nos sem reservas a Deus, corpo e alma, considerando todas as faculdades como dons por Ele confiados, para serem empregados em Seu serviço. T6 375 2 Todas as nossas energias e habilidades devem ser constantemente fortalecidas e aperfeiçoadas durante este período de graça. Unicamente os que apreciam esses princípios, e foram educados no sentido de cuidarem de seu corpo inteligentemente e no temor de Deus, devem ser escolhidos para assumir responsabilidades nesta causa. Os que estão na verdade há muito tempo, mas não sabem distinguir entre os princípios de justiça e os princípios do mal, cuja compreensão com respeito à justiça, misericórdia e amor de Deus é obscura, devem ser aliviados de responsabilidades. Toda igreja precisa de um testemunho claro, vigoroso, dando à trombeta o sonido certo. T6 375 3 Se pudermos despertar as sensibilidades morais de nosso povo em relação ao assunto da temperança, alcançaremos uma grande vitória. A temperança em todas as coisas deve ser ensinada e praticada. Temperança no comer, no beber, no dormir e vestir é um dos grandes princípios da vida religiosa. A verdade, introduzida no santuário da alma, dirigirá o tratamento do corpo. Coisa alguma que diga respeito à saúde do ser humano deve ser considerada com indiferença. Nosso bem-estar eterno depende do uso que fizermos, nesta vida, de nosso tempo, força e influência. T6 375 4 Davi declarou: "Porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado." Salmos 139:14. Uma vez que Deus nos concedeu tal habitação, por que não examinar cuidadosamente cada compartimento? A mente e o coração são os mais importantes. Então, em vez de viver no porão da casa, desfrutando de prazeres sensuais e aviltantes, não deveríamos abrir esses belos compartimentos e convidar o Senhor Jesus a entrar e morar conosco? Pastores devem ensinar a reforma de saúde T6 376 1 Nossos pastores devem se tornar entendidos quanto à reforma de saúde. Eles devem compreender as leis que regem a vida física, e sua ação sobre a saúde da mente e a espiritualidade. Milhares e milhares pouco sabem quanto ao maravilhoso corpo que Deus lhes deu, ou o cuidado que ele deve receber. Consideram de mais importância estudar assuntos de menor conseqüência. Os pastores têm uma obra a fazer. Quando eles se colocarem na devida posição a esse respeito, ganharão muito. Devem obedecer às leis da vida em sua maneira de viver e em sua casa, praticando os sãos princípios, e vivendo saudavelmente. Então estarão habilitados a falar acertadamente a esse respeito, levando o povo cada vez mais acima na obra da reforma. Vivendo eles próprios na luz, podem apresentar uma mensagem de grande valor aos que se acham em necessidade desses testemunhos. T6 376 2 Há preciosas bênçãos e ricas experiências a serem alcançadas, se os pastores unirem a apresentação da questão da saúde com todos os seus trabalhos nas igrejas. O povo precisa receber a luz sobre a reforma de saúde. Essa obra tem sido negligenciada, e muitos estão prestes a perecer, por necessitarem da luz que devem e precisam ter para que abandonem a condescendência egoísta. T6 376 3 Os presidentes de nossas Associações devem compreender que é alto tempo de eles tomarem a devida posição quanto a esse assunto. Pastores e professores devem transmitir aos outros a luz que têm recebido. Sua obra é necessária em todos os setores. Deus os ajudará. Ele fortalecerá Seus servos para que fiquem firmes, e não sejam abalados na verdade e justiça para se acomodar à satisfação egoísta. T6 377 1 A obra de educar nos ramos médico-missionários é um grande avanço no despertar os homens quanto a suas responsabilidades morais. Tivessem os pastores lançado mão dessa obra em seus vários departamentos, em harmonia com a luz comunicada por Deus, e teria acontecido a mais decidida reforma no comer, beber e vestir. Mas alguns têm se colocado no caminho da reforma de saúde. Têm segurado o povo para trás por suas observações indiferentes ou condenatórias, ou por gracejos e pilhérias. Eles próprios e muitos outros têm sofrido a ponto de morrer, mas nem todos aprenderam ainda a sabedoria. T6 377 2 Somente por meio de luta ativa é que se tem feito algum progresso. O povo tem sido contrário a negar-se a si mesmo, contrário a render a mente e o querer à vontade de Deus; e em seus próprios sofrimentos, e em sua influência sobre outros, colhe o seguro resultado de tal conduta. T6 377 3 A igreja está fazendo história. Cada dia é uma batalha e uma marcha. Achamo-nos cercados de inimigos invisíveis por todos os lados; e, ou vencemos pela graça que nos é dada por Deus ou somos vencidos. Insisto em que os que estão tomando atitude neutra quanto à reforma de saúde se convertam. Esta luz é preciosa, e o Senhor dá-me a mensagem de instar para que todos os que têm responsabilidades em qualquer ramo da Sua obra cuidem para que ela tenha ascendência no coração e na vida. Unicamente assim alguém pode enfrentar as tentações que há no mundo. T6 378 1 Por que alguns de nossos irmãos pastores manifestam tão pouco interesse na reforma de saúde? É porque as instruções quanto à temperança em todas as coisas se acham em oposição a sua prática de condescendência consigo mesmos. Em alguns lugares, isso tem sido a grande pedra de tropeço que impede o povo de pesquisar, praticar e ensinar a reforma de saúde. Homem algum deve ser separado como mestre do povo enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o testemunho que o Senhor deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime, pois isso trará confusão. Sua desconsideração pela reforma de saúde o desqualifica para levantar-se como mensageiro do Senhor. T6 378 2 A luz comunicada pelo Senhor sobre essa questão em Sua Palavra é clara, e os homens serão provados e experimentados de muitos modos, a ver se a atendem. Toda igreja, toda família, necessita ser instruída com referência à temperança cristã. Todos devem saber como comer e beber de maneira a conservar a saúde. Achamo-nos entre as cenas finais da história do mundo; e deve haver ação harmônica nas fileiras dos observadores do sábado. Os que se abstêm da grande obra de instruir o povo sobre essa questão não seguem o caminho que tem por guia o grande Médico. "Se alguém quiser vir após Mim", disse Cristo, "renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me." Mateus 16:24. T6 378 3 O Senhor tem me revelado que muitos, muitos serão salvos de degenerescência física, mental e moral por meio da influência prática da reforma de saúde. T6 379 1 Serão realizadas conferências e multiplicadas as publicações sobre a saúde. Seus princípios serão recebidos com agrado e muitos serão iluminados. As influências relacionadas com a reforma de saúde irão recomendá-la ao julgamento de todos os que desejam a luz, e esses avançarão passo a passo para receber as verdades especiais para este tempo. Assim a verdade e a justiça andarão juntas. T6 379 2 A vida é um sagrado encargo que somente Deus pode habilitar-nos a conservar e utilizar para a Sua glória. Entretanto, Aquele que formou a maravilhosa estrutura do organismo atuará com especial cuidado para mantê-lo em ordem, desde que os homens não entrem em rota de colisão com os Seus propósitos. Ele nos ajudará a desenvolver e utilizar cada talento a nós confiado, de acordo com a disposição do Doador. Dias, meses e anos são acrescentados à nossa existência para que possamos aperfeiçoar nossas oportunidades e vantagens, tendo em vista operar nossa salvação individual e, através de um viver desprendido, promovermos o bem-estar de outros. Assim edificaremos o reino de Cristo e tornaremos manifesta a glória de Deus. T6 379 3 O evangelho e a obra médico-missionária têm de avançar juntos. O evangelho precisa estar ligado aos princípios da verdadeira reforma de saúde. O cristianismo tem de ser introduzido na vida prática. Uma obra de reforma, fervorosa e completa precisa ser feita. A verdadeira religião bíblica é uma manifestação do amor de Deus pelo homem caído. O povo de Deus deve avançar em linha reta, para impressionar o coração dos que estão buscando a verdade, que desejam fazer sua parte retamente nesta época intensamente séria. Cumpre-nos apresentar os princípios da reforma de saúde ao povo, fazendo tudo quanto está ao nosso alcance para induzir homens e mulheres a ver a necessidade desses princípios e a praticá-los. ------------------------Capítulo 46 -- A importância da educação da voz T6 380 1 Em todo o nosso trabalho, o cultivo da voz deve merecer mais atenção. Podemos ter conhecimentos, mas a menos que saibamos servir-nos corretamente da voz, nossa obra será um fracasso. Se não soubermos revestir nossas idéias com a linguagem apropriada, de que nos aproveitará a educação? O saber de pouco proveito nos será, a menos que cultivemos o talento da palavra. Ele será, entretanto, um poder maravilhoso, quando unido à capacidade de proferir palavras sábias e edificantes, de maneira a cativar a atenção. T6 380 2 Os estudantes que desejam tornar-se obreiros na causa de Deus devem ser exercitados em falar clara e incisivamente, do contrário serão prejudicados em metade da influência que poderiam exercer para o bem. A habilidade de falar com simplicidade e clareza, em acentos sonoros, é imprescindível em qualquer ramo da obra. Essa qualidade é indispensável aos que desejam tornar-se pastores, evangelistas, obreiros bíblicos ou colportores. Os que pretendem ingressar em qualquer desses ramos de trabalho devem aprender a usar a voz de maneira tal que, ao falarem ao povo acerca da verdade, se produza uma decidida impressão para o bem. A verdade não deve sofrer detrimento por ser enunciada de maneira imperfeita. T6 380 3 O colportor capaz de falar clara e distintamente sobre o livro que deseja vender verá que isso é de grande utilidade em sua obra. Poderá ter oportunidade de ler um capítulo do livro e, mediante a melodia de sua voz e a ênfase que sabe dar às palavras, será capaz de fazer a cena descrita surgir perante a imaginação do ouvinte tão distintamente como se ele em realidade a visse. T6 380 4 Aquele que dá estudos bíblicos na congregação ou a famílias deve ser capaz de ler com voz branda e harmoniosa cadência, de modo a se tornar aprazível aos ouvintes. T6 381 1 Os ministros do evangelho devem saber falar com vigor e expressão, tornando as palavras da vida eterna tão expressivas e impressivas, que os ouvintes não possam deixar de sentir sua força. Sinto-me penalizada ao ouvir a imperfeita enunciação de muitos de nossos pastores. Tais pastores roubam a glória que Deus poderia receber se eles tivessem se exercitado a falar com poder. T6 381 2 Homem algum deverá julgar-se habilitado a entrar para o ministério, enquanto não houver, mediante perseverantes esforços, corrigido todos os defeitos de sua enunciação. Se ele tentar falar ao povo sem conhecer a maneira de usar o talento da palavra, metade de sua influência ficará perdida, pois sua capacidade de prender a atenção de um auditório será pequena. T6 381 3 Seja qual for sua vocação, cada pessoa deve aprender a servir-se da palavra, de maneira que não venha a falar em tom que desperte os piores sentimentos do coração. Demasiadas vezes o que fala e o que ouve falam áspera e bruscamente. Palavras incisivas, autoritárias, proferidas em tom duro e cortante, têm separado amigos e resultado em perda de almas. T6 381 4 Instruções quanto à cultura vocal devem ser dadas no lar. Os pais precisam ensinar os filhos a falarem de modo tão claro que os ouvintes possam entender cada palavra. Devem ainda ensinar-lhes a ler a Bíblia com voz clara a distinta, de modo a honrar a Deus. E que os que se ajoelham em torno do altar de família não coloquem a face entre as mãos, próximo ao assento, quando se dirigem a Deus. Que levantem a cabeça, e em santa reverência se dirijam ao Pai celestial, emitindo as palavras em tons audíveis. T6 381 5 Pais, exercitem-se para falar de modo que sejam uma bênção aos filhos. As mulheres precisam educar-se nesse aspecto. Mesmo as mães ocupadas, se desejarem fazê-lo, poderão cultivar o talento da fala, ensinando ainda seus filhos a ler e falar corretamente. Podem realizar isso enquanto cumprem seus deveres. Nunca é demasiado tarde para nos aperfeiçoarmos. Deus convoca os pais a introduzirem no círculo familiar toda perfeição possível. T6 382 1 Nas reuniões sociais, é necessário haver uma enunciação clara e distinta, a fim de que todos possam ouvir os testemunhos dados e tirem benefícios deles. Quando o povo de Deus relata suas experiências nas reuniões sociais, são removidas dificuldades e auxílio é proporcionado. Mas muitas vezes os testemunhos são expressos mal e indistintamente, tornando impossível compreender o que foi dito. E assim se perde a bênção. T6 382 2 Os que oram e falam devem pronunciar bem as palavras e falar com clareza, em tons distintos. Quando feita no devido modo, a oração é uma força para o bem. É uma das maneiras empregadas pelo Senhor para comunicar ao povo os preciosos tesouros da verdade. Ela não tem se tornado, porém, o que deveria ser, por causa da imperfeição com que é proferida. Satanás alegra-se quando as orações feitas a Deus são quase inaudíveis. Que o povo de Deus aprenda a falar e a orar de maneira a representar devidamente as grandes verdades que possui. Os testemunhos dados e as orações feitas devem ser claros e distintos. Assim Deus será glorificado. T6 382 3 Que cada um faça o máximo possível com o talento da palavra. Deus pede um ministério mais elevado e perfeito. Ele é desonrado pela imperfeita enunciação da pessoa que, mediante laborioso esforço, deveria ter se tornado um aceitável porta-voz Seu. A verdade é muitas vezes prejudicada pelo veículo que a transmite. T6 382 4 O Senhor roga a todos quantos se acham ligados ao Seu serviço que dêem atenção ao cultivo da voz, a fim de poderem falar de maneira clara as grandes e solenes verdades que lhes tem confiado. Que ninguém prejudique a verdade devido a uma locução imperfeita. Não pensem os que têm negligenciado o cultivo do talento da palavra, que se acham qualificados para ser pastores. Falta-lhes obter a faculdade de comunicar as idéias. T6 383 1 Quando falar, faça com que cada palavra seja pronunciada de forma completa, com clareza; cada sentença distinta, do princípio ao fim. Muitos há que, ao se aproximarem do fim da sentença, abaixam o tom da voz, falando tão indistintamente que a força do pensamento fica anulada. As palavras que de algum modo valem a pena ser proferidas merecem ser ditas em voz clara e distinta, com ênfase e expressão. Nunca, no entanto, procure palavras rebuscadas. Quanto maior for a simplicidade, mais bem compreendidas serão suas palavras. T6 383 2 Jovens, de ambos os sexos: Pôs Deus em seu coração o desejo de servi-Lo? Então, por todos os meios, cultivem a voz o máximo possível, de maneira que possam tornar clara a verdade para os outros. Não formem o hábito de orar tão indistintamente e em voz tão baixa, que seja necessário um intérprete para suas orações. Orem com simplicidade, mas clara e distintamente. Deixar a voz baixar tanto que não possa ser ouvida não é demonstração de humildade. T6 383 3 Desejo dizer aos que pretendem servir a Deus como pastores: Façam um resoluto esforço para adquirir locução perfeita. Peçam a Deus que lhes ajude a conseguir esse elevado objetivo. Quando fizerem oração na igreja, lembrem-se de que estão se dirigindo a Deus, e Ele deseja que falem de maneira que todos quantos se acharem presentes possam ouvir e se unir às suas súplicas. Uma prece proferida tão apressadamente que as palavras são confundidas não honra a Deus nem beneficia os ouvintes. Que os pastores e todos os que fazem oração pública aprendam a fazê-lo de maneira que Deus seja glorificado e os ouvintes abençoados. Falem devagar e com clareza, e em tom alto bastante para serem ouvidos por todos, de modo que o povo esteja unido ao dizer o Amém. ------------------------Capítulo 47 -- Dando a Deus o que lhe pertence T6 384 1 O Senhor deu a Seu povo uma mensagem para o tempo presente. Ela se encontra no terceiro capítulo de Malaquias. O Senhor não poderia ter expresso as Suas ordens de modo mais claro e impressivo do que o fez nesse capítulo. T6 384 2 Devemos ponderar que as reivindicações de Deus a nosso respeito são mais importantes do que todas as demais. Ele nos dá com abundância, e o ajuste que fez com o homem é que a décima parte de todos os bens Lhe seja restituída. O Senhor confia liberalmente Seu tesouro a Seus mordomos, mas quanto ao dízimo, diz: "Este Me pertence." Na mesma proporção em que Deus dá ao homem Seus bens, este deve restituir a Deus fielmente a décima parte de todos os seus proventos. Essa instituição foi estabelecida pelo próprio Cristo. T6 384 3 Essa contribuição envolve resultados solenes e eternos, e é demasiadamente sagrada para ser deixada ao arbítrio do homem. Não devemos nos sentir em liberdade para proceder como nos apraz nessa questão. Em obediência às ordens de Deus, devemos separar quantias regulares, santificadas para a obra do Senhor. Primícias T6 384 4 Afora o dízimo, o Senhor requer de nós as primícias de todas as nossas rendas, e isso para que a Sua obra na Terra possa ser amplamente custeada. Os servos do Senhor não devem estar limitados a suprimentos escassos. Seus mensageiros não devem ter as mãos atadas, em seu trabalho de levar as palavras da vida. Ao proclamarem a verdade, devem ter ao seu dispor meios suficientes para promover a obra de tal modo que ela exerça o maior e mais abençoado efeito. Importa fazer obras de caridade e auxiliar os pobres e sofredores. Para esse fim devem ser empregados donativos e ofertas. Essa obra deve ser realizada especialmente em campos novos, onde não foi fincado ainda o estandarte da verdade. Se todo o povo professo de Deus, velhos e moços, cumprisse o seu dever, não haveria carências na casa do Seu tesouro. Se todos devolvessem fielmente seus dízimos e devotassem ao Senhor as primícias de suas entradas, não escasseariam os fundos para a Sua obra. Mas a lei de Deus deixou de ser respeitada ou obedecida, e isso tem gerado carência de recursos. Lembrar-se dos pobres T6 385 1 Toda extravagância deve ser eliminada de nossos hábitos, porque o tempo que nos resta para trabalhar é curto. Por toda parte, ao nosso redor, vemos miséria e sofrimento; famílias em falta do necessário, crianças sem comida. A casa do pobre ressente-se, muitas vezes, da falta de móveis indispensáveis, de colchões e roupa de cama. Muitos vivem em simples casebres, destituídos de conforto. O clamor dos pobres chega aos Céus. Deus vê e ouve. Mas muitos se glorificam a si mesmos. Enquanto seus semelhantes curtem a miséria, passando fome, eles gastam grandes somas com mesa farta, comendo muito mais do que é necessário. Que contas prestarão a Deus do emprego tão egoísta de Seu dinheiro? O que desprezar as provisões que Deus fez no tocante aos pobres finalmente verá que não só roubou ao próximo, como a Deus, dilapidando Sua propriedade. Todas as coisas pertencem a Deus T6 385 2 Todas as coisas que o homem desfruta são devidas à graça de Deus. Ele é o grande e bondoso Despenseiro de todos os benefícios. Seu amor é revelado nas abundantes providências que tomou para o homem. Ele nos concede um tempo de graça em que nos cumpre formar o caráter para a eternidade. Não é porque Ele necessite de algo que nos pede uma parte de nossos bens para Ele. T6 386 1 O Senhor criou cada árvore que havia no jardim do Éden agradável à vista e boa para comer, e permitiu a Adão e Eva que desfrutassem delas livremente. Fez, porém, uma exceção. Da árvore do conhecimento do bem e do mal, não lhes permitiu comer. Essa árvore foi reservada como lembrança constante de que Ele é o legítimo proprietário de todas as coisas. Desse modo lhes deu a oportunidade de Lhe manifestarem sua fé e confiança, em obediência perfeita às Suas ordens. T6 386 2 Dá-se o mesmo com as reivindicações de Deus a nosso respeito. Ele deposita Seus tesouros nas mãos dos homens, porém requer deles que separem fielmente a décima parte para a Sua obra. Ordena que essa porção seja recolhida à casa do Seu tesouro, e a Ele entregue como propriedade Sua. Ela é sagrada e deve ser usada para propósitos santos, para o sustento dos que levam a Sua mensagem ao mundo. Deus Se reserva essa parte para que não faltem recursos em Sua casa, e a luz da verdade possa ser levada a todos os que estão distantes e os que estão perto. Pela obediência fiel a essa ordem, reconhecemos que todas as coisas pertencem ao Senhor. T6 386 3 E porventura o Senhor não terá o direito de requerer isso de nós? Ele não deu Seu Filho unigênito, porque nos amou e quis nos salvar da morte? E não deverão as nossas ofertas de gratidão voltar aos Seus tesouros para que daí sejam tirados os meios de promover a Sua obra na Terra? Se Deus é o legítimo dono de tudo quanto possuímos, não deveria a nossa gratidão levar-nos a dar ofertas voluntárias e de agradecimento, reconhecendo assim Seu direito sobre nossa alma, corpo, espírito e posses? Se os homens houvessem seguido os planos de Deus, a casa do Seu tesouro não teria falta alguma, e haveria fundos suficientes para enviar pastores e obreiros auxiliares a novos campos, a fim de desfraldarem o estandarte nos lugares obscurecidos da Terra. Sem desculpa T6 387 1 É plano de Deus que o homem deva restituir ao Senhor o que Lhe pertence; e ele foi exposto tão claramente, que homens e mulheres não têm desculpa de não entender os deveres e responsabilidades que Deus lhes impôs, ou a eles se esquivar. Os que não querem ver claramente esse dever revelam ao Universo, à igreja e ao mundo que não desejam reconhecer essa ordem tão explícita. Pensam, talvez, que, seguindo o plano de Deus, sofrerão falta de recursos. Na avareza de seu coração egoísta desejam reter tudo -- o capital e juros -- a fim de empregar no interesse próprio. T6 387 2 Deus, pondo a mão sobre as propriedades dos homens, lhes diz: "Sou o Senhor de todo o Universo, e esses bens são Meus. Eu reservei o dízimo que foi retido, para sustento de Meus servos, no seu trabalho de abrir as Escrituras aos que habitam nas regiões das trevas e aos que não entendem a Minha lei. Empregando o Meu fundo de reserva para satisfazer os seus próprios desejos, vocês estão roubando das pessoas a luz que a elas destinei. Dei-lhes uma oportunidade, mas vocês a rejeitaram. Estão Me roubando, subtraindo as Minhas reservas. Por isso, 'com maldição sois amaldiçoados'". Malaquias 3:9. Outra oportunidade T6 387 3 O Senhor é bondoso e longânimo, proporcionando nova oportunidade aos que cometeram esse pecado. "Tornai-vos para Mim", diz Ele, "e Eu tornarei para vós." Dizem, porém, eles: "Em que havemos de tornar?" Malaquias 3:7. Seus meios foram usados pelo homem para fins egoístas, de glorificação própria, como se esses bens lhes pertencessem de fato e não fossem apenas emprestados. Sua consciência se tornou tão insensível que não podem reconhecer a grande impiedade como um obstáculo no caminho para o avanço da verdade. T6 388 1 Homens, míseros mortais, depois de gastar no interesse próprio os meios que Deus reservara para a obra da salvação, a fim de enviar às almas que perecem a mensagem da graça de um amante Salvador, e por seu egoísmo terem impedido que essa obra se fizesse como deveria ser feita, ainda perguntam: "Em que Te roubamos?" Deus responde: "Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque Me roubais a Mim, vós, toda a nação." Todo o mundo está empenhado em roubar a Deus. Os homens dissipam os bens que lhes foram concedidos por empréstimo em divertimentos, prazeres, festanças e na satisfação dos apetites carnais. Mas Deus diz: "Chegar-Me-ei a vós para juízo." Malaquias 3:8, 9, 5. O mundo inteiro terá contas a ajustar naquele dia em que cada um receberá conforme as suas obras. A bênção T6 388 2 Deus Se compromete a abençoar os que obedecem aos Seus mandamentos. "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor dos exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do Céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. E por causa de vós repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos exércitos." Malaquias 3:10, 11. T6 388 3 À vista de expressões tão claras e cheias de verdade, como ousará o homem negligenciar um dever tão positivo? Como se atreverá a desobedecer, se a obediência a essa ordem implica a bênção de Deus tanto nas coisas materiais como nas espirituais, e se a desobediência equivale à maldição divina? Satanás é o assolador. Deus não pode abençoar quem se recusa a ser mordomo fiel. Tudo o que pode fazer é permitir a Satanás que realize sua obra destruidora. Vemos calamidades de toda espécie e proporções assolarem a Terra, e por quê? Porque o poder regulador de Deus não é exercido. O mundo tem desprezado a Palavra de Deus. Os homens vivem como se Ele não existisse. Da mesma forma que os habitantes do mundo antediluviano, recusam aceitar qualquer idéia de Deus. A impiedade cresce em proporção assustadora, e a Terra está madura para a ceifa. Os queixosos T6 389 1 "As vossas palavras foram agressivas para Mim, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que temos falado contra Ti? Vós dizeis: Inútil é servir a Deus. Que nos aproveitou termos cuidado em guardar os Seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos exércitos? Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade se edificam; sim, eles tentam ao Senhor, e escapam." Malaquias 3:13-15. Assim murmuram contra Deus os que retiveram o que Lhe pertence. O Senhor os convida a prová-Lo nisto: trazendo todos os dízimos à casa do tesouro, para verem se não lhes derramará uma bênção. Alimentando sentimentos de rebeldia, porém, queixam-se de Deus, ao mesmo tempo que O roubam e dilapidam o que é Seu. Ao ser-lhes apresentado o seu pecado, dizem: Tive contratempos; minha colheita foi mesquinha, ao passo que os ímpios prosperam. Não vale a pena obedecer às determinações de Deus. T6 389 2 Deus, porém, não quer que alguém se conduza queixosamente em Sua presença. Os queixosos são os próprios causadores de sua adversidade. Roubam a Deus, e Sua causa tem lutado com dificuldades porque o dinheiro que deveria entrar para os tesouros do Senhor foi empregado em finalidades egoístas. Recusando-se a executar o plano determinado por Deus, demonstraram sua deslealdade para com Ele. Quando Deus os prosperava e eram convidados a devolver-Lhe o que Lhe é devido, meneavam a cabeça e se negavam a reconhecer esse dever. Fechavam os olhos da compreensão para não ver. Retendo o dinheiro do Senhor, retardaram a obra que Ele determinou fosse feita. Deus deixou de ser honrado com o emprego conveniente que lhes cumpria dar aos bens a eles confiados. Por isso a maldição caiu sobre eles, permitindo Deus que o devorador destruísse os seus frutos e lhes sobreviessem calamidades. "Aqueles que temem ao Senhor" T6 390 1 Em Malaquias 3:16 é mencionada outra classe que se reúne, não para queixar-se de Deus, mas para falar de Sua misericórdia e exaltar Sua glória. Esses se demonstraram fiéis no cumprimento dos seus deveres, dando ao Senhor o que Lhe pertence. Seus testemunhos são motivos de cânticos e alegria entre os anjos celestiais. Eles não têm agravo algum contra Deus. Aqueles que andam na luz, que são fiéis no cumprimento de seu dever, não se queixam nem acusam faltas. Sua conversação consiste em palavras de ânimo, esperança e fé. Só têm motivos de queixa os que servem a si próprios e não dão a Deus o que Lhe pertence. T6 390 2 "Então aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro; e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor, e para os que se lembram do Seu nome. E eles serão Meus, diz o Senhor dos exércitos, naquele dia que farei serão para Mim particular tesouro; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que O não serve." Malaquias 3:16-18. T6 391 1 A recompensa da sincera liberalidade é a mais íntima comunhão do espírito e do coração com o Espírito Santo. T6 391 2 O homem que fracassou nos negócios e está endividado não deve servir-se da parte que pertence ao Senhor, a fim de liquidar seus compromissos. Deve considerar que é provado nisso e que, retendo a parte do Senhor para fins próprios, está roubando a Deus. É devedor a Deus de tudo quanto tem, mas se emprega os fundos reservados do Senhor para saldar dívidas contraídas com seus semelhantes, torna-se um duplo devedor diante dEle. T6 391 3 "Infidelidade para com Deus", é o que se acha escrito junto ao seu nome nos livros do Céu. Por apropriar-se dos recursos do Senhor para seu próprio interesse, tem uma conta para saldar com Deus. E a falta de princípios que mostrou nesse ato indevido vai revelar-se também noutros negócios que empreender. Mostrar-se-á em todos os assuntos relacionados com seus próprios negócios. O homem que rouba a Deus cultiva traços de caráter que o impedirão de ser admitido na família celestial. T6 391 4 O uso egoísta da riqueza prova infidelidade para com Deus e torna o mordomo inapto para gerir bens celestiais. T6 391 5 Por toda parte se oferecem oportunidades de fazer o bem. A cada passo surgem necessidades, e as missões são impedidas de progredir por falta de meios, tendo que ser abandonadas se o povo não despertar para o sentimento da realidade. Não espere até o dia da morte para fazer seu testamento, mas disponha de seus meios enquanto está vivo. ------------------------Capítulo 48 -- Cristo em toda a Bíblia T6 392 1 O poder de Cristo, o Salvador crucificado, para conceder a vida eterna, deve ser apresentado ao povo. Devemos demonstrar-lhes que o Antigo Testamento é tão verdadeiramente o evangelho em sombras e figuras, como o é o Novo em seu poder revelado. O Novo Testamento não apresenta uma religião nova; o Antigo Testamento não apresenta uma religião que deva ser substituída pelo Novo. O Novo Testamento é apenas a seqüência e revelação do Antigo. T6 392 2 Abel cria em Cristo, e foi salvo pelo Seu poder, da mesma forma como o foram Pedro e Paulo. Enoque foi representante de Cristo tal como João o discípulo amado. Enoque andou com Deus, e não se viu mais, porquanto Deus o tomou para Si. A ele foi confiada a mensagem da segunda vinda de Cristo. "Destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos." Judas 14. A mensagem pregada por Enoque e sua trasladação para o Céu foram um argumento convincente para todos os que viviam em seu tempo; foram um argumento que Matusalém e Noé puderam usar com autoridade para demonstrar que os justos podiam ser trasladados. T6 392 3 O Deus que andou com Enoque foi o nosso Deus e Salvador Jesus Cristo. Era a luz do mundo como o é agora. Os que viviam naquela época não estavam sem mestres que os instruíssem na senda da vida; porque Noé e Enoque eram cristãos. Em Levítico, o evangelho é apresentado em preceitos. Hoje, como naqueles dias, é requerida obediência implícita. Como é necessário que compreendamos a importância dessa palavra! T6 392 4 É feita a pergunta: Qual é a causa da escassez existente na igreja? A resposta é: Permitimos que a nossa mente se apartasse da Palavra. Se a Palavra de Deus fosse comida como alimento espiritual; se fosse tratada com respeito e deferência, não haveria necessidade dos muitos e repetidos Testemunhos que são concedidos. As simples declarações das Escrituras seriam aceitas e obedecidas. T6 393 1 Seus vivos princípios são quais folhas da árvore da vida para a cura das nações. T6 393 2 A palavra do Deus vivente não é apenas escrita, é também falada. A Bíblia é a voz de Deus falando-nos, tão certo quanto se a pudéssemos ouvir literalmente. Se compreendêssemos isso, com quanta reverência e santo temor abriríamos a Palavra de Deus, e com quanta sinceridade pesquisaríamos os seus preceitos! A leitura e contemplação das Escrituras deveria ser entendida como uma audiência com o Infinito. T6 393 3 Quando Satanás pressiona a nossa mente com suas sugestões, podemos, se quisermos, repousar sobre um "assim diz o Senhor"; ser introduzidos ao pavilhão secreto do Santíssimo. T6 393 4 Muitos fracassam em imitar nosso sagrado Modelo, em virtude de estudarem tão pouco os traços de Seu caráter. Tantos estão repletos de planos envolventes, estão sempre ativos, de modo que não lhes sobra tempo ou espaço para que Jesus Se torne para eles uma íntima e preciosa companhia. Não remetem a Ele cada pensamento e ação, indagando: "é este o caminho do Senhor?" Se o fizessem, andariam com Deus, como ocorreu com Enoque. ------------------------Capítulo 49 -- Nossa atitude para com as autoridades civis T6 394 1 Alguns irmãos têm escrito e dito muitas coisas que são interpretadas como contrárias ao Governo e à lei. Está errado expor-nos dessa maneira a um mal-entendido geral. Não é procedimento sábio criticar continuamente os atos dos governantes. Não nos compete atacar indivíduos nem instituições. Devemos exercer grande cuidado para não sermos tomados por oponentes das autoridades civis. É certo que a nossa luta é intensiva, mas as nossas armas estão contidas num simples "Assim diz o Senhor". Nossa ocupação consiste em preparar um povo para estar de pé no grande dia de Deus. Não devemos nos desviar para procedimentos que causem polêmica, ou suscitem oposição nos que não são da nossa fé. T6 394 2 Não devemos agir de maneira tal que sejamos tidos como adeptos da traição. Devemos descartar dos nossos escritos e palestras toda expressão que, tomada isoladamente, poderia ser mal-interpretada e tida por contrária à lei e à ordem. Tudo deve ser cuidadosamente pesado para não passarmos por fomentadores de deslealdade à nossa pátria e às suas leis. Não é exigido de nós que desafiemos as autoridades. Virá o tempo em que, por defendermos a verdade bíblica, seremos considerados traidores; mas não apressemos esse momento por meio de procedimento imprudente que desperte animosidade e luta. T6 394 3 Tempo virá em que expressões descuidadas de caráter denunciante, displicentemente proferidas ou escritas por nossos irmãos, serão usadas por nossos inimigos para nos condenarem. Não serão usadas simplesmente para condenar os que as proferiram, mas atribuídas a toda a comunidade adventista. Nossos acusadores dirão que em tal e tal dia um dos nossos homens responsáveis falou assim e assim contra a administração das leis do governo. Muitos ficarão admirados ao ver quantas coisas foram conservadas e lembradas, as quais servirão de prova para os argumentos dos adversários. Muitos se surpreenderão de como foi atribuído às suas palavras um significado diferente do que era a sua intenção. Sejam nossos obreiros cuidadosos no falar, em todo tempo e sob quaisquer circunstâncias. Estejam todos precavidos para que, por meio de expressões imprudentes, não tragam sobre si um tempo de angústia antes da grande crise que provará os seres humanos. T6 395 1 Quanto menos recriminações diretas fizermos às autoridades e governantes, melhor trabalho seremos capazes de realizar, tanto nos Estados Unidos como em países estrangeiros. As nações estrangeiras seguirão o seu exemplo. Embora ela seja a líder, a mesma crise atingirá todo o nosso povo em toda parte do mundo. T6 395 2 Nossa ocupação é engrandecer e exaltar a lei de Deus. A verdade da santa Palavra de Deus deve ser divulgada. Devemos apresentar as Escrituras como norma de vida. Com toda a modéstia, no espírito da graça, no amor de Deus, devemos apontar aos homens que o Senhor Deus é o Criador dos céus e da Terra, e que o sétimo dia é o sábado do Senhor. T6 395 3 Em nome do Senhor devemos avançar, desfraldando o Seu estandarte, defendendo a Sua Palavra. Quando as autoridades nos ordenarem que não façamos esse trabalho; quando nos proibirem de proclamar os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, então será preciso que digamos, como o fizeram os apóstolos: "Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido." Atos dos Apóstolos 4:19, 20. T6 396 1 A verdade deve ser proclamada com o poder do Espírito Santo. Somente isso pode tornar eficazes as palavras. Unicamente através do poder do Espírito a vitória pode ser alcançada e mantida. O agente humano precisa ser influenciado pelo Espírito de Deus. Por meio da fé na salvação, os obreiros devem ser guardados pelo poder de Deus. Eles devem ter visão divina, para que não seja proferida coisa alguma que incite os homens a nos barrar o caminho. Pela assimilação da verdade espiritual, devemos preparar um povo para, com mansidão e temor, expor a razão da sua fé perante as mais altas autoridades de nosso mundo. T6 396 2 Devemos apresentar a verdade em sua simplicidade, pregar em favor da piedade prática; e fazê-lo no espírito de Cristo. A manifestação de semelhante espírito exercerá sobre nossa própria vida, a melhor das influências e, sobre outros, um poder convincente. Basta dar ao Senhor a oportunidade de atuar por meio de Seus próprios agentes. Nem dá para imaginar o que será possível realizar no futuro, caso façamos com que todos reconheçam que, em todo o tempo e sob quaisquer circunstâncias, Deus está ao leme. Ele agirá por meios adequados, Ele guardará, aumentará e fortalecerá o Seu povo. T6 396 3 Os agentes de Deus devem ter zelo santificado, que esteja inteiramente sob o Seu domínio. Tempos tempestuosos nos sobrevirão de forma inesperada, e não devemos agir espontaneamente para apressá-los. Sobrevirão tribulações de espécie tal que encaminharão para Deus todos os que desejam ser Seus, e somente Seus. Sem que sejamos provados na fornalha da provação, não nos conhecemos, e não se justifica que julguemos o caráter de outros nem condenemos os que ainda não receberam a luz da mensagem do terceiro anjo. T6 397 1 Se quisermos que os homens sejam convencidos de que a verdade que cremos santifica a alma e transforma o caráter, não estejamos continuamente lançando veementes acusações sobre eles. Se o fizermos, vamos obrigá-los a deduzir que a doutrina que professamos não pode ser cristã, pois não nos torna bondosos, corteses e respeitosos. O cristianismo não se exterioriza em acusações violentas e condenação. T6 397 2 Muitos dentre o nosso povo estão em perigo de tentar exercer domínio sobre outros, e pressão sobre os seus colegas. Existe o perigo de aqueles a quem são confiadas responsabilidades só reconhecerem um poder -- o da vontade não santificada. Alguns têm exercido esse poder de maneira inescrupulosa, e causado grande abatimento naqueles a quem o Senhor está usando. Uma das maiores maldições do mundo (vista por toda parte, na igreja e na sociedade) é o desejo de supremacia. Os homens se tornam ansiosos por acumular poder e popularidade. Para nossa desolação e vergonha, esse espírito tem se manifestado nas fileiras dos observadores do sábado. Mas o êxito espiritual advém somente aos que aprenderam a mansidão e a humildade, na escola de Cristo. T6 397 3 Devemos lembrar que o mundo nos julgará pelo que aparentamos ser. Que os que buscam representar a Cristo exerçam o cuidado de não exibir traços incoerentes de caráter. Antes de assumirmos um lugar definido na linha de frente, certifiquemo-nos de que o Espírito Santo nos tenha sido outorgado lá dos altos Céus. Quando isso acontecer, pregaremos uma mensagem definida, que será, porém, de espécie muito menos condenatória do que a de alguns; e os que crerem terão muito mais interesse na salvação de nossos oponentes. Deixemos inteiramente com Deus o assunto de condenar as autoridades e governos. Com humildade e amor, defendamos, como sentinelas fiéis, os princípios da verdade tal como é em Jesus. Amor entre os irmãos T6 398 1 As características que mais intensamente precisam ser acariciadas pelo povo que guarda os mandamentos de Deus, são: paciência e longanimidade, paz e amor. Quando falta o amor, observa-se uma perda irrecuperável, pois as pessoas são afastadas da verdade, mesmo depois de estarem em ligação com a causa de Deus. Nossos irmãos em posição de responsabilidade, que possuem força para influenciar, devem lembrar-se das palavras do apóstolo Paulo, proferidas sob a direção do Espírito Santo: "Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam." Romanos 15:1-3. Uma vez mais, diz ele: "Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo." Gálatas 6:1, 2. T6 398 2 Conservem em mente que é a obra da restauração que deve constituir o nosso fardo. Tal obra não deve ser realizada de modo orgulhoso, impositivo, autoritário. Que suas maneiras jamais digam: "tenho o poder, vou utilizá-lo", passando a lançar acusações sobre o errante. Façam a obra de restauração "com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado." Gálatas 6:1. A obra que devemos realizar em favor de nossos irmãos não é jogá-los para o lado, não é conduzi-los ao desencorajamento e desespero, dizendo: "Você me desapontou, de modo que não mais tentarei ajudá-lo." Aquele que posiciona a si mesmo como cheio de sabedoria e força, e critica aquele que se sente oprimido, angustiado e suspirando por auxílio, manifesta o espírito dos fariseus, e se enrosca nas vestes de sua pretensa dignidade. Intimamente, tal pessoa agradece a Deus porque não é como os demais homens, e supõe que sua forma de agir é digna de louvor, e que, por ser tão forte, está além do alcance da tentação. Ocorre que "se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo." Gálatas 6:3. Tal pessoa se encontra em constante perigo. Quem ignora as graves necessidades de seu irmão, será colocado pela providência divina no mesmo caminho de provação e tristeza que o irmão trilhou; e, através de amarga experiência, lhe será demonstrado que ele é tão desajudado e necessitado quanto aquele sofredor pelo qual ele antes sentia repulsa. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." Gálatas 6:7. T6 399 1 "Se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai a minha alegria, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filipenses 2:1-5. T6 399 2 Quanto mais perto nos mantivermos de Cristo, quanto mais meigos, amáveis e desprovidos do eu formos, mais firmemente nos apegaremos a Jesus e maior será o nosso poder para, através dEle, converter os pecadores, pois não é o agente humano quem comove a alma. Inteligências celestiais cooperam com o agente humano, imprimindo a verdade no coração. Se permanecermos em Cristo, seremos capacitados a influenciar outros; mas isso ocorre por causa da presença daquele que diz: "eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mateus 28:20. O poder de que dispomos para triunfar sobre Satanás é o resultado de Cristo operando em nós o querer e o efetuar de acordo com Sua boa vontade. Apresentação da verdade com espírito bondoso T6 400 1 A verdade deve ser apresentada com tato divino, gentileza e brandura. Deve provir de um coração enternecido e que tenha simpatia. Necessitamos de íntima comunhão com Deus, do contrário o eu se erguerá, como ocorreu com Jeú, e logo proferiremos uma torrente de palavras inadequadas, que não serão como o orvalho, ou como os suaves chuveiros que fazem reviver as plantas ressequidas. Sejam nossas palavras delicadas ao procurarmos conquistar almas. Deus será sabedoria para aquele que busca sabedoria de uma fonte divina. Devemos procurar oportunidades em toda parte; devemos vigiar em oração e estar sempre prontos para dar a razão da esperança que há em nós, com mansidão e temor. Para que não causemos uma impressão desfavorável numa pessoa por quem Cristo morreu, devemos manter o coração unido a Deus, de modo que quando surgir a oportunidade tenhamos as palavras certas para serem proferidas no tempo certo. Se assim empreendermos a obra para Deus, o Espírito será nosso ajudador. O Espírito Santo aplicará à alma a palavra proferida com amor. A verdade terá poder vivificante ao ser proferida sob a influência da graça de Cristo. T6 400 2 O plano de Deus deve chegar primeiro ao coração. Falemos a verdade, e deixemos que Ele leve avante o poder e o princípio reformadores. Não façamos alusão ao que dizem os oponentes, mas deixemos que só a verdade seja promovida. A verdade pode penetrar até a medula. Desdobremos claramente a Palavra em toda a sua impressiva natureza. T6 400 3 À medida que as aflições se adensam ao nosso redor, serão vistas em nossas fileiras tanto separação como unidade. Alguns que agora estão dispostos a pegar nas armas da peleja, em ocasiões de verdadeiro perigo tornarão manifesto que não edificaram sobre a sólida rocha, pois cairão em tentação. Os que tiveram grande luz e preciosos privilégios, mas não os aproveitaram, irão, sob um pretexto ou outro, retirar-se de nosso meio. T6 401 1 Não tendo recebido o amor da verdade, eles serão induzidos aos enganos do inimigo; darão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, e se afastarão da fé. Por outro lado, quando a tempestade da perseguição realmente irromper sobre nós, as ovelhas genuínas ouvirão a voz do verdadeiro Pastor. Serão feitos esforços abnegados para salvar os perdidos, e muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor. O povo de Deus se unirá e apresentará ao inimigo uma frente unida. Diante do perigo comum, cessará a luta pela supremacia; não haverá disputas sobre quem será considerado o maior. Nenhum dos crentes genuínos dirá: "Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas." 1 Coríntios 1:12. O testemunho de cada um e de todos será: "E me apego a Cristo; regozijo-me nEle como meu Salvador pessoal." T6 401 2 Assim será a verdade introduzida na vida prática, de modo que seja respondida a oração de Cristo, pronunciada justamente antes de Sua humilhação e morte: "para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu, em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste." João 17:21. O amor de Cristo e o amor de nossos irmãos testificarão para o mundo que temos estado com Jesus e aprendido dEle. Então a mensagem do terceiro anjo se transformará num alto clamor e toda a Terra se iluminará com a glória do Senhor. T6 401 3 Nossas convicções necessitam ser diariamente reforçadas por meio de humilde e sincera prece, e leitura da Palavra. Ao mesmo tempo que cada um de nós tem sua individualidade, e que cada um precisa sustentar firmemente suas convicções, temos de conservá-las como a verdade de Deus e na força que Ele outorga. Se não o fizermos, serão arrancadas de nosso contato. ------------------------Capítulo 50 -- A palavra de Deus é suprema T6 402 1 O povo de Deus deve reconhecer o governo humano como uma instituição divina, de modo que ensinará obediência às autoridades como sendo um sagrado dever, em sua legítima esfera. Entretanto, quando as suas pretensões entram em conflito com os reclamos de Deus, a Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda e qualquer legislação humana. O "assim diz o Senhor" não pode ser posto de lado, ou trocado por um "assim diz a Igreja ou o Estado." A coroa de Cristo deve ser erguida acima dos diademas de potestades terrestres. T6 402 2 O princípio que devemos defender neste tempo é o mesmo que foi mantido pelos adeptos do evangelho na grande Reforma. Quando os príncipes se reuniram na Dieta de Espira, em 1529, parecia que a esperança do mundo estava por extinguir-se. Nessa assembléia, foi apresentado o decreto do imperador, restringindo a liberdade religiosa e proibindo qualquer disseminação adicional das doutrinas reformadas. Aceitariam os príncipes alemães o decreto? Deveria a luz do evangelho ser escondida de multidões que ainda se encontravam em trevas? Assuntos vitais para o mundo achavam-se em debate. Aqueles que haviam aceitado a fé reformada, reuniram-se e unanimemente decidiram: "Rejeitemos o decreto. Em assuntos de consciência, o poder da maioria não deve imperar." T6 402 3 A bandeira da verdade e da liberdade religiosa, erguida tão destacadamente por aqueles reformadores, nos foi confiada neste último conflito. A responsabilidade por esse grande presente repousa sobre aqueles a quem Deus abençoou com o conhecimento de Sua Palavra. Temos de recebê-la como a autoridade suprema. Devemos aceitar suas verdades. Poderemos apreciar essas verdades tão-somente se as pesquisarmos por intermédio de estudo pessoal. Então, ao tornarmos a Palavra de Deus o guia de nossa vida, estará sendo respondida a oração de Cristo em nosso favor: "Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade." João 17:17. O reconhecimento da verdade em palavras e ações é a nossa confissão de fé. Somente assim outros saberão que acreditamos na Bíblia. T6 403 1 Os reformadores, cujo protesto nos deixou como herança o nome "protestantes", sentiam que Deus os chamara para apresentarem o evangelho ao mundo, e assim se dispuseram a sacrificar posses, a liberdade e até mesmo a vida. Somos nós, neste último conflito da grande controvérsia, tão fiéis a nosso legado quanto o foram os reformadores ao seu? T6 403 2 Mesmo enfrentando perseguição e morte, eles divulgaram a verdade para aquele tempo em todos os lugares. A Palavra de Deus foi levada ao povo; todas as classes, baixas e altas, ricas e pobres, ilustradas e ignorantes, estudaram-na com avidez, e os que receberam a luz também se tornaram seus mensageiros. Naqueles dias, a verdade foi levada aos lares, às pessoas, por meio da página impressa. A pena de Lutero era uma força, e seus escritos, disseminados largamente, agitaram o mundo. Os mesmos instrumentos se acham à nossa disposição, com recursos cem vezes maiores. Bíblias e publicações em muitas línguas, apresentando a verdade para este tempo, acham-se ao nosso alcance, e podem ser rapidamente levadas a todo o mundo. Cumpre-nos dar a última advertência de Deus aos homens. Temos que ser diligentes no estudo da Bíblia e zelosos em difundir a luz! ------------------------Capítulo 51 -- Preparação para a crise final T6 404 1 A grande crise está justamente diante de nós. Para enfrentar suas provas e tentações, e cumprir suas injunções, será necessária fé perseverante. Contudo, podemos triunfar esplendidamente; nenhuma alma vigilante, que ore e creia, será enlaçada pelo inimigo. T6 404 2 No tempo de prova que está perante nós, a promessa divina de segurança será cumprida em relação aos que guardaram a palavra da Sua paciência. Cristo dirá aos que Lhe forem fiéis: "Vai pois, povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira." Isaías 26:20. O Leão de Judá, tão terrível com os que Lhe rejeitam a graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis. A coluna de nuvem, que representa ira e terror para o transgressor da lei de Deus, é luz, misericórdia e livramento para os que guardam os Seus mandamentos. O braço enérgico para ferir os rebeldes será forte para libertar os leais. Todos quantos forem fiéis serão ajuntados. "E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus." Mateus 24:31. T6 404 3 Irmãos, a quem as verdades da Palavra de Deus foram desvendadas, que parte vocês desempenharão nas cenas finais da história deste mundo? Estarão despertos para essas solenes realidades? Reconhecerão a grande obra de preparação que prossegue no Céu e na Terra? Que todos os que receberam a luz, que tiveram a oportunidade de ler e escutar a profecia, atentem para as coisas que nela estão escritas; "porque o tempo está próximo". Apocalipse 1:3. Ninguém condescenda com o pecado, fonte de toda miséria em nosso mundo. Não é bom continuar em letargia e néscia indiferença. Que não fique o destino da alma pendente da incerteza. Tenhamos a certeza de estar inteiramente do lado do Senhor. Façam os corações sinceros e os lábios trementes a pergunta: "Quem poderá subsistir?" Apocalipse 6:17. Estamos nós, nestas últimas preciosas horas de graça empregando o melhor material na formação do nosso caráter? Temos purificado o coração de toda mancha? Estamos seguindo a luz? Temos obras que equivalem à nossa profissão de fé? T6 405 1 Está atuando em nós a influência suavizante e subjugante da graça de Deus? Possuímos um coração que sente, olhos que vêem, ouvidos que ouvem? Terá sido em vão a declaração da verdade eterna às nações da Terra? Elas estão sob condenação, preparando-se para os juízos divinos; e, neste dia, repleto de resultados eternos, o povo escolhido para ser depositário de importantes verdades deve estar ligado a Cristo. Estamos fazendo a nossa luz brilhar para iluminar as nações que perecem em seus pecados? Reconhecemos que devemos sair em defesa dos mandamentos de Deus, perante aqueles que os pisoteiam? T6 405 2 É possível ser um crente parcial, formal, e contudo ser achado em falta e perder a vida eterna. É possível praticar alguns dos preceitos bíblicos, e ser considerado cristão, e ainda, pela falta das qualificações essenciais ao caráter cristão, perecer. Quem negligencia ou trata com indiferença as advertências divinas, quem acaricia ou desculpa o pecado, está selando o destino de sua alma. Seremos pesados na balança e achados em falta. Graça, paz e perdão serão retirados para sempre; Jesus terá passado para nunca mais voltar ao alcance das nossas orações e súplicas. Enquanto se prolonga a misericórdia, enquanto o Salvador está fazendo intercessão, façamos uma preparação completa para a eternidade. T6 406 1 A volta de Cristo ao nosso mundo ocorrerá dentro de pouco tempo. Seja essa a ênfase de cada mensagem. T6 406 2 A bem-aventurada esperança do segundo advento de Cristo, com suas solenes realidades, precisa ser repetidamente apresentada ao povo. A espera do breve aparecimento de nosso Senhor nos levará a considerar as coisas da Terra como nulas e sem importância. T6 406 3 Logo ocorrerá a batalha do Armagedom. Aquele em cujas vestes está escrito o título "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apocalipse 19:16) deverá, dentro em breve, comandar os exércitos do Céu. Não poderá ser dito agora pelos servos do Senhor, como o foi pelo profeta Daniel: "Uma guerra prolongada." Daniel 10:1. Falta pouco tempo para que as testemunhas de Deus façam o seu trabalho de preparação do caminho para o Senhor. T6 406 4 Devemos desfazer-nos dos nossos planos acanhados, egoístas, lembrando que temos um trabalho da maior magnitude e da mais elevada importância. Ao realizar esse trabalho, estamos fazendo soar a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas e, assim, sendo preparados para a vinda do outro anjo celestial que com sua glória iluminará o mundo. T6 406 5 A passos furtivos aproxima-se o dia do Senhor; mas os homens supostamente grandes e sábios não conhecem os sinais da vinda de Cristo e do fim do mundo. Prevalece a iniqüidade, e o amor de muitos esfriou. T6 406 6 Milhares e milhares, milhões e milhões estão fazendo agora sua decisão para a vida ou morte eternas. O homem inteiramente absorto no seu escritório, o que se deleita na mesa do jogo, o que ama o apetite pervertido e com ele condescende, o amante de diversões, os freqüentadores de teatros e salões de baile põem a eternidade fora das suas cogitações. Toda a preocupação da sua vida é: O que vamos comer? O que vamos beber? Como nos vestiremos? esses não compõem o grupo que se encaminha para o Céu. São guiados pelo grande apóstata, e com ele serão destruídos. T6 407 1 A menos que compreendamos a importância dos momentos que rapidamente se escoam para a eternidade, e nos preparemos para enfrentar o grande dia de Deus, seremos mordomos infiéis. O vigia deve saber que horas são da noite. Tudo está agora revestido de uma solenidade tal que deve ser reconhecida por todos quantos crêem na verdade para este tempo. Devem proceder em conformidade com o dia de Deus. Os juízos divinos estão prestes a cair sobre o mundo, e precisamos nos preparar para esse grande dia. T6 407 2 Nosso tempo é precioso. Não temos senão poucos, pouquíssimos dias de graça para nos prepararmos para a vida futura, imortal. Não dispomos de tempo para desperdiçar com movimentos negligentes. Devemos ter medo de ser superficiais em relação à Palavra de Deus. T6 407 3 Tanto é verdade agora como quando Cristo esteve na Terra, que cada incursão feita pelo evangelho nos domínios do inimigo é enfrentada com tenaz oposição por seus vastos exércitos. O conflito que está para acometer-nos será o mais terrível já testemunhado. Mas embora Satanás seja representado como sendo tão forte como o mais forte homem armado, sua derrota será completa, e cada pessoa que a ele se une na escolha da apostasia, em vez da lealdade, perecerá com ele. T6 408 1 O refreador Espírito de Deus está sendo agora mesmo retirado da Terra. Furacões, tormentas, tempestades, incêndios, inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida seqüência. A ciência busca uma explicação para tudo isso. Os sinais que se avolumam em torno de nós, prenunciando a manifestação do Filho de Deus, são atribuídos a qualquer outra causa que não a verdadeira. Os homens não discernem as sentinelas angélicas que retêm os quatro ventos, para que não soprem até que os filhos de Deus estejam selados. Mas quando Deus mandar que Seus anjos soltem os ventos, haverá uma tal cena de luta que nenhuma pena pode descrever. T6 408 2 Para os que estão indiferentes neste tempo, a advertência de Cristo é: "Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca." Apocalipse 3:16. A figura de vomitar de Sua boca significa que Ele não pode oferecer suas orações ou expressões de amor a Deus. Não pode aprovar de modo algum sua forma de ensinar a Palavra de Deus ou o seu trabalho espiritual. Não pode apresentar seus serviços religiosos com o pedido de que a graça lhes seja concedida. T6 408 3 Caso a cortina pudesse ser erguida, poderíamos discernir os propósitos de Deus e os juízos que estão prestes a vir sobre o mundo condenado. Se pudéssemos ver nossa própria atitude, temeríamos e tremeríamos por nossa salvação e pela de nossos semelhantes. Fervorosas orações e angústia de coração quebrantado seriam elevadas ao Céu. Choraríamos entre o pórtico e o altar, confessando a nossa cegueira e rebeldia espirituais. T6 408 4 "Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio." Joel 2:15-17. T6 409 1 "Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficência e Se arrepende do mal. Quem sabe se Se voltará, e Se arrependerá, e deixará após Si uma bênção, em oferta de manjar e libação para o Senhor, vosso Deus?" Joel 2:12-14. T6 409 2 Depois da apostasia e amarga retribuição de Israel, a mensagem divina de graça ao povo arrependido foi: "Portanto, eis que Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei as suas vinhas dali e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias da sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito." Oséias 2:14-15. T6 409 3 "E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que Me chamarás: Meu marido e não Me chamarás mais: Meu Baal... E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o Senhor." Oséias 2:16-20. T6 409 4 "E vós sabereis que Eu estou no meio de Israel e que Eu sou o Senhor, vosso Deus, e ninguém mais; e o Meu povo não será envergonhado para sempre." Joel 2:27. T6 410 1 Advertências, admoestações, promessas, tudo nos pertence, a nós para quem já são chegados os fins dos tempos. "Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios." 1 Tessalonicenses 5:6. T6 410 2 "E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia." Lucas 21:34. T6 410 3 "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação." Marcos 14:38. Vigiemos contra a furtiva aproximação do inimigo, contra os hábitos antigos e inclinações naturais, pois do contrário eles se firmarão; forcemo-lo a recuar, e vigiemos. Vigiemos os pensamentos, os planos, para que não se centralizem no eu. Vigiemos sobre as almas que Cristo comprou com o Seu sangue. Vigiemos cada oportunidade de lhes fazer o bem. T6 410 4 Vigiai "para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo." Marcos 13:36. T6 410 5 "Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por Nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim." Isaías 6:8. ------------------------Capítulo 52 -- Jovens no ministério T6 411 1 Não deve haver amesquinhamento do ministério evangélico. Nenhum empreendimento deve ser dirigido de maneira a dar a impressão de ser o ministério da palavra um ramo inferior. Não é assim. Os que amesquinham o ministério estão menosprezando o próprio Cristo. A mais elevada de todas as obras é o ministério em seus vários ramos, e deve ser conservado no espírito dos jovens que não existe obra mais abençoada por Deus que a do ministério evangélico. T6 411 2 Não sejam nossos moços dissuadidos de entrar no ministério. Há perigo de que, mediante ardorosas sugestões, alguns sejam desviados do caminho em que Deus os convida a andar. Pessoas que deveriam estar se preparando para o ministério têm sido estimuladas a fazer outros cursos. O Senhor convida mais obreiros a trabalharem em Sua vinha. Foram proferidas as palavras: "Fortalecei os postos avançados; tende fiéis sentinelas em todas as partes do mundo." Deus chama os jovens. Ele pede exércitos inteiros de moços de coração grande e espírito aberto, e que possuam um profundo amor por Cristo e a verdade. T6 411 3 A capacidade para aprender é de importância muito menor do que o espírito com o qual a pessoa se envolve no trabalho. Não é de homens importantes e instruídos que o ministério necessita, nem de eloqüentes oradores. Deus convoca homens que desejam entregar-se a Ele, a fim de serem cheios de Seu Espírito. A causa de Cristo e a humanidade demandam homens santificados, que se neguem e si mesmos, que sejam capazes de avançar sem o apoio da retaguarda, não temendo as dificuldades. Sejam eles fortes e valentes, aptos para empreendimentos que valham a pena, e que façam um concerto de sacrifício com Deus. T6 412 1 O ministério não é lugar para ociosos. Os servos de Deus devem dar plena prova de seu chamado. Não devem ser preguiçosos, mas, como expositores da Palavra, devem aplicar as melhores energias a fim de serem encontrados fiéis. Jamais devem deixar de ser aprendizes. Devem manter sua própria alma desperta para a santidade da obra e a grande responsabilidade de seu chamado, a fim de que jamais apresentem algum sacrifício mutilado, uma oferta que não lhes tenha custado estudo e oração. O Senhor necessita de homens de intensa vida espiritual. Cada obreiro pode receber uma dotação de poder do alto, avançando pela fé e esperança no caminho que Deus lhe indica a trilhar. A Palavra de Deus permanece no obreiro jovem e consagrado. Ele é ágil, sincero e poderoso, possuindo sua infalível fonte de suprimento no conselho de Deus. T6 412 2 Deus chamou este povo para entregar ao mundo a mensagem da breve volta de Cristo. Temos de levar aos homens o último convite para a festa do evangelho, o último convite para a ceia das bodas do Cordeiro. Milhares de locais que ainda não ouviram o chamado precisam recebê-lo. Muitos que ainda não anunciaram a mensagem necessitam proclamá-la. Apelo uma vez mais aos nossos jovens: porventura não chamou Deus a vocês para anunciar esta mensagem? T6 412 3 Quantos de nossos jovens entrarão para o serviço de Deus, não a fim de serem servidos, e sim para servir? Em tempos passados houve aqueles que fixaram sua mente em alma após alma, dizendo: "Senhor, ajuda-me a salvar esta pessoa." Agora, porém, tais casos são raros. Quantos agem de uma forma que se permita concluir que compreenderam o perigo dos pecadores? Quantos tomam aqueles que sabem estar em perigo, apresentando-os a Deus em oração, suplicando-Lhe que os salve? T6 413 1 O apóstolo Paulo pôde dizer da igreja primitiva: "E glorificavam a Deus a respeito de mim." Gálatas 1:24. Não lutaremos nós por viver de tal modo que essas palavras possam ser ditas a nosso respeito? O Senhor proverá caminhos e meios para aqueles que O buscarem de todo o coração. Deseja que reconheçamos a supervisão divina demonstrada no preparo dos campos de trabalho e na preparação do caminho para que esses lugares possam ser ocupados com êxito. T6 413 2 Que os ministros e evangelistas tenham mais períodos de sincera oração com aqueles que estão convencidos da verdade. Lembrem-se de que Cristo está sempre com vocês. O Senhor tem em prontidão as mais preciosas exibições de Sua graça, com vistas ao fortalecimento e estímulo do obreiro humilde e sincero. Reflitam então para os outros a luz que Deus fez incidir sobre vocês. Os que assim procedem trazem ao Senhor a mais preciosa oferenda. O coração daqueles que apresentam as boas-novas da salvação, acha-se iluminado com o espírito de louvor. T6 413 3 "Isto diz Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas." Apocalipse 2:1. T6 413 4 As doces influências que devem ser abundantes na igreja acham-se vinculadas aos ministros de Deus, os quais devem representar o precioso amor de Cristo. As estrelas do céu acham-se sob o controle de Cristo. Ele as enche de luz. Dirige os seus movimentos. Não o fizesse Ele, elas se tornariam estrelas cadentes. O mesmo ocorre com Seus ministros. São apenas instrumentos em Sua mão, e todo bem que realizam, fazem-no por Seu poder. Por intermédio deles a luz divina deve brilhar. É para a honra de Cristo que Ele torna os ministros, através da operação do Espírito Santo, uma bênção maior para a igreja do que o são as estrelas para o mundo. O Salvador deve constituir a suficiência deles. Se O olharem como Ele o fazia em relação ao Pai, realizarão as Suas obras. Tornando-se dependentes de Deus, Ele fará incidir sobre eles a Sua glória, para que a irradiem ao mundo. T6 414 1 Lembrem-se aqueles que são como estrelas na mão de Cristo, de que necessitam manter sempre uma sagrada dignidade. São os representantes de Cristo. Simplicidade em Cristo é a pura e sagrada dignidade da verdade. T6 414 2 Os servos de Deus devem pregar a Sua Palavra ao mundo. Sob a operação do Espírito Santo, serão como estrelas na mão de Cristo, para brilhar com o Seu fulgor. Que todos os que desejam ser ministros de Cristo levantem-se e brilhem, pois é chegada a Sua luz e a glória do Senhor está sobre eles. Compreendam que Jesus espera que eles realizem a mesma obra que Ele efetuou. Deixem as igrejas que conhecem a verdade e busquem estabelecer novas igrejas, com o fim de apresentar a palavra da verdade àqueles que ainda ignoram a divina mensagem de advertência. T6 414 3 O número de obreiros no ministério não deve diminuir, mas aumentar grandemente. Onde agora existe um ministro no campo de trabalho, devem ser acrescentados vinte; e se o Espírito de Deus os controlar, esses vinte apresentarão a verdade de tal modo que outros vinte serão agregados. T6 414 4 A dignidade e atributos de Cristo Lhe permitem impor as condições que Ele desejar. Seus seguidores devem se tornar uma força cada vez maior na proclamação da verdade, à medida que se aproximarem da perfeição da fé e do amor para com seus irmãos. Deus tem provido auxílio para todas as emergências às quais nossos recursos humanos não podem fazer face. Ele concede Seu Espírito Santo para ajudar em toda dificuldade, fortalecer nossa esperança e certeza, para iluminar nosso espírito e purificar nosso coração. Sua intenção é que nos sejam proporcionados suficientes recursos para o desenvolvimento de Seus planos. Peço-lhes que busquem o conselho de Deus. Busquem-nO de todo o coração, e "fazei tudo quanto Ele vos disser". João 2:5. T6 415 1 O Senhor não chamou jovens para trabalhar nas igrejas. Não são eles convidados a falar a audiências que não necessitam de seu trabalho imaturo, e que estão bem conscientes de não sentir, sob a ministração desses jovens, a atração do Espírito Santo. Que homens jovens, habilidosos, sejam vinculados a obreiros experientes no grande campo de colheita. Muitos serão bem-sucedidos se iniciarem na colportagem, e forem depois aproveitando as oportunidades a eles concedidas no ministério evangélico. T6 415 2 Mas que ninguém se torne a sombra de outro homem. Que não sejam meras máquinas, prontas e executar determinadas tarefas sob as ordens humanas. Nenhum sermão deve ser planejado para esses jovens pregarem. Deixem que eles sejam ensinados por Deus através do Espírito Santo. Que busquem auxílio por intermédio da oração e do diligente estudo da Palavra de Deus. Se assim procederem, Aquele que os chamou ao ministério evangélico tornará evidente que eles constituem vasos escolhidos. Ele lhes dará as palavras que proferirão diante do povo. T6 415 3 Seu primeiro dever é aprender, nas várias atividades, as lições do grande Mestre. Existe uma motivação colocada diante de todos, na Palavra de Deus -- ser semelhantes àquele que "andou fazendo o bem." Atos dos Apóstolos 10:38. T6 416 1 Cristo diz: "Se alguém Me serve, siga-Me." João 12:26. Que os obreiros, ao estudarem a vida de Cristo, aprendam o modo como Ele viveu e trabalhou. Que lutem diariamente para viver a Sua vida. T6 416 2 Prossigam, jovens, em conhecer ao Senhor, e saberão que "como a alva será a Sua saída". Oséias 6:3. Procurem desenvolver-se continuamente. Façam um esforço fervoroso por manter estreitas relações com o Redentor. Vivam em Cristo pela fé. Façam a obra que Ele fazia. Vivam para a salvação das almas por quem Ele deu a vida. Busquem ajudar por todos os meios aqueles com quem entrarem em contato. Esforcem-se continuamente para melhorar. Que a vida de vocês preencha as palavras: "Tu, pelos Teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos." Salmos 119:98. T6 416 3 Conversem com o Irmão mais velho, o qual completará sua educação, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali. Uma íntima ligação com Aquele que Se ofereceu em sacrifício para salvar um mundo a perecer os tornará obreiros aceitáveis. Quando vocês colocarem a mão na verdade e dela se apropriarem, quando puderem de fato de dizer: "Meu Senhor e meu Deus", a graça, a paz e a alegria, na maior proporção, inundarão sua vida. T6 416 4 A palavra do Senhor é: abram novos campos e acrescentem novos obreiros. Eduquem jovens para o trabalho, sem hesitar. Eduquem, eduquem, eduquem. T6 416 5 "Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que Eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem." João 4:35-36. ------------------------Capítulo 53 -- A igreja e o ministério T6 417 1 É alto tempo de que os membros de nossas igrejas façam decididos esforços para sustentar os homens que proclamam ao mundo a última mensagem de misericórdia. Que os membros da igreja, numa manifestação de religiosidade prática, apóiem a mensagem de advertência que está sendo levada ao mundo pelos mensageiros de Deus. As pessoas inteligentes estão alarmadas ante as perspectivas existentes no mundo. Se os que possuem conhecimento da verdade praticarem os princípios bíblicos, mostrando que foram santificados pela verdade, e são verdadeiros seguidores do manso e humilde Salvador, exercerão influência que ganhará pessoas para Cristo. T6 417 2 Qualquer coisa menos do que o serviço ativo e fervoroso em favor do Mestre desmente a nossa profissão de fé. Unicamente o cristianismo que se revela por meio de trabalho sincero e prático impressionará os que estão mortos em ofensas e pecados. Cristãos de oração, humildes e crentes, que por seus atos mostrem que o seu maior desejo é comunicar a verdade salvadora, colherão frutos abundantes para o Mestre. T6 417 3 Precisamos quebrar a monotonia de nossa atividade religiosa. Estamos fazendo um trabalho no mundo, mas não demonstramos suficiente atividade e zelo. Se fôssemos mais zelosos, as pessoas seriam convencidas quanto à veracidade da nossa mensagem. A timidez e monotonia no serviço que prestamos a Deus repele muitas pessoas da classe mais elevada, que querem ver zelo mais profundo, sincero e santificado. A religião formal não atenderá às necessidades da época presente. É possível praticarmos todos os atos exteriores de culto, e ainda assim estarmos destituídos da influência vivificante do Espírito Santo, como os montes de Gilboa estavam carentes do orvalho e da chuva. Todos necessitamos do orvalho espiritual, bem como dos brilhantes raios do Sol da Justiça, para nos suavizar e subjugar o coração. Devemos estar sempre firmados nos princípios, como uma rocha. Os princípios bíblicos devem ser ensinados e também apoiados por uma prática santificada. T6 418 1 Os que se empenham no serviço de Deus precisam mostrar ânimo e determinação no trabalho de ganhar almas. Lembrem-se de que muitos perecerão, a menos que nós, como instrumentos de Deus, trabalhemos com uma determinação que nunca falhe nem esmoreça. O trono da graça deve ser o nosso contínuo apoio. T6 418 2 Não existe desculpa para que a fé de nossas igrejas seja tão vacilante e fraca. "Voltai à fortaleza, ó presos de esperança." Zacarias 9:12. Há energia para nós em Cristo. Ele é o nosso Advogado perante o Pai. Ele envia a todas as partes do Seu domínio os Seus mensageiros para comunicarem Sua vontade ao Seu povo. Anda no meio de Suas igrejas. Quer santificar, elevar e enobrecer os Seus seguidores. A influência dos que verdadeiramente nEle crêem será um cheiro de vida no mundo. Ele tem à Sua destra as estrelas, com o propósito de que, por intermédio delas, a Sua luz irradie para o mundo. Assim pretende preparar Seu povo para o mais elevado serviço na igreja do Céu. Ele nos incumbiu de realizar uma grande tarefa. Façamo-la com exatidão e determinação. Mostremos em nossa vida o que a verdade tem feito por nós. T6 418 3 "Aquele ... que anda no meio dos sete castiçais de ouro." Apocalipse 2:1. Esse texto mostra a ligação de Cristo com as igrejas. Em todo o comprimento e largura da Terra, Ele anda no meio das Suas igrejas. Observa-as com interesse intenso a fim de ver se, espiritualmente, estão em condição tal que possam apressar o estabelecimento do Seu reino. Cristo está presente em cada reunião da igreja. Conhece pessoalmente cada pessoa que toma parte nos cultos. Conhece aqueles cujo coração Ele pode encher do óleo santo, para o repartirem com outros. Os que fielmente levam avante a obra de Cristo em nosso mundo, exemplificando por palavras e atos o caráter de Deus, cumprindo o propósito do Senhor para com eles, são muito preciosos à Sua vista. Cristo Se compraz neles, como alguém se deleita num jardim bem cuidado e na fragrância das flores que plantou. T6 419 1 Tem custado abnegação, sacrifício, esforço e muita oração para colocar os vários empreendimentos missionários no nível em que agora estão. Existe o perigo de que alguns dos que agora entram em atividade se conformem sendo ineficientes, pensando que agora não há tanta necessidade de abnegação e diligência, tanto trabalho difícil e desagradável, como o experimentaram os pioneiros desta mensagem; que os tempos são outros; e que, visto haver agora mais recursos na causa de Deus, não há necessidade de se submeterem às provações a que muitos se sujeitaram no início deste movimento. T6 419 2 Porém, se a mesma diligência e abnegação fossem manifestas na fase atual da obra, como o foi no seu início, realizaríamos cem vezes mais do que agora fazemos. T6 419 3 Se quisermos que a obra prossiga no elevado plano de ação com que iniciou, não deve haver desvio dos recursos morais. Impõe-se que se faça continuamente novo suprimento de energia moral. Se os obreiros iniciantes pensarem que podem diminuir os seus esforços, que a abnegação e a economia estrita, não apenas de meios mas também de tempo, não são necessárias agora, a obra regredirá. Os obreiros atuais devem possuir o mesmo grau de religiosidade, esforço e perseverança que os nossos pioneiros possuíam. T6 420 1 A obra avançou de maneira tal que abrange agora um território vasto, e aumentou o número dos crentes. Ainda existe grande deficiência, uma vez que um trabalho maior poderia ter sido realizado se tivesse imperado o mesmo espírito missionário dos primeiros tempos. Sem esse espírito, o obreiro somente maculará e desfigurará a causa de Deus. A obra está realmente regredindo em vez de avançar como Deus pretendia que ocorresse. O nosso número presente e a extensão da nossa obra não têm comparação com o que foram inicialmente. Devemos ponderar o que poderia ter sido feito se cada obreiro consagrasse a Deus alma, corpo e espírito, como deveria fazer. T6 420 2 Nossas igrejas devem cooperar na obra de cultivar o solo espiritual, com a esperança de colher aqui e ali. Há muita perversidade a ser enfrentada, muito bloqueio de planos santos e consagrado esforço, em virtude do coração malvado e descrente. Mas a obra necessita ser realizada. O solo é rebelde, mas precisa ser cultivado e as sementes da justiça devem ser lançadas. Não fiquem parados, instrutores a quem Deus ama, como estando em dúvida quanto a prosseguir num trabalho que crescerá à medida que seja realizado. Não fracassem, nem se sintam desencorajados. Os que semeiam em lágrimas colherão com alegria. "Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." 1 Coríntios 3:9. Lembrem-se de jamais confiar em si mesmos. T6 420 3 Devemos orar como nunca. Não somente para que sejam enviados obreiros à grande seara, mas também para que tenhamos concepção clara da verdade, de tal forma que, quando vierem os mensageiros da verdade, aceitemos a mensagem e respeitemos o mensageiro. ------------------------Capítulo 54 -- Atividades missionárias nacionais Lições da igreja de Éfeso T6 421 1 A Testemunha Fiel Se dirige à igreja de Éfeso, dizendo: "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apocalipse 2:4, 5. T6 421 2 A princípio, a igreja de Éfeso era caracterizada por simplicidade e fervor iguais aos de uma criança. Manifestava-se amor sincero, vivo e ardente a Cristo. Os crentes rejubilavam-se no amor de Deus, porque Cristo estava continuamente presente em seu coração. Tinham nos lábios o louvor de Deus, e sua manifestação de reconhecimento estava em conformidade com o da família celestial. T6 421 3 O mundo reconhecia que aqueles crentes haviam estado com Jesus. Os pecadores, arrependidos, perdoados, purificados e santificados eram postos em associação com Deus por meio de Seu Filho. Os crentes desejavam insistentemente receber toda Palavra de Deus e a ela obedecer. Cheios de amor ao Redentor, buscavam como seu mais elevado objetivo levar pecadores a Ele. Não pensavam em reter o precioso tesouro da graça de Cristo. Sentiam a importância de sua vocação e, sob o peso da mensagem de "paz na Terra e boa vontade para com os homens", desejavam intensamente proclamar as boas-novas até nos mais remotos confins da Terra. T6 421 4 Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor de Cristo era a corrente áurea que os vinculava entre si. Prosseguiam conhecendo o Senhor em perfeição cada vez maior e revelavam em sua vida alegria conforto e paz. Visitavam os órfãos e as viúvas em suas tribulações e mantinham-se incontaminados do mundo. Consideravam que não fazer isso era o mesmo que contradizer sua profissão de fé e negar o Redentor. T6 422 1 Em cada cidade, a obra era levada avante. Pessoas eram convertidas, as quais, por sua vez, sentiam o dever de transmitir a outras o inestimável tesouro. Não tinham sossego até que os raios de luz que lhes haviam iluminado a mente resplandecessem sobre outros. Multidões de incrédulos familiarizavam-se com a razão da esperança cristã. Faziam-se calorosos e inspirados apelos pessoais aos pecadores e errantes, aos desprezados e aos que, embora professassem conhecer a verdade, eram mais amantes dos prazeres do que de Deus. T6 422 2 Depois de algum tempo, porém, o zelo dos crentes, seu amor a Deus e de uns para com os outros, começou a minguar. A frieza penetrou na igreja. Surgiram divergências, e os olhos de muitos deixaram de contemplar a Jesus, como Autor e Consumador da fé. As multidões que poderiam ter sido convencidas e convertidas pela prática fiel da verdade foram deixadas sem advertência. Foi então que a Fiel Testemunha dirigiu Sua mensagem à igreja de Éfeso. Seu desinteresse pela salvação dos semelhantes demonstrava que havia perdido o primeiro amor; porque ninguém pode amar a Deus de todo o coração, espírito e alma, e com todas as forças, sem amar as pessoas por quem Cristo morreu. Deus os convidou a arrependerem-se e tornarem às primeiras obras, para não lhes ser tirado do seu lugar o seu castiçal. T6 422 3 Não estamos vendo repetida na igreja desta geração a experiência da igreja de Éfeso? Como está a igreja usando hoje o conhecimento da verdade recebida de Deus? Quando os seus membros viram pela primeira vez a indizível misericórdia divina para com a humanidade caída, não puderam se calar. Estavam cheios de ânimo e do desejo de cooperar com Deus em transmitir a outros as bênçãos que eles mesmos haviam recebido. Dando, também recebiam continuamente. Cresciam na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Qual a condição de hoje? T6 423 1 Irmãos e irmãs, os que presumem que já conhecem a verdade há muito tempo, pergunto individualmente: Está a sua prática em conformidade com a luz, os privilégios e oportunidades concedidos pelo Céu? Essa é uma pergunta importante. O Sol da Justiça nasceu para a igreja, e a sua obrigação é resplandecer. Cada pessoa tem o privilégio de progredir. Os que estão unidos a Cristo crescerão na graça e no conhecimento do Filho de Deus, até alcançar a estatura completa de homens e mulheres. Se todos quantos professam crer na verdade tivessem aproveitado bem as suas aptidões e oportunidades de aprender e praticar, teriam se tornado fortes em Cristo. Não importa a sua ocupação -- lavradores, mecânicos, professores ou pastores -- se tivessem se consagrado inteiramente a Deus, poderiam ter se tornado obreiros eficientes do Mestre celestial. T6 423 2 Que fazem, porém, os membros da igreja, para que possam ser chamados "cooperadores de Deus"? 1 Coríntios 3:9. Onde vemos o "trabalho da sua alma"? Isaías 53:11. Onde vemos os membros da igreja absortos em assuntos religiosos, submissos à vontade de Deus? Onde vemos os cristãos sentindo sua responsabilidade de tornar a igreja próspera, bem animada e resplandecente? Onde estão os que não restringem nem medem o seu trabalho de amor para o Mestre? Nosso Redentor deve ver "o trabalho de Sua alma" e ficar satisfeito; que acontecerá com os que professam segui-Lo? Ficarão satisfeitos ao verem o fruto de suas atividades? T6 423 3 Por que há tão pouca fé, tão pouco poder espiritual? Por que são tão poucos os que levam o jugo e a carga de Cristo? Por que é necessário apelar às pessoas para empreenderem sua obra em favor de Cristo? Por que são tão poucos os que podem revelar os mistérios da redenção? Por que a imputada justiça de Cristo não resplandece como luz para o mundo, por meio dos que professam segui-Lo? O resultado da inatividade T6 424 1 Quando os homens usarem as suas faculdades como Deus o indica, seus talentos aumentarão, sua capacidade será ampliada, e terão visão celestial ao buscarem salvar os perdidos. Mas enquanto os membros da igreja forem indiferentes e descuidosos para com a responsabilidade que Deus lhes confiou para comunicar a outros, como podem esperar receber o tesouro celestial? Quando os que professam ser cristãos não sentem a preocupação de iluminar os que estão em trevas, quando deixam de comunicar graça e conhecimento, tornam-se menos capazes de discernir, perdem o apreço pelas riquezas dos dons celestiais; e, deixando de valorizá-los para si mesmos, deixam de sentir a necessidade de apresentá-los a outros. T6 424 2 Vemos grandes igrejas sendo estabelecidas em diferentes lugares. Seus membros receberam o conhecimento da verdade, e muitos se contentam com ouvir a Palavra da Vida sem transmitir a luz a outros. Sentem pouca responsabilidade pelo progresso da Obra, pouco interesse na salvação de almas. Estão cheios de zelo por coisas profanas, mas não entretecem a religião nos seus negócios. Dizem: "Religião é religião, e negócio é negócio." Crêem que cada uma dessas coisas tem a sua esfera própria, como se dissessem: "Fiquem separadas." T6 424 3 Por motivo dessas oportunidades desprezadas e do abuso dos privilégios, os membros dessas igrejas não estão crescendo "na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo". 2 Pedro 3:18. Portanto, são débeis na fé, deficientes no conhecimento e meninos na experiência. Não estão arraigados nem firmados na verdade. Se permanecerem nesse estado, os muitos enganos dos últimos dias certamente os seduzirão; porque não terão visão espiritual para distinguir a verdade do erro. T6 425 1 Deus deu aos Seus pastores a mensagem da verdade para que a proclamem. As igrejas devem recebê-la e, por todo meio possível, comunicá-la, assimilando os primeiros raios de luz e os difundindo. Nosso grande pecado consiste em não fazer isso. Estamos anos atrasados. Os pastores têm procurado o tesouro escondido, abriram o cofre, deixando refulgir as jóias da verdade; mas os membros da igreja não têm feito a centésima parte do que Deus requer deles. Que podemos esperar senão retrocesso na vida religiosa, se o povo ouve sermão após sermão, e não põe em prática as instruções? Se não for usada, a capacidade que Deus confere degenera-se. Mais do que isso, quando as igrejas estão entregues à inatividade, Satanás trata de lhes prover ocupação. Ele ocupa o campo, alista os membros em atividades que absorvem as suas energias, destroem a espiritualidade e fazem com que se tornem um peso morto na igreja. T6 425 2 Há pessoas entre nós que, se tomassem tempo para observar, considerariam sua posição indolente como um descuido pecaminoso dos talentos que Deus lhes conferiu. Irmãos e irmãs, o Redentor e todos os santos anjos estão entristecidos com sua dureza de coração. Cristo deu a própria vida para salvar as pessoas e, não obstante, vocês, que provaram o amor de Cristo, pouco esforço estão fazendo para partilhar as bênçãos de Sua graça com aqueles por quem Ele morreu. Semelhante indiferença e negligência do dever assombra os anjos. No juízo terão de encontrar-se com as pessoas de quem se descuidaram agora. Naquele grande dia, vocês se sentirão culpados e condenados. Que o Senhor os induza agora ao arrependimento e perdoe ao Seu povo o ter negligenciado a obra que Ele lhe deu para fazer em Sua vinha. T6 426 1 "Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apocalipse 2:5. T6 426 2 Oh! como são poucos os que conhecem o tempo de seu julgamento! Oh! quão poucos, mesmo entre os que afirmam crer na verdade presente, compreendem os sinais dos tempos, ou o que havemos de experimentar antes do fim! Estamos hoje sob a indulgência divina; mas por quanto tempo continuarão os anjos de Deus retendo os ventos para que não soprem? T6 426 3 Apesar da indizível misericórdia divina para conosco, como são poucos, em nossas igrejas, os verdadeiramente humildes, consagrados, servos de Cristo tementes a Deus! Como são poucos os corações repletos de gratidão e reconhecimento por terem sido honrados e chamados para desempenhar uma parte na Obra de Deus, sendo co-participantes dos sofrimentos de Cristo! T6 426 4 Muitíssimos dos que hoje compõem nossas congregações estão mortos em ofensas e pecados. Vão e vêm como a porta sobre seus gonzos. Durante anos, escutaram complacentemente as verdades mais solenes e comovedoras, mas não as puseram em prática. Portanto, são cada vez mais insensíveis à preciosidade da verdade. Os testemunhos comovedores de reprovação e admoestação não os movem ao arrependimento. As mais suaves melodias de origem divina, vindas através de lábios humanos -- a justificação pela fé e a justiça de Cristo -- não lhes arrancam uma manifestação de amor e gratidão. Embora o Mercador celestial lhes exiba as jóias mais preciosas da fé e do amor, ainda que os convide para dEle comprar o "ouro refinado no fogo" (Apocalipse 3:18), "vestidos brancos" para que se vistam, e "colírio" para que vejam, endurecem o coração contra Ele e deixam de trocar a sua mornidão pelo amor e o zelo. Embora professem piedade, negam-lhe o poder. Se continuarem nesse estado, Deus os repudiará. Estão-se incapacitando para ser membros de Sua família. Converter pessoas deve ser o alvo máximo T6 427 1 Não devemos julgar que a obra do evangelho dependa principalmente do pastor. O Senhor deu uma obra para cada um fazer em relação com o Seu reino. Cada um dos que professam o nome de Cristo deve ser obreiro zeloso e desinteressado, decidido a defender os princípios da justiça. Cada pessoa deve desempenhar parte ativa para fomentar a causa de Deus. Qualquer que seja a nossa vocação, como cristãos, temos uma obra a fazer -- tornar Cristo conhecido do mundo. Devemos ser missionários que tenham como alvo principal converter pessoas para Cristo. T6 427 2 Deus confiou à Sua igreja a obra de difundir a luz e disseminar a mensagem do Seu amor. Nossa ocupação não consiste em condenar nem denunciar, mas em atrair juntamente com Cristo, rogando aos homens que se reconciliem com Deus. Devemos animar as pessoas, atraí-las, e assim ganhá-las para o Salvador. Se não tivermos esse interesse, se recusarmos a Deus o serviço de nosso coração e vida, estamos roubando-Lhe influência, tempo, dinheiro e esforço. Deixando de beneficiar nossos semelhantes, roubamos a Deus a glória que fluiria para Ele por meio da conversão de pessoas. Comecemos pelos mais próximos T6 427 3 Alguns que, durante longo tempo professaram ser cristãos mas não sentiram responsabilidade pela salvação das pessoas que perecem, na sua vizinhança, pensam, talvez, que têm uma obra para fazer em países estrangeiros. Mas onde está a prova de serem idôneos para essa obra? De que modo manifestaram preocupação pelas almas? Essas pessoas precisam primeiramente ser ensinadas e disciplinadas em sua própria casa. A verdadeira fé e amor a Cristo criariam nelas o desejo ardente de salvar almas em sua própria vizinhança. Exerceriam toda energia espiritual para trabalhar com Cristo, aprendendo dEle a mansidão e humildade. Então, se Deus quisesse que fossem para países estrangeiros, estariam preparadas. T6 428 1 Os que desejam trabalhar para Deus devem começar em sua própria família, na vizinhança, entre os amigos. Encontrarão ali um bom campo de trabalho. Essa obra missionária é uma prova, que lhes revela a capacidade ou inabilidade para servir numa esfera mais ampla. O exemplo de Filipe com Natanael T6 428 2 O caso de Filipe e Natanael é um exemplo da verdadeira obra missionária. Filipe vira Jesus e convencera-se de que era o Messias. Em seu júbilo, queria que também os seus amigos conhecessem as boas-novas. Queria que a verdade que lhe comunicara tanto conforto fosse compartilhada por Natanael. A verdadeira graça no coração sempre revelará a sua presença, difundindo-se. Filipe saiu em busca de Natanael e, ao chamá-lo, Natanael lhe respondeu de seu lugar de oração, debaixo da figueira. Natanael não tivera o privilégio de escutar as palavras de Jesus, mas estava sendo atraído para Ele em espírito. Anelava receber luz e estava nesse momento sinceramente orando por ela. Filipe exclamou, alegremente: "Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré." João 1:45. A convite de Filipe, Natanael buscou e achou o Salvador, e por sua vez associou-se à obra de ganhar almas para Cristo. T6 428 3 Um dos meios mais eficazes de comunicar a luz é o trabalho pessoal, individual. No círculo familiar, no lar do vizinho, à cabeceira do doente, de maneira tranqüila podemos ler as Escrituras e falar acerca de Jesus e da verdade. Estaremos, assim, lançando a preciosa semente que germinará e produzirá fruto. A família como campo missionário T6 429 1 Nossa obra para Cristo deve começar com a família, no lar. A instrução da juventude deve ser de espécie diversa da que foi ministrada no passado. Sua felicidade exige muito mais trabalho do que o que lhe foi dedicado antes. Não existe campo missionário mais importante do que esse. Por preceito e exemplo devem os pais ensinar os filhos a trabalharem pelos não convertidos. As crianças devem ser educadas de tal maneira que simpatizem com os idosos e enfermos, e desejem aliviar os sofrimentos dos pobres e oprimidos. Deve-se-lhes ensinar a serem diligentes no trabalho missionário; e, desde tenra idade, inculcar-lhes a abnegação, o sacrifício pelo bem dos outros e o progresso da causa de Cristo, para que possam ser colaboradores de Deus. T6 429 2 Mas se alguma vez tiverem de aprender a fazer trabalho missionário verdadeiro em favor dos demais, devem eles aprender primeiramente a trabalhar pelos que estão em casa e têm direito natural ao seu serviço de amor. Cada criança deve ser ensinada a desempenhar sua parte no trabalho de casa. Ela nunca deveria envergonhar-se de empregar as mãos para cooperar nos afazeres domésticos, nem os pés para levar recados. Estando assim ocupada, não enveredará pelos caminhos da negligência e pecado. Quantas horas as crianças e os jovens desperdiçam, as quais poderiam empregar levando sobre seus fortes ombros parte dos encargos domésticos, manifestando assim amoroso interesse por seus pais! Devem também ser firmados nos verdadeiros princípios da reforma pró-saúde e no cuidado do corpo. T6 429 3 Que os pais considerem isso com oração e cuidado pela felicidade eterna de seus filhos! Perguntem eles: Fomos nós negligentes? Descuidamos dessa obra solene? Permitimos que nossos filhos chegassem a ser joguetes das tentações de Satanás? Não temos que prestar conta solene a Deus por havermos permitido que nossos filhos empreguem seus talentos, tempo e influência para proceder contra a verdade, contra Cristo? Não descuidamos nosso dever de pais, aumentando o número dos súditos do reino de Satanás? T6 430 1 Muitos descuidaram vergonhosamente desse campo do lar, e é tempo de lançar mão dos recursos e remédios divinos para corrigir esse mal. Que desculpas podem apresentar os que professam seguir a Cristo, para o seu descuido de ensinar os filhos a trabalharem para Ele? T6 430 2 Deus pretende que as famílias da Terra sejam um símbolo da família do Céu. Os lares cristãos, estabelecidos e mantidos conforme o plano de Deus, contam-se entre os Seus meios mais eficazes para a formação do caráter cristão e para o avanço de Sua Obra. T6 430 3 Se os pais desejam ver em sua família um resultado diferente, consagrem-se inteiramente a Deus eles mesmos, e cooperem com Ele na obra por cujo meio se possa realizar uma transformação em sua família. T6 430 4 Quando nossa própria casa for o que deve ser, não deixaremos que nossos filhos cresçam na ociosidade e indiferença para com os reclamos de Deus em favor dos necessitados que os rodeiam. Como herança do Senhor, estarão habilitados para empreender a obra onde estão. Desses lares resplandecerá uma luz que se revelará em favor dos ignorantes, levando-os à fonte de todo o conhecimento. Exercerão influência poderosa em prol de Deus e de Sua verdade. Instruir a igreja na atividade missionária T6 431 1 "Guarda, que houve de noite?" Isaías 21:11. Estão as sentinelas a quem essa pergunta é feita em condição de fazer soar o toque certo da trombeta? Estão os pastores cuidando fielmente do rebanho pelo qual são responsáveis? Estão os ministros de Deus cuidando das pessoas, compreendendo que os que estão sob seu cuidado foram comprados pelo sangue de Cristo? Grande obra tem que ser feita no mundo, e que esforços estamos fazendo para realizá-la? Os crentes têm ouvido demasiados sermões; mas foram ensinados a trabalhar por aqueles por quem Cristo morreu? Planejou-se uma espécie de trabalho, que lhes tenha sido apresentado de maneira tal que cada um tenha visto a necessidade de participar da obra? T6 431 2 É evidente que todos os sermões pregados não produziram grande colheita de obreiros abnegados. Devemos considerar que esse assunto envolve os mais importantes resultados. Está em jogo o nosso destino eterno. As igrejas estão definhando porque os seus talentos não foram empregados para difundir a luz. Devem ser dadas instruções cuidadosas, que serão como lições do Mestre, para que todos pratiquem a luz recebida. Os que têm a supervisão das igrejas, devem escolher membros capazes e confiar-lhes responsabilidades, dando-lhes ao mesmo tempo instruções quanto a como melhor servir e beneficiar outros. T6 431 3 Todo meio deve ser usado para apresentar a verdade aos milhares que discernirão as evidências e apreciarão a semelhança de Cristo em Seu povo, se tiverem a oportunidade de vê-la. Utilize-se a reunião missionária para ensinar o povo a fazer trabalho missionário. Deus espera que Sua igreja discipline e prepare seus membros para a tarefa de iluminar o mundo. Devemos instruir centenas de pessoas a investir e multiplicar seus valiosos talentos. Pelo uso desses talentos, revelar-se-ão homens que estarão capacitados para ocupar posições de confiança e influência, e manter princípios puros e incontaminados. Assim, faremos uma grande obra para o Mestre. Colocar os membros da igreja para trabalhar T6 432 1 Muitos que possuem verdadeira capacidade estão se enferrujando na inação por não saberem como trabalhar em ramos missionários. Quem for habilitado apresente a esses inativos o ramo de trabalho que poderiam fazer. Estabeleçam-se pequenas missões em muitos lugares, para ensinar homens e mulheres a empregar e aumentar seus talentos. Compreendam todos o que deles se espera, e muitos dos que agora estão desocupados trabalharão fielmente. T6 432 2 A parábola dos talentos deve ser explicada a todos. Faça-se compreender aos membros da igreja que eles são a luz do mundo e que, segundo suas várias habilidades, o Senhor espera que iluminem e beneficiem outros. Quer sejam ricos ou pobres, quer grandes ou humildes, Deus os chama para servi-Lo ativamente. Ele conta com a igreja para o progresso de Sua causa, e espera que os que professam segui-Lo cumpram seu dever como seres inteligentes. É muito importante conseguir que toda mente preparada, todo intelecto disciplinado e cada parcela mínima de capacidade participem da obra de salvar almas. T6 432 3 Não devemos desprezar as coisas pequenas, buscando uma grande obra. Podemos realizar com êxito a obra pequena, mas fracassar inteiramente ao tentar uma obra maior, e cair em desânimo. Encaremos o trabalho onde quer que ele esteja para ser feito. Realizando com as forças de nossas mãos o que tiver de ser feito, desenvolveremos talentos e aptidões para a obra maior. Por desprezarem as oportunidades diárias, descuidando as coisas pequenas, é que muitos se tornam infrutíferos e débeis. T6 433 1 Há maneiras pelas quais todos podem fazer trabalho pessoal para Deus. Alguns podem escrever uma carta a um amigo distante ou enviar uma revista a quem esteja pesquisando a verdade. Outros podem dar conselhos aos que estão em dificuldades. Os que sabem tratar de enfermos podem ajudar nesse ramo. Outros, que têm as habilitações necessárias, podem dar estudos bíblicos ou dirigir classes bíblicas. T6 433 2 Modalidades mais simples de trabalhar devem ser planejadas e adotadas nas igrejas. Se os membros aceitarem unanimemente esses planos e perseverantemente os executarem, recolherão muitos frutos; porque a sua experiência se enriquecerá, a habilidade aumentando e, por seus esforços, as almas serão salvas. Mesmo os iletrados devem trabalhar T6 433 3 Ninguém deve sentir que, por não ser instruído, não pode ter parte na obra do Senhor. Deus tem uma parte para esses também. Ele deu a cada um a sua obra. Podem estudar a Bíblia. "A exposição das Tuas palavras dá luz; dá entendimento aos símplices." Salmos 119:130. Podem orar pela obra. A oração do coração sincero, feita com fé, será ouvida no Céu. E devem trabalhar segundo sua capacidade. T6 433 4 Cada qual exerce uma influência para o bem ou para o mal. Se a alma está santificada para o serviço de Deus, e consagrada à obra de Cristo, sua influência tenderá para ajuntar com Cristo. T6 433 5 Todo o Céu está em atividade, e os anjos de Deus estão à espera para cooperar com todos os que queiram fazer planos através dos quais as almas por quem Cristo morreu ouçam as boas-novas da salvação. Os anjos que ministram aos que hão de herdar a salvação, dizem a cada verdadeiro santo: T6 434 1 "Há uma obra para fazerdes." "Ide e... dizei ao povo todas as palavras desta vida." Atos dos Apóstolos 5:20. Se todos a quem essa ordem é dirigida obedecessem a ela, o Senhor prepararia o caminho diante deles, dando-lhes recursos para avançarem. Despertar os ociosos T6 434 2 Quantos estão perecendo sem Cristo, e os que professam ser Seus discípulos, os deixam morrer. Foram confiados aos nossos irmãos talentos exatamente para essa obra de salvar; mas alguns os amarraram num lenço e enterraram. Quanto se assemelham esses ociosos ao anjo que é representado voando pelo meio do céu, proclamando os mandamentos de Deus e a fé de Jesus? Que se pode fazer aos ociosos para despertá-los, a fim de irem trabalhar para o Mestre? Que podemos dizer ao membro da igreja ocioso, a fim de fazer-lhe reconhecer a necessidade de desenterrar o seu talento e investi-lo? Não haverá ociosos nem preguiçosos no reino do Céu. Que Deus apresente este assunto em toda a sua importância às igrejas adormecidas! Que se levante Sião e vista as suas roupagens de gala! Que resplandeça! T6 434 3 Há muitos pastores ordenados que ainda não exerceram sobre o povo de Deus o cuidado de pastor, nunca vigiaram pelas almas, como aqueles que delas hão de dar conta. Em vez de progredir, a igreja é deixada no estado de um corpo débil, dependente e ineficiente. Os membros da igreja, acostumados a confiar na pregação, pouco fazem para Cristo. Não produzem fruto, mas, ao contrário, aumentam seu egoísmo e infidelidade. Põem a esperança no pregador e confiam nos seus esforços para manter viva a sua débil fé. Uma vez que os membros da igreja não foram devidamente instruídos por quem Deus pôs como supervisores, muitos são servos ociosos, que escondem na terra os talentos e, apesar disso, se queixam do modo como o Senhor os trata. Esperam ser atendidos como crianças enfermas. T6 435 1 Esse estado de fraqueza não deve prosseguir. Deve ser feita na igreja uma obra bem organizada, para que seus membros saibam como comunicar a luz a outros e assim fortalecer a própria fé e aumentar o seu conhecimento. Ao repartirem o que receberam de Deus, serão firmados na fé. A igreja que trabalha é uma igreja viva. Somos transformados em pedras vivas, e cada uma delas deve emitir luz. Cada cristão é comparado a uma pedra preciosa que recebe a glória de Deus e a reflete. T6 435 2 A idéia de que o pastor deve levar toda a carga e fazer todo o trabalho é um grande engano. Sobrecarregado de trabalho e exausto, poderá descer ao sepulcro quando poderia ter vivido mais, se a carga fosse repartida como era o plano de Deus. A fim de que a carga seja distribuída, os que podem ensinar outros a seguir a Cristo e trabalhar como Ele trabalhou devem instruir a igreja. Os jovens devem ser missionários T6 435 3 Não se passe por alto a juventude; compartilhem eles do trabalho e da responsabilidade. Sintam caber-lhes uma parte a desempenhar no ajudar e beneficiar a outros. As próprias crianças devem ser ensinadas a fazer pequenos serviços de amor e misericórdia em favor dos menos afortunados. T6 435 4 Concebam os supervisores da igreja planos por meio dos quais os jovens possam ser preparados para empregar os talentos que lhes foram confiados. Busquem os membros mais idosos da igreja trabalhar dedicada e compassivamente em prol das crianças e jovens. Apliquem os pastores toda sua inteligência na idealização de planos em que os membros mais jovens da igreja possam ser induzidos a cooperar com eles no trabalho missionário. Mas não imaginem que possam despertar-lhes o interesse simplesmente pregando um sermão longo na reunião missionária. Formulem planos que despertem vivo interesse. Tenham todos uma parte para desempenhar. Sejam os jovens preparados para fazer o que lhes for indicado, e tragam semanalmente seus relatórios para a reunião missionária, contando sua experiência e, mediante a graça de Cristo, qual tem sido o seu êxito. Se esses relatórios fossem trazidos por pessoas que trabalham com consagração, as reuniões missionárias não seriam áridas nem enfadonhas. Estariam cheias de interesse, e não haveria falta de assistência. T6 436 1 Em toda igreja, os membros devem ser preparados de maneira tal que dediquem tempo para ganhar almas para Cristo. Como poderá ser dito da igreja: "Vós sois a luz do mundo" (Mateus 5:14), a menos que seus membros estejam realmente comunicando luz? T6 436 2 Despertem e compreendam seu dever os que estão encarregados do rebanho de Cristo, e ponham muitas pessoas a trabalhar. Despertem as igrejas T6 436 3 Logo ocorrerão mudanças peculiares e rápidas, e o povo de Deus será revestido do Espírito Santo, de modo que, com sabedoria celeste, enfrente as emergências desta época e neutralize ao máximo possível a influência desmoralizadora do mundo. Se a igreja não estiver dormindo, se os seguidores de Cristo vigiarem e orarem, poderão ter entendimento para compreender e avaliar as tramas do inimigo. T6 436 4 O fim está próximo! Deus convida a igreja a pôr em ordem aquilo que deve permanecer. Os cooperadores de Deus são capacitados pelo Senhor para levar outros ao reino. Devemos ser agentes vivos de Deus, condutos de luz para o mundo, pois há anjos celestiais comissionados por Cristo para nos suster, fortalecer e amparar no trabalho em prol da salvação de pessoas. T6 437 1 Apelo para as igrejas em cada Associação: Continuem separados e diferentes do mundo -- no mundo, mas não sendo parte do mundo, refletindo os brilhantes raios do Sol da justiça, sendo puros, santos e imaculados, e, com fé, levando luz a todos os caminhos e valados da Terra. T6 437 2 Que as igrejas estejam despertas, antes que seja tarde demais. Promova cada membro o seu trabalho pessoal, e honre o nome do Senhor pelo qual é chamado. Que a fé firme e a zelosa piedade tomem o lugar da ociosidade e descrença. Quando a fé se apossa de Cristo, a verdade deleitará a alma, e a prática da religião não será árida nem enfadonha. As reuniões sociais, agora insípidas e sem vida, serão vitalizadas pelo Espírito Santo; uma experiência rica será renovada diariamente, quando for praticado o cristianismo. Pecadores serão convertidos. Eles serão enternecidos pela palavra da verdade, e, como alguns dos que ouviram os ensinos de Cristo, dirão: "Vimos e ouvimos coisas maravilhosas hoje." T6 437 3 Em vista do que poderia ser feito se a igreja assumisse as responsabilidades que Deus lhe impõe, dormirão os seus membros ou despertarão para o senso da honra que lhes é conferida através da misericordiosa providência de Deus? Ajuntarão o que lhes foi confiado por hereditariedade, valer-se-ão da luz presente, e sentirão a necessidade de erguerem-se para enfrentar a necessidade urgente que agora se apresenta? Oh! possam todos despertar e manifestar para o mundo que a fé que possuem é viva, que o mundo tem perante si um desfecho vital, que Jesus logo virá. Vejam os homens que nós cremos estar nos limites do mundo eterno. T6 437 4 A edificação do reino de Deus é retardada ou apressada de acordo com a infidelidade ou fidelidade dos agentes humanos. O trabalho é prejudicado pela falta de cooperação do humano com o divino. Podem os homens orar: "Venha o Teu reino; seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu" (Mateus 6:10), mas se deixam de pôr em prática na vida essa oração, suas petições serão infrutíferas. T6 438 1 Mas embora sejam fracos, errantes e pecadores, o Senhor lhes faz o oferecimento de serem Seus coobreiros. Ele os convida para serem participantes da instrução divina. Unindo-se com Cristo, poderão realizar as obras de Deus. "Sem Mim", disse Cristo, "nada podereis fazer." João 15:5. T6 438 2 Por meio do profeta Isaías, é feita a promessa: "A tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda." Isaías 58:8. A justiça de Cristo é que vai adiante de nós, e essa é a glória do Senhor que deve ser a nossa retaguarda. A igreja do Deus vivo deve estudar essa promessa, e, apesar de toda a falta de fé, de espiritualidade e de poder divino, verificar o que está impedindo a vinda do reino de Deus. Se nos empenhássemos no trabalho de Cristo, os anjos de Deus iriam adiante, preparando corações para receberem o evangelho. Se cada um de nós fosse um missionário vivo, a mensagem para este tempo seria rapidamente proclamada em todos os países, a cada povo, nação e língua. Esse é o trabalho que precisa ser feito antes que Cristo venha com poder e grande glória. Convido a igreja a orar fervorosamente para que sejam reconhecidas as responsabilidades. Somos individualmente coobreiros de Deus? Se não, por que não? Quando vamos fazer a parte que nos foi designada pelo Céu? T6 438 3 Para todos os que se sentem desencorajados, existe apenas um remédio -- fé, oração e trabalho. T6 439 1 Nossas igrejas não deveriam sentir-se invejosas e negligenciadas por não receberem atenção ministerial. Em vez disso, deveriam elas mesmas tomar o fardo e labutar sinceramente pelas conversões. T6 439 2 Cada talento em nossas igrejas deve ser empregado na obra de fazer o bem. Deus tornou atrativos os lugares rudes e desérticos da natureza ao colocar coisas bonitas entre outras sem interesse. Essa é a obra que somos chamados a realizar. T6 439 3 Necessitamos em nossas igrejas de jovens que estejam trabalhando sobre princípios cristãos, e o início desse processo precisa estar localizado no lar. O desempenho fiel dos deveres domésticos exerce uma influência sobre o caráter. Na casa paterna, devem ser dadas evidências da habilitação para o trabalho na igreja. T6 439 4 O Senhor não nos julga de acordo com a altura de nossas várias esferas de ação, antes segundo a fidelidade com que as preenchemos. T6 439 5 Se realizarmos apenas um terço daquilo que nossos talentos nos permitiriam, os outros dois terços estarão trabalhando contra Cristo. T6 439 6 A maior obra que pode ser feita em nosso mundo é glorificar a Deus vivendo o caráter de Cristo. ------------------------Capítulo 55 -- O crescimento das instalações T6 440 1 Uma grande obra necessita ser efetuada em todo o mundo, e que ninguém conclua que, em virtude de estar próximo o fim, não mais existe necessidade de esforço especial para o estabelecimento das várias instituições que a causa demandará. Vocês não sabem o dia e a hora do aparecimento do Senhor, pois isso não foi revelado; deste modo, ninguém especule diante daquilo que não lhe foi dado compreender. Que cada um trabalhe com aquilo que lhe foi colocado em mãos, desempenhando os deveres diários requeridos por Deus. T6 440 2 Quando o Senhor nos disser que não mais devemos empreender esforços para o estabelecimento de casas de culto, escolas, sanatórios e publicadoras, será chegada a ocasião de cruzarmos os braços e permitirmos que Ele encerre a obra; agora, contudo, é a oportunidade de demonstrar zelo em favor de Deus e amor pela humanidade. T6 440 3 Devemos ser sócios na obra de Deus através do mundo inteiro; onde quer que haja pessoas a ser salvas, devemos prestar nosso auxílio, para que muitos filhos e filhas sejam conduzidos a Deus. O fim está próximo, e por essa razão devemos tirar o máximo proveito de toda habilidade a nós confiada e de todo meio que proporcione ajuda para a obra. T6 440 4 Escolas precisam ser estabelecidas, onde sejam educados os jovens, de modo que aqueles que se engajam na obra do ministério possam obter melhor preparo no conhecimento da Bíblia e das ciências. Instituições para o tratamento de enfermos devem ser erigidas em terras estrangeiras, e necessitam-se de missionários médicos que neguem a si mesmos, que ergam a cruz, que estejam preparados para ocupar posições de confiança, aptos a educar outros. A par de tudo isso, Deus convida missionários nacionais. Os obreiros de Deus, no campo estrangeiro ou nacional, devem praticar a auto-negação, suportar a cruz e restringir seus desejos pessoais, de modo que consigam produzir abundantes frutos. T6 441 1 Uma fé que abranja menos que isso negará o caráter cristão. A fé do evangelho é aquela cujo poder e graça vêm de Deus. Tornemos manifesto que Cristo permanece em nós, deixando de gastar dinheiro com vestuário ou coisas desnecessárias, enquanto a causa de Cristo definha por falta de meios, pois débitos não liquidados existem nas igrejas e a tesouraria se encontra vazia. Não cultivemos o gosto por dispendiosos artigos de vestuário ou mobília. Que a obra avance do modo como começou, em singela negação do eu e fé. T6 441 2 Utilizem seus meios para criar agências para o bem, em vez de usar a influência para diminuí-las. Que ninguém preste atenção à sugestão de que podemos exercer fé, termos assim todas as nossas enfermidades removidas e serem desnecessárias, desta forma, instituições para a recuperação da saúde. Fé e obras não andam separadas. Uma vez que o Senhor logo estará voltando, atuem decidida e determinadamente para aumentar as instalações, para que uma obra maior possa ser realizada em tempo curto. T6 441 3 Sendo que o Senhor logo retornará, é tempo de tirarmos nosso dinheiro da mão dos banqueiros, tempo de colocarmos cada moeda que pudermos economizar na tesouraria do Senhor, a fim de que se estabeleçam instituições para o preparo de obreiros, os quais serão instruídos como foram aqueles que freqüentaram as escolas dos profetas. Se o Senhor, ao voltar, nos encontrar realizando essa obra, dirá: "Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor." Mateus 25:21. T6 441 4 Chegou o tempo em que nenhuma capacidade física, mental ou moral deve ser desperdiçada ou mal aplicada. O Senhor deseja que Seu povo na América não mais confine a uns poucos lugares as grandes instalações que dizem respeito ao avanço moral e espiritual de Seu trabalho. Aqueles aos quais Ele muito concedeu são chamados a repartir. Apliquem agora os recursos onde eles possam ajudar a derramar luz sobre entenebrecidas nações e ilhas da Terra. T6 442 1 Obra a ser realizada -- Se famílias se transferissem para os lugares escuros da Terra, lugares onde as pessoas estão envoltas em trevas espirituais, e permitissem que a luz de Cristo irradiasse por intermédio delas, uma grande obra seria realizada. Que iniciem a obra de modo calmo, sem confronto, e sem depender dos fundos do Campo até que o interesse aumente, a ponto de elas não mais poderem controlar a situação sem auxílio ministerial. T6 442 2 Quando se realizarem institutos bíblicos e encontros similares, que não sejam feitos em conexão com nossas grandes igrejas já estabelecidas. Que tais reuniões dêem caráter à obra e espalhem o conhecimento da verdade em localidades onde esta é pouco conhecida. Isso pode não ser conveniente; entretanto, pergunto: Foi conveniente para Cristo deixar as cortes reais? Foi-Lhe conveniente deixar Sua honra, Sua gloria, Seu elevado posto, e humilhar-Se a ponto de tornar-Se um de nós? Ele não Se dirigiu a seres não caídos, e sim àqueles que mais necessitavam dEle. Nós, a quem Ele confiou Seu trabalho, devemos copiar-Lhe o exemplo. T6 442 3 Devemos apresentar a palavra de vida àqueles que, em nossa opinião, talvez se encontrem tão sem esperança quanto os que jazem na sepultura. Embora pareçam indispostos a ouvir ou receber a luz da verdade, devemos fazer nossa parte sem questionamento ou vacilação. T6 443 1 Há perigo em demorar. Aquela pessoa que ainda estava disponível, aquela alma a quem se poderia ter aberto as Escrituras, passará a ficar além de nosso alcance. Satanás preparou-lhe uma armadilha, e amanhã ela poderá estar desenvolvendo os planos do arquiinimigo de Deus. Por que demorar um dia mais? Por que não pôr mãos à obra imediatamente? T6 443 2 Como devem se sentir os anjos diante da aproximação do fim, e vendo tantos daqueles a quem foi confiada a última mensagem de misericórdia, aglomerando-se, freqüentando reuniões em consideração ao benefício que advirá a sua própria alma e sentindo-se descontentes se não houver muita pregação, ao passo que têm pouco interesse ou pouco fazem pela salvação dos outros! Todos os que por viva fé realmente se acham unidos a Cristo serão participantes da natureza divina. DEle constantemente estarão recebendo vida espiritual, e não podem permanecer calados. T6 443 3 A vida sempre se manifesta pela atividade. Se o coração está vivo, ele enviará o sangue vital a todas as partes do organismo. Aqueles cujo coração está repleto de vida espiritual não precisam ser pressionados para revelar isso. A vida divina fluirá deles em ricas correntes de graça. Ao orarem, ao falarem, ao atuarem, Deus será glorificado. T6 443 4 Os obreiros -- Não é o mais brilhante ou o mais talentoso cuja obra produz os maiores e mais duradouros resultados. Quem são os obreiros mais eficientes? Os que atendem ao convite: "Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração." Mateus 11:29. T6 443 5 Se os homens a quem Deus confiou talentos intelectuais recusarem usar esses dons para Sua glória, depois de provas e provações, Ele os deixará entregues a suas próprias imaginações e tomará homens que não parecem ser tão ricamente dotados, que não têm grande confiança-própria, e fortalecerá os fracos porque confiam que Deus fará por eles o que não podem fazer por si mesmos. Deus aceitará o serviço sincero, e claramente suprirá as deficiências. T6 444 1 O Senhor Jesus toma aqueles que se deixam ser moldados e os utiliza para a glória de Seu nome, para que promovam Seu próprio plano espiritual. Utiliza materiais que outros desprezariam, e aperfeiçoa todos os que Lhe permitem fazê-lo. Através de meios muito simples abre-se uma porta no Céu, e a simplicidade do agente humano é utilizada por Deus para a Sua revelação ao homem. T6 444 2 Têm vocês experimentado o poder do mundo por vir? Têm comido a carne e bebido o sangue do Filho de Deus? Nesse caso, ainda que mãos ministeriais não lhes tenham sido impostas em ordenação, Cristo coloca as Suas sobre vocês, dizendo: "Sois as minhas testemunhas". Isaías 43:10. T6 444 3 Aqueles que Deus emprega como Seus instrumentos podem ser considerados ineficientes por alguns; mas se puderem orar, se em simplicidade puderem falar sobre a verdade, por que a amam, poderão alcançar o povo, mediante o poder do Espírito Santo. Ao apresentarem a verdade em simplicidade, lendo a Palavra, ou recordando incidentes de sua experiência, o Espírito Santo impressionará a mente e o caráter. A vontade se torna subordinada à vontade de Deus; a verdade até então não compreendida vem ao coração com viva convicção, tornando-se realidade espiritual. ------------------------Capítulo 56 -- Auxílio para os campos missionários T6 445 1 Sinto um peso no coração, relacionado com os campos missionários mais carentes. Há uma obra agressiva a ser feita nas missões perto de nós; e também uma grande necessidade de fundos para o avanço do trabalho em campos estrangeiros. Nossas missões de além-mar estão definhando. Os missionários não têm sido sustentados do modo como Deus requer. Por falta de recursos, os obreiros estão impossibilitados de penetrar em novos campos. T6 445 2 Em toda extensão à nossa volta almas perecem em seus pecados. A cada ano milhares e milhares morrem sem Deus e sem esperança de vida eterna. As pragas e juízos de Deus estão realizando sua obra, e almas descem à ruína em virtude de a luz da verdade não haver brilhado em seu caminho. Quão poucos, entretanto, têm sentido sobre si o peso da condição de seus semelhantes! O mundo perece em miséria; isso, contudo, pouco significa até mesmo para os que afirmam crer na verdade mais elevada e de mais vasto alcance jamais concedida aos mortais. Deus requer que Seu povo seja a Sua mão ajudadora para alcançar os que perecem; quantos, porém, satisfazem-se em nada realizar! Existe um vazio daquele amor que levou Cristo a deixar Seu lar eterno e assumir a natureza humana, de modo que a humanidade pudesse tocar a humanidade, aproximando-a da divindade. Existe um estupor, uma paralisia, sobre o povo de Deus, que o impede de compreender o que é necessário no tempo presente. T6 445 3 O povo de Deus está sendo julgado pelo universo celestial; mas a escassez de suas dádivas e ofertas e a debilidade de seus esforços no serviço de Deus os assinalam como infiéis. Se o pouco que agora fazem fosse de fato o melhor que podem realizar, não estariam sob condenação; mas, com os recursos que têm, poderiam fazer muito mais. Eles sabem, e o mundo também, que perderam, em grande escala, o espírito de abnegação e de levar a cruz. T6 446 1 Deus convida as pessoas a darem a mensagem ao mundo adormecido, morto em transgressões e pecados. Solicita ofertas voluntárias daqueles cujo coração está na obra, que sentem sobre si o fardo dos pecadores, para que não pereçam, mas recebam a vida eterna. Satanás está praticando o jogo da vida. Trata de assegurar meios que ele consiga controlar, de modo que não venham a ser utilizados em empreendimentos missionários. Ignoraremos nós os seus artifícios? Permitiremos que ele entorpeça nossos sentidos? T6 446 2 Apelo aos irmãos em todas as partes que despertem, que se consagrem a Deus e dEle busquem sabedoria. Apelo aos oficiais em nossas Associações, para que empreendam os mais vigorosos esforços em nossas igrejas. Mostrem-lhes a necessidade de oferecerem de seus recursos para o sustento das missões estrangeiras. A menos que o seu coração seja tocado diante da situação dos campos mundiais, a última mensagem de misericórdia ao mundo se restringirá, e a obra designada por Deus não será completada. T6 446 3 Rapidamente se aproximam os últimos anos do tempo de graça. O grande dia do Senhor está perto. Devemos empreender agora todo esforço possível para despertar nosso povo. Sejam postas diante de toda pessoa as palavras do Senhor pronunciadas através do profeta Malaquias: "Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos Meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para Mim, e Eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós Me roubais e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque Me roubais a Mim, vós, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos." Malaquias 3:7-12. T6 447 1 É alto tempo de prestarmos atenção aos ensinos da Palavra de Deus. Todas as suas ordens são dadas para o nosso bem, para converter a alma do pecado à justiça. Todo converso à verdade deve receber instruções no tocante aos requisitos do Senhor quanto aos dízimos e ofertas. À medida que se ergam igrejas, essa obra necessita ser executada com decisão e levada avante no espírito de Cristo. Tudo o que os homens desfrutam recebem da generosidade do Senhor; Ele Se compraz em que Sua herança receba esses bens; entretanto, todos os que se colocam sob a ensangüentada bandeira do Príncipe Emanuel devem reconhecer sua dependência de Deus e seu dever de prestar contas a Ele, ao devolverem a Seu tesouro uma certa parte daquilo que Lhe pertence. Tais recursos devem ser empregados na obra missionária, de modo que se cumpra a comissão dada aos discípulos pelo Filho de Deus: "Toda autoridade Me foi dada no Céu e na Terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século." Mateus 28:18-20. "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Marcos 16:15. T6 447 2 Os que são verdadeiramente convertidos, são chamados a realizar uma obra que requer dinheiro e consagração. A obrigação que vincula nosso nome ao livro da igreja, também nos torna responsáveis por trabalharmos para Deus no limite absoluto de nossa capacidade. Ele requer serviço não dividido, com inteira devoção da alma, coração, mente e forças. Cristo nos colocou na igreja para que Ele possa contar conosco e desenvolver todas as nossas habilidades em devotado serviço pela salvação de almas. Qualquer coisa menos que isso é oposição à obra. Existem no mundo apenas dois lugares em que podemos depositar os nossos recursos -- na tesouraria de Deus ou na de Satanás. Tudo aquilo que não é devotado ao serviço de Cristo, conta para o lado de Satanás e destina-se a fortalecer a sua causa. T6 448 1 O Senhor designa que os meios a nós confiados sejam utilizados na edificação de Seu reino. Seus bens são outorgados aos mordomos, para que estes possam negociar cuidadosamente com eles, trazendo-Lhe de volta um bom rendimento sob a forma de pessoas salvas para a vida eterna. Essas almas, por sua vez, se tornarão mordomos da verdade e cooperadores do grande empreendimento que cuida dos interesses do reino de Deus. T6 448 2 Onde quer que haja vida há crescimento e progresso; no reino de Deus há constante intercâmbio -- dar e receber -- receber e devolver ao Senhor o que é Seu. Deus trabalha com todo verdadeiro crente, e a luz e bênçãos recebidas são dadas outra vez na obra que o crente faz. Assim, a capacidade de receber é ampliada. Ao repartir alguém os dons celestiais, está abrindo espaço para que novas correntes de graça e verdade fluam da fonte viva para a alma. Maior luz, ampliados conhecimentos e bênçãos, lhe pertencem. Nessa obra, que toca a cada membro da igreja, estão a vida e o crescimento da igreja. Aquele cuja vida consiste em receber sempre e nunca dar logo perde a bênção. Se a verdade não flui dele para outros, ele perde sua capacidade de receber. Precisamos repartir as dádivas do Céu se quisermos bênçãos renovadas. T6 448 3 Isso é verdade em coisas temporais, tanto quanto nas espirituais. O Senhor não vem a este mundo com ouro e prata para o avanço de Sua obra. Supre antes os homens com recursos, para que estes, através de suas dádivas e ofertas, mantenham a obra de Deus avançando. O propósito, acima de todos os demais, para o qual os dons de Deus devem ser usados, é o sustento de obreiros no grande campo de colheita. Se os homens e mulheres se tornarem canais de bênçãos para outras almas, o Senhor manterá o suprimento desses canais. Não é o devolver a Deus aquilo que Lhe pertence o que torna pobres os homens; ao contrário, é a retenção que tende a resultar em pobreza. T6 449 1 A obra de compartilhar aquilo que recebeu, definida para cada membro da igreja, torna-o um coobreiro de Deus. De si próprio você nada pode realizar, mas Cristo é o grande Obreiro. É privilégio de cada ser humano que recebe a Cristo tornar-se obreiro ao lado dEle. T6 449 2 Diz o Salvador: "E Eu, quando for levantado da Terra, todos atrairei a Mim." João 12:32. Pela alegria de ver almas redimidas, Cristo suportou a cruz. Tornou-Se o sacrifício vivo em favor do mundo caído. Nesse ato de auto-sacrifício, Cristo colocou o coração, o amor de Deus; através do mesmo sacrifício foi dada ao mundo a poderosa influência do Espírito Santo. É por intermédio de Cristo que a obra de Deus deve avançar. Requer-se o auto-sacrifício de cada um dos filhos de Deus. Cristo diz: "Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me." Lucas 9:23. A todos os que crêem, provê Cristo um novo caráter. Tal caráter, através de Seu infinito sacrifício, é a reprodução do Seu próprio. T6 449 3 O Autor da nossa salvação será o Consumador da obra. Uma verdade recebida no coração criará lugar para outra mais. E a verdade, sempre que recebida, porá em ação as faculdades do seu recebedor. Quando os membros das nossas igrejas amarem verdadeiramente a Palavra de Deus, revelarão as melhores e mais fortes qualidades; e quanto mais nobres forem, mais semelhantes às crianças serão, crendo na Palavra de Deus e afastando todo o egoísmo. T6 450 1 Uma torrente de luz resplandece da Palavra de Deus, e devemos reconhecer as oportunidades negligenciadas. Quando todos formos fiéis na devolução a Deus dos Seus dízimos e ofertas, o caminho se abrirá para que o mundo ouça a mensagem para este tempo. Se o coração do povo de Deus estiver cheio de amor a Cristo; se cada membro da igreja estiver cabalmente imbuído do espírito de abnegação; se todos manifestarem fervor intenso, não faltarão recursos para as missões. Nossos recursos serão multiplicados; mil portas de utilidade se abrirão, e seremos convidados a por elas entrar. Caso houvesse sido executado o propósito divino de transmitir ao mundo a mensagem da misericórdia, Cristo já teria vindo à Terra e os santos teriam recebido as boas-vindas na cidade de Deus. T6 450 2 Se já houve tempo em que devam ser feitos sacrifícios, esse é agora. Os que têm dinheiro devem compreender que agora é o tempo de empregá-lo para Deus. Não se absorvam recursos para multiplicar as instalações onde a obra já está estabelecida. Não se acrescente edifício a edifício onde já foram concentrados muitos interesses. Empreguem-se os recursos na formação de centros em campos novos. Assim, será possível ganhar almas que desempenharão sua parte em produzir. T6 450 3 Temos de pensar em nossas missões nos países estrangeiros. Algumas delas estão lutando para estabilizar-se; estão privadas mesmo das condições mais precárias. Em vez de aumentar as instalações já existentes, edifiquemos a obra nesses campos necessitados. Repetidamente o Senhor tem falado a esse respeito. Sua bênção não pode acompanhar o Seu povo, se a instrução for desprezada. T6 450 4 Pratiquemos a economia em nossa casa. Muitos estão acariciando e adorando ídolos. Abandonemos os nossos ídolos. Renunciemos aos nossos prazeres egoístas. Rogo-lhes que não empreguem recursos no embelezamento das residências; porque é dinheiro de Deus, e Ele tornará a pedir esse dinheiro. Pais, por amor de Cristo não empreguem o dinheiro do Senhor na condescendência com as fantasias de seus filhos. Não os ensinem a procurar a moda e a ostentação, a fim de alcançarem influência no mundo. Será que isso vai ajudá-los a salvar as almas por quem Cristo morreu? Não; suscitará inveja, ciúme e más suspeitas. Seus filhos serão induzidos a competir com a ostentação e extravagância do mundo, e a gastar o dinheiro do Senhor no que não é essencial para a saúde ou a felicidade. T6 451 1 Não ensinem seus filhos a pensar que seu amor a eles deve manifestar-se pela satisfação do seu orgulho, prodigalidade e amor à ostentação. Agora não é o tempo de inventar novas formas de gastar dinheiro. Empreguem suas faculdades inventivas para tratar de economizá-lo. Em vez de satisfazer a inclinação egoísta, gastando o dinheiro em coisas que destroem as faculdades do raciocínio, estudemos como praticar a abnegação, a fim de ter algo que inverter para desfraldar o estandarte da verdade nos novos campos. O intelecto é um talento; vamos usá-lo para descobrir como melhor empregar nossos recursos na salvação das almas. T6 451 2 Ensinem aos filhos que Deus tem direito sobre tudo quanto possuem, direito que nada pode jamais abolir; qualquer coisa que tenham só lhes pertence como legado de confiança, como prova de sua obediência. Inspirem-nos com a ambição de ganhar estrelas para a sua coroa, fazendo-os ganhar muitas almas do pecado para a justiça. T6 451 3 O dinheiro é um tesouro necessário; não deve ser desperdiçado com quem dele não necessita. Alguns precisam de seus donativos voluntários. Com demasiada freqüência, os que têm recursos deixam de considerar quantos há no mundo que têm fome e sofrem por falta de alimento. Talvez digam: "Eu não posso alimentar a todos." Mas praticando as lições de economia, dadas por Cristo, pode-se alimentar um ou mais. Talvez sejam alimentados muitos que têm fome do alimento material; mas também se pode alimentar seu espírito com o pão da vida. "Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca." João 6:12. Essas palavras foram proferidas por Aquele que tinha ao Seu dispor todos os recursos do Universo; embora o Seu poder miraculoso tenha fornecido alimento para milhares, Ele não deixou de ensinar uma lição de economia. T6 452 1 Pratiquemos a economia no emprego de nosso tempo. Ele pertence ao Senhor. Nossa força vem do Senhor. Se temos hábitos extravagantes, vamos eliminá-los de nossa vida. Tais hábitos, se mantidos, ocasionarão a nossa bancarrota para toda a eternidade. E os hábitos de economia, trabalho e sobriedade, mesmo neste mundo, são para nós e para nossos filhos algo melhor do que uma rica herança. T6 452 2 Somos viajantes, peregrinos e estrangeiros na Terra. Não gastemos os nossos recursos na satisfação dos desejos que Deus nos ordena reprimir. Ao contrário, demos o devido exemplo a quantos conosco se associam. Representemos devidamente nossa fé, restringindo nossos desejos. Levantem-se as igrejas de forma unida, e trabalhem ardorosamente como quem anda à plena luz da verdade para estes últimos dias. Que a nossa influência impressione as pessoas com o caráter sagrado dos reclamos de Deus. T6 452 3 Se pela providência divina nos foram concedidas riquezas, não nos conformemos com o pensamento de que não precisamos nos dedicar a um trabalho útil, que temos bastante e podemos comer, beber e nos alegrar. Não permaneçamos ociosos enquanto outros estão lutando para obter recursos para a Causa. Invistamos nossos recursos na obra do Senhor. Se fizermos menos que o nosso dever para ajudar os que perecem, que fique bem claro que estamos incorrendo em culpa. T6 452 4 Deus é quem dá aos homens a faculdade de adquirir riqueza, e Ele não concedeu essa faculdade como meio de satisfazer o egoísmo, mas como meio de devolver ao Senhor o que Lhe pertence. Com esse objetivo em vista, não é pecado adquirir riqueza. O dinheiro deve ser ganho com trabalho. A todo jovem devem ser ensinados hábitos de laboriosidade. A Bíblia a ninguém condena por ser rico, se adquiriu honestamente a sua riqueza. O amor egoísta do dinheiro, mal empregado, é que constitui a raiz de todo o mal. A riqueza será uma bênção se a considerarmos pertencente ao Senhor, para ser recebida com gratidão e, com gratidão, devolvida ao Doador. T6 453 1 Mas que valor possui a maior riqueza, se amontoada em custosas mansões ou em depósitos bancários? Que valor têm essas coisas, em comparação com a salvação de uma pessoa por quem morreu o Filho do infinito Deus? T6 453 2 Aos que amontoaram riqueza para os últimos dias, o Senhor declara: "As vossas riquezas estão apodrecidas, e os vossos vestidos estão comidos da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne." Tiago 5:2, 3. T6 453 3 Ordena-nos o Senhor: "Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos Céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, lhe abram a porta imediatamente. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que Se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-Se, os servirá. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais." Lucas 12:33-40. ------------------------Capítulo 57 -- A casa publicadora da Noruega T6 454 1 [O apelo que segue, escrito em 20 de Novembro de 1900, relaciona-se com as dificuldades financeiras de nossa obra de publicações em Cristiânia, Noruega. Em 1899, foram recebidas notícias, na Junta de Missões Estrangeiras, de que a casa publicadora em Cristiânia se envolvera em débito, e não conseguia atender suas obrigações, de modo que a instituição se achava sob risco de cair nas mãos dos credores. Para aliviar essa situação embaraçosa, se requeria assistência financeira no valor de 50 mil dólares. Tal valor não podia ser suprido pela Junta e, embora nossos irmãos noruegueses prosseguissem mantendo a posse da editora por mais de um ano após esse fato, pouco foi feito para ajudá-los. Pareceu, por fim, que o prédio teria de ser entregue aos credores ou vendido para que se reunissem os fundos necessários à liquidação do débito. Dessa forma, a instituição erigida ao longo de anos de trabalho e sacrifício, estaria perdida para a obra do Senhor. Tendo em vista evitar essa grande calamidade, o Senhor pronunciou-Se através de Sua serva nas seguintes palavras de sincero apelo, instrução e encorajamento.] T6 454 2 Nossa casa publicadora da Noruega acha-se em perigo e, em nome do Senhor, apelo a nosso povo em seu favor. Todos aqueles que amam a causa da verdade presente são chamados a ajudar na presente crise. T6 454 3 Todos os que amam e servem ao Senhor deveriam sentir o mais profundo interesse por tudo aquilo que diz respeito à glória de Seu nome. Quem poderia ver uma instituição onde a verdade tem sido exaltada, onde o Senhor tantas vezes tem revelado a Sua presença, onde instruções têm sido dadas pelos mensageiros de Deus, onde a verdade têm sido enviada por intermédio de publicações que realizam tanto bem -- quem poderia suportar que uma tal instituição passe às mãos dos mundanos, para ser utilizada em propósitos comuns e seculares? Deus por certo seria desonrado se fosse permitido que Sua instituição entrasse em decadência por falta do dinheiro que Ele confiou a Seus mordomos. Se isso acontecesse, os homens diriam que assim sucedeu porque o Senhor não foi capaz de evitar os fatos. T6 455 1 Isso significa muito para nossos irmãos e irmãs na Escandinávia. Eles serão severamente provados se suas instalações lhes forem tiradas. Façamos um esforço para evitar que caiam em depressão e desencorajamento. Que se faça um esforço consagrado e unido para tirar a editora das dificuldades em que se envolveu. T6 455 2 Existem aqueles que têm pequena fé, e que tentarão desencorajar outros e assim afastá-los de participarem dessa boa obra. Necessita-se apenas de uma palavra negativa para despertar e fortalecer o egoísmo no coração. Não prestem atenção aos que tentarem desanimá-los. Fujam das perguntas que surgirão no tocante a como as dificuldades se estabeleceram. Em grande medida, podem ter surgido face a erros cometidos; não nos permitamos, contudo, ceder espaço a críticas e reclamações. Censuras, reclamações e críticas não contribuirão para dar alívio a nossos irmãos em suas perplexidades e dissabores. T6 455 3 Deus tem convocado agentes humanos para com Ele cooperarem na obra de salvação. Utiliza homens portadores de fraquezas e sujeitos ao erro. Não censuremos, pois, aqueles que desafortunadamente cometeram enganos. Em vez disso, procuremos ser de tal modo transformados pela graça de Deus, a ponto de nos tornarmos compassivos, sensíveis às desgraças humanas. Isso causará alegria no Céu; pois ao amarmos nossos irmãos errantes como Deus e Cristo nos amam, proveremos evidência de que estamos compartilhando dos atributos de Cristo. T6 455 4 Este não é o momento para críticas. O que agora se necessita é genuína simpatia e decidida ajuda. Consideremos individualmente as necessidades de nossos irmãos. Que cada esforço devotado a esse assunto seja usado em proferir palavras que encorajem. Que toda capacidade seja utilizada em ações que edifiquem. T6 456 1 Uma parte do ministério dos anjos celestiais consiste em visitar nosso mundo e supervisionar a obra do Senhor em mãos de Seus mordomos. Em cada momento de necessidade eles ministram em favor dos que, na qualidade de coobreiros de Deus, estão lutando por levar avante Sua obra na Terra. Essas inteligências celestiais são representadas como desejando acompanhar o plano da redenção, e se regozijam sempre que alguma parte da obra de Deus prospera. T6 456 2 Anjos se interessam pelo bem-estar espiritual de todos os que buscam restaurar a imagem moral de Deus no homem; e a família terrestre deve ligar-se à família celestial na cura das feridas e contusões provocadas pelo pecado. Agentes angélicos, embora invisíveis, estão cooperando com os agentes humanos visíveis, formando uma associação de ajuda com os homens. Os mesmos anjos que, ao Satanás estar buscando a supremacia, lutaram em batalha nas cortes celestiais e triunfaram ao lado de Deus; os mesmos anjos que rejubilaram alegremente diante da criação de nosso mundo e de seus imaculados habitantes; os anjos que testemunharam a queda do homem e sua expulsão do lar edênico -- sim, esses mesmos mensageiros celestiais acham-se intensamente interessados em atuar unidos à raça decaída e redimida, para a salvação dos seres humanos que perecem no pecado. T6 456 3 Agentes humanos são as mãos de instrumentos celestiais, pois os anjos celestiais empregam mãos humanas no ministério prático. Instrumentos humanos como auxiliares manuais devem pôr em ação o conhecimento e usar os recursos dos seres celestiais. Unindo-se com esses poderes que são onipotentes, somos beneficiados por sua mais alta educação e experiência. Assim, ao nos tornarmos participantes da natureza divina e afastarmos de nossa vida o egoísmo, são-nos concedidos talentos especiais para nos ajudarmos mutuamente. Essa é a forma de o Céu comunicar poder salvador. T6 457 1 Porventura não existe algo estimulante e inspirador no pensamento de que os agentes humanos constituem instrumentos visíveis para transmitir as bênçãos dos agentes angélicos? Assim, quando somos cooperadores de Deus a obra leva sobre si a impressão divina. O conhecimento e atividade dos obreiros celestiais, unidos com o conhecimento e poder imputados aos agentes humanos, trazem alívio aos opressos e desencorajados. Nossos atos de ministério altruísta nos tornam participantes do sucesso que resulta do alívio oferecido. T6 457 2 Com quanta alegria o Céu contempla essas influências unificadas! Todo o Céu está observando esses agentes que estão como que à mão para realizar o propósito de Deus na Terra, assim fazendo a vontade de Deus no Céu. Tal cooperação realiza uma obra que leva honra, glória e majestade a Deus. Oh, se todos amassem como Cristo ama, de modo que os homens que estão a perecer pudessem ser salvos da ruína, e que mudança viria ao nosso mundo! T6 457 3 "Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor. ... serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se -- á por seu amor, regozijar-se -- á em ti com júbilo." Sofonias 3:12-17. Quão extraordinária representação! Somos nós capazes de captar o seu significado? T6 458 1 "Os que em ti se entristeceram, por causa da reunião solene, eu os congregarei; esses para os quais o peso foi uma afronta. Eis que, naquele tempo, procederei contra todos os que te afligem, e salvarei os que coxeiam, e recolherei os que foram expulsos; e lhes darei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados. Naquele tempo, vos trarei, naquele tempo, vos recolherei; certamente, vos darei um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando reconduzir os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor." Sofonias 3:18-20. Leia também o primeiro capítulo de Ageu. T6 458 2 Quando agentes humanos, na qualidade de mordomos de Deus, de forma unida tomarem os meios que pertencem ao Senhor e os empregarem para aliviar os fardos que pesam sobre Suas instituições, o Senhor cooperará com eles. T6 458 3 "E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela. E a palavra do Senhor veio de novo a mim, dizendo: As mãos de Zorobabel têm lançado os fundamentos da casa, também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o Senhor dos Exércitos me enviou a vós. Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra. Falei mais e disse-lhe: Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? E ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isto? E eu disse: Não, Senhor meu. Então, ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra." Zacarias 4:1-14. T6 459 1 Todo o Céu manifesta interesse, não apenas nos lugares perto de nós, como também naqueles que estão longe e necessitam da nossa ajuda. Os seres celestiais estão vigiando e esperando que os agentes humanos sejam profundamente tocados pelas necessidades de seus semelhantes que se encontram em perplexidade e prova, em tristeza e dissabor. T6 459 2 Quando uma das instituições do Senhor entra em decadência, as instituições mais prósperas devem trabalhar com a mais refinada habilidade, prestando assistência à instituição que definha, para que o nome de Deus não seja desonrado. Sempre que os administradores das instituições de Deus fecham seu coração diante das necessidades de instituições irmãs, e negligenciam efetuar todo esforço possível para ajudá-las, dizendo de modo egoísta: "Que se virem!", Deus anota a sua crueldade, e chegará o tempo em que tais pessoas terão de passar por semelhante experiência de humilhação. Porém, meus irmãos, vocês não pretendem agir assim. Bem sei que vocês não pretendem. T6 459 3 Todas as instalações que temos na Europa, destinadas ao avanço da obra, são necessárias; todas elas devem estar em condições funcionais saudáveis e florescentes diante de um mundo mau. Que os anjos de Deus, que se encontram ministrando em favor dos que suportam responsabilidades, não vejam o coração desses obreiros sendo partido de dor. As dificuldades já se acentuaram em virtude de nossa demora, de modo que a obra de restauração exigirá agora maior empenho e maiores gastos. Em nome do Senhor pedimos que Seu povo, possuidor de meios, mostre ser composto de mordomos fiéis. Reparem aquilo que é tão essencial ao avanço da obra de Deus, de modo que Seu povo não se desanime e Sua obra não seja deixada à míngua. T6 460 1 "E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo: Assim falou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração." Zacarias 7:8-10. Essa é também a palavra do Senhor a nós. T6 460 2 Não consigo imaginar que a porção que encerra este capítulo venha a constituir a experiência de vocês: "Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, para que não ouvissem. Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas precedentes; donde veio a grande ira do Senhor dos Exércitos. E aconteceu que, como ele clamou, e eles não ouviram, assim também eles clamarão, mas eu não ouvirei, diz o Senhor dos Exércitos. E os espalharei com tempestade entre todas as nações que eles não conheceram, e a terra será assolada atrás deles, de sorte que ninguém passará por ela, nem se voltará, porque têm feito da terra desejada uma desolação." Zacarias 7:11-14. T6 460 3 Irmãos, ao lidarmos com a casa do Senhor, "Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros." Romanos 14:19. Não profiram palavras de censura. Não lancem acusações sobre este ou aquele. Agora se requer a ajuda que todos possam oferecer. Procurem reparar a brecha que se estabeleceu. Façam-no alegremente. Façam-no com nobreza. Venham em ajuda ao Senhor, juntem-se a Ele contra os poderosos. Efetuem de uma vez a redenção da instituição que se encontra em tão grande perigo. T6 461 1 Que todos os que compreendem a proximidade da volta do Senhor atuem pela fé. Quando vemos o definhar de um dos instrumentos de Deus, seja manifesto o interesse daqueles que têm o coração e a alma postos na obra. T6 461 2 Que o exemplo correto seja dado pelos que se encontram em posição de responsabilidade. Todo instinto cristão nobre deve ser posto a planejar e agir com o mais sincero interesse pela redenção da instituição do Senhor, mais até do que eles poriam em prática para salvar os seus próprios recursos. Que todos procurem fazer alguma coisa. Examinem as suas atividades e vejam de que modo poderão cooperar com Deus nessa obra. T6 461 3 Uma vez que há decidida simpatia entre o Céu e a Terra, e sendo que Deus comissiona anjos a ministrarem a todos os que necessitam de ajuda, sabemos que, se fizermos nossa parte, esses representantes celestiais do poder onipotente proverão ajuda na hora da necessidade. Se nos tornarmos um em mente e coração, com as inteligências celestiais, seremos moldados por elas. Homens a quem Deus outorgou capacidade e talentos materiais serão impressionados por Ele a assumir o fardo das responsabilidades, e ajudarão a nossos irmãos escandinavos. T6 461 4 A causa de Deus na Europa não deve se tornar uma pedra de tropeço ou rocha de escândalo para os descrentes. As instituições desse lugar não devem ser fechadas ou entregues às mãos dos de fora. Que os servos do Senhor na Europa envidem todo esforço possível para recuperar o que se perdeu, e o Senhor operará por eles. Convoco nosso povo na América do Norte a cooperar com seus irmãos da Europa. Se todos cumprirem a sua parte no grande plano divino, Seu propósito se cumprirá. Logo a dificuldade estará no passado, não mais embaraçando a causa de Deus. T6 462 1 Que mão alguma se torne frouxa ou paralisada. Vocês dispõem da certeza de que os anjos de Deus, cuja casa é o pavilhão do Eterno e que vêem a glória de Deus, são os seus ajudadores. Cooperarão vocês em edificar cada instituição que se encontra realizando o serviço de Deus supervisionados pela ministração angélica? T6 462 2 Quem é capaz de compreender o valor das almas por cuja salvação o seu Príncipe, o seu Rei, o Filho do Deus infinito ofereceu Sua vida sem mancha através de morte ignominiosa? Se todos compreendessem isso como deveriam, quão grandiosa obra seria realizada! Através da operação do Espírito Santo, levariam -- por intermédio de sua influência, por suas palavras e pelos recursos materiais -- muitas almas a escapar das cadeias da escuridão e dos ardis infernais de Satanás, fazendo-as lavar seus pecados no sangue do Cordeiro. Oh, que a obra avance mais e mais! Anjos do Céu se alegram ao verem os pecadores arrependidos volvendo-se para o Deus vivo. T6 462 3 Se restringirmos a expressão de incredulidade e, através de palavras esperançosas e ações determinadas, fortalecermos nossa própria fé e a de outros, nossa visão se tornará notavelmente mais clara. A pura atmosfera celestial circundará nossa alma. T6 462 4 Sejam fortes e falem de esperança. Abram caminho através dos obstáculos. Estão espiritualmente casados com Jesus Cristo. A Palavra é sua segurança. Aproximem-se do Salvador com a plena confiança de uma fé viva, unindo suas mãos às dEle. Entrem pelos caminhos que Ele está abrindo. Façam o que Ele disser, seja o que for. Ele os ensinará com tão boa vontade como ensinará a qualquer outra pessoa. ------------------------Capítulo 58 -- O sanatório dinamarquês T6 463 1 Em Skodsborg, subúrbio de Copenhague, Dinamarca, nossos irmãos estabeleceram um sanatório. Avançaram cheios de esperança, sob a convicção de que estavam realizando a obra confiada por Deus a Seu povo. Ocorre que nossos irmãos, de modo geral, não tiveram o interesse que deveriam ter tido em estabelecer sanatórios nos países europeus, de modo que nossos queridos irmãos do Sanatório de Skodsborg avançaram mais depressa do que permitiam os meios de que dispunham, o que os levou a dificuldades e dissabores. T6 463 2 Sinto-me grandemente perturbada diante das dificuldades e perigos que rodeiam nossas instituições na Escandinávia. Minha mente sente-se obrigada a apelar a nosso povo, não apenas em favor da casa publicadora de Cristiânia, como também pelo sanatório dinamarquês. O inimigo foi-me apresentado como estando a esperar ansiosamente por uma oportunidade para destruir essas instituições, que são instrumentos de Deus, usados na redenção da humanidade. Serão atendidos os desejos de Satanás? Permitiremos que essas instituições sejam arrebatadas de nossas mãos e que sua obra beneficente seja interrompida? Pelo fato de terem os nossos irmãos cometido equívocos, vamos deixá-los a suportar sozinhos as conseqüências de seus cálculos errados? É essa a forma como Cristo tem lidado conosco? T6 463 3 Quando alguém se encontra no sopé de uma difícil montanha, sob um pesado fardo, cercado de desencorajamento e necessitando de fortes e animosos ajudadores, muito tempo é gasto em críticas, repreensão e impaciência. Isso não contribui para remover o fardo. Aqueles sobre os quais a carga repousa mais pesadamente não necessitam e nem merecem censura. Mais provavelmente isso deveria recair sobre aqueles que, bem antes, deveriam ter participado da condução do fardo. Mesmo nesse caso, porém, a censura teria sido imprópria e, por certo, sem utilidade. Nosso primeiro pensamento deve ser: De que modo poderei eu ajudar a aliviar a carga? O tempo é precioso. Existem demasiados interesses em jogo para se correr o risco da demora. T6 464 1 Acusar os administradores do Sanatório de Skodsborg de ambição mundana e desejo de exaltação própria seria cometer injustiça. Na ampliação da obra, buscavam eles a glória de Deus; e ali foi realizada uma obra de longo alcance para o bem. Eles erraram, contudo, ao realizarem investimentos além de suas possibilidades, colocando-se assim sob o jugo dos débitos. Por isso, o futuro da instituição e a honra da causa estão sob perigo. Agora, em vez de acrescentar dificuldades à situação, não haveremos nós de empenhar-nos corajosamente na solução do débito? T6 464 2 Sou instada pelo Espírito de Deus a lançar uma advertência. Oh, que visão medonha seria para os anjos, terem de contemplar as instituições estabelecidas para ilustrar e promulgar os princípios da reforma e viver cristão, passando das mãos daqueles que as operam na obra de Deus, e caírem em mãos de pessoas de fora! Irmãos, esta é a hora de nos interessarmos pelas instituições na Europa, que hoje estão clamando por ajuda. Do mesmo modo como Cristo lida conosco, devemos nós tratar com os irmãos que se encontram em dificuldade. T6 465 3 Os tesouros do Senhor acham-se à mão e nos foram confiados exatamente para tais emergências. Que o nosso povo, amante de Deus e de Sua causa, venha em socorro das instituições em perigo. Nossos irmãos americanos devem apressar o resgate. De modo muito especial, os irmãos escandinavos na América do Norte devem tomar ações decididas. Também os irmãos da Dinamarca, Noruega e Suécia devem compreender que este é o tempo de ajudar a Obra do Senhor. Que todos os que confiam em Deus e crêem em Sua Palavra, estudem diligentemente e compreendam seus privilégios, responsabilidades e deveres no tocante a esse assunto. Se falharmos agora em nosso papel de sermos ajudadores de Deus e de salvarmos a editora e o sanatório da Escandinávia, perderemos enorme bênção. T6 465 1 Quem são os que agora se posicionarão ao lado do Senhor? Quem serão as Suas mãos auxiliadoras, aliviando o oprimido? Quem encorajará o quebrantado a confiar no Senhor? Quem manifestará a fé que não falha, antes impulsiona rumo à vitória? Quem lutará neste momento para edificar aquilo que Satanás procura destruir, uma obra que poderá avançar em ramos vigorosos? Quem realizará agora em favor de seus irmãos na Europa aquilo que gostaria de receber, em idênticas circunstâncias? Quem cooperará com os anjos ministradores? T6 465 2 O Senhor convoca Seu povo a negar o próprio eu. Desistamos de alguma coisa que pretenderíamos utilizar para nosso conforto ou prazer pessoal. Ensinemos nossos filhos a negarem o eu e a se tornarem mãos ajudadoras do Senhor na distribuição de Suas bênçãos. T6 465 3 Insisto com meus irmãos da Escandinávia que façam o que estiver ao seu alcance. Uniremos nossos esforços com a obra de amor e ajuda que vocês empreenderem. Existem recursos suficientes nas mãos dos mordomos do Senhor para realizar esta obra, desde que se unam em terna simpatia para restaurar, curar e trazer saúde e prosperidade às agências de Deus. T6 465 4 As somas providas por vocês podem parecer pequenas quando comparadas com as necessidades da obra; não desanimem, contudo. Tenham fé em Deus. Segurem firmemente a mão do Infinito Poder, e aquilo que à primeira vista parece um caso sem esperança, mudará de aspecto. A alimentação das cinco mil pessoas é uma lição prática para nós. Aquele que, dispondo apenas de cinco pães e dois peixinhos, alimentou cinco mil homens e mais as mulheres e crianças, é capaz de realizar grandes coisas por Seu povo nos dias de hoje. T6 466 1 Leiam o relato de como o profeta Eliseu alimentou cem homens: "E um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de Deus pães das primícias, vinte pães de cevada e espigas verdes na sua palha, e disse: Dá ao povo, para que coma. Porém seu servo disse: Como hei de eu pôr isso diante de cem homens? E disse ele: Dá-o ao povo, para que coma; porque assim diz o Senhor: Comer-se-á, e sobejará. Então, lhos pôs diante, e comeram, e deixaram sobejos, conforme a palavra do Senhor." 2 Reis 4:42-44. T6 466 2 Quão grande a condescendência de Cristo em operar esse milagre a fim de satisfazer a fome! Satisfez cem filhos de profetas e, vez após outra desde então, embora nem sempre de maneira tão marcante e visível, tem Ele operado a fim de atender as necessidades humanas. Se tivéssemos discernimento espiritual mais claro, de modo a conseguirmos reconhecer mais prontamente o modo misericordioso e compassivo com que Deus Se relaciona com Seu povo, ganharíamos rica experiência. Temos de estudar as maravilhosas obras de Deus, mais do que o temos feito. Ele tem motivado até mesmo homens que não reconhecem a verdade, em favor de Seu povo. O Senhor tem Seus homens da oportunidade, exatamente como ocorreu com o homem que trouxe alimento aos filhos dos profetas. T6 466 3 Quando o Senhor nos dá uma obra a fazer, não paremos para inquirir quanto à razoabilidade da ordem ou aos prováveis resultados de nossa obediência. Os suprimentos em nossas mãos podem parecer muito menores que nossas necessidades; nas mãos do Senhor, contudo, eles se revelarão mais que suficientes. O servo "Então, lhos pôs diante, e comeram, e deixaram sobejos, conforme a palavra do Senhor." 2 Reis 4:44. T6 466 4 Necessitamos de maior fé. Devemos possuir um senso mais amplo do relacionamento de Deus com aqueles a quem comprou com o sangue de Seu Filho unigênito. Devemos exercer fé no vindouro progresso da obra do reino de Deus. T6 467 1 Não percamos tempo deplorando a escassez de nossos recursos visíveis, antes façamos o melhor uso daquilo que temos. Ainda que a aparência exterior não seja promissora, esforço e confiança em Deus desenvolverão recursos. Ofereçamos nossas ofertas com ação de graças, orando para que o Senhor abençoe essas dádivas e as multiplique, assim como fez com os alimentos dados aos cinco mil. Se usarmos as nossas melhores instalações, o poder de Deus nos habilitará a alcançar as multidões que estão famintas pelo pão da vida. T6 467 2 Nessa obra de auxiliar nossos irmãos da Noruega e da Dinamarca, disponhamo-nos zelosa e nobremente, deixando os resultados a cargo de Deus. Tenhamos fé de que Ele fará aumentar nossas ofertas até que elas sejam suficientes para colocar Suas instituições em terreno vantajoso. T6 467 3 Fé é a mão espiritual que toca o infinito. T6 467 4 As orações simples, direcionadas pelo Espírito Santo, ascenderão ao Céu e cruzarão suas portas, a porta aberta da qual Cristo disse: "o que abre, e ninguém fecha." Apocalipse 3:7. Essas orações, mescladas com o incenso da perfeição de Cristo, ascenderão como fragrância ao Pai, e as respostas virão. T6 467 5 Os obreiros de Cristo jamais devem pensar, e muito menos falar, em fracasso da obra. O Senhor Jesus é a nossa eficiência em todas as coisas; Seu Espírito deve constituir nossa inspiração. À medida que nos colocarmos em Suas mãos, para sermos canais de luz, nunca se esgotarão os nossos meios para realizarmos o bem. Podemos abastecer-nos de Sua plenitude, recebendo daquela graça que não conhece limites. ------------------------Capítulo 59 -- A ajuda a nossas escolas Um exemplo de liberalidade T6 468 1 Quando o Senhor convidou Israel a contribuir para a construção do tabernáculo no deserto, houve calorosa resposta. "E veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o impeliu, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação." Êxodo 35:21. E vieram, homens e mulheres, tantos quantos tinham o coração voluntário. Vieram os homens com as suas ofertas em ouro e prata, com tecidos selecionados e madeiras valiosas. Os chefes trouxeram pedras preciosas, especiarias de alto custo, e óleo para as lâmpadas. "E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as mãos e traziam o fiado." Êxodo 35:25. Eles "traziam cada manhã oferta voluntária" (Êxodo 36:3), até que se trouxe a Moisés esta informação: "O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse." Êxodo 36:5. Esse generoso serviço voluntário foi agradável a Deus; e quando o tabernáculo ficou pronto, o Senhor mostrou Sua aprovação à oferta: "Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo." Êxodo 40:34. T6 468 2 Exemplo muito semelhante a esse de serviço voluntário foi o trabalho feito em favor de nossas escolas na publicação e venda do livro Parábolas de Jesus. Alegramo-nos de que tão grande número de pessoas dentre nosso povo tenha se dedicado a essa obra, e que seus esforços estejam propiciando tanto sucesso. Regozijamo-nos de que nossos oficiais de Associações e das sociedades de publicações tenham empregado sua influência e energia nessa grande tarefa, e que os pastores, obreiros bíblicos, colportores e membros da igreja tenham se empenhado tão fervorosamente no especial empreendimento para o rápido alívio de nossas escolas. O generoso e dedicado modo como nossas casas publicadoras e nossos irmãos e irmãs em geral assumiram esse empreendimento é muito agradável ao Senhor. Está em harmonia com Seu plano. O plano do Senhor T6 469 1 Há, na providência divina, períodos particulares quando devemos levantar-nos, responder ao chamado de Deus e fazer uso de nossos recursos, de nosso tempo, de nosso intelecto, de todo o nosso ser, corpo, alma e espírito, no cumprimento de Seus reclamos. Assim é no tempo presente. O interesse da causa de Deus está em jogo. As instituições do Senhor estão em perigo. Em virtude do terrível fardo de dívidas com que nossas escolas estão lutando, a obra se vê impedida por todos os lados. Em nossa grande necessidade, Deus abriu um caminho em meio às dificuldades, e nos convidou a cooperar com Ele no cumprimento de Seu propósito. Foi Seu plano que o livro Parábolas de Jesus fosse entregue para alívio de nossas escolas, e Ele pede a Seu povo que faça a parte que lhe corresponde em colocar esse livro perante o mundo. Nisso Ele está testando o Seu povo e Suas instituições, para ver se trabalharão unidos e com um só coração em abnegação e altruísmo. Todos devem cooperar T6 469 2 Um bom começo foi feito com as vendas do Parábolas de Jesus. O que se necessita agora é que haja um esforço fervoroso e unido para completar a obra que foi tão bem iniciada. Lemos nas Escrituras: "Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor." Romanos 12:11. Cada ramo da causa de Deus é digno de diligência; mas nada pode merecer mais do que esse empreendimento nesta oportunidade. Um trabalho decidido deve ser feito na concretização do plano de Deus. Que cada contato para vender o Parábolas de Jesus fale em favor do Mestre. Unam-se aos obreiros todos que tiverem possibilidade de fazê-lo. T6 470 1 Pelo êxito nos esforços já feitos, vemos que é muito melhor obedecer aos reclamos de Deus hoje do que esperar uma ocasião que poderíamos considerar mais favorável. Precisamos tornar-nos os homens e mulheres da oportunidade de Deus, pois grandes responsabilidades e possibilidades estão ao alcance de todos os que se alistaram para uma vida de serviço sob a bandeira de Cristo. T6 470 2 Deus nos convida a ação, a fim de que nossas instituições educativas possam ficar livres de dívidas. Seja o plano de Deus posto em prática segundo Sua própria ordem. T6 470 3 O presente é uma oportunidade que não podemos concordar em perder. Apelamos a todo o nosso povo que ajude o quanto for possível precisamente agora. Apelamos a que façam um trabalho que será agradável a Deus, na aquisição do livro. Suplicamos que todo recurso disponível seja usado para ajudar em sua circulação. Insistimos com todos os presidentes de nossos Campos para que considerem como podem promover esse empreendimento. Apelamos aos nossos pastores que, ao visitarem as igrejas, animem homens e mulheres a saírem como colportores e a fazerem decidido movimento no sentido da abnegação, doando parte de seus lucros para ajudar nossas escolas. T6 470 4 É necessário um movimento geral, mas isso tem de começar com ações individuais. Que em toda igreja os membros de cada família façam esforços decididos de abnegação e de promoção do trabalho. Que as crianças desempenhem uma parte. Que haja cooperação de todos. Façamos nós mesmos o melhor que pudermos neste tempo para dedicar a Deus nossa oferta, e pôr em prática Sua vontade específica, criando assim uma ocasião para testemunho em Seu favor e de Sua verdade, num mundo de trevas. A lâmpada está em nossas mãos. Deixemos que sua luz brilhe com intensidade. T6 471 1 Os jovens que pensam entrar no ministério devem assumir esta obra. O manuseio do livro que o Senhor colocou em suas mãos deve ser seu mestre. Aproveitando essa oportunidade, poderão progredir sem dúvida no conhecimento de Deus e dos melhores métodos para alcançar o povo. T6 471 2 O Senhor conclama rapazes e moças para que entrem em Seu serviço. Os jovens são receptivos, vivos, ardorosos, esperançosos. Uma vez tendo provado a ventura do sacrifício próprio, não se satisfarão a menos que estejam constantemente aprendendo do Grande Mestre. O Senhor abrirá caminhos diante dos que responderem ao Seu chamado. T6 471 3 É só trazer para o trabalho o fervoroso desejo de aprender a assumir responsabilidades. Depois, com braços fortes e coração alegre, é sair para o conflito que todos têm de enfrentar, conflito que se tornará cada vez mais cruel ao nos aproximarmos do embate final. Preparação para o trabalho T6 471 4 Os que se empenham nesta obra devem se dar primeiro a Deus sem reservas. Devem se colocar onde possam aprender de Cristo e seguir o Seu exemplo. Ele os convidou: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve." Mateus 11:28-30. Anjos são comissionados para sair com os que assumem esta obra com verdadeira humildade. T6 471 5 Devemos orar sem cessar, e todos devemos viver nossas orações. A fé aumentará sobremodo com o exercício. Os que estão colportando com Parábolas de Jesus devem assimilar as lições ensinadas no livro com que estão trabalhando. Aprendam de Cristo. Tenham fé em Seu poder para os ajudar e salvar. A fé é o próprio fluido vital da alma. Sua presença comunica entusiasmo, saúde, coerência e saudável discernimento. Sua vitalidade e vigor exercem influência poderosa, embora inconsciente. A vida de Cristo na alma é como uma fonte de água que salta para a vida eterna. Ela conduz a um constante cultivo das graças celestiais e à submissão ao Senhor em todas as coisas. T6 472 1 Falo aos obreiros, jovens e idosos, que estão usando nossos livros, especialmente os que estão colportando com o livro que está agora dando o seu recado de misericórdia: Exemplifiquem na vida as lições dadas por Cristo em Seu Sermão do Monte. Isso fará uma impressão mais profunda e terá mais duradoura influência sobre as mentes do que os sermões proferidos do púlpito. Vocês podem não ser capazes de falar com eloqüência aos que desejam ajudar; mas se falarem com modéstia, escondendo o eu em Cristo, suas palavras serão ditadas pelo Espírito Santo; e Cristo, com quem estão cooperando, impressionará o coração. T6 472 2 Exercitem aquela fé que opera por amor e santifica a alma. Que ninguém permita agora, por sua incredulidade, que o Senhor Se envergonhe dele. Desânimo e indolência nada realizam. Embaraços em negócios seculares são algumas vezes permitidos por Deus para estimular faculdades entorpecidas à mais fervorosa ação, a fim de que Ele possa honrar a fé pela concessão de ricas bênçãos. Esse é um modo de fazer Sua obra progredir. Olhando para Jesus, não apenas como nosso Exemplo, mas como o Autor e Consumador de nossa fé, sigamos adiante, tendo confiança de que Ele suprirá força para o cumprimento de cada obrigação. T6 472 3 Penosíssimos esforços serão requeridos daqueles que têm o fardo desta obra; pois deve ser dada a correta instrução, a fim de que o senso da importância da obra possa ser mantido ante os obreiros, e que todos possam desejar o espírito de abnegação e sacrifício exemplificado na vida de nosso Redentor. Cristo fez sacrifícios a cada passo, sacrifícios que nenhum de Seus seguidores poderá jamais fazer. Em toda abnegação de nós requerida nesta obra, em meio a todas as coisas desagradáveis que ocorrem, devemos considerar que estamos ligados a Cristo, partilhando do Seu espírito de bondade, de perdão e abnegação. Esse espírito abrirá o caminho diante de nós e nos dará sucesso, porque Cristo é nossa recomendação ao povo. A obra em todas as terras T6 473 1 Nosso povo em todos os países deve assumir a obra de auxílio a nossas escolas. Seja ela levada avante por nossas igrejas na Austrália e região. Nossa escola ali está necessitando de auxílio, e se nosso povo assumir unido à tarefa, poderá fazer muito para diminuir o fardo de dívidas; podem animar o coração dos que estão trabalhando para alcançar esse objetivo, os instrumentos do Senhor; e podem ajudar a estender sua influência de bênção para as distantes terras pagãs e as ilhas do mar. T6 473 2 Estamos certos de que nossa casa publicadora na Austrália será liberal no planejamento da publicação de Parábolas de Jesus. O Senhor tem abençoado grandemente essa instituição, e ela deve apresentar-Lhe uma oferta de gratidão, fazendo doação irrestrita para liberar a escola de débito. Confiamos em que ela assumirá a tarefa e fará nobremente a sua parte. E essa cooperação com Deus se provará para a casa publicadora da Austrália uma bênção tão grande como tem sido em relação com nossas instituições nos Estados Unidos. T6 473 3 Entreguemo-nos a esta obra, meus irmãos na Austrália. "A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem." Hebreus 11:1. Já não experimentamos isso no passado? Ao sairmos, confiados na promessa de Deus, as coisas que não se vêem, a não ser pelos olhos da fé, tornam-se reais e visíveis. Ao nos movermos e trabalharmos pela fé, Deus cumpriu para conosco cada uma das palavras que proferiu. A prova que temos da fidelidade de Suas promessas deveria impedir qualquer pensamento de incredulidade. Duvidar é um pecado, e não cremos que nossos irmãos na Austrália sejam culpados disso. T6 474 1 O Senhor tem feito muito por todos nós, em cada país. Levantemos os nossos olhos para ver os campos, que já estão brancos para a ceifa. Louvemos a Deus porque Sua palavra tem-se cumprido além de todas as nossas expectativas. T6 474 2 Convoco o nosso povo para que, com fervor e voluntariamente, entre no trabalho de livrar a escola da dívida. Faça a casa publicadora a sua parte na publicação do livro. Que nosso povo em toda a Austrália e região mantenha a venda do Parábolas de Jesus. Deus os abençoará nessa tarefa. T6 474 3 Os obreiros da Inglaterra devem fazer todo esforço possível na venda desse livro, para estabelecer uma escola nesse país. Meus irmãos da Inglaterra, da Alemanha e de todos os outros países da Europa onde a luz da verdade está brilhando, sustentem esta obra. Seja esse livro traduzido para diferentes línguas e posto a circular nos diversos países da Europa. Que nossos colportores em todas as partes da Europa sejam animados a ajudar em sua venda. A venda desse livro fará muito mais do que simplesmente ajudar a aliviar de débito nossas instituições. Ela abrirá o caminho para que nossos livros maiores encontrem um pronto mercado. Assim a verdade alcançará a muitos que de outro modo não a receberiam. T6 474 4 Apelo de modo especial a nossos irmãos na Escandinávia. Não estão dispostos a assumir a tarefa que Deus lhes entregou? Não trabalharão até o máximo de sua capacidade para aliviar as instituições comprometidas dessa região? Não olhem com desespero, dizendo: "Nada podemos fazer." Chega de falar em desânimo. Apeguem-se ao braço do Poder Infinito. Lembrem-se de que os irmãos em outras terras estão se unindo para ajudar. Não se omitam nem se desanimem. O Senhor sustentará os Seus obreiros na Escandinávia se assumirem sua parte com fé, oração e esperança, tudo fazendo para promover Sua causa e apressar Sua volta. T6 475 1 Seja feito na Inglaterra por parte de nosso povo o mais fervoroso esforço, a fim de inspirar com fé e coragem os irmãos da Escandinávia. Irmãos, precisamos ir em socorro do Senhor, em socorro do Senhor com os valorosos. T6 475 2 Lembremo-nos de que quanto mais nos aproximamos do tempo da vinda de Cristo, mais fervorosa e firmemente devemos trabalhar, pois temos a oposição de toda a sinagoga de Satanás. Não precisamos de exaltação, mas daquela coragem que nasce da fé genuína. Resultados do trabalho T6 475 3 Por meio da obra de socorro a nossas escolas, uma bênção quádrupla será experimentada: para as escolas, para o mundo, para a igreja e para os obreiros. T6 475 4 Ao mesmo tempo em que se reúnem recursos para alívio de nossas escolas, a melhor leitura está sendo posta nas mãos de grande número de pessoas que, não fora este esforço, jamais teriam visto o livro Parábolas de Jesus. Há pessoas em lugares solitários que serão alcançadas por esse empenho. As lições tiradas das parábolas de nosso Salvador serão como folhas da árvore da vida para muitos. T6 475 5 É desígnio do Senhor que o Parábolas de Jesus, com sua instrução preciosa, leve os crentes à união. Os abnegados esforços feitos pelos membros de nossa igreja serão um meio de uni-los, de modo que sejam santificados no corpo, alma e espírito, como vasos para honra, preparados para receber o Espírito Santo. Os que procuram fazer a vontade de Deus, investindo cada talento com o máximo de proveito, se tornarão sábios em trabalhar para o Seu reino. Aprenderão lições do maior valor, e sentirão a satisfação mais completa de uma mente racional. Paz, graça e poder de intelecto lhes serão concedidos. T6 476 1 Ao levarem esse livro aos que necessitam da instrução que ele contém, os obreiros ganharão preciosa experiência. Essa obra é um meio de educação. Os que fizerem o melhor como mão ajudadora do Senhor para promover a circulação do Parábolas de Jesus obterão uma experiência que os capacitará a ser bem-sucedidos obreiros de Deus. Muitíssimos, mediante o treino recebido nessa obra, aprenderão a colportar com nossos livros maiores, tão necessários ao povo. T6 476 2 Todo aquele que se dedicar a essa tarefa, de forma correta, alegre e com esperança, encontrará nela uma grande bênção. O Senhor não obriga pessoa alguma a empenhar-se em Seu trabalho; mas aos que decididamente se colocam a Seu lado, Ele dará mente bem disposta. Ele abençoará a todos os que manifestarem externamente o espírito em que Ele opera internamente. A tais obreiros Ele concederá favor e sucesso. Ao penetrarem em campo após campo, novos métodos e novos planos resultarão de novas circunstâncias. Novos pensamentos virão com os novos obreiros que se dedicarem ao trabalho. Ao procurarem o auxílio do Senhor, Ele Se comunicará com eles. Receberão planos elaborados pelo próprio Senhor. Pessoas serão convertidas e haverá dinheiro. Os obreiros encontrarão lugares não cultivados da vinha do Senhor, ao lado de campos já cultivados. Cada campo revela novos lugares a serem conquistados. Tudo o que for feito mostrará quanto mais ainda resta por fazer. T6 476 3 À medida que trabalhamos em associação com o Grande Mestre, as faculdades mentais se desenvolverão. A consciência é posta sob a direção divina. Cristo toma sob Seu controle todo o ser. T6 476 4 Ninguém pode estar verdadeiramente unido a Cristo, praticar Suas lições, submeter-se a Seu jugo, sem compreender aquilo que jamais pode expressar em palavras. Vêm-lhe pensamentos novos e ricos. O intelecto recebe luz; a vontade, determinação; a consciência recebe sensibilidade, e a imaginação, pureza. O coração torna-se mais terno, mais espirituais os pensamentos, o serviço torna-se mais semelhante ao de Cristo. Vê-se na vida o que palavra alguma pode expressar: veracidade, fidelidade, dedicação amorável do coração, da mente e do espírito, e força para o trabalho do Mestre. T6 477 1 Depois de havermos feito, mediante oração e energia santificada, tudo que podíamos em favor de nossas escolas, veremos a glória de Deus. Quando a prova tiver sido cabalmente concluída, haverá um bendito resultado. T6 477 2 Deus fará com que o movimento em favor de nossas escolas seja um sucesso se for promovido em espírito voluntário e liberal. Ele nos capacitará a fazer refluir o descrédito de que têm sido alvo nossas instituições educativas. Se todos assumirem o trabalho em espírito de abnegação por amor de Cristo e da verdade, não demorará muito antes que o cântico de jubileu da liberdade ecoe através de nossos limites. "Não vos canseis de fazer o bem" T6 477 3 Alegra-me que tenha havido tão harmonioso esforço para levar a cabo o propósito de Deus e tirar o máximo proveito de Sua providência. Esse movimento para promover a circulação do Parábolas de Jesus é uma demonstração do que pode ser feito no campo da colportagem. Aos pastores, estudantes, pais, mães, rapazes e moças que se empenharam nessa obra, eu gostaria de dizer: Não permitam que esse interesse esmoreça. Seja essa boa obra levada avante firmemente, de modo perseverante e grandioso, até que o último débito seja removido de todas as nossas escolas e um fundo seja criado para o estabelecimento de escolas em campos importantes, onde haja grande necessidade de obra educativa. T6 477 4 Ao serem pastores e obreiros bíblicos chamados para outros trabalhos, que os membros de nossas igrejas lhes digam: "Façam o trabalho que lhes é indicado e promovam-no, e nós continuaremos a trabalhar na promoção do Parábolas de Jesus e para a libertação de nossas escolas." Ninguém entenda que esse trabalho deve parar com o especial movimento de 1900 e 1901. O campo jamais se esgota, e esse livro deve ser vendido para ajudar nossas escolas nos anos futuros. T6 478 1 Tenhamos fé em Deus. Em Seu nome, levemos avante Sua obra sem esmorecer. O trabalho para o qual Ele nos chamou será uma bênção para nós. E quando o Seu plano para alívio de nossas escolas tiver vingado, quando a obra indicada tiver sido completamente realizada, Ele nos dirá que fazer a seguir. T6 478 2 Por todo o tempo em que a mensagem de misericórdia tiver de ser dada ao mundo, haverá um chamado para esforço em favor de outras instituições e empreendimentos similares a esse em favor de nossas escolas. E enquanto durar o tempo de graça, haverá oportunidade para que o colportor trabalhe. Quando as denominações religiosas se unirem com o papado para oprimir o povo de Deus, lugares onde houver liberdade religiosa se abrirão para a colportagem evangelística. Se em algum lugar a perseguição se tornar severa, façam os obreiros como Cristo ordenou: "Quando pois vos perseguirem numa cidade, fugi para outra." Se ali vier a perseguição, procurem outro lugar ainda. Deus guiará o Seu povo, fazendo que seja uma bênção em muitos lugares. Não fora a perseguição, e não seriam tão vastamente espalhados para proclamar a verdade. E Cristo declara: "Não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem." Mateus 10:23. Até que no Céu seja dito: "Está consumado", haverá sempre lugares para trabalhar e corações para receber a mensagem. T6 478 3 "E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido." Gálatas 6:9. ------------------------Capítulo 60 -- O direito conferido pela redenção T6 479 1 Os dízimos e ofertas trazidos a Deus são um reconhecimento do direito que Deus tem sobre nós pela criação, bem como o reconhecimento desse mesmo direito que a Ele assiste pela nossa redenção. Pelo fato de que tudo que temos e somos provêm de Cristo, tais ofertas devem reverter de nós para Ele. Devem lembrar-nos sempre o direito que a Deus confere a nossa redenção, o maior de todos os direitos, e que inclui todos os demais. A compreensão do sacrifício feito por nós deve conservar-se viva em nossa mente, e sempre exercer influência sobre nossos pensamentos e planos. Cristo é, com efeito, como Alguém que está crucificado entre nós. T6 479 2 "Não sabeis que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço". 1 Coríntios 6:19, 20. Que preço elevadíssimo foi esse que Deus pagou por nós! Olhemos para a cruz e para a Vítima nela dependurada. Olhemos para aquelas mãos traspassadas por cravos e para aqueles pés pregados no madeiro. Cristo levou em Seu próprio corpo o nosso pecado. Aquele sofrimento, aquela agonia, representa o preço de nossa redenção. Do trono de Deus partiu a ordem: "Livra-os para que não desçam à perdição, porque achei uma propiciação." T6 479 3 Será que nos esquecemos de que Ele nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, para que em troca nos entregássemos a Ele? Por que o amor de Cristo não há de ser manifestado pelos que O recebem pela fé, do mesmo modo que o Seu amor nos foi manifestado a nós, por quem Ele morreu? T6 479 4 Cristo é representado como Se afligindo e buscando a ovelha perdida. Seu amor nos envolve e reconduz ao redil. Seu amor nos confere o privilégio de assentar-nos com Ele nos lugares celestiais. Quando o Sol da Justiça brilha em nosso coração, e com paz e doce alegria repousamos no Senhor, louvemo-Lo então; louvemos a quem é a saúde do nosso semblante e nosso Deus. Louvemo-Lo, não só por nossas palavras, mas consagrando-Lhe tudo o que somos e possuímos. T6 480 1 "Quanto deves ao meu Senhor?" Lucas 16:5. Isso não é possível calcular. Se tudo quanto temos é dEle, vamos negar-Lhe o que nos pede? Se Ele o requer, vamos segurar de modo egoísta entre as mãos? Será que vamos retê-lo e aplicá-lo noutro fim qualquer, menos no de salvar almas? Desse modo é que milhares de pessoas se perdem. Como poderíamos melhor manifestar nossa apreciação pelo sacrifício de Deus, de Sua grande dádiva ao mundo, do que fazendo doações e ofertas, com louvor e ação de graças, pelo grande amor com que nos amou e nos atrai para Si? T6 480 2 Olhando para o Céu com espírito de súplica, apresentemo-nos a Deus como Seus servos, e com tudo quanto temos como pertencendo-Lhe, e dizendo: "Tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos." 1 Crônicas 29:14. Contemplando a cruz do Calvário, e o Filho do Deus infinito nela dependurado; considerando esse amor sem mácula e essa maravilhosa manifestação de Sua graça, ansiosamente perguntemos: "Senhor, que queres que eu faça?" Atos dos Apóstolos 9:6. Ele diz: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura." Marcos 16:15. T6 480 3 E quando, no reino de Deus, virmos pessoas que foram salvas pelos nossos dons e trabalho, porventura não se rejubilará nosso coração pelo privilégio de termos realizado tal obra? T6 480 4 Acerca dos apóstolos de Cristo está escrito: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os seguiram." Marcos 16:20. O Universo de Deus ainda espera por instrumentos humanos pelos quais a maré da graça celestial possa ser derramada sobre todo o mundo. O mesmo poder que operou pelos apóstolos está pronto para assistir aos que se dispõem a fazer a obra de Deus. T6 481 1 O inimigo empregará toda a astúcia de que é capaz a fim de impedir que a luz resplandeça em lugares novos. Ele não quer que a verdade brilhe como tocha fortíssima. Quererão os irmãos consentir em que seus planos de estorvar a obra tenham êxito? T6 481 2 O tempo rapidamente está beirando a eternidade. Desejará alguém sonegar ainda ao Senhor aquilo que Lhe pertence? Recusará alguém a Ele aquilo que, embora possa ser entregue sem mérito, não pode ser retido sem ruína? O Senhor deu a cada um a sua obra, e os santos anjos de Deus esperam que a façamos. Se trabalharmos orando e vigiando, eles estão prontos para nos assistir em tudo. Quando a inteligência é iluminada pelo Espírito Santo, todas as inclinações cooperarão unidas na realização da divina vontade. Então o homem trará a Deus o que é dEle, dizendo: "Todas as coisas nos vêm de Ti, e daquilo que é Teu liberalmente Te oferecemos." Que o Senhor perdoe ao Seu povo, por não haver feito isso! Irmãos e irmãs, esforcei-me para lhes apresentar as coisas como são, mas a tentativa ficará sempre aquém da realidade. Será que vão rejeitar a minha exortação? Não sou eu quem está apelando; é o Senhor Jesus, que deu Sua vida pelo mundo. Eu somente cumpro a ordem de Deus. Vão vocês aproveitar a oportunidade de honrar a causa de Deus, e respeitar Seus servos, por Ele enviados para cumprirem Sua vontade, guiando as pessoas para o Céu? T6 481 3 "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; conforme está escrito: T6 482 1 "Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, Aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também abunda em muitas graças que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos; e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças a Deus pois pelo Seu dom inefável." 2 Coríntios 9:6-15.