------------------------Testemunhos para a Igreja, 7 T7 3 1 Breve histórico do volume sete T7 9 1 Capítulo 1 -- A obra de salvar almas T7 13 1 Capítulo 2 -- O sinal de avançar T7 18 1 Capítulo 3 -- Trabalho para os membros da igreja T7 25 1 Capítulo 4 -- Obreiros de nossas fileiras T7 29 1 Capítulo 5 -- Estendendo os triunfos da cruz T7 34 1 Capítulo 6 -- A obra nas cidades T7 37 1 Capítulo 7 -- A obra na grande Nova Iorque T7 40 1 Capítulo 8 -- Não demorar mais T7 42 1 Capítulo 9 -- O culto doméstico T7 45 1 Capítulo 10 -- Responsabilidades da vida conjugal T7 51 1 Capítulo 11 -- Em todo o mundo T7 62 1 Capítulo 12 -- O conhecimento dos princípios de saúde T7 68 1 Capítulo 13 -- Obreiros de nossas instituições médicas T7 72 1 Capítulo 14 -- Uma mensagem aos nossos médicos T7 76 1 Capítulo 15 -- O valor da vida ao ar livre T7 80 1 Capítulo 16 -- Fora das cidades T7 85 1 Capítulo 17 -- No campo T7 88 1 Capítulo 18 -- Não entre os ricos T7 90 1 Capítulo 19 -- Considerações acerca dos edifícios T7 95 1 Capítulo 20 -- Não para os que buscam prazeres T7 99 1 Capítulo 21 -- O perigo da centralização T7 104 1 Capítulo 22 -- O sinal de nossa ordem T7 110 1 Capítulo 23 -- A obra médico-missionária nas cidades T7 115 1 Capítulo 24 -- A obra dos restaurantes T7 124 1 Capítulo 25 -- Alimentos saudáveis T7 127 1 Capítulo 26 -- Fabricação de alimentos saudáveis T7 132 1 Capítulo 27 -- Educar o povo T7 138 1 Capítulo 28 -- O propósito de Deus para as casas publicadoras T7 150 1 Capítulo 29 -- Nossa literatura denominacional T7 161 1 Capítulo 30 -- Trabalhos comerciais T7 169 1 Capítulo 31 -- Casas publicadoras em campos missionários T7 171 1 Capítulo 32 -- Relacionamento entre as casas publicadoras T7 175 1 Capítulo 33 -- O colportor T7 176 1 Capítulo 34 -- O autor T7 182 1 Capítulo 35 -- A igreja e a casa publicadora T7 191 1 Capítulo 36 -- A santidade dos instrumentos divinos T7 194 1 Capítulo 37 -- Dependência de Deus T7 197 1 Capítulo 38 -- Cooperação T7 199 1 Capítulo 39 -- Domínio próprio e fidelidade T7 203 1 Capítulo 40 -- O perigo das leituras impróprias T7 206 1 Capítulo 41 -- Evitar dívidas T7 210 1 Capítulo 42 -- Fé e ânimo T7 215 1 Capítulo 43 -- Sacrifício próprio T7 220 1 Capítulo 44 -- Necessidades no sul T7 231 1 Capítulo 45 -- Centros de influência T7 235 1 Capítulo 46 -- Instruções para os obreiros T7 242 1 Capítulo 47 -- Bom ânimo T7 246 1 Capítulo 48 -- Os pastores e os negócios T7 250 1 Capítulo 49 -- Consagrar tempo para conversar com Deus T7 254 1 Capítulo 50 -- O trabalho do pastor T7 256 1 Capítulo 51 -- Reuniões de comissões T7 260 1 Capítulo 52 -- Disciplina da igreja T7 265 1 Capítulo 53 -- Consideração mútua T7 267 1 Capítulo 54 -- Os professores de nossas escolas T7 277 1 Capítulo 55 -- Os que estão lutando com dificuldades T7 283 1 Capítulo 56 -- Distribuição dos recursos T7 286 1 Capítulo 57 -- Nossos idosos pioneiros T7 290 1 Capítulo 58 -- O cuidado pelos obreiros ------------------------Breve histórico do volume sete T7 3 1 O volume 7 foi publicado no final de 1902, cerca de dois anos após o lançamento do volume 6, mas nesses poucos meses ocorreram avanços notáveis, especialmente relacionados com a reorganização de nossa obra denominacional. T7 3 2 Em 1863, portanto, 38 anos antes, a Associação Geral tinha sido organizada, compreendendo seis Associações locais, todas nos Estados Unidos. Havia, então, 30 pastores, entre ordenados e licenciados, servindo a 3.500 membros e 125 igrejas. Não existiam escolas adventistas do sétimo dia nem instituições médicas, e havia só uma casa publicadora. T7 3 3 Cada uma das décadas seguintes viu dobrar o número de membros da igreja e também o de obreiros empregados, além do início de novas frentes de trabalho. Na virada do século, a obra tinha crescido para proporções mundiais. O relatório estatístico de 1900 mostra que os impressos adventistas estavam sendo preparados em 39 línguas por 13 casas publicadoras e suas filiais. Havia 500 pastores ordenados, além de mil outros obreiros nos vários ramos da obra denominacional, atendendo a 66 mil membros de 1.892 igrejas, agrupadas em 45 Associações e 42 Missões. Na Austrália e também na Europa, as Associações estavam reunidas em Uniões. T7 3 4 Com o desenvolvimento da obra de publicações e o início da obra médica e educacional, além do surgimento da Escola Sabatina, organizações autônomas foram formadas para cuidar desses seguimentos da causa. Algumas dessas entidades eram: Escola Sabatina Internacional, Associações de Liberdade Religiosa, Associações Médico-Missionárias, várias associações para promover as publicações e outras para sustentar o trabalho educacional. As missões estrangeiras eram dirigidas pelo Conselho de Missões Estrangeiras. Apesar de os interesses das várias organizações estarem relacionados, cada uma funcionava de forma independente e os escritórios e sedes estavam espalhados por diversas partes dos Estados Unidos. O Conselho de Missões Estrangeiras tinha sede em Nova Iorque, por causa das conveniências para despachar encomendas, a partir dessa cidade. Enquanto isso, a Associação da Escola Sabatina ficava em Oakland, Califórnia, por ser o local mais adequado para os obreiros morarem. A obra de liberdade religiosa estava sediada em Chicago, Illinois, e a obra médico-missionária era dirigida a partir de Battle Creek, Michigan. T7 4 1 Não é difícil perceber que a denominação, em seu desenvolvimento natural, estava extrapolando todas as provisões originais de 1863. Alguns ajustes tiveram de ser feitos. A comissão da Associação Geral era composta de 12 membros, sendo que quatro dos quais residiam em Battle Creek. Como poderiam esses poucos homens cuidar da obra que crescia rapidamente, e agora se espalhava pelo mundo todo? Todas as Associações locais e missões, ao redor do mundo, com exceção das da Austrália e da União Européia, tinham de se reportar diretamente à Associação Geral. Obviamente, as necessidades de alguns campos começaram a ficar negligenciadas, ou pelo menos passaram a demonstrar certa falta de eficiência em suas ações. A perplexidade se multiplicava à medida que alguns ramos da obra cresciam de forma desproporcionada, escapavam do controle e avançavam de forma independente para além dos objetivos pelos quais foram criados. T7 4 2 Essas eram as circunstâncias em Abril de 1901, quando Ellen G. White, que tinha acabado de retornar da Austrália para os Estados Unidos, falou na abertura da reunião da Associação Geral. Ela fez uma apelo em favor da reorganização da obra, especialmente destacando a necessidade de delegar responsabilidades. Ao mesmo tempo que a necessidade era clara, a solução não parecia tão evidente. Mas nessa oportunidade, diante do apelo e com a visão e a fé dos líderes, a obra da Associação Geral foi reorganizada. Primeiro, foi adotado o plano das Uniões, algo inaugurado na Austrália e depois tentado na Europa. Com isso a administração da Associação Geral ficou livre de muitos detalhes que passaram a ser cuidados e resolvidos de forma local. Em segundo lugar, foram definidos os princípios para colocar todas as organizações autônomas (publicações, médicas, Escola Sabatina e obra educacional) como departamentos da Associação Geral. Em terceiro, a Comissão da Associação Geral foi grandemente ampliada com representantes de todo o campo mundial e de todos os ramos de atividades. T7 5 1 Algumas fases da obra da Associação Geral foram reorganizadas imediatamente, como os departamentos de Escola Sabatina, Educação e Liberdade Religiosa. Quanto a outros setores, isso tomou mais tempo, e em alguns casos não aconteceu até que verdadeiros desastres confirmaram a necessidade de mudanças. No caso da obra médica, foi necessário que o processo de reorganização atingisse primeiro a forma de pensar dos homens e mulheres nela envolvidos e mudasse sua filosofia a respeito da grande obra na qual participavam. Por ocasião da sessão da Associação Geral, em 1901, parecia que o Sanatório de Battle Creek tinha alcançado o seu ponto mais alto e, com as instituições a ele filiadas, correspondia a uma grande fatia da obra total dos adventistas do sétimo dia. Ficou evidente que seus líderes estavam começando a divisar uma grande obra médico-missionária cristã não denominacional, a qual, da forma como a planejavam, iria logo obscurecer a obra da denominação Adventista do Sétimo Dia. T7 5 2 Então, no dia 18 de Fevereiro de 1902, ocorreu o primeiro desastre. O prédio principal do Sanatório de Battle Creek foi completamente destruído por um incêndio. Enquanto os planos eram apressados para construir outro prédio, a experiência do fogo juntamente com os conselhos do Espírito de Profecia impressionou a mente dos obreiros e muitos deles começaram a distinguir mais claramente o verdadeiro papel da obra médico-missionária como uma atividade distintiva, porém integrada com a obra da denominação. Daí veio um apelo para fracionar e estabelecer diversos centros médico-missionários, não tão grandes e ambiciosos. T7 6 1 Nessa situação é que foram produzidos os textos que compõem a seção "Nossa Obra Médica". Eles foram incluídos neste volume 7 para que possam continuar sendo úteis à denominação. T7 6 2 Nos primeiros tempos, quando a Review and Herald e a Pacific Press foram estabelecidas, havia a necessidade de possuir instalações bem equipadas para produzir, a baixo custo, o tipo de impressos de que a igreja necessitava. Entretanto, inicialmente esses equipamentos não eram usados durante todo o tempo para os trabalhos estritamente denominacionais. Para conservar as máquinas trabalhando e ainda manter uma equipe bem treinada, as casas publicadoras também imprimiam trabalhos de terceiros. Esses impressos variavam desde material de escritório e formulários até livros que eram lançados no mercado. Isso dava um lucro razoável e ajudava a manter as instalações e os obreiros. T7 6 3 Surgiram, porém, problemas com esses impressos comerciais. Originais de livros foram oferecidos e aceitos para publicação, os quais não edificavam de forma alguma o caráter. Parte desses escritos continha sérios erros doutrinários e outros, por diferentes razões, também eram deletérios. Tais condições chegaram a um ponto decisivo no tempo em que foi produzido este volume 7. As pessoas que trabalhavam com as publicações receberam mensagens do Espírito de Profecia destacando os perigos envolvidos nessa obra e apelando por uma reforma. Por outro lado, à medida que o tempo avançava, a obra denominacional também crescia e passava a exigir todo o tempo e dedicação exclusiva dos obreiros para os seus impressos. Só que isso não chegou de fato a acontecer sem que tanto a Review and Herald quanto a Pacific Press fossem destruídas pelo fogo e depois se percebeu os frutos dessas mensagens. Quando os planos foram elaborados para reconstruir os edifícios é que os líderes passaram a avançar pela fé, dedicando as instalações e equipamentos exclusivamente para imprimir os textos denominacionais. Eles realizaram isso à luz dos conselhos contidos neste volume 7, os quais tiveram uma influência determinante sobre nossa obra de publicações em todo o mundo. T7 7 1 Quando a Sra. White viajou desde Santa Helena, Califórnia, até Battle Creek, Michigan, para assistir à sessão de 1901 da Associação Geral, ela atravessou o sul, fazendo uma parada em Nashville para conhecer um escritório de publicações recentemente estabelecido, bem como visitar algumas escolas em outros locais. Esses empreendimentos surgiram em grande parte após seus apelos através das páginas da Review and Herald no sentido de que fosse iniciada uma obra mais ampla no Sul dos Estados Unidos. Seus conselhos tinham inspirado e guiado aqueles que se encarregaram dessa obra, embora, naqueles tempos, ela estivesse vivendo na Austrália. Somente por ocasião dessa viagem é que ela teve o privilégio de visitar os locais e ver com os próprios olhos o que estava sendo realizado. T7 7 2 Depois que a verificação pessoal do campo e suas necessidades suplementou a revelação que ela antes recebera, os apelos se tornaram mais veementes ainda para que um número bem maior de obreiros assalariados e voluntários fosse deslocado para os estados do Sul a fim de aproveitar as oportunidades para espalhar a mensagem e se envolver com os problemas de conduzir a obra, tanto entre os brancos quanto entre os negros. Os comoventes apelos, escritos durante esse período de dois anos, constituem uma parte importante deste volume 7. Eles tiveram influência fundamental no sentido de incentivar não poucas famílias a se mudarem para a importante região do Sul dos Estados Unidos afim de anunciar a mensagem, tanto através do testemunho silencioso da vida santificada quanto do ativo evangelismo. T7 7 3 Como os pioneiros adventistas do sétimo dia praticavam e ensinavam a reforma nos hábitos de vida, eles comandaram o desenvolvimento e manufatura de alimentos saudáveis, alguns para substituir os artigos prejudiciais da alimentação e outros para prover um regime balanceado e saboroso. Foi a partir dos ensinos dos adventistas que surgiram as grandes companhias de cereais matinais e diversos outros alimentos que foram desenvolvidos nos anos seguintes. Já nos tempos cobertos por este volume 7, tínhamos um bom número de centros de produção de alimentos saudáveis e, em algumas cidades, também restaurantes que só serviam alimentação saudável. Diversos capítulos, neste volume, reúnem conselhos a respeito desse trabalho, mostrando como pode ser conduzido de forma a ampliar a influência da mensagem distintiva que este povo tem de anunciar ao mundo. T7 8 1 As mensagens dadas ao longo do tempo deste volume 7 também contemplam os apelos em favor do avanço da obra nos centros urbanos. Embora outros urgentes apelos tenham vindo nos anos seguintes, as carências das grandes cidades foram pela primeira vez destacadas diante de nosso povo, de uma forma geral, na primeira parte deste livro. A obra a ser feita não estava limitada aos obreiros da Associação. Leigos e voluntários deviam ser agregados numa atividade cada vez mais ampla nos grandes centros populacionais. O grande programa de evangelismo estava apenas começando, mas deveria continuar por muitos anos. T7 8 2 Quando o volume 7 foi publicado, os adventistas do sétimo dia já tinham completado meio século de trabalho ativo. A passagem dos anos fez com que um certo número de obreiros tivesse de depor suas armas e passar adiante suas responsabilidades. Eles tinham se sacrificado e trabalhado para erguer a causa de Deus, mas quando chegou o tempo de descansarem e deixarem que outros assumissem as tarefas, não havia provisão para sua manutenção. Tanto a necessidade quanto a solução já tinham sido claramente reveladas para a Senhora White que, em suas últimas palavras neste volume, trata da responsabilidade da igreja com seus obreiros idosos. Um fruto do seu apelo em favor da criação de um fundo para atender às necessidades dos obreiros aposentados é o plano de manutenção dos jubilados que foi criado poucos anos depois do lançamento deste volume. T7 8 3 Este volume 7 contém poucas linhas de instrução, mas seus fundamentais conselhos têm um amplo alcance e estão produzindo importantes frutos. Depositários do Patrimônio Literário de Ellen G. White. T7 8 4 "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:2. ------------------------Capítulo 1 -- A obra de salvar almas T7 9 1 Deus me deu uma mensagem para Seu povo. Ele tem de despertar, alargar as suas tendas, dilatar suas fronteiras. Meus irmãos, minhas irmãs, vocês foram comprados por preço, e tudo quanto possuem e são deve ser empregado para a glória de Deus, e para o bem dos semelhantes. Cristo morreu na cruz para salvar o mundo de perecer no pecado. Ele pede nossa cooperação nesta obra. Devemos servir-Lhe de mão ajudadora. Com um esforço sincero e infatigável, devemos buscar salvar os perdidos. Lembremo-nos de que foram nossos pecados que tornaram necessária a cruz. Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador, empenhamo-nos com Ele em carregar a cruz. Como parte do grande plano da redenção, estamos ligados com Ele na vida e na morte. T7 9 2 O poder transformador da graça de Cristo modela aquele que a si mesmo se dá para o serviço de Deus. Imbuído do Espírito do Redentor, ele está pronto a negar-se, pronto para assumir a cruz, pronto para fazer qualquer sacrifício pelo Mestre. Não pode mais ser indiferente em relação às pessoas que perecem em torno de si. Ergue-se acima dos seus próprios interesses. Foi feito nova criatura em Cristo, e o servir-se a si mesmo não tem lugar em sua vida. Ele compreende que cada parte de seu ser pertence a Cristo, que o redimiu da escravidão do pecado; que todo momento de seu futuro foi comprado com o precioso sangue do Unigênito Filho de Deus. T7 10 1 Têm vocês uma apreciação tão profunda do sacrifício feito no Calvário, a ponto de estarem prontos para tornar qualquer outro interesse subordinado à obra de salvar almas? A mesma intensidade de desejo de salvar pecadores, que assinalou a vida do Salvador, assinala a vida de Seu verdadeiro discípulo. O cristão não tem desejo de viver para si. Deleita-se em consagrar ao serviço do Mestre tudo quanto tem e é. É movido pelo inexprimível desejo de ganhar almas para Cristo. Aos que nada possuem de semelhante desejo, seria melhor preocuparem-se com sua própria salvação. Orem pedindo o espírito de serviço. T7 10 2 Como posso glorificar melhor Aquele de quem sou pela criação e redenção? Essa é a pergunta que devemos fazer a nós mesmos. Com ansiosa solicitude, aquele que realmente está convertido procura livrar os que ainda estão em poder de Satanás. Ele se recusa a fazer qualquer coisa que o possa prejudicar em sua obra. Se tem filhos, reconhece que sua obra precisa começar em sua própria família. Seus filhos são muito preciosos para ele. Lembrando-se de que eles são os membros mais novos da família do Senhor, esforça-se ao máximo para colocá-los onde se ponham do lado do Senhor. Comprometeu-se a servir, honrar e obedecer a Cristo; e envida pacientes e incansáveis esforços para educar os filhos de tal modo que nunca sejam hostis ao Salvador. T7 10 3 Sobre os pais e as mães, Deus colocou a responsabilidade de livrarem seus filhos do poder do inimigo. Essa é sua obra -- uma obra que de modo algum devem negligenciar. Os pais que têm viva ligação com Cristo não descansarão enquanto não virem os filhos bem seguros no aprisco. Eles farão disso o principal objetivo de sua vida. T7 11 1 Pais, não negligenciem a obra que a igreja espera de vocês em sua própria família. Esse é o seu primeiro campo de esforço missionário. A obra mais importante que podem fazer é colocar seus filhos ao lado de Deus. Quando errarem, tratem-nos com ternura, contudo, com firmeza. Eles devem estar unidos com vocês na oposição ao mal com que Satanás procura destruir a alma e o corpo dos seres humanos. Compartilhem com eles o segredo da cruz, o segredo que significa santificação, redenção e vitória eterna. Cada vez que levarem os filhos consigo para o culto ao Senhor será uma vitória ganha. T7 11 2 Se as famílias da vizinhança se opõem à verdade, lutem para levá-las a se renderem aos reclamos de Cristo. Trabalhem de forma paciente, sábia, interessada, para conquistar a atenção delas através do suave ministério do amor. Apresentem a verdade de tal maneira que possam percebê-la em toda a sua beleza e ela exerça uma influência à qual não possam resistir. É assim que as barreiras do preconceito são quebradas. T7 11 3 Se esse trabalho fosse feito fielmente, se os pais e as mães trabalhassem com os membros das próprias famílias, e daqueles que estão ao redor, enaltecendo a Cristo através de uma vida piedosa, milhares de pessoas seriam salvas. Quando o povo de Deus estiver verdadeiramente convertido, quando distinguir a obrigação que sobre ele repousa de atuar em favor dos que estão sob sua influência, quando não deixarem de utilizar nenhum método adequado para resgatar os pecadores do poder do inimigo, a reprovação será removida de sobre nossas igrejas. T7 11 4 Agora, pouco tempo nos resta de preparo para a eternidade. Que o Senhor abra os olhos fechados de Seu povo, e desperte seus sentidos adormecidos, para que possa se convencer de que o evangelho é o poder de Deus para a salvação daqueles que crêem. Que vejam a importância de ser uma representação pura e justa de Deus para que o mundo possa contemplá-Lo na Sua beleza. Possam encher-se do Espírito que nEle habita, de tal maneira que o mundo não consiga desviá-los da obra de apresentar aos homens as possibilidades maravilhosas disponíveis diante de toda alma que recebe a Cristo. T7 12 1 Em cada setor da obra há necessidade de maiores esforços. O tempo está passando. Servos de Deus, "não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor." Romanos 12:11. O povo carece da verdade, e por meio de zeloso e fiel esforço deve ela ser-lhe comunicada. As pessoas devem ser procuradas, por elas se deve orar e trabalhar. Fervorosos apelos devem ser feitos. Ferventes orações devem ser apresentadas. Nossas petições insípidas e sem vida, devem ser mudadas por petições repletas de intensa dedicação. A Palavra de Deus declara: "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos." Tiago 5:16. T7 12 2 O mundo é o nosso campo de trabalho missionário, e devemos sair a trabalhar rodeado da atmosfera do Getsêmani e do Calvário. ------------------------Capítulo 2 -- O sinal de avançar T7 13 1 É uma lei eterna de Jeová que aquele que aceita a verdade que o mundo necessita deve considerar como sua atividade principal torná-la conhecida. Mas quem está de fato assumindo essa responsabilidade pelos pecadores? À medida que observo o professo povo de Deus e vejo sua má vontade para servi-Lo, meu coração é tomado de uma dor que não posso expressar. Quão poucos estão intimamente ligados com Deus, na Sua solene e conclusiva obra. Há milhares para serem advertidos, contudo, quão poucos consagram-se totalmente para o trabalho, dispostos a ser ou fazer alguma coisa para ganhar almas para Cristo. Jesus morreu para salvar o mundo. Com humildade, modéstia e altruísmo, Ele trabalhou e está trabalhando pelos pecadores. Todavia, muitos daqueles que deveriam cooperar com Ele são egoístas e indiferentes. T7 13 2 Entre o povo de Deus hoje há uma preocupante falta daquela simpatia que deveria ser manifesta em relação às pessoas a serem salvas. Falamos das missões cristãs. O som de nossa voz é ouvido; mas será que sentimos realmente o interesse do terno coração de Cristo por aqueles que estão fora do rebanho? A menos que o nosso coração bata em harmonia com o coração de Cristo, como poderemos compreender a importância e santidade do trabalho para o qual somos chamados pelas palavras: "velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas." Hebreus 13:17. T7 13 3 Deus está esperando por homens e mulheres que se despertem para suas responsabilidades. Ele está esperando que se unam com Ele. Que façam o sinal de avançar, e deixem de ser vagarosos para executar a vontade do Senhor. T7 14 1 Estamos cientes do grande número de pessoas no mundo que estão observando nossos movimentos? Das direções de onde menos esperamos, surgirão vozes persuadindo-nos na obra de dar ao mundo a última mensagem de misericórdia. Despertem, pastores e membros! Sejam rápidos em perceber e aproveitar todas as oportunidades e vantagens oferecidas ao girar a roda da providência. Deus, Cristo e os anjos celestiais estão agindo em intensa atividade para segurar a violência da ira de Satanás, para que os planos de Deus não sejam impedidos. Deus vive e reina. Ele está conduzindo o destino do Universo. Que Seus soldados avancem para a vitória. Que haja perfeita unidade em suas fileiras. Que pressionem a batalha até aos portais. Como um poderoso Conquistador, o Senhor atuará por eles. T7 14 2 Que a mensagem do evangelho soe através de nossas igrejas, convidando-as para a ação universal. Que os membros da igreja tenham uma fé crescente, adquirindo zelo de seus invisíveis aliados celestiais, do conhecimento de seus inexauríveis recursos, da grandeza do empreendimento em que se acham empenhados e do poder de seu Guia. Os que se colocam sob a direção de Deus, para ser por Ele guiados, compreenderão a sucessão dos acontecimentos que Ele ordenou. Inspirados pelo Espírito dAquele que deu a vida pela vida do mundo, não se deixarão ficar por mais tempo impotentes, apontando para as coisas que não podem fazer. Vestindo a armadura do Céu, sairão à peleja, dispostos a agir ousadamente em favor de Deus, sabendo que Sua onipotência lhes suprirá as necessidades. Uma obra crescente T7 14 3 Os servos de Deus têm de usar todos os recursos para aumentar o Seu reino. O apóstolo Paulo declara: "Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade." e que "se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos." 1 Timóteo 2:1, 3, 4. E Tiago acrescenta: "Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados." Tiago 5:20. Todo crente deve unir-se com seus irmãos para proclamar o convite: "Vinde, que já tudo está preparado." Lucas 14:17. Cabe a cada um encorajar os outros a fazer o trabalho de todo coração. Convites zelosos serão apresentados por uma igreja viva. Almas sedentas serão levadas às águas da vida. T7 15 1 Os apóstolos se desempenharam bem na responsabilidade de ampliar sua esfera de ação, proclamando o evangelho nas regiões distantes. Aprendemos de seu exemplo que não podemos ser indolentes na vinha do Senhor. Seus servos estão constantemente aumentando seu raio de influência. Constantemente fazendo mais e nunca menos. A obra do Senhor deve ser ampliada e estendida até atingir o mundo todo. T7 15 2 Depois de fazer uma viagem missionária, Paulo e Barnabé retornaram visitando as igrejas que haviam fundado, e selecionaram pessoas para trabalharem unidas com eles. Da mesma forma, os servos de Deus devem hoje trabalhar selecionando e treinando jovens promissores como colaboradores. Que Deus nos ajude na santificação para que, pelo nosso exemplo, outros possam ser santificados, habilitados a fazer um trabalho de êxito em ganhar almas para Cristo. T7 15 3 Estamos nos aproximando do fim da história da Terra. Muito em breve estaremos diante do grande trono branco. Logo o seu tempo de trabalho estará para sempre no passado. Aproveitemos as oportunidades de falar uma palavra no momento certo àqueles com quem entramos em contato. Que ninguém espere se tornar conhecido antes de oferecer os preciosos tesouros da verdade. Saiamos para o trabalho e as oportunidades se abrirão diante de nós. T7 16 1 No dia do julgamento que virá sobre os perdidos, o significado pleno do sacrifício feito no Calvário será compreendido. Contemplar-se-á o que eles perderam ao recusar ser leais. Meditarão na comunhão elevada e pura da qual era seu privilégio participar. Porém, é tarde demais. O último convite foi feito. O derradeiro pranto é ouvido: "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos." Jeremias 8:20. T7 16 2 Sobre nós repousa a pesada responsabilidade de advertir o mundo de sua condenação iminente. De todas as direções, de perto e de longe, vêm pedidos de ajuda. Deus convida Sua igreja a despertar, e revestir-se de poder. Há imortais coroas a ser ganhas; há o reino do Céu a ser alcançado; há o mundo, perecendo na ignorância, a se iluminado. T7 16 3 O mundo ficará convencido, não pelo que o púlpito ensina, mas pelo que a igreja vive. O ministério anuncia do púlpito a teoria do evangelho; a piedade prática da igreja demonstra seu poder. T7 16 4 Debilitada e defeituosa, necessitando constantemente ser admoestada e aconselhada, a igreja é, não obstante, o objeto do supremo cuidado de Cristo. Mediante Sua graça procura influenciar o coração humano, efetuando tal transformação de caráter, que os anjos ficam maravilhados, e expressam sua alegria em cânticos de louvor. Regozijam-se ao pensar que os seres humanos, pecadores e sujeitos a errar, podem ser transformados. T7 17 1 À medida que a mensagem do terceiro anjo se avoluma num alto clamor, grande poder e glória acompanharão sua proclamação. Os semblantes do povo de Deus brilharão com a luz do Céu. T7 17 2 O Senhor preparará homens e mulheres e até mesmo crianças, como fez com Samuel, fazendo-os Seus mensageiros. Aquele que não dorme e nem descuida de cada obreiro, escolheu Sua esfera de ação. Todo o Céu está observando a batalha na qual, debaixo de circunstâncias aparentemente desfavoráveis, os servos de Deus estão envolvidos. Novas conquistas estão sendo alcançadas, novas honras obtidas, à medida que os servos do Senhor se apoiam na bandeira de Seu Redentor, saindo para a boa batalha da fé. Todos os anjos do Céu estão a serviço do povo humilde e crente de Deus, e ao exército de obreiros do Senhor cantar seus cânticos de louvor, o coro no alto se une a ele em ações de graças, tributando louvores a Deus e a Seu Filho. T7 17 3 Nada é, na aparência, mais impotente e, no entanto, realmente mais invencível, que a alma que sente não ser nada e confia inteiramente nos méritos do Salvador. Deus enviaria todos os anjos do Céu em auxílio de tal pessoa, de preferência a permitir que seja vencida. T7 17 4 O grito da batalha é ouvido na linha de frente. Que cada soldado da cruz avance, não na sua suficiência, mas na mansidão e dependência da firme fé em Deus. O seu trabalho, o meu trabalho, não se esgotam nesta vida. Por um pouco de tempo, poderemos descansar na sepultura, mas, quando vier o chamado, no Reino de Deus, assumiremos nossa atividade mais uma vez. ------------------------Capítulo 3 -- Trabalho para os membros da igreja T7 18 1 Temos uma mensagem do Senhor para levar ao mundo -- mensagem que deve ser apresentada na abundante plenitude do poder do Espírito. Vejam os nossos pastores a necessidade de procurar salvar os perdidos. Apelos diretos devem ser feitos aos não convertidos. "Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?" perguntaram os fariseus aos discípulos de Cristo. E o Salvador respondeu: "Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento." Mateus 9:11, 13. Essa é a obra que Ele nos deu. E nunca houve dela maior necessidade do que em nossos dias. T7 18 2 Deus não confiou aos pastores o trabalho de estarem pondo em harmonia as igrejas. Tão depressa se acha aparentemente realizado esse serviço, tem que ser feito de novo. Membros da igreja que são atendidos e ajudados desse modo, tornam-se fracalhões religiosos. Se nove décimos do esforço que se tem empregado em favor dos que conhecem a verdade, houvessem sido empregados em prol dos que dela nunca ouviram, quanto maior teria sido o avanço realizado! Deus tem retido Suas bênçãos porque Seu povo não tem trabalhado em harmonia com as Suas diretrizes. T7 18 3 Os que já conhecem a verdade se tornarão mais fracos, se nossos pastores gastarem com eles o tempo e o talento que deveriam dedicar aos não convertidos. Em muitas de nossas igrejas nas cidades, o pastor prega sábado após sábado e os membros continuam indo à casa de Deus sem palavras que dizer sobre as bênçãos recebidas como resultado das que lhe foram comunicadas. Não trabalham durante a semana pondo em prática as instruções que lhes foram dadas no sábado. Enquanto os membros da igreja não fizerem esforços para dar aos outros o auxílio de que necessitam, o resultado será sempre uma grande debilidade espiritual. T7 19 1 O maior auxílio que se pode prestar a nosso povo é ensiná-lo a trabalhar para Deus e a nEle confiar, e não nos pastores. Aprendam a trabalhar como Cristo trabalhou. Unam-se ao Seu exército de obreiros, e façam por Ele um trabalho fiel. T7 19 2 Ocasiões há em que convém fazerem os nossos pastores, no sábado, em nossas igrejas, breves sermões, cheios de vida e do amor de Cristo. Os membros da igreja não devem, porém, esperar um sermão cada sábado. T7 19 3 Lembremo-nos de que somos peregrinos e estrangeiros na Terra, e que buscamos uma pátria melhor, a celestial. Trabalhemos com fervor e devoção tais que pecadores sejam atraídos a Cristo. Os que se uniram ao Senhor em concerto de serviço, acham-se sob obrigação de a Ele se unir também na grande e sublime obra de salvar almas. Durante a semana, façam os membros da igreja fielmente sua parte e, no sábado, relatem sua experiência. A reunião será então como alimento em tempo oportuno, comunicando a todos os presentes vida nova e renovado vigor. Ao ver o povo de Deus a grande necessidade de trabalhar como Cristo trabalhou pela conversão de pecadores, os testemunhos por eles apresentados no culto do sábado estarão cheios de poder. Com alegria contarão a preciosa experiência que alcançaram no trabalho pelos outros. T7 19 4 Nossos pastores não devem gastar seu tempo trabalhando pelos que já aceitaram a verdade. Com o amor de Cristo a arder-lhes no coração, devem pôr-se a ganhar almas para o Salvador. Junto a todas as águas devem eles lançar as sementes da verdade. Um lugar após outro deve ser visitado; uma igreja após outra ser estabelecida. Os que se põem do lado da verdade devem ser organizados em igrejas, e então, deve o pastor passar a outros campos igualmente importantes. T7 20 1 Logo que seja organizada uma igreja, ponha o pastor os membros a trabalharem. Terão eles que ser ensinados a trabalhar com êxito. Dedique o pastor mais tempo para educar do que para pregar. Ensine o povo a maneira de transmitir a outros o conhecimento que receberam. Se bem que os novos conversos devam ser ensinados a pedir conselho dos mais experientes na obra, devem ao mesmo tempo ser ensinados a não colocar o pastor em lugar de Deus. Os pastores são apenas seres humanos, homens rodeados de fraquezas. Cristo é Aquele de quem devemos esperar guia. "O Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, ... cheio de graça e de verdade." "E todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça por graça." João 1:14, 16. T7 20 2 O poder do evangelho deve sobrevir aos grupos já formados de crentes, habilitando-os para o serviço. Alguns dos novos conversos serão de tal modo cheios do poder de Deus que se porão imediatamente a trabalhar. Trabalharão com tanta diligência que não terão tempo nem vontade de enfraquecer as mãos de seus irmãos com críticas descorteses. Seu único desejo será levarem a verdade às regiões que lhes estão à frente. T7 20 3 O Senhor me apresentou a obra que deve ser feita em nossas cidades. Os crentes nessas cidades podem trabalhar por Deus na vizinhança de seus lares. Devem trabalhar calmamente e com humildade, levando consigo, aonde quer que forem, a atmosfera do Céu. Se deixarem fora de vista o próprio eu, apontando sempre para Cristo, será então sentido o poder de sua influência. T7 21 1 Quando o obreiro se entrega sem reservas ao serviço do Senhor, ganha uma experiência que o habilita para trabalhar para seu Mestre com êxito cada vez maior. A influência que o atraiu a Cristo, ajuda-o a atrair outros. Poderá nunca ser-lhe confiada a obra de orador público, mas nem por isso deixa de ser ministro de Deus; e sua obra testifica ser ele nascido de Deus. T7 21 2 Não é o desígnio do Senhor que se deixe aos pastores a maior parte da obra de semear a semente da verdade. Homens que não são chamados para o ministério, devem ser animados a trabalhar pelo Mestre segundo suas várias habilidades. Centenas de homens e mulheres, agora ociosos, poderiam fazer obra digna de aceitação. Levando a verdade à casa de seus amigos e vizinhos, poderiam fazer grande obra para o Mestre. Deus não faz acepção de pessoas. Ele usa cristãos humildes e dedicados, mesmo que não tenham recebido instrução tão completa quanto alguns outros. Empenhem-se no serviço para Deus, fazendo trabalho de casa em casa. Assentados na intimidade do lar poderão -- se forem humildes, discretos e piedosos -- fazer mais para satisfazer as reais necessidades das famílias, do que o faria um ministro ordenado. T7 21 3 Por que não sentem os crentes preocupação mais profunda, mais fervorosa pelos que estão afastados de Cristo? Por que não se reúnem dois ou três e instam com Deus pela salvação de determinada pessoa, e, em seguida, oram a respeito de outra? Formemos em nossas igrejas grupos para o serviço. Unam-se vários membros para trabalhar como pescadores de homens. Procurem arrebatar almas da corrupção do mundo para a salvadora pureza do amor de Cristo. T7 21 4 A formação de pequenos grupos como base de esforço cristão, foi-me apresentada por Aquele que não pode errar. Se há na igreja grande número de membros, convém que se organizem em pequenos grupos a fim de trabalhar, não somente pelos membros da própria igreja, mas também pelos incrédulos. Se num lugar houver apenas dois ou três que conheçam a verdade, organizem-se num grupo de obreiros. Mantenham indissolúvel seu laço de união, apegando-se uns aos outros com amor e unidade, animando-se mutuamente para avançar, adquirindo cada qual ânimo e força com o auxílio dos outros. Manifestem eles paciência e longanimidade cristãs, não proferindo palavras precipitadas, mas empregando o talento da palavra para que uns aos outros se edifiquem na mais santa fé. Trabalhem com amor cristão pelos que se acham fora do redil, esquecendo-se a si mesmos no empenho de ajudar a outros. Ao trabalharem e orarem em nome de Cristo, seu número aumentará, pois diz o Salvador: "Se dois de vós concordarem na Terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai, que está nos Céus." Mateus 18:19. Os lugares não ocupados T7 22 1 Com humilde confiança em Deus, devem as famílias estabelecer-se nos lugares ainda não ocupados de Sua vinha. Homens e mulheres consagrados são necessários para estar como árvores frutíferas de justiça nos lugares não ocupados da Terra. Como recompensa de seus abnegados esforços para semear as sementes da verdade, haverão de segar colheita farta. Ao visitarem uma família após outra, abrindo as Escrituras aos que estão em trevas espirituais, muitos corações serão tocados. T7 22 2 Nos campos em que as condições são tão desfavoráveis e desanimadoras, que muitos obreiros se recusam a ir para lá, maiores transformações no sentido do melhoramento poderiam ser efetuadas pelo esforço de abnegados membros leigos. Esses humildes obreiros produzirão muito, pois desenvolvem pacientes e perseverantes esforços, não confiando na capacidade humana, mas em Deus, que lhes concede Seu favor. A soma de bem que esses obreiros realizam jamais será conhecida neste mundo. Missionários por conta própria T7 23 1 Missionários que trabalham por conta própria são muitas vezes muito bem-sucedidos. Começando de modo pequeno e humilde, seu trabalho se amplia à medida que prossegue, sob a guia do Espírito de Deus. Comecem dois ou mais juntos, a fazer trabalho de evangelismo. Talvez não recebam dos que se acham à testa da obra nenhum incentivo especial quanto a ser-lhes concedido auxílio financeiro; não obstante, prossigam eles, orando, cantando, ensinando, vivendo a verdade. Poderão empenhar-se em colportar, e desse modo apresentar a verdade a muitas famílias. Ao prosseguirem em sua obra, adquirirão abençoada experiência. Sentem-se humildes pela intuição de seu desamparo, mas o Senhor vai à frente deles, e entre ricos e pobres encontram favor e apoio. Até a pobreza desses dedicados missionários é um meio de acesso ao povo. Ao seguirem seu caminho, são ajudados de muitas maneiras por aqueles a quem levam alimento espiritual. Levam a mensagem que Deus lhes dá, e seus esforços são coroados de êxito. Serão levados ao conhecimento da verdade muitos que, não fossem esses humildes ensinadores, jamais teriam sido ganhos para Cristo. T7 23 2 Deus chama obreiros para que entrem na seara madura. Deveremos esperar porque a tesouraria está sem recursos, porque escasseia o sustento dos obreiros que já se acham no campo? Vamos prosseguir com fé, e Deus estará com vocês. A promessa é: "Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos." Salmos 126:6. T7 24 1 Nada faz tão bem quanto o êxito. Ele é alcançado através do esforço perseverante, e assim a obra progride. Novos campos se abrem. Muitas almas são levadas ao conhecimento da verdade. Mais fé em Deus é o que é necessário. T7 24 2 Nosso povo recebeu grande luz; contudo, muito do esforço ministerial tem sido empregado nas igrejas, ensinando os que deveriam ser professores; iluminando os que deveriam ser "a luz do mundo" (Mateus 5:14); regando aqueles dos quais deveriam brotar rios de água viva; enriquecendo os que poderiam ser minas de preciosa verdade; repetindo o convite evangélico aos que, espalhados nas partes mais remotas da Terra, deveriam estar dando a mensagem do Céu aos que a não ouviram ainda; alimentando os que deveriam estar nos caminhos e valados, fazendo o convite: "Vinde, que já tudo está preparado." Lucas 14:17. T7 24 3 Jamais serão frios e desanimados aqueles por quem foram despedaçados os grilhões do pecado e, de coração contrito, buscaram ao Senhor e obtiveram resposta ao seu ansioso pedido de justiça. Eles têm o coração cheio de abnegado amor pelos pecadores. Lançam para longe de si toda ambição profana, todo egoísmo. O contato com as coisas profundas de Deus torna-os cada vez mais semelhantes ao seu Salvador. Exultam em Seus triunfos; enchem-se de Seu regozijo. Dia a dia crescem, até à estatura completa de homens e mulheres em Cristo. ------------------------Capítulo 4 -- Obreiros de nossas fileiras T7 25 1 Deus está olhando para este mundo com muito interesse. Ele sabe da capacidade de servir do ser humano. Considerando Seus obreiros, tanto homens como mulheres, através dos séculos, Ele tem preparado o caminho para eles, dizendo: "Enviar-lhes-ei os Meus mensageiros, e verão grande luz brilhando no meio das trevas. Os que estão no serviço de Cristo usarão seus talentos para glória de Seu nome. Sairão a trabalhar para Mim com grande zelo e devoção. Por meio de seus esforços, a verdade apelará a milhares de maneira irresistível, e os espiritualmente cegos receberão a visão para ver a Minha salvação. A verdade se fará tão destacada que, mesmo aquele que passar correndo, poderá ler. Diferentes maneiras aparecerão para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nessa obra serão diferentes dos métodos usados no passado, todavia, ninguém, por causa disso, poderá bloquear o caminho pelo criticismo." T7 25 2 Nem sempre aqueles a quem Deus escolhe são obreiros talentosos, de acordo com os conceitos do mundo. Às vezes são selecionadas pessoas iletradas. Para essas Ele dá um trabalho especial. Elas alcançam uma classe a que os outros não podem ter acesso. Abrindo o coração para a verdade, elas se tornam sábias por meio de Cristo. Sua vida inala e exala a fragrância da bondade. Suas palavras são cuidadosamente pensadas antes de falar. Lutam para promover o bem-estar de seus semelhantes. Levam o alívio e a felicidade aos necessitados e desanimados. Compreendem a necessidade de permanecer sempre debaixo do treinamento de Cristo, para que possam trabalhar em harmonia com a vontade de Deus. Estudam a melhor maneira de seguir o exemplo de Cristo em carregar a cruz da renúncia própria. São testemunhas de Deus, revelando Sua compaixão e amor, dedicando toda a glória Àquele a quem amam e servem. T7 26 1 Constantemente estão aprendendo do grande Mestre, e sempre alcançando os mais altos degraus da excelência, contudo, todo o tempo, estão se sentindo apreensivas com suas fraquezas e deficiências. São atraídas para cima pela sua força e admiração amorável por Cristo. Praticam Suas virtudes e tentam viver de forma semelhante a Ele. Ao testemunhar, tornam-se uma bênção ao mundo e uma honra para o Seu Redentor. Sobre elas, Cristo diz: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra." Mateus 5:5. T7 26 2 Esses obreiros precisam ser encorajados. O trabalho que fazem, não é para ser visto pelos homens, mas para glorificar a Deus. Têm a Sua aprovação. O Senhor colocará esses obreiros em conexão com os de comprovada habilidade, para preencherem os espaços deixados por eles. Ele se sentirá satisfeito quando eles são apreciados; porque eles são elos na Sua corrente de serviço. T7 26 3 Homens que são importantes aos seus próprios olhos, convencidos de suas habilidades superiores, menosprezam esses obreiros humildes e contritos; todavia, Deus não os perde de vista. Ele assinala todos aqueles que estão dispostos a ajudar os necessitados. Nas cortes celestiais, quando os remidos forem salvos, eles estarão bem perto do Filho de Deus. Brilharão com esplendor nas cortes do Senhor, honrados por Ele porque sentiram prazer em ministrar àqueles por quem Ele deu a Sua vida. T7 26 4 Deus agirá sobre homens de posição humilde para proclamar a mensagem da verdade presente. Muitos desses estarão correndo para cá e para lá, direcionados pelo Espírito de Deus a levar a luz aos que estão em trevas. A verdade será como um fogo a arder-lhes nos ossos, enchendo-os de um fervoroso desejo de iluminar aqueles que estão em trevas. Muitos, mesmo entre os iletrados, proclamarão a Palavra do Senhor. Crianças serão impelidas pelo Espírito Santo a sair e anunciar a mensagem do Céu. O Espírito será derramado sobre aqueles que se submeterem a Suas incitações. Sacudindo os antiquados regulamentos e movimentos cautelosos dos homens, unir-se-ão ao exército do Senhor. T7 27 1 No futuro, homens de vida simples serão impressionados pelo Espírito do Senhor a deixar seu emprego para se dedicar à proclamação da última mensagem de misericórdia. Tão rápido quanto possível, estarão preparados para esse trabalho, e o êxito vai coroar seus esforços. Cooperam com as agências do Céu; porque estão dispostos a gastar-se completamente no serviço do Mestre. Ninguém está autorizado a impedir esses obreiros. Serão abençoados por Deus na proclamação da grande comissão. Nenhuma palavra de reprovação deve ser dirigida contra esses que semeiam a semente do evangelho nos lugares mais difíceis. T7 27 2 As melhores coisas da vida -- simplicidade, verdade, pureza e imaculada integridade -- não podem ser compradas ou vendidas; são de graça para os ignorantes e para os educados, para os negros e para os brancos, para os humildes camponeses e para os reis em seus tronos. Obreiros humildes que não confiam na sua própria força, mas que trabalham com simplicidade, confiando sempre em Deus, irão compartilhar o regozijo do Salvador. Suas perseverantes orações atrairão pessoas à cruz. Em cooperação com os esforços abnegados deles, Jesus comoverá os corações, operando milagres na conversão de almas. Homens e mulheres se reunirão na igreja para a adoração. Casas de oração serão edificadas, e escolas estabelecidas. O coração dos obreiros encher-se-á de regozijo ao verem a salvação de Deus. T7 28 1 Quando os redimidos estiverem na presença de Deus, irão constatar quão distantes estavam de compreender o que o Céu considera como sucesso. Ao revisar seus esforços para alcançar êxito, verificarão quão simplórios foram nos seus planos, quão insignificantes seus supostos sofrimentos, quão irrazoáveis suas dúvidas. Verificarão como imprimiam freqüentemente falhas em seu trabalho quando não criam de fato na Palavra de Deus. Uma verdade ficará muito clara: a posição que uma pessoa ocupa não a prepara para entrar nas cortes celestiais. Descobrirão, também, que muita honra outorgada ao homem deveria ser dirigida somente a Deus, a quem pertence toda glória. Dos lábios do coro angelical e do exército de redimidos ressoará: "Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem Te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque só Tu és santo." Apocalipse 15:3, 4. ------------------------Capítulo 5 -- Estendendo os triunfos da cruz T7 29 1 "Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?" Romanos 8:32. T7 29 2 Quando essa Dádiva maravilhosa e preciosa foi concedida, todo o Universo celestial foi desafiado num enorme esforço para compreender o insondável amor de Deus, e para despertar nos corações humanos uma gratidão proporcional ao valor da Dádiva. Nós, para quem Cristo deu a Sua vida, ficaremos divididos entre duas opiniões? Dedicaremos a Deus somente uma pequena parte da capacidade e poder que Ele nos emprestou? Como podemos fazer isso, quando sabemos que Ele, como Comandante de todo Céu colocou de lado Suas vestes e coroa real, e, compreendendo a raça humana desesperançada, veio à Terra assumindo a natureza humana para tornar possível unir nossa humanidade com Sua divindade? Ele Se tornou pobre para que pudéssemos possuir o tesouro celestial, "para nós um peso eterno de glória mui excelente." 2 Coríntios 4:17. Para nos salvar, foi descendo de humilhação em humilhação, até que Ele, o divino-humano, Cristo sofredor, foi levantado sobre a cruz, para atrair a Si mesmo, todos os homens. O Filho de Deus não poderia ter mostrado tão grande condescendência e chegado a um nível tão baixo. T7 29 3 Esse é o mistério da piedade, o mistério que tem inspirado agentes celestiais a ministrar à humanidade caída a fim de despertar um profundo interesse pelo plano da salvação. Esse é o mistério que tem comovido todo o Céu a se unir com o homem para levar avante o grande plano de Deus para a salvação do mundo arruinado. O trabalho da igreja T7 30 1 As agências humanas são comissionadas a trabalhar para levar os triunfos da cruz a todas as partes. Como Cabeça da igreja, Cristo tem autoridade para chamar todo aquele que se diz crer nEle para seguir o Seu exemplo de desprendimento e sacrifício próprio, trabalhando pela conversão daqueles sobre quem Satanás e seu vasto exército estão atuando para destruir. O povo de Deus é chamado para marchar sem demora sob a bandeira ensangüentada de Jesus Cristo. Incessantemente devem continuar sua batalha contra o inimigo, pressionando a luta até aos seus portais. A cada um que se ajunta às fileiras mediante a conversão, deve ser designado seu posto de dever. Cada qual deve estar disposto a ser ou fazer qualquer coisa nessa batalha. Quando os membros da igreja envidarem todos esforços para levar a mensagem, vivenciarão a alegria do Senhor e alcançarão êxito. O triunfo vem após decidido esforço. O Espírito Santo, nossa eficiência T7 30 2 Cristo, em Sua capacidade mediadora, dá aos Seus servos a presença do Espírito Santo. É a eficiência do Espírito que habilita as agências humanas a serem representantes do Redentor na obra de salvar almas. Para nos unir com Cristo nessa atividade, devemos nos colocar sob a influência modeladora do Seu Espírito. Assim, através do poder outorgado, podemos cooperar com o Senhor, unidos com Ele como obreiros na salvação de almas. A todos os que se oferecem ao Senhor para o serviço, sem nada reter para si, é concedido poder para atingir imensuráveis resultados. T7 31 1 O Senhor está ligado a um compromisso eterno de suprir com poder e graça a todos que são santificados pela obediência à verdade. Cristo, a quem é dado todo poder no Céu e na Terra, coopera favoravelmente com Seus representantes -- os sinceros que dia após dia participam do pão vivo "que desceu do Céu". João 6:50. A igreja da Terra unida com a igreja do Céu pode realizar todas as coisas. Poder concedido aos apóstolos T7 31 2 No dia de Pentecostes, o Infinito revelou-Se com poder à igreja. Por intermédio do Espírito Santo, Ele desceu das alturas do Céu como um vento impetuoso na casa onde os discípulos estavam reunidos. Foi como se, por séculos, essa influência estivesse restringida, e então o Céu passasse a se regozijar em poder derramar sobre a igreja as riquezas do poder do Espírito. E, sob a influência do Espírito, as palavras de penitência e confissão se misturaram com cânticos de louvor por pecados perdoados. Palavras de agradecimento e de profecia foram ouvidas. Todo o Céu se curvou para observar e adorar a sabedoria sem igual e incompreensível amor. Perdidos em maravilhas, os apóstolos e discípulos exclamaram: "Nisto está o amor." 1 João 4:10. Eles se apossaram da dádiva distribuída. O que aconteceu? Milhares se converteram num dia. A espada do Espírito, novamente afiada com poder e banhada por raios do Céu, rompeu sobre os descrentes. T7 31 3 O coração dos apóstolos estava repleto de uma benevolência tão profunda, mas tão profunda, que os impeliu a testificar até aos confins da Terra. Deus os proibiu de gloriar-se a não ser na salvação de nosso Senhor Jesus Cristo. Encheram-se de intenso interesse em ajudar a acrescentar à igreja os que deveriam ser salvos. Convidaram os crentes a se levantar e fazer sua parte, para que todas as nações pudessem ouvir a verdade, e a Terra encher-se da glória do Senhor. O mesmo poder deve ser revelado hoje T7 32 1 Pela graça de Cristo os apóstolos foram feitos o que eram. Foi sincera devoção, humildade e fervente oração o que os levou a íntima comunhão com Ele. Assentaram-se com Ele nos lugares celestiais. Compreenderam a enormidade do débito para com Ele. Mediante perseverante e fervorosa oração obtiveram a dotação do Espírito Santo, e saíram, carregados com o fardo da salvação de almas, cheios de zelo para estender os triunfos da cruz. E com seus esforços muitas pessoas foram trazidas das trevas para a luz, e diversas igrejas foram estabelecidas. T7 32 2 Seremos menos fervorosos do que os apóstolos? Não haveremos de, fundamentados em fé viva, reclamar as promessas que os levaram a, da profundeza de seu ser, implorar ao Senhor Jesus o cumprimento de Sua palavra: "pedi e recebereis"? João 16:24. Não virá o Espírito de Deus hoje, em resposta à oração fervorosa e perseverante, suprindo de poder os homens? Não está Deus hoje dizendo aos Seus obreiros que oram, que confiam e crêem, que estão abrindo as Escrituras aos ignorantes da verdade: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos"? Mateus 28:20. Por que, então, a igreja é tão fraca e tão pouco espiritual? T7 32 3 Assim como os discípulos se encheram do poder do Espírito, e saíram para proclamar o evangelho, também hoje os servos de Deus devem fazer o mesmo. Cheios de um desejo altruísta de dar a mensagem de misericórdia àqueles que estão nas trevas do erro e descrença, devemos tomar o trabalho do Senhor. Deu-nos a parte que nos cabe realizar em cooperação com Ele, e também enternecerá o coração dos descrentes para levarem avante o Seu trabalho nas regiões mais distantes. Muitos já estão recebendo o Espírito Santo, e não demorará muito quando o caminho será bloqueado por desatenta indiferença. T7 33 1 Para que foi registrada a história da obra dos discípulos, trabalhando com zelo santo, animados e vitalizados pelo Espírito Santo, se não para que hoje o povo do Senhor obtivesse inspiração para por Ele trabalhar ardorosamente? O que o Senhor fez por Seu povo naquele tempo é igualmente ou mais necessário que faça pelos Seus na atualidade. Tudo que os apóstolos realizaram, deve hoje repetir cada membro da igreja. E nós devemos trabalhar com tanto maior fervor, e ser acompanhados do Espírito Santo em medida tanto maior, pois o aumento da impiedade exige um mais decidido apelo ao arrependimento. T7 33 2 Em quem a luz da verdade presente está brilhando deve existir compaixão por aqueles que estão nas trevas. A luz de todos crentes deve refletir raios claros e distintos. Ele está esperando que hoje seja realizado um trabalho semelhante ao que o Senhor fez através de Seus comissionados mensageiros, após o Pentecostes. Nesse tempo, quando chegar o fim de todas as coisas, não deveria o zelo da igreja ser ainda maior do que aconteceu na igreja primitiva? O zelo pela glória de Deus levou os discípulos a dar testemunho da verdade com extraordinário poder. Não deveria esse zelo incendiar nosso coração com o desejo de contar a história do amor divino, de Cristo crucificado? Não deveria o poder de Deus ser ainda mais poderosamente revelado hoje do que no tempo dos apóstolos? ------------------------Capítulo 6 -- A obra nas cidades T7 34 1 Sonhei que vários irmãos nossos estavam reunidos em concílio, estudando planos de trabalho para esta época do ano. Julgavam preferível não penetrar nas cidades grandes, mas começar pelas localidades pequenas, distantes das cidades; aí encontrariam menos oposição da parte do clero e evitariam despesas avultadas. Arrazoavam que, sendo em pequeno número, nossos pastores não poderiam ser dispensados para instruir nas cidades os que aceitassem a verdade, e que, por motivo da maior oposição que ali encontrariam, iriam precisar de mais auxílio do que em igrejas de pequenas localidades rurais. Desse modo, em grande parte, se perderia o fruto de uma série de conferências na cidade. T7 34 2 Ainda se insistiu que, em vista de serem escassos os nossos recursos e com as muitas alterações causadas pelas mudanças que poderiam acontecer numa igreja de cidade grande seria difícil formar uma igreja que fosse um auxílio para a causa. Meu esposo instava com os irmãos para que traçassem sem demora planos mais amplos e empregassem em nossas grandes cidades, esforços extensos e completos, que melhor correspondessem ao caráter de nossa mensagem. Um obreiro relatou incidentes de sua experiência nas cidades, mostrando que fora quase um fracasso, ao passo que apresentara melhor êxito nas localidades pequenas. T7 35 3 Um Ser de dignidade e autoridade -- presente em todas as nossas reuniões de comissões -- escutava com o mais profundo interesse todas as palavras. Falou deliberadamente e com perfeita segurança: "O mundo todo", disse, "é a grande vinha de Deus. As cidades e vilas constituem parte dessa vinha. Elas têm que ser atingidas. Satanás buscará interpor-se e desanimar os obreiros, para impedi-los de apresentar a mensagem de luz e advertência nos lugares mais importantes, assim como nos mais remotos. Empregará esforços desesperados para levar o povo a voltar-se da verdade para a falsidade. Anjos do Céu são enviados para cooperar com os esforços dos mensageiros de Deus na Terra. Os pastores devem ter coragem, e manter a fé e a esperança inabaláveis, como o fez Cristo, seu Líder vivo. Têm que conservar-se humildes e contritos perante Deus." T7 35 1 Deus pretende que Sua Palavra, com suas mensagens de advertência e encorajamento, atinja os que estão em trevas e desconhecem a nossa fé. Ela deve ser levada a todos, e lhes servirá de testemunha, quer lhe dêem ouvidos, quer a rejeitem. Não considere que é sua a responsabilidade de convencer e converter os ouvintes. Unicamente o poder de Deus é capaz de abrandar o coração das pessoas. Devemos expor a Palavra da vida, para que todos os que desejarem tenham a chance de receber a verdade. Se voltarem as costas à verdade de origem celestial, ela lhes será a condenação. T7 35 2 Não devemos ocultar a verdade nos recantos da Terra. Ela deve ser proclamada; deve brilhar em nossas grandes cidades. Cristo, em Seus trabalhos, Se punha à margem do lago e nas grandes estradas, onde encontrava pessoas de todas as partes do mundo. Ele emitia a luz verdadeira; semeava a semente do evangelho; resgatava a verdade de sua mistura com o erro, apresentando-a em sua original simplicidade e clareza, de modo que os homens a pudessem compreender. T7 35 3 O Mensageiro celestial que conosco estava, disse: "Jamais percam de vista o fato de que a mensagem é mundial. Deve ela ser dada a todas as cidades, a todas as vilas; deve ser proclamada nos caminhos e valados. Não limitem a proclamação da mensagem." Na parábola do semeador, Cristo apresentou uma ilustração de Sua própria obra e da de Seus servos. A semente caiu sobre toda espécie de solo. Parte dela caiu em terreno estéril, contudo, nem por isso deixou o semeador de trabalhar. A semente da verdade deve ser lançada em todos os lugares. Onde quer que haja acesso, deve ser exposta a Palavra de Deus. Semeada sobre todas as águas. Talvez não se note logo o resultado dos labores, mas não se pode desanimar. Falemos as palavras de Cristo. Trabalhemos de acordo com os Seus planos. Devemos ir por toda parte, como fez Ele em Seu ministério na Terra. T7 36 1 O Redentor do mundo tinha muitos ouvintes, mas poucos seguidores. Noé pregou ao povo cento e vinte anos antes do dilúvio, e bem poucos souberam dar valor a esse precioso tempo de graça. Exceto Noé e sua família, ninguém mais foi contado entre os crentes, nem entrou na arca. De todos os habitantes da Terra, somente oito pessoas aceitaram a mensagem; mas aquela pregação condenou o mundo. A luz foi dada para que cressem, a rejeição da luz valeu-lhes a ruína. Nossa mensagem para o mundo será um cheiro de vida para todos quantos a aceitarem, e de condenação para todos os que a rejeitarem. T7 36 2 O Mensageiro Se volveu para um dos presentes, e disse: "Suas idéias acerca do trabalho para este tempo são demasiadamente acanhadas. Sua luz não deve se limitar a um espaço pequeno, nem ser posta debaixo do alqueire ou da cama; deve ser posta no castiçal, para que produza claridade para todos quantos estão na casa de Deus -- o mundo. É preciso ter mais ampla concepção da obra." ------------------------Capítulo 7 -- A obra na grande Nova Iorque T7 37 1 Chegou o tempo para fazer decididos esforços para proclamar a verdade em nossas grandes cidades. A mensagem deve ser dada com tal poder que os ouvintes sejam convencidos. Deus suscitará obreiros para fazer esse trabalho. Eles não devem ser impedidos. Deus lhes está dando essa obra. Eles ocuparão esferas peculiares de influência e levarão a verdade aos lugares mais desprezíveis. Alguns que outrora eram inimigos, se tornarão colaboradores valiosos, propagando a obra com seus próprios recursos e influência. T7 37 2 Nas grandes cidades, as missões devem ser estabelecidas onde os obreiros podem ser treinados para apresentar ao povo a mensagem especial para este tempo. Há necessidade de toda instrução possível para essas missões. T7 37 3 Sob a direção de Deus, foi iniciada a missão na cidade de Nova Iorque. Esse trabalho deve continuar no poder do mesmo Espírito que o estabeleceu. Os que levam a responsabilidade da obra na Grande Nova Iorque devem ter o auxílio dos melhores obreiros que se possa conseguir. Seja instalado ali um centro para a obra de Deus, e tudo quanto for feito seja um símbolo da obra que o Senhor deseja ver realizada em todo o mundo. T7 37 4 Se nesses grandes centros pudessem estabelecer uma obra médico-missionária por homens e mulheres de experiência, com uma representação correta dos verdadeiros princípios médicos missionários, seria de grande poder para causar uma impressão favorável sobre o povo. T7 38 1 Em toda cidade penetrada, deve-se lançar sólido fundamento para uma obra permanente. Cumpre seguir os métodos do Senhor. Fazendo trabalho de casa em casa, dando instruções bíblicas às famílias, o obreiro pode obter acesso a muitos que estão buscando a verdade. Abrindo as Escrituras, fazendo oração, exercendo fé, deve ele ensinar ao povo o caminho do Senhor. T7 38 2 No território da Grande Nova Iorque tem o Senhor muitas almas preciosas que não dobraram os joelhos a Baal; e há os que, pela ignorância, têm andado no caminho do erro. Sobre esses deve brilhar a luz da verdade, a fim de verem Cristo como o Caminho, a Verdade e a Vida. T7 38 3 Temos de apresentar a verdade no amor de Cristo. Essa obra não deve ser feita com extravagância ou exibição. Deve ser feita à maneira de Cristo. Cumpre fazê-la com humildade, na singeleza do evangelho. Não sejam os obreiros intimidados por aparências exteriores, por desanimadoras que sejam. Ensinemos a Palavra, e, por meio de Seu Espírito, o Senhor enviará convicções aos ouvintes. T7 38 4 Depois de a verdade ter impressionado os corações, e de homens e mulheres a terem aceito, todos devem ser tratados como propriedades de Cristo, não como propriedades do homem. Nenhum ser humano deve se apossar de outros para controlá-los, dizendo-lhes o que devem fazer, proibindo-os de fazer isto ou aquilo, comandando, ditando, agindo como um oficial de pelotão do exército. Essa era a maneira de agir dos sacerdotes e líderes no tempo de Jesus; todavia, essa não é a forma correta. Os obreiros devem trabalhar irmanados numa unidade cristã, mas sem exercer uma autoridade inadequada sobre aqueles que aceitam a verdade. A mansidão de Cristo deve ser notada em tudo que falam e fazem. T7 38 5 O obreiro deve mostrar seu crescimento na graça pela submissão à vontade de Deus. Assim conseguirá uma rica experiência. Da mesma forma que pela fé ele recebe, crê e obedece as palavras de Cristo, também haverá um esforço intenso; será alimentada uma fé que opera por amor e purifica a alma. O fruto do Espírito será visto na vida, e a eficiência do Espírito será percebida no trabalho. T7 39 1 Cristo é nosso exemplo, nossa inspiração, nossa maior recompensa, "Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." 1 Coríntios 3:9. Deus é o Construtor, mas o homem tem sua parte a desempenhar. Ele deve cooperar com Deus. "Porque nós somos cooperadores de Deus." 1 Coríntios 3:9. Nunca devemos esquecer as palavras: "somos cooperadores de Deus." T7 39 2 Lembre-se que trabalhando com Cristo como seu Salvador pessoal, Ele é sua força e sua vitória. Essa é a parte que todos devem assumir. Para todos os que assim agem, vem a promessa: "Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus." João 1:12. Cristo declara: "Porque sem Mim nada podereis fazer." João 15:5. E a alma humilde e crente responde: "Posso todas as coisas nAquele que me fortalece." Filipenses 4:13. T7 39 3 Cristo é o simpatizante e compassivo Redentor. A Sua comissão foi: "Ide por todo o mundo." Marcos 16:15. Todos devem ouvir a mensagem de advertência. Um prêmio de grande valor é assegurado àqueles que estão participando da carreira cristã. Os que correm com paciência receberão uma coroa de vida que não perece. ------------------------Capítulo 8 -- Não demorar mais T7 40 1 Nossos obreiros não estão alcançando o que deveriam. Nossos líderes não se despertaram para a obra que deve ser feita. Quando penso nas cidades nas quais pouco foi feito, onde há milhares que precisam ser advertidos da breve volta do Salvador, sinto um intenso desejo de ver homens e mulheres saindo para a obra com o poder do Espírito, cheios do amor de Cristo por almas que perecem. T7 40 2 Os que vivem em nossas cidades -- próximo de nossas portas -- estão sendo estranhamente negligenciados. Esforços organizados deveriam estar à disposição para oferecer-lhes a mensagem da verdade presente. Um novo cântico deve ser colocado na sua boca. A terceira mensagem angélica deve ser compartilhada com aqueles que estão agora nas trevas. T7 40 3 Devemos estar bem alerta, à medida que os caminhos se abrem, para fazer avançar o trabalho nas grandes cidades. Estamos muito atrasados em acompanhar a luz dada para entrar nessas grandes cidades e aí erigir memoriais para Deus. Passo a passo temos de dirigir as pessoas à plena luz da verdade. E temos de continuar o trabalho até que uma igreja seja organizada e construída. Fico encorajada em pensar que muitos, fora de nossa fé, ajudarão consideravelmente com os seus recursos. A luz que me foi dada mostra que em muitos lugares, especialmente nas grandes cidades da América, os recursos virão dessas pessoas. T7 40 4 Os obreiros das cidades devem ler cuidadosamente o décimo e o décimo primeiro capítulos de Hebreus, apropriando-se de suas instruções. O décimo primeiro capítulo relata as experiências de homens fiéis. Os que trabalham para Deus nas cidades devem sair na fé, fazendo o seu melhor. À medida que vigiam, trabalham e oram, Deus ouvirá e responderá suas petições. Obterão uma experiência valiosa para o seu trabalho. "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem." Hebreus 11:1. T7 41 1 A minha mente está profundamente agitada. Há muito trabalho para ser feito em diversas cidades. Obreiros devem partir para as nossas grandes cidades e realizar reuniões campais. Nessas reuniões os melhores talentos devem ser empregados, para que a verdade possa ser proclamada com poder. Devem participar pessoas com diversos dons. Uma única pessoa não possui todos os dons indispensáveis para o trabalho. Para tornar uma reunião religiosa bem sucedida, são necessários vários obreiros. Ninguém deve monopolizar sozinho todo trabalho importante. T7 41 2 Ao proclamar a verdade nessas reuniões o poder do Espírito alcançará os corações. O amor de Cristo, recebido no coração, vai banir o amor ao erro. T7 41 3 Há necessidade dessas conferências religiosas como as que se faziam nos primeiros estágios da obra, reuniões campais separadas dos negócios administrativos da Associação. Nessas reuniões os obreiros devem se sentir livres para transmitir o conhecimento da verdade para aqueles que são de fora. T7 41 4 Arranjos devem ser feitos em nossas reuniões campais para que os pobres possam obter alimento saudável e bem preparado, ao preço mais reduzido possível. Deve haver, também, um restaurante servindo pratos saudáveis e atraentes. Isso será algo educativo para muitos que não são de nossa fé. Esse procedimento não deve ser olhado como algo diferente das reuniões religiosas. Os vários ramos da obra de Deus se articulam uns com os outros, todos colaborando em perfeita harmonia. ------------------------Capítulo 9 -- O culto doméstico T7 42 1 Se já houve tempo em que toda casa deveria ser uma casa de oração, agora é esse tempo. Prevalecem a incredulidade e o ceticismo. Predomina a iniqüidade. A corrupção penetra nas correntes vitais da alma, e irrompe na vida a rebelião contra Deus. Escravas do pecado, as faculdades morais estão sob a tirania de Satanás. A alma torna-se o joguete de suas tentações; e a menos que se estenda um braço poderoso para o salvar, o homem passa a ser dirigido pelo arqui-rebelde. T7 42 2 Contudo, neste tempo de terrível perigo, alguns que professam ser cristãos não celebram culto doméstico. Não honram a Deus no lar; não ensinam os filhos a amá-Lo e temê-Lo. Muitos se afastaram tanto dEle que se sentem sob condenação ao dEle se aproximar. Não podem chegar-se "com confiança ao trono da graça" (Hebreus 4:16), "levantando mãos santas, sem ira nem contenda". 1 Timóteo 2:8. Não desfrutam viva comunhão com Deus. Têm a forma de piedade, sem o poder. T7 42 3 A idéia de que a oração não seja essencial é uma das mais bem-sucedidas armadilhas de Satanás para destruir almas. Oração é comunhão com Deus, a Fonte da sabedoria, o manancial de poder, paz e felicidade. Jesus orava ao Pai "com grande clamor e lágrimas". Hebreus 5:7. Paulo exorta os crentes a orarem "sem cessar" (1 Tessalonicenses 5:17), fazendo em tudo conhecidos os seus pedidos a Deus, em orações e súplicas, com ações de graças. "Orai uns pelos outros", diz Tiago; "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos". Tiago 5:16. T7 42 4 Pela sincera e fervorosa oração devem os pais construir um muro em torno dos filhos. Devem suplicar, com plena fé, que Deus entre eles habite, e santos anjos os guardem, a eles e aos filhos, do poder cruel de Satanás. T7 43 1 Em cada família deve haver um tempo determinado para os cultos matutino e vespertino. Quão apropriado é reunirem os pais em redor de si aos filhos, antes de quebrar o jejum, agradecer ao Pai celestial Sua proteção durante a noite e pedir-Lhe auxílio, guia e proteção para o dia! Quão adequado, também, em chegando a noite, é reunirem-se uma vez mais em Sua presença, pais e filhos, para agradecer as bênçãos do dia findo! T7 43 2 O pai e, em sua ausência, a mãe, deve dirigir o culto, buscando um trecho das Escrituras que seja interessante e de fácil compreensão. Convém que o culto seja breve. Se for lido um capítulo extenso e feita uma oração longa, o culto torna-se cansativo e, ao terminar, tem-se sensação de alívio. Deus é desonrado quando a hora da adoração se torna insípida e enfadonha, quando é tão tediosa, tão destituída de interesse que as crianças lhe têm horror. T7 43 3 Pais e mães, tornem a hora do culto intensamente interessante. Não há razão para que essa hora não deva ser a mais agradável e jubilosa do dia. Com um pouco de preparo, será possível torná-la cheia de interesse e proveito. De tempos a tempos, deve ser introduzida alguma mudança. Podem-se formular perguntas sobre a porção lida e fazer algumas adequadas e oportunas observações. Pode-se cantar um hino de louvor. A oração feita deve ser breve e concisa. Com palavras simples e fervorosas, a pessoa que faz a oração louve a Deus por Sua bondade e peça-Lhe auxílio. Tomem parte as crianças na leitura e na oração, quando o permitirem as circunstâncias. T7 44 1 A eternidade revelará quanto bem resultou desses períodos de oração. T7 44 2 A vida de Abraão, o amigo de Deus, era uma vida de oração. Onde quer que armasse sua tenda, junto dela construía um altar, sobre o qual oferecia os sacrifícios da manhã e da tarde. Ao remover a tenda, o altar ficava. E o errante cananeu, ao chegar àquele altar, sabia quem ali estivera. Depois de armar a tenda, consertava-o e adorava o Deus vivo. T7 44 3 Assim devem os lares cristãos ser luzes no mundo. Manhã e noite devem deles ascender a Deus, orações como incenso suave. E como o orvalho matutino, Suas misericórdias e bênçãos descerão sobre os suplicantes. T7 44 4 Pais e mães: Cada manhã e noite, reúnam os filhos ao redor de si, e com humilde petição elevem a Deus o coração, suplicando-Lhe auxílio. Seus queridos acham-se expostos à tentação. Contratempos diários atravessam o caminho dos jovens e idosos. Os que quiserem viver vida paciente, amorosa e alegre, precisam orar. Só recebendo auxílio constante de Deus, poderemos alcançar a vitória sobre o próprio eu. T7 44 5 Cada manhã, consagrem-se e a seus filhos a Deus, para esse dia. Não façam cálculos para meses ou anos; eles não lhes pertencem. Um curto dia é o que lhes é dado. Como se fosse esse seu último dia na Terra, trabalhem para o Mestre durante as suas horas. Deponham perante Deus todos os planos, para serem executados ou rejeitados, conforme o indique a Sua providência. Aceitem os Seus planos, mesmo quando sua aceitação exija a renúncia de projetos acariciados. Assim a vida será moldada cada vez mais segundo o modelo divino; e "a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus". Filipenses 4:7. ------------------------Capítulo 10 -- Responsabilidades da vida conjugal T7 45 1 Caro irmão e irmã: T7 45 2 Vocês se uniram em um concerto vitalício. Está começando a sua educação na vida conjugal. O primeiro ano de vida matrimonial é ano de experiência, ano em que, como a criança aprende lições na escola, marido e mulher descobrem mutuamente os diferentes traços de caráter. Nesse primeiro ano de vida conjugal, não permitam que haja capítulos que possam manchar a felicidade futura. T7 45 3 Alcançar a devida compreensão da relação matrimonial é obra da vida inteira. Os que se casam ingressam numa escola onde nunca, nesta vida, se diplomarão. T7 45 4 Meu irmão, o tempo, a força e a felicidade de sua esposa acham-se agora ligados aos seus. Sua influência sobre ela pode ser um cheiro de vida para vida, ou de morte para morte. Seja muito cuidadoso para lhe não estragar a vida. T7 45 5 Minha irmã, você vai agora aprender as primeiras lições práticas no tocante às responsabilidades da vida conjugal. Tenha cuidado para aprender fielmente essas lições, dia a dia. Não dê lugar a descontentamento nem acabrunhamento. Não almeje vida de ócio e inatividade. Guarde-se constantemente de ceder ao egoísmo. T7 45 6 Em sua união vitalícia, as afeições devem conduzir à felicidade mútua. Cada um deve promover a felicidade do outro. Esta é a vontade de Deus a seu respeito. Mas, ao mesmo tempo que se devem unir em um só ser, nenhum de vocês deverá perder sua própria individualidade na do outro. Deus é o dono de sua individualidade. A Ele é que se deve perguntar: Que é direito? Que é errado? Como poderei eu melhor cumprir o propósito de minha criação? "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." 1 Coríntios 6:19, 20. Seu amor ao que é humano deve ser secundário em relação ao amor a Deus. A força de sua afeição deve refluir para Aquele que deu a vida por você. Vivendo para Deus, a pessoa faz convergir nEle suas melhores e mais elevadas afeições. É para Aquele que morreu por você, a maior manifestação do seu amor? Se assim for, seu amor mútuo será segundo o plano do Céu. T7 46 1 A afeição poderá ser clara como cristal e formosa em sua pureza e, contudo, ser superficial, por não ter sido provada nem refinada. Faça de Cristo em tudo o primeiro, o último e o melhor. Contemple-O constantemente, e, à medida que se for submetendo à prova, seu amor a Ele se tornará dia a dia mais profundo e mais forte. E ao ampliar seu amor a Ele, também sua experiência de amor mútuo há de crescer, aprofundar-se e fortalecer-se. "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." 1 Coríntios 3:18. T7 46 2 Você agora tem deveres a cumprir, que não tinha antes do casamento. "Revesti-vos, pois ... de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade." Colossences 3:12. "Andai em amor, como também Cristo vos amou." "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja. ... De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela." Efésios 5:2, 22-25. T7 46 3 O casamento, uma união vitalícia, é símbolo da união entre Cristo e Sua igreja. O espírito que Cristo manifesta para com a igreja, é o que marido e mulher devem dedicar-se mutuamente. T7 47 1 Nem o marido nem a mulher deve tentar dominar. O Senhor expressou o princípio que orienta este assunto. O marido deve amar a mulher como Cristo à igreja. E a mulher deve respeitar e amar o marido. Ambos devem cultivar espírito de bondade, resolvidos a nunca ofender ou prejudicar o outro. T7 47 2 Meu irmão e minha irmã, os dois têm intensa força de vontade. Podem tornar essa faculdade em grande bênção ou em grande maldição, para vocês e para os com quem entram em contato. Não procurem obrigar o outro a proceder como desejam. Não podem fazer isso e ao mesmo tempo conservar o amor mútuo. Manifestações de vontade própria destroem a paz e a felicidade do lar. Não permitam que sua vida conjugal seja de contenção. Se o permitirem isso, serão ambos infelizes. Sejam bondosos nas palavras e delicados no trato, renunciando aos próprios desejos. Vigiem bem as palavras; pois elas exercem influência poderosa para o bem ou para o mal. Não permitam qualquer aspereza da voz. Tragam para a vida conjugal a fragrância da semelhança de Cristo. T7 47 3 Antes de um homem entrar em união tão íntima como é a relação matrimonial, deve ele aprender a dominar-se e a tratar com outros. T7 47 4 Na educação da criança, há ocasiões em que a vontade firme e amadurecida da mãe encontra a vontade desarrazoada e indisciplinada da criança. Nessas ocasiões há necessidade de grande sabedoria da parte materna. Por procedimento imprudente ou imposição autoritária, pode-se causar grande mal à criança. T7 47 5 Sempre que possível, convém evitar essa crise; pois representa uma luta árdua, tanto para a mãe como para o filho. Porém uma vez que surja, a criança tem que ser levada a sujeitar a sua vontade à vontade mais sábia do pai ou da mãe. T7 48 1 Deve a mãe conservar-se sob domínio perfeito, não fazendo coisa alguma que desperte na criança espírito de desafio. Não deve ela dar ordens em voz alterada. Muito lucrará com manter a voz em tom suave e agradável. Deve tratar a criança de forma que a atraia para Jesus. Deve reconhecer que Deus é seu Auxiliador; e o amor, seu poder. Como uma cristã sábia não tenta forçar a criança a sujeitar-se. Ora fervorosamente para que o inimigo não alcance a vitória e, ao orar, está consciente de um reavivamento da vida espiritual. Vê que o mesmo poder que nela opera, também atua no filho. Ele se torna mais afável, mais dócil. A batalha está ganha. Sua paciência e bondade, suas palavras de sábia restrição, realizaram a obra desejada. Depois do temporal vem a bonança, como, após a chuva, o brilho do Sol. E os anjos, que estiveram a observar a cena, rompem em cânticos de júbilo. T7 48 2 Essas crises ocorrem também na vida de marido e mulher, que, a menos que dominados pelo Espírito de Deus, manifestarão nessas ocasiões o espírito impulsivo, irrefletido, tantas vezes manifestado pelas crianças. Como pedra contra pedra, será o conflito de uma vontade contra a outra. T7 48 3 Meu irmão, seja bondoso, paciente, longânimo. Lembre-se que sua esposa o aceitou como esposo não para que sobre ela dominas-se mas para que lhe fosse o arrimo. Não seja despótico nem autoritário. Não exerça sua grande força de vontade para obrigar sua esposa a proceder como deseja. Lembre-se de que ela tem sua vontade e que, assim como você, pode ela também desejar que essa vontade se cumpra. Lembre-se, ainda, de que você tem a vantagem da experiência mais vasta. Seja compreensivo e cortês. "A sabedoria que do alto vem é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos." Tiago 3:17. T7 49 1 É positivamente essencial que ambos alcancem uma vitória: a vitória sobre a vontade obstinada. Nessa luta só se pode vencer com o auxílio de Cristo. Pode-se lutar árdua e longamente para vencer o próprio eu, mas, a menos que receba força do alto, haverá fracasso. Pela graça de Cristo pode-se alcançar a vitória sobre o próprio eu e o egoísmo. À medida que for vivendo Sua vida, manifestando a cada passo sacrifício, revelando constante e crescente simpatia pelos que necessitam de auxílio, virá vitória sobre vitória. Dia a dia, vocês aprenderão a conquistar o próprio eu e a fortalecer os pontos fracos de caráter. Ao submeter a vontade ao Senhor Jesus, Ele será sua luz, sua força, sua coroa de glória. T7 49 2 Os homens e mulheres poderão atingir o ideal de Deus por tomarem a Cristo como seu Auxiliador. Façam uma entrega sem reservas a Deus. Saber que estão lutando pela vida eterna os fortalecerá e confortará. Cristo pode conceder-lhes o poder para vencer. Por Seu auxílio poderão destruir inteiramente a raiz do egoísmo. T7 49 3 Cristo morreu para que a vida do homem possa estar ligada à Sua, na união da divindade com a humanidade. Veio ao nosso mundo e viveu vida divino-humana, a fim de a vida de homens e mulheres ser tão harmoniosa quanto Deus pretende que seja. O Salvador nos convida para negarmos o próprio eu e tomarmos a cruz. Então, coisa alguma impedirá o desenvolvimento do ser inteiro. A experiência diária revelará ação salutar e harmoniosa. T7 49 4 Lembrem-se, caro irmão e irmã, que Deus é amor e que pela Sua graça conseguirão fazer-se mutuamente felizes, como prometeram em seu voto matrimonial. E na força do Redentor poderão trabalhar com sabedoria e eficiência para ajudar alguma vida tortuosa a ser endireitada em Deus. Que há que Cristo não possa fazer? Ele é perfeito em sabedoria, em justiça e em amor. Não se fechem em si mesmos, satisfeitos com fruir mutuamente toda sua afeição. Lancem mão de toda oportunidade a fim de contribuir para a felicidade dos que os cercam, partilhando com eles sua afeição. Palavras bondosas, olhares de simpatia e expressões de apreço serão para muita alma a lutar em solidão como um copo de água fresca para o sedento. Uma palavra de animação, um ato de bondade, irá longe para aliviar a carga que pesa sobre ombros cansados. É no ministério altruísta que se encontra a verdadeira felicidade. E cada palavra e ato dessa espécie é registrado nos livros celestiais, como havendo sido feito para Cristo. "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos", declara Ele, "a Mim o fizestes." Mateus 25:40. T7 50 1 Vivam sob a luz radiante do amor de Cristo. Então, sua influência abençoará o mundo. Que o Espírito de Cristo os domine. Que esteja em seus lábios a lei da bondade. A longanimidade e a abnegação assinalam as palavras dos que são nascidos de novo, para viver a nova vida em Cristo. T7 50 2 "Nenhum de nós vive para si." Romanos 14:7. O caráter há de manifestar-se. Os olhares, o tom da voz, os atos -- tudo tem sua influência para fazer ou pôr a perder a felicidade da vida familiar. Eles moldam o temperamento e o caráter dos filhos; inspiram confiança e amor, ou os destroem. Por essas influências todos se tornam melhores ou piores, felizes ou infelizes. Devemos à nossa família o conhecimento da Palavra transformado em vida prática. Tudo quanto nos é possível ser para purificar, iluminar, confortar e animar os que nos estão ligados por laços de família, deve ser feito. T7 50 3 "Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma." 3 João 2. ------------------------Capítulo 11 -- Em todo o mundo T7 51 1 Deus qualificou o Seu povo para iluminar o mundo. Ele os dotou de faculdades por meio das quais devem eles estender a Sua obra até que ela circunde o globo. Em todas as partes da Terra devem estabelecer hospitais, escolas, casas publicadoras e recursos afins para a consumação de Sua obra. T7 51 2 A mensagem finalizadora do evangelho deve ser levada a "toda a nação, e tribo, e língua, e povo". Apocalipse 14:6. Muitos empreendimentos devem ainda ser iniciados e levados avante em países estrangeiros, para o progresso desta mensagem. A abertura de restaurantes saudáveis, de ambulatórios, e o estabelecimento de hospitais para o cuidado dos doentes e sofredores é tão necessária na Europa como na América do Norte. Devem-se estabelecer missões médico-missionárias em muitos países para atuarem como mão auxiliadora de Deus prestando auxílio aos doentes. T7 51 3 Cristo coopera com aqueles que se empenham na obra médico-missionária. Os homens e as mulheres que fazem desinteressadamente o que podem para estabelecer hospitais e ambulatórios em muitos países serão ricamente recompensados. Aqueles que visitam essas instituições serão beneficiados física, mental e espiritualmente -- os cansados serão refrigerados, restaurada aos doentes a saúde, aliviado o fardo do pecador. Daqueles cujo coração é desviado do serviço ao pecado para a justiça, nesses países distantes, serão ouvidos agradecimentos e voz de melodia. Por seus cânticos de louvor cheios de gratidão será dado um testemunho que induzirá outros à obediência e à associação com Cristo. T7 52 1 A conversão das almas a Deus é o maior e mais nobre trabalho no qual os seres humanos podem ter uma parte. Essa obra revela: o poder de Deus, Sua santidade, Sua paciência e Seu ilimitado amor. Toda conversão verdadeira O glorifica e faz com que os anjos prorrompam em cânticos. T7 52 2 Estamos próximos do fim da história da Terra, e os diferentes aspectos da obra de Deus devem ser levados avante com muito maior sacrifício do que ocorre no presente. A obra para estes últimos dias é, em sentido especial, uma obra missionária. A apresentação da verdade presente, desde a primeira letra do seu alfabeto até a última, significa esforço missionário. A obra a ser feita clama por sacrifício a cada passo. Desse serviço abnegado os obreiros sairão purificados e refinados como o ouro provado no fogo. T7 52 3 A cena das pessoas que perecem no pecado deve estimular-nos a empregar maior esforço para comunicar a luz da presente verdade aos que estão nas trevas, principalmente àqueles que se acham em campos nos quais muito pouco foi feito até agora para construir monumentos para Deus. A obra que deveria ter sido feita há muito tempo em todas as partes do mundo, deve ser iniciada agora e levada avante até sua conclusão. T7 52 4 Em geral, nossos irmãos europeus não têm tomado o interesse que deveriam, no sentido de estabelecer casas de saúde nos países da Europa. Levantar-se-ão na obra, nestes países, as mais desconcertantes perguntas, em virtude das circunstâncias peculiares aos vários campos. De acordo, porém, com a luz que me foi dada, devem-se estabelecer instituições que, embora pequenas a princípio, tornar-se-ão, com as bênçãos de Deus, maiores e mais vigorosas. T7 53 1 Em país algum devem as nossas instituições ser aglomeradas em uma só localidade. Jamais foi desígnio de Deus que a luz da verdade seja assim restringida. Durante algum tempo, foi exigido que a nação judaica adorasse em Jerusalém. Jesus, porém, disse à mulher samaritana: "Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai." "A hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim O adorem. Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade." João 4:21, 23, 24. A verdade deve ser estabelecida em cada lugar aos quais porventura possamos ter acesso. Deve ser levada a regiões que se acham desprovidas do conhecimento de Deus. Os homens devem ser abençoados ao receberem Aquele em quem estão centralizadas as suas esperanças de vida eterna. A aceitação da verdade tal como é em Jesus irá encher-lhes o coração de louvores a Deus. T7 53 2 Consumir grandes somas de dinheiro em uns poucos lugares é contrário aos princípios cristãos. Cada edifício deve ser levantado tomando-se em consideração a necessidade de construções semelhantes em outros lugares. Deus pede aos homens em posições de confiança em Sua obra que não barrem o caminho do progresso usando egoistamente em uns poucos lugares privilegiados ou em um ou dois ramos da obra todos os meios que possam ser adquiridos. T7 53 3 No início da mensagem, muitíssimos de nosso povo possuíam o espírito da renúncia e sacrifício. Dessa forma, foi dado um bom começo e o sucesso correspondeu aos esforços empregados. A obra, porém, não está sendo desenvolvida como deveria. Tem-se concentrado demais em Battle Creek e em Oakland e em uns poucos outros lugares. Nossos irmãos jamais deveriam ter construído tanto em qualquer outro lugar como o fizeram em Battle Creek. T7 54 1 O Senhor declarou que Sua obra deve ser levada avante no mesmo espírito em que foi começada. O mundo deve ser advertido. Deve-se penetrar em campo após campo. É-nos dada a ordem: "Avançar para novos territórios, avançar para novos territórios." Como um povo, não deveríamos através de nossas atividades comerciais, nossa atitude para com o mundo não salvo, dar um testemunho mais claro ainda e mais decisivo do que o que demos vinte ou trinta anos atrás? T7 54 2 Brilhou sobre nós uma grande luz com relação aos últimos dias da história da Terra. Não permitamos que nossa falta de sabedoria e de energia dêem indício de cegueira espiritual. Cumpre aos mensageiros de Deus revestirem-se de poder. Devem eles ter pela verdade aquela elevada reverência que não possuem agora. A sagrada e solene mensagem de advertência do Senhor deve ser proclamada nos campos mais difíceis e nas cidades mais pecadoras -- em todo lugar em que a luz da terceira mensagem angélica ainda não raiou. Deve-se fazer a todos o último convite para a ceia das bodas do Cordeiro. T7 54 3 Ao proclamarem a mensagem, os servos de Deus serão solicitados a empenhar-se em luta com numerosas perplexidades e a vencer muitos obstáculos. Por vezes o trabalho prosseguirá com dificuldade, como aconteceu ao estabelecerem os pioneiros as instituições em Battle Creek, em Oakland e outros lugares. Mas realizem todos o melhor possível, fazendo do Senhor a sua força, evitando todo egoísmo e abençoando a outros por suas boas obras. Cidade de Nova Iorque T7 54 4 Ao encontrar-me em Nova Iorque, no inverno de 1901, recebi informações com respeito à obra naquela grande cidade. Noite após noite, foi-me mostrada a conduta que nossos irmãos deviam seguir. Na Grande Nova Iorque a mensagem deve ser espalhada como uma luz que alumia. Deus suscitará obreiros para essa atividade, e Seus anjos irão à sua frente. Embora nossas grandes cidades estejam atingindo rapidamente uma condição semelhante à do mundo anterior ao Dilúvio; conquanto sejam elas como Sodoma pela iniqüidade; há, todavia, nelas muitas pessoas honestas que, ao ouvirem as alarmantes verdades da mensagem do advento, sentirão a persuasão do Espírito. Nova Iorque está pronta para ser trabalhada. Nessa grande cidade a mensagem da verdade será dada com o poder de Deus. O Senhor chama obreiros. Ele chama aqueles que adquiriram experiência na causa para que empunhem e levem avante no Seu temor a obra que deve ser feita em Nova Iorque e em outras grandes cidades dos Estados Unidos. Ele pede também meios para serem usados nessa obra. T7 55 1 Foi-me mostrado que não devemos ficar satisfeitos por termos um restaurante vegetariano no Brooklin [Nova Iorque], mas que devem ser estabelecidos outros, noutros pontos da cidade. As pessoas que vivem em uma parte da Grande Nova Iorque não sabem o que se passa em outros locais dessa cidade imensa. Os homens e mulheres que comem nos restaurantes estabelecidos nos diversos lugares, vão perceber um melhoramento na saúde. Uma vez conquistada a sua confiança, estarão eles mais prontos a aceitar a mensagem da verdade especial de Deus. T7 55 2 Onde quer que a obra médico-missionária seja levada avante em nossas grandes cidades, devem ser estabelecidas escolas de culinária; e onde houver uma obra educativo-missionária vigorosa em progresso, devem ser estabelecidos restaurantes saudáveis, os quais darão uma ilustração prática da escolha apropriada e do preparo saudável dos alimentos. T7 55 3 Quando me encontrava em Los Angeles, fui informada de que não somente nos vários pontos dessa cidade, mas em San Diego e em outros pontos turísticos do sul da Califórnia, deveriam ser estabelecidos restaurantes e salas para tratamentos de saúde. Nossos esforços nesses setores devem incluir os balneários à beira-mar. Como a voz de João Batista foi ouvida no deserto: "Preparai o caminho do Senhor", assim deve a voz dos mensageiros do Senhor ser ouvida nos grandes pontos turísticos e balneários à beira-mar. Nos estados sulinos T7 56 1 Tenho a transmitir uma mensagem com relação à parte Sul. Temos uma grande obra a realizar nestes Estados. Sua condição é uma condenação a nosso cristianismo professo. Notem a falta de pastores, professores e médicos-missionários. Considerem a ignorância, a pobreza, a miséria, o sofrimento de grande parte das pessoas. E, não obstante, esse campo está às nossas portas. Quão egoístas, quão desatentos, temos sido em relação a nossos vizinhos. Temos nos desviado deles insensivelmente, pouco fazendo para aliviar-lhes os sofrimentos. Caso tivesse a comissão evangélica sido estudada e obedecida por nosso povo, o sul teria recebido sua parte proporcional de ministério. Se os que receberam a luz tivessem andado nela, teriam compreendido que sobre eles repousa a responsabilidade de cultivar essa sua parte da vinha, durante muito tempo negligenciada. T7 56 2 Deus está convidando Seu povo a entregar-Lhe parte dos meios que Ele lhes tem confiado, a fim de que possam ser estabelecidas instituições nos campos necessitados que estão maduros para a ceifa. Ele pede aos que têm dinheiro nos bancos que o ponham em circulação. Ao darmos de nossos meios para sustentar a obra de Deus, demonstramos de maneira prática que O amamos sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. T7 56 3 Que sejam fundadas escolas e clínicas agora em muitas partes dos Estados do Sul. Que sejam estabelecidos centros de influência em muitas cidades do sul, abrindo armazéns para venda de alimentos e restaurantes vegetarianos. Que haja também instalações para a fabricação de alimentos saudáveis simples e baratos. Mas não permitam que o egoísmo e a esperteza mundana sejam introduzidos na obra, pois Deus proíbe isso. Que homens abnegados tomem nas mãos esta obra no temor de Deus e com amor aos semelhantes. T7 57 1 O esclarecimento que tive é que no setor Sul, como em outros lugares, deve-se empreender a fabricação de alimentos saudáveis não como um meio de obter lucro pessoal, senão como uma atividade que Deus planejou, por meio da qual uma porta de esperança pode ser aberta para o povo. No Sul, deve ser demonstrada consideração especial para com os pobres, os quais têm sido grandemente negligenciados. Homens de habilidade e economia devem ser escolhidos para levar avante a obra da alimentação; pois, a fim de torná-la um sucesso, agirão com mais sabedoria e poupança. Deus deseja que Seu povo realize um serviço adequado no preparo de alimentação saudável, não só para suas próprias famílias, que constituem sua principal responsabilidade, mas para auxiliar os pobres em toda parte. Devem eles mostrar liberalidade semelhante a de Cristo, sabendo que são representantes de Deus e que tudo o que possuem é dom Seu. T7 57 2 Irmãos, assumam essa obra. Não deixem o menor espaço para o desânimo. Não critiquem os que estão se esforçando para fazer alguma coisa na direção certa, mas envolvam-se também no trabalho. T7 57 3 Em conexão com a atividade da alimentação saudável, podem-se estabelecer várias indústrias que serão um auxílio à causa no campo sulino. Tudo o que os homens podem fazer em favor dessa região como missionários de Deus, deve ser feito agora, pois se algum campo já necessitou da obra médico-missionária, é o Sul [dos Estados Unidos]. Durante o tempo que passou para a eternidade, muitos deviam ter estado no Sul, trabalhando juntamente com Deus na realização de obra pessoal e dando de seus meios para se manterem a si mesmos e a outros obreiros nesse campo. T7 58 1 Pequenos sanatórios devem ser estabelecidos em muitos lugares. Isso vai abrir as portas para introduzir a verdade bíblica, e removerá muitos preconceitos que existem contra aqueles que olham os negros como pessoas que precisam ser salvas tanto quanto as brancas. T7 58 2 Se tivesse sido estabelecido esse tipo de trabalho para as pessoas negras, imediatamente após a proclamação de liberdade, quão diferente seria sua condição hoje! Em todo mundo T7 58 3 O Senhor apela para que despertemos para o senso de nossas responsabilidades. Deus deu a cada homem a sua obra. Cada um pode viver uma vida de utilidade. Aprendamos tudo que pudermos, sendo então uma bênção aos outros, comunicando o conhecimento da verdade. Cada qual deve fazer de conformidade com sua respectiva habilidade, ajudando voluntariamente a carregar os fardos. T7 58 4 Há em todas as partes uma obra a ser feita em favor de todas as classes da sociedade. Devemos aproximar-nos dos pobres e depravados, aqueles que caíram por meio da intemperança. E, ao mesmo tempo, não devemos esquecer as classes mais elevadas -- os legisladores, pastores, senadores e juízes, muitos dos quais são escravos de hábitos intemperantes. Não devemos deixar de empenhar todo esforço a fim de mostrar-lhes que sua salvação é preciosa, que vale a pena o esforço para alcançar a vida eterna. Aos que se acham em posições elevadas devemos apresentar o compromisso de abstinência total, pedindo-lhes que dêem o dinheiro que eles gastariam de outra maneira nas condescendências nocivas das bebidas alcoólicas e do fumo, para o estabelecimento de instituições nas quais crianças e jovens possam ser preparados para ocupar posições de utilidade no mundo. T7 58 5 Grande luz tem estado a brilhar sobre nós, mas quão pouco dessa luz nós refletimos para o mundo Os anjos celestiais estão esperando pelos seres humanos para com eles cooperarem na execução prática dos princípios da verdade. É através de nossas casas de saúde e empreendimentos afins que grande parte dessa obra deve ser realizada. Essas instituições devem ser monumentos de Deus, pelos quais Seu poder restaurador possa estender-se a todas as classes, altas e baixas, ricas e pobres. Todo recurso nela investido por amor de Cristo trará bênçãos tanto para o doador como para a humanidade sofredora. T7 59 1 A obra médico-missionária é o braço direito do evangelho. Ela é indispensável ao avanço da causa de Deus. Quando por meio dela os homens e mulheres forem levados a ver a importância dos hábitos corretos de vida, o poder salvador da verdade se tornará conhecido. Cada cidade deve ser atingida por obreiros instruídos para realizarem a obra médico-missionária. Como braço direito da mensagem do terceiro anjo, os métodos divinos de tratamento das doenças abrirão portas para a entrada da verdade presente. A literatura sobre saúde deve circular em muitas terras. Nossos médicos na Europa e em outros países devem despertar para a necessidade de se ter obras sobre saúde, preparadas por homens do local e que possam encontrar as pessoas onde elas estão com as instruções mais necessárias. T7 59 2 O Senhor dará às nossas instituições de saúde, cuja obra está quase firmada, uma oportunidade de cooperarem com Ele no apoio a novos projetos. Cada nova instituição deve ser considerada como uma irmã auxiliar na grande obra da proclamação da mensagem do terceiro anjo. Deus deu aos nossos hospitais uma oportunidade de pôr em funcionamento a obra que deve ser como uma pedra dotada de vida, que cresce quando é rolada por uma mão invisível. Vamos fazer com que esta pedra mística seja posta em movimento. T7 59 3 O Senhor me instruiu a advertir aqueles que no futuro estabelecerem clínicas em novos lugares, a começarem sua obra com humildade, consagrando suas habilidades a Seu serviço. As construções erguidas não devem ser grandes ou dispendiosas. Devem-se estabelecer pequenas clínicas em conexão com as nossas escolas de treinamento. Devem ser reunidos nessas clínicas moços e moças que possuam habilidade e consagração -- aqueles que irão pautar sua vida pelo amor e temor de Deus; que, quando prontos para a graduação, não achem que sabem tudo o que necessitam conhecer, mas estudem com diligência e pratiquem cuidadosamente as lições dadas por Cristo. A justiça de Cristo irá à frente deles e a glória de Deus será a sua retaguarda. T7 60 1 Foi-me esclarecido que em muitas cidades é aconselhável relacionar um restaurante com salas de tratamento. Os dois podem cooperar na defesa dos princípios corretos. Em conexão com estes, é às vezes aconselhável obterem-se quartos que servirão de alojamento para os enfermos. Esses estabelecimentos estarão relacionados com sanatórios localizados no campo, e de preferência devem ser administrados em prédios alugados. Não devemos erguer nas cidades grandes construções para nelas cuidarmos dos doentes, pois Deus mostrou claramente que os enfermos podem ser mais bem cuidados fora das cidades. Em muitos lugares, será necessário iniciar a obra dos sanatórios nas cidades; tanto quanto possível, porém, deve essa obra ser transferida para o campo tão logo possam ser adquiridos locais apropriados. T7 60 2 Foi-me mostrado que em vez de despender esforços para construir algumas poucas instituições enormes, devemos estabelecer várias menores. É muito difícil encontrar pessoas capacitadas para administrar um grande hospital. Os obreiros não são todos controlados pelo Espírito de Deus como deveriam ser, e o espírito mundano campeia. T7 60 3 A disposição e alegria de beneficiar a humanidade não depende de edifícios caros. Devemos lembrar de quantos estão sofrendo necessidades de alimento e vestuário. Ao construir edifícios, não devemos ser influenciados pelo desejo da aparência. Cumpramos o nosso dever e deixemos os resultados com Deus, o único que pode proporcionar o sucesso. Vamos investir todos os recursos extras disponíveis para providenciar instalações adequadas para a restauração da saúde. Os nossos sanatórios devem ser construídos para saúde e felicidade; bem localizados, para que os pacientes recebam as bênçãos da luz solar; organizados de tal maneira que evitem gastos desnecessários. T7 61 1 Nessa obra, é melhor começar pequeno em muitos lugares e deixar que a providência de Deus indique quão rapidamente devem crescer as instalações. Pequenas construções poderão crescer até se transformar em grandes instituições. Deve haver uma distribuição de responsabilidades para que seus funcionários gradualmente adquiram melhores condições mentais e espirituais. O estabelecimento dessas instituições fará muito bem, se todos que estiverem relacionados com elas se desvencilharem da ambição egoísta e mantiverem uma visão da glória de Deus. Muitos de nosso povo podem trabalhar nos novos campos, todavia, sem buscar notoriedade. A mente dos obreiros deve ser santificada. T7 61 2 Em toda nossa obra, devemos lembrar que o mesmo Jesus que alimentou a multidão com cinco pães e dois pequenos peixes, está apto hoje a dar-nos o fruto de nosso trabalho. Aquele que disse aos pescadores da Galiléia: "Lançai as vossas redes para pescar," e eles, obedecendo, encheram as redes até romperem-se, deseja, com isso, evidenciar o que pode fazer hoje. O mesmo Deus que deu aos filhos de Israel o maná do Céu, ainda vive e reina. Ele guiará o Seu povo dando-lhe capacitação e entendimento para fazer o trabalho para o qual foi chamado. Em resposta à oração fervorosa, Ele dará sabedoria àqueles que lutam para fazer os seus deveres conscienciosa e inteligentemente. Aqueles que estão relacionados com o abençoado trabalho, vão ver a obra crescer em grande proporção, muitos aprenderão a ser fiéis servidores e o sucesso acompanhará seus esforços. ------------------------Capítulo 12 -- O conhecimento dos princípios de saúde T7 62 1 Atingimos um tempo em que todo membro da igreja deveria utilizar a obra médico-missionária. O mundo é um hospital repleto de enfermidades, tanto físicas como espirituais. Por toda parte, morrem pessoas à míngua de conhecimentos das verdades que nos foram confiadas. Os membros da igreja carecem de um despertamento, para que possam reconhecer sua responsabilidade de comunicar a outros essas verdades. Os que foram iluminados pela verdade devem ser portadores de luz para o mundo. Esconder nossa luz no tempo atual é cometer um erro terrível. A mensagem para o povo de Deus hoje é: "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti." Isaías 60:1. T7 62 2 Por toda parte, vemos os que receberam muita luz e conhecimento escolhendo deliberadamente o mal em lugar do bem. Não fazendo tentativa alguma para passarem por uma reforma, vão-se tornando cada vez piores. Mas o povo de Deus não tem de andar em trevas. Deve andar na luz, pois são reformadores. T7 62 3 Na vanguarda dos verdadeiros reformadores, a obra médico-missionária abrirá muitas portas. Ninguém precisa esperar até que seja chamado para algum campo longínquo, para então começar a ajudar outros. Onde quer que estivermos, poderemos começar imediatamente. As oportunidades encontram-se ao alcance de todos. Vamos assumir o trabalho pelo qual somos considerados responsáveis -- a obra que deve ser feita em nosso lar e vizinhança. Não esperemos que outros nos incitem à ação. No temor de Deus, avancemos sem demora, tendo presente nossa responsabilidade individual para com Aquele que deu a vida por nós. Vamos agir como se ouvíssemos Cristo nos convidar pessoalmente para fazermos o máximo em Seu serviço. Não olhemos em volta, para ver quem mais estará disposto. Se somos verdadeiramente consagrados, Deus, por nosso intermédio, trará à verdade outros, de quem Se poderá servir como condutos para comunicar luz a muitos que tateiam nas trevas. T7 63 1 Todos podem fazer alguma coisa. Num esforço por evitarem a participação, dizem alguns: "O lar, os deveres, os filhos requerem meu tempo e meus recursos." Pais, seus filhos devem ser sua mão auxiliadora, aumentando sua capacidade e habilidade para trabalhar para o Senhor. Os filhos são os membros mais novos da família do Senhor. Devem ser levados a consagrar-se a Deus, a quem pertencem pela criação e redenção. Devem ser ensinados que todas as suas faculdades do corpo, mente e espírito pertencem a Deus. Devem ser instruídos para ajudar em diferentes ramos de serviço abnegado. Não permitamos que nossos filhos sejam empecilhos. Conosco, devem os filhos partilhar os encargos, tanto espirituais como físicos. Ajudando outros, aumentarão sua própria felicidade e utilidade. T7 63 2 Mostre nosso povo que possui vivo interesse no trabalho médico-missionário. Preparem-se para a utilidade, estudando os livros que nesses ramos foram escritos para nossa instrução. Esses livros merecem muito mais atenção e apreço do que têm recebido. Muito do que é para benefício de todos compreender, foi escrito com o fim especial de instruir nos princípios da saúde. Os que estudam e praticam esses princípios serão grandemente abençoados, tanto física como espiritualmente. A compreensão da filosofia da saúde será uma salvaguarda contra muitos dos males que estão a aumentar constantemente. T7 63 3 Muitos que desejam obter conhecimento em atividades médico-missionárias têm obrigações domésticas que, por vezes, os impedem de unir-se a outros para estudar. Esses poderão em sua própria casa aprender muito a respeito da expressa vontade de Deus relativamente a esse tipo de trabalho missionário, aumentando assim sua habilidade para ajudar outros. Pais e mães, obtenham todo o auxílio possível do estudo de nossos livros e demais publicações. O periódico Good Health [Boa Saúde] está repleto de boa informação. Tomem tempo para ler para seus filhos trechos dos livros de saúde, bem como dos que tratam mais particularmente de assuntos religiosos. Ensinem-lhes a importância do cuidado do corpo -- a casa em que habitam. Formem um grupo doméstico de leitura, em que cada membro da família deponha os ansiosos cuidados do dia, e tome parte no estudo. Pais, mães, moços e moças: Dediquem-se de coração a essa tarefa, e verão se não melhorará muito a igreja do lar. T7 64 1 Especialmente os jovens, que estavam acostumados a ler romances e literatura barata, terão proveito ao tomar parte no estudo doméstico à noite. Moços e moças: Leiam a literatura que vai lhes comunicar o verdadeiro conhecimento, e ser de auxílio para a família inteira. Digam firmemente: "Não passarei preciosos momentos na leitura daquilo que de nenhum proveito me será, e tão-somente me incapacitará para ser prestativo aos outros. Dedicarei meu tempo e pensamentos, buscando habilitar-me para o serviço de Deus. Fecharei os olhos para as coisas frívolas e pecaminosas. Meus ouvidos pertencem ao Senhor, e não escutarei o sutil arrazoamento do inimigo. De maneira alguma minha voz se sujeitará a uma vontade que não esteja sob a influência do Espírito de Deus. Meu corpo é o templo do Espírito Santo, e cada faculdade de meu ser será consagrada a atividades dignas." T7 64 2 O Senhor designou os jovens para serem Sua mão auxiliadora. Se em cada igreja eles se consagrassem a Deus, praticassem abnegação no lar, aliviando a mãe consumida dos cuidados, ela acharia tempo para fazer visitas aos vizinhos e, quando se lhes oferecesse oportunidade, poderiam eles mesmos auxiliar fazendo pequenos serviços de misericórdia e amor. Livros e revistas que tratam de assuntos de saúde e temperança poderiam ser postos em muitos lares. A circulação dessa literatura é questão importante; pois desse modo podem ser transmitidos preciosos conhecimentos relacionados com o tratamento de doenças -- conhecimentos que seriam grande bênção para os que não podem pagar consultas médicas. T7 65 1 Os pais devem procurar interessar os filhos no estudo da fisiologia. Há entre os jovens bem poucos que têm bons conhecimentos acerca dos mistérios da vida. O estudo do admirável organismo humano, a relação e dependência de suas partes complicadas, é assunto em que muitos pais pouco se interessam. Embora Deus lhes diga: "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma" (3 João 2), não compreendem eles a influência do corpo sobre a mente ou da mente sobre o corpo. Ninharias desnecessárias lhes ocupam a atenção, e então alegam falta de tempo como desculpa para não adquirir os conhecimentos necessários para os habilitar devidamente a instruir os filhos. T7 65 2 Se todos adquirissem conhecimentos sobre esse assunto, e se compenetrassem da importância de pô-los em prática, veríamos um melhor estado de coisas. Pais: Ensinem seus filhos a raciocinarem da causa para o efeito. Mostrem-lhes que, se violarem as leis da saúde, terão que pagar com sofrimento essa culpa. Mostrem-lhes que a negligência no tocante à saúde física tende à negligência moral. Seus filhos requerem cuidado paciente e fiel. Não basta alimentar e vesti-los; é necessário também tomar providências para desenvolver-lhes as faculdades mentais e encher-lhes o coração de princípios retos. Mas quantas vezes se perdem de vista a beleza de caráter e a amabilidade de gênio, no ansioso desejo da aparência exterior! Ó pais, não se deixem governar pela opinião do mundo; não trabalhem para ficar nos padrões mundanos. Decidam por si mesmos qual é o grande objetivo da vida e, então, empenhem todo esforço para atingir esse objetivo. Não poderão impunemente descuidar do devido preparo de seus filhos. Os defeitos de caráter deles demonstrarão sua infidelidade. Os males que vocês deixam passar sem correção, as maneiras ásperas, rudes, o desrespeito e a desobediência, os hábitos de indolência e desatenção lhes trarão desonra para o nome e amargura à vida. O destino de seus filhos está em grande parte em suas mãos. Deixar de cumprir o dever agora, poderá colocá-los nas fileiras do inimigo e torná-los agentes seus na derrota de outros; por outro lado, se fielmente forem instruídos, se em sua própria vida virem um exemplo piedoso, poderão levá-los a Cristo, e eles, por sua vez, influenciarão outros, e assim muitos poderão ser salvos por sua atuação. T7 66 1 Pais e mães, conseguem vocês reconhecer a importância da sua responsabilidade? Percebem a necessidade de resguardar os filhos dos hábitos negligentes, desmoralizadores? Só permitam que os filhos formem amizades que tenham boa influência sobre seu caráter. Não permitam que estejam fora de casa à noite, a não ser que saibam onde estão e o que fazem. Se negligenciaram ensinar-lhes mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali, comecem imediatamente a cumprir seu dever. Assumam suas responsabilidades e trabalhem para o tempo e a eternidade. Não deixem passar nem um dia mais sem confessar aos filhos sua negligência. Digam-lhes que pretendem agora fazer a obra designada por Deus. Peçam-lhes que se juntem na obra de reforma. Façam esforços diligentes para remir o passado. Não permaneçam por mais tempo no estado da igreja de Laodicéia. Em nome do Senhor, rogo a toda família que mostre suas verdadeiras cores. Reformem a igreja que corresponde à sua própria casa. T7 67 1 Ao cumprir fielmente seu dever em casa, o pai como sacerdote da família, a mãe como sua missionária, estarão multiplicando as forças para fazer o bem fora do lar. Ao aproveitar suas faculdades, se tornarão mais capacitados para trabalhar na igreja e vizinhança. Ligando os filhos a si e a Deus, os pais, as mães e os filhos tornam-se coobreiros de Deus. T7 67 2 A vida do verdadeiro crente revela a presença de um Salvador. O seguidor de Jesus é semelhante a Ele no espírito e no temperamento. Como Cristo, ele é manso e humilde. Sua fé opera por amor e purifica a alma. Toda a sua vida é um testemunho do poder da graça de Cristo. As puras doutrinas do evangelho jamais prejudicam quem as recebe, jamais os fazem rudes, grosseiros ou descorteses. O evangelho refina e eleva, santifica o julgamento e influencia toda a vida. T7 67 3 Deus não permite que um de Seus leais obreiros seja deixado sozinho na luta contra grandes desvantagens, e seja vencido. Ele preserva como jóia preciosa todo aquele cuja vida está escondida com Cristo em Deus. A cada um desses, Ele diz: "Te farei como um anel de selar; porque te escolhi." Ageu 2:23. ------------------------Capítulo 13 -- Obreiros de nossas instituições médicas T7 68 1 Os obreiros dos nossos hospitais foram chamados para uma alta e santa vocação. Precisam eles compreender, melhor do que no passado, o caráter sagrado da sua ocupação. O trabalho que executam e o alcance da influência que exercem, deles exigem esforço fervoroso e consagração irrestrita. T7 68 2 Em nossas instituições de saúde, os enfermos e sofredores devem ser induzidos a compreender que tanto precisam de auxílio espiritual como da cura física. Devem-se-lhes proporcionar todos os elementos para o restabelecimento da saúde física; é preciso fazer-lhes ver, também, o que significa ser abençoado com a luz e a vida de Cristo, o que representa a comunhão com Ele. Devem ser levados a ver que a graça de Cristo na vida eleva o ser todo. E maneira nenhuma melhor existe de aprenderem acerca da vida de Cristo do que a verem revelada em Seus seguidores. T7 68 3 O obreiro fiel mantém os olhos fixos em Cristo. Lembrando que sua esperança de vida eterna depende da cruz de Cristo, está decidido a não desonrar jamais a quem por ele deu a vida. Interessa-se profundamente pelos sofrimentos da humanidade. Ora e trabalha, cuidando das almas como quem delas deverá dar conta, sabendo que são dignas da salvação as pessoas que Deus põe em contato com a verdade e a justiça. T7 68 4 Nossos obreiros das instituições médicas estão empenhados numa luta santa. Devem apresentar aos enfermos e sofredores a verdade tal qual é em Jesus; devem apresentá-la em toda a sua solenidade, não obstante com simplicidade e ternura tais que as pessoas sejam atraídas para o Salvador. Sempre, por preceito e exemplo, exaltarão a Cristo como a esperança de vida eterna. Nenhuma palavra áspera deve ser proferida, nem praticado ato algum egoísta. Os obreiros devem tratar a todos com bondade. Suas palavras devem ser corteses e amáveis. Os que mostram verdadeira modéstia e cortesia cristã ganharão almas para Cristo. T7 69 1 Devemos esforçar-nos para restabelecer a saúde física e espiritual dos que recorrem às nossas instituições. Preparemo-nos, pois, para subtraí-los durante certo tempo desse ambiente que os afastou de Deus, e pô-los em atmosfera mais pura. Fora de casa, rodeados das belas coisas que Deus fez, respirando ar puro e saudável, é mais fácil falar ao doente acerca da nova vida que há em Cristo. Ali, a Palavra de Deus pode ser ensinada. Ali, os raios da justiça de Cristo podem atingir os corações entenebrecidos pelo pecado. Com paciência e simpatia, levem os doentes a compreenderem que necessitam do Salvador. Contem-lhes que Ele é que dá descanso ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem mais vigor. T7 69 2 Precisamos compreender melhor o sentido destas palavras: "Desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento." Cantares 2:3. Elas não nos fazem evocar a lembrança de uma pressa febril, mas de um repouso sossegado. Muitos cristãos há que andam ansiosos e abatidos, muitos andam tão cheios de atividades que não podem achar tempo algum para repousar nas promessas de Deus, que procedem como se não pudessem desfrutar paz e tranqüilidade. A todos esses, Cristo dirige o convite: "Vinde a Mim, ... e Eu vos aliviarei." Mateus 11:28. T7 69 3 Desviemo-nos das estradas quentes e poeirentas da vida, para repousar à sombra do amor de Cristo. Ali, nos fortaleceremos para a luta. Ali, aprenderemos a diminuir nossas lutas e preocupações e a falar e cantar para o louvor de Deus. Os cansados e oprimidos aprendam de Cristo uma lição de confiante calma. Se querem desfrutar paz e descanso, devem eles sentar-se à Sua sombra. T7 70 1 Os que trabalham em nossas instituições de saúde devem possuir rica experiência cristã, porque a verdade lhes está implantada no coração e, como coisa santa, é nutrida pela graça de Deus. Arraigados e firmados na verdade, devem ter fé que opera por amor e purifica a alma. Constantemente pedindo bênçãos, devem manter as janelas da alma fechadas, na direção da Terra, para a atmosfera corrompida do mundo, e abertas na direção do Céu, para receberem os brilhantes raios do Sol da Justiça. T7 70 2 Quem está se preparando para assumir com conhecimento de causa o trabalho médico-missionário? Por meio desse trabalho, os que acorrem às nossas instituições para ali se tratarem, devem ser guiados a Cristo e ensinados a unir à Sua força a fraqueza própria. Cada obreiro deve ser conscienciosamente eficiente. Então, em sentido elevado e amplo, pode ele apresentar a verdade tal qual é em Jesus. T7 70 3 Os obreiros de nossas instituições de saúde estão continuamente expostos à tentação. São postos em contato com os incrédulos, e os que não estão firmados na fé serão prejudicados por essa aproximação. Mas os que estão firmados em Cristo enfrentarão os incrédulos como Ele os enfrentou, inflexíveis em sua obediência, sempre dispostos para dizer uma palavra oportuna e semear as sementes da verdade. Perseverarão em oração, mantendo firmemente a sua integridade e dando provas diárias da coerência da sua religião. A influência de tais obreiros é uma bênção para muitos. Por meio de uma vida bem equilibrada levarão almas à cruz. O verdadeiro cristão dá testemunho constante de Cristo. Está sempre animado, sempre disposto a dirigir palavras de esperança e conforto aos que sofrem. T7 71 1 "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Provérbios 1:7. Uma única frase da Escritura é de muito mais valor que dez mil idéias e argumentos humanos. Os que se recusam a seguir os caminhos de Deus receberão por fim a sentença: "Apartai-vos de Mim." Mateus 25:41. Mas ao nos submetermos à vontade de Deus, o Senhor Jesus nos dirige a mente e põe nos lábios palavras de certeza. Podemos ser fortes no Senhor e na força do Seu poder. Recebendo a Cristo, somos revestidos do Seu poder. Cristo habitando em nós faz com que Seu poder seja nossa propriedade. A verdade se torna nossa especialidade. Nenhuma injustiça é vista na vida. Somos capazes de falar palavras oportunas aos que não conhecem a verdade. A presença de Cristo no coração é um poder vitalizante que fortalece o ser todo. T7 71 2 Foi-me mandado dizer aos obreiros de nossas instituições de saúde que a incredulidade e a presunção são os perigos contra que deverão estar em guarda constante. Devem combater o mal com zelo e ardor tais que os enfermos sintam a influência enobrecedora dos seus esforços abnegados. T7 71 3 Nenhuma sombra de egoísmo deve manchar nosso serviço. "Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mateus 6:24. Exaltemos o Homem do Calvário. Exaltemo-lO através de uma fé viva em Deus, a fim de que as nossas orações sejam ouvidas. Reconhecemos a proximidade a que Jesus chega de nós? Ele nos fala pessoalmente. Ele Se revelará a cada um que se disponha a revestir-se da Sua justiça. Declara Ele: "Eu ... te tomo pela tua mão direita." Isaías 41:13. Coloquemo-nos em lugar onde Ele nos possa tomar pela mão, onde Lhe possamos ouvir a voz, dizendo com segurança e autoridade: "Eu sou o que vivo e estive morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre." Apocalipse 1:18. ------------------------Capítulo 14 -- Uma mensagem aos nossos médicos T7 72 1 O médico cristão deve ser para o enfermo um mensageiro de misericórdia, levando-lhe o remédio para a alma enferma pelo pecado, bem como para o corpo doente. Ao usar ele os remédios simples que Deus proveu para alívio do sofrimento físico, deve falar do poder de Cristo para sanar os males da alma. T7 72 2 Quão necessário é que o médico viva em íntima comunhão com o Salvador! Os enfermos e sofredores com quem ele lida necessitam do auxílio que unicamente Cristo pode dar. Carecem eles de orações dirigidas pelo Seu Espírito. Esses aflitos se entregam à sabedoria e misericórdia do médico, cuja perícia e fidelidade podem ser sua única esperança. Seja, pois, o médico um fiel mordomo da graça de Deus, um guardião da alma, bem como do corpo. T7 72 3 O médico que recebeu sabedoria do alto, que sabe ser Cristo o seu Salvador pessoal, pois ele próprio foi levado ao Refúgio, sabe como lidar com as almas trementes, culpadas e enfermas pelo pecado, que se voltam para ele em busca de auxílio. Pode responder com segurança à pergunta: "Que devo eu fazer para ser salvo?" E pode contar a história do amor do Redentor. Pode ele falar da experiência do poder do arrependimento e da fé. Ao estar ao lado do sofredor, esforçando-se para falar palavras que trarão auxílio e conforto, o Senhor trabalha com ele e por seu intermédio. Quando a mente do enfermo se volta para o Poderoso Doador da saúde, a paz de Cristo inunda-lhe o coração, e a saúde espiritual que lhe advém é usada como a mão auxiliadora de Deus na restauração da saúde do corpo. T7 73 1 Preciosas são as oportunidades que tem o médico de despertar no coração daqueles com quem entra em contato um senso de sua grande necessidade de Cristo. Deve ele tirar da casa do tesouro do coração coisas novas e velhas, falando as palavras de conforto e instrução ansiosamente desejadas. Deve semear constantemente as sementes da verdade, sem apresentar assuntos doutrinários, mas falar do amor do Salvador que perdoa o pecado. Não deve apenas dar instruções da Palavra de Deus, regra sobre regra, mandamento sobre mandamento; importa que regue com lágrimas essas instruções e as torne vigorosas pela oração, para que as pessoas possam ser salvas. T7 73 2 Em sua zelosa e febril ansiedade para afastar do corpo o perigo, estão os médicos em risco de esquecimento do perigo da alma. Médicos, mantenham-se em guarda, pois no trono do juízo de Cristo deverão encontrar aqueles ao lado de cujo leito de morte estão agora. T7 73 3 A solenidade da obra do médico, seu constante contato com os doentes e os moribundos, exige que, na medida do possível, seja ele retirado dos deveres seculares que outros podem desempenhar. Carga alguma desnecessária deve ser sobre ele colocada, a fim de que possa dispor de tempo para inteirar-se das necessidades espirituais de seus pacientes. Sua mente deve estar sempre sob a influência do Espírito Santo, a fim de que possa estar apto a falar a tempo as palavras que infundirão fé e esperança. T7 73 4 Palavra alguma a respeito de credo ou controvérsia deve ser proferida ao lado do leito do moribundo. Deve-se dirigir o sofredor para Aquele que está desejoso de salvar a todos os que a Ele vêm com fé. Tem de ser feito um esforço zeloso e terno para auxiliar a pessoa que está entre a vida e a morte. T7 73 5 Jamais deve o médico levar seus pacientes a fixarem a atenção nele. Deve ele ensinar-lhes a agarrar com a mão da fé a estendida mão do Salvador. Então a mente será iluminada com a radiante luz do Sol da Justiça. O que os médicos procuram fazer, Cristo o fez em realidade e em verdade. Eles tentam salvar a vida; Ele é a própria vida. T7 74 1 O empenho do médico no sentido de levar a mente de seus pacientes à ação salutar deve estar livre de todo encantamento humano. Não deve deixar-se atrair pelo que é humano, mas projetar para o alto, para o espiritual, apoderar-se das coisas da eternidade. T7 74 2 Não deve o médico tornar-se objeto de crítica maldosa. Isso traz sobre ele um fardo desnecessário. Grandes são as suas preocupações, e ele necessita de simpatia dos que lhes estão ligados na obra. Deve ele ser sustentado pela oração. A consciência de que é apreciado lhe dará esperança e coragem. T7 74 3 O médico cristão inteligente tem uma intuição constantemente aumentada da relação que existe entre o pecado e a doença. Esforça-se para ver sempre mais claramente a relação entre a causa e o efeito. Percebe que, aos que estão cursando enfermagem, se deve dar instrução completa no que tange aos princípios da reforma de saúde; que eles devem ser ensinados a se tornarem estritamente temperantes em todas as coisas, pois o descuido com referência às leis da saúde é imperdoável nos que são separados para ensinar aos outros como viver. T7 74 4 Quando o médico nota que um paciente está sofrendo de um distúrbio causado por alimentação ou bebida impróprias, e mesmo assim negligencia falar-lhe disso, e mostrar-lhe a necessidade da reforma, está fazendo mal a um semelhante. Alcoólicos, maníacos, os que se dão à licenciosidade -- tudo apela clara e distintamente para que o médico declare que o sofrimento é resultado do pecado. Recebemos grande luz sobre a reforma de saúde. Por que, então, não somos mais decididos em zelo e esforço para contra-atacar as causas que produzem as doenças? Vendo o contínuo conflito com a dor, trabalhando constantemente para aliviar o sofrimento, como podem os nossos médicos obter a sua paz? Podem eles deixar de levantar a voz em advertência? São benévolos e misericordiosos, quando não ensinam a estrita temperança como remédio para a doença? T7 75 1 Médicos, considerem o conselho do apóstolo Paulo aos romanos: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:1, 2. T7 75 2 O trabalho espiritual de nossas instituições de saúde não deve estar sob o controle dos médicos. Esse trabalho requer reflexão, tato e vasto conhecimento da Bíblia. Os pastores que possuem essas qualidades devem estar ligados aos nossos hospitais. Devem eles elevar as normas da temperança do ponto de vista cristão, mostrando que o corpo é o templo do Espírito Santo, e fazerem ver às pessoas a responsabilidade que sobre elas repousa, como possessão adquirida de Deus, de tornarem a mente e o corpo um templo santo e digno da habitação do Espírito Santo. T7 75 3 Quando a temperança for apresentada como parte do evangelho, muitos notarão sua necessidade de reforma. Perceberão o mal das bebidas intoxicantes, e que a completa abstinência é a única plataforma sobre a qual o povo de Deus pode conscienciosamente permanecer. Quando for dada essa instrução, o povo se interessará em outros pontos do estudo da Bíblia. ------------------------Capítulo 15 -- O valor da vida ao ar livre T7 76 1 As grandes instituições médicas de nossas cidades, não fazem senão uma parcela mínima do bem que poderiam fazer se estivessem situadas onde os pacientes pudessem ter as vantagens da vida ao ar livre. Fui instruída no sentido de que as clínicas devem ser estabelecidas em muitos lugares rurais, e de que a obra dessas instituições fará progredir grandemente a causa da saúde e da justiça. T7 76 2 As coisas da natureza são bênçãos de Deus, providas para comunicar saúde ao corpo, à mente e ao espírito. São elas dadas aos sãos, para conservá-los com boa saúde, e aos doentes para torná-los sãos. Associadas ao tratamento por água, são elas mais eficazes no restabelecimento da saúde do que toda a medicação de droga do mundo. T7 76 3 No campo encontram os doentes muitas coisas para desviar-lhes a atenção de si mesmo e de seus sofrimentos. Por toda parte podem eles considerar e apreciar as belas coisas da natureza -- as flores, os campos, as árvores frutíferas carregadas de seus ricos tesouros, as árvores da floresta a projetarem sua agradável sombra, e as colinas e vales com sua variada vegetação e suas muitas formas de vida. T7 76 4 E não somente são eles atraídos por esse ambiente, mas aprendem ao mesmo tempo lições espirituais muito preciosas. Rodeada pelas maravilhosas obras de Deus, sua mente é levada das coisas que são vistas para as que se não vêem. A beleza natural leva-os a pensar nos encantos sem igual da Nova Terra, na qual nada haverá a estragar-lhe a beleza, nada a macular ou destruir, coisa alguma a causar doença ou morte. T7 76 5 A natureza é o médico divino. O ar puro, a alegre luz solar, as belas flores e árvores, os belos pomares e vinhas e o exercício ao ar livre, em meio desse ambiente, são transmissores de saúde -- o elixir da vida. A vida ao ar livre é o único remédio de que muitos doentes necessitam. Sua influência é poderosa na cura das doenças causadas pela vida social, vida que debilita e destrói as energias físicas, mentais e espirituais. T7 77 1 Quão agradáveis aos enfermos deprimidos, acostumados à vida da cidade, ao clarão de muitas luzes e ao ruído das ruas, são a quietude e a liberdade do campo. Com que ansiedade se volvem para as cenas da natureza! Quão satisfeitos se sentirão eles pelas vantagens de uma casa de saúde no campo, onde podem sentar-se sob céu aberto, deleitar-se com a luz solar e respirar a fragrância das árvores e flores! Há propriedades que comunicam vida no bálsamo do pinheiro, na fragrância do cedro e do abeto. E há outras árvores que são promotoras de saúde. Não permitam que essas árvores sejam impiedosamente derrubadas. Tratem-nas com carinho onde elas existirem em abundância, e plantem mais onde há poucas. T7 77 2 Para o doente crônico, nada contribui tanto para restaurar a saúde e a felicidade como viver em meio ao atrativo ambiente do campo. Pode-se deixar sentar ou deitar aí o mais fraco enfermo, à luz do Sol ou à sombra das árvores. É-lhes necessário apenas erguer os olhos e ver ao alto a bela folhagem. Maravilham-se eles de que jamais tenham observado quão graciosamente a curvatura dos galhos, que formam um manto vivo por sobre si, dá-lhes exatamente a sombra de que necessitam. Uma doce sensação de repouso e refrigério lhes sobrevém ao prestarem eles atenção à murmurante brisa. Os espíritos abatidos revivem. A energia é renovada. Sem perceber, a mente torna-se calma; o acelerado pulso, mais lento e regular. Quando os doentes ficam mais fortes, aventuram-se eles a darem alguns passos para colher algumas das mais belas flores -- preciosos mensageiros do amor de Deus à Sua família aflita aqui embaixo. T7 78 1 Animem os pacientes a estarem mais ao ar livre. Façam planos para conservá-los fora de casa, onde, através da natureza, possam comungar com Deus. Localizem as clínicas em extensas áreas de terra, onde os doentes possam ter, no cultivo do solo, oportunidade para exercício salutar ao ar livre. Esse exercício, de parceria com o tratamento médico, operará milagres na restauração e revigoramento do corpo enfermo, e em refrigerar a exausta e fatigada mente. Em meio de condições tão favoráveis, os pacientes não exigirão tanto cuidado, quanto se confinados em um hospital na cidade. Nem estarão eles no campo tão inclinados a descontentamento e queixa. Estarão prontos a aprender as lições relacionadas com o amor de Deus -- prontos a entender que Aquele que cuida tão maravilhosamente dos pássaros e das flores, cuidará das criaturas formadas à Sua própria imagem. Assim é dada aos médicos e auxiliares oportunidade de alcançar-lhes a alma, enaltecendo o Deus da natureza diante daqueles que estão buscando restauração para a saúde. T7 78 2 Durante a noite foi-me dada uma visão de uma casa de saúde do campo. A instituição não era grande, mas era completa. Estava rodeada por belas árvores e arbustos, além dos quais havia pomares e bosques. Ligado com o local havia jardins nos quais as senhoras enfermas, quando achassem conveniente, podiam cultivar toda sorte de flores, selecionando cada paciente um canteiro para dele cuidar. O exercício ao ar livre era, nesses jardins, prescrito como uma parte do tratamento regular. T7 78 3 Cena após cena passava perante mim. Em uma delas vários pacientes sofredores haviam vindo justamente para um de nossos hospitais na área rural. Noutra cena vi o mesmo grupo, mas, oh! quão transformada era a sua aparência A doença desaparecera, a pele estava limpa e o semblante alegre; corpo e mente pareciam animados com nova vida. T7 79 1 Fui também instruída no sentido de que, quando aqueles que estão doentes são restaurados à saúde em nossas clínicas na área rural, e voltam a seus lares, tornam-se eles lições objetivas vivas, e muitos outros serão impressionados favoravelmente pela transformação neles ocorrida. Muitos doentes e sofredores virão das cidades para o campo, recusando conformarem-se com os hábitos, costumes e maneiras da vida da cidade; procurarão eles reaver a saúde em alguma das nossas casas de saúde do campo. Dessa forma, embora estejamos distantes das cidades trinta ou quarenta quilômetros, seremos capazes de alcançar o povo, e aqueles que desejam saúde terão oportunidade de reavê-la sob as condições mais favoráveis. T7 79 2 Deus operará maravilhas por nós se, com fé, cooperarmos com Ele. Procuremos, então, adotar um procedimento sensível, para que nossos esforços possam ser abençoados pelo Céu e coroados de êxito. T7 79 3 Por que nossos rapazes e moças que procuram obter conhecimento de como tratar melhor os doentes não buscam tirar mais vantagens dos recursos maravilhosos da natureza? Por que não lhes ensinar mais diligentemente sobre o valor e o uso desses recursos? T7 79 4 Ao localizar as instituições de saúde, nossos médicos cometeram um erro. Não usaram as provisões da natureza como deveriam. Deus deseja que as localidades escolhidas para os sanatórios sejam agradáveis, para que os pacientes fiquem rodeados de tudo aquilo que possa deleitar os sentidos. Que Deus nos ajude a fazer o nosso melhor a fim de utilizar o poder vital da luz solar e do ar puro. Quando, como um povo, seguirmos bem de perto os planos de Senhor em relação a nossos sanatórios, os recursos da natureza serão apreciados. ------------------------Capítulo 16 -- Fora das cidades T7 80 1 Os que têm algo que ver com a localização de nossos sanatórios devem estudar com oração o caráter e objetivo da nossa obra pró-saúde. Devem sempre se lembrar que trabalham para restaurar no homem a imagem de Deus. Devem, por um lado, ministrar os remédios que aliviam o sofrimento físico, e, por outro, o evangelho, para o alívio dos sofrimentos da alma, resultantes do pecado. Assim, têm de trabalhar como verdadeiros médicos-missionários. Em muitos corações, eles terão de semear as sementes da verdade. T7 80 2 Nenhum egoísmo, nem ambição pessoal devem ser permitidos na escolha da localização para os nossos sanatórios. Cristo veio a este mundo a fim de ensinar-nos a viver e a trabalhar. Aprendamos, pois, dEle, a não escolher para os nossos sanatórios os lugares que mais nos satisfaçam o gosto, mas os que mais convenham ao nosso trabalho. T7 80 3 Foi-me mostrado que em nossa obra médico-missionária perdemos muitas vantagens por deixarmos de reconhecer a necessidade de uma mudança de planos no que toca à localização dos sanatórios. A vontade de Deus é que essas instituições sejam localizadas fora da cidade. Devem ser localizadas no campo, em local o mais atraente possível. Na natureza -- o jardim do Senhor -- o enfermo sempre achará alguma coisa para desviar de si próprio a atenção, e elevar a Deus os pensamentos. T7 80 4 Fui instruída que os enfermos devem ser tratados fora da agitação das cidades, longe do ruído dos bondes e do contínuo barulho de carros e carroças. As pessoas que do interior acorrem aos nossos sanatórios, apreciarão um lugar sossegado; e, num lugar calmo, os pacientes serão melhor influenciados pelo Espírito de Deus. T7 81 1 O jardim do Éden, lar de nossos primeiros pais, era extremamente belo. Graciosos arbustos e flores delicadas deleitavam os olhos a cada passo. Havia ali árvores de toda espécie, muitas delas carregadas de frutos fragrantes e deliciosos. Em seus galhos, trinavam os pássaros seus hinos de louvor. Adão e Eva, em sua pureza imaculada, deleitavam-se no que viam e ouviam no Éden. E hoje, embora o pecado haja lançado sua sombra sobre a Terra, Deus quer que Seus filhos se deleitem nas obras de Suas mãos. Localizar os nossos sanatórios em meio das cenas da natureza equivale a seguir o plano de Deus; e quanto mais minuciosamente ele for seguido, tanto mais maravilhosamente procederá Deus na restauração da humanidade sofredora. Para as nossas instituições educativas e médicas devem ser escolhidos lugares onde, fora das nuvens escuras de pecado que cobrem as grandes cidades, possa nascer o Sol da Justiça, "trazendo curas nas Suas asas". Malaquias 4:2 (VB). T7 81 2 Dêem os dirigentes de nossa obra instruções para que os nossos sanatórios sejam localizados na mais agradável das imediações, distante da agitação da cidade -- lugares em que, por meio de instrução sábia, o pensamento dos pacientes seja posto em contato com os pensamentos de Deus. Eu tenho repetidamente descrito esses lugares; mas parece que os ouvidos não têm me compreendido. Ainda recentemente, a vantagem de localizar fora das cidades as nossas instituições, especialmente os nossos sanatórios e escolas, foi-me apresentada de maneira muitíssimo clara e convincente. T7 81 3 Por que nossos médicos insistem tanto em localizarem-se nas cidades? A própria atmosfera das cidades está poluída. Nelas, os enfermos que têm maus hábitos a vencer não podem ficar preservados de maneira adequada. Para os alcoólicos, os bares das cidades constituem uma tentação contínua. Localizar os nossos sanatórios onde estejam circundados de ambiente ímpio, equivale a neutralizar os esforços feitos para restabelecer a saúde dos pacientes. T7 82 1 No futuro, o estado de coisas nas cidades piorará mais e mais, e a influência do ambiente urbano será considerada desfavorável para o cumprimento da obra que nossos sanatórios devem realizar. T7 82 2 Do ponto de vista da saúde, o fumo e o pó das cidades são extremamente prejudiciais. E os pacientes que ficam grande parte do tempo confinados dentro de quatro paredes, sentem-se como prisioneiros dentro do quarto. Ao olharem por uma janela, nada mais vêem além de casas, casas, casas. Os que assim ficam retidos em quartos, inclinam-se a meditar em seus sofrimentos e infortúnios. Algumas vezes um inválido é envenenado por sua própria respiração. T7 82 3 Muitos outros males resultam da localização de grandes instituições médicas nas grandes cidades. T7 82 4 Por que se haverá de privar os pacientes da bênção restauradora achada na vida ao ar livre? Eu fui instruída de que, ao serem os doentes animados a abandonar o quarto e passar algum tempo ao ar livre, cultivando flores ou fazendo outro trabalho leve e agradável, seu espírito será desviado de si próprios para alguma coisa que lhes favoreça a cura. O exercício ao ar livre deveria ser prescrito como uma necessidade benéfica e vivificante. Quanto mais tempo possam os pacientes ser mantidos ao ar livre, de tanto menos cuidado necessitarão. Quanto mais alegre for o ambiente que os circunda, tanto mais esperança terão. Que sejam eles rodeados das belas coisas da natureza; colocados onde possam ver as flores crescerem e ouvir os pássaros cantarem, e seu coração cantará em uníssono com o trinado deles. Mas se forem encerrados em quartos, embora sejam elegantemente mobiliados, eles ficarão tristes e irritados. Caso tenham a bênção da vida ao ar livre; isso lhes elevará o espírito. Serão aliviados física e espiritualmente. T7 83 1 "Fora das cidades" é a minha mensagem. Nossos médicos há muito deveriam estar bem despertos em relação a esse ponto. Espero e creio que compreenderão agora a importância de saírem para o campo, e oro a Deus para que assim seja. T7 83 2 Aproxima-se o tempo em que as cidades serão alvo dos juízos divinos. Dentro em pouco as cidades serão terrivelmente sacudidas. Não importa quais sejam as dimensões e a solidez dos edifícios, nem quais as precauções tomadas contra incêndios; quando Deus tocar esses edifícios, dentro de poucos minutos ou algumas horas ficarão reduzidos a escombros. T7 83 3 As cidades ímpias do nosso mundo serão varridas pela vassoura da destruição. Nas calamidades que agora atingem edifícios imensos e grandes áreas das cidades, Deus nos está mostrando o que irá acontecer em toda a Terra. Ele nos diz: "Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele [Cristo em Sua vinda] está próximo às portas." Mateus 24:32, 33. T7 83 4 Os edifícios de tijolo e pedra não são os mais aconselháveis para um sanatório, pois estes são em geral frios e úmidos. Poderá ser alegado que uma construção de alvenaria apresenta uma aparência muito mais atrativa, e que o edifício deve ser vistoso. Nós, porém, carecemos de edifícios espaçosos; e se os tijolos são muito dispendiosos, devemos construir de madeira. A economia deve ser nosso objeto de estudo. Essa é uma necessidade, em virtude da grandiosidade da obra que devemos realizar nos vários aspectos da vinha espiritual de Deus. T7 84 1 Tem-se insinuado que os pacientes não se sentiriam a salvo do fogo em uma construção de madeira. Se, porém, estivermos no campo, e não nas cidades onde as construções estão aglomeradas, um fogo se originaria de dentro, não de fora; por isso o tijolo não será uma salvaguarda. Deve-se fazer ver aos pacientes que, para fins de saúde, a construção de madeira é preferível à de tijolos. T7 84 2 Durante anos me foi ministrada revelação especial acerca do nosso dever de não centralizar a nossa obra nas cidades. A agitação e confusão que enchem essas cidades, as condições nelas criadas pelos sindicatos trabalhistas e as greves, tornar-se-ão grande desvantagem para a nossa obra. Buscam os homens conseguir que as pessoas empenhadas em diferentes profissões se filiem a certos sindicatos. Esse não é o plano de Deus, mas de um poder que não devemos jamais reconhecer. A Palavra de Deus se está cumprindo; os ímpios estão se ajuntando em molhos, prontos para serem queimados. T7 84 3 Devemos empregar agora toda a capacidade que nos foi confiada, no sentido de transmitir para o mundo a grande mensagem de advertência. Nessa obra, cumpre-nos preservar a individualidade. Não devemos nos associar a sociedades secretas nem a sindicatos trabalhistas. Devemos permanecer livres perante Deus, à espera constante das instruções de Cristo. Todos os nossos atos deverão ser exercidos com a convicção da importância da obra a ser feita para Deus. T7 84 4 Foi-me revelado que as cidades se encherão de confusão, violência e crime, e que essas coisas aumentarão até ao fim da história da Terra. ------------------------Capítulo 17 -- No campo T7 85 1 Enquanto assistia às reuniões campais de Los Angeles, em Agosto de 1901, estive, em visões da noite, em uma reunião de concílio. O assunto discutido era o estabelecimento de uma casa de saúde no sul da Califórnia. Insistiam alguns em que a casa de saúde deveria ser construída na cidade de Los Angeles, e eram apresentadas as objeções para o estabelecimento fora da cidade. Outros falavam das vantagens de uma instituição na zona rural. T7 85 2 Havia Alguém entre nós que apresentou esse assunto muito claramente e com a maior simplicidade. Disse-nos que seria um erro estabelecer uma casa de saúde dentro dos limites da cidade. Uma casa de saúde deve ter a vantagem da provisão da terra, de maneira que os doentes possam trabalhar ao ar livre. Para os doentes dos nervos, depressivos e debilitados, o trabalho ao ar livre é inestimável. Eles devem ter permissão para cuidar dos jardins. No uso do ancinho, da enxada e da pá, encontrarão eles alívio de muitos dos seus males. A ociosidade é a causa de muitas doenças. T7 85 3 A vida ao ar livre é boa para o corpo e a mente. É o remédio divino para a restauração da saúde. Ar puro, água potável, luz solar, as circunjacentes belezas da natureza -- são os Seus meios de restaurar o doente à saúde por processos naturais. Para o doente vale mais do que prata ou ouro estar à luz do Sol ou à sombra das árvores. T7 85 4 No campo, nossas casas de saúde podem ser rodeadas por flores e árvores, pomares e vinhas. Aí é fácil aos médicos e enfermeiras extraírem das coisas da natureza lições que falem de Deus. Dirijam eles os pacientes para Aquele cujas mãos fizeram as altaneiras árvores, e relva que brota e as belas flores, encorajando-os a ver em cada botão que desabrocha e flor que viceja uma demonstração de Seu amor para com Seus filhos. T7 86 1 É a expressa vontade de Deus que nossas clínicas sejam estabelecidas tão distantes das cidades quanto o mande a coerência. Tanto quanto possível, essas instituições devem estar situadas em lugares quietos e retirados onde seja oferecida oportunidade de dar aos pacientes instruções a respeito do amor de Deus e do lar edênico de nossos primeiros pais, o qual, por meio do sangue de Cristo, deve ser restaurado para o homem. T7 86 2 No esforço para restaurar a saúde do doente, deve-se fazer uso das coisas belas da criação de Deus. Observar as flores, colher os frutos maduros, escutar o alegre canto dos pássaros, tudo isso exerce um efeito estimulante peculiar sobre o sistema nervoso. Da vida ao ar livre adquirem os homens, mulheres e crianças o desejo de serem puros e honestos. Mediante a influência das propriedades reanimadoras, revivificantes e comunicadoras de vida dos grandes recursos medicinais da natureza, as funções do corpo são fortalecidas, avivado o intelecto, a imaginação despertada, animado o espírito e a mente preparada para apreciar a beleza da Palavra de Deus. T7 86 3 Sob essas influências, combinadas com a influência do tratamento cuidadoso e o alimento saudável, o doente recupera a saúde. O passo vacilante recobra a sua firmeza. Os olhos adquirem novamente o seu brilho. O desesperado torna-se esperançoso. Aquele que outrora apresentava um semblante abatido, mostra agora uma expressão de alegria. Os lamentosos tons da voz cedem lugar aos tons de contentamento. As palavras expressam a convicção: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza; socorro bem presente na angústia." Salmos 46:1. A empanada esperança do cristão torna-se iluminada. A fé retorna. São ouvidas as palavras: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam." Salmos 23:4. "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador." Lucas 1:46, 47. "Dá esforço ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor." Isaías 40:29. O reconhecimento da bondade de Deus em prover essas bênçãos revigora a mente. Deus Se acha muito próximo e Se sente satisfeito ao ver Seus dons apreciados. T7 87 1 Quando a Terra foi criada, era santa e maravilhosa. Deus disse que era muito boa. Cada flor, cada arbusto, cada árvore, correspondia ao propósito do Criador. Tudo sobre o que pudesse descansar os olhos era amável, e enchia a mente com pensamentos de louvor a Deus. Tentando levar o homem ao pecado, Satanás esperava frustrar o fluxo do amor divino que fluía para a raça humana; mas, em vez disso, sua tentativa resultou na providência de novas e profundas manifestações da misericórdia e bondade de Deus. T7 87 2 Não era propósito de Deus que Seu povo se aglomerasse nas cidades, amontoados uns com os outros em terraços e apartamentos. No início, colocou Ele os nossos primeiros pais em um jardim, em meio das belas cenas e atrativos sons da natureza, e deseja que essas cenas e sons alegrem as pessoas hoje. Quanto mais intimamente estivermos em harmonia com o plano original de Deus, tanto mais favorável será a nossa posição para o restabelecimento e preservação da saúde. ------------------------Capítulo 18 -- Não entre os ricos T7 88 1 Poderia parecer-nos que fosse melhor escolher para os nossos sanatórios lugares em meio aos ricos; que isso daria feição à nossa obra, e garantiria amparo para as nossas instituições. Mas não há nisso lógica. "O Senhor não vê como vê o homem." 1 Samuel 16:7. O homem atenta para a aparência externa; Deus observa o coração. Quanto menos grandes edifícios houver em volta das nossas instituições, tanto menos aborrecimentos experimentaremos. Muitos dos ricos donos de propriedades são irreligiosos e irreverentes. Pensamentos mundanos lhes ocupam a mente. As diversões, alegrias e hilaridades mundanas lhes ocupam o tempo. A extravagância no vestir-se e a vida luxuosa absorvem os seus recursos. Os mensageiros celestiais não são bem-vindos aos seus lares. Eles querem que Deus esteja longe. É difícil à humanidade aprender a lição da humildade, especialmente aos ricos e aos condescendentes consigo mesmos. Aqueles que não se consideram responsáveis perante Deus por tudo o que possuem são tentados a se exaltarem, como se as riquezas compreendidas pelas terras e os depósitos bancários os tornassem independentes de Deus. Cheios de orgulho e presunção, atribuem a si mesmos uma importância medida por sua riqueza. T7 88 2 Há muitos ricos que aos olhos de Deus são mordomos infiéis. Na aquisição e uso de seus recursos tem Ele visto roubo. Eles têm negligenciado o grande Proprietário de tudo, e deixado de usar os meios que lhes foram confiados para aliviar os sofredores e opressos. Têm estado a acumular para si ira para o dia da ira, pois Deus recompensará a cada um de conformidade com as suas obras. Esses homens não adoram a Deus; o eu é o seu ídolo. Eles põem a justiça e a misericórdia fora de cogitação, substituindo-as pela avareza e a porfia. Deus diz: "Porventura por estas coisas não os visitaria?" Jeremias 9:9. T7 89 1 Deus não Se agradaria em ter qualquer de nossas instituições localizada em uma comunidade dessa espécie, por grandes que sejam suas vantagens aparentes. Os homens ricos e egoístas exercem uma influência modeladora sobre outras mentes, e o inimigo poderia operar por meio deles para obstruir o nosso caminho. As más associações são sempre prejudiciais à piedade e à devoção, e os princípios aprovados por Deus podem ser solapados por essas associações. Deus não gostaria que qualquer de nós fosse como Ló, que escolheu habitar em um lugar em que ele e sua família ficaram em constante contato com o mal. Ló entrou em Sodoma rico; partiu sem nada, conduzido pela mão de um anjo, enquanto os mensageiros da ira aguardavam para derramar as chamas de fogo que deveriam consumir os habitantes daquela cidade grandemente favorecida, e eclipsar sua fascinante beleza tornando desolado e deserto o lugar que Deus outrora fizera tão lindo. T7 89 2 Nossos sanatórios não deverão ser localizados próximos das residências de pessoas ricas, onde serão considerados como algo estranho e objeto de aversão, e comentados desfavoravelmente porque recebem a humanidade sofredora de toda espécie. A religião pura e imaculada faz dos que são filhos de Deus uma só família, ligados com Cristo em Deus. Mas o espírito do mundo é orgulhoso, parcial, exclusivista e favorece apenas uns poucos. T7 89 3 Ao erguermos os nossos edifícios, devemos manter-nos longe das casas dos grandes homens do mundo e deixar que eles busquem o auxílio de que necessitam, ausentando-se de seus amigos para os mais afastados lugares. Não agradaremos a Deus construindo os nossos sanatórios entre pessoas extravagantes no vestir-se e no viver, que são atraídas para aqueles que podem apresentar grande exibição. ------------------------Capítulo 19 -- Considerações acerca dos edifícios T7 90 1 Como povo escolhido de Deus não podemos copiar os costumes, alvos e práticas do mundo, nem imitar a moda que nele impera. Não estamos imersos em ignorância tal que nos conformemos com imitar os modelos que o mundo nos oferece, e contemos com a aparência para alcançar bom êxito. Disse-nos o Senhor de onde provém a nossa força. "Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Zacarias 4:6. Ao considerar oportuno, o Senhor concede, a quem guarda a Sua Palavra, a faculdade de exercer forte influência para o bem. De fato, eles dependem de Deus, e a Ele terão que prestar contas da maneira em que empregaram os talentos que lhes confiou. Devem compreender que são administradores dos bens do Senhor e que é dever seu exaltar-Lhe o nome. T7 90 2 Os que puserem em Deus todas as suas afeições, alcançarão êxito. Em Cristo, perderão de vista a si próprios, e as atrações do mundo não exercerão poder algum para apartá-los da obediência. Compreenderão que aparência exterior não concede força. Não é a ostentação ou a aparência imponente o que representa de maneira correta a obra que devemos realizar como povo escolhido de Deus. Os que trabalham em ligação com a nossa obra médica devem estar adornados da graça de Cristo. Isso lhes permitirá exercer a maior das influências para o bem. T7 90 3 O Senhor quer realmente o que de nós espera. Suas promessas nos são feitas sob a condição de cumprirmos fielmente a Sua vontade. Por isso, quando se trata de construir sanatórios, Ele deve ter o primeiro, o último e o melhor lugar em tudo. T7 90 4 Os que servem a Deus devem velar para que seu gosto de ostentação não arraste outros para os prazeres fáceis e a vaidade. Deus não quer que servo algum Seu realize empreendimentos custosos e inúteis, que o façam endividar-se e privar-se dos recursos com que poderia contribuir para auxiliar a obra do Senhor. Enquanto os que professam crer na verdade presente andarem nas sendas do Senhor para agir segundo as normas da justiça, poderão contar com que o Senhor os fará prosperar. Mas se preferem vagar longe do caminho estreito, atrairão ruína sobre si mesmos e sobre quem os tomar por modelo. T7 91 1 Os que dirigem o estabelecimento de instituições médicas devem dar um bom exemplo. Mesmo que haja dinheiro, não devem gastar mais do que o absolutamente necessário. A obra do Senhor deve ser dirigida, tendo em conta as necessidades de cada parte da Sua vinha. Somos todos membros de uma mesma família, filhos de um mesmo Pai, e as rendas do Senhor têm que ser empregadas de modo que melhor atenda aos interesses de Sua causa no mundo inteiro. O Senhor considera todas as partes do campo, e Sua vinha deve ser cultivada como um conjunto. T7 91 2 Não devemos gastar em uns poucos lugares todo o dinheiro do tesouro, mas tratar de fundar a obra em muitos lugares. Novos territórios devem ser acrescidos ao reino do Senhor. Outras partes da vinha devem receber o auxílio que dará feição à obra. O Senhor nos proíbe de usar em Sua obra planos egoístas. Proíbe-nos de adotar planos que privem o nosso próximo dos recursos que lhes permitiriam desempenhar a sua parte na difusão da verdade. Devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. T7 91 3 Temos também de lembrar que a nossa obra deve corresponder à nossa fé. Cremos que o Senhor logo virá, e não deveria a nossa fé manifestar-se pelos edifícios que construímos? Investiremos somas consideráveis em edifícios que logo hão de ser consumidos na grande conflagração? Nosso dinheiro representa almas, e devemos empregá-lo de maneira que dê a conhecer a verdade aos que, por causa do pecado, estão debaixo da condenação divina. Renunciemos aos nossos planos ambiciosos; sejamos precavidos contra a extravagância ou a imprevisão, para que se não esvazie a tesouraria do Senhor e falte aos edificadores os recursos para fazerem o trabalho que lhes foi designado. T7 92 1 Nossas instituições mais antigas gastaram somas de dinheiro maiores do que as necessárias. Os que assim procederam julgaram que esse gasto daria aparência à obra. Esse argumento, porém, não justifica a despesa inútil. T7 92 2 Deus quer que o espírito humilde e manso do Mestre, que é a Majestade do Céu e o Rei da glória, se manifeste constantemente em nossas instituições. A primeira vinda de Cristo não é estudada como deveria. Ele veio para ser nosso exemplo em tudo. Sua vida foi de estrita abnegação. Se Lhe seguirmos o exemplo, jamais gastaremos dinheiro sem necessidade. Não buscaremos o que agrade à vista. Tratemos de que a nossa aparência seja tal que a luz da verdade resplandeça por meio das nossas boas obras, e Deus seja glorificado pelo emprego dos melhores métodos para curar e aliviar os que sofrem. O que dá consistência à nossa obra, não é o dinheiro gasto em grandes edifícios, mas a manutenção dos verdadeiros princípios religiosos e o caráter nobre, à semelhança do de Cristo. T7 92 3 Os erros cometidos no passado, com a construção de edifícios, devem ser advertências proveitosas para o futuro. Devemos observar em que outros fracassaram e, em vez de imitar-lhes os erros, tratar de fazer melhor. Em tudo quanto fazemos para o avanço da obra, devemos levar em conta a necessidade de economia. Não deve ser feito gasto algum inútil. O Senhor logo virá e os nossos gastos em edifícios devem harmonizar-se com a nossa fé. Nossos recursos devem ser empregados para prover quartos alegres, ambiente saudável e bom alimento. T7 93 1 Nossos planos referentes à construção e mobília de nossas instituições devem subordinar-se a um conhecimento verdadeiro e prático sobre o que significa andar humildemente com Deus. Nunca deveria ser considerado necessário dar aparência de riqueza. Jamais a aparência deve ser considerada um meio de alcançar êxito. Isso é um engano. O desejo de ostentar aparência que nem sempre convém à obra de que Deus nos incumbiu, aparência que só pode ser alcançada à custa de gastos excessivos, é um tirano sem misericórdia. Assemelha-se ao câncer que penetra nos órgãos vitais. T7 93 2 Os homens de bom senso preferem o conforto à elegância e luxo. É erro pensar que, com a aparência serão atraídos mais pacientes e, conseqüentemente, mais recursos. Mesmo que esse procedimento nos aumentasse a clientela, não poderíamos consentir em que nossos sanatórios fossem mobiliados em conformidade com a concepção de luxo da época. A influência cristã é valiosa demais para ser sacrificada dessa maneira. Todas as imediações, dentro e fora de nossas instituições, têm de estar em harmonia com os ensinos de Cristo e com os princípios da nossa fé. Em todos os seus ramos, deve a nossa obra ser uma ilustração de critério santificado, e não de ostentação e extravagância. T7 93 3 Não é o edifício grande e dispendioso; não é o mobiliário de luxo; não são as mesas servidas de manjares requintados, o que comunicará à nossa obra influência e êxito. É a fé que atua por amor e purifica a alma; é a atmosfera de graça que circunda o crente, é o Espírito Santo atuando na mente e no coração, que o torna um cheiro de vida para vida, e faz com que Deus abençoe a Sua obra. T7 93 4 Deus pode hoje comunicar-Se com Seu povo, e conceder-lhe a sabedoria necessária para fazer a Sua vontade, da mesma forma como Se comunicou com o Seu povo de outrora, e lhe deu sabedoria para construir o tabernáculo. Na construção desse edifício deu Ele uma demonstração do Seu poder e majestade; e Seu nome deve ser honrado através dos edifícios que são construídos para Ele hoje em dia. A sobriedade, solidez e conveniência devem ser vistos em cada pormenor. T7 94 1 Os que têm o encargo da construção de um sanatório devem representar a verdade trabalhando com o espírito e o amor de Deus. Assim como, ao construir a arca, Noé advertiu o mundo, pelo trabalho feito na construção das instituições do Senhor, pregar-se-ão sermões, e o coração de alguns será convencido e convertido. Sintam, pois, nossos obreiros, a maior ansiedade pela constante ajuda de Cristo, para que nossas instituições não sejam estabelecidas em vão. T7 94 2 Enquanto progride a obra de construção, lembrem-se de que, como nos dias de Noé e Moisés, Deus determinou todos os pormenores da arca e do santuário, também na construção de Suas instituições modernas, Ele vigia o trabalho feito. Lembrem-se de que o grande Arquiteto deseja dirigir a Sua obra por meio de Sua Palavra, Espírito e providência. Por isso devem tomar tempo para aconselharem-se com Deus. A voz da oração e a melodia dos hinos santos, devem elevar-se até Ele como um incenso suave. Todos devem compreender que dependem inteiramente de Deus. Devem lembrar-se de que estão erguendo uma instituição por cujo meio irá cumprir-se com êxito uma obra que terá conseqüências infinitas e que, ao realizarem assim o trabalho, devem ser coobreiros de Deus. "Olhando para Jesus" (Hebreus 12:2) deve ser o nosso lema. E esta é a promessa que nos é feita: "Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os Meus olhos." Salmos 32:8. ------------------------Capítulo 20 -- Não para os que buscam prazeres T7 95 1 Aos obreiros da obra médica no Sul da Califórnia: T7 95 2 Tenho uma mensagem categórica para o nosso povo do Sul da Califórnia. O Senhor não requer que providenciem instalações para o entretenimento de turistas. O estabelecimento de uma instituição para esse propósito colocará um exemplo errado diante dos seguidores do Senhor. O resultado não justificaria os esforços feitos. T7 95 3 Por que fundamos hospitais? Para que os doentes que a eles acorrem em busca de tratamento possam receber o lenitivo para seus sofrimentos físicos e possam também receber auxílio espiritual. Em virtude de seu estado de saúde, acham-se eles suscetíveis à influência santificadora dos missionários médicos que trabalham em favor de sua restauração. Trabalhemos sabiamente, para seu melhor interesse. T7 95 4 Não construímos hospitais para serem hotéis. Recebamos em nossas instituições de saúde apenas aqueles que desejarem conformar-se com os retos princípios, aqueles que aceitarem os alimentos que conscienciosamente podemos colocar diante deles. Se permitíssemos que os pacientes tivessem bebidas intoxicantes em seus quartos, ou lhes servíssemos alimento cárneo, não lhes daríamos o auxílio que devem receber ao virem aos nossos hospitais. Devemos tornar claro que, por princípio, excluímos tais artigos das nossas instituições de saúde e de nossos restaurantes. Não desejamos ver nossos semelhantes livres de doenças e enfermidades, com a alegria da saúde e do vigor? Então sejamos tão fiéis aos princípios como a bússola o é ao pólo. T7 95 5 Aqueles cuja obra tem como objetivo a salvação das almas devem manter-se isentos dos métodos mundanos. Não devem, no interesse de obter a influência de alguma pessoa rica, envolver-se em planos desonrosos para sua profissão de fé. Não devem vender a sua alma por vantagens financeiras. Não devem fazer coisa alguma que retarde a obra de Deus e rebaixe o padrão de justiça. Somos servos de Deus, e devemos ser obreiros juntamente com Ele, fazendo Sua obra à Sua maneira, a fim de que todos para os quais trabalhamos possam ver que o nosso intuito é atingir um elevado padrão de santidade. Aqueles com os quais entramos em contato devem ver que não apenas falamos de abnegação e sacrifício, mas que os revelamos em nossa vida. Nosso exemplo deve inspirar aqueles com quem entramos em contato em nosso trabalho a se tornarem mais bem relacionados com as coisas de Deus. T7 96 1 Se devemos efetuar gastos com a construção de instituições de saúde, a fim de que possamos trabalhar pela salvação dos enfermos e aflitos, importa que planejemos nosso trabalho de tal maneira que os que desejam ajuda recebam o auxílio de que necessitam. Devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance pela cura do corpo; devemos, porém, tornar a cura da alma de muito maior importância. Aos que vão aos nossos hospitais como pacientes deve ser mostrado o caminho da salvação, a fim de que possam arrepender-se e ouvir as palavras: Seus pecados foram perdoados; vá em paz, e não peque mais. T7 96 2 A obra médico-missionária no Sul da Califórnia não deve se tornar uma grande instituição para acomodação e divertimento de convivência promíscua de amantes do prazer, que trazem consigo idéias e práticas intemperantes. Uma tal instituição absorveria o tempo e talentos dos obreiros que são necessários em outros lugares. Nossos capacitados homens devem colocar seus esforços no estabelecimento e condução de sanatórios que têm o propósito de preparar mentes para a recepção do evangelho de Cristo. T7 97 1 Não devemos absorver o tempo e os esforços dos homens capazes de levar avante a obra de Deus, da maneira como Ele delineou, em um empreendimento para a acomodação e entretenimento dos que só buscam os prazeres e cujo maior desejo é agradar o eu. Associar obreiros com tal empreendimento é perigoso para sua segurança. Guardemos nossos moços e moças de todas essas influências perigosas. E se nossos irmãos se envolverem com tal empreendimento, não poderão fazer progredir a obra da salvação de almas como pretendem. T7 97 2 Nossos sanatórios devem ser estabelecidos com uma finalidade -- o avanço da verdade presente. Devem ser tão bem dirigidos que se produza uma positiva impressão em favor da verdade na mente daqueles que a eles vêm em busca de tratamento. A conduta dos obreiros, e do administrador-chefe para com o obreiro que ocupa a posição mais humilde, deve pesar em favor da verdade. A instituição deve ser permeada por uma atmosfera espiritual. Temos uma mensagem de advertência para apresentar ao mundo, e nosso zelo e devotamento ao serviço de Deus deve impressionar os que vêm às nossas instituições de saúde. T7 97 3 Tão logo seja possível, hospitais devem ser construídos em diferentes lugares no Sul da Califórnia. Comecem em vários lugares. Se possível comprem propriedade onde já haja edifícios construídos. À medida que a prosperidade da obra demanda, então sejam feitas as ampliações necessárias. T7 97 4 Estamos vivendo justamente no final da história da Terra, e devemos mover-nos cautelosamente, compreendendo o que é a vontade do Senhor e, imbuídos de Seu espírito, fazer a obra que muito significará para Sua causa, obra que proclamará a mensagem de advertência a um mundo obcecado, enganado e a perecer no pecado. T7 98 1 No Sul da Califórnia há muitas propriedades à venda, onde há construções já erigidas, adequadas para a obra médica. Algumas dessas propriedades devem ser compradas, para desenvolver ali uma obra médico-missionária dentro de uma linha racional e adequada. Devem ser estabelecidos vários sanatórios pequenos no Sul da Califórnia, para o benefício de multidões que para lá se dirigirão na esperança de encontrar saúde. A mim foram dadas instruções de que agora é nossa oportunidade para alcançar um grande número de inválidos que buscam refúgios de saúde no Sul da Califórnia, e esse trabalho também deve ser feito em favor de seus acompanhantes. T7 98 2 "Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa." João 4:35. T7 98 3 Por meses, carrego em meu coração a responsabilidade da obra médica no Sul da Califórnia. Recentemente recebi muita luz sobre a maneira como Deus deseja que conduzamos a obra médica. Precisamos encorajar os pacientes a gastarem mais do seu tempo ao ar livre. Fui instruída a dizer aos nossos irmãos para procurarem propriedades agradáveis e com preço baixo, em lugares saudáveis, apropriados para a instalação de uma instituição de saúde. T7 98 4 Em vez de investir todos os recursos obtidos numa instituição médica, devemos estabelecer pequenas clínicas em diversos lugares. Breve a reputação desses recantos de saúde no Sul da Califórnia estará muito mais alta do que está presentemente. Agora é o momento de entrar no campo com o propósito de levar avante a obra médico-missionária. ------------------------Capítulo 21 -- O perigo da centralização T7 99 1 Aos dirigentes de nossa Obra Médica: T7 99 2 Caros irmãos: T7 99 3 O Senhor atua imparcialmente em todas as áreas de Sua vinha. São os homens que desorganizam a Sua obra. Ele não concede ao Seu povo o privilégio de coletar grandes somas de dinheiro para estabelecer instituições em poucos lugares, de modo que nada fique para instalar instituições similares noutros lugares. T7 99 4 Muitas outras instituições devem ser fundadas nas cidades dos Estados Unidos, especialmente na parte Sul, onde até agora pouco tem sido feito. Deve-se empreender e dirigir com êxito muitos empreendimentos médico-missionários nos países estrangeiros. A fundação de sanatórios é tão importante na Europa e noutras terras estrangeiras, quanto o é nos Estados Unidos. T7 99 5 Quer o Senhor que Seu povo compreenda devidamente a espécie de trabalho que deve ser realizado, bem como a sua parte como administrador fiel e prudente no investimento de recursos. No tocante à construção de edifícios, Ele quer que se calcule o gasto a fim de saber se há dinheiro suficiente para concluir o empreendimento. Quer, também, que lembremos que não se deve concentrar todo o dinheiro de modo egoísta em poucos lugares somente, mas convém ter em conta outros, muito numerosos, onde também devem de ser construídas instituições. T7 99 6 Das instruções que recebi, depreende-se que os administradores de todas as nossas instituições, especialmente dos sanatórios recém-inaugurados, devem economizar com cuidado para poder acudir em auxílio de instituições similares que devam ser fundadas noutras partes do mundo. Mesmo que tenham em caixa boa quantia de dinheiro, cumpre fazer planos com vistas para as necessidades do grande campo missionário de Deus. T7 100 1 Não é a vontade de Deus que Seu povo construa hospitais gigantescos em qualquer parte. Em vez disso, convém fundar muitos deles. Não devem ser grandes, mas suficientemente equipados para realizarem um trabalho bom e completo. T7 100 2 Foram-me feitas advertências acerca da formação de enfermeiros e evangelistas médico-missionários. Não devemos centralizar esse preparo num único lugar. Em todos os sanatórios existentes devem ser preparados jovens de ambos os sexos para o trabalho médico-missionário. O Senhor abrirá perante eles um caminho ao se porem a trabalhar para Ele. T7 100 3 As provas evidentes do cumprimento das profecias declaram que está próximo o fim de todas as coisas. Muito trabalho importante precisa ser feito fora e distante dos lugares em que, no passado, nossa obra esteve grandemente concentrada. T7 100 4 Ao canalizarmos água para irrigar um jardim, não tratamos de regar uma parte somente, deixando as demais em completa aridez, a clamarem: "Dá-nos água!" Isso, não obstante, representa a maneira como a obra tem sido executada em poucos lugares, com o abandono do vasto campo. Permanecerão desolados os lugares áridos? Não. Circule água por todas as partes, levando consigo alegria e fertilidade. T7 100 5 Jamais devemos confiar na reputação e reconhecimento mundano. Nunca, ao fundar instituições, devemos tentar competir com as instituições mundanas em tamanho e esplendor. Alcançaremos a vitória, não construindo edifícios enormes, nem rivalizando com os nossos oponentes, mas cultivando um espírito cristão -- espírito de mansidão e humildade. Mais valem a cruz e as esperanças frustradas, com a vida eterna afinal, do que viver como príncipes e perder o Céu. T7 101 1 O Salvador da humanidade nasceu de pais humildes, num mundo mau e amaldiçoado por causa do pecado. Foi criado na obscuridade de Nazaré, pequena cidade da Galiléia. Começou o Seu trabalho na pobreza e sem alta linhagem mundana. Assim introduziu Deus o evangelho, de maneira inteiramente diversa da que muitos em nossos dias considerariam aconselhável para a proclamação desse evangelho. T7 101 2 No próprio início da dispensação evangélica, ensinou Ele à Sua igreja a não confiar na grandeza nem no esplendor mundanos, mas no poder da fé e da obediência. O favor de Deus é de mais valioso do que ouro e prata. O poder do Seu Espírito é de valor incalculável. T7 101 3 Assim diz o Senhor: "Os edifícios só darão feição à Minha obra quando os que os constroem seguirem a Minha instrução referente ao estabelecimento das instituições. Se os que, no passado, dirigiram e sustentaram a obra fossem dominados por sentimentos puros e santificados, jamais teria havido acúmulo egoísta de grande quantidade dos Meus recursos em um ou dois lugares. Instituições teriam sido estabelecidas em muitos lugares. As sementes da verdade, semeadas em muitos campos mais, teriam germinado e produzido fruto para Minha glória. T7 101 4 "Os lugares que foram negligenciados precisam agora merecer a nossa atenção. O Meu povo precisa fazer uma obra rápida. Os que com pureza de propósito se consagrarem inteiramente a Mim, de corpo, alma e espírito, trabalharão segundo os Meus métodos e em Meu nome. Cada qual se manterá em seu lugar e olhará para Mim, seu Guia e Conselheiro. T7 101 5 "Instruirei o ignorante, e ungirei com colírio celestial os olhos de muitos que agora estão imersos em trevas espirituais. Suscitarei obreiros que executem a Minha vontade para preparar um povo que subsista perante Mim no tempo do fim. Em muitos lugares que já deveria haver sanatórios e escolas, estabelecerei as Minhas instituições, as quais virão a ser centros de preparo de obreiros." T7 102 1 O Senhor influenciará a mente de pessoas em setores inesperados. Alguns que aparentam ser inimigos da verdade, empregarão, pela providência divina, os seus meios para comprar propriedades e construir edifícios. Com o tempo, essas propriedades serão oferecidas à venda a preço muito inferior ao seu custo. Nossos irmãos reconhecerão nessas ofertas a mão da Providência, e comprarão assim propriedades excelentes para serem usadas na obra de educação. Planejarão e agirão com humildade, abnegação e sacrifício. Assim é que homens de posses estão inconscientemente preparando auxiliares que permitirão ao povo de Deus fazer a Sua obra avançar rapidamente. T7 102 2 Em vários lugares serão compradas propriedades para serem usadas como instituições de saúde. Nossos irmãos devem estar atentos às oportunidades de comprar, fora das cidades, propriedades em que já haja edifícios e pomares em plena produção. A terra é um investimento valioso. Junto aos nossos sanatórios deve haver terrenos, dos quais uma pequena parte seja usada para a construção de residências dos funcionários e de outras pessoas que se preparam para a obra médico-missionária. T7 102 3 Muitas vezes me foi mostrado que não é sábio construir instituições gigantescas. Não é pelo tamanho de uma instituição que deve ser avaliada a grandeza da obra em prol da salvação das pessoas. Um sanatório gigantesco exige muitos obreiros. E onde muitos deles estiverem reunidos, é sobremodo difícil manter padrão elevado de espiritualidade. Numa instituição grande pode ocorrer que os cargos de responsabilidade sejam desempenhados por obreiros de pouca espiritualidade, que não exercem sabedoria no procedimento com os que, se fossem sabiamente tratados, seriam despertados, convencidos e convertidos. T7 103 1 Não foi feita, em nossos sanatórios, a quarta parte do trabalho que poderia haver sido realizado, de abrir as Escrituras aos pacientes em nossos sanatórios, se os próprios obreiros houvessem recebido ampla instrução religiosa. T7 103 2 Onde muitos obreiros estão reunidos num lugar, é necessária uma administração de grau espiritual muito mais elevado do que em geral tem sido mantida em nossos grandes sanatórios. T7 103 3 Estamos muito próximos do mundo eterno. Os juízos de Deus estão prontos para começar a cair sobre os habitantes da Terra. Deus envia esses juízos para sensibilizar homens e mulheres. Ele tem um propósito em tudo que acontece no nosso mundo, e deseja que tenhamos uma mente espiritual para habilitar-nos a perceber Sua obra manifestada em eventos tão extraordinários no passado, mas que agora estão ocorrendo quase que diariamente. T7 103 4 Temos perante nós uma grande obra -- a obra finalizadora de dar a última mensagem de advertência de Deus a um mundo pecador. Mas, que temos nós feito para dar essa mensagem? Observem, peço-lhes, os muitos e muitos lugares que jamais foram penetrados. Vejam nossos obreiros pisando sempre as mesmas terras, enquanto ao seu redor há um mundo negligenciado, jazendo em maldade e corrupção -- um mundo até agora não advertido. Para mim, esse é um terrível quadro. Que espantosa indiferença manifestamos para com as necessidades de um mundo que está perecendo! ------------------------Capítulo 22 -- O sinal de nossa ordem T7 104 1 Fui instruída de que nossas instituições médicas devem ser testemunhas de Deus. Elas foram estabelecidas para aliviar os sofredores e aflitos, para despertar um espírito de indagação, para disseminar a luz e promover a reforma. Essas instituições, corretamente dirigidas, serão o meio de levarmos o conhecimento das reforma essenciais, perante muitos que, de outra maneira, nos seria impossível alcançar, a fim de prepararmos um povo para a vinda do Senhor. T7 104 2 Muitos dos mantenedores de nossas instituições médicas mantêm elevado conceito quanto a habitar a presença de Deus na instituição que eles visitam, e são muito suscetíveis à influência espiritual que predomina. Se todos os médicos, enfermeiros e auxiliares estiverem andando circunspectamente diante de Deus, terão poder mais do que humano no trato com esses homens e mulheres. Toda instituição cujos auxiliares são consagrados, está impregnada do poder divino; e os pacientes não apenas obtêm alívio das enfermidades físicas, mas encontram o bálsamo curador para seu espírito enfermo pelo pecado. T7 104 3 Que os líderes do nosso povo salientem a necessidade de se manter uma poderosa influência religiosa em nossas instituições médicas. O Senhor deseja que elas sejam colocadas onde Ele possa ser honrado em palavras e obras, lugares onde Sua lei seja enaltecida e as verdades da Bíblia postas em evidência. Os missionários médicos devem fazer uma grande obra para Deus. Devem estar atentos e vigilantes, revestindo-se de cada peça da armadura cristã e lutando corajosamente. Devem ser leais ao seu Líder, obedecendo-Lhe os mandamentos, inclusive aquele pelo qual revelam o sinal de sua ordem. T7 105 1 A observância do sábado é o sinal entre Deus e Seu povo. Não nos envergonhemos de usar o sinal que nos distingue do mundo. Recentemente ao considerar esse assunto durante a noite, Aquele que possui autoridade aconselhou-me a examinar a instrução dada aos israelitas com respeito ao sábado. "Certamente guardareis Meus sábados", declarou-lhes o Senhor; "porquanto isso é um sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado, porque santo é para vós. ... Seis dias se fará obra, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer obra, certamente morrerá. Guardarão pois o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre." Êxodo 31:13-17. T7 105 2 O sábado é sempre o sinal que distingue os obedientes dos desobedientes. Com magistral poder tem Satanás procurado tornar nulo e inútil o quarto mandamento, a fim de que o sinal de Deus seja perdido de vista. O mundo cristão tem calcado sob os pés o sábado do Senhor e observado o sábado instituído pelo inimigo. Deus, porém, tem um povo leal a Ele. Esta obra deve ser levada avante da maneira devida. O povo que leva o Seu sinal deve estabelecer igrejas e instituições como monumentos a Ele. Esses monumentos, conquanto humildes na aparência, testificarão constantemente contra o falso sábado instituído por Satanás, e em favor do sábado instituído pelo Senhor no Éden, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e todos os filhos de Deus rejubilavam. T7 106 1 Um espírito de irreverência e negligência na observância do sábado é suscetível de manifestar-se em nossos hospitais. Sobre os homens que têm a responsabilidade da obra médico-missionária, recai a incumbência de instruir médicos, enfermeiros e auxiliares no tocante à santidade do santo dia de Deus. Especialmente, deve cada médico esforçar-se para dar exemplo correto. A natureza das suas obrigações naturalmente o leva a sentir-se justificado por fazer, no sábado, muitas coisas que deveria evitar. Na medida do possível deve ele planejar o seu trabalho de maneira tal que possa afastar-se das ocupações habituais. T7 106 2 Muitas vezes, médicos e enfermeiros são chamados durante o sábado para atender ao enfermo, e algumas vezes lhes é impossível dispor de tempo para repouso e assistência aos cultos devocionais. As necessidades da humanidade sofredora não devem jamais ser negligenciadas. Por Seu exemplo, o Salvador nos mostrou que é correto aliviar os sofrimentos no sábado. O trabalho desnecessário, porém, tal como tratamentos usuais e operações, que possam ser adiados, devem sê-lo. Faça-se com que os pacientes compreendam que os médicos e auxiliares precisam de um dia de repouso. Devem compreender que os obreiros temem a Deus, e querem santificar o dia que Ele separou para os Seus seguidores observarem como sinal entre Ele e eles. T7 106 3 Os educadores e os que forem instruídos em nossas instituições médicas devem lembrar que a guarda correta do sábado tem muito valor para eles e para a clientela. Com a observância do sábado, que Deus manda santificar, apresentam eles o sinal da sua comissão, mostrando claramente que estão ao lado do Senhor. T7 106 4 Agora e sempre teremos que nos manter como um povo separado e peculiar, isento de toda a prática mundana, sem compromissos de confederação com os que não possuem sabedoria para discernir os reclamos de Deus, tão claramente expostos em Sua lei. Todas as nossas instituições médicas são estabelecidas como instituições adventistas do sétimo dia, para representarem os vários aspectos da obra evangélica missionário-médica, e assim preparar o caminho para a vinda do Senhor. Devemos mostrar que procuramos agir em harmonia com o Céu. Temos que dar a todas as nações, tribos e línguas, testemunho de que somos um povo que ama e teme a Deus, um povo que santifica o Seu memorial da criação, que é, entre Ele e os Seus filhos obedientes, o sinal de que Ele os santifica. E devemos nitidamente mostrar a nossa fé na breve vinda de nosso Senhor nas nuvens do céu. T7 107 1 Como povo, temos sido grandemente humilhados com o procedimento que alguns de nossos irmãos ocupantes de cargos de responsabilidade têm tido ao se apartarem dos limites antigos. Há os que, com o objetivo de executar os seus planos, através das palavras negam a sua fé. Isso revela a pouca confiança que podemos depositar na sabedoria e critério humanos. Agora, como nunca antes, precisamos ver o perigo de ser incautamente desviados da fidelidade aos mandamentos de Deus. É necessário reconhecer que Deus nos confiou uma mensagem categórica de advertência para o mundo, assim como confiou a Noé a mensagem de advertência para os antediluvianos. Que o nosso povo se guarde de amesquinhar a importância do sábado, unindo-se aos incrédulos. Guarde-se de desconsiderar os princípios de nossa fé, fazendo aparentar que não há mal em conformar-se com o mundo. Que se guarde de atentar para o conselho de alguém, qualquer que seja a sua posição, que vá de encontro àquilo que Deus estabeleceu para manter o Seu povo separado do mundo. T7 107 2 O Senhor está provando Seu povo, para ver quem se manterá fiel aos princípios de Sua verdade. Nossa tarefa consiste em proclamar ao mundo a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Na desincumbência de nossas obrigações não devemos menosprezar nem temer os adversários. Não consta da ordem divina que, por meio de contratos, nos liguemos aos que não pertencem à nossa fé. Devemos tratar com bondade e cortesia os que se recusam a ser fiéis a Deus, mas nunca a eles nos unir em concílios que visem aos interesses vitais de Sua obra. Pondo nossa confiança em Deus, devemos progredir constantemente, fazendo o Seu trabalho, com abnegação, com humilde confiança nEle, confiando-nos às Suas providências tanto nós mesmos como tudo quanto se relaciona com o nosso presente e futuro, retendo firmemente o princípio da nossa confiança até o fim, lembrando que não recebemos as bênçãos do Céu pelos nossos merecimentos, mas pelos méritos de Cristo e nossa aceitação da abundante graça divina pela fé nEle. T7 108 1 Oro para que os meus irmãos reconheçam que a terceira mensagem angélica tem muita significação para nós, e que a observância do verdadeiro sábado se destina a ser o sinal que distingue os que servem a Deus dos que O não servem. Acordem os que ficaram sonolentos e indiferentes. Somos convidados para ser santos, e devemos cuidadosamente evitar dar a impressão de que pouco importará o retermos ou não os traços distintivos de nossa fé. Sobre nós recai a solene obrigação de assumir atitude mais firme em prol da verdade e da justiça, do que fizemos no passado. A fronteira de demarcação entre os que guardam os mandamentos de Deus e os que não guardam deve ser revelada com clareza inequívoca. Devemos conscienciosamente honrar a Deus, usando diligentemente todos os meios para manter a relação de concerto com Ele, a fim de recebermos as Suas bênçãos -- bênçãos tão necessárias para quem irá ser provado com tamanha severidade. Dar a impressão de que nossa fé, nossa religião, não é um poder dominante em nossa vida equivale a desonrar grandemente a Deus. Assim fazendo, desviamo-nos dos Seus mandamentos, que são a nossa vida, negando que Ele é o nosso Deus e nós o Seu povo. T7 109 1 Devemos convidar a todos -- altos e baixos, ricos e pobres, todas as seitas e classes -- para participarem dos benefícios de nossas instituições médicas. Recebemos em nossas instituições pessoas de todas as denominações. Mas quanto a nós mesmos, somos estritamente denominacionais; somos sagradamente denominados por Deus e estamos sob Sua teocracia. Não devemos, porém, imprudentemente fazer pressão sobre quem quer que seja para que aceite os pontos peculiares de nossa fé. T7 109 2 Para que os homens não esquecessem o verdadeiro Deus, Jeová deu-lhes um memorial de Seu amor e poder, o sábado. Ele disse: "Certamente guardareis Meus sábados, porquanto isso é um sinal entre Mim e vós." Êxodo 31:13. T7 109 3 Concernente a Israel, o Senhor declarou: "O povo habitará só e entre as nações não será contado." Números 23:9. Essas palavras são aplicáveis a nós, bem como ao Israel antigo. O povo de Deus habitará só. A observância do sétimo dia, o sábado, foi um sinal entre eles e Deus, mostrando que eram um povo peculiar, separado do mundo em hábitos e práticas. Através deles, Deus trabalhará para ajuntar de todas as nacionalidades um povo para Si mesmo. T7 109 4 "Sentam à mesa a seu tempo para refazerem as forças, e não para bebedice." Eclesiastes 10:17. ------------------------Capítulo 23 -- A obra médico-missionária nas cidades T7 110 1 Há uma obra a ser feita na Califórnia -- uma obra que tem sido inexplicavelmente negligenciada. Que essa obra não seja retardada por mais tempo. Ao se abrirem portas para a apresentação da verdade, estejamos prontos para entrar. Tem-se feito alguma obra na grande cidade de São Francisco, mas, ao examinarmos o campo, vemos claramente que foi feito apenas um começo. Assim que possível, devem ser feitos esforços bem organizados em diversos setores dessa cidade, e também em Oakland. A maldade de São Francisco não é percebida. Nossa obra nessa cidade deve ser ampliada e aprofundada. Deus vê nela muitas pessoas para serem salvas. T7 110 2 Foi aberto em São Francisco um restaurante vegetariano; também uma mercearia e salas de tratamento. Estão fazendo um bom trabalho, mas sua influência deve ser expandida. Outros restaurantes similares ao de Market Street devem ser abertos em São Francisco e Oakland. Com respeito ao esforço que está sendo feito agora nesses setores, podemos dizer: Amém e amém. E logo outros ramos da obra que se tornarão uma bênção para o povo serão estabelecidos. A obra evangélica médico-missionária deve ser levada avante com muita prudência e perfeição. A obra sagrada e solene de salvar, tem de avançar de maneira modesta, contudo elevada. T7 111 1 Onde se acham os obreiros? Homens e mulheres inteiramente convertidos, com discernimento e penetrante visão, eis os que devem servir de diretores. Para empregar pessoas para essa obra especial, é necessário usar de discernimento -- devem ser pessoas que amam a Deus e andam diante dEle em toda humildade; pessoas que se tornem instrumentos eficazes na mão de Deus para realização do objetivo que Ele tem em vista -- o reerguimento e salvação dos seres humanos. T7 111 2 Os evangelistas médico-missionários estarão habilitados a fazer uma excelente obra como pioneiros. A obra do pastor deve unir-se inteiramente com a do evangelista médico-missionário. O médico cristão deve considerar sua obra como sendo tão importante como a do ministério. Repousa sobre ele uma dupla responsabilidade; pois nele se reúnem tanto as qualidades do médico, como as do pastor. Sua obra é sublime, sagrada e muito necessária. T7 111 3 O médico e o pastor devem compreender que se acham empenhados na mesma obra. Devem trabalhar em perfeita harmonia. Cumpre-lhes aconselharem-se mutuamente. Por meio de sua unidade hão de dar testemunho de que Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo para salvar a todos os que nEle crerem como o seu Salvador pessoal. T7 111 4 Os médicos cuja habilidade profissional se acha acima da dos doutores comuns, devem-se dedicar ao serviço de Deus nas grandes cidades. Devem procurar atingir as classes mais elevadas. Alguma coisa está sendo feita em São Francisco, mas se deve fazer muito mais. Que não haja nenhum falso conceito da natureza e da importância desse empreendimento. São Francisco é um campo vasto, e uma parte importante da vinha do Senhor. T7 112 1 Médicos-missionários que trabalham em ramos evangélicos estão fazendo uma obra de tão elevada importância quanto seus companheiros do ministério. Os esforços desenvolvidos por esses obreiros não se devem limitar às classes mais pobres. As classes mais altas têm sido estranhamente negligenciadas. Nas esferas mais elevadas da sociedade encontram-se muitos que hão de corresponder à verdade, porque ela é coerente, porque apresenta o selo do elevado caráter do evangelho. Não poucos dentre os homens de capacidade assim conquistados para a verdade, hão de entrar com energia para a obra do Senhor. T7 112 2 O Senhor pede aos que se acham em posições de confiança, aqueles a quem Ele tem confiado Seus preciosos dons, que empreguem os talentos de inteligência e de meios em Seu serviço. Nossos obreiros devem apresentar a esses homens uma clara exposição de nosso plano de trabalho, dizendo-lhes o que necessitamos para auxiliar o pobre e o necessitado, e para estabelecer esta obra sobre uma base firme. Alguns desses serão impressionados pelo Espírito Santo para empregar os recursos do Senhor de maneira a fazer progredir Sua causa. Eles cumprirão Seus desígnios ajudando a criar centros de influência nas grandes cidades. Obreiros interessados serão levados a oferecer-se para vários ramos de ação missionária. Serão estabelecidos restaurantes saudáveis. Mas com que cuidado deve ser feita essa obra! T7 112 3 Cada restaurante saudável deve ser uma escola. Os obreiros com ele relacionados devem estudar constantemente e fazer experiências, a fim de aperfeiçoarem o preparo de alimentos saudáveis. Nas cidades, é conveniente que essa obra de instrução seja desenvolvida em muito maior escala do que nos lugares pequenos. Mas, em todo lugar onde há uma igreja, devem ser dadas instruções quanto ao preparo de alimentos simples, saudáveis, para uso dos que desejam viver segundo os princípios de saúde. E os membros da igreja devem comunicar ao povo da vizinhança a luz que recebem acerca desse assunto. T7 113 1 Os alunos de nossas escolas devem ser ensinados a cozinhar. Que se demonstre tato e habilidade nesse ramo de educação. Com todo engano da injustiça, está Satanás operando para pôr os pés dos jovens no caminho da tentação que leva à ruína. Devemos fortalecê-los e auxiliá-los a resistir às tentações que serão enfrentadas de todos os lados com relação à condescendência com o apetite. Ensinar-lhes a ciência do viver sadio é fazer obra missionária para o Mestre. T7 113 2 Devem ser estabelecidas escolas de culinária em muitos lugares. Essa obra pode começar humildemente, mas, à medida que inteligentes cozinheiros fizerem o mais que puderem para esclarecer a outros, o Senhor lhes dará habilidade e entendimento. A ordem do Senhor é: "Não os impeçam; pois Me revelarei a eles como seu Instrutor." Deus cooperará com os que efetuam Seus planos, ensinando ao povo a fazer uma reforma em seu regime, mediante o preparo de alimento saudável e não dispendioso. Assim os pobres serão animados a adotar os princípios da reforma de saúde. E lhes será concedido auxílio para que se tornem produtivos e confiantes. T7 113 3 Foi-me mostrado que homens e mulheres de capacidade estavam sendo ensinados por Deus a preparar alimentos saudáveis e apetecíveis, de maneira apropriada. Muitos deles eram jovens, e também havia outros de idade madura. Fui instruída a animar o estabelecimento de escolas culinárias em todos os lugares em que está sendo realizada a obra médico-missionária. Deve-se pôr diante do povo todo estímulo para levá-lo a adotar a reforma. Que brilhe sobre eles o máximo possível de luz. Que sejam ensinados a aperfeiçoar o quanto possível o preparo dos alimentos, estimulando-os a comunicar a outros aquilo que aprendem. T7 114 1 Não faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para promover a obra em todas as nossas grandes cidades? Milhares e milhares que vivem próximo de nós necessitam de auxílio em vários sentidos. Lembrem aos ministros do evangelho que o Senhor Jesus Cristo disse aos Seus discípulos: "Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte." "Vós sois o sal da Terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar?" Mateus 5:14, 13. T7 114 2 O Senhor Jesus operará milagres em favor de Seu povo. Em Marcos 16, lemos: "Ora o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no Céu, e assentou-Se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com sinais que se seguiram." Marcos 16:19, 20. É-nos assegurado aí que o Senhor estava qualificando Seus servos escolhidos para se dedicarem à obra médico-missionária após Sua ascensão. T7 114 3 Da narração do milagre do Senhor, provendo vinho para as bodas, bem como do fato de alimentar a multidão, podemos aprender uma lição da mais alta importância. A produção de alimentos saudáveis em fábricas para isso destinadas é um dos instrumentos do Senhor para satisfazer a uma necessidade. O celestial provedor de todo alimento não deixará Seu povo na ignorância quanto ao preparo das melhores comidas para todos os tempos e ocasiões. ------------------------Capítulo 24 -- A obra dos restaurantes T7 115 1 Devemos fazer mais do que temos feito para alcançar as pessoas de nossas cidades. Não devemos construir grandes edifícios nas cidades, mas, repetidas vezes, foi-me esclarecido que devemos estabelecer em todas as nossas cidades pequenas instalações que se tornem centros de influência. T7 115 2 O Senhor tem uma mensagem para as nossas cidades, e essa mensagem devemos proclamar em nossas reuniões campais, e por outras campanhas públicas, assim como por nossas publicações. Além disso, devem ser estabelecidos restaurantes saudáveis nas cidades, e por eles deve ser proclamada a mensagem da temperança. Devem ser feitos arranjos para realizar reuniões em conexão com os nossos restaurantes. Sempre que possível, proveja-se um recinto onde os clientes possam ser convidados a assistir a conferências sobre a ciência da saúde e temperança cristã, onde recebam instrução sobre o preparo de alimento saudável, e sobre outros assuntos importantes. Nessas reuniões deve haver orações, cânticos e palestras, não só sobre temas de saúde e temperança, mas também sobre outros assuntos apropriados da Bíblia. Ao serem as pessoas ensinadas a preservar a saúde física, serão encontradas muitas oportunidades para semear as sementes do evangelho do reino. T7 115 3 Os assuntos devem ser apresentados de tal maneira que impressionem favoravelmente as pessoas. Nada de cunho teatral deve existir nas reuniões. Os cânticos não devem ser entoados por uns poucos apenas. Todos os presentes devem ser animados a se juntarem nos momentos de louvor. Há os que possuem o dom especial de cantar, e vezes há em que uma mensagem especial é transmitida em conseqüência do cântico entoado por uma única pessoa ou por várias pessoas juntas. Raras vezes, porém, deve o cântico ser entoado por uns poucos. A habilidade do canto é um talento de influência que Deus deseja que todos cultivem e usem para glória do Seu nome. T7 116 1 Aos que freqüentam nossos restaurantes devem receber nossa literatura. Deve-se-lhes chamar a atenção para nossa literatura sobre temperança e reforma dietética, e a eles devem ser oferecidos também folhetos que tratem das lições de Cristo. O encargo de distribuir semelhante literatura deve ser partilhado por todo o nosso povo. A todos os que vêm deve ser dada alguma coisa para ler. Pode ser que muitos não leiam o folheto, mas alguns dentre aqueles em cujas mãos for colocado podem estar à procura dessa luz. Esses lerão e estudarão o que lhes é entregue, e depois o passarão a outros. T7 116 2 Devem os obreiros de nossos restaurantes viver em tão íntima ligação com Deus que reconheçam os impulsos de Seu Espírito para falarem pessoalmente a respeito das coisas espirituais a esta ou àquela pessoa que vem ao restaurante. Quando o eu for crucificado e Cristo formado no íntimo, a esperança da glória, revelaremos por pensamentos, palavras e atos a realidade de nossa crença na verdade. O Senhor estará conosco, e o Espírito Santo operará por nosso intermédio para alcançarmos os que se encontram longe de Cristo. T7 116 3 Fez-me o Senhor saber que essa é a obra que deve ser feita por aqueles que dirigem nossos restaurantes. Não deve a pressão e o atropelo dos negócios levar à negligência do trabalho de salvação. É bom satisfazer as necessidades físicas de nossos semelhantes; se, porém, não são encontradas maneiras de fazer brilhar a luz do evangelho sobre os que buscam diariamente as suas refeições, como pode Deus ser glorificado por nossas obras? T7 116 4 Ao ser iniciada a obra dos restaurantes, esperava-se que ela se tornasse o meio de alcançar a muitos com a mensagem da verdade presente. Será que isso aconteceu? T7 117 1 Aos obreiros de nossos restaurantes foi feita a pergunta por Aquele que possui autoridade: "A quantos foi falado a respeito da salvação? Quantos têm ouvido dos seus lábios apelos veementes para que aceitem a Cristo como o Salvador pessoal? Quantos têm sido levados por suas palavras a se voltarem do pecado para servir ao Deus vivo?" T7 117 2 Ao serem as pessoas, em nossos restaurantes, supridas do alimento físico, não devem os obreiros se esquecer de que eles próprios, e aqueles a quem servem, necessitam ser constantemente alimentados com o pão do Céu. Devem estar sempre atentos às oportunidades para falar da verdade aos que não a conhecem. O cuidado dos auxiliares T7 117 3 Os gerentes de nossos restaurantes devem trabalhar em favor da salvação dos empregados. Não devem se sobrecarregar, pois assim fazendo, colocarão a si mesmos onde não terão vigor nem inclinação para auxiliar espiritualmente os obreiros. Devem eles empregar suas melhores energias para instruir seus empregados nas questões espirituais, explicando-lhes as Escrituras e orando com eles e por eles. Devem cuidar dos interesses religiosos de seus auxiliares tão cuidadosamente como os pais devem guardar os interesses religiosos de seus filhos. Paciente e ternamente devem tomar interesse pelos empregados, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para auxiliá-los no aperfeiçoamento do caráter cristão. Suas palavras devem ser semelhantes a maçãs de ouro em salvas de prata; devem suas ações estar isentas de todo traço de egoísmo e aspereza. Cumpre-lhes permanecer como um soldado, cuidando das pessoas como quem deve delas dar conta. Importa que se esforcem para manter seus auxiliares animados e bem dispostos, de tal forma que sua coragem se torne cada vez mais forte e sua fé em Deus cresça constantemente. T7 118 1 A menos que nossos restaurantes sejam dirigidos dessa maneira, será necessário prevenir nosso povo contra enviar seus filhos a eles como obreiros. Muitos dos que freqüentam nossos restaurantes não trazem consigo os anjos de Deus; nem desejam o companheirismo desses seres santos. Acompanha-os uma influência mundana, e para resistirem a essa influência precisam os obreiros estar intimamente ligados a Deus. Devem os gerentes de nossos restaurantes fazer mais para salvar os jovens em seus empregos. Têm eles de empenhar os maiores esforços para conservá-los vivos espiritualmente, de maneira que sua mente jovem não seja influenciada pelo espírito mundano com o qual entram constantemente em contato. As meninas e as jovens de nossos restaurantes necessitam de um pastor. Cada uma delas necessita ser protegida pelas influências do lar. T7 118 2 Há perigo de que os jovens, que entram como crentes em nossas instituições e que desejam auxiliar na causa de Deus, fiquem exaustos e desanimados, perdendo o zelo e a coragem, e se tornem frios e indiferentes. Não podemos apinhar esses jovens em quartos pequenos e escuros, privá-los dos privilégios da vida do lar, e depois esperar que tenham uma experiência religiosa sadia. T7 118 3 Importa que sejam elaborados planos sábios para o cuidado dos auxiliares em todas as nossas instituições, principalmente para os que estão empregados em nossos restaurantes. Devem ser conseguidos bons auxiliares, e providas todas as vantagens que os ajudem a crescer na graça e conhecimento de Cristo. Não devem eles ser deixados ao benefício de circunstâncias ocasionais, sem disporem de tempo regular para orar e se dedicarem ao estudo da Bíblia. Quando assim deixados, tornam-se desatentos e sem cuidado, indiferentes às realidades eternas. T7 118 4 Devem estar ligados a cada restaurante um homem e sua esposa que possam agir como guardiães dos auxiliares -- um homem e uma mulher que amem o Salvador e as almas por quem Ele morreu, e que observem o caminho do Senhor. T7 119 1 As jovens devem estar sob o cuidado de uma preceptora sábia e judiciosa -- uma mulher inteiramente convertida, que proteja cuidadosamente as obreiras, especialmente as mais jovens. T7 119 2 Os obreiros devem sentir que têm um lar. São eles a mão auxiliadora de Deus, e devem ser tratados tão cuidadosa e ternamente como Cristo declarou que a criancinha a quem Ele pôs no meio dos Seus discípulos devia ser tratada. "Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em Mim", disse Ele, "melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar." "Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, por que Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus." Mateus 18:6, 10. O cuidado que se deve dispensar a esses empregados é uma das razões para que haja em uma grande cidade vários restaurantes pequenos em lugar de um restaurante grande. Essa, porém, não é a única razão por que será melhor estabelecer vários restaurantes pequenos em diferentes partes de nossas grandes cidades. Os restaurantes menores recomendarão os princípios da reforma de saúde tanto quanto os estabelecimentos maiores, e serão muito mais fáceis de dirigir. Não somos comissionados a alimentar o mundo, mas somos instruídos a ensinar o povo. Nos restaurantes menores não haverá tanto trabalho para fazer, e os auxiliares terão mais tempo para consagrar ao estudo da Palavra, mais tempo para aprenderem a fazer o trabalho corretamente, e mais tempo para responderem às perguntas dos clientes que estão desejosos de saber a respeito dos princípios da reforma de saúde. T7 120 1 Se cumprirmos o propósito de Deus nessa obra, a justiça de Cristo irá à nossa frente, e a glória do Senhor será a nossa retaguarda. Se, porém, não houver uma colheita de almas; se os auxiliares não forem, eles próprios, beneficiados; se não estiverem glorificando a Deus por palavra e atos, por que devemos abrir e manter tais estabelecimentos? Se não podemos dirigir nossos restaurantes para glória de Deus; se não podemos exercer por meio deles uma forte influência religiosa, será preferível fechá-los e utilizar os talentos de nossos jovens em outros ramos da obra. Nossos restaurantes, entretanto, podem ser tão bem dirigidos que constituam um meio de salvar almas. Que peçamos fervorosamente ao Senhor humildade de coração, para que Ele possa nos ensinar a andar na luz do Seu conselho, a compreender Sua Palavra, aceitá-la e a pô-la em prática. T7 120 2 Há o perigo de que nossos restaurantes sejam dirigidos de tal maneira que nossos auxiliares trabalhem arduamente dia após dia e semana após semana, e ainda não sejam capazes de apontar qualquer boa realização. Esse assunto necessita de cuidadosa consideração. Não temos o direito de comprometer nossos jovens em obra que não produz algum fruto para a glória de Deus. T7 120 3 Embora considerado como um meio maravilhosamente bem-sucedido de fazer o bem, existe o perigo de que o trabalho de restaurante seja dirigido de tal maneira que promova apenas o bem-estar físico daqueles aos quais serve. Uma obra pode aparentemente levar as características da suprema excelência; ela, porém, não é boa aos olhos de Deus, a menos que esteja possuída de um desejo ardente de fazer Sua vontade e cumprir Seu propósito. Se Deus não for reconhecido como o autor e consumador de nossos atos, eles serão pesados nas balanças do santuário, e achados em falta. Fechando os restaurantes aos Sábados T7 121 1 Alguém fez a pergunta: "Deverão os nossos restaurantes funcionar aos sábados?" Minha resposta é: Não, não! A observância do sábado é o nosso testemunho em prol de Deus -- a marca, o sinal, entre Ele e nós de que somos o Seu povo. Essa marca nunca deverá ser apagada. T7 121 2 Caso os nossos obreiros fornecessem refeições em nossos restaurantes, justamente como o fazem durante toda a semana, a todas as pessoas que ali comparecessem, onde estaria o seu dia de repouso? Que oportunidade teriam de refazer as forças físicas e espirituais? T7 121 3 Não faz muito tempo, foi-me concedido esclarecimento especial sobre esse assunto. Foi-me mostrado que seriam feitos esforços para demolir a nossa norma da observância do sábado; que os homens pediriam que os nossos restaurantes fossem abertos aos sábados; porém que isso nunca deveria ser feito. T7 121 4 Tive a visão de uma cena. Era sexta-feira, em nosso restaurante de São Francisco. Vários obreiros estavam ocupados com o empacotamento de alimentos que poderiam ser com facilidade levados para casa pelas pessoas; e algumas delas estavam esperando que o pacote lhes fosse entregue. Perguntei o que significava aquilo, e os obreiros me disseram que alguns dos seus clientes estavam perplexos porque, pelo fechamento do restaurante, não lhes era possível, no sábado, conseguirem o mesmo tipo de alimento com que estavam acostumados durante a semana. Reconhecendo o valor dos alimentos saudáveis que obtinham no restaurante, haviam protestado contra a privação que sofriam no sétimo dia, e pedido aos dirigentes do restaurante que o mantivessem aberto cada dia da semana, apontando-lhes o que iriam sofrer se isso não fosse feito. "O que a senhora está vendo hoje", disseram os obreiros, "é a nossa resposta a esse pedido de alimentos saudáveis para o sábado. Essas pessoas levam, na sexta-feira, alimento que lhes dura até ao sábado, e dessa forma evitamos condenação pela recusa de abrir o restaurante aos sábados." T7 122 1 A fronteira de demarcação entre o nosso povo e o mundo deve sempre ser mantida inquestionavelmente clara. A nossa plataforma é a lei de Deus, em que nos é mandado que observemos o sábado; pois, como está claramente mencionado no capítulo trinta e um de Êxodo, a observância do sábado é um sinal entre Deus e o Seu povo. "Certamente guardareis Meus sábados", declara Ele, "porquanto isso é um sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica... Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-Se." Êxodo 31:13, 17. T7 122 2 Devemos atender a um "assim diz o Senhor", muito embora pela nossa obediência causemos certa inconveniência aos que não manifestam respeito pelo sábado. Por um lado, temos as supostas necessidades do homem; por outro, os mandamentos de Deus. Qual merece mais consideração? T7 122 3 Em nossos sanatórios, os pacientes, juntamente com os médicos, enfermeiros e funcionários, devem ser alimentados no sábado, como qualquer família, com o mínimo trabalho possível. Nossos restaurantes, porém, não deverão funcionar no dia do sábado. Seja esse dia concedido aos obreiros para o culto a Deus. As portas fechadas no sábado assinalam o restaurante como um memorial de Deus, memorial que declara que o sétimo dia é o sábado, e que nele não deve ser feito trabalho algum desnecessário. T7 122 4 Foi-me instruído que um dos motivos principais da instalação de restaurantes que sirvam alimento saudável e salas de tratamentos no centro das grandes cidades é que, por esse meio, a atenção das pessoas influentes será atraída para a terceira mensagem angélica. Ao notarem que esses restaurantes são dirigidos de maneira inteiramente diversa dos restaurantes comuns, os homens inteligentes irão verificar as razões para a diferença nos métodos comerciais, e pesquisarão os princípios que nos induzem a servir alimento melhor. Serão, assim, levados ao conhecimento da mensagem para este tempo. T7 123 1 Ao verificarem os homens pensantes que os nossos restaurantes permanecem fechados no sábado, inquirirão acerca dos princípios que nos levam a cerrar as portas nesse dia. Ao responder-lhes às perguntas, teremos a oportunidade de familiarizá-los com as razões da nossa fé. Poderemos fornecer-lhes exemplares das nossas revistas e folhetos, a fim de que compreendam a diferença existente entre "o que serve a Deus e o que O não serve". Malaquias 3:18. T7 123 2 Nem todos quantos pertencem ao nosso povo são tão escrupulosos no tocante a observância do sábado quanto deveriam sê-lo. Ajude-os Deus a reformarem-se. Convém ao chefe de cada família assentar os pés firmemente na plataforma da obediência. ------------------------Capítulo 25 -- Alimentos saudáveis T7 124 1 No decorrer da noite passada, muitas coisas me foram reveladas. A preparação e venda de alimentos saudáveis requererá atenta consideração, acompanhada de oração. T7 124 2 Há em muitos lugares pessoas a quem o Senhor por certo concederá o conhecimento da preparação de alimentos saudáveis e apetitosos, se Ele vir que irão usar esse conhecimento da maneira correta. Os animais estão se tornando mais e mais enfermos, e não demorará muito até que o alimento cárneo tenha que ser abandonado por muitos, além dos adventistas do sétimo dia. Devem ser preparados alimentos saudáveis e nutritivos, para que os homens e mulheres não tenham que comer carne. T7 124 3 O Senhor ensinará a muitos, em toda parte do mundo, a combinar frutas, cereais e verduras numa alimentação que sustenha a vida e não produza doença. Os que nunca viram as receitas dos alimentos saudáveis que agora há a venda, procederão inteligentemente experimentando os alimentos que a terra produz, e ganharão entendimento em relação ao uso desses produtos. O Senhor lhes mostrará o que fazer. Aquele que concede habilidade e sabedoria ao Seu povo numa parte do mundo, concederá habilidade e sabedoria ao Seu povo noutras partes do mundo. É Seu desígnio que as preciosidades alimentares de cada país sejam preparadas de forma tal que possam ser usadas nos países a que se destinam. Assim como Deus forneceu do Céu o maná para o sustento dos filhos de Israel, também dará ao Seu povo, em diferentes lugares, habilidade e sabedoria para usarem os produtos desses países no preparo de alimentos que substituam a carne. Esses alimentos deverão ser feitos nos diferentes países; o seu transporte de um país para outro os torna tão dispendiosos que os pobres não podem adquiri-los. Jamais se deverá depender dos Estados Unidos para o fornecimento de alimentos saudáveis a outros países. Grande dificuldade haverá para lidar com os artigos importados sem perdas financeiras. T7 125 1 Todos os que lidam com alimentos saudáveis devem trabalhar sem egoísmo em benefício dos seus semelhantes. A menos que os homens permitam que o Senhor lhes guie a mente, surgirão dificuldades incontáveis ao serem esses diversos indivíduos empregados nesta obra. Ao conceder o Senhor habilidade e entendimento a alguém, deve essa pessoa lembrar-se de que sua sabedoria não lhe foi dada unicamente para o seu benefício, senão para que com ela possa auxiliar outros. T7 125 2 Homem algum deve pensar que possui todo o conhecimento relativo à preparação de alimentos saudáveis, e que apenas ele tem o direito de utilizar os tesouros do Senhor da terra e de árvores nesta obra. Homem nenhum deve sentir-se livre para usar segundo a sua vontade o conhecimento que lhe foi outorgado por Deus. "De graça recebestes, de graça dai." Mateus 10:8. T7 125 3 Compete-nos ser sábios no preparo de alimentos saudáveis, simples e baratos. Muitos dentre o nosso povo são pobres, e devem ser produzidos alimentos saudáveis que possam ser supridos a preços que estejam ao seu alcance. É desígnio do Senhor que as pessoas mais pobres de cada lugar sejam supridas de alimentos saudáveis e baratos. Em muitos lugares deverão ser instaladas indústrias para a preparação desses alimentos. O que constitui bênção para a obra num lugar, também será noutro, onde é mais difícil de ganhar o dinheiro. T7 125 4 Deus está atuando em favor de Seu povo. Ele não quer que fiquem sem recursos. Está reconduzindo-os ao regime alimentar fornecido originalmente ao homem. Esse regime deve consistir em alimentos feitos com produtos que Ele proveu. Os produtos principais usados na preparação desses alimentos serão frutas, cereais e oleaginosos, mas várias raízes também serão usadas. T7 126 1 Os lucros obtidos com esses alimentos deverão provir em grande parte do mundo, e não do povo do Senhor. O povo de Deus tem que sustentar a Sua obra; penetrar em novos campos e instalar igrejas. Sobre eles recai a responsabilidade de muitos empreendimentos missionários. Nenhuma obrigação desnecessária deverá sobre eles pesar. Para o Seu povo, Deus é um socorro presente em todo tempo de necessidade. T7 126 2 Grande cuidado deve ser exercido pelos que preparam receitas para as nossas revistas de saúde. Alguns dos alimentos especiais que são agora preparados podem ser melhorados, e os nossos planos referentes ao seu uso podem ser alterados. Algumas pessoas têm abusado dos pratos que contêm frutos oleaginosos. Algumas me têm escrito, dizendo: "Não podemos usar alimentos que contenham frutos oleaginosos; que deverei usar em substituição da carne?" Uma noite me pareceu estar perante um grupo de pessoas, dizendo-lhes que as nozes são por elas usadas em quantidade demasiada no preparo dos alimentos; que o organismo não as pode suportar quando usadas na quantidade em que aparecem em certas receitas apresentadas; e que, se fossem usadas em menor quantidade, os resultados seriam mais satisfatórios. T7 126 3 O Senhor quer que os que vivem em países onde é possível obterem-se frutas frescas em grande parte do ano, se compenetrem da bênção que há nessas frutas. Quanto maior for o uso que fizermos de frutas frescas, tais como são apanhadas da árvore, maior será a bênção. T7 126 4 Algumas pessoas, depois de adotarem o regime vegetariano, voltam ao uso da alimentação cárnea. Isso é grande insensatez, e revela a falta de conhecimento da maneira de prover o alimento que substitui a carne. T7 126 5 Escolas de culinária, dirigidas por instrutores hábeis, deverão ser instaladas nos Estados Unidos e noutras terras. Tudo quanto nos for possível fazer, deve ser feito, para mostrar ao povo o valor da reforma do regime alimentar. ------------------------Capítulo 26 -- Fabricação de alimentos saudáveis T7 127 1 Na noite passada, parecia-me que estava falando ao nosso povo, dizendo-lhe que, como adventistas do sétimo dia, devem cultivar o amor, a paciência e a verdadeira cortesia. Se os líderes aprenderem de Jesus, serão fortalecidos. O povo de Deus deve lutar para alcançar a mais alta norma de excelência. Especialmente os que são médicos-missionários devem manifestar, no espírito, na palavra e no caráter, estarem seguindo a Cristo Jesus, o Modelo divino nos esforços médico-missionários. T7 127 2 O meu maior desejo é que a obra seja desenvolvida em harmonia com a vontade de Deus. Vejo grandes dificuldades para o nosso povo, pelo modo como as coisas agora estão sendo feitas, e especialmente em relação ao comércio de alimentação saudável. Ao progredirmos nesse setor vamos encontrar muitos problemas difíceis, criados pelas próprias pessoas. Ofertas intrigantes de desonestidade. T7 127 3 Com grande habilidade e diligentes esforços, o Dr. Kellogg e seus associados, prepararam uma linha especial de alimentos saudáveis. Seu principal objetivo é beneficiar a humanidade, e Deus está abençoando esses esforços. Se eles seguirem o conselho de Deus, se andarem no exemplo de Cristo, continuarão progredindo, porque Deus dá condições e entendimento àqueles que desprendidamente O buscam. Em muitos aspectos, é possível fazer aperfeiçoamentos nos artigos alimentícios saudáveis que saem de nossas fábricas. O Senhor ensinará Seus servos a fabricarem preparações alimentícias mais simples e menos caras. Muitos há a quem Ele vai ensinar nesse sentido, se andarem segundo Seu conselho e em harmonia com seus irmãos. Aos irmãos em todos os países T7 128 1 Fui instruída pelo Senhor a dizer que Ele não confiou a umas poucas pessoas toda a luz que deve ser recebida a respeito do melhor preparo de alimentos saudáveis. Ele dará a muitas pessoas, em diferentes lugares, tato e capacidade para habilitá-los a prepararem alimentos sadios e próprios para os países em que vivem. T7 128 2 Deus é o autor de toda sabedoria, de toda inteligência, de todo talento. Ele engrandecerá o Seu nome dando a muitas mentes sabedoria no preparo de alimentos saudáveis. E ao fazer Ele isso, a fabricação desses novos alimentos não deve ser considerada como infração contra os direitos dos que já são fabricantes de alimentos saudáveis, embora em alguns sentidos os alimentos elaborados pelos diversos fabricantes sejam semelhantes. Deus usa homens comuns e lhes dá habilidade e entendimento no uso do fruto da terra. Ele contempla imparcialmente Seus obreiros. Ninguém é esquecido por Ele. Impressiona homens de negócio que guardam o sábado a estabelecerem indústrias que provejam emprego para Seu povo. Ensina Seus servos a prepararem alimentos saudáveis menos dispendiosos, que possam ser comprados pelos pobres. T7 128 3 Em todos os nossos planos devemos lembrar-nos de que a obra de alimentação saudável é propriedade de Deus, e que não deve tornar-se uma especulação financeira para lucro pessoal. É um dom de Deus a Seu povo, e os lucros devem ser usados em benefício da humanidade sofredora em todo mundo. T7 128 4 Especialmente no sul dos Estados Unidos, muitas coisas serão inventadas e proporcionadas muitas oportunidades para que os pobres e os necessitados possam ser mantidos pelas indústrias de alimentos saudáveis. Sob a orientação de professores que estejam trabalhando pela sua salvação, serão eles ensinados a cultivar e preparar para alimentação aquilo que cresce mais rapidamente em sua região. Um procedimento condenável T7 129 1 Alguns dos nossos irmãos fizeram um trabalho que causou grande prejuízo à causa. O conhecimento dos métodos de produção de alimento saudável, que Deus concedeu ao Seu povo como meio de auxiliar na manutenção da Sua causa, esses homens os revelaram a negociantes mundanos, que os estão utilizando para a obtenção de lucro pessoal. Venderam os bens divinos em troca de lucro pessoal. Os que assim revelaram os segredos de que eram possuidores, relacionados com a preparação de alimentos saudáveis, traíram um legado divino. Ao verem o resultado dessa traição, alguns lamentarão amargamente o não haverem deixado sua própria orientação e esperado que o Senhor guiasse os Seus servos e executasse os Seus próprios planos. Alguns dos que se apossam desses segredos planejarão embaraçar o departamento de alimentação do nosso sanatório e, por meio da falsidade enganarão os que o dirigem, prejudicando-os. T7 129 2 O negócio dos alimentos saudáveis não deve ser tomado por empréstimo ou ser furtado dos que, na sua gerência, se empenham por fomentar e fazer avançar a causa de Deus. O Dr. Kellogg, juntamente com seus auxiliares, despenderam uma grande soma de recursos, estudando o processo da preparação de alimentos especiais e providenciando instalações dispendiosas para sua manufatura. Esse trabalho consumiu um enorme tempo precioso; porque tiveram que fazer muitas experiências. Aqueles que assim trabalharam e investiram seus recursos, têm o direito de usufruir dos seus resultados. Como mordomo do Senhor, o Dr. Kellogg deve ter permissão para obter uma entrada razoável desses produtos especiais que, pela bênção de Deus, habilmente produziu, a fim de que tenha meios para fazer avançar a causa de Deus, quando houver necessidade. Ninguém, que conheça os segredos da composição deve preparar esses alimentos especiais e vendê-los para obter lucros pessoais. Não devem dar a impressão que estão trabalhando em harmonia com aqueles que foram pioneiros na preparação desses alimentos para venda, quando na realidade não estão. Ninguém está autorizado a se empenhar na fabricação desses alimentos com qualquer propósito egoísta. Cheguemos todos para mais perto do Senhor e, com coração humilde, procuremos glorificá-Lo em cada ação. T7 130 1 Tenho uma admoestação para os que possuem conhecimento dos métodos de produção dos alimentos saudáveis especiais, elaborados em nossas fábricas. Não devem eles usar o seu conhecimento com propósitos egoístas, ou de maneira a desonrar a causa. Tampouco devem divulgar esse conhecimento. Tomem as igrejas a seu cargo esse assunto e mostrem a esses irmãos que semelhante procedimento é uma traição de confiança, que trará descrédito sobre a causa. T7 130 2 Aqueles que estiveram ou estão trabalhando na preparação de alimentos especiais, criados pelo Dr. Kellogg, ou qualquer outro pioneiro nesse setor, não devem revelar os segredos de sua fabricação, pois estarão defraudando a causa daquilo que deveria ser usado para o seu desenvolvimento. Rogo, meus irmãos, que sejam absolutamente honestos. Não coloquem informações nas mãos de quem, por falta de consciência sobre a reforma de saúde, pode colocar artigos impuros no mercado como se fossem alimentos saudáveis. T7 130 3 Fiquem do lado da justiça em todas as suas transações; e ninguém estará em desvantagem diante de Deus ou dos homens. Não participem de qualquer prática desonesta. Aqueles que manufaturam alimentos saudáveis para o sanatório, tirando benefício próprio, estão usando de uma liberdade que não é correta. Estão causando grande confusão. Alguns estão produzindo e vendendo alimentos dizendo que são saudáveis, no entanto, contendo ingredientes inadequados. Os alimentos, às vezes, têm qualidade tão inferior que os que os comercializam dão mau testemunho da obra, porque os que compram supõem que todos alimentos saudáveis são semelhantes. T7 131 1 Ninguém tem o direito de tirar vantagens de um negócio que foi desenvolvido, pensando nos alimentos saudáveis do sanatório. Aqueles que desejam preparar os alimentos inventados com grandes despesas pelo Dr. Kellogg, deveriam, primeiro, entrar em contato com ele, ou outros que trabalham em conjunto com ele, e aprenderem os métodos de processar esses alimentos. Aquele que entra egoistamente nesse negócio, dando a impressão aos seus fregueses de que os lucros de suas vendas são usados para empreendimentos benevolentes, quando, na realidade, são usados para interesses particulares, está debaixo do desagrado de Deus. Pouco a pouco seu negócio vai caindo, e acaba numa situação em que seus irmãos terão que comprá-lo para salvar a causa de uma desgraça. T7 131 2 O Senhor fica grandemente descontente quando Sua obra é desonrada por aqueles que nela se empenham de maneira egoísta. Ele quer que cada parte de Sua obra esteja em harmonia com o todo. T7 131 3 O Senhor quer que Seu povo se coloque muito acima de qualquer interesse pessoal. Quer que vença as tentações que surgem. Convida para a comunhão dos santos. Deseja que seus obreiros estejam sob Sua supervisão. Ele plana e dá polimento no material para o Seu templo, prepara cada peça, fixando-a uma a outra, para que o edifício seja perfeito e inteiro, não precisando de mais nada. T7 131 4 O Céu deve começar aqui na Terra. Quando o povo do Senhor demonstrar mansidão e benignidade, compreenderá que Sua bandeira sobre eles é o amor, e Seu fruto lhes será grato ao paladar. Será formado aqui embaixo um Céu no qual se prepararão para o Céu em cima. ------------------------Capítulo 27 -- Educar o povo T7 132 1 Onde quer que a verdade seja proclamada, deve ser ministrada instrução quanto ao preparo de alimentos saudáveis. Deus quer que em todo lugar o povo seja ensinado a usar criteriosamente os produtos que podem ser encontrados com facilidade. Instrutores bem preparados devem mostrar ao povo a utilização, para seu maior proveito, dos produtos que podem produzir ou conseguir na sua região do país. Assim, tanto os pobres como os que estão em melhores condições, poderão aprender a viver com boa saúde. T7 132 2 Desde o início da obra da reforma do regime alimentar, consideramos necessário instruir, instruir, instruir. Deus quer que prossigamos nessa obra de educar o povo. Não devemos dela nos descuidar pelo temor dos efeitos que poderá ter sobre a venda dos produtos alimentares preparados em nossas fábricas. Não é esse o assunto de maior importância. Nossa obra é mostrar ao povo como conseguir e preparar o alimento mais saudável, e como as pessoas poderão cooperar com Deus na restauração da sua imagem moral. T7 132 3 Nossos obreiros devem exercer sua habilidade no preparo de alimentos saudáveis. Ninguém deve espreitar os segredos do Dr. Kellogg; todos, porém, devem saber que o Senhor está ensinando muitas mentes em muitos lugares a preparar alimentos saudáveis. Muitos produtos há que, se preparados e combinados de maneira conveniente, podem ser transformados em alimentos que serão uma bênção para os que não podem comprar os alimentos saudáveis mais caros e preparados de maneira especial. Aquele que, na construção do tabernáculo, deu habilidade e entendimento em todo tipo de obra de arte, dará habilidade e entendimento ao Seu povo na combinação de produtos alimentares naturais, mostrando-lhes dessa forma como conseguir um regime alimentar saudável. T7 133 1 O conhecimento com respeito ao preparo de alimentos saudáveis é propriedade de Deus, e foi comunicado ao homem, a fim de que ele possa transmiti-lo aos seus semelhantes. Ao dizer isso, não me refiro ao preparo especial feito pelo Dr. Kellogg e outros que estudaram durante muito tempo e gastaram muito para se aperfeiçoar. Refiro-me especialmente ao preparo simples que todos podem obter para si mesmos, a instrução com respeito à qual se deve falar livremente aos que desejam viver com saúde, e especialmente aos pobres. T7 133 2 É desígnio divino que em toda parte homens e mulheres sejam animados a desenvolver seus talentos no preparo de alimentos saudáveis a partir dos produtos naturais, oriundos da sua própria região. Se recorrerem a Deus, utilizando seus dons e habilidades sob a direção do Seu Espírito, aprenderão a transformar em alimentos saudáveis os produtos naturais. Conseguirão, dessa forma, ensinar os pobres a proverem-se de alimentos que substituirão a alimentação cárnea. Os que assim forem auxiliados, poderão por sua vez instruir outros. Semelhante trabalho será, ainda, feito com zelo e energia consagrados. Caso houvesse sido feito anteriormente, haveria hoje muito mais pessoas na verdade, e muitas outras que poderiam repartir as instruções. Aprendamos qual é o nosso dever, e depois vamos colocá-lo em prática. Não devemos ser dependentes e incapacitados, esperando pelos outros para realizar o trabalho que Deus nos confiou. T7 133 3 No uso dos alimentos devemos exercer discernimento e bom senso. Ao percebermos que certo alimento não nos convém, não precisamos escrever cartas de consulta para aprender a causa do distúrbio. Mudemos a dieta; usemos menor quantidade de alguns alimentos; experimentemos outras preparações. Logo saberemos o efeito que sobre nós tem certas combinações. Como seres inteligentes, estudemos individualmente os princípios e usemos a nossa experiência e discernimento para decidir quanto a que alimentos mais nos convêm. T7 134 1 Os alimentos usados devem adaptar-se às nossas ocupações e ao clima em que vivemos. Alguns alimentos convenientes num país não o serão noutro. T7 134 2 Algumas pessoas serão mais beneficiadas deixando de comer durante um ou dois dias na semana, do que com qualquer quantidade de tratamentos ou orientação médica. O jejum de um dia na semana lhes seria de proveito incalculável. T7 134 3 Foi-me instruído que o alimento composto de frutos oleaginosos é muitas vezes usado sem critério, que é usado em quantidade demasiada, e que alguns deles não são tão saudáveis quanto outros. A amêndoa é preferível ao amendoim; mas este, em pequena quantidade, pode ser usado juntamente com cereais para formar um alimento nutritivo e de boa digestão. T7 134 4 As azeitonas podem ser preparadas de modo tal que sejam comidas com bons resultados em cada refeição. O proveito desejado com o uso da manteiga pode ser obtido substituindo-a por azeitonas devidamente preparadas. O óleo das azeitonas corrige a constipação, e para os tuberculosos e os que sofrem de inflamação e irritação do estômago, ele é melhor do que qualquer medicamento. Como alimento, é melhor do que qualquer gordura de segunda mão, de origem animal. T7 134 5 Seria conveniente cozinhar menos e comer mais frutas em estado natural. Ensinemos o povo a comer abundantemente uvas, maçãs, pêssegos, pêras, amoras e toda outra espécie de frutas que seja possível conseguir. Sejam elas preparadas e conservadas para uso no inverno, usando-se quanto possível vidros, em vez de latas. T7 134 6 No tocante ao alimento cárneo, devemos instruir o povo a nele não tocar. Seu uso é prejudicial ao melhor desenvolvimento das faculdades físicas, mentais e morais. Devemos fazer campanha decidida contra o uso do chá e do café. Convém, também, abster-se das sobremesas complicadas. Leite, ovos e manteiga não devem ser classificados como alimento cárneo. Nalguns casos o uso de ovos é proveitoso. Não chegou ainda o tempo de dizer que deva ser inteiramente abandonado o uso de leite e ovos. Famílias pobres existem, cuja alimentação consiste grandemente em pão e leite. Usam pouca fruta, e não podem comprar alimentos como as nozes. No ensino da reforma do regime alimentar, como em todo outro ramo do evangelho, devemos considerar as pessoas em sua real situação. Até que possamos ensiná-las a preparar alimento saudável que seja apetitoso, nutritivo e, ao mesmo tempo, econômico, não temos a liberdade de apresentar-lhes as sugestões mais avançadas referentes à reforma alimentar. T7 135 1 Seja progressiva a reforma alimentar. Sejam as pessoas ensinadas a preparar o alimento sem o uso de leite ou manteiga. Diga-lhes que logo virá o tempo em que não haverá segurança no uso de ovos, leite, nata ou manteiga, por motivo de as doenças nos animais estarem aumentando na mesma proporção do aumento da impiedade entre os homens. Aproxima-se o tempo em que, por motivo da iniqüidade da raça caída, toda criação animal gemerá com as doenças que amaldiçoam a Terra. T7 135 2 Deus concederá ao Seu povo habilidade e tato para preparar alimento saudável sem o uso dessas coisas. Rejeite o nosso povo toda receita não saudável. Aprendam a viver de maneira adequada, ensinando a outros o que aprenderam. Partilhem esse conhecimento como o fariam com a instrução bíblica. Ensinem às pessoas a, evitando a grande quantidade de cozimentos que têm enchido o mundo de inválidos crônicos, preservarem a saúde e o vigor. Por preceito e exemplo, esclareçam que o alimento que Deus deu a Adão em seu estado isento de pecado é o melhor para o uso do homem, ao buscar ele reaver esse estado de pureza. T7 136 1 Os que ensinam os princípios da reforma de saúde devem ser entendidos quanto às doenças e suas causas, compreendendo que cada ato do ser humano deve estar em perfeita harmonia com as leis da vida. A luz dada por Deus, sobre a reforma de saúde, é para nossa salvação e salvação do mundo. Homens e mulheres devem ser informados quanto ao corpo humano preparado por nosso Criador como o lugar de Sua morada, e do qual Ele deseja que sejamos fiéis mordomos. "Por que vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo." 2 Coríntios 6:16. T7 136 2 Devemos manter os princípios da reforma da saúde, e deixar que o Senhor guie os sinceros de coração. Apresentemos os princípios de temperança em sua forma mais atrativa. Disseminemos os livros que dão instrução a respeito do viver sadio. T7 136 3 As pessoas encontram-se em extrema necessidade da luz que brilha das páginas de nossos livros e revistas sobre saúde. Deus deseja usar esses livros e revistas como meios através dos quais raios de luz atraiam a atenção das pessoas e as leve a atender à advertência da mensagem do terceiro anjo. As revistas de saúde são instrumentos para realizar no campo uma obra especial na disseminação da luz que os habitantes do mundo devem possuir neste dia de preparo de Deus. Exercem elas uma indizível influência no interesse da reforma de saúde, da temperança e pureza social, e realizam um grande benefício ao apresentarem às pessoas esses assuntos de maneira apropriada e no seu verdadeiro sentido. T7 136 4 O Senhor tem estado a enviar-nos regra sobre regra, e, se rejeitarmos esses princípios, não estaremos rejeitando o mensageiro que os ensina, mas Àquele que nos deu esses princípios. T7 137 1 Reforma, uma contínua reforma precisa ser mantida perante o povo, e por meio do nosso exemplo devemos confirmar nosso ensino. A verdadeira religião e as leis da saúde andam de mãos dadas. É impossível trabalhar em prol da salvação de homens e mulheres sem apresentar-lhes a necessidade do afastamento dos prazeres pecaminosos, que destroem a saúde, afetam o espírito e impedem a verdade divina de impressionar a mente. Homens e mulheres precisam ser ensinados a vigiarem atentamente todo hábito e prática, e imediatamente evitarem as coisas que produzem estado insalubre do organismo e conseqüente sombra escura sobre a mente. Deus quer que os Seus representantes vivam continuamente de acordo com uma norma elevada. Por preceito e exemplo, devem sustentar esse padrão perfeito, acima da falsa norma de Satanás que, se for seguida, produzirá miséria, degradação, doença e morte, tanto agora como a morte eterna. Os que alcançaram conhecimento acerca da maneira de comer, beber e vestir para a preservação da saúde, partilhem com outros esse conhecimento. Levem aos pobres o evangelho da saúde, de modo prático, para que saibam cuidar devidamente do corpo, que é o templo do Espírito Santo. T7 137 2 "Arvorai bandeira aos povos. ... Dizei à filha de Sião" Eis que vem o teu Salvador, e diante dele o seu galardão." Isaías 62:10, 11. ------------------------Capítulo 28 -- O propósito de Deus para as casas publicadoras T7 138 1 Dar testemunho da verdade T7 138 2 "Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor", para "proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus." Isaías 61:2. T7 138 3 Nossa obra de publicações foi estabelecida por direção de Deus e sob a Sua especial supervisão. Teve por desígnio o preenchimento de um propósito definido. Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos por Deus como um povo peculiar, separado do mundo. Com a grande talhadeira da verdade Ele os cortou da pedreira do mundo, e os ligou a Si. Tornou-os representantes Seus, e os chamou para serem embaixadores Seus na obra final de salvação. O maior tesouro da verdade já confiado a mortais, as mais solenes e terríveis advertências que Deus já enviou aos homens, foram confiadas a este povo, a fim de serem transmitidas ao mundo; e na realização dessa obra nossas casas publicadoras se encontram entre os mais eficientes instrumentos. T7 138 4 Essas instituições devem ser testemunhas de Deus, mestres de justiça para o povo. Delas deve irradiar luz, como de uma lâmpada incandescente. Como grande luz num farol ou numa costa perigosa, devem emitir constantemente raios de luz que penetrem as trevas do mundo, para advertir os homens dos perigos que ameaçam destruí-los. T7 139 1 As publicações expedidas de nossas editoras devem preparar um povo para encontrar-se com Deus. Através de todo o mundo, devem elas fazer a mesma obra feita por João Batista em relação à nação judaica. Mediante comovedoras mensagens de advertência, o profeta de Deus despertou das fantasias mundanas os homens. Por meio dele, o Israel apostatado foi chamado por Deus ao arrependimento. Por suas apresentações da verdade expunha ele os enganos populares. Em contraste com as falsas teorias de seu tempo, a verdade contida em seus ensinos se destacava como uma certeza eterna. "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus", era a mensagem de João. Mateus 3:2. Essa mesma mensagem, por meio de publicações de nossas casas editoras, deve ser proclamada ao mundo hoje. T7 139 2 A profecia cumprida pela missão de João, esboça a nossa obra: "Preparai o caminho do Senhor, endireitei as Suas veredas." Mateus 3:3. Assim como João preparou o caminho para o primeiro advento de Cristo, devemos nós prepará-lo para o segundo advento do Salvador. Nossos estabelecimentos de publicações devem exaltar as reivindicações da desprezada lei de Deus. Enfrentando o mundo como reformadores, devem mostrar que a lei de Deus é a base de toda reforma duradoura. Em termos claros e distintos, devem apresentar a necessidade da obediência a todos os Seus mandamentos. Constrangidos pelo amor de Cristo, devem com Ele cooperar na edificação dos lugares antigamente assolados, levantando os fundamentos de muitas gerações. Devem ser reparadores das roturas, restauradores das veredas para morar. Por seu testemunho deve o sábado do quarto mandamento ser apresentado como uma testemunha: um constante memorial de Deus, para atrair a atenção e despertar perguntas que dirijam o espírito dos homens para seu Criador. T7 139 3 Não se pode esquecer jamais que essas instituições devem cooperar com o ministério dos representantes do Céu. Acham-se entre os agentes representados pelo anjo voando "pelo meio do Céu", que "tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo." Apocalipse 14:6, 7. T7 140 1 Deles deve partir a terrível denúncia: "Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição." Apocalipse 14:8. T7 140 2 São representados pelo terceiro anjo que se seguiu, "dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus". Apocalipse 14:9, 10. T7 140 3 É em grande parte por meio de nossas casas editoras que se há de efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra. T7 140 4 Solene é a responsabilidade que repousa sobre nossas casas publicadoras. Os que administram essas instituições, os que dirigem os periódicos e preparam os livros, achando-se, como se acham, à luz dos propósitos divinos e chamados para dar a advertência ao mundo, são tidos por Deus como responsáveis pela salvação de seus semelhantes. A eles, bem como aos ministros da Palavra, aplica-se a mensagem dada por Deus ao Seu profeta da antigüidade: "A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua impiedade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão." Ezequiel 33:7, 8. T7 141 1 Em tempo algum esta mensagem se aplicou com maior força do que hoje. Mais e mais o mundo despreza as reivindicações divinas. Os homens têm-se tornado ousados na transgressão. A maldade dos habitantes do mundo já quase encheu a medida da sua iniqüidade. A Terra já quase chegou ao ponto em que Deus há de permitir ao destruidor operar nela segundo sua vontade. A substituição da lei de Deus pelas dos homens, a exaltação, por autoridade meramente humana, do domingo, em lugar do sábado bíblico, é o derradeiro ato do drama. Quando essa substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Ele Se erguerá em Sua majestade para sacudir terrivelmente a Terra. Sairá de Seu lugar para punir os habitantes do mundo por sua iniqüidade, e a Terra descobrirá seu sangue, e não mais esconderá seus mortos. T7 141 2 O grande conflito que Satanás originou nas cortes celestiais logo, muito logo, há de ser para sempre decidido. Logo, todos os habitantes da Terra terão tomado partido, ou a favor ou contra o governo do Céu. Hoje, como nunca antes, Satanás está exercendo seu poder para iludir, desviar e destruir todos os incautos. Somos chamados a despertar o povo a fim de se preparar para os grandes acontecimentos que o aguardam. Temos que advertir os que se acham à beira da ruína. O povo de Deus deve pôr em ação todas as faculdades para combater as falsidades de Satanás e derrubar suas fortalezas. A todo ser humano, no vasto mundo, que dará ouvidos, devemos esclarecer os princípios que se acham em jogo no grande conflito, princípios de que depende o destino eterno das pessoas. Ao povo de longe e de perto devemos apresentar a questão: "Estão vocês seguindo o grande apóstata na desobediência à lei de Deus, ou o Filho de Deus, que declarou: 'Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai'?" João 15:10. T7 142 1 Essa é a obra que nos espera; para ela foram estabelecidas as nossas instituições; essa é a obra que Deus delas requer. Demonstrações de princípios cristãos T7 142 2 Devemos não somente publicar a teoria da verdade, mas também apresentar no caráter e vida uma ilustração prática da verdade. Nossos estabelecimentos de publicações devem estar perante o mundo como uma concretização dos princípios cristãos. Se nessas instituições se cumpre o propósito de Deus para com elas, o próprio Cristo Se encontra à testa dos obreiros. Santos anjos superintendem o trabalho em todas as seções. E tudo quanto é feito em qualquer ramo deve levar o selo da aprovação do Céu, para apresentar a excelência do caráter de Deus. T7 142 3 Deus ordenou que Sua obra seja apresentada ao mundo em molde santo, distinto. Quer Ele que Seu povo mostre por seu viver a vantagem do cristianismo sobre o mundanismo. Por Sua misericórdia foram tomadas todas as providências para que nós, em todas as transações comerciais, demonstremos a superioridade dos princípios celestiais sobre os do mundo. Devemos mostrar que trabalhamos segundo um plano mais elevado do que o dos mundanos. Em todas as coisas devemos manifestar pureza de caráter, mostrar que a verdade recebida e obedecida torna os recebedores filhos e filhas de Deus, filhos do Rei celestial e, como tais, são honestos em seu trato, fiéis, verdadeiros e sinceros, tanto nas coisas mínimas da vida como nas máximas. T7 142 4 Em toda a nossa obra, mesmo em ramos mais práticos, deseja Deus que apareça a perfeição de Seu caráter. A exatidão, habilidade, tato, sabedoria e perfeição que Ele exigiu na construção do tabernáculo terrestre, deseja que sejam aplicados a tudo quanto se faça em Seu serviço. Toda e qualquer transação efetuada por Seus servos deve ser pura e preciosa à Sua vista, como o foram o ouro, incenso e mirra que, com fé sincera e pura, os sábios do Oriente trouxeram ao menino Salvador. T7 143 1 Assim devem os seguidores de Cristo, em sua vida comercial, ser uma luz para o mundo. Deus não lhes pede que façam esforço para brilhar. Não aprova Ele nenhuma tentativa inspirada pela satisfação própria, para ostentar bondade superior. Deseja que sua vida se encha de princípios do Céu e, então, ao entrarem em contato com o mundo, revelarão a luz que neles há. Sua honestidade, sinceridade e firme fidelidade em todos os atos da vida serão um meio de disseminar a luz. T7 143 2 O reino de Deus não vem com ostentação exterior. Vem pela suave inspiração de Sua palavra, pela operação interior de Seu Espírito, pela comunhão da pessoa com Aquele que é a vida. A maior manifestação de Seu poder é vista no fato de a natureza humana ser elevada à perfeição do caráter de Cristo. T7 143 3 Uma aparência de fortuna ou elevada posição, construções ou mobiliário dispendiosos não são essenciais ao avanço da obra de Deus; tampouco o são as realizações que granjeiam o aplauso dos homens e servem à vaidade. A ostentação mundana, por imponente que seja, não tem valor algum perante Deus. T7 143 4 Embora seja nosso dever buscar a perfeição nas coisas exteriores, cumpre ter sempre em mente que esse objetivo não deve tornar-se supremo. Deve manter-se subordinado aos interesses mais elevados. Acima do visível e transitório, avalia Deus o invisível e eterno. O primeiro só tem valor quando expressa o último. As mais seletas produções de arte não possuem beleza que se possa comparar com a formosura de caráter, que é fruto da operação do Espírito Santo na pessoa. T7 143 5 Ao dar Deus Seu Filho ao mundo, dotou os seres humanos de riquezas imperecíveis -- riquezas que, em se comparando com elas os tesouros dos homens, acumulados desde o princípio do mundo, estes nada são. Cristo veio ao mundo e Se apresentou aos filhos dos homens com o amor acumulado na eternidade, e esse é o tesouro que, mediante nossa ligação a Ele, devemos receber, revelar e comunicar. T7 144 1 Nossas instituições imprimirão dignidade à obra de Deus justamente na medida da consagrada devoção dos obreiros -- revelando eles o poder da graça de Cristo para transformar a vida. Devemos ser diferentes do mundo porque Deus sobre nós colocou o Seu selo e porque manifesta em nós o Seu próprio caráter de amor. Nosso Redentor nos cobre com Sua justiça. T7 144 2 Ao escolher homens e mulheres para Seu serviço, Deus não indaga se possuem saber, eloquência ou riquezas mundanas. Pergunta: "Andam eles com tanta humildade, que Eu lhes possa ensinar os Meus caminhos? Posso pôr-lhes nos lábios as Minhas palavras? Representar-me-ão eles?" T7 144 3 Deus pode usar cada pessoa na proporção exata em que Lhe é possível colocar Seu Espírito no templo da alma. A obra que Ele aceita é aquela que reflete Sua imagem. Seus seguidores devem apresentar, como credenciais perante o mundo, as indeléveis características de Seus princípios imortais. Agências missionárias T7 144 4 Nossas casas publicadoras são centros designados por Deus, e por meio delas há de ser realizada uma obra cuja magnitude não é ainda compreendida. Há ramos de esforço e influência ainda quase não tocados por elas, nos quais Deus solicita a sua cooperação. T7 144 5 É desígnio de Deus que, à medida que a mensagem da verdade penetra em campos novos, prossiga constantemente a obra de estabelecer centros novos. Através de todo o mundo deve o Seu povo erguer monumentos de Seu sábado -- o sinal entre Ele e eles de que Ele é quem os santifica. Em vários pontos, nos campos missionários, devem ser estabelecidas casas publicadoras. Dar dignidade à obra, servir de centros de apoio e influência, atrair a atenção do povo, desenvolver os talentos e habilidades dos crentes, unir as novas igrejas e apoiar os esforços dos obreiros, dando-lhes recursos para mais pronta transmissão da mensagem -- todas essas e muitas considerações mais obrigam o estabelecimento de centros de publicações em campos missionários. T7 145 1 Participar dessa obra constitui um privilégio, ou melhor, um dever de nossas instituições já estabelecidas. Essas instituições foram fundadas com sacrifício. Foram erguidas graças aos donativos de abnegação do povo de Deus e ao trabalho altruísta de Seus servos. É desígnio de Deus que eles manifestem o mesmo espírito de sacrifício e façam a mesma obra ajudando no estabelecimento de centros novos noutros campos. T7 145 2 Tanto para instituições como para indivíduos prevalece a mesma lei: não se devem concentrar em si mesmos. Ao ser estabelecida uma instituição, e crescer em força e influência, não deve ela estar constantemente procurando conseguir maiores recursos para si mesma. A respeito de cada instituição, tanto como de cada indivíduo, é verdade que recebe para dar. Deus nos dá a fim de podermos dar também. Logo que uma instituição haja conseguido firmar-se, deve empenhar-se em auxiliar outras agências divinas que se encontrem em maior necessidade. T7 145 3 Isso está em conformidade com os princípios, tanto da lei como do evangelho -- princípios exemplificados na vida de Cristo. A maior prova da sinceridade de nossa professa sujeição à lei de Deus e profissão de fidelidade ao Redentor é o altruísta e abnegado amor aos nossos semelhantes. T7 146 1 A glória do evangelho é fundar-se ele sobre o princípio da restauração, na raça caída, da imagem divina por uma constante manifestação de beneficência. Deus honrará esse princípio onde quer que se manifeste. T7 146 2 Os que seguem o exemplo de Cristo, de abnegação pela causa da verdade, fazem grande impressão sobre o mundo. Seu exemplo é convincente e contagioso. Os homens vêem que há entre o professo povo de Deus aquela fé que opera por amor e purifica do egoísmo o coração. Na vida dos que obedecem aos mandamentos de Deus, vêem os mundanos a convincente prova de que a lei divina é uma lei de amor a Deus e aos homens. T7 146 3 A obra de Deus deve ser sempre um sinal de Sua beneficência, e justamente à medida que esse sinal se evidencia no trabalho de nossas instituições, ganhará a confiança do povo e trará recursos para o avanço de Seu reino. O Senhor retirará Sua bênção do lugar em que há condescendência com interesses egoístas, em qualquer ramo da obra; mas Ele concederá ao Seu povo a posse de bens, através de todo o mundo, se desses bens se servirem para o reerguimento da humanidade. A experiência dos dias apostólicos nos há de servir quando aceitarmos de todo o coração o princípio divino da beneficência -- ao consentirmos em obedecer, em todas as coisas, à direção de Seu Santo Espírito. Escolas de preparo para obreiros T7 146 4 Nossas instituições devem ser agências missionárias no mais elevado sentido, e o verdadeiro trabalho missionário começa sempre com os que estão mais próximos. Em cada instituição há trabalho missionário para ser feito. Desde o gerente até ao mais humilde obreiro, todos devem sentir responsabilidade pelos não convertidos, ali próximos. Devem esforçar-se fervorosamente para levá-los a Cristo. Em resultado de tais esforços muitos serão ganhos e se tornarão fiéis e sinceros no serviço de Deus. T7 147 1 Ao adotarem nossas casas publicadoras um sentimento de responsabilidade pelos campos missionários, verão a necessidade de prover aos obreiros uma educação mais ampla e completa. Reconhecerão o valor de seus recursos para essa obra, e verão a necessidade de habilitar os obreiros, não unicamente para desenvolver a obra dentro de seus próprios limites, mas também para dar auxílio eficiente às instituições em campos novos. T7 147 2 É desígnio de Deus que nossas casas publicadoras sejam escolas bem-sucedidas que eduquem tanto em ramos comerciais como espirituais. Dirigentes e obreiros devem ter sempre em mente que Deus requer perfeição em todas as coisas ligadas ao Seu serviço. Compreendam isso todos quantos entram em nossas instituições para receber instrução. A todos seja dada oportunidade de adquirir a maior eficiência possível. Familiarizem-se com diferentes ramos da obra, de maneira que, se forem chamados para outros campos, tenham preparo variado e estejam assim habilitados para assumir responsabilidades diversas. T7 147 3 Os aprendizes devem ser preparados de modo que, depois de haverem passado na instituição o tempo necessário, possam sair habilitados para encarregarem-se inteligentemente dos diferentes ramos da obra publicadora, dando impulso à causa de Deus pelo melhor emprego de suas energias, e sendo capazes de comunicar a outros o conhecimento que receberam. T7 147 4 Todos os obreiros devem estar compenetrados de que não devem unicamente ser instruídos em ramos comerciais, mas tornar-se também hábeis para assumir responsabilidades espirituais. Compenetre-se todo obreiro da importância de uma ligação pessoal com Cristo, uma individual experiência de Seu poder para salvar. Sejam os obreiros educados como o eram os jovens nas escolas dos profetas. Seja o seu espírito modelado por Deus por meio dos instrumentos abnegados por Ele. Todos devem receber preparo bíblico, ficando arraigados e firmados nos princípios da verdade, a fim de poderem permanecer no caminho do Senhor e exercer justiça e juízo. Façam-se todos os esforços para despertar e animar o espírito missionário. Estejam os obreiros compenetrados do reconhecimento do alto privilégio que se lhes oferece nesta última obra de salvação, a saber, o privilégio de ser usado por Deus como Sua mão auxiliadora. Seja cada um ensinado a trabalhar pelos outros, justamente onde se encontra, mediante esforço prático em prol das almas. Aprendam todos a buscar na Palavra de Deus instrução em todos os ramos do trabalho missionário. Então, ao ser-lhes comunicada a Palavra do Senhor, ela dará à mente sugestões para trabalhar os campos de modo que traga para Deus, de todas as partes de Sua vinha, os melhores resultados. Cumprido o propósito de Deus T7 148 1 Cristo deseja fortalecer o Seu povo com a plenitude de Seu poder, de modo tal que todo o mundo seja envolto numa atmosfera de graça. Quando Seu povo se entregar a Deus de todo o coração, esse propósito se cumprirá. A Palavra de Deus aos que se acham empregados em Suas instituições é: "Purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor." Isaías 52:11. Em todas as nossas instituições, seja o egoísmo substituído pelo abnegado amor e trabalho pelas pessoas de perto e de longe. Então, o santo óleo verterá dos dois ramos de oliveira para os tubos de ouro, que o entornarão nos vasos preparados para recebê-lo. Assim, a vida dos obreiros de Cristo será de fato uma exposição das verdades de Sua Palavra. T7 149 1 O amor e temor de Deus, a intuição de Sua bondade e Sua santidade passarão de uma para outra instituição. Uma atmosfera de amor e paz permeará cada departamento. Toda palavra falada, cada trabalho executado, terá uma influência do Céu. Cristo habitará na humanidade, e a humanidade habitará em Cristo. Em todo trabalho aparecerá não o caráter do homem finito, mas o do infinito Deus. A influência divina comunicada por santos anjos impressionará as pessoas que entrarem em contato com os obreiros; desses obreiros emanará uma fragrante influência. T7 149 2 Quando chamados a penetrar em novos campos, os obreiros dessa forma preparados sairão como representantes do Salvador, habilitados para serem úteis em Seu serviço, capacitados para comunicar a outros, por preceito e exemplo, o conhecimento da verdade para este tempo. A excelente base do caráter, conseguida pelo poder divino, receberá luz e esplendor do Céu, e estará perante o mundo como testemunha que guia para o trono do Deus vivo. T7 149 3 Então a obra avançará com solidez e força redobrada. Aos obreiros de todos os ramos será comunicada nova eficiência. As publicações expedidas como mensageiros de Deus terão a aprovação do Eterno. Raios de luz do santuário celestial acompanharão as preciosas verdades que nelas se encontram. Como nunca antes, terão poder para despertar nas pessoas a convicção do pecado, criar fome e sede da justiça, e gerar viva solicitude pelas coisas que jamais passarão. Os homens tomarão conhecimento da reconciliação da iniqüidade e da eterna justiça que o Messias veio trazer por meio de Seu sacrifício. Muitos serão levados a participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus, e se unirão ao povo de Deus para aguardar nosso Senhor e Salvador, que em breve virá com poder e glória. ------------------------Capítulo 29 -- Nossa literatura denominacional T7 150 1 A grandeza e eficiência da nossa obra dependem grandemente da espécie de literatura que sai dos nossos prelos. Portanto, deve ser exercido grande cuidado na escolha e preparo da matéria que irá ser divulgada para o mundo. São necessários o maior cuidado e discernimento. Nossas energias devem ser devotadas à publicação de literatura da mais pura qualidade e do mais elevado nível. Nossos periódicos devem sair repletos de verdade que apresente interesse vital e espiritual para o povo. T7 150 2 Deus nos colocou em nossas mãos uma bandeira com a inscrição: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Apocalipse 14:12. Essa é uma mensagem distinta, separada -- mensagem que não deve dar sonido incerto. Deverá ela guiar, desviar um povo das cisternas rotas que não contêm água, para a infalível Fonte da água da vida. O objetivo das nossas publicações T7 150 3 Compete a nossas publicações a mais sagrada obra de tornar clara, compreensível e simples a base espiritual da nossa fé. Em todos os lugares está o povo tomando posição; todos estão se colocando sob a bandeira da verdade e da justiça ou sob a dos poderes apóstatas que lutam para alcançar a supremacia. Neste tempo, a mensagem de Deus para o mundo deverá ser pregada com tal ênfase e poder que o povo seja posto face a face, mente a mente, coração a coração com a verdade. Todos devem ser levados a ver sua superioridade em relação à multidão de erros que buscam colocar em evidência, a fim de suplantar, se possível, a Palavra de Deus para este tempo solene. T7 151 1 O grande objetivo das nossas publicações é exaltar a Deus, e atrair a atenção dos homens para as verdades vivas da Sua Palavra. Deus nos pede que exaltemos, não as nossas próprias normas, não as normas deste mundo, mas as Suas normas da verdade. T7 151 2 Somente ao fazermos isso é que a Sua mão prosperadora poderá nos abençoar. Examinemos o trato de Deus com o Seu povo no passado. Notemos como, à medida que desfraldavam a Sua bandeira, Ele os exaltava perante os inimigos. Mas quando, exaltando-se, traíam a sua fidelidade, quando exaltavam um poder e um princípio opostos aos Seus, foram abandonados para atraírem sobre si o desastre e a derrota. T7 151 3 Examinemos a experiência de Daniel. Quando chamado a postar-se perante o rei Nabucodonosor, Daniel não vacilou no reconhecimento da fonte de sua sabedoria. Prejudicou a influência de Daniel na corte do rei, esse seu fiel reconhecimento de Deus? De maneira alguma! Foi o segredo do seu poder; assegurou-lhe as graças do rei de Babilônia. Em nome de Deus, Daniel revelou ao rei a mensagem celestial de instrução, advertência e reprovação, e não foi repelido. Que os nossos obreiros de hoje leiam o testemunho firme, destemido de Daniel, e sigam-lhe o exemplo. T7 151 4 Nunca mostra o homem loucura maior do que, ao buscar assegurar a aceitação e reconhecimento do mundo, sacrificar qualquer grau de fidelidade e honra devidas a Deus. Ao nos colocarmos onde Deus não pode cooperar conosco, nossa força será transformada em fraqueza. Tudo quanto é feito no sentido de restaurar a imagem de Deus no homem, acontece porque Deus é a eficiência do obreiro. Somente seu poder é que restaura o corpo, fortalece a mente ou renova a alma. Em nossa obra de publicações, como em qualquer outro ramo de esforço ou viver cristãos, será demonstrada a verdade das palavras de Cristo: "Sem Mim nada podeis fazer." João 15:5. T7 152 1 Deus deu aos homens princípios imortais, aos quais se curvará um dia todo poder humano. Quer Ele que demos ao mundo, por preceito e exemplo, uma demonstração desses princípios. Àqueles que O honram com a observância fiel de Sua Palavra, magnífico será o resultado. É muito importante guiar-se por princípios que perdurarão através dos séculos eternos. Experiência pessoal necessária aos obreiros T7 152 2 Os editores dos nossos periódicos, os professores de nossas escolas, os presidentes das nossas Associações, precisam todos abeberar-se das águas puras do rio de água da vida. Todos precisam compreender mais amplamente as palavras dirigidas por nosso Senhor à samaritana: "Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é O que te diz: Dá-Me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva. ... Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d'água que salte para a vida eterna." João 4:10-14. T7 152 3 A causa do Senhor precisa ser distinguida das atividades comuns da vida. Diz Ele: "Voltarei contra a Minha mão, e purificarei inteiramente as tuas escórias; e tirar-te-ei toda a impureza. E te restituirei os teus juízes, como eram dantes; e os teus conselheiros, como antigamente; e então te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela com justiça." Isaías 1:25-27. Essas palavras estão repletas de importância. Contêm uma lição para todos quantos ocupam a função de editor. T7 153 1 As palavras de Moisés possuem significação profunda. "Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor, e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a Mim, e serei glorificado diante de todo o povo." Levítico 10:1-3. Contém isso uma lição para todos quantos manuseiam o material que sai das nossas instituições publicadoras. Coisas sagradas não devem ser misturadas com as comuns. As revistas que têm tão vasta circulação devem conter instruções mais preciosas do que as que aparecem nas publicações comuns da época. "Que tem a palha com o trigo?" Jeremias 23:28. Queremos o trigo puro, perfeitamente joeirado. T7 153 2 "Assim o Senhor me disse com uma forte mão, e me ensinou que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo: Não chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o seu temor, nem tão pouco vos assombreis. Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai; e seja Ele o vosso temor e seja Ele o vosso assombro. ... Liga o testemunho, sela a lei entre os Meus discípulos. ... À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." Isaías 8:11-20. T7 153 3 Chamo a atenção de todos os nossos obreiros para o sexto capítulo de Isaías. Leiam a experiência do profeta de Deus, ao ver "o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e o Seu séquito enchia o templo. ... Então disse eu: Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Mas um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz. E com ela tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim." Isaías 6:1-8. T7 154 1 Essa é a experiência de que necessitam todos quantos trabalham em todas as nossas instituições. Existe o perigo de deixarem de manter ligação vital com Deus, de não serem santificados pela verdade. Perdem, assim, o senso do poder da verdade, perdem a capacidade de discernimento entre o sagrado e o profano. T7 154 2 Meus irmãos que ocupam cargos de responsabilidade, que o Senhor não somente lhes unja os olhos para que vejam, mas verta em seu coração o santo óleo que, dos dois galhos de oliveira, flui pelos canos de ouro para o vaso de ouro que alimenta as lâmpadas do santuário. Possa Ele dar-lhes "em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da Sua vocação, ... e qual a sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos". Efésios 1:17-19. T7 154 3 Como o mordomo fiel, dêem alimento adequado aos que pertencem à família de Deus. Apresentem ao povo a verdade. Trabalhem como se estivessem sendo observados por todo o Universo celestial. Não temos tempo para perder -- nem um momento sequer. Acontecimentos importantes logo serão presenciados, e teremos de estar escondidos na fenda da rocha, para vermos Jesus e sermos vivificados pelo Seu Espírito Santo. Assuntos para publicação T7 155 1 Sejam as nossas revistas devotadas à publicação de assuntos vivos, relevantes. Esteja cada artigo repleto de pensamentos práticos, animadores, enobrecedores, pensamentos que comuniquem ao leitor ajuda, iluminação e boa disposição. A religião doméstica, a santidade da família deve ser honrada agora como nunca antes. Se jamais um povo necessitou andar perante Deus como o fez Enoque, devem os adventistas do sétimo dia fazer isso agora, demonstrando a sua sinceridade por meio de palavras puras, limpas, repletas de simpatia, ternura e amor. T7 155 2 Vezes há em que são necessárias palavras de reprovação e censura. Os que estão fora do caminho reto precisam ser despertados para ver o perigo que correm. É preciso transmitir-lhes uma mensagem que os sacuda da letargia que embota seus sentidos. É preciso haver uma renovação moral, para que as pessoas não pereçam em seus pecados. Que a mensagem da verdade, qual espada afiada de dois gumes, penetre até ao coração. Façam apelos que despertem os negligentes, e reconduzam para Deus as mentes néscias e confusas. T7 155 3 A atenção do povo precisa ser atraída. Nossa mensagem é um cheiro de vida para vida, ou de morte para morte. Está em jogo a salvação das pessoas. Multidões estão no vale da decisão. Uma voz deve ser ouvida a proclamar: "Se o Senhor é Deus, segui-O; e se Baal, segui-o." 1 Reis 18:21. T7 155 4 Ao mesmo tempo, nada que se assemelhe a um espírito áspero e acusador, deverá, sob quaisquer circunstâncias, ser tolerado. Não contenham as nossas revistas arremetidas indelicadas, nenhuma crítica amarga nem sarcasmos mordazes. Satanás quase conseguiu eliminar do mundo a verdade divina, e deleita-se quando os seus professos defensores mostram não estar sob a influência da verdade que subjuga e santifica o espírito. T7 156 1 Que os colaboradores de nossas revistas abordem o mínimo possível as objeções e argumentos de nossos oponentes. Em toda a nossa obra devemos opor à falsidade a verdade. Apresentemos a verdade contra toda insinuação, referência ou insulto pessoal. Vamos levar em conta apenas a moeda celestial. Façamos uso somente daquilo que possui a imagem e inscrição de Deus. Inculquemos a verdade, nova e convincente, para solapar e derrubar o erro. T7 156 2 Deus quer que sejamos sempre calmos e tolerantes. Qualquer que seja o procedimento de outros, devemos representar a Cristo, fazendo o que Ele faria em circunstâncias semelhantes. O poder do nosso Salvador não consistia no emprego de palavras vigorosas e incisivas. Foram a Sua gentileza, Seu espírito abnegado e despretensioso que fizeram dEle um conquistador de corações. O segredo do nosso êxito está em revelarmos o mesmo espírito. União T7 156 3 Os que pregam ao público por intermédio das nossas revistas devem preservar entre eles a união. Nada que aparente dissensão deverá ser encontrado em nossas publicações. Satanás está sempre buscando causar dissensão, pois bem sabe que por esse meio poderá com maior eficiência frustrar a obra de Deus. Não devemos dar oportunidade aos seus enganos. A oração de Cristo por Seus discípulos foi: "Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste." João 17:21. Todos os fiéis obreiros de Deus trabalharão em conformidade com essa oração. Em seus esforços para impulsionar a causa, manifestarão todos aquela unidade de sentimento e prática que revela serem eles testemunhas de Deus, que amam uns aos outros. Para um mundo dividido pela discórdia e luta, o seu amor e união dará testemunho da sua ligação com o Céu. Essa será a prova convincente do caráter divino da sua missão. Pontos de experiência T7 157 1 Os editores das nossas revistas precisam da cooperação dos nossos obreiros no campo e do nosso povo próximo e distante. Em nossas revistas devem ser encontradas comunicações dos obreiros de todas as partes do mundo -- artigos que apresentem experiências vivas. Não precisamos de ficção; mas há na vida diária experiências que, quando contadas em artigos curtos, e com palavras simples, serão mais fascinantes do que romances, bem como de ajuda incalculável para a experiência cristã e o trabalho missionário prático. Queremos a verdade, a verdade sólida, de homens, mulheres e jovens consagrados. T7 157 2 Vocês, que amam a Deus e cuja mente está saturada de preciosos itens de experiência, e também das realidades vivas da vida eterna, acendam a chama do amor e da luz no coração do povo de Deus. Ajudem-nos a lidar com os problemas da vida. T7 157 3 Os textos que chegam a milhares de leitores devem demonstrar a pureza, elevação e santificação do corpo, alma e espírito da parte dos autores. A pena deve ser usada sob o controle do Espírito Santo, como meio de semear uma semente para a vida eterna. Seja o espaço das nossas revistas ocupado com assuntos de valor real. Elas devem estar repletas do interesse eterno. Deus nos chama para irmos ao monte falar com Ele, e quando contemplamos, pela fé, a Ele, que é invisível, nossas palavras serão realmente um cheiro de vida para vida. A mensagem para este tempo T7 157 4 Tenham todos muito mais para ensinar, escrever e publicar quanto às coisas que estão para se cumprir e se relacionam com a felicidade eterna das pessoas. Devemos distribuir alimento na estação própria a idosos e jovens, a santos e pecadores. Tudo quanto pode ser dito para despertar da sua sonolência a igreja, seja apresentado sem demora. Não haja tempo perdido no trato das coisas que não são essenciais, e não têm relação alguma com as necessidades presentes do povo. Leiamos os três primeiros versículos de Apocalipse, e veremos a tarefa imposta aos que pretendem crer na Palavra de Deus: T7 158 1 "Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus Lhe deu, para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo Seu anjo as enviou, e as notificou a João Seu servo; o qual testificou da Palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." Apocalipse 1:1-3. A publicação de livros T7 158 2 Conceda-se mais tempo à publicação e disseminação de livros que contenham a verdade presente. Que a atenção seja atraída para os livros que tratam da fé e da piedade práticas, bem como para os que apresentam as profecias. Deve o povo ser educado para ler a firme palavra da profecia à luz das Sagradas Escrituras. Precisam eles saber que os sinais dos tempos estão se cumprindo. T7 158 3 Só Deus pode conceder êxito, quer no preparo quer na disseminação da nossas publicações. Se com fé mantivermos os Seus princípios, Ele cooperará conosco, pondo os nossos livros nas mãos daqueles a quem irão beneficiar. Deve o Espírito Santo ser pedido em oração, e existir confiança e crença nEle. A oração fervorosa e humilde fará mais para promover a disseminação dos nossos livros, do que toda a dispendiosa ilustração que possa haver no mundo. T7 159 1 Deus tem grandes e valiosos recursos de que o homem se poderá apossar, e pela maneira mais simples incrementará a atuação das agências divinas. Diz o divino Mestre: "Somente o Meu Espírito é capaz de ensinar e convencer do pecado. As aparências fazem na mente impressão apenas passageira. Eu incutirei a verdade na consciência, e os homens Me serão testemunhas, sustentando em todo o mundo as Minhas reivindicações sobre o tempo, o dinheiro e o intelecto do homem. Tudo isso comprei na cruz do Calvário. Usem os talentos que lhes confiei para a proclamação da verdade em sua simplicidade. Seja o evangelho remetido a toda parte do mundo, despertando os que estão carregadas de culpa a perguntarem: Que é necessário que eu faça para ser salvo?" Preços T7 159 2 Nossas revistas foram vendidas por algum tempo, em caráter experimental, a preços reduzidos; mas isso não produziu o resultado almejado -- conseguir muitos assinantes permanentes. Esses esforços são feitos com despesa avultada, muitas vezes com prejuízo, e com a melhor das intenções; mas se nenhuma redução houvesse sido feita no preço, maior quantidade de assinantes permanentes teria sido alcançada. T7 159 3 Foram estudados planos para a redução dos preços de nossos livros, sem a correspondente providência quanto ao custo da produção. Isso é um erro. A obra precisa ser mantida com seu próprio rendimento. Não sejam os preços dos livros reduzidos por meio de ofertas especiais, que podem ser consideradas instigações ou subornos. Deus não aprova esses métodos. T7 159 4 Existe demanda de livros de baixo preço, e essa procura precisa ser atendida. O plano correto, porém, é reduzir o custo da produção. T7 160 1 Em campos novos, entre pessoas ignorantes ou pouco cultas, há grande procura de livros pequenos, que apresentem a verdade em linguagem simples e profusamente ilustrados. Esses livros precisam ser vendidos a preços baixos, e as ilustrações, naturalmente, serem baratas. Traduções T7 160 2 Maior esforço deve ser feito para estender a circulação da nossa literatura a todas as partes do mundo. A advertência precisa ser dada em todas as terras e a todos os povos. Nossos livros precisam ser traduzidos e publicados em muitas línguas. Precisamos multiplicar as publicações sobre nossa fé em inglês, alemão, francês, dinamarquês, norueguês, sueco, espanhol, italiano, português e muitas outras línguas; e o povo de todas as nacionalidades deve ser iluminado e instruído, para que também eles se juntem na obra. T7 160 3 Façam as nossas casas publicadoras tudo quanto lhes está ao alcance para difundir no mundo a luz celestial. Por toda maneira possível atraiam a atenção do povo de cada nação e língua para as coisas que lhes encaminharão a mente para o Livro dos livros. T7 160 4 Grande cuidado deve ser exercido na escolha dos membros da comissão editorial. As pessoas escolhidas para julgar os livros oferecidos para publicação devem ser poucas e bem escolhidas. Somente os que tiveram experiência como autores estão capacitados para atuar nesse sentido. Devem ser escolhidos apenas aqueles cujo coração está sob o controle do Espírito de Deus. Devem ser homens de oração, que não se exaltem, mas amem a Deus, temam-no e respeitem os irmãos na fé. Apenas os que, não confiando em si mesmos são guiados pela sabedoria divina, estão capacitados para desempenhar essa importante função. ------------------------Capítulo 30 -- Trabalhos comerciais T7 161 1 O Senhor determinou que as casas publicadoras fossem estabelecidas para a promulgação da verdade presente, bem como para a efetivação das várias transações que esse trabalho envolve. Ao mesmo tempo devem manter-se em contato com o mundo, para que a verdade possa ser como uma luz posta num candelabro e alumie todos quantos estão na casa. Pela providência divina, Daniel e seus companheiros foram postos em contato com os grandes homens de Babilônia, a fim de que essas pessoas conhecessem a religião dos hebreus e soubessem que Deus governa todos os reinos. T7 161 2 Em Babilônia, Daniel foi posto em uma função muito difícil; mas ao mesmo tempo que desempenhava fielmente os seus deveres de estadista, evitou firmemente participar de qualquer coisa que fosse contrária a Deus. Esse procedimento provocava discussões, e o Senhor atraiu, assim, a atenção do rei de Babilônia para a fé de Daniel. Deus tinha luz para conceder a Nabucodonosor, e por meio de Daniel foram apresentadas ao rei as coisas preditas nas profecias concernentes a Babilônia e a outros reinos. Por meio da interpretação do sonho de Nabucodonosor, Jeová foi exaltado como sendo mais poderoso que os governantes terrestres. Assim, pela fidelidade de Daniel, Deus foi honrado. De igual maneira, deseja o Senhor que as nossas casas publicadoras sejam Suas testemunhas. Oportunidades na atividade comercial T7 161 3 Um dos meios pelos quais essas instituições são postas em contato com o mundo é através da atividade comercial. Por ela é aberta uma porta para a comunicação da luz da verdade. T7 161 4 Podem os obreiros ter a impressão de que desempenham trabalho meramente secular, mas estão empenhados no próprio trabalho que suscitará perguntas acerca da fé e dos princípios que adotam. Se estiverem animados de bom espírito, poderão falar em tempo oportuno. Se há neles a luz da verdade e o amor celestiais, ela não poderá deixar de irradiar-se. A própria maneira de procederem nos assuntos comerciais, manifestará a influência dos princípios divinos. De nossos obreiros, como outrora foi dito dos artífices do tabernáculo, se poderá dizer: "E o enchi do espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o artifício." Êxodo 31:3. Não deve ocupar o primeiro lugar T7 162 1 Em nenhuma situação devem as nossas casas publicadoras dar preferência aos trabalhos comerciais. Se o fizerem, as pessoas que nelas trabalham perderão de vista o propósito para que foram instituídas e seu trabalho vai degenerar. T7 162 2 Há o perigo de que gerentes, cuja percepção espiritual esteja pervertida, assumam compromissos de publicar assunto de mérito duvidoso, apenas por causa do lucro. Disso resultará que o objetivo para que foram instituídas as casas publicadoras será perdido de vista, e as instituições serão consideradas como qualquer outra empresa comercial. Com isso Deus é desonrado. T7 162 3 Em algumas de nossas casas publicadoras, o trabalho comercial requer aumento constante de investimentos em maquinaria dispendiosa e outros equipamentos. Esses gastos oneram pesadamente o orçamento da instituição, e a maior quantidade de trabalho não somente exige instalações mais amplas, mas uma quantidade de obreiros maior que a que se possa disciplinar devidamente. T7 162 4 Afirma-se que o trabalho comercial é de interesse financeiro para a instituição. Mas um Ser que possui autoridade fez o cálculo do que custa esse trabalho para as nossas principais casas publicadoras. Apresentou Ele um balanço exato, que mostra que os prejuízos são superiores aos lucros. Mostrou que esse trabalho obriga os obreiros a estarem continuamente sobrecarregados. Nesse ambiente de pressa, cansaço e mundanismo, decaem a piedade e a devoção. T7 163 1 Não é necessário que o trabalho comercial seja inteiramente suprimido das nossas casas publicadoras, porque isso fecharia a porta para os raios de luz que devem ser comunicados ao mundo. As relações com a gente do mundo não têm de ser necessariamente mais prejudiciais para os obreiros do que foi o trabalho de Daniel, como estadista, que ele não permitiu que afetasse sua fé e princípios. Toda vez, porém, que esse trabalho externo possa prejudicar a espiritualidade da instituição, seja ele rejeitado. Que seja realizado o trabalho que representa a verdade. Que ele tenha a preferência, e o trabalho comercial fique em segundo lugar. Nossa missão consiste em dar ao mundo a mensagem de advertência e misericórdia. Preços T7 163 2 No esforço de conseguir para as nossas casas publicadoras uma clientela que as tire de dificuldades financeiras, foram estabelecidos preços tão baixos que o trabalho não produzia lucro. Os que se iludiam de que havia lucro, não tinham computado estritamente todos os gastos. Não se deve reduzir os preços simplesmente para conseguir trabalho. Só se deve aceitar o trabalho que dê um lucro razoável. T7 163 3 Por outro lado não deve haver em nossas transações comerciais sombra alguma de egoísmo ou cobiça. Não se aproveite ninguém da ignorância ou da necessidade de outros para extorquir-lhe preços exorbitantes por trabalho feito ou por mercadorias vendidas. Haverá tentação forte para desviar do caminho reto; serão encontrados numerosos argumentos em favor da conformidade com as práticas mundanas e a adoção de costumes que em realidade são desonestos. Insistem alguns em que, ao tratar com espertos, é preciso seguir as mesmas regras deles; e que, se for mantida estrita integridade, não será possível ganhar nos negócios ou assegurar a subsistência. Onde está a nossa fé em Deus? Pertencemos-Lhe, como filhos e filhas, sob a condição de separar-nos do mundo e não tocar em nada imundo. Às Suas instituições bem como aos cristãos individualmente, dirige o Senhor estas palavras: "Buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça" (Mateus 6:33), e promete de modo seguro que todas as coisas necessárias à vida serão acrescentadas. Sobre cada consciência, como que com pena de ferro sobre a rocha, seja escrito que o verdadeiro êxito, quer para esta vida quer para a futura, só pode ser alcançado por meio da fiel obediência aos princípios eternos da justiça. Leitura desmoralizadora T7 164 1 Ao fazerem grande quantidade de trabalho comercial, nossas casas publicadoras estão expostas ao perigo de ter que imprimir leitura de valor duvidoso. Certa ocasião em que esses assuntos me foram apresentados, o meu Guia perguntou a alguém que ocupava cargo de responsabilidade numa instituição de publicações: "Quanto está cobrando pela execução deste trabalho?" Foram-Lhe mostradas as importâncias. Disse Ele: "É uma importância pequena demais. Se continuar com esse negócio terá prejuízo. Mas mesmo que recebesse muito mais, essa espécie de leitura só trará um grande prejuízo. A influência que exerce sobre os obreiros é desmoralizadora. Todas as mensagens que Deus lhes enviar, apresentando a santidade da obra, serão neutralizadas por esse procedimento de aceitar imprimir tais coisas." T7 164 2 O mundo está inundado de livros que mais conviria destruir que divulgar. Livros sobre guerras indígenas e assuntos similares, publicados e distribuídos com a finalidade de ganhar dinheiro, melhor seria se nunca fossem lidos. Esses livros contêm fascinação satânica. A descrição horripilante de crimes e atrocidades exerce sobre muitos jovens uma influência enfeitiçante, incitando-lhes o desejo de alcançar celebridade por meio de atos da maior violência. Grande número de obras existe que são mais estritamente históricas e cuja influência nem por isso é melhor. As atrocidades, as crueldades e as práticas licenciosas descritas nessas obras têm atuado em muitos espíritos como um fermento que os leva à prática de atos semelhantes. Livros que descrevem as práticas satânicas dos seres humanos estão fazendo publicidade das más obras. Não é necessário reviver os pormenores horríveis do crime e sofrimentos, e ninguém que crê na verdade presente deveria contribuir para a perpetuação de sua lembrança. T7 165 1 As novelas de amor, e histórias frívolas e provocantes, constituem outra espécie de livros que são uma maldição para todo leitor. Pode o autor inserir um bom conceito moral, e entremear a sua obra de sentimentos religiosos; não obstante, em muitos casos, Satanás não fica senão disfarçado com vestes angélicas, a fim de com mais facilidade enganar e seduzir. Em grande medida a mente é influenciada pelas coisas de que se nutre. Os leitores de histórias frívolas ou provocantes ficam incapacitados para o cumprimento dos seus deveres. Vivem uma vida irreal, e não têm desejo de examinar as Escrituras para nutrir-se do maná celestial. Ficam com a mente debilitada e perdem a faculdade de considerar os grandes problemas do dever e do destino. T7 165 2 Foi-me instruído que a juventude está exposta aos maiores perigos, como conseqüência das más leituras. Satanás está constantemente levando, tanto os jovens como os adultos, a encantarem-se com histórias sem valor. Se fosse possível inutilizar boa parte dos livros publicados, isso deteria uma praga que está fazendo um trabalho espantoso de enfraquecer a mente e corromper o coração. Ninguém está tão firme nos princípios da justiça a ponto de ficar livre da tentação. Toda essa leitura imprestável deve ser banida resolutamente. T7 166 1 Não temos do Senhor permissão para empenhar-nos, quer na impressão, quer na venda dessas publicações; pois são o veículo da perdição de muitas pessoas. Eu sei o que escrevo; pois esse assunto me foi apresentado. Não se empenhem nesse trabalho, pensando em ganhar dinheiro, os que crêem na mensagem para este tempo. O Senhor lançará uma maldição sobre o dinheiro assim obtido; Ele espalhará mais do que é ajuntado. T7 166 2 Outra espécie de leitura existe, mais corruptora do que a lepra, mais mortífera do que as pragas do Egito, contra as quais as nossas casas publicadoras precisam precaver-se constantemente. Ao aceitarem trabalhos comerciais, devem exercer vigilância a fim de não serem recebidos em nossas instituições manuscritos que apresentem a própria ciência de Satanás. Não tenham jamais entrada em nossas casas publicadoras os trabalhos que exponham as teorias destrutoras da alma, tais como o hipnotismo, espiritismo, romanismo e outros mistérios da iniquidade. T7 166 3 Não seja manuseado pelos nossos obreiros coisa alguma que semeie uma semente de dúvida quanto à autoridade ou a pureza das Escrituras. De maneira alguma sejam as convicções dos incrédulos apresentadas aos jovens cujo espírito, com tanta avidez, aceita qualquer novidade. Por mais elevado que seja o preço pago por essa publicação, ele só produzirá imenso prejuízo. T7 166 4 Permitir que tal coisa aconteça em nossas instituições equivale a pôr em mãos dos nossos obreiros e a apresentar ao mundo o fruto proibido da árvore do conhecimento. Equivale a convidar Satanás para entrar com sua ciência sedutora; e a insinuar os seus princípios nas próprias instituições estabelecidas para o avanço da santa obra de Deus. Imprimir obras dessa espécie, equivale a municiar as armas do inimigo e colocá-las nas mãos deles para que as use contra a verdade. T7 167 1 Acha você que Jesus continuará em nossas instituições de publicações para atuar sobre as mentes humanas pelos Seus anjos ministradores; acha você que, se permitirmos que, na própria instituição, Satanás perverta o espírito dos obreiros, Ele fará da verdade que sai dos nossos prelos um poder para advertir o mundo? Poderá a bênção divina ser posta sobre as publicações que saem do prelo, se do mesmo prelo saem heresias e enganos satânicos? "Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?" Tiago 3:11. T7 167 2 Os administradores das nossas instituições precisam reconhecer que ao aceitarem esse cargo se tornam responsáveis pelo alimento intelectual fornecido aos obreiros enquanto estejam na instituição. São responsáveis pela espécie de impressos que saem dos nossos prelos. Serão chamados a prestar contas pela influência exercida pela introdução de matéria que polua a instituição, contamine os obreiros, ou engane o mundo. T7 167 3 Se for permitido que tais coisas tenham entrada em nossas instituições, logo se descobrirá que o poder sutil dos sentimentos satânicos não é facilmente eliminado. Se for consentido que o tentador semeie a má semente, ela germinará e frutificará. Haverá uma seara para que ele ceife nas próprias instituições estabelecidas com os recursos do povo de Deus para o avanço da Sua causa. Disso resultará que, em vez de enviar ao mundo obreiros cristãos, será enviado um grupo de incrédulos instruídos. T7 167 4 Nesses assuntos, uma responsabilidade pesa não somente sobre os administradores, mas também sobre os servidores. Tenho alguma coisa que dizer aos obreiros de cada casa publicadora existente entre nós: Se você ama e teme a Deus, evite o contato com aquele tipo de conhecimento contra o qual Deus advertiu a Adão. Evitem os digitadores de escrever uma única frase a respeito dessas coisas. Abstenham-se os revisores de ler; os impressores, de imprimir; e os encadernadores, de encaderná-las. Se for pedido que você faça esse trabalho, convoque uma reunião dos obreiros da instituição, a fim de que haja compreensão do que essas coisas significam. Podem os que administram a instituição insistir em que você não é responsável, que aos administradores compete decidir esses assuntos. Mas você é responsável -- responsável pelo uso dos seus olhos, mãos e mente. Eles lhe foram confiados por Deus para usá-los para Ele, não para o serviço de Satanás. T7 168 1 Quando são impressos em nossas casas publicadoras assuntos que incluem erros que neutralizam a obra de Deus, Ele considera responsáveis não somente os que permitem que Satanás prepare uma armadilha para as pessoas, mas também os que de qualquer maneira cooperam na obra da tentação. T7 168 2 Meus irmãos que ocupam cargos de responsabilidade: Cuidem de não atrelar ao carro da superstição e heresia os seus obreiros. Não permitam que as instituições estabelecidas por Deus para disseminar a verdade vivificante sejam transformadas em veículo disseminador do erro destruidor de almas. T7 168 3 Que as nossas casas publicadoras, desde a menor até a maior, se recusem a imprimir uma única linha desses assuntos perniciosos. Compreendam todos aqueles com quem temos que tratar, que os impressos que contêm a ciência de Satanás estão excluídos de todas as nossas instituições. T7 168 4 Não somos postos em contato com o mundo para ser levedados pela sua falsidade, mas para, como instrumentos de Deus, ser para o mundo um fermento da verdade divina. ------------------------Capítulo 31 -- Casas publicadoras em campos missionários T7 169 1 Muito há por fazer no sentido de estabelecer centros da nossa obra em campos novos. Pequenas editoras devem ser fundadas em muitos lugares. Ligadas às nossas escolas missionárias deve haver instalações para impressão e treinamento dos obreiros nessa atividade. Onde houver pessoas de várias nacionalidades sendo instruídas e que falem diferentes línguas, cada uma delas deverá aprender a imprimir em sua própria língua, bem como a traduzir do inglês para essa língua. E, ao aprender o inglês, devem estar ensinando a sua língua aos estudantes de língua inglesa que precisem aprendê-la. Assim, alguns dos estudantes estrangeiros poderão reduzir as suas despesas de instrução; e serem preparados obreiros para prestar auxílio valioso em empreendimentos missionários. T7 169 2 Em muitos casos, a obra de publicações terá que ser iniciada em escala reduzida. Terá que enfrentar muitas dificuldades, e ser levada avante com poucos recursos. Mas ninguém deverá com isso desanimar. A maneira mundana é começar a sua obra com pompa, exibição e alarde; mas tudo terminará em nada. A maneira de Deus é fazer do dia das coisas pequenas o começo da vitória da verdade e da justiça. Por esse motivo, ninguém deverá ensoberbecer-se por um começo próspero, nem desanimar por uma fraqueza aparente. Deus é para o Seu povo riqueza, plenitude e poder, ao contemplar ele as coisas invisíveis. Seguir essa direção equivale a escolher o caminho da segurança e do verdadeiro êxito. "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." 1 João 5:4. T7 170 1 O poder humano não estabeleceu a obra de Deus, nem tem o humano poder para destruí-la. Para os que levam avante a Sua obra enfrentando dificuldade e oposição, Deus dará a guia e a guarda constantes dos Seus santos anjos. Sua obra na Terra nunca cessará. A construção do templo espiritual prosseguirá, até ficar terminada e ser trazida a pedra angular, com brados de "Graça, graça a ela". T7 170 2 O cristão deve ser um benefício aos outros. Assim ele mesmo será beneficiado. "Quem dá a beber será dessedentado." Provérbios 11:25. Essa é a lei da administração divina -- lei pela qual Deus determina que as torrentes de beneficência sejam mantidas, quais águas do grande abismo, em constante circulação, retornando perpetuamente a sua fonte. Na fidelidade a essa lei reside o poder das missões cristãs. T7 170 3 Fui instruída que, em todos os lugares, através de sacrifício próprio e urgentes esforços, onde foram providenciados locais para o estabelecimento e o desenvolvimento da obra, e o Senhor a fez prosperar, os que estão nesses lugares devem dar de seus meios para ajudar os servos de Deus que foram enviados para novos campos. Onde a obra foi estabelecida sobre uma boa fundação, os crentes devem se sentir na obrigação de ajudar os que estão em necessidade, transferindo, ainda que com grande sacrifício, uma porção ou recursos correspondentes aos que foram investidos em favor da obra em sua localidade. É dessa maneira que o Senhor providenciou para que Seu trabalho cresça. Essa é a correta lei da restituição. ------------------------Capítulo 32 -- Relacionamento entre as casas publicadoras T7 171 1 A figura da videira e seus ramos é uma ilustração do relacionamento de Cristo com Seus seguidores, e também da relação entre Seus seguidores. Os ramos estão relacionados um com outro, todavia, cada um tem sua individualidade sem se misturar com os outros. Todos têm uma relação comum com a videira, e dependem dela para sua vida, crescimento e frutificação. Eles não sustentam um ao outro. Cada um por si deve estar ligado à videira. Enquanto os ramos mantêm uma aparente semelhança, também apresentam diversidade. A sua unidade depende do relacionamento comum com a videira, e através de cada um, não da mesma maneira, é manifestada a vida da videira. T7 171 2 Essa ilustração tem uma lição não somente para os cristãos individualmente, mas para as instituições que estão a serviço de Deus. No relacionamento entre elas, cada uma deve manter sua individualidade. A união de uma com outra é decorrência da união com Cristo. NEle, cada instituição se liga às demais, ao mesmo tempo que mantém sua identidade, não sendo confundida com outra. T7 171 3 De tempos em tempos, tem sido sugerido que os interesses da obra poderiam ser favorecidos por uma consolidação de nossas casas publicadoras colocando-as virtualmente sob uma gerência. Porém, o Senhor tem me mostrado que isso não deve ser feito. Não é Seu plano centralizar poder nas mãos de poucas pessoas, ou colocar uma instituição sob o controle de outra. T7 171 4 Foi me mostrada a nossa obra no seu começo, como um pequeno, bem pequeno regato. Para o profeta Ezequiel foi dada a representação de águas saindo "debaixo do umbral da casa, ... da banda do sul do altar." Ezequiel 47:1. Leia Ezequiel 47. Especialmente verifique o verso 8: "Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, sararão as águas." Ezequiel 47:8. Vi que o nosso trabalho estende para o oriente e para o ocidente, para as ilhas do mar, e para todas as partes do mundo. À medida que o trabalho expande, haverá grandes interesses a serem administrados. A obra não deve estar centralizada em um lugar. A sabedoria humana argumenta que é mais conveniente desenvolver o interesse onde a obra já tem propriedade e influência. Todavia, têm-se cometido enganos nesse sentido. É a capacidade para suportar com paciência que dá força e desenvolvimento. Livrar os obreiros de suas responsabilidades em diferentes localidades é impedir sua capacidade de desenvolvimento, reprimindo e enfraquecendo suas potencialidades. A obra é do Senhor, e não é Sua vontade que a força e eficiência seja centralizada em algum lugar. Cada instituição deve permanecer independente, desenvolvendo o trabalho do Senhor de acordo com Sua direção. Consolidação T7 172 1 As praxes de fusão de empresas, seja lá onde for feita, tendem à exaltação do humano em lugar do divino. Aqueles que têm responsabilidade sobre diferentes instituições olham para a autoridade central em busca de orientação e apoio. Assim, o senso de responsabilidade pessoal fica enfraquecido, perdendo o que há de mais elevado e precioso de toda experiência humana, a constante dependência de Deus. Não admitindo sua necessidade, falham em manter constante vigilância e oração, contínua entrega a Deus, que é o único meio que pode capacitar os homens a ouvirem e obedecerem os ensinamentos do Seu Espírito Santo. O homem é colocado onde Deus estaria. Aqueles que são chamados a agir neste mundo, como embaixadores do Céu, se satisfazem em buscar a sabedoria de homens finitos e passíveis de erros, quando deveriam ter a sabedoria e a força do infinito e infalível Deus. T7 173 1 O Senhor não designa que os obreiros em Suas instituições busquem ou confiem em homens. Deseja que eles se centralizem nEle. T7 173 2 Nunca devem nossas casas publicadoras ficarem tão relacionadas entre si que tenham poder de mandar no gerenciamento de outra. Quando tão grande poder é colocado nas mãos de umas poucas pessoas, Satanás fará esforços resolutos para perverter o juízo, insinuar errôneos princípios de ação, introduzir regulamentos incorretos; agindo assim ele conseguirá não somente perverter uma instituição, mas, por meio disto, obter domínio de outras e dar um molde errado à obra em lugares distantes. Dessa forma, a influência para o mal será amplamente difundida. Que cada instituição permaneça na sua independência moral, desempenhando o seu trabalho no seu próprio campo. Os obreiros devem sentir que estão fazendo seu trabalho de acordo com Deus, Seus santos anjos e os mundos não caídos. T7 173 3 Caso uma instituição adote uma praxe errada, não corrompe outra instituição. Fiquem fiéis aos princípios que foram expressos no seu estabelecimento, levando avante o trabalho em harmonia com esses princípios. Cada instituição deve trabalhar em harmonia com as outras enquanto forem coerentes com a verdade e a justiça, mas, além disso, não devem fazer nenhuma fusão. Concorrências T7 173 4 Não deve haver concorrência entre nossas casas publicadoras. Se esse espírito existir, irá crescer e se fortalecer, impedindo o espírito missionário. Entristecerá o Espírito de Deus, e banirá da instituição o ministério dos anjos enviados para cooperar com aqueles que participam da graça de Deus. T7 174 1 Nunca devem os administradores de nossas instituições tentar, ainda que no mínimo, tirar vantagens um do outro. Tais esforços são ofensivos a Deus. Trapacear, tentar realizar barganhas enganosas entre si, é um erro que Deus não tolera. Todo esforço feito para exaltar uma instituição à custa de outra, é um engano. Qualquer reflexão ou insinuação que tende a diminuir a influência de uma instituição ou seus obreiros, é contrária à vontade de Deus. Tal esforço é instigado pelo espírito de Satanás. Uma vez permitido, se desenvolverá como levedo corrompendo os obreiros e impedindo o propósito de Deus para Suas instituições. Cooperação T7 174 2 Cada departamento de nossa obra, cada instituição ligada com a nossa causa, deve ser conduzida dentro de princípios de cooperação e generosidade. Toda ramificação da obra, enquanto mantém seu caráter distinto, procure proteger, fortalecer, e colaborar com as outras ramificações. Homens de habilidade e características diversas são empregados para desenvolver vários ramos da obra. Esse tem sido sempre o plano de Deus. Cada obreiro deve empregar seus esforços especiais no seu próprio setor, mas é o privilégio de cada um estudar e trabalhar para a saúde e bem-estar do corpo todo do qual ele é membro. T7 174 3 Que não haja anexação, concorrência, criticismo, mas cooperação é o plano de Deus para Suas instituições, pois "do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." Efésios 4:16. ------------------------Capítulo 33 -- O colportor T7 175 1 Devido a falha dos colportores em pagar seus débitos, nossas sociedades de publicações têm-se envolvido com débitos, não podendo saldar suas obrigações com as casas publicadoras, e assim essas instituições entram em dificuldades financeiras, tendo o seu trabalho comprometido. Alguns colportores se sentem mal quando é requerido que façam o pagamento imediato às editoras pelos livros recebidos; mas a remessa imediata é a única maneira bem sucedida de conduzir o negócio. T7 175 2 A maneira descuidada como alguns colportores estão fazendo seu trabalho mostra que estão precisando de aprender importantes lições. Muito trabalho feito a esmo tem sido apresentado diante de mim. Alguns têm formado hábitos de negligência e frouxidão, e trazem essas deficiências para a obra de Deus. T7 175 3 Deus apela por um decidido aperfeiçoamento em vários setores da obra. Os negócios feitos em conexão com a Sua causa devem ser distinguidos pela precisão e exatidão. É necessário esforço firme e decidido para fazer reformas essenciais. T7 175 4 "Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente!" Jeremias 48:10. T7 175 5 "Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa?" "Pois maldito seja o enganador, que... promete e oferece ao Senhor uma coisa vil; porque Eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o Meu nome será tremendo entre as nações." Malaquias 1:8, 14. ------------------------Capítulo 34 -- O autor T7 176 1 Deus deseja Se relacionar diretamente com as pessoas. Em Suas ligações com os seres humanos, Ele reconhece o princípio da responsabilidade pessoal. Procura encorajar um senso de dependência pessoal e destacar a necessidade de orientação pessoal. Seus dons são outorgados aos homens como indivíduos. Cada homem é um mordomo da confiança sagrada; usando-a de acordo com a direção do Doador; e prestando contas individualmente de sua mordomia a Deus. T7 176 2 Com tudo isso, Deus está procurando colocar o humano em associação com o divino, para que, através dessa conexão, o homem possa ser transformado na semelhança divina. O princípio do amor e misericórdia se tornará parte de sua natureza. Satanás, procurando impedir esse propósito, atua continuamente para encorajar a dependência do homem, tornando os homens escravos de homens. Quando ele consegue desviar a mente de Deus, insinua seus próprios princípios de egoísmo, ódio e contendas. T7 176 3 Em nosso relacionamento de uns com os outros, Deus espera que cuidadosamente conservemos o princípio da responsabilidade pessoal conjugada com a dependência dEle. Esse é um princípio que deve ser observado especialmente pelas nossas casas publicadoras ao negociarem com os autores. T7 176 4 É a insistência de alguns que os autores não tenham a remuneração ou direito autoral de seus próprios trabalhos; que eles devem doar esses direitos para o controle da casa publicadora ou da associação; e que, além da despesa envolvida na produção do manuscrito, não devem participar do lucro; devem deixar para que a associação ou a casa publicadora seja proprietária e, ao seu julgamento direto, sejam usados para várias necessidades da obra. Com isso, a remuneração do autor pela sua obra seria totalmente transferida dele para outros. T7 177 1 Mas não é assim que Deus considera o assunto. A habilidade para escrever um livro é, como qualquer outro talento, um dom dEle, para o aperfeiçoamento do qual o possuidor é responsável diante de Deus; e ele deve investir o retorno sob Sua direção. Conservemos em mente que isso não é nossa propriedade particular confiada a nós para investimento. Se fosse, poderíamos dela dispor com poder arbitrário, poderíamos transferir nossa responsabilidade para os outros, e deixar nossa mordomia com eles. Todavia, não pode ser assim, porque o Senhor nos fez individualmente Seus mordomos. Portanto, somos responsáveis por investir esses meios por nós mesmos. Nosso coração deve ser santificado; nossas mãos devem ter alguma coisa para distribuir, quando há necessidade, tudo isso a partir do que Deus nos confiou. T7 177 2 Se fosse correto e razoável a associação ou a casa publicadora assumir o controle do que um irmão recebe por suas casas ou terras também ela poderia se apropriar daquilo que resulta do trabalho de seu cérebro. T7 177 3 Não há justiça na alegação de que o obreiro na casa publicadora recebe salário pelo seu trabalho, então as forças de seu corpo, da sua mente e alma, tudo pertence à instituição, e que tem direito sobre todos os resultados de seus escritos. Fora do período de trabalho na instituição, o tempo do obreiro está sob seu controle, para usá-lo como quiser, desde que isso não entre em conflito com os seus deveres para com a instituição. Pelo que produzir nessas horas, ele é responsável diante da sua consciência e diante de Deus. T7 177 4 Não há nada mais desonroso que possa ser apresentado a Deus do que um homem subjugar debaixo de seu absoluto controle os talentos de outro homem. O mal não é diminuído pelo fato de os lucros da transação serem destinados à causa de Deus. Nessa situação, o homem que permite que sua mente seja governada pela mente de outro está se separando de Deus e se expondo à tentação. Ao transferir a responsabilidade de sua mordomia para outra pessoa, de depender de sua sabedoria, ele está colocando o homem no lugar de Deus. Aqueles que estão pensando em transferir essa responsabilidade estão cegos em relação aos resultados de sua decisão; mas Deus deixou isso bem claro diante de nós. Ele disse: "Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne mortal o seu braço." Jeremias 17:5. T7 178 1 Que os autores não sejam constrangidos a abrir mão nem a vender seus direitos dos livros que escreveram. Que eles recebam a parte que lhes compete dos lucros de sua obra; e tenham a liberdade para considerar seus recursos como um depósito de Deus para ser administrado de acordo com a sabedoria que Ele comunica. T7 178 2 Os que possuem habilidade para escrever livros devem compreender que possuem também habilidade para investir os lucros que recebem. Ao mesmo tempo que é um direito deles colocar uma parte no tesouro, para suprir as necessidades gerais da causa, deveriam sentir o dever de estar informados das necessidades da obra e, com oração a Deus, pedir sabedoria para pessoalmente empregar seus recursos onde existam maiores necessidades. Que eles se envolvam em algum tipo de benevolência. Se sua mente está sob a direção do Espírito Santo, terão sabedoria para perceber onde há mais necessidade de recursos, e ao aliviar essas necessidades serão grandemente abençoados. T7 178 3 Se o plano de Deus fosse seguido, a situação seria diferente. Recursos demais não seriam aplicados em poucas localidades, deixando tão pouco investimento para muitos lugares, onde a bandeira da verdade ainda não foi desfraldada. T7 179 1 Se nossas casas publicadoras tomassem cuidado ao lidar com os obreiros de Deus, princípios errôneos não seriam admitidos. Se pessoas ligadas com a instituição, não tiverem seu coração sob a direção do Espírito Santo, sem dúvida, desviarão para procedimento errado. Alguns que professam ser cristãos, consideram os negócios relacionados com a obra do Senhor como alguma coisa totalmente à parte da religião. Eles dizem: "Religião é religião, negócio é negócio. Estamos determinados a ter sucesso naquilo que está sob nossa responsabilidade, por isso devemos agarrar cada possibilidade de obter vantagens para este setor da obra." Planos contrários à verdade e à justiça são introduzidos com o argumento de que isso ou aquilo deve ser feito porque é uma boa obra e tem como objetivo o avanço da causa de Deus. T7 179 2 Pessoas que se tornaram limitadas e cegadas por causa do egoísmo acham que é um privilégio derrubar aqueles a quem Deus está usando para difundir a luz que Ele lhes deu. Através de planos opressivos, obreiros que deveriam ficar livres com Deus, acabam limitados pelas restrições impostas por aqueles que deveriam apenas ser seus colegas de trabalho. Espelham o selo humano e não divino. Esse é o plano de homens, o qual leva à injustiça e à opressão. A causa de Deus tem de estar livre de qualquer sinal de injustiça. Ela procura não tirar vantagem dos membros da família de Deus, privando-os de sua individualidade ou seus direitos. O Senhor não sanciona a autoridade arbitrária, nem o serviço misturado com o mínimo de egoísmo ou engano. Para Ele essas práticas são aborrecíveis. T7 180 3 Ele declara: "aborreço a iniqüidade." "Na tua casa não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno. Peso inteiro e justo terás, efa inteiro e justo terás, ... Porque abominação é ao Senhor, teu Deus, todo aquele que faz isso, todo aquele que faz injustiça." Isaías 61:8; Deuteronômio 25:14-16. T7 180 1 "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?" Miquéias 6:8. T7 180 2 Uma das mais elevadas aplicações desses princípios encontra-se no reconhecimento dos direitos do homem quanto a si mesmo, para o controle da própria mente, a mordomia de seus talentos, o direito de receber e distribuir o fruto de seu trabalho. Nossas instituições só revelarão força e poder à medida que, em todo o seu relacionamento com os semelhantes, reconhecerem esses princípios e em qualquer situação derem ouvido à instrução da Palavra de Deus. T7 180 3 Todo poder que Deus nos concede, quer físico, mental ou espiritual, deve ser sagradamente compartilhado para realizar a obra designada em favor do nosso próximo que está perecendo na sua ignorância. Todos devem estar no seu posto de dever desimpedidos, servindo ao Senhor com humildade, responsáveis pelo seu próprio trabalho. "E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis." Colossences 3:23, 24. Ele "recompensará cada um segundo as suas obras". Romanos 2:6. T7 180 4 A habilidade de Satanás é exercida em elaborar planos e métodos incontáveis para cumprir seus propósitos. Trabalha para restringir a liberdade religiosa e trazer para dentro do mundo religioso uma espécie de escravidão. Organizações, instituições, a menos que sejam guardadas pelo poder de Deus, vão trabalhar sob as ordens de Satanás, submetendo homens debaixo do controle de homens; fraudes e astúcias com aparência de zelo pela verdade e para o avanço do reino de Deus. Qualquer que seja nossa prática, se não for clara como o dia, pertence aos métodos do príncipe do mal. T7 181 1 Muitas pessoas caem no erro por causa de falsas premissas e depois fazem de tudo para provar que o erro está certo. Em alguns casos, os primeiros princípios têm uma parte de verdade misturada com o erro; mas isso não leva à ação justa; porque as pessoas são iludidas. Desejam reinar e tornarem-se poderosas e, no esforço de justificar seus princípios, adotam os métodos de Satanás. T7 181 2 Se os homens resistem às advertências enviadas pelo Senhor, chegam a se tornar líderes nas práticas do mal; assumem prerrogativas de Deus, presumindo fazer aquilo que o próprio Deus não faz: procurar controlar a mente das pessoas. Assim, seguem a trilha do romanismo. Introduzem seus próprios métodos e planos e, através de uma compreensão errada de Deus, enfraquecem a fé dos outros na verdade e implantam falsos princípios que se espalham como fermento que macula e corrompe as instituições e igrejas. T7 181 3 Qualquer coisa que diminui a concepção de justiça, eqüidade e julgamento imparcial do homem, qualquer plano ou projeto que leve agentes humanos de Deus a se colocarem debaixo do controle de mentes humanas, enfraquece sua fé e separa as pessoas de Deus. T7 181 4 Deus não justifica qualquer plano mediante o qual o homem, no mínimo grau, oprime seu semelhante ou domina sobre ele. Logo que um homem passa a usar uma regra de ferro para os demais, ele desonra a Deus e põe em perigo sua própria alma e a alma de seus irmãos. ------------------------Capítulo 35 -- A igreja e a casa publicadora O dever da igreja e a casa publicadora T7 182 1 Os membros de uma igreja, dentro de cujos limites se encontra uma de nossas casas publicadoras, são privilegiados por ter em seu meio uma das agências especiais do Senhor. Devem eles avaliar esse privilégio e reconhecer que envolve uma responsabilidade muitíssimo sagrada. A influência e exemplo deles farão muito para ajudar ou estorvar a instituição no cumprimento da sua missão. T7 182 2 Ao nos aproximar da última crise, é de vital importância que haja harmonia e união entre os agentes do Senhor. O mundo está cheio de tempestade, guerra e violência. Contudo, ao mando de um chefe -- o poder papal -- o povo se unirá para opor-se a Deus na pessoa de Suas testemunhas. Essa união é cimentada pelo grande apóstata. Enquanto ele busca unir os seus agentes na guerra contra a verdade, esforça-se por dividir e espalhar os advogados dela. Ciúmes, suspeitas e maledicência são por ele instigados para produzir discórdia e dissensão. Os membros da igreja de Cristo têm o poder de frustrar o propósito do adversário. Num tempo como este, não sejam eles encontrados em dissensão uns com os outros, ou com qualquer dos obreiros de Deus. Por ser a Bíblia o guia da vida, haja, em meio da discórdia geral, um lugar em que imperem a harmonia e a união. Sinta o povo de Deus que sobre ele repousa uma responsabilidade no sentido de desenvolver os representantes dEle. T7 182 3 Irmãos e irmãs, o Senhor ficará satisfeito se houver decidido empenho para sustentar com suas orações e meios a publicadora. Orem, de manhã e de tarde, para que ela receba as mais ricas bênçãos de Deus. Não estimulem a crítica nem as queixas. Não saiam de seus lábios murmurações nem queixumes; lembrem-se de que os anjos ouvem essas palavras. Todos devem ser levados a ver que essas instituições são estabelecidas por Deus. Os que as rebaixam para servir aos próprios interesses, terão que prestar contas a Deus. Determina Ele que tudo que se liga à Sua obra seja tratado como sagrado. T7 183 1 Deus quer que oremos muito mais e falemos muito menos. O limiar do Céu está inundado da luz de Sua glória, e Ele fará essa luz brilhar no coração de todos quantos se relacionem devidamente com Ele. T7 183 2 Toda instituição terá que lutar com dificuldades. As aflições são permitidas para provar o coração do povo de Deus. Quando a adversidade sobrevém a uma das instituições do Senhor, fica evidente quão verdadeira fé temos em Deus e em Sua obra. Nessas ocasiões, ninguém considere as coisas sob o pior aspecto, dando vazão a dúvidas e descrença. Não critiquemos os que arcam com o peso das responsabilidades. Não sejam as conversas envenenadas em nosso lar pela crítica aos obreiros do Senhor. Pais que condescendem com esse espírito de crítica não estão apresentando perante os filhos aquilo que os há de tornar sábios para a salvação. Suas palavras tendem a abalar a fé e a confiança não só das crianças, mas também dos de mais idade. Já existe bem pouco respeito e reverência pelas coisas sagradas. Satanás se unirá mui zelosamente aos que criticam, fomentando incredulidade, inveja, ciúmes e desrespeito. Ele está sempre ativo para encher os homens de seu espírito, a fim de extinguir o amor que deveria ser sagradamente cultivado entre irmãos, desfazer a confiança, incitar à inveja, suspeitas e contendas de palavras. Não sejamos nós achados a atuar como coobreiros seus. O coração aberto para as suas sugestões pode lançar muitas sementes de amargura. Pode, assim, ser efetuado um trabalho cujos resultados, na ruína de almas, não serão jamais manifestos plenamente, senão no grande dia do juízo final. T7 184 1 Cristo declara: "Quem puser uma pedra de tropeço no caminho de um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e que fosse lançado no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos tropeços! porque é necessário que apareçam tropeços; mas ai do homem por quem vem o tropeço!" Mateus 18:6, 7 (VB). T7 184 2 Uma grande responsabilidade repousa sobre os membros da igreja. Cuidem para que, por falta de atenção para com os novos na fé, e pelo lançar sementes de dúvida e incredulidade sob a instigação de Satanás, não sejam achados culpados da ruína da perdição de uma pessoa. "Fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente, antes seja sarado. Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; tendo o cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe, e por ela muitos se contaminem." Hebreus 12:13-15. T7 184 3 Grande é o poder das agências satânicas e o Senhor roga ao Seu povo que se fortaleça mutuamente, "edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé". Judas 20. T7 184 4 Em vez de cooperar com Satanás, aprenda cada qual o que quer dizer cooperar com Deus. Nestes tempos difíceis tem Ele uma obra para ser feita, a qual requer o ânimo firme e a fé que nos habilitarão a suster-nos uns aos outros. Todos devem ficar ombro a ombro e coração a coração, como cooperadores de Deus. Que não se poderia realizar com a graça de Deus e por ela se os membros da igreja estivessem unidos para suster os Seus obreiros, para amparar com suas orações e influência quando o desânimo procura infiltrar-se por todos os lados! Este é o tempo de trabalhar como mordomos fiéis. T7 185 1 Em vez de críticas e censuras, tenham nossos irmãos e irmãs palavras de animação e confiança para os instrumentos do Senhor. Deus lhes roga que animem o coração dos que arcam com grandes responsabilidades, pois com eles está trabalhando. Ele insta com Seu povo para que reconheçam o poder sustentador em Seu instrumento. Honremos ao Senhor procurando, com o máximo de nossa habilidade, dar a essas pessoas a influência que devem possuir. T7 185 2 Tendo oportunidade, falemos aos obreiros, digamos palavras que sejam uma força e inspiração. Somos demasiadamente indiferentes uns com os outros. Demasiadas vezes nos esquecemos de que nossos coobreiros carecem de força e ânimo. Em tempo de perplexidade e responsabilidades especiais, tenhamos a disposição de demonstrar-lhes nosso interesse e simpatia. Enquanto procuramos ajudá-los com nossas orações, comuniquemo-lhes que o estamos fazendo. Transmitamos a mensagem de Deus aos Seus obreiros: "Esforça-te, e tem bom ânimo." Josué 1:6. T7 185 3 Os dirigentes de nossas instituições têm uma tarefa dificílima para manter a ordem e disciplinar sabiamente os jovens que se acham sob o seu cuidado. Os membros da igreja podem fazer muito para lhes suster os braços. Quando os jovens não se dispõem a submeter-se à disciplina da instituição ou por divergirem de seus superiores em qualquer matéria se decidem fazer prevalecer a sua própria vontade, não apóiem os pais cegamente os filhos, tomando-lhes as dores. T7 185 4 Muito, muito melhor seria que sofressem seus filhos, até que jazessem no túmulo, do que serem ensinados a tratar levianamente os princípios que se acham no próprio fundamento da lealdade para com a verdade, para com seus semelhantes e para com Deus. T7 186 1 Em caso de divergência com os que estão sob sua responsabilidade, dirija-se diretamente aos que exercem autoridade e informe-os quanto à verdade. Imagine que os dirigentes dos vários departamentos compreendem muito melhor do que os outros podem compreender quais são os regulamentos essenciais. Manifeste confiança em seu critério e respeito por sua autoridade. Ensine seus filhos a respeitar e honrar a quem Deus mostrou respeito e honra, colocando-os em posições de confiança. T7 186 2 De modo algum podem os membros da igreja mais eficientemente apoiar os esforços dos dirigentes de nossas instituições do que dando em seu próprio lar um exemplo de boa ordem e disciplina. Dêem os pais bom exemplo do que querem que eles sejam. Mantenham constantemente a pureza da linguagem e a verdadeira cortesia cristã. Não haja incentivo para o pecado, nem maledicência ou suspeita. Ensinem as crianças e jovens a respeitar-se a si mesmos, a ser fiéis aos princípios e leais a Deus. Ensinem a respeitar a lei de Deus e a ela obedecer, bem como os regulamentos do lar. Então praticarão em sua vida esses princípios e os executarão em todas as suas relações com os outros. Amarão o próximo como a si mesmos; criarão atmosfera pura e exercerão influência que animará as pessoas para seguirem o caminho que leva à santidade e ao Céu. T7 186 3 Filhos que recebem tal instrução não serão um peso, nem causa de ansiedade em nossas instituições; serão um apoio para os que arcam com responsabilidades. Com a devida instrução, serão preparados para ocupar lugares de confiança, e por preceito e exemplo, ajudarão constantemente os outros a procederem bem. Terão para com os próprios dons estima justa e farão o melhor emprego de suas faculdades físicas, mentais e espirituais. Essas almas são fortalecidas contra a tentação; não são vencidas facilmente. Com a bênção de Deus, tais pessoas são portadoras de luz; sua influência tende a educar outros para uma vida comercial que seja vida cristã prática. T7 187 1 Cheios do amor de Cristo, e atentos aos seus privilégios e oportunidades, podem os membros da igreja exercer sobre os jovens de nossas instituições influência para o bem, que se acha além de avaliação. Seu exemplo de fidelidade no lar, nos negócios e na igreja, sua manifestação de cortesia social e cristã, combinados com o interesse genuíno na felicidade espiritual dos jovens, muito contribuirão para formar o caráter desses jovens para o serviço de Deus e de seus semelhantes, tanto nesta vida como na vida futura. Deveres da casa publicadora para com a igreja T7 187 2 Assim como a igreja tem responsabilidades para com a casa publicadora, também esta as tem para com a igreja. Uma deve apoiar a outra. T7 187 3 Os que ocupam função de responsabilidade nas casas publicadoras não devem permitir-se ficar tão sobrecarregados de trabalho que não tenham tempo para manter o interesse espiritual. Sendo esse espírito mantido desperto na casa publicadora, exercerá ele poderosa influência na igreja; e, sendo mantido desperto na igreja, exercerá influência poderosa na casa publicadora. A bênção de Deus repousará sobre a obra, se for conduzida de modo que as pessoas sejam ganhas para Cristo. T7 187 4 Todos os obreiros da casa publicadora, que professam o nome de Cristo, devem ser ativos na igreja. É essencial para a sua vida espiritual que aproveitem todos os meios de graça. Obterão força, não por se deixarem ficar como espectadores, mas tornando-se ativos. Cada um deve estar alistado nalgum ramo de trabalho regular e sistemático em conexão com a igreja. Todos devem reconhecer que, como cristãos, esse é o seu dever. Por seu voto batismal, acham-se sob compromisso de fazer tudo quanto esteja ao seu alcance para edificar a igreja de Cristo. Mostrem-lhes que isso requer amor e lealdade ao seu Redentor, lealdade para com o padrão da verdadeira varonilidade e feminilidade, a lealdade para com a instituição a que se acham ligados. Os que negligenciam esses deveres, não podem ser servos fiéis de Cristo, não podem ser homens e mulheres de real integridade, não podem ser obreiros aceitáveis na instituição de Deus. T7 188 1 Os dirigentes dos vários departamentos da instituição devem exercer cuidado especial para que os jovens formem hábitos retos nesses ramos. Ao serem negligenciadas as reuniões da igreja, ou deixados por cumprir deveres ligados à sua obra, investigue-se a causa. Por meio de esforço bondoso, que se procure, com tato, despertar os descuidosos e reavivar o interesse diminuído. T7 188 2 Ninguém deve permitir que seu trabalho sirva de desculpa para negligenciar o sagrado culto do Senhor. Muito melhor lhe seria pôr de lado o trabalho que diz respeito a si mesmo, do que negligenciar os deveres para com Deus. T7 188 3 Aos irmãos a quem foram confiadas responsabilidades nas casas publicadoras: Insisto sobre a importância de assistir às nossas reuniões anuais; não simplesmente às de negócios, mas às que sejam para sua iluminação espiritual. Muitos não reconhecem a necessidade de ter ligação íntima com o Céu. Sem ela ninguém está seguro; ninguém está capacitado para fazer aceitavelmente a obra de Deus. T7 188 4 Nesta obra, mais do que em qualquer atividade secular, o êxito é proporcional ao espírito de consagração e sacrifício com que fazemos o trabalho. Os que têm responsabilidades como dirigentes na obra precisam colocar-se no lugar em que possam ser impressionados profundamente pelo Espírito de Deus. Tenham ainda maior ansiedade do que os outros, de receber o batismo do Espírito Santo e o conhecimento de Deus e de Cristo, quanto em sua posição de confiança, são mais responsáveis do que o obreiro comum. T7 189 1 Dons naturais e adquiridos são todos dádivas de Deus e precisam ser constantemente mantidos sob o controle de Seu Espírito, de Seu divino e santificador poder. É preciso sentir muito profundamente a falta de experiência nesta obra, e fazer esforços árduos para adquirir o necessário conhecimento e sabedoria, a fim de empregar todas as faculdades do corpo e espírito de modo que Deus seja glorificado. T7 189 2 "E vos darei um coração novo." Ezequiel 36:26. Cristo tem que habitar em nosso coração, como o sangue se acha no corpo e nele circula como energia vitalizante. Sobre este assunto nunca é demais insistir. Ao mesmo tempo em que a verdade tem que ser nossa armadura, nossas convicções têm que ser fortalecidas pelas vivas simpatias que caracterizam a vida de Cristo. Sem exemplificar no caráter a verdade, a verdade viva, homem nenhum poderá subsistir. Só há um poder capaz de tornar-nos firmes, ou assim nos conservar -- a graça de Deus, na verdade. Quem confia em outra coisa qualquer, já está vacilante, prestes a cair. T7 189 3 O Senhor deseja que confiemos nEle. Aproveitemos o máximo possível toda a oportunidade de vir para a luz. Se permanecermos afastados das santas influências que vêm de Deus, como poderemos discernir as coisas espirituais? T7 189 4 Deus nos roga que façamos uso de toda oportunidade de conseguir o preparo para Sua obra. Ele de nós espera que empenhemos na execução desta obra todas as energias e conservemos o coração consciente de sua santidade e enormes responsabilidades. Os olhos de Deus estão sobre nós. Não é seguro, para nenhum de nós, apresentar-Lhe um sacrifício maculado, sacrifício que não custe nem estudo nem oração. Tal oferta Ele não pode aceitar. T7 190 1 Rogo-lhes que despertem e busquem a Deus por si mesmos. Enquanto Jesus de Nazaré passa, clamem-Lhe com o maior fervor: "Jesus, Filho de Davi! tem misericórdia de mim" (Lucas 18:38), e receberão vista. Pela graça de Deus receberão aquilo que será de mais valor que ouro, prata ou pedras preciosas. T7 190 2 Se há um tempo diferente, quando os homens precisam preservar sua ligação com Deus, é quando são chamados para desempenhar responsabilidade especial. Não é seguro, quando vamos à batalha, lançar de lado nossas armas. É então que precisamos ser equipados com toda a armadura de Deus. Todas as peças são necessárias. T7 190 3 Jamais alimentemos o pensamento de que podemos ser cristãos e retrair-nos. Cada um de nós é uma parte do grande conjunto da humanidade, e a natureza e a finalidade de nossa experiência serão em grande parte determinadas pela experiência daqueles com que nos associamos. Jesus disse: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." Mateus 18:20. Não vamos esquecer de nos reunir, como alguns fazem, mas exortar um ao outro, quanto mais vemos aproximar o dia. T7 190 4 Tornemos as reuniões sociais da igreja as mais interessantes possíveis. Todos os presentes têm o dever de participar dessas reuniões. E cooperar com os anjos celestiais que estão tentando promover a correta impressão sobre cada obreiro. ------------------------Capítulo 36 -- A santidade dos instrumentos divinos T7 191 1 Muitos há que não reconhecem a diferença existente entre um negócio comum, tais como uma loja, fábrica ou plantação de milho, e uma instituição estabelecida especialmente para fomentar os interesses da causa de Deus. Existe, porém, a mesma diferença que, outrora, Deus estabeleceu entre o sagrado e o comum, o santo e o profano. Essa distinção quer Ele que cada obreiro de nossas instituições discirna e aprecie. Os que ocupam cargos em nossas casas publicadoras são grandemente honrados. Sobre eles recai sagrada responsabilidade. São chamados para serem coobreiros de Deus. Devem ter em devida conta a oportunidade dessa ligação íntima com os agentes celestiais, e sentir que são altamente favorecidos com a oportunidade de dedicar à instituição do Senhor a sua capacidade, serviço e vigilância infatigável. Devem ter propósito firme, aspiração elevada, zelo para fazer da casa publicadora justamente aquilo que Deus quer que seja -- uma luz no mundo, uma Sua testemunha fiel, um memorial do sábado do quarto mandamento. T7 191 2 "E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da Sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na Sua aljava. E me disse: Tu és Meu servo; e Israel aquele por quem hei de ser glorificado. ... Pouco é que sejas o Meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os guardados de Israel; e também te dei para luz dos gentios, para seres a Minha salvação até à extremidade da Terra." Isaías 49:2-6. Essa é a palavra do Senhor para todos quantos, de alguma forma, estão ligados às Suas instituições. São favorecidos de Deus, porquanto são postos onde a luz resplandece. Desempenham um serviço especial para Deus e não devem considerar isso de pouca importância. Proporcional à sua função de sagrada confiança deve ser para eles o senso de responsabilidade e devotamento. A conversação vulgar e o comportamento leviano não devem ser tolerados. O senso da santidade do lugar tem de ser estimulado e cultivado. T7 192 1 Sobre esse instrumento escolhido, exerce o Senhor constante e vigilante cuidado. O mecanismo pode ser posto em funcionamento por homens peritos no seu manejo; mas como seria fácil deixar fora de lugar um pequeno parafuso ou uma peça da maquinaria, e que desastroso poderia ser o resultado! Quem evitou os desastres? -- Os anjos de Deus supervisionaram o trabalho. Se fosse possível para os que manejam as máquinas ter os olhos abertos, eles discerniriam os guardas celestiais. Em cada sala da casa publicadora onde é feito o trabalho, há uma testemunha anotando o espírito como ele é feito, bem como a fidelidade e abnegação reveladas. T7 192 2 Se falhei em apresentar a luz a respeito das instituições de Deus, como centros pelos quais Ele opera de maneira especial, Ele pode retratar essas coisas em sua mente por meio do Espírito Santo, para que possa ser compreendida a diferença entre o serviço comum e o sagrado. T7 192 3 Ambos, membros da igreja e funcionários da casa publicadora, devem sentir que, como obreiros de Deus, são responsáveis por proteger Sua instituição. Devem ser guardiães fiéis dos seus interesses em diversos setores, procurando protegê-los, não somente de perdas e desastres, mas de tudo que possa profanar ou contaminar. Jamais devem, através de seus atos, deslustrar sua reputação, ainda que seja por um leve criticismo descuidado ou censura. As instituições de Deus devem ser resguardadas por eles como depósitos santos, protegidos como foi zelosamente protegida a antiga arca de Israel. T7 193 1 Quando os obreiros da casa publicadora são educados a pensar que ela é um grande centro relacionado com Deus, sob Sua supervisão, quando reconhecem que ela é um canal através do qual a luz do Céu deve ser comunicada ao mundo, consideram-na com grande respeito e reverência. Vão dedicar a ela os melhores pensamentos e nobres sentimentos, e em seus trabalhos terão a cooperação de inteligências celestiais. À medida que os obreiros reconhecem que estão na presença de anjos, cujos olhos são tão puros para ver a iniqüidade, uma forte restrição se colocará nos seus pensamentos, palavras e ações. Terão força moral, porque o Senhor disse: "aos que Me honram honrarei." 1 Samuel 2:30. Cada obreiro terá uma experiência preciosa, e possuirá fé e poder que se levanta superior às circunstâncias. Todos poderão dizer: "O Senhor está neste lugar." ------------------------Capítulo 37 -- Dependência de Deus T7 194 1 A primeira lição a ser ensinada aos obreiros de nossas instituições é a lição da dependência de Deus. Antes de obter êxito em qualquer setor, deve, cada um por si mesmo, aceitar a verdade contida nas palavras de Cristo: "Porque sem mim nada podereis fazer." João 15:5. T7 194 2 A justiça tem a sua raiz na misericórdia. Nenhum ser humano é justo a menos que tenha fé em Deus e mantenha uma conexão vital com Ele. T7 194 3 Como a flor no campo tem no solo a raiz; como deve receber ar, orvalho, chuva e luz solar, assim devemos nós receber de Deus aquilo que traz vida. Somente através da participação em Sua natureza recebemos poder para obedecer a Seus mandamentos. Nenhum homem, alto ou baixo, com ou sem experiência, pode manter constantemente diante de seu semelhante uma vida pura, vigorosa, a menos que sua vida esteja ligada com Cristo em Deus. Quanto maior for a atividade das pessoas, mais estreita deve ser a comunhão com Deus. T7 194 4 A instrução dada pelo Senhor é que os empregados das casas publicadoras devem ser educados nos assuntos da religião. Esse trabalho é infinitamente mais importante do que o ganho financeiro. A saúde espiritual dos obreiros deve ser considerada em primeiro lugar. Que seja dedicado tempo, cada manhã, para começar o trabalho com oração. Não pense que isso é uma perda, pois é tempo que perdurará através de séculos eternos. Dessa forma, o êxito e a vitória espiritual serão assegurados. Tudo irá responder ao toque das mãos do Mestre. É claro que em algum momento as bênçãos de Deus serão imploradas, mas o trabalho não pode ser feito corretamente, a menos que o começo seja correto. As mãos dos obreiros devem ser fortalecidas, seu coração purificado, diante do Senhor que pode usá-los eficientemente. T7 195 1 Se é para viver uma verdadeira vida cristã, a consciência tem de ser estimulada pelo constante contato com a Palavra de Deus. Todas as coisas preciosas de preço infinito que Deus providenciou para nós não nos farão bem; não podem nos fortalecer e produzir crescimento espiritual, a menos que nos apropriemos delas. Devemos comer a Palavra de Deus, torná-la parte de nós mesmos. T7 195 2 Juntem-se pequenos grupos no início da noite, ao meio-dia, ou cedo de manhã, para estudar a Bíblia. Observem então um período de oração para que fiquem fortalecidos, esclarecidos e santificados pelo Espírito Santo. Esse trabalho deseja Cristo ver realizado no coração de cada obreiro. Se abrirmos a porta, uma grande bênção vos virá. Anjos de Deus estarão em nossa reunião. Seremos alimentados com as folhas da árvore da vida. Que testemunhos podem ser dados dessa amável convivência entre os colegas de trabalho, nesses preciosos períodos quando estão buscando as bênçãos de Deus! Cada um apresente sua experiência com palavras simples. Isso trará mais conforto e alegria a alma do que a mais agradável música instrumental pode trazer nas igrejas. Cristo virá ao nosso coração. Essa é a única maneira de manter nossa integridade. T7 195 3 Muitos podem pensar na perda de tempo devotado em buscar ao Senhor. Mas quando Ele vem cooperar com o esforço humano, e homens e mulheres cooperam com Ele, há uma mudança marcante que pode ser vista no trabalho e nos resultados. Todo o coração que foi visitado pelos brilhantes raios do Sol da Justiça, revelará a operação do Espírito de Deus na linguagem, na mente e no caráter. Tudo funcionará como que azeitado e conduzido por uma mão de mestre. Haverá menos fricção quando o espírito do obreiro receber o óleo dos dois ramos de oliveira. As santas influências serão comunicadas a outros em palavras de bondade, ternura, amor e animação. T7 196 1 Zelosos esforços de evangelistas tementes a Deus devem ser feitos em favor dos principiantes, para que se convertam. Devem ser cuidadosamente instruídos sobre a verdade. Encorajados a estudar a Bíblia diariamente, e devem ter um instrutor para ler e estudar com eles. T7 196 2 O aumento do conhecimento de Cristo que é ganho através do estudo das Escrituras, ensinadas pelo Espírito Santo, vai habilitá-los a distinguir entre o certo e o errado em todas as questões da vida. Se todos aqueles que estão relacionados com nossas casas publicadoras obtiverem esse conhecimento, enraizado e fundamentado na verdade, se conservarão no caminho do Senhor, para fazer justiça e juízo. T7 196 3 Os que lidam com coisas sagradas nas instituições de publicação e em todos os ramos da obra de Deus devem empregar toda a energia de sua capacidade mental e moral. Devem estudar continuamente, não a vontade do homem mas de Deus. Sua graça deve ser revelada em todo seu trabalho. T7 196 4 "Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor." Romanos 12:11. Devemos ser ativos no nosso trabalho, mas outro elemento tem de ser somado a essa energia: é um zelo vivo no serviço de Deus. No nosso trabalho diário devemos ter devoção, piedade e misericórdia. Se executarmos nossas tarefas sem isso, estaremos praticando um grande engano em nossa vida; cometendo uma fraude contra Deus, porque professamos servi-Lo. ------------------------Capítulo 38 -- Cooperação T7 197 1 No estabelecimento de instituições em novos campos, é muitas vezes necessário colocar responsabilidades sobre pessoas não plenamente familiarizadas com os pormenores da obra. Essas pessoas trabalham com grande desvantagem e, a menos que elas e seus coobreiros tenham interesse abnegado na instituição do Senhor, disso resultará um estado de coisas que comprometerá sua prosperidade. T7 197 2 Julgam muitos que o ramo de trabalho em que estão empenhados só interessa a eles e que ninguém mais deveria a seu respeito fazer sugestão alguma. Esses mesmos podem ser ignorantes quanto aos melhores métodos de conduzir a obra; contudo, se alguém ousa dar-lhes conselhos, sentem-se ofendidos e tornam-se mais decididos a seguir seu critério independente. Outras vezes, obreiros há que não estão dispostos a ajudar nem a instruir seus companheiros. Há também aqueles, inexperientes, que não desejam que sua ignorância se torne conhecida. Cometem erros, à custa de muito tempo e material, porque são orgulhosos demais para pedir conselho. T7 197 3 Não é difícil determinar a causa das dificuldades. Os obreiros têm sido fios independentes, quando deveriam se considerar fios que têm que ser tecidos juntos, a fim de concorrerem para formar o quadro total. T7 197 4 Essas coisas ofendem o Espírito Santo. Deus deseja que aprendamos uns dos outros. A não santificada independência nos coloca no lugar em que Ele não pode trabalhar conosco. Satanás é que muito se agrada com tal estado de coisas. T7 197 5 Não deve haver segredos, nem ansiedade por temor de que outros adquiram o conhecimento possuído por alguns poucos. Semelhante espírito dá origem a constantes suspeitas e restrições. Condescende-se em pensar e suspeitar mal, e se extingue do coração o amor fraternal. T7 198 1 Cada ramo da obra de Deus tem ligação com outro ramo. Numa instituição presidida por Deus, não pode existir exclusivismo; pois Ele é o Senhor de todo o tato, todo relacionamento; Ele é o fundamento de todos os métodos corretos. Ele é quem comunica conhecimento a respeito deles, e homem algum deve considerar esse conhecimento exclusivamente seu. T7 198 2 Cada obreiro deve ter interesse em todos os ramos da obra, e se Deus lhe concedeu discernimento, capacidade e conhecimentos que ajudem em qualquer ramo, deve ele comunicar aos outros isso que recebeu. T7 198 3 Toda habilidade que possa ser empregada na instituição, por meio do esforço desinteressado, deve ser posta em prática a fim de que a instituição prossiga com êxito, um vivo e operoso agente de Deus. Obreiros consagrados, que possuam talento e influência, é o de que precisam as casas publicadoras. T7 198 4 Todo obreiro será provado para ver se está trabalhando pelo progresso da instituição do Senhor ou para servir aos seus próprios interesses. Os que se converteram darão diariamente prova de que não procuram usar para seu proveito pessoal as vantagens e conhecimentos que adquiriram. Reconhecem que a Providência Divina lhes concedeu essas vantagens; que, como instrumentos do Senhor, podem servir à Sua causa, fazendo o melhor trabalho. T7 198 5 Ninguém deve trabalhar pelo amor do elogio ou ambição de supremacia. O obreiro fiel fará o melhor que está ao seu alcance porque assim procedendo pode glorificar a Deus. Procurará desenvolver todas as suas faculdades. Cumprirá os seus deveres como se fizesse para Deus. Seu único desejo será que Cristo receba homenagem e serviço perfeito. T7 198 6 Empenhem os obreiros todas as suas energias no esforço de conseguir vantagens para a causa do Senhor. Assim fazendo eles mesmos adquirirão capacidade e eficiência. ------------------------Capítulo 39 -- Domínio próprio e fidelidade T7 199 1 Não temos o direito de sobrecarregar nem as faculdades mentais nem as forças físicas, de maneira que nos exaltemos facilmente e sejamos levados a pronunciar palavras que desonrem a Deus. O Senhor deseja que sejamos sempre calmos e pacientes. Não obstante o que façam as pessoas, devemos representar a Cristo, procedendo como Ele procederia em circunstâncias semelhantes. T7 199 2 Quem ocupa posição de confiança, cada dia tem que tomar decisões das quais dependem resultados de grande importância. Muitas vezes tem que pensar com rapidez, e isso só pode ser feito com êxito pelos que praticam estrita temperança. A mente se fortalece sob o correto tratamento das faculdades físicas e mentais. Se o esforço não for grande demais, adquire novo vigor com cada experiência. T7 199 3 Ninguém, senão aquele que é cristão de todo o coração, pode ser um real cavalheiro T7 199 4 O deixar de conformar-se com os reclamos de Deus em todos os pormenores significa fracasso e prejuízo certos para o transgressor. Deixando de seguir o caminho do Senhor, rouba ele ao seu Criador o serviço que Lhe é devido. Isso reflete sobre si mesmo; deixa de conquistar a graça, a capacidade, a força de caráter que toda pessoa que tudo entrega a Deus tem o privilégio de receber. Vivendo separado de Cristo, fica exposto à tentação. Comete erros em sua obra para o Mestre. Infiel aos princípios nas coisas mínimas, deixa de cumprir a vontade de Deus nas maiores. Procede segundo os princípios a que se acostumou. T7 199 5 Deus não pode unir-Se aos que, colocando-se em primeiro lugar, vivem para agradar a si mesmos. Os que assim procedem, no fim hão de ser os últimos de todos. O pecado que mais se aproxima de ser desesperançadamente incurável é o orgulho da opinião própria e o egoísmo. Isso impede todo o crescimento. Quando o homem tem defeitos de caráter, e deixa de reconhecê-los; quando está tão possuído de presunção que não vê a sua falta, como pode então ser purificado? "Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes." Mateus 9:12. Como pode alguém ser aperfeiçoado, se já se considera perfeito? T7 200 1 Quando a pessoa, que os demais supõem ser guiada e ensinada por Deus, se desvia do caminho por causa da presunção, muitos lhe seguem o exemplo. Seu passo errado pode levar milhares a se desviarem também. T7 200 2 Lembre-se da parábola da figueira. T7 200 3 "Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando; e disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente. E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; e, se der fruto, ficará, e, se não, depois a mandarás cortar." Lucas 13:6-9. T7 200 4 "Deixa-a este ano." Há nessa frase uma lição para todos os que se acham ligados à obra de Deus. Foi concedido um período de graça à árvore que não produzia fruto. E da mesma forma tem Deus muita paciência com o Seu povo. Mas daqueles que tiveram grandes vantagens e se acham em posições de alta e sagrada confiança, e ainda assim não produzem fruto, diz Ele: "Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente?" Lucas 13:7. T7 200 5 Lembrem-se os que se acham ligados às instituições especiais do Senhor, de que Ele exigirá fruto de Sua vinha. Proporcionalmente às bênçãos concedidas serão os resultados exigidos. Anjos celestiais têm visitado todos os lugares em que se acham estabelecidas as instituições de Deus, e as têm ajudado. A infidelidade nessas instituições é pecado maior do que seria noutra parte, pois tem maior influência do que noutra parte teria. Infidelidade, injustiça, desonestidade e conivência com o mal impedem a luz que Deus deseja brilhar a partir de Seus servos. T7 201 1 O mundo está observando, pronto para, com rigor e severidade, criticar suas palavras, comportamento e transações comerciais. Todo aquele que desempenha uma parte na obra de Deus é observado e pesado na balança do discernimento humano. No espírito de todos aqueles com quem entram em contato ficam constantemente impressões, favoráveis ou desfavoráveis à religião bíblica. T7 201 2 O mundo observa para ver que fruto é produzido pelos professos cristãos. Ele tem o direito de esperar abnegação e sacrifício da parte dos que pretendem crer em avançada verdade. T7 201 3 Tem havido e continuará a haver entre nossos obreiros os que não sentem necessidade de Jesus a cada passo. Julgam que não podem tomar tempo para orar nem assistir a reuniões religiosas. Têm tanto que fazer que não encontram tempo para conservar o espírito no amor de Deus. Quando isso acontece, Satanás entra em ação para criar vãs imaginações. T7 201 4 Obreiros que não são diligentes nem fiéis, produzem um mal incalculável. Constituem-se em exemplo para outros. Em cada instituição há alguns que prestam serviço sincero, com disposição alegre; mas, não os atingirá o fermento? Deverá a instituição ser deixada sem alguns sinceros exemplos de fidelidade cristã? Quando homens que pretendem ser representantes de Cristo se revelam como não convertidos, de caráter grosseiro, egoísta, impuro, devem ser afastados da obra. T7 202 1 Os obreiros precisam reconhecer a santidade do legado com que o Senhor os honrou. Motivos impulsivos, atos caprichosos, têm que ser postos de lado. Os que não sabem distinguir entre o santo e o profano não são mordomos de confiança em altas responsabilidades. Quando tentados, trairão a confiança neles depositada. Os que não apreciam os privilégios e oportunidades de uma ligação com a obra de Deus, não subsistirão quando o inimigo apresentar suas tentações mais sutis. São facilmente desviados por projetos egoístas, ambiciosos. Se, depois de lhes haver sido apresentada a luz, ainda deixam de discernir entre o correto e o errado, quanto antes forem desligados da instituição, tanto mais pura e elevada será a reputação da obra. T7 202 2 Não deve ser conservado em quaisquer das instituições do Senhor quem, numa crise, deixa de reconhecer que Seus instrumentos são sagrados. Se os obreiros não têm satisfação na verdade; se sua ligação com a instituição não os torna melhores, não lhes traz o amor da verdade, então, depois de prova suficiente, devem ser afastados da obra; pois a sua falta de religião e descrença vão influenciar os demais. Por meio deles operam anjos maus, para desviar os que entram como aprendizes. Devemos escolher para aprendizes jovens promissores, que amem a Deus. Mas se forem colocados em convivência com outros que não têm amor a Deus, estarão sob o perigo constante da influência profana. Os falsos e mundanos, os que são dados à tagarelice, que vivem a comentar as faltas alheias, ao passo que se descuidam das próprias, devem ser afastados da obra. ------------------------Capítulo 40 -- O perigo das leituras impróprias T7 203 1 Vendo o perigo que ameaça a juventude por causa das leituras impróprias, não posso deixar de repetir as advertências que me foram dadas acerca desse grande mal. T7 203 2 O perigo que, para os obreiros, resulta de manusear literatura de índole reprovável é muito pouco reconhecido. O assunto com que estão tratando lhes prende a atenção e desperta o interesse. Sentenças ficam gravadas na sua memória. Pensamentos são sugeridos. Quase inconscientemente o leitor é influenciado pelo espírito do escritor, e espírito e caráter recebem impressão para o mal. Alguns há que têm pouca fé e pouco domínio próprio, e têm dificuldade de banir os pensamentos sugeridos por essa leitura. T7 203 3 Antes de aceitar a verdade presente, alguns haviam formado o hábito de ler romances. Ao unirem-se à igreja, esforçavam-se para vencer esse hábito. Colocar perante essas pessoas leituras semelhantes às que abandonaram, equivale a oferecer bebidas intoxicantes ao viciado. Cedendo à tentação que sempre os assalta, logo perdem o gosto pela leitura sadia. Não têm mais interesse no estudo da Bíblia. Ficam com a força moral debilitada. O pecado lhes parece cada vez menos repulsivo. Demonstram crescente infidelidade, desprazer cada vez maior pelos deveres práticos da vida. O espírito pervertido fica pronto para prender-se a qualquer leitura de caráter estimulante. Assim se acha aberto o caminho para Satanás ter a pessoa sob seu completo domínio. T7 203 4 Mesmo as obras que não desviam nem corrompem tão decididamente devem ser evitadas, se comunicarem desprazer pelo estudo da Bíblia. Essa Palavra é o maná verdadeiro. Que todos reprimam o desejo de leituras que não são alimento para o espírito. Não é possível realizar a obra de Deus com percepção clara, enquanto o espírito se acha ocupado com essa espécie de leitura. Os que estão ao serviço de Deus não devem gastar tempo nem dinheiro com leituras levianas. Que tem a palha com o trigo? T7 204 1 Não há tempo para entregar-se a entretenimentos levianos, à satisfação de inclinações egoístas. É tempo de nos ocuparmos com pensamentos sérios. Não é possível participar da vida abnegada do Redentor do mundo, pronta para sacrificar-se, e ao mesmo tempo achar prazer em matar tolamente o tempo em ócio, brincadeiras e gracejos. Temos grande necessidade de uma experiência prática na vida cristã. Precisamos educar a mente para a obra de Deus. A experiência religiosa é em grande parte determinada pela espécie de livros que lemos em nossos momentos de lazer. T7 204 2 Se amamos as Escrituras e as examinamos sempre que haja oportunidade, a fim de entrar na posse de seus ricos tesouros, então poderemos ter a certeza de que Jesus nos está atraindo para Si. T7 204 3 "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade; e estais perfeitos nEle." Colossences 2:8-10. T7 204 4 Não podemos ser perfeitos em Cristo e ainda estar dispostos a aprender essas coisas que vêm dos chamados grandes homens da Terra, ou colocar sua sabedoria acima da do maior Mestre que o mundo já conheceu. Procurar conhecimentos nessas fontes é representado na Palavra como procurar beber água de cisternas estragadas, incapazes de conter água. T7 205 1 Seja a verdade de Deus o assunto da contemplação e meditação. Leia a Bíblia e considere-a a voz de Deus a falar-lhe diretamente. Então encontrará inspiração e aquela sabedoria que é divina. T7 205 2 A acumulação de muitos livros para estudo, muitas vezes interpõe entre Deus e o homem uma quantidade de conhecimentos que enfraquece o espírito e o torna incapaz de assimilar aquilo que já recebeu. A mente torna-se dispéptica. É preciso discernimento para que o homem possa escolher bem entre esses muitos autores e a Palavra da vida, a fim de que coma a carne e beba o sangue do Filho de Deus. T7 205 3 Irmãos: Abandonem os rios das baixadas, e busquem as águas puras do Líbano. Não poderão andar na luz de Deus enquanto estiverem sobrecarregando o espírito com uma porção de substância que ele não pode digerir. É tempo de resolvermos lançar mão do auxílio celestial e permitir que o espírito seja impressionado pela Palavra de Deus. Fechemos a porta para toda essa espécie de leitura. A menos que uma mais profunda obra de graça ocorra no espírito e no coração, não veremos jamais a face de Deus. ------------------------Capítulo 41 -- Evitar dívidas T7 206 1 Deus não deseja que Sua obra esteja constantemente envolvida em dívidas. Quando parecer conveniente aumentar os nossos edifícios ou outras dependências de uma instituição, evitemos ir além dos nossos meios. É preferível adiar o melhoramento até que a Providência abra o caminho para que ele seja realizado sem contrair pesadas dívidas e ter que pagar juros. T7 206 2 As casas publicadoras têm atraído a confiança de nosso povo e, dessa maneira, se tornaram capazes de fornecer recursos para manter setores da obra nos diferentes campos, e têm auxiliado na condução de outros empreendimentos. Isso está certo. Não tem sido feito o suficiente nesse sentido. O Senhor vê tudo isso. De acordo, porém, com a luz que Ele me deu, devem-se empenhar todos os esforços para estarem livres de dívidas. T7 206 3 A obra de publicações foi iniciada com sacrifício e deve ser administrada de acordo com princípios econômicos rígidos. A questão das finanças pode ser enfrentada se, ao surgir carência de recursos, os obreiros concordarem com uma redução nos salários. Esse foi o princípio que o Senhor me revelou para ser levado às nossas instituições. Quando o dinheiro for escasso, devemos estar dispostos a restringir as nossas necessidades. T7 206 4 Que seja feito o mais detalhado orçamento das publicações e então todos em nossas casas publicadoras estudem cada possibilidade de economizar, ainda que isso possa gerar alguma inconveniência. É preciso cuidar das pequenas despesas. Estancar todo vazamento. São as pequeninas perdas que cobram caro no fim. Deve-se ajuntar os fragmentos; coisa alguma deve ser desperdiçada. Que não se gaste os minutos conversando; os minutos perdidos comprometem as horas. A persistente diligência, que opera pela fé, será sempre coroada de êxito. T7 206 5 Alguns pensam que rebaixa a sua dignidade o cuidar de coisas pequenas. Pensam eles ser isso a evidência de uma mente estreita e de um espírito mesquinho. Mas as pequenas infiltrações têm posto a pique muito navio. Não se deve permitir que coisa alguma que se destine ao benefício de todos seja desperdiçada. A falta de economia acarretará certamente dívida às nossas instituições. Embora se possa receber muito dinheiro, este se perderá nos pequenos gastos de cada setor da obra. Economia não é mesquinhez. T7 207 1 Todo homem ou mulher empregados na casa publicadora deve ser uma fiel sentinela, que vigie para que nada seja desperdiçado. Todos devem acautelar-se contra supostas necessidades que exijam o emprego de meios. Alguns homens vivem melhor com quatrocentos dólares por ano do que outros com oitocentos. A mesma coisa se dá com nossas instituições; algumas pessoas podem dirigi-las com muito menos capital do que outras. Deus deseja que todos os obreiros exerçam economia, e especialmente que sejam fiéis contabilistas. T7 207 2 Cada obreiro de nossas instituições deve receber justa remuneração. Se os obreiros receberem salários adequados, eles terão a satisfação de fazer doações à causa. Não é justo que alguns recebam grande quantia, e outros, que estão realizando trabalho necessário e fiel, recebam tão pouco. T7 207 3 Não obstante, há casos em que se deve estabelecer uma diferença. Há homens ligados com as casas publicadoras que desempenham pesadas responsabilidades, e cujo trabalho é de grande valor para a instituição. Em muitos outros lugares eles poderiam ter muito menos responsabilidade e, financeiramente, obterem maior remuneração. Todos podem ver a injustiça de não se pagar a esses homens um salário maior do que se paga a trabalhadores braçais. T7 207 4 Se uma mulher for apontada por Deus para fazer certo trabalho, seu trabalho deve ser calculado de acordo com o seu valor. Alguns podem pensar que seja correto permitir que as pessoas devotem seu tempo e trabalho à obra sem remuneração. Deus, porém, não sanciona tais soluções. Ao se exigir sacrifício por causa de falta de recursos, não se deve fazer recair o fardo exclusivamente sobre umas poucas pessoas. Todos devem unir-se nesse sacrifício. T7 208 1 O Senhor deseja que os que têm o encargo de Seus bens revelem bondade e liberdade, não mesquinhez. Não devem eles, em seu interesse, procurar exigir cada centavo possível. Deus olha com desprezo para tais métodos. T7 208 2 Devem os obreiros receber remuneração de acordo com as horas que eles dedicam a trabalho honesto. Aquele que dedica tempo integral deve receber de acordo com o tempo. Se alguém emprega mente, alma e energia no desempenho de suas responsabilidades, deve ser pago de acordo com isso. T7 208 3 Ninguém deve receber um salário exorbitante, ainda que ele possua aptidões e qualificações especiais. O trabalho feito para Deus e Sua causa não deve ser realizado de forma mercenária. Nenhuma sobrecarga a mais têm os obreiros da casa publicadora, gasto algum maior, nenhuma responsabilidade mais pesada do que os obreiros de outros setores. Seu trabalho não é mais cansativo do que o do fiel pastor. Ao contrário, os pastores fazem, via de regra, maiores sacrifícios do que os realizados pelos obreiros de nossas instituições. Os pastores vão onde são enviados; são soldados, prontos para se locomoverem a qualquer momento, para enfrentar qualquer emergência. São, até certo ponto, forçosamente separados de suas famílias. Os obreiros das casas publicadoras têm, em geral, uma casa permanente, e podem viver com suas famílias. Isso é uma grande economia e deve ser considerado comparando-se a relativa compensação dos obreiros do ministério com os das casas publicadoras. T7 209 1 Os que trabalham sem reservas na vinha do Senhor, empregando o máximo de sua habilidade, não são os que mais valorizam seu próprio serviço. Em lugar de se encherem de orgulho e presunção, e calcularem com exatidão cada hora de trabalho, comparam seus esforços com o trabalho do Salvador, e se consideram servos pouco úteis. T7 209 2 Irmãos, não considerem quão pouco pode ser feito para atingir o padrão mais baixo, mas despertem-se para a possibilidade de chegar à plenitude de Cristo, a fim de poder fazer muito por Ele. T7 209 3 O Senhor necessita de pessoas que vejam a obra em sua magnitude, e que compreendam os princípios que com ela têm estado entrelaçados desde o seu surgimento. Ele não deseja que um sistema mundano de coisas venha moldar a obra em rumos inteiramente diferentes dos que destinou ao Seu povo. A obra deve demonstrar o caráter de seu Originador. T7 209 4 No sacrifício de Cristo pelos homens caídos, a misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram. Quando esses atributos estão separados da mais maravilhosa e visivelmente bem-sucedida obra, ela perde completamente o seu valor. T7 209 5 Deus não escolheu uns poucos homens para Sua estima, e deixou outros abandonados. Ele não exalta um, e abate e oprime outro. Todos os que são verdadeiramente convertidos manifestarão o mesmo espírito. Eles tratarão os seus semelhantes como tratariam a Cristo. Um não ignorará os direitos do outro. T7 209 6 Os servos de Deus devem ter tão grande respeito pela sagrada obra que estão manejando que não tragam para ela nenhum vestígio de egoísmo. ------------------------Capítulo 42 -- Fé e ânimo T7 210 1 O Senhor ordenou a Moisés que recordasse aos filhos de Israel o Seu procedimento com eles ao libertá-los do Egito e protegê-los maravilhosamente no deserto. Deveria ele lembrar-lhes a incredulidade e murmurações quando levados a provações, e a grande misericórdia e benignidade do Senhor, que nunca os abandonara. Isso lhes estimularia a fé e fortaleceria o ânimo. Ao mesmo tempo em que seriam levados a reconhecer seu pecado e fraqueza, reconheceriam também que Deus era sua justiça e força. T7 210 2 Igualmente necessário é que o povo de Deus hoje tenha presente como e quando foram provados, e onde lhes fracassou a fé; onde, pela incredulidade e presunção, puseram em perigo a Sua causa. A misericórdia de Deus, Sua providência mantenedora, Seus maravilhosos livramentos, devem ser rememorados, passo a passo. Ao recordar o passado, deve o povo de Deus ver que o Senhor está sempre repetindo Seu procedimento. Deve compreender as advertências feitas, e cuidar em não repetir os erros. Renunciando a toda confiança própria, deve acreditar que Ele o guardará de desonrar outra vez o Seu nome. Em cada vitória que Satanás alcança, pessoas são postas em perigo. Alguns se tornam objeto de suas tentações para nunca mais serem reabilitados. Andem, pois, cuidadosamente os que cometeram erros, orando a cada passo: "Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem." Salmos 17:5. T7 210 3 Deus manda aflições a fim de provar quem permanecerá fiel sob a tentação. Ele a todos leva a situações de prova, para ver se confiam num poder fora e acima deles. Todos têm traços de caráter não descobertos ainda, que têm que vir à luz pela aflição. Deus permite que os que confiam em suas próprias forças sejam tentados severamente, a fim de que se compenetrem de sua incapacidade. T7 211 1 Quando nos sobrevêm aflições; ao vermos perante nós, não o aumento de prosperidade, mas a pressão que exige sacrifício da parte de todos, como devemos enfrentar as insinuações de Satanás de que haveremos de passar um tempo muito difícil? Se dermos ouvidos às suas insinuações, surgirá a falta de fé em Deus. Em tal tempo, devemos lembrar-nos de que Deus sempre teve cuidado de Suas instituições. Devemos olhar à obra que fez, às reformas que operou. Devemos juntar as evidências das bênçãos celestiais, os sinais para o bem, dizendo: "Senhor, cremos em Ti, nos Teus servos e na Tua obra. Em Ti confiaremos. A casa publicadora é Tua instituição, e não fracassaremos nem desanimaremos. Honraste-nos, ligando-nos com o Teu centro. Permaneceremos no caminho do Senhor, para fazer justiça e juízo. Desempenharemos a nossa parte, sendo fiéis à obra de Deus." T7 211 2 Se, no lugar em que estamos, temos falta de fé quando se apresentam dificuldades, teríamos falta de fé em qualquer lugar. T7 211 3 Nossa maior necessidade é de fé em Deus. Ao olharmos para o lado escuro, perdemos nossa segurança no Senhor Deus de Israel. Quando abrimos o coração aos temores e conjeturas, o caminho do progresso é obstruído pela incredulidade. Não pensemos jamais que Deus tenha abandonado Sua obra. T7 211 4 Tem que falar menos de incredulidade, menos conjeturas de que isto ou aquilo está impedindo o caminho. Vamos avançar com fé; acreditar que o Senhor preparará o caminho para a Sua obra. Então encontraremos descanso em Cristo. Cultivando fé, e colocando-nos na devida relação para com Deus, e dispondo-nos, com fervorosa oração, a cumprir nosso dever, o Espírito Santo atuará em nós. Os muitos problemas que agora parecem misteriosos serão resolvidos, pela contínua confiança em Deus. Não temos de andar em penosa indecisão, pois estamos vivendo sob a guia do Espírito Santo. Podemos andar e trabalhar com confiança. T7 212 1 Se quisermos ter mãos limpas e coração puro, precisamos ter menos fé no que somos capazes de fazer, e mais no que o Senhor pode fazer por nós. Não estamos empenhados em nosso próprio trabalho; estamos fazendo a obra de Deus. T7 212 2 É necessário mais amor, mais franqueza, menos suspeita, menos pensar mal. Precisamos estar menos dispostos a culpar e acusar. É isso que é tão ofensivo a Deus. O coração precisa ser abrandado e subjugado pelo amor. O estado débil de nosso povo resulta de que seu coração não é reto para com Deus. Afastamento dEle, eis a causa da condição complicada de nossas instituições. T7 212 3 Não vamos ficar abatidos. Olhando para as aparências, e queixando-nos quando vêm dificuldades e apuros, revelamos fé doentia, debilitada. Por nossas palavras e obras, mostremos que nossa fé é invencível. O Senhor é rico em recursos. Ele possui o mundo. Olhemos para Ele, que tem luz, poder e eficiência. Ele abençoará todo o que procura comunicar luz e amor. T7 212 4 O Senhor deseja que todos compreendam que sua prosperidade se acha oculta com Ele em Cristo; que ela depende de sua humildade e mansidão, sua sincera obediência e devoção. Ao aprenderem do grande Mestre a lição de morrer para o próprio eu, de não depositar confiança no homem, nem fazer da carne o seu braço, então, invocando-O eles, o Senhor lhes será socorro presente em todo tempo de necessidade. Ele os guiará retamente. Estará à sua mão direita para lhes dar conselho. Dir-lhes-á: "Este é o caminho, andai nele." Isaías 30:21. T7 213 1 Que os irmãos que ocupam posições de responsabilidade inspirem fé e ânimo nos obreiros. Lancemos nossa rede no lado direito do barco, o lado da fé. Enquanto durar a graça, mostremos o que pode ser feito por uma igreja consagrada, viva. T7 213 2 Não temos a compreensão necessária do grande conflito que se desenrola entre seres invisíveis, a luta entre anjos leais e desleais. Por todo homem contendem anjos bons e maus. Não é esse apenas um conflito simulado. Não são batalhas virtuais essas em que nos achamos empenhados. Temos que enfrentar adversários poderosíssimos, e compete-nos determinar quem deverá vencer. Acharemos nossa força onde os primeiros discípulos acharam a sua. "Todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas." Atos 1:14. "E de repente veio do Céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados." "E todos foram cheios do Espírito Santo." Atos 2:2, 4. T7 213 3 Não há desculpa para a apostasia ou desânimo, porquanto todas as promessas de graça celestial se dirigem aos que têm fome e sede de justiça. A intensidade de desejo representada pela fome e sede é um penhor de que será concedido o suprimento almejado. T7 213 4 Tão logo reconheçamos a nossa incapacidade de fazer a obra de Deus, e nos submetamos à guia de Sua sabedoria, o Senhor poderá operar conosco. Se esvaziarmos do próprio eu a alma, Ele nos suprirá todas as necessidades. T7 214 1 Coloquemos nosso espírito e vontade onde o Espírito Santo os possa alcançar, pois Ele não operará através do espírito e da consciência de outra pessoa para alcançar nossa consciência e espírito. Com fervorosas orações pedindo sabedoria, façamos da Palavra de Deus o objeto de nosso estudo. Busquemos conselho da razão santificada, rendida inteiramente a Deus. T7 214 2 Olhemos para Jesus com simplicidade e fé. Contemplemo-lO até que o espírito desmaie pelo excesso de luz. Não estamos orando a metade do que deveríamos. Não cremos a metade do que deveríamos. "Pedi, e dar-se-vos-á." Lucas 11:9. Vamos orar, crer, fortalecer-nos uns aos outros. Orar como nunca antes oramos, para que o Senhor sobre nós ponha a Sua mão, a fim de podermos compreender a largura, o comprimento, a altura, a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o conhecimento, para que sejamos cheios de toda a plenitude de Deus. T7 214 3 O fato de ser-nos pedido que suportemos aflições, prova que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa muito preciosa, que quer desenvolver. Se não visse em nós coisa alguma pela qual pudesse glorificar Seu nome, não gastaria tempo em refinar-nos. Nós não nos damos ao trabalho de podar espinheiros. Cristo não lança em Sua fornalha pedras sem valor. É o minério valioso o que Ele prova. T7 214 4 O ferreiro põe no fogo o ferro e o aço a fim de lhes provar a têmpera. O Senhor permite que Seus escolhidos sejam postos na fornalha da aflição, a fim de que Ele possa ver de que têmpera são feitos, e se Ele os pode moldar e adaptar para a Sua obra. ------------------------Capítulo 43 -- Sacrifício próprio T7 215 1 As leis do reino de Cristo são tão simples e, ao mesmo tempo, tão completas que as adições inventadas pelo ser humano só acrescentam confusão. Quanto mais simples forem os planos de trabalho na obra de Deus, melhor será a sua execução. Adotar uma programação mundana na obra de Deus é convidar o desastre e a derrota. Simplicidade e humildade devem caracterizar todo esforço eficiente para o desenvolvimento do Seu reino. T7 215 2 Para que o evangelho possa alcançar a todas as nações, reinos, línguas e povos, deve-se manter o sacrifício próprio. Os que estão em posições de confiança devem em todas as coisas agir como fiéis mordomos, conscienciosamente administrando os recursos que foram criados pelo povo. Deve haver o máximo cuidado para evitar gastos desnecessários. Ao construir edifícios e prover instalações para a obra, devemos cuidar para não fazer planos tão elaborados que consumam dinheiro desnecessário, impossibilitando os recursos para a expansão da obra em outros campos, principalmente em terras estrangeiras. Os recursos não devem ser tirados da tesouraria para estabelecer instituições em nosso país, com o risco de comprometer o desenvolvimento da verdade no estrangeiro. T7 215 3 O dinheiro não deve ser usado somente nas circunvizinhanças, mas em países distantes, nas ilhas do mar. Se as pessoas se empenharem nesse trabalho, Deus certamente removerá tudo que não é devidamente apropriado. T7 215 4 Muitos dentre os crentes quase não têm alimento para comer, contudo, na sua profunda pobreza, trazem seus dízimos e ofertas à tesouraria do Senhor. Muitos, sabendo o que significa sustentar a causa de Deus em circunstâncias difíceis e penosas, investem seus recursos nas casas publicadoras. Voluntariamente suportam durezas e privações, vigiam e oram pelo êxito da obra. Suas ofertas e sacrifícios expressam a gratidão de seu coração Àquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Suas orações e ofertas chegam como um memorial diante de Deus. Esse é o incenso mais fragrante que ascende ao Céu. T7 216 1 O mesmo princípio que controla a obra de Deus no seu sentido mais amplo, deve controlar todas as suas ramificações. Deve estampar o selo da obra missionária. Cada departamento da causa está relacionado com todas as partes do campo de evangelismo, e o espírito que controla um departamento deve ser percebido através de todo o campo. Se uma parte dos obreiros receber um salário maior, há outros em diferentes ramos da obra, que também irão clamar por um salário mais alto, e o espírito de sacrifício próprio tornar-se-á enfraquecido. Outras instituições irão adotar esse mesmo espírito, e o favor de Deus será removido deles; porque Ele nunca sanciona o espírito egoísta. Assim, nossa obra mais atuante será minada. É impossível levar avante a obra se não houver constante sacrifício. De diferentes partes do mundo chegam pedidos por homens e recursos para levarem avante a obra. Seremos compelidos a dizer: "Esperem, não temos dinheiro na tesouraria"? T7 216 2 Alguns homens de experiência e piedade, que trabalharam na obra, negando-se a si mesmos, e não hesitaram em se sacrificar para alcançar o êxito, agora já estão dormindo na sepultura. Foram canais apontados por Deus, como Seus representantes comunicaram os princípios da vida espiritual à igreja. Tinham experiência do que era de maior valor. Não podiam ser comprados ou vendidos. Sua pureza, devoção, e sacrifício próprio, o viver com Deus, era uma bênção para o erguimento da obra. Nossas instituições foram caracterizadas pelo espírito de sacrifício próprio. T7 217 1 Naqueles dias em que lutávamos com a pobreza, aqueles que viam como Deus maravilhosamente trabalhava pela causa, sentiam que não havia nada mais honroso que pudesse acontecer com eles do que o fato de estarem ligados com o interesse da obra pelos laços sagrados que os conectavam com Deus. Não discutiam suas responsabilidades com o Senhor do ponto de vista financeiro? Não, não. Ainda que todos os oportunistas abandonassem seu posto, os piedosos jamais abandonariam a obra. T7 217 2 Os crentes que, na história pioneira da causa, sacrificaram-se para estabelecer a obra estavam imbuídos com o mesmo espírito. Sentiam que Deus exigia de todos que estivessem ligados com a Sua causa uma consagração sem reserva do corpo, alma e espírito, de todas as suas energias e habilidades, para fazer do trabalho um sucesso. T7 217 3 Todavia, em alguns aspectos, o trabalho tem-se deteriorado. Embora tenha crescido em extensão e instalações, tem diminuído em piedade. T7 217 4 Há uma lição para nós na história de Salomão. O início da vida desse rei de Israel foi brilhante com promessas. Escolheu a sabedoria de Deus e a glória de seu reino maravilhou o mundo. Deve ter crescido de força em força, de caráter em caráter, até aproximar-se da semelhança do caráter de Deus; mas, quão desagradável é sua história. Depois de ter sido exaltado às posições mais sagradas de confiança, provou ser infiel. Cresceu em auto-suficiência, orgulho e exaltação própria. A lascívia do poder político e o engrandecimento próprio levaram-no a fazer alianças com nações pagãs. A prata de Társis e o ouro de Ofir foram procurados com um custo terrível, mesmo com o sacrifício da integridade e a traição dos sagrados bens. A associação com os idolatras corrompeu sua fé; um passo falso leva a outro; derrubou a barreira que Deus erigiu para salvar Seu povo; sua vida foi corrompida pela poligamia; e finalmente se entregou a adorar deuses falsos. Um caráter que era firme, puro e elevado tornou-se fraco, marcado pela ineficiência moral. T7 218 1 Não faltaram maus conselheiros, os quais influenciaram como quiseram aquela mente, antes nobre e independente, já que Salomão não mais fazia de Deus seu guia e conselheiro. Sua sensibilidade se tornou embotada; o consciencioso e cuidadoso espírito que caracterizou os primeiros tempos do seu reinado também se perdeu. A auto-indulgência se tornou o seu deus; e, como resultado, juízos severos e tirania cruel passaram a caracterizar sua vida. As extravagâncias praticadas por indulgência própria eram alimentadas à custa de uma taxação opressiva sobre os pobres. Salomão, o rei mais sábio que já teve um cetro nas mãos, tornou-se um déspota. Como rei, ele fora um ídolo da nação, e tudo que falava e fazia era copiado. Seu exemplo exerceu uma influência cujos resultados só serão plenamente conhecidos quando as obras forem trazidas em revista diante de Deus, e cada homem for julgado de acordo com o que realizou nesta vida. T7 218 2 Como Deus pode suportar os delitos desses que tiveram grande luz e vantagens, contudo, seguiram o curso de sua própria escolha, para sua injúria eterna! Salomão, que na dedicação do templo solenemente desafiou o povo: "E seja o vosso coração perfeito para com o Senhor, nosso Deus" (1 Reis 8:61), escolheu seu próprio caminho, e em seu coração, separou-se de Deus. A mente que uma vez foi dada a Deus, inspirada por Ele para escrever as mais preciosas palavras de sabedoria (o livro de Provérbios) -- verdades que foram imortalizadas -- aquela mente nobre, por intermédio de associações maléficas e cedendo a tentação, tornou-se ineficiente, fraca em poder moral, e Salomão desonrou a si mesmo, a Israel e a Deus. T7 219 1 Olhando para esse quadro, vemos o que os seres humanos se tornam quando se aventuram separados de Deus. Um passo errado prepara o caminho para outro, cada passo dado se torna mais fácil do que o anterior. Assim as pessoas seguem um outro líder que não é Cristo. T7 219 2 Todos os que ocupam posições em nossas instituições serão provados. Se fizerem de Cristo seu companheiro, receberão sabedoria, conhecimento e compreensão; crescerão na graça e aptidão no caminho de Cristo; e o caráter será modelado à Sua semelhança. Se não seguirem o caminho do Senhor, outro espírito controlará a mente e o discernimento, farão planos sem o Senhor, seguirão seus próprios caminhos, e perderão os cargos que ocupavam. Se afastarem da luz que lhes foi dada, que ninguém apresente suborno para induzir sua permanência. Eles se tornarão um engano e uma cilada. Chegou o tempo em que tudo que pode ser sacudido, será sacudido, só o que estiver firme vai permanecer. Todo caso vem a julgamento diante de Deus; Ele está medindo o templo e seus adoradores. T7 219 3 "Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão." Ezequiel 34:12. ------------------------Capítulo 44 -- Necessidades no sul T7 220 1 O Senhor espera muito mais de nós do que Lhe temos dado, em relação a um serviço altruísta pelas pessoas de todas classes nos Estados do Sul dos Estados Unidos. Esse campo está muito próximo de nós, contudo reserva um grande trabalho a ser feito para o Mestre. Essa obra deve ser realizada agora, enquanto os anjos estão segurando os quatro ventos. Não há tempo a perder. T7 220 2 O Senhor tem esperado longamente para atuar através de instrumentos humanos. Quanto tempo mais O obrigaremos a esperar por homens e mulheres para responderem ao chamado: "Vai hoje trabalhar na Minha vinha"? São necessários mensageiros de misericórdia, não apenas em poucos lugares do Sul, mas através de todo o campo. Ricos e pobres estão clamando por luz. T7 220 3 Homens e mulheres deveriam se oferecer agora para levar a verdade a todos os lugares desse campo. Há milhares que estão dispostos a se entregar a Deus para esse trabalho. Ele os aceitará e atuará por meio deles, fazendo-os mensageiros de paz e esperança. T7 220 4 Os obreiros encontrarão muitos de coração endurecido contra a convicção do Espírito de Deus; mas encontrarão também muitos que estão famintos pelo pão da vida, e que, recebendo a mensagem, sairão a espalhar a semente da verdade. T7 221 1 Quando o Senhor chamou a Moisés para liderar os filhos de Israel ao saírem do Egito, deu-lhe a segurança: "Eu serei contigo." Êxodo 3:12. "Irá a Minha presença contigo para te fazer descansar." Êxodo 33:14. A mesma segurança é dada àqueles que vão trabalhar para o Senhor no campo sulista. T7 221 2 Meus irmãos e irmãs, comunguem com Deus, a fim de que sejam imbuídos do Seu Espírito, e possam ir e repartir com outros a graça que receberam. O exemplo do Salvador deve inspirá-los a fazer um esforço zeloso, e com sacrifício próprio, para o bem de outros. Ele veio a este mundo como um servo convicto da necessidade do homem. Em tudo que disse e fez manifestou amor pela raça perdida. Vestiu a Sua divindade com a humanidade, para viver entre os seres humanos como um deles, participando de sua pobreza e sofrimento. Que vida intensa Ele levou! Dia após dia, podia ser visto entrando nas casas dos mais carentes e sofredores, transmitindo esperança aos deprimidos e paz aos angustiados. Esse é o trabalho que hoje Ele pede ao Seu povo. Humildade, benevolência, sensibilidade, compadecimento. Ele saiu fazendo o bem, levantando os oprimidos e confortando os entristecidos. Ninguém que O buscou saiu desapontado. A todos trouxe esperança e alegria. Por onde andou, transmitiu bênçãos. T7 221 3 Precisamos nos humilhar diante de Deus, porque são tão poucos os membros de Sua igreja que se esforçam da maneira como o Senhor deseja que eles façam. As oportunidades que Ele nos dá, as promessas que fez, os privilégios que nos concedeu, deveriam nos inspirar com muito maior zelo e devoção. Cada pessoa que se junta à igreja deveria ser mais uma agência para levar avante o plano da redenção. Todo poder do povo de Deus deve ser devotado para trazer muitos filhos e filhas até Ele. Em nossa atividade não pode haver indiferença nem egoísmo. Apartar-se do sacrifício próprio ou afrouxar o esforço zeloso significa dar poder ao inimigo. Apelo aos negros T7 222 1 A proclamação da liberdade dos escravos nos Estados do Sul, abriu portas para que os obreiros cristãos entrem e apresentem a história do amor de Deus. Nesse campo há preciosas jóias que os obreiros do Senhor devem buscar como tesouro escondido. Embora os negros tenham sido libertados da política escravista, muitos deles ainda continuam escravos da ignorância e do pecado. Muitos estão terrivelmente degradados. Não há uma mensagem de advertência para eles? Se aqueles a quem Deus deu grande luz e muitas oportunidades tivessem feito o trabalho que Ele desejava, teríamos hoje memoriais através de todo o campo sulista: igrejas, hospitais e escolas. Homens e mulheres de todas as classes teriam sido convidados para a festa do evangelho. T7 222 2 O Senhor está preocupado com a calamidade nos Estados do Sul. Cristo chora diante dessa desgraça. Os anjos silenciaram a música de suas harpas ao ver o povo desajudado, por causa da passada escravidão. Apesar disso, aqueles em cujas mãos Deus colocou a tocha da verdade, acesa sobre o divino altar, não perceberam ainda que são responsáveis pelo trabalho de levar a luz a esse campo marcado pelo pecado. Há os que têm evitado o trabalho de resgatar os deprimidos e degradados, recusando-se a ajudar os necessitados. Os servos de Cristo devem começar a redimir suas negligências, para que possam limpar as manchas de seus relatórios. T7 223 1 A presente condição do campo do Sul está desonrando o Redentor. Mas será que isso deveria nos levar a crer que a comissão de Cristo dada aos Seus discípulos, quando disse que deveriam pregar o evangelho à todas as nações, não pode ser cumprida? -- Não, não! Cristo tem poder para fazer cumprir essa missão. Está plenamente habilitado a fazer o trabalho que Lhe foi confiado. No deserto, protegido com a armadura "Está escrito", Ele enfrentou e venceu as mais fortes tentações que o inimigo pôde apresentar a Ele. Provou o poder da Palavra. É o povo de Deus que está falhando. A presente situação do mundo é uma prova de que a Sua Palavra não tem dominado os corações como deveria. Mas isso só ocorre porque as pessoas escolheram desobedecer, e não porque a Palavra tem menos poder. Apelo dos negros T7 223 2 O Senhor tem olhado com tristeza para a mais deplorável de todas as cenas: a escravidão negra. Ele deseja que nós, em nosso trabalho por eles, nos lembremos de seu livramento providencial da escravidão, de sua relação comum conosco pela criação e redenção, e de seu direito às bênçãos da liberdade. T7 223 3 Algum tempo atrás, numa noite, me vi numa reunião em que se discutia o trabalho nos campos do Sul. As questões foram levantadas por um grupo inteligente de pessoas negras: "Deus não tem mensagem para os negros do Sul? Eles não devem ser salvos? Não estão incluídos na nova aliança? Se Cristo está para voltar em breve, não é tempo de fazer alguma coisa pelo campo sulista? T7 224 1 "Não questionamos," disseram, "a necessidade das missões em terras estrangeiras. Mas questionamos o direito daqueles que clamam pela verdade, de milhões de seres humanos serem deixados de lado, em seu próprio país, muitos deles tão ignorantes quanto os pagãos. Por que tão pouco tem sido feito pelos negros do Sul, muitos dos quais ignorantes, destituídos e necessitados de serem ensinados que Cristo é o Criador e Redentor deles? Como é que poderão crer nEle se não tiverem oportunidade de ouvir? Como poderão ouvir sem um pregador? E como poderá alguém pregar se não for enviado? T7 224 2 "Colocamos esse assunto diante daqueles que professam crer na verdade para este tempo. O que estão vocês fazendo pelos incultos negros? Por que não demonstram um interesse mais profundo nas necessidades do Sul? Não repousa sobre os ministros do evangelho a responsabilidade de estabelecerem planos para que essas pessoas possam ser educadas? Não é isso que diz a ordem do Salvador? É correto que os professos cristãos fiquem indiferentes a esse trabalho, deixando que poucos carreguem toda a responsabilidade? Em todos os planos para o trabalho médico-missionário e missões estrangeiras, não deu Deus alguma mensagem para nós?" T7 224 3 Então, Aquele que tem autoridade Se levantou e apelou a todos para darem atenção à instrução que o Senhor deu com respeito ao trabalho no Sul. Ele disse: "Muito mais trabalho evangelístico deve ser feito no Sul. Deveria ter cem obreiros onde agora some existe um. T7 224 4 "O povo de Deus deve acordar. Imagine se Deus irá abençoar àqueles que não assumirem a responsabilidade por esse trabalho, e os que colaborarem para que o seu avanço seja dificultado?" T7 225 1 Quando essas palavras foram proferidas, uma profunda preocupação foi manifestada. Alguns se ofereceram como missionários, enquanto outros permaneceram em silêncio, aparentemente indiferentes ao assunto. T7 225 2 Então ouviu-se as palavras: "O Sul não é um campo promissor, mas quão diferente poderia ser agora se, depois de os negros terem sido libertos da escravidão, homens e mulheres tivessem trabalhado com eles como os cristãos devem fazer, ensinando-os como cuidarem de si mesmos." T7 225 3 A condição dos negros no Sul não é mais desanimadora do que era a condição do mundo quando Cristo deixou o Céu para vir ajudá-lo. Ele viu a humanidade atolada na miséria e pecaminosidade. Sabia que os homens e as mulheres estavam depravados e degradados, e participavam dos vícios mais asquerosos. Os anjos ficaram maravilhados quando Cristo assumiu a tarefa que lhes parecia sem esperança. Maravilharam-se de como Deus podia tolerar uma raça tão pecaminosa. Não conseguiam ver espaço para o amor. Mas "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16. T7 225 4 Cristo veio à Terra com uma mensagem de misericórdia e perdão. Lançou o fundamento de uma religião pela qual judeus e gentios, negros e brancos, livres e escravos são ligados numa irmandade comum, reconhecidos como iguais à vista de Deus. O Salvador tem ilimitado amor por cada ser humano. Em cada um Ele vê a possibilidade de aperfeiçoamento. Com divina energia e esperança, Ele atende àqueles pelos quais deu a vida. Em Sua força, eles podem desenvolver uma vida repleta de boas obras e cheia do poder do Espírito. Evangelho para o pobre T7 226 1 A pobreza do povo a quem somos enviados não deve ser razão para evitarmos trabalhar por eles. Cristo veio a este mundo para andar e trabalhar entre os pobres e sofredores. Eles receberam a maior parte da Sua atenção. E hoje, na pessoa de Seus filhos, Ele visita os pobres e os necessitados, aliviando os angustiados e sofredores. T7 226 2 Eliminando-se o sofrimento e a necessidade não teríamos maneira de compreender a misericórdia e o amor de Deus, não conheceríamos o compassivo e complacente Pai celestial. Jamais o evangelho destaca tão bem a graça do que quando é trazida às regiões mais desprovidas e necessitadas. É aí que a luz brilha com radiante clareza e o maior poder. A verdade da Palavra de Deus entra na choupana do camponês; raios do Sol da Justiça iluminam a simples casa do pobre, trazendo alegria aos doentes e sofredores. Lá estão os anjos de Deus, e a simples fé pode fazer de uma fatia de pão e um copo d'água um banquete. O Salvador que perdoa pecados recebe ao pobre e ignorante, e dá-lhes de comer do pão que desceu do Céu. Bebem da água da vida. Os repugnantes e abandonados são, através da fé e do perdão, elevados à dignidade de filhos e filhas de Deus. Erguidos acima do mundo, sentam nos lugares celestiais com Cristo. Eles podem não possuir tesouros terrestres, mas encontraram a pérola de grande preço. O que pode ser feito? T7 226 3 O problema colocado diante de nós é: como realizar o trabalho nesse campo tão difícil? Os longos anos de negligência, tornaram o trabalho ainda mais difícil do que deveria ser. Obstruções foram acumuladas. T7 227 1 A obra médico-missionária deveria ter feito grande progresso. Sanatórios deveriam ter sido estabelecidos. Os princípios da reforma de saúde tinham de ser proclamados. Esse trabalho tem que ser encarado agora. E sem o menor vestígio de egoísmo. Deve ser feito com zelo, perseverança e devoção que irão abrir as portas para que a verdade possa entrar e permanecer. T7 227 2 No Sul há muitas coisas que podem ser realizadas por membros leigos da igreja, pessoas de limitada educação. Há homens, mulheres e crianças que precisam aprender a ler. Essas pobres almas estão morrendo de fome pelo conhecimento de Deus. T7 227 3 Nosso povo do Sul não está esperando pregadores eloqüentes, homens talentosos; que assumam o trabalho colocado pelo Senhor diante deles, e façam o melhor. Ele aceita e trabalha com homens e mulheres humildes e zelosos, mesmo que não sejam eloqüentes e altamente educados. Meus irmãos e irmãs, formulem planos inteligentes de trabalho e saiam, confiando no Senhor. Não tolerem o sentimento de vocês são muito capacitados e dotados de especial visão. Comecem e continuem com humildade. Sejam expositores vivos da verdade. Façam da Palavra de Deus o seu conselheiro. Então, a verdade avançará com poder, e pessoas serão convertidas. T7 227 4 Famílias de observadores do sábado devem mudar-se para o Sul, e viver a verdade diante dos que não a conhecem. Essas famílias podem se ajudar mutuamente, mas sejam cuidadosas para não fazer coisa alguma que possa comprometer seu avanço. Realizem o trabalho cristão de ajudar, alimentar o faminto e vestir o nu. Isso terá muito maior influência para o bem do que pregar sermões. Necessitam-se atos de simpatia, além de palavras. Cristo fazia preceder a pregação de Sua mensagem por atos de amor e beneficência. Vão esses obreiros de casa em casa, ajudando onde o auxílio for necessário e, à medida que surja a oportunidade, contando a história da cruz. Cristo deve ser o seu texto. Não precisam insistir em assuntos doutrinários; falem da obra e sacrifício de Cristo. Exaltem Sua justiça, revelando na vida a Sua pureza. T7 228 1 O verdadeiro missionário deve revestir-se da mente de Cristo. Seu coração deve estar cheio de amor semelhante ao de Cristo; e deve ser verdadeiro e firme em relação aos princípios. T7 228 2 Escolas devem ser estabelecidas em diversos lugares, e aqueles que são simpáticos e colaboradores, que gostam do Salvador, serão tocados pela visão das aflições e sofrimentos, e devem ensinar a idosos e jovens. A Palavra de Deus deve ser ensinada de tal maneira que todos possam compreendê-la. Os alunos devem ser animados a estudar as lições de Cristo. Isso irá fazer mais para ampliar a mente e fortalecer o intelecto do que qualquer outro estudo. Nada comunica tamanho vigor às faculdades como o contato com a Palavra de Deus. T7 228 3 Os campos de algodão não são o único meio de os negros ganharem a vida. Eles precisam ser ensinados como cultivar o solo, como diversificar as culturas, e como plantar e cuidar de pomares. Apurados esforços devem ser feitos para desenvolver suas habilidades. Despertar neles o pensamento de que são valiosos diante de Deus, porque são Sua propriedade. T7 228 4 Entre os negros há muitos que estiveram com o intelecto comprometido por tão longo tempo que é difícil ajustá-los rapidamente para seu próprio benefício. Mas podem ser ensinados a conhecer a Deus. Os raios brilhantes do Sol da Justiça podem iluminar os recantos mais escuros de sua mente. Têm o privilégio de terem a vida regulada pela vida de Deus. Inserida em sua mente, terão pensamentos elevados e nobres. Vivas diante deles estarão vidas que farão diferença entre o vício e a pureza, as trevas e a luz. Que possam ler nessas vidas o que significa ser um cristão. A corrente que desce do trono de Deus é comprida suficiente para alcançar as maiores profundezas. Cristo é capaz de levantar os mais empedernidos pecadores de sua degradação e colocá-los onde possam ser reconhecidos como filhos de Deus, herdeiros com Cristo da herança imortal. T7 229 1 Muitos estão completamente desanimados. Porque foram menosprezados e esquecidos, se tornaram estóicos. São vistos como incapazes de compreender ou receber o evangelho de Cristo. Todavia, por um milagre da divina graça podem ser mudados. Sob a atuação do Espírito Santo, sua aparência deprimida que parece insolúvel será transformada. A mente entorpecida e obscura será despertada. O escravo do pecado será liberto. A vida espiritual reviverá e será fortalecida. O vício desaparecerá, e a ignorância será vencida. Através da fé que opera por amor, o coração será purificado e a mente iluminada. T7 229 2 Entre os negros há pessoas que têm percepção rápida e mente brilhante. Muitos são ricos em fé e confiança. Deus vê entre eles preciosas jóias, que um dia brilharão intensivamente. T7 229 3 Os negros precisam mais da ajuda dos brancos do que têm recebido. Há milhares que têm mente capaz de ser cultivada e desenvolvida. Com trabalho apropriado, muitos que parecem casos sem esperança se tornarão educadores para seu povo. Através da graça de Deus, aqueles que o inimigo tem oprimido durante gerações, pode ser erguido à dignidade de homens e mulheres de Deus. T7 230 1 O Senhor deseja que os lugares desertos do Sul, onde a paisagem parece tão inóspita, se tornem como o jardim de Deus. Levante-se o nosso povo e redima o passado. A obrigação de trabalhar pela população negra pesa demasiadamente sobre nós. Não devemos tentar, com todas as nossas possibilidades, reparar a injúria do passado cometida contra esse povo? Não deveria o número de missionários no Sul ser multiplicado? Não deveríamos dar atenção a tantos voluntários que estão prontos para entrar nesse campo a fim trazer almas das trevas e da ignorância para a maravilhosa luz na qual regozijamos? Deus derramará Seu Espírito sobre aqueles que responderem ao Seu chamado. Na força de Cristo farão um trabalho que encherá de regozijo o Céu. T7 230 2 "Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que Eu, Eu mesmo, procurarei as Minhas ovelhas e as buscarei. ... e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. ... Eu apascentarei as Minhas ovelhas, e Eu as farei repousar, diz o Senhor Jeová. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei... E farei com elas um concerto de paz... E a elas e aos lugares ao redor do Meu outeiro, Eu porei por bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão. ... Saberão, porém, que Eu, o SENHOR, seu Deus, estou com elas ... Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do Meu pasto; homens sois, mas Eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Jeová." Ezequiel 34:11-31. ------------------------Capítulo 45 -- Centros de influência T7 231 1 Um bom começo já foi feito no Sul. Na sequência dos eventos, o Senhor tem atuado maravilhosamente para o avanço de Sua obra. Batalhas foram travadas e vitórias ganhas. Impressões favoráveis foram feitas e preconceitos removidos. T7 231 2 Durante a noite, fui levada pelo meu Guia de um lugar para outro, de uma cidade para outra, no Sul. Vi o grande trabalho a ser realizado, que deveria ter sido feito anos atrás. Observamos vários locais. O nosso primeiro interesse foram os lugares onde a obra já tinha sido estabelecida, e aqueles onde o caminho está aberto para se realizar um início. Vi onde estão localizadas as instituições para o desenvolvimento da obra do Senhor. Um desses lugares era Greysville, e outro, Huntsville, onde temos escolas industriais. Essas escolas devem receber ânimo e ajuda, porque o Senhor as estabeleceu. Cada uma têm as suas próprias vantagens. T7 231 3 Da luz que me foi dada, sei que a obra em Hildebran, se dirigida apropriadamente, será uma grande bênção para a região circunvizinha. Foi-me mostrado que devemos fundar escolas nesses distritos, fora das cidades, longe das suas tentações. T7 231 4 Somente a eternidade poderá revelar a extensão da obra realizada em favor dos negros por essas pequenas escolas de Vicksburg, de Yazoo, e outros pontos do Sul. Nesse campo necessitamos muito mais desse tipo de escolas. T7 231 5 No Sul, devemos providenciar grandes instalações para educação e treinamento de jovens, tanto brancos como negros. Devem ser fundadas escolas fora das cidades, onde os jovens possam aprender a cultivar o solo, tornando-se independentes e as escolas auto-suficientes. Em conexão com essas escolas devem ser desenvolvidos todos os tipos de trabalho, tanto de agricultura como de mecânica, que a situação do lugar permitir. Ajuntem os recursos e estabeleçam essas escolas. Nelas, os estudantes poderão obter uma educação que, com a bênção de Deus, irá prepará-los para ganhar almas para Cristo. Unidos com o Salvador, crescerão em espiritualidade, e se tornarão valiosos obreiros na Sua vinha. T7 232 1 Os nossos grandes colégios devem estar ligados a pequenos sanatórios, para que os estudantes possam ter a oportunidade de obter conhecimento da obra médico-missionária. Essa linha de trabalho deve ser introduzida em nossas escolas como parte do currículo regular. Pequenos sanatórios devem ser estabelecidos nas escolas de Graysville e Huntsville. Nashville, um centro T7 232 2 Como um povo, deveríamos tomar interesse especial pela obra em Nashville. No presente, essa cidade é um ponto de grande importância no Sul. Nossos irmãos selecionaram Nashville como uma base da obra no Sul porque o Senhor na Sua sabedoria os dirigiu. É um lugar favorável para começar. Nossos obreiros irão descobrir que é mais fácil trabalhar nessa cidade com os negros do que em muitas outras cidades do Sul. Nessa cidade, um grande interesse nos negros já foi desenvolvido por outros que não são de nossa fé. Na cidade e nos arredores há grandes instituições educacionais para os negros. A influência dessas instituições preparou o caminho para nós, para fazer dessa cidade um centro para a nossa obra. T7 233 1 Dentro das instituições de ensino de Nashville, a verdade deve encontrar a sua porta de entrada. Nessas instituições há pessoas que serão alcançadas pela mensagem do terceiro anjo. Todos os recursos devem ser utilizados para interessar os professores e estudantes na mensagem da verdade presente, e isso deve ser realizado de maneira sábia e compreensiva. Com professores experientes pode-se aprender preciosas lições a respeito da melhor maneira de ajudar os negros. T7 233 2 A verdade também deve ser levada àqueles que consagram seus recursos e influência para o benefício dos negros. Eles assumiram uma atitude nobre para erguer esse povo. Eles têm de ver uma representação da nossa obra que lhes servirá como uma lição objetiva. Devemos fazer tudo que for possível para remover o preconceito que ainda possa existir na mente deles contra a nossa obra. Se os nossos esforços estiverem de acordo com a vontade de Deus, muitos deles serão convencidos e convertidos. O Senhor iluminará o caminho daqueles que estão à procura da luz. T7 233 3 Nashville é um acesso fácil para Graysville e Huntsville. Pelo trabalho em Nashville, a obra em Graysville e Huntsville será confirmada e estabelecida. Graysville e Huntsville estão suficientemente próximas de Nashville, para fortalecer a obra lá, bem como para serem fortalecidas. T7 233 4 De acordo com o propósito de Deus, a obra de publicações foi iniciada em Nashville. Há necessidade de uma casa publicadora no Sul, para a publicação da verdade para este tempo, principalmente a impressão de material adequado para as diferentes classes de pessoas nesse lugar. E não há cidade melhor no Sul do que Nashville para levar avante a obra de publicações. O estabelecimento de uma tal instituição é um movimento avançado. Se devidamente gerenciada, essa instituição dará um caráter especial à obra no Sul, tornando-se um meio para divulgar o conhecimento da verdade. A casa publicadora de Nashville, por algum tempo, irá necessitar de dádivas e ofertas. T7 234 1 Fui instruída a precaver meus irmãos do Sul, no presente, a não se moverem precipitadamente, no estabelecimento de grandes empreendimentos e novos centros, de maneira que venham a dividir nossos obreiros e recursos, assim enfraquecendo nossas forças, num momento crítico da obra. Esperem um pouco até que alguns dos planos começados se aproximem mais da perfeição. Não entrem impetuosamente em novos empreendimentos antes que as instituições de Graysville e Huntsville estejam mais firmemente estabelecidas e os interesses centralizados em Nashville, bem fortalecidos. T7 234 2 Ainda há, comparativamente, poucos lugares trabalhados no Sul. Há muitos e muitos lugares nos quais nada foi feito. Centros de influência podem ser estabelecidos em muitos lugares, abrindo-se lojas de alimentos naturais, restaurantes vegetarianos e salas de tratamento. Nem todas as necessidades podem ser avaliadas antes de começar. Os que estão envolvidos na obra do Sul devem orar sobre o assunto e lembrar que Deus está guiando tudo. Não devem deixar que as limitações e o egoísmo sejam manifestos. Orem para que a obra avance de forma simples, sensível e econômica. ------------------------Capítulo 46 -- Instruções para os obreiros T7 235 1 Devagar, mas com segurança, a roda da Providência está se movimentando. Não sabemos quão logo o nosso Senhor dirá: "Está feito." Sua vinda está próxima. Breve as nossas oportunidades para trabalhar estarão para sempre no passado. Apenas um pouco mais será permitido trabalhar. Meus irmãos, será que estamos nos esforçando com todo o empenho para estabelecer memoriais para Deus nos Estados do Sul? Igrejas devem ser fundadas, casas de culto estabelecidas, e instalações para publicações fortalecidas. T7 235 2 Para estabelecer a obra em diferentes lugares do Sul, necessitaremos de homens e mulheres de sabedoria e oração, homens e mulheres que levem avante a obra de estágio em estágio, silenciosa e inteligentemente, avançando, orando trabalhando economicamente, como obreiros apontados por Deus. A situação requer esforço pessoal, unido e completo. T7 235 3 "Tijolo sobre tijolo e se faz a parede mais alta; Um floco sobre outro e a neve é depositada." T7 235 4 Trabalho contínuo e paciente bem feito, deve ser o nosso lema. Um perseverante esforço, avançando passo a passo até que a corrida esteja concluída e a vitória conquistada. T7 235 5 Quando a obra de publicações em Nashville foi iniciada, foi assentado o propósito dos obreiros de evitar dívidas; mas num esforço desesperado para fazer tijolos sem palha nossos irmãos afastaram-se desse propósito e, como resultado, a obra envolveu-se em dificuldades. Entretanto, os homens de Deus em Nashville não devem ficar desanimados por causa disso. O trabalho não deve parar. Todos, agora, devem, com a maior seriedade, evitar os erros do passado. Guardem-se com uma cerca de arame farpado contra a inclinação de entrar em dívidas. Digam firmemente: "Daqui em diante não avançaremos mais rápido do que o Senhor indicar e do que permitirem os meios que tivermos em mãos, ainda que a boa obra tenha de esperar um pouco. Ao começar em novos lugares, será melhor trabalhar com orçamento apertado do que envolver a causa do Senhor em dívidas." T7 236 1 Não desanimem os que têm trabalhado com afinco para levar a obra até o presente estado de desenvolvimento no Sul. Façam o melhor para colocar em bases sólidas a obra em Nashville. O Senhor confia nesses valentes que lutam para fazer o que realmente tem de ser feito. O Senhor, na Sua piedade, bondade e amor, tem misericórdia deles. Aceita-os, ainda, como Seus coobreiros. O Senhor sabe tudo a respeito de cada um deles. Tiveram que passar pelo fogo da aflição, ao desbravarem o trabalho pioneiro. Deus será glorificado através desses obreiros que têm trabalhado juntamente com Ele no preparo do solo que nunca antes fora trabalhado. T7 236 2 Irmãos, temos no Sul um grande trabalho a ser feito, um trabalho que está apenas começando. Não devemos ficar onde estivemos durante anos, com medo de enfrentar esse trabalho. O Senhor reconhece o trabalho rigoroso e pesado que alguns fizeram e aprova os seus esforços de sacrifício próprio. Ele os têm abençoado. Eles estão recebendo sua recompensa ao verem aqueles que ajudaram a colocar os pés na Rocha dos Séculos, os quais por sua vez passaram a ajudar outros. T7 236 3 Meus irmãos do Sul, peço, em nome do Senhor Deus de Israel, que ajam como adultos. O Senhor está no leme. Ele dará aos seus servos graça e sabedoria. O propósito de Deus é que as pessoas em cargos de responsabilidade devem-se aconselhar e orar juntos em unidade cristã. Há vida na unidade, um poder que não pode ser obtido de outra maneira. Haverá um grande poder na igreja quando as energias dos seus membros estiverem sob o controle do Espírito. Então, Deus estará em condições de fazer um trabalho poderoso através de Seu povo para a conversão dos pecadores. T7 237 1 Deus vive e reina. Abrirá o caminho do negligenciado campo do Sul, para ser cultivado para Ele. Venham os obreiros com alegria, ajudarem o Senhor a proclamar a Sua verdade. O Senhor logo virá. Falem nisso, orem por isso, creiam assim. Que isso se torne uma parte de sua vida. Terão que enfrentar o espírito de dúvida e objeção, mas ele cederá em face da confiança firme e coerente em Deus. Ao surgirem perplexidade e empecilhos, elevem o espírito a Deus em cânticos e ações de graças. Usem a armadura do cristão, e certifiquem-se de ter "calçados os pés na preparação do evangelho da paz". Efésios 6:15. Preguem a verdade com audácia e fervor. Lembrem-se que o Senhor está olhando com compaixão esse campo, e conhece sua pobreza e necessidades. Os esforços não serão em vão. T7 237 2 Nossas igrejas do Sul precisam de uma ressurreição espiritual. Uma grande e solene obra está diante dos membros de cada igreja. Devem se aproximar de Cristo com abnegação e sacrifício próprio, com o único objetivo de dar a misericordiosa mensagem de Deus aos seus semelhantes. Trabalhem cuidadosamente e com humildade, respeitando o trabalho um do outro. Um pode trabalhar de um jeito e outros de outra maneira, de acordo com o chamado do Senhor. Mas não fiquem lamentando por não poder glorificar a Deus no uso de talentos que Ele não lhes confiou desempenhar. Deus somente nos responsabiliza pelo trabalho que Ele colocou em nossas mãos. Uma coisa todos podem fazer: Evitar que o trabalho dos outros fique desnecessariamente mais difícil, criticando seus esforços, colocando pedras na frente do carro que eles estão empurrando montanha acima. Se não estão dispostos a se dedicar à obra, pelo menos deixem de estorvar os que estão trabalhando. Deus chama obreiros que recusam desanimar seus colegas. T7 238 1 Como povo de Deus que trabalha fervorosamente, com humildade e sacrifício próprio, receberão a rica recompensa da qual fala Jó: "Ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado... A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva. Dos necessitados era pai e as causas de que não tinha conhecimento inquiria com diligência." Jó 29:11-16. T7 238 2 As bênçãos das boas obras seguem para o mundo eterno para aqueles que negam a si mesmos por amor do seu Salvador. Quando os redimidos ficarem ao redor do trono de Deus, aqueles que foram salvos do pecado e da degradação, virão àqueles que trabalharam com eles, com as palavras: "Estava sem Deus e sem esperança no mundo. Estava perecendo na corrupção e pecado. Estava morrendo de fome pelo alimento físico e espiritual. Você veio a mim com amor e piedade, e alimentou-me e vestiu-me. Apontou-me o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." T7 238 3 Irmãos do Sul, sejam fortes, vamos, sejam fortes. A mão do opressor e explorador não os afligirá se exaltarem os princípios sagrados da lei de Deus. Quando o inimigo vier como um dilúvio, o Espírito do Senhor levantará contra ele um estandarte a seu favor. Vocês estão empenhados numa obra importante, e devem dar atenção, vigiar e orar, para preparar caminhos retos para os seus pés, a fim de que os menos capazes não se percam. Trabalhem tendo em vista somente a glória Deus, com o senso de sua responsabilidade individual. Lembrem-se de que somente o Senhor pode tornar seus esforços bem-sucedidos. T7 239 1 Os obreiros do Sul devem alcançar as mais altas realizações espirituais, para que seu trabalho nesse campo possa ser um sucesso. Oração em particular, em família, em reuniões públicas, para adorar a Deus, todas são essenciais. E devemos viver de acordo com nossas orações. Devemos cooperar com Cristo em Sua obra. T7 239 2 A união com Cristo e de uns com os outros é a nossa única segurança. Não vamos permitir a possibilidade de Satanás apontar para as nossas igrejas, dizendo: "Veja esse povo: fica debaixo da bandeira de Cristo, mas odiando um ao outro. Não temos nada a temê-los enquanto gastarem mais esforços lutando entre eles mesmos do que na batalha contra as minhas forças." T7 239 3 Precisamos aprender da experiência passada como evitar as falhas. Oramos ao nosso Pai celestial: "Não nos deixes cair em tentação," e então, muito freqüentemente, falhamos em guardar os nossos pés de não cairmos em tentação. Devemos estar longe das tentações, e assim será mais fácil vencer. O nosso êxito é acertado por nós mesmos através da graça de Cristo. Devemos rolar do caminho a pedra de tropeço que causa a nós mesmos e aos outros tanta tristeza. T7 239 4 Ao estabelecer a obra em novos lugares, economizemos em tudo que for possível. Cuidemos das migalhas; que nada se perca. A obra de salvar almas deve ser levada avante segundo a maneira traçada por Cristo. Ele declara: "Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me." Mateus 16:24. É unicamente pela obediência a essa palavra que podemos ser Seus discípulos. Estamos nos aproximando do fim da história deste mundo, e os vários ramos da obra de Deus devem ser desenvolvidos com muito mais sacrifício próprio do que até agora se tem manifestado. T7 240 1 Estamos nesse mundo para ajudar uns ao outros. Na obra de Cristo não há separação territorial, e aqueles que hoje tentam criar tais divisões na Sua obra seria melhor que orassem: "Senhor, dá-me um novo coração." Quando eles tiverem a mente de Cristo, poderão ver que há muitas partes na vinha de Cristo que ainda estão inexploradas. Jamais dirão: "Nossos meios são indispensáveis para levar avante os planos que temos em mãos. Portanto, não venham pedir ajuda." T7 240 2 Dia a dia os seres humanos estão decidindo uma questão de vida ou morte, decidindo se terão a vida eterna ou a destruição eterna. E muitos que professam servir ao Senhor estão satisfeitos em ocupar seu tempo e atenção com matérias de pouca importância. Estão contentes em ter divergências uns com os outros. Se fossem consagrados ao serviço do Mestre, não estariam contendendo como crianças indisciplinadas de uma família. Cada um ficaria no seu posto de dever, trabalhando de coração e alma como um missionário da cruz de Cristo. Que o Espírito Santo habite no coração dos obreiros e as obras da justiça sejam as conseqüências. Os obreiros devem levar consigo para o trabalho, as orações e simpatia de uma igreja desperta. Receberão ordens de Cristo, e não terão tempo para querelas. As mensagens sairão dos lábios tocados pela brasa viva do altar divino. Palavras sinceras e purificadas serão ditas. Orações de fé, de corações quebrantados e humildes acenderão aos Céus. Enquanto que com uma das mãos os obreiros seguram a Cristo, com a outra agarram as mãos dos pecadores e os levam para o Salvador. T7 241 1 "Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E, achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo; e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no Céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. T7 241 2 "Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende." Lucas 15:4-10. ------------------------Capítulo 47 -- Bom ânimo T7 242 1 Àqueles que estão trabalhando no Sul, digo: Não desanimem por causa da presente fragilidade do trabalho. Terão de lutar contra as dificuldades que às vezes ameaçam vencê-los. Mas, com a ajuda de Deus terão condições de avançar. Se todos em nossas fileiras soubessem quão difíceis foram os anos passados, para estabelecer a obra em lugares que desde então se tornaram centros importantes, perceberiam quanta coragem é requerida para enfrentar as situações difíceis e declarar, com as mãos levantadas para o Céu: "Não falharemos, nem ficaremos desanimados." Aqueles que não iniciaram algum trabalho em um novo território não sabem das dificuldades do trabalho pioneiro. Se pudessem compreender a atuação de Deus, não somente se regozijariam pelo que têm visto, mas se alegrariam pelo que poderão ver no futuro da obra. T7 242 2 Meus irmãos, não há razão para desânimo. A boa semente foi semeada. Deus está vigiando, fazendo brotar e produzir abundantes colheitas. Lembrem-se de que muitos empreendimentos para salvar almas foram, no começo, levados avante em meio a muitas dificuldades. T7 242 3 Fui instruída a dizer-lhes: Avancem cuidadosamente, fazendo sempre o que manda o Senhor. Avancem corajosamente, seguros de que o Senhor estará sempre com aqueles que O amam e servem. Ele irá operar a favor do povo que guarda a Sua aliança. Purificará a todos que se submetem a Ele, fazendo-os um louvor para o mundo. Nada neste mundo é tão caro para Deus como Sua igreja. Ele atuará com extraordinário poder através dos humildes e fervorosos. Cristo lhes está dizendo hoje: "Eu estou com vocês, cooperando com seus fiéis e confiantes esforços, e dando-lhes vitórias preciosas. Estarei fortalecendo e santificando-os para o Meu serviço. Dar-lhes-ei êxito no esforços para despertar as pessoas que estão mortas em transgressões e pecados." T7 243 1 A fé inabalável e o amor altruísta irão sobrepujar as dificuldades que podem se colocar no caminho do dever para comprometer uma batalha agressiva. Os que foram inspirados por essa fé irão avançar na obra de salvar almas, correndo e não se fatigando, andando e não se desfalecendo. T7 243 2 Asseguro-lhes que se trabalharem de maneira correta, Deus fará com que seus inimigos fiquem em paz com vocês. Ele irá sustentá-los e fortalecê-los. Façam uma aliança com Deus e tomem cuidado com suas palavras. "Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo." Tiago 3:2. Lembrem-se de que um discurso de vingança nunca faz a pessoa sentir ter ganho uma vitória. Deixem que Cristo fale por seu intermédio. Não percam a bênção que advém de não pensar o mal. T7 243 3 Lembrem-se de que a oração é a fonte de sua força. Não pode um obreiro alcançar êxito enquanto se apressa em suas orações, e sai em disparada para tratar de alguma coisa que teme que possa vir a ser negligenciada ou esquecida. Dedica ele a Deus uns poucos momentos apressados; não toma mais tempo para pensar, orar, esperar no Senhor a renovação da robustez física e espiritual. Logo fica cansado. Não sente a influência elevadora e inspiradora do Espírito de Deus. Não é vivificado por vida nova. O corpo exausto e a mente cansada não são refrigerados pelo contato pessoal com Cristo. T7 243 4 "Espera no Senhor, anima-te, e Ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor." Salmos 27:14. "Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor." Lamentações 3:26. Há aqueles que trabalham todo o dia e até tarde da noite para fazer o que parece para eles o que deve ser feito. O Senhor olha piedosamente para os que levam encargos pesados e exaustivos, dizendo-lhes: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." Mateus 11:28. T7 244 1 Os obreiros de Deus enfrentam tumulto, desconforto e exaustão. Às vezes, indecisos e perturbados, quase entram em desespero. Quando essa insanidade nervosa chega, devem se lembrar do convite de Cristo: "Vinde... repousar um pouco." Marcos 6:31. O Senhor "dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor." Isaías 40:29. T7 244 2 Surgirão dificuldades para provar sua fé e paciência. Enfrentem-nas com bravura. Observem o lado luminoso. Se a obra está em dificuldade, assegure-se de que não é por sua culpa, e então prossiga, regozijando-se no Senhor. T7 244 3 O Céu é um lugar de alegria. Ressoa com o louvor Àquele que fez tão maravilhoso sacrifício pela redenção da raça humana. Não deve a igreja na Terra ser também um lugar feliz? Não devem os cristãos proclamar, pelo mundo inteiro, o prazer de servir a Cristo? Os que tiverem que unir-se com o coro angélico, lá no Céu, em suas antífonas de louvor, devem aprender aqui na Terra o cântico celestial, cuja nota tônica é a ação de graças. T7 244 4 Não permita jamais que sua coragem falhe. Jamais fale de incredulidade porque as aparências são contrárias. Ao trabalhar para o Mestre você sentirá pressão pela carência de meios, mas o Senhor ouvirá e responderá a suas orações por auxílio. Seja sua linguagem: "Porque o Senhor Jeová Me ajuda, pelo que Me não confundo; por isso, pus o Meu rosto como um seixo e sei que não serei confundido." Isaías 50:7. T7 244 5 Se você cometer algum erro, transforme sua derrota em triunfo. As lições que Deus envia, quando bem aprendidas, trarão auxílio em tempo oportuno. Coloque em Deus a sua confiança. Ore muito, e creia. Confiando, esperando, crendo, apegando-se à mão do Poder Infinito, você será mais do que vencedor. T7 245 1 Os verdadeiros obreiros avançam e trabalham pela fé. Eles algumas vezes desanimam ao observar o pequeno avanço da obra, quando é mais difícil a batalha entre as forças do bem e do mal. Mas se não se permitirem fracasso nem desânimo, verão desfazerem-se as nuvens, e cumprir-se a promessa de livramento. Através da névoa com que Satanás os cercou, verão o resplendor dos brilhantes raios do Sol da Justiça. T7 245 2 Trabalhe com fé e deixe com Deus os resultados. Ore com fé, e o mistério de Sua providência dará a resposta. Por vezes, parecerá que você não vai vencer. Trabalhe, porém, e creia, pondo nos seus esforços fé, esperança e ânimo. Depois de haver feito o quanto possível, espere pelo Senhor, declarando a Sua fidelidade, e Ele cumprirá a Sua palavra. Espere, não com impaciente ansiedade, mas com fé inquebrantável e confiança inabalável. T7 245 3 "Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?... Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?... Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!" Romanos 8:31-39. T7 245 4 "Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." 1 Pedro 4:10. ------------------------Capítulo 48 -- Os pastores e os negócios T7 246 1 Foram-me dadas instruções quanto à importância de nossos pastores se manterem livres das responsabilidades que devem, em grande medida, pesar sobre os homens de negócios. Encontrava-me uma noite, em visão, numa reunião de vários de nossos irmãos que têm a responsabilidade da obra. Eles se achavam profundamente perplexos com relação às questões financeiras, e se consultavam acerca da maneira como a obra poderia ser dirigida com mais êxito. Pensavam alguns que o número dos obreiros deveria ser limitado, conseguindo-se apesar disso todos os resultados essenciais. Um dos irmãos, que ocupava uma posição de responsabilidade, estava expondo seus planos e declarando o que ele desejava ver executado. Vários outros apresentaram pontos a considerar. Então ergueu-Se Alguém de dignidade e autoridade, e passou a expor princípios para nossa orientação. A vários pastores, disse Aquele que falava: T7 246 2 "Sua obra não é o controle de questões financeiras. Não é sábio de sua parte o empreendê-lo. Deus tem responsabilidades para vocês, mas se forem dirigir setores de trabalho para os quais não estão aptos, seus esforços para apresentar a Palavra serão malsucedidos. Isso lhes trará um desânimo que os tornará incapazes para a verdadeira obra que deveriam executar -- uma obra que exige cuidadoso discernimento, e juízo são e desinteressado." T7 247 1 Os que são empregados para escrever e pregar a Palavra devem assistir a menos reuniões de comissões. Devem confiar muitas questões de menor importância a homens de aptidões administrativas, evitando assim manterem-se numa contínua tensão que lhes roube à mente o vigor natural. Devem dar muito mais atenção à conservação da saúde física; pois o vigor mental depende grandemente do físico. Os devidos períodos de sono e repouso, e abundância de exercício corporal, são essenciais à saúde física assim como à mental. Roubar à natureza suas horas de repouso e restauração, por permitir-se a um homem fazer o trabalho de quatro, ou de três, ou mesmo de dois, irá resultar em perda irreparável. Preparo no ramo comercial T7 247 2 Os que julgam que as aptidões de um homem para certo cargo o habilitam para ocupar várias outras funções vão cometer erros ao fazer planos para o avanço da obra. Podem colocar sobre uma pessoa os cuidados e encargos que deveriam ser divididos entre várias. T7 247 3 A experiência é de grande valor. O Senhor deseja ver relacionados com Sua obra homens inteligentes, aptos para vários cargos de confiança em nossas associações e instituições. Necessitam-se especialmente de consagrados homens de negócios que sigam em toda transação comercial os princípios da verdade. Os que têm a seu cargo questões de finanças não devem assumir outras responsabilidades, às quais sejam incapazes de desempenhar; tampouco deve a gerência da parte comercial ser confiada a homens incompetentes. Os que têm a seu cargo a obra, têm errado por vezes, permitindo a indicação de homens destituídos de tato e habilidade para gerirem importantes interesses financeiros. T7 248 1 Homens promissores no ramo comercial devem desenvolver e aperfeiçoar seus talentos mediante estudo e prática. Devem ser estimulados a colocar-se num lugar em que, como alunos, possam adquirir rapidamente o conhecimento dos corretos princípios e métodos comerciais. Nenhum homem de negócios atualmente ligado à causa deve deixar de ampliar sua experiência. Se há em qualquer ramo de trabalho, homens que devam aproveitar suas oportunidades para tornar-se sábios e eficientes, esses são os que estão empregando sua capacidade na obra de estabelecer o reino de Deus em nosso mundo. Dado o fato de vivermos tão próximos do encerramento da história deste mundo, deve haver maior exatidão no trabalho, mais vigilante expectativa, mais vigiar, orar e trabalhar. O instrumento humano deve se esforçar por alcançar a perfeição, a fim de ser um cristão ideal, completo em Cristo Jesus. Essenciais os princípios corretos T7 248 2 Os que trabalham nos ramos comerciais devem tomar toda precaução contra o falhar em razão de princípios ou métodos errôneos. Seu relatório deve ser como o de Daniel na corte de Babilônia. Quando todas as suas transações comerciais eram submetidas ao mais rigoroso exame, não se podia encontrar nem uma falta. O registro de sua vida profissional, embora incompleto, contém lições dignas de consideração. Revela que um homem de negócios não tem de ser necessariamente um homem astuto e cheio de habilidades políticas. Pode ser um homem instruído por Deus a cada passo. Ao mesmo tempo que era primeiro-ministro do reino de Babilônia, Daniel era profeta de Deus, recebendo a luz da inspiração celestial. Sua vida é um exemplo do que cada homem de negócios cristão pode ser. T7 248 3 Deus não aceita o mais esplêndido serviço, a não ser que o próprio eu haja sido colocado sobre o altar em sacrifício vivo, a consumir-se. A raiz deve ser santa, do contrário não pode haver fruto de boa qualidade, saudável, o único que pode ser aceito por Deus. O coração tem que ser convertido e consagrado. Os interesses devem ser corretos. A lâmpada deve estar suprida com o óleo que vem dos mensageiros celestiais através dos tubos de ouro que vêm do vaso de ouro. A comunicação de Deus jamais atinge o homem sem conseqüências. T7 249 1 Verdades preciosas e vitais, estão entrelaçadas com o bem-estar eterno do homem, tanto nesta vida como na eternidade, à nossa disposição. "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." João 17:17. A Palavra de Deus deve ser colocada em prática. Ela é viva e perene. Enquanto as ambições mundanas, os projetos atuais e os mais altos planos e desígnio dos homens hão de perecer como a erva, "os sábios... resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre, sempre e eternamente". Daniel 12:3. T7 249 2 A causa de Deus encontra-se, neste tempo, em necessidade de homens e mulheres possuidores de raras qualidades e boas aptidões administrativas; homens e mulheres que cuidem paciente e inteiramente das necessidades da obra nos vários campos; que sejam dotados de grande capacidade de trabalho; que possuam coração fervoroso e bondoso, cabeça refletida, bom senso, juízo imparcial; que sejam santificados pelo Espírito de Deus, e possam dizer destemidamente Não, ou Sim, ou Amém, aos planos propostos; que tenham fortes convicções, entendimento claro, e coração puro e compassivo; que ponham em prática as palavras: "Todos vós sois irmãos" (Mateus 23:8); que se esforcem por erguer e restaurar a humanidade caída. ------------------------Capítulo 49 -- Consagrar tempo para conversar com Deus T7 250 1 Tenho recebido instruções especiais quanto a nossos pastores. Não é a vontade de Deus que eles tentem ser ricos. Não se devem meter em empresas mundanas; pois isso os incapacita para dedicar suas melhores energias às coisas espirituais. Mas devem receber o suficiente para manter-se, bem como a sua família. Não devem ter tantas responsabilidades que não possam dar a devida atenção à igreja que é sua própria família; pois é seu especial dever educar os próprios filhos para o Senhor. T7 250 2 É grande erro manter um pastor constantemente ocupado com negócios, viajando de um lugar para outro, e ficando até tarde da noite assistindo a reuniões de mesas e comissões. Isso o fatiga e o deixa sem ânimo. Os pastores devem ter tempo para descansar, para obter da Palavra de Deus o rico alimento do pão da vida. Devem ter tempo para beber da agradável consolação da corrente de água viva. T7 250 3 Lembrem-se os pastores e professores de que Deus os considera responsáveis quanto a desempenhar sua função da melhor maneira possível, e pôr em sua obra o melhor de suas energias. Não devem assumir deveres que estejam em conflito com a obra que Deus lhes deu. T7 250 4 Quando pastores e professores, premidos pelo peso de responsabilidades financeiras, sobem ao púlpito ou entram na sala de aula com o cérebro fatigado e os nervos sobrecarregados, que se pode esperar senão que se use aquele fogo comum, em lugar do fogo sagrado ateado por Deus? Os tensos e impotentes esforços decepcionam os ouvintes, e prejudicam ao que fala. Ele não dedicou tempo para buscar ao Senhor, não consagrou tempo para pedir com fé a unção do Espírito Santo. T7 251 1 Para que os esforços dos obreiros de Deus sejam bem sucedidos, devem receber a graça e eficiência que somente Ele pode dar. "Pedi, e recebereis" (João 16:24), é a promessa. Então, por que não tirar um tempo para pedir, para abrir a mente às impressões do Espírito Santo, para que a mente possa receber o suprimento viçoso da vida? O próprio Cristo se dedicava muito a oração. Em qualquer tempo que tivesse oportunidade, ia à parte para estar a sós com Deus. Quando nos inclinamos humildemente diante de Deus em oração, Ele coloca a brasa viva do Seu altar nos nossos lábios, santificando-os para o trabalho de dar as verdades bíblicas ao povo. T7 251 2 Recebi instruções para dizer a meus coobreiros: Se querem obter os ricos tesouros do Céu, precisam manter íntima comunhão com Deus. A menos que façam isso, sua alma será tão destituída do Espírito Santo como os montes de Gilboa em relação ao orvalho e à chuva. Quando correm de um compromisso para outro, quando têm tanto que fazer que não conseguem dedicar algum tempo para conversar com Deus, como podem esperar poder em sua obra? T7 251 3 A razão por que tantos de nossos pastores pregam sermões fracos, sem vida, é deixarem que uma porção de coisas de natureza mundana lhes ocupe o tempo e atenção. A não ser que haja contínuo crescimento na graça, irão faltar as palavras apropriadas à ocasião. Comunguem com o próprio coração, e depois, comunguem com Deus. A menos que façam assim, seus esforços serão infrutíferos, por causa da pressa não santificada e por causa da confusão. T7 251 4 Pastores e professores, que em sua obra seja percebida a preciosa graça espiritual. Não a tornem comum, misturando-a com coisas profanas. Avancem para frente e para cima. Purifiquem-se "de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus". 2 Coríntios 7:1. T7 251 5 Precisamos de nos converter diariamente. Nossas orações devem ser mais fervorosas; então serão mais eficazes. Cada vez mais forte deve ser nossa confiança de que o Espírito de Deus há de estar conosco, tornando-nos puros e santos, tão retos e fragrantes como o cedro do Líbano. T7 252 1 Os ministros do evangelho devem manter suas atividades livres de todas as interferências seculares ou políticas, empregando todo o seu tempo e talentos em ramos de esforço cristão. T7 252 2 Reter um pastor num lugar, dando-lhe a administração de assuntos financeiros da obra da igreja, não lhe favorece a espiritualidade. Fazer isso não está em conformidade com o plano bíblico, esboçado no capítulo seis de Atos. Esse plano deve ser estudado, pois é aprovado por Deus. A Palavra deve ser seguida. T7 252 3 Aquele que expõe a Palavra da vida não deve permitir que sobre ele sejam colocados encargos demasiados. Ele precisa tomar tempo para estudar a Palavra e examinar-se a si mesmo. Se examinar rigorosamente o próprio coração e entregar-se ao Senhor, melhor saberá como entender os mistérios de Deus. T7 252 4 Em vez de escolher o trabalho que mais nos agrade, e recusar realizar alguma coisa que nossos irmãos julgam devermos fazer, cumpre-nos indagar: "Senhor, que queres que eu faça?" Atos 9:6. Em vez de marcar o caminho que a inclinação natural nos indica para seguir, devemos orar: "Ensina-me, Senhor, o Teu caminho, e guia-me pela vereda direita." Salmos 27:11. T7 252 5 Detalhes financeiros da obra urbana -- Nossos pastores devem aprender a despreocupar-se das questões comerciais e financeiras. Repetidamente me tem sido comunicado que não é essa a ocupação do pastor. Não deve ele ser sobrecarregado com os pormenores comerciais, embora se trate do trabalho nas cidades, mas dispor de tempo para visitar os lugares em que foi despertado o interesse pela mensagem, e especialmente para assistir às reuniões de assembléias. No decorrer dessas reuniões, nossos obreiros não devem pensar que é necessário permanecerem na cidade para atender aos assuntos comerciais relacionados com os vários ramos do trabalho que ali é feito; nem devem abandonar apressados as reuniões de assembléia para fazer essa espécie de trabalho. T7 253 1 Aqueles que têm a seu cargo as nossas Associações devem buscar pessoas preparadas para atenderem aos pormenores financeiros do trabalho nas cidades. Se não for possível encontrar esses homens, que sejam providenciados os meios a fim de treinar homens para assumir essas responsabilidades. T7 253 2 Financistas consagrados -- As instituições escandinavas não precisariam estar nas condições em que se encontram se, anos atrás, os nossos irmãos nos Estados Unidos tivessem feito o que deveriam. Alguém com experiência no ramo comercial, com conhecimento prático de finança, deveria ter sido enviado a Europa para supervisionar a contabilidade de nossas instituições. Ainda que esse trabalho exigisse mais do que uma pessoa, deveria ser realizado. Assim, milhares e milhares de dólares teriam sido poupados. T7 253 3 Pessoas com essa capacidade deveriam ter sido empregadas na nossa obra nos Estados Unidos, pessoas devotadas a Deus, que conhecem os princípios dos Céus, que aprenderam o que significa andar com Deus. Se essas pessoas supervisionassem as finanças de nossas Associações e instituições haveria hoje em nossa tesouraria suficiente dinheiro e nossas instituições estariam agora onde Deus declara que deveriam estar, auxiliando a obra no desprendimento e sacrifício próprio. ------------------------Capítulo 50 -- O trabalho do pastor T7 254 1 Muitos campos maduros para colheita ainda não foram alcançados, por causa da falta de colaboradores altruístas. Esses campos devem ser penetrados, e muitos obreiros deveriam ser enviados custeando suas próprias despesas. Mas alguns de nossos ministros estão pouco dispostos a assumir a responsabilidade por esse trabalho com um coração benevolente como caracterizava a vida de nosso Senhor. T7 254 2 Deus Se entristece ao ver a falta de sacrifício próprio e perseverança de Seus servos. Os anjos ficam perplexos diante dessa situação. Que os obreiros de Cristo estudem Sua vida de sacrifício próprio. Ele é o nosso exemplo. Podem os pastores de hoje esperar ser chamados a suportar menos dureza do que os primeiros cristãos, os valdenses e os reformadores, em diferentes épocas, no seus esforços para levar o evangelho a todo mundo? T7 254 3 Deus confiou a Seus ministros a tarefa de proclamar a última mensagem de misericórdia ao mundo. Está descontente com aqueles que não colocam todas as suas energias nesse trabalho da maior importância. A falta de fé da parte dos vigias colocados sobre os muros de Sião põe em perigo a causa da verdade e a expõe ao ridículo do inimigo. É tempo de os pastores compreenderem a responsabilidade e a santidade de sua missão. Sobre eles pesa uma penalidade, caso deixem de fazer a obra que eles mesmos reconhecem que Deus colocou em suas mãos. T7 254 4 Não são poucos os pastores que estão negligenciando o próprio trabalho para cuja realização foram designados. Por que são aqueles que foram destinados para o ministério colocados em comissões e mesas? T7 255 1 Por que são solicitados a assistir a tantas reuniões de negócios, muitas vezes a grandes distâncias de seu campo de trabalho? Por que não são as questões comerciais postas nas mãos dos homens de negócios? Os pastores não foram separados para fazer essa obra. As finanças da causa devem ser dirigidas por homens hábeis; mas aqueles foram separados para outro ramo de trabalho. Que a administração de assuntos financeiros fique com outros e não com aqueles que foram ordenados para o ministério. T7 255 2 Os pastores não devem ser chamados para aqui e para ali para assistir a reuniões de mesas a fim de decidir questões de negócios comuns. Muitos de nossos pastores têm feito essa obra no passado, mas não é aquela em que o Senhor deseja que eles se empenhem. Demasiados encargos financeiros têm sido postos sobre eles. Quando procuram levar esses encargos, negligenciam o cumprimento da comissão evangélica. Deus considera isso como uma desonra ao Seu nome. T7 255 3 A grande vinha do Senhor requer de Seus servos algo que ainda não tem sido realizado: sincero e perseverante trabalho pela salvação das pessoas. O ministério está se tornando fraco, debilitado e, com um serviço insípido, fazendo com que as igrejas também se tornem enfraquecidas. Como resultado de seus esforços, os ministros têm pouco a mostrar em termos de conversões. A verdade não está sendo levada aos lugares mais difíceis. Essas coisas estão privando a Deus da glória que Lhe pertence. Ele está clamando por obreiros que produzam e também sejam consumidores. T7 255 4 O mundo deve ser advertido. Obreiros devem trabalhar sincera e devotadamente abrindo novos campos e empenhando-se pessoalmente pelos pecadores, em vez de ficar nas igrejas que já têm grande luz e muitas vantagens. ------------------------Capítulo 51 -- Reuniões de comissões T7 256 1 Lembrem-se os que assistem a reuniões de comissões, que eles ali se reúnem com Deus, que lhes deu a sua tarefa. Reúnam-se com reverência e coração consagrado. Estão reunidos para estudar questões importantes relacionadas com a causa do Senhor. Em todos os pormenores devem os seus atos mostrar que estão desejosos de conhecer a Sua vontade no tocante aos planos a serem delineados para a promoção da obra de Deus. Não percam um momento com conversas destituídas de importância, pois os negócios do Senhor devem ser efetuados de modo prático, perfeito. Se algum membro de uma comissão é descuidado e irreverente, seja ele lembrado de que se acha na presença de uma Testemunha por quem são pesados todos os atos. T7 256 2 Fui instruída quanto a que nem sempre as reuniões de comissões agradam a Deus. Alguns têm comparecido a essas reuniões com espírito indiferente, endurecido, crítico, não amoroso. Esses podem produzir grande dano, pois com eles está o maligno, que os conserva no lado errado. Não raro sua atitude insensível para com medidas que estão sendo estudadas produz perplexidade, retardando decisões que deveriam ser tomadas. Os servos de Deus, necessitados de repouso de espírito e sono, têm ficado grandemente aflitos e preocupados com esses assuntos. Com a esperança de chegar a uma decisão, prolongam suas reuniões até altas horas da noite. Mas a vida é demasiado preciosa para ser dessa forma posta em perigo. Deixem que o Senhor leve a carga. Dêem tempo para que Ele ajuste as dificuldades. Ofereçam repouso ao cérebro cansado. Trabalhar demais é destrutivo para as faculdades físicas, mentais e morais. Se forem concedidos ao cérebro períodos apropriados de repouso, os pensamentos serão claros e incisivos, e os trabalhos serão feitos com rapidez. Relação da alimentação com as reuniões de comissão T7 257 1 Antes de nossos irmãos se reunirem em concílio ou reuniões de comissão, deve cada um apresentar-se perante Deus, perscrutando cuidadosamente o coração e examinando-lhe rigorosamente os motivos. Orem para que o Senhor lhes revele, de maneira que não critiquem nem condenem imprudentemente alguma proposta. T7 257 2 Em mesas lautas, os homens muitas vezes comem muito mais do que pode ser digerido com facilidade. O estômago sobrecarregado não pode fazer devidamente seu trabalho. O resultado é uma sensação desagradável de embotamento do cérebro, e a mente não age com rapidez. Criam-se perturbações mediante combinações impróprias de alimentos; há fermentação; o sangue fica contaminado e o cérebro confuso. T7 257 3 O hábito de comer em demasia, ou de comer demasiada variedade de alimentos na mesma refeição, causa freqüentemente dispepsia. Sério dano é assim causado aos delicados órgãos digestivos. Em vão protesta o estômago, e apela para o cérebro a fim de que raciocine da causa para o efeito. A quantidade excessiva de alimento ingerido, ou a sua combinação imprópria, faz a sua obra prejudicial. Em vão dão sua advertência os avisos desagradáveis. O sofrimento é a conseqüência. A doença toma o lugar da saúde. T7 257 4 Perguntarão alguns: Que tem isso a ver com as reuniões de comissões? Muitíssimo. Os efeitos da alimentação errada são levados para as reuniões de concílios e comissões. O cérebro é afetado pelo estado do estômago. O estômago perturbado produz estado de espírito perturbado, indeciso. O estômago doente produz estado doentio do cérebro, tornando muitas vezes a pessoa obstinada em manter opiniões errôneas. A suposta sabedoria dessa pessoa é loucura para com Deus. T7 258 1 Apresento isso como a causa da situação em muitas reuniões de concílio e de comissões, nas quais bem pouca consideração foi dada a assuntos que exigiam estudo atento e decisões da maior importância foram tomadas precipitadamente. Muitas vezes, quando deveria ter havido unanimidade de sentimento na afirmativa, opiniões decididamente negativas mudaram inteiramente a atmosfera de uma reunião. Esses resultados têm-me sido apresentados repetidas vezes. T7 258 2 Apresento esses assuntos agora porque fui instruída a dizer aos meus irmãos no ministério: Pela intemperança no comer, vocês ficam incapacitados para ver com clareza a diferença existente entre o fogo sagrado e o comum. E por essa intemperança também revelam desrespeito pelas advertências que o Senhor lhes fez. Sua palavra é: "Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do Seu servo? quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. Eis todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com faíscas; andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre as faíscas que acendestes; isto vos vem da Minha mão, e em tormentos jazereis." Isaías 50:10, 11. T7 258 3 Não deveremos nos aproximar do Senhor para que Ele nos salve de toda intemperança no comer e beber, de toda paixão profana, sensual, de toda impiedade? Não deveremos nos humilhar perante Deus, pondo de lado tudo quanto corrompa a carne e o espírito, para que em seu temor possamos aperfeiçoar a santidade de caráter? T7 258 4 Que cada um dos que se assentam em concílios e reuniões de comissões escreva no coração as palavras: Estou trabalhando para o tempo e a eternidade; eu sou responsável perante Deus pelos motivos que me levam à ação. Seja esse o seu lema. Seja sua a oração do salmista: "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. Não inclines o meu coração para o mal." Salmos 141:3, 4. T7 259 1 Ao dar conselho para o avanço da obra, homem nenhum sozinho deve ser um poder dominante, uma voz por todos. Os métodos e planos que forem propostos devem ser considerados com cuidado, de modo que todos os irmãos possam pesar os méritos relativos e resolver que métodos e planos devem ser seguidos. Ao estudar os campos para os quais nos pareça que o dever nos chama, convém levar em conta as dificuldades que ali serão encontradas. T7 259 2 Tanto quanto possível, devem as comissões fazer com que o povo compreenda os seus planos, a fim de que a opinião da igreja possa amparar-lhes os esforços. Muitos membros da igreja são prudentes e possuem outras excelentes qualidades de espírito. É necessário despertar-lhes o interesse no progresso da causa. Muitos poderão ser levados a ter conhecimento mais profundo da obra de Deus e buscar sabedoria do alto para estender o reino de Cristo, salvando almas que estão a perecer por falta de acesso ao pão da vida. Homens e mulheres de espírito nobre hão de ser ainda acrescentados ao número dos de quem está escrito: "Não Me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi a vós, ... para que vades e deis fruto." João 15:16. ------------------------Capítulo 52 -- Disciplina da igreja T7 260 1 Ao tratar com membros que cometem faltas, o povo de Deus deve seguir estritamente as instruções dadas pelo Salvador no décimo oitavo capítulo de Mateus. T7 260 2 Os seres humanos são propriedade de Cristo, resgatados por preço infinito, e estão vinculados a Ele pelo amor que Ele e o Pai têm manifestado. Que cuidado devemos por isso exercer em nosso relacionamento! O homem não tem o direito de suspeitar mal de seu semelhante. Os membros da igreja não têm o direito de seguir seus próprios impulsos e inclinações no trato com irmãos que cometeram faltas. Não devem nem mesmo manifestar qualquer preconceito em relação a eles, porque assim fazendo implantam no espírito de outros o fermento do mal. Informações desfavoráveis a algum irmão ou irmã são transmitidas entre os irmãos de um para outro, e praticam-se erros e injustiças pelo único fato de que alguém não está disposto a obedecer às instruções do Senhor Jesus. T7 260 3 "Se teu irmão pecar contra ti", disse Cristo, "vai, e repreende-o entre ti e ele só." Mateus 18:15. Não se deve contar a outros o caso de um irmão. Confia-se o caso a uma pessoa, a outra e mais outra; e o mal continua crescendo até que toda a igreja vem a sofrer. O correto é resolver o caso "entre ti e ele só". Esse é o plano divino. "Não te apresses o litigar, para depois, ao fim, não saberes o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo. Pleiteia a tua causa com o teu próximo mesmo, e não descubras o segredo de outro." Provérbios 25:8, 9. Não devemos tolerar o pecado em nosso irmão; mas também não o exponhamos ao opróbrio, aumentando assim a dificuldade, de modo que a repreensão pareça vingança. Vamos corrigi-lo do modo proposto na Palavra de Deus. T7 261 1 Não permitamos que nosso ressentimento resulte em maldade. Não consintamos que a ferida supure, abrindo-se em termos envenenados, que venham a deixar nódoa no espírito dos que nos ouvem. Não admitamos que persistam em nosso espírito e no dele pensamentos de amargura. Vamos até nosso irmão para, com humildade e sinceridade, conversar com ele sobre o assunto. T7 261 2 Seja qual for a natureza da ofensa, ela não impede que se adote o mesmo plano divino para dirimir mal-entendidos e ofensas. Falar a sós e no espírito de Cristo com a pessoa que praticou a falta bastará, geralmente, para remover a dificuldade. Portanto, deve-se conversar com a pessoa que cometeu a falta e, com o coração cheio do amor e da simpatia de Cristo, buscar com ela a reconciliação. Arrazoar com ela com calma e mansidão. Não se exprimir em termos violentos. Falar-lhe em tom que apele para o bom senso, lembrando as palavras: "Aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados." Tiago 5:20. T7 261 3 Levemos a nosso irmão o remédio que pode curar o mal-estar da desavença. Façamos todo o possível para levantá-lo. Por amor à paz e unidade da igreja, consideremos um privilégio, senão um dever, fazer isso. Se ele nos ouvir, teremos ganho um amigo. T7 261 4 Todo o Céu toma interesse na entrevista que se efetua entre o ofendido e o ofensor. Se este aceita a repreensão ministrada no amor de Cristo, reconhecendo sua falta e pedindo perdão a Deus e ao irmão, a luz celestial lhe inundará o espírito. A controvérsia estará terminada e restabelecida a confiança. O santo óleo do amor faz cessar a dor provocada pela injustiça. O Espírito de Deus torna a unir os corações e há no Céus música pelo restabelecimento da união. T7 262 1 Quando as pessoas desse modo unidas em comunhão cristã fazem orações a Deus, comprometendo-se a proceder retamente, amar a misericórdia e andar diante dEle em humildade, recebem grandes bênçãos e, se tiverem feito injustiças a outros, prosseguirão em sua obra de arrependimento, confissão e restituição, inteiramente dispostas a praticar mutuamente o bem. Esse é o cumprimento da lei de Cristo. T7 262 2 "Se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada." Mateus 18:16. Diante de irmãos espirituais, deve-se falar acerca da falta com o que estiver em erro. É possível que ceda ao apelo desses irmãos. Vendo que eles concordam no assunto, talvez se persuada. T7 262 3 "E, se não as escutar", que se deverá fazer então? Deverão alguns poucos, em reunião de comissão tomar a responsabilidade de excluir o irmão? "Se não as escutar", continua dizendo Jesus, "dize-o à igreja." Mateus 18:17. Deve a igreja decidir o caso de seus membros. T7 262 4 "Se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano." Mateus 18:17. Se não atender à igreja, se rejeitar os esforços feitos para reconquistá-lo, é a igreja que deve tomar a si a responsabilidade de excluí-lo de sua comunhão. Seu nome deve então ser riscado do livro. T7 262 5 Nenhum oficial de igreja deve aconselhar, nenhuma comissão recomendar e igreja alguma votar a eliminação dos livros do nome de alguém que haja cometido falta, sem que as instruções de Cristo a esse respeito sejam fielmente cumpridas. Se essas instruções forem observadas, a igreja será purificada diante de Deus. A injustiça tem que aparecer tal como é e ser removida, para que não prolifere. O bem-estar e a pureza da igreja devem ser salvaguardados para que possa estar sem mancha diante de Deus, revestida da justiça de Cristo. T7 263 1 Quando a pessoa que errou se arrepende e se submete à disciplina de Cristo, deve ter uma nova oportunidade. E mesmo que não se arrependa e venha a ser excluída da igreja, os servos de Deus têm o dever de com ela tentar esforços, buscando induzi-la ao arrependimento. Se se render à influência do Espírito de Deus, dando prova de arrependimento, confessando o pecado e a ele renunciando, por mais grave que seja, deve merecer o perdão e ser de novo recebida na igreja. Aos irmãos compete encaminhá-la pela vereda da justiça, tratá-la como desejariam ser tratados em seu lugar, olhando por si mesmos para que não sejam do mesmo modo tentados. T7 263 2 "Em verdade vos digo", prossegue Jesus, "que tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu." Mateus 18:18. T7 263 3 Essas palavras de Cristo conservaram sua autoridade em todos os tempos. À igreja foi conferido o poder de agir em lugar de Cristo. É a agência de Deus para a conservação da ordem e disciplina entre Seu povo. A ela o Senhor delegou poderes para resolver todas as questões concernentes à sua prosperidade, pureza e ordem. Sobre ela impôs a responsabilidade de excluir de sua comunidade os que dela são indignos, os que por seu procedimento anticristão acarretam desonra para a causa da verdade. Tudo quanto a igreja fizer em conformidade com as instruções dadas na Palavra de Deus, será sancionado no Céu. T7 263 4 Surgem muitas vezes questões graves que têm que ser liqüidadas pela igreja. Os ministros de Deus, por Ele ordenados para guia de Seu povo, devem, depois de fazer sua parte, submeter todas as questões à igreja a fim de que possa haver unidade na decisão a tomar. T7 264 1 O Senhor exige muito cuidado da parte de Seus seguidores no trato recíproco. Sua missão é elevar, restaurar e curar. Todavia, cumpre não negligenciar a disciplina da igreja. Os membros devem considerar-se alunos de uma escola, cumprindo-lhes aprender a formar caráter digno de sua alta vocação. Na igreja, aqui, os filhos de Deus devem ser preparados para a grande reunião da igreja no Céu. Os que aqui levam vida de conformidade com a doutrina de Cristo, podem ter a certeza de uma vida eterna na família dos remidos. T7 264 2 O amor de Deus à raça caída é uma manifestação peculiar de amor -- amor originado da graça, porque os seres humanos não o merecem. A graça supõe imperfeição naquele que a recebe. Como conseqüência do pecado, a graça se tornou necessária. T7 264 3 É possível que, para a formação de nosso caráter, muito trabalho seja ainda requerido e sejamos ainda pedra tosca que tem de ser burilada antes de poder preencher dignamente seu lugar no templo de Deus. Não devemos nos surpreender, pois, que, com o martelo e o cinzel, Deus Se ponha a desbastar as arestas para ocuparmos o lugar que nos destina. Ser humano algum pode efetuar essa obra. Só Deus a pode executar. E podemos estar certos de que nenhum golpe será dado em falso. Todos os Seus golpes são dados com amor, para a nossa felicidade perpétua. Ele conhece nossas fraquezas e trabalha para restaurar, não para destruir. ------------------------Capítulo 53 -- Consideração mútua T7 265 1 Encontraremos muitas pessoas que se acham sob o peso da tentação. Não sabemos quão severamente Satanás pode estar lutando com elas. Cuidemos para não desanimar essas almas, dando assim vantagem ao tentador. T7 265 2 Ao ver ou ouvir alguma coisa que deva ser corrigida, busquemos do Senhor sabedoria e graça, para que, procurando ser fiéis, não sejamos severos. T7 265 3 É sempre humilhante para uma pessoa ver seus erros apontados. Não tornemos essa experiência mais amarga por meio de censuras desnecessárias. A crítica descortês traz desânimo, tornando a vida sombria e infeliz. T7 265 4 Meus irmãos, prevaleçamos pelo amor mais do que pela severidade. Quando uma pessoa em falta se torna consciente de seu erro, tenhamos cuidado para não destruir seu respeito próprio. Não procuremos machucar e ferir, mas antes sarar a ferida, curar. T7 265 5 Nenhum ser humano possui sensibilidades tão agudas ou natureza tão refinada como nosso Salvador. E que paciência manifesta Ele para conosco! Ano após ano, suporta nossa fraqueza e ignorância, nossa ingratidão e impenitência. Apesar de todos os nossos desvios, nossa dureza de coração, nossa negligência de Suas santas palavras, Sua mão ainda está estendida. E Ele ordena "que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós". João 13:34. T7 265 6 Irmãos, consideremo-nos missionários, não entre pagãos, mas entre nossos coobreiros. Requer grande quantidade de tempo e trabalho convencer uma pessoa acerca das verdades especiais para este tempo. E quando almas são levadas do pecado para a justiça, há alegria na presença dos anjos. Será que os espíritos ministradores que vigiam sobre essas almas se agradam de ver com que indiferença são tratadas por muitos que se declaram cristãos? O que domina são as preferências humanas. Manifesta-se parcialidade. Favorece-se a um, enquanto outro é tratado rudemente. T7 266 1 Os anjos olham com reverência e assombro para a missão de Cristo ao mundo. Maravilham-se do amor que O levou a dar-Se em sacrifício pelos pecados dos homens. Mas quão levianamente consideram os seres humanos a alma comprada por Seu sangue! T7 266 2 Não precisamos começar por esforçar-nos para amar uns aos outros. Só o amor de Cristo no coração é necessário. Quando o próprio eu é submergido em Cristo, o amor verdadeiro brota espontâneo. T7 266 3 Com paciente benignidade haveremos de vencer. É a paciência no serviço que traz descanso à alma. É por meio dos humildes, diligentes, fiéis obreiros que é promovido o bem-estar de Israel. Uma palavra de amor e encorajamento fará mais para subjugar o temperamento precipitado e a disposição voluntariosa do que todas as críticas e censuras que podem ser amontoadas sobre uma pessoa em erro. T7 266 4 A mensagem do Mestre tem de ser declarada no espírito do Mestre. Nossa única segurança está em conservar os pensamentos e impulsos sob o controle do grande Ensinador. Anjos de Deus darão a todo fiel obreiro uma rica experiência ao fazerem isso. A graça da humildade moldará nossas palavras em expressões de ternura semelhante à de Cristo. ------------------------Capítulo 54 -- Os professores de nossas escolas T7 267 1 Queridos irmãos e irmãs: T7 267 2 O Senhor operará em favor de todos que andarem com Ele em humildade. Ele os colocou numa posição de confiança. Andem cuidadosamente diante dEle. Deus tem a mão no leme. Ele guiará a nau por entre as rochas até o porto. Tomará as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. T7 267 3 Imploro que tomem a Deus como seu conselheiro. Vocês não são responsáveis perante homem algum, mas estão sob a liderança de Deus. Mantenham-se junto dEle. Não tomem idéias mundanas como seu critério. Não se afastem dos métodos de trabalho do Senhor. Não usem fogo comum, mas sim o fogo sagrado da chama do Senhor. T7 267 4 Manifestem coragem no trabalho. Por muitos anos, tenho mantido diante de nosso povo a necessidade, na educação da juventude, de igual sobrecarga das faculdades físicas e das mentais. Mas para aqueles que jamais provaram o valor da instrução dada para que se combine a atividade manual com o estudo, é difícil compreender as indicações dadas bem como colocá-las em prática. T7 267 5 Façam o melhor que puderem para partilhar com os estudantes as bênçãos que Deus lhes têm dado. Com profundo e fervente desejo de ajudá-los, conduzam-nos para o terreno do conhecimento. Aproximem-se deles. A menos que os professores tenham o amor e a delicadeza de Cristo em abundância no coração, mostrarão demasiado do espírito de um senhor ríspido e dominador. T7 267 6 O Senhor deseja que aprendam como usar a rede do evangelho. Para que tenham êxito em seu trabalho, as malhas da rede precisam estar bem unidas. A aplicação das Escrituras tem de ser de tal modo que o significado seja facilmente compreendido. Então, basta ter cuidado ao recolher a rede. Indo direto ao ponto: Grande como possa ser o conhecimento de um homem, é de nenhum valor a menos que seja capaz de comunicá-lo a outros. Que o encanto de sua voz, seu profundo sentimento, faça impressão nos corações. Apelem aos estudantes para que se entreguem a Deus. "Guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne." Judas 21-23. Ao seguir o exemplo de Cristo, terão vocês a preciosa recompensa de ver os estudantes ganhos para Ele. Esforço intenso T7 268 1 O Senhor Deus de Israel está ansioso por frutos. Ele reclama de Seus obreiros que se ramifiquem mais do que estão fazendo. Deseja que façam do mundo o seu campo de trabalho em vez de trabalhar apenas em função de nossas igrejas. O apóstolo Paulo ia de lugar em lugar, pregando a verdade aos que estavam nas trevas do erro. Ele trabalhou durante ano e meio em Corinto, e mostrou o caráter divino de sua missão ao levantar ali uma florescente igreja composta de judeus e de gentios. Cristo jamais limitou Seu serviço a um só lugar. Nas vilas e cidades da Palestina repercutiam as verdades que saíam de Seus lábios. Saudações de Cristo ao mundo T7 268 2 O Sermão da Montanha é a bênção do Céu ao mundo, uma voz vinda do trono de Deus. Foi dado à humanidade para que lhe fosse a lei do dever e a luz do Céu, sua esperança e consolação nos momentos mais difíceis. Aqui o Príncipe dos pregadores, o Mestre por excelência, proferiu as palavras que o Pai Lhe entregou para referir. T7 269 1 As bem-aventuranças são as saudações de Cristo não somente aos que crêem, mas a toda a família humana. Jesus parece haver esquecido por um momento que Ele estava no mundo, não no Céu; e usa a saudação familiar do mundo da luz. As bem-aventuranças fluem de Seus lábios como o jorro de uma corrente de vida há muito represada. T7 269 2 Cristo não nos deixa qualquer dúvida quanto aos traços de caráter que Ele sempre reconhece e abençoa. Dos ambiciosos favoritos do mundo Ele Se volta para aqueles a quem eles renegam, declarando benditos os que recebem Sua luz e vida. Os pobres de espírito, os mansos, os humildes, os tristes, os desprezados, os perseguidos, a esses Ele abre os braços de refúgio, dizendo: "Vinde a Mim, ... e Eu vos aliviarei." Mateus 11:28. T7 269 3 Cristo pode olhar a infelicidade do mundo sem sombra de tristeza por haver criado o homem. No coração humano Ele vê mais do que pecado, mais do que miséria. Em Sua infinita sabedoria e amor Ele vê as possibilidades do homem, as alturas que ele pode alcançar. Sabe que, muito embora os seres humanos tenham desvalorizado os benefícios que lhes foram concedidos e destruído a dignidade que Deus lhes dera, deve ainda o Criador ser glorificado na redenção deles. T7 269 4 O Sermão do Monte é um exemplo de como devemos ensinar. Que cuidados Cristo tomou para fazer que os mistérios não mais fossem mistérios, mas verdades claras e singelas! Nada há em Sua instrução que seja vago, difícil de ser entendido. T7 269 5 "Abrindo a boca, os ensinava." Mateus 5:2. Suas palavras não eram ditas num sussurro, nem eram Suas sentenças ríspidas e desagradáveis. Ele falava com clareza e ênfase, com força solene e convincente. T7 269 6 "E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da Sua doutrina; porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas." Mateus 7:28, 29. T7 270 1 O estudo fervoroso e com oração do Sermão da Montanha vai nos preparar para proclamar a verdade, para dar a outros a luz que temos recebido. Devemos primeiro ter cuidado de nós mesmos, recebendo com coração humilde os princípios da verdade e pondo-os em prática em perfeita obediência. Isso produzirá alegria e paz. Desse modo comemos a carne e bebemos o sangue do Filho de Deus, e nos tornamos fortes em Sua força. Nossa vida é absorvida em Sua vida. Nosso espírito, nossas inclinações, nossos hábitos, são conformados à vontade dAquele de quem Deus declarou: "Este é Meu Filho amado, em quem Me comprazo." Mateus 3:17. T7 270 2 Por todo o tempo as palavras que Cristo proferiu no monte das bem-aventuranças conservarão o seu poder. Cada sentença é uma jóia do tesouro da verdade. Os princípios enunciados nesse discurso são para todas as eras e para todas as classes de pessoas. Com divina energia, Cristo expressou Sua fé e esperança ao apresentar classe por classe como benditos por haverem adquirido caráter justo. Por viver a vida do Doador da vida, pela fé nEle, todos podem alcançar a norma indicada em Suas palavras. Não é tal conquista digna de permanente e incansável esforço? As perspectivas T7 270 3 Estamos nos aproximando do fim da história da Terra. Temos diante de nós uma grande obra, a tarefa final de dar a última mensagem de advertência a um mundo pecaminoso. Há homens que serão tirados do arado, da vinha, de vários ramos de trabalho, e enviados pelo Senhor para dar essa mensagem ao mundo. T7 271 1 O mundo encontra-se caótico. Ao olharmos o quadro geral, a perspectiva parece desalentadora. Mas Cristo acena com preciosas promessas a todos os homens e mulheres que nos causam desânimo. Vê neles qualidades que os habilitarão a ocupar um lugar em Sua vinha. Se eles continuarem como aprendizes, por meio de Sua providência, Ele os tornará homens e mulheres capacitados a fazerem uma obra que não está fora de suas possibilidades; através da comunicação do Espírito Santo, dar-lhes-á poder de expressão. T7 271 2 Muitos campos áridos, não trabalhados, devem ser atingidos por iniciadores. A brilhante perspectiva do Campo mundial, como Jesus o viu, inspirará confiança em muitos obreiros que, se começarem em humildade, e puserem o coração na obra, serão considerados como os homens indicados para o tempo e lugar. Cristo vê todas as misérias e dificuldades do mundo, cuja visão deprimiria alguns dos nossos obreiros de grande capacidade com um sentimento de desânimo tão grande que eles não saberiam nem mesmo como começar a obra de guiar homens e mulheres. Seus métodos tradicionais são de pouco valor. Eles se colocam acima dos degraus mais baixos da escada, dizendo: "Subam até onde estamos." Mas os inexperientes não sabem onde colocar os pés. T7 271 3 O coração de Cristo é confortado pela visão daqueles que são pobres no mais amplo sentido do termo; confortado por Sua visão daqueles que são maltratados, mas que são mansos; alegrado pelos aparentemente insatisfeitos e famintos pela justiça, pela incapacidade de muitos para começarem. Ele saúda por assim dizer o mesmo estado de coisas que desanimaria a muitos pastores. Ele corrige o nosso compromisso errado, dando o encargo da obra aos pobres e necessitados nos ásperos recantos da Terra, a homens e mulheres que possuem coração que pode sentir com os ignorantes e perdidos. O Senhor ensina a esses obreiros como encontrar aqueles a quem Ele deseja auxiliar. Eles serão encorajados ao verem as portas se abrirem, ao penetrarem em lugares nos quais poderão fazer trabalho médico-missionário. Tendo pouca confiança própria, dão a Deus toda a glória. Suas mãos podem ser rústicas e inexperientes, mas o coração é suscetível à piedade; eles estão possuídos de um ardente desejo de fazer alguma coisa que possa aliviar o infortúnio tão intenso; e Cristo está ao seu lado para ajudá-los. Ele opera por meio daqueles que descobrem misericórdia na miséria, ganho na perda de todas as coisas. Quando a Luz do mundo passa, os privilégios aparecem em todas as adversidades; ordem na confusão, o sucesso e a sabedoria de Deus naquilo que parecia ser uma falha. T7 272 1 Irmãos e irmãs, aproximem-se das pessoas em seu ministério. Animem aqueles que estão abatidos. Considerem as calamidades como bênçãos disfarçadas, os infortúnios como bênçãos. Ajam de modo a despertar confiança em lugar de desespero. T7 272 2 O povo comum deve ocupar seu lugar como obreiros. Compartilhando as dores de seus semelhantes da mesma maneira que o Salvador participou das da humanidade, assim, pela fé, O verão trabalhando juntamente com eles. T7 272 3 "O grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor; amargamente clamará ali o homem poderoso." Sofonias 1:14. Eu desejo exclamar a todo obreiro: Avance com fé humilde, e o Senhor o acompanhará. Mas vigie em oração. Essa é a ciência de sua obra. O poder é de Deus. Trabalhe sentindo a dependência dEle, lembrando-se de que é Seu coobreiro. Ele é seu ajudador. DEle vem sua força. Ele será sua sabedoria, sua justiça, sua santificação, sua redenção. Tome o jugo de Cristo, aprendendo diariamente dEle a mansidão e a humildade. Ele será seu conforto, seu descanso. Poder do alto T7 273 1 A divina dotação -- o poder do Espírito Santo -- será concedida hoje a todos que a procuram do modo correto, como foi dada aos discípulos. Esse poder sozinho é capaz de nos tornar sábios para a salvação e de nos capacitar para as cortes do alto. Cristo deseja conceder-nos uma bênção que nos fará santos. "Tenho-vos dito isso para que a Minha alegria permaneça em vós", Ele diz, "e a vossa alegria seja completa." João 15:11. Alegria no Espírito Santo é alegria que produz vida, que dá saúde. Ao dar-nos o Seu Espírito, Deus nos dá a Si mesmo, fazendo-Se uma fonte de divinas influências para proporcionar saúde e vida ao mundo. T7 273 2 Ao conceder Deus tão liberalmente os Seus dons a nós, lembremo-nos de que é para que possamos retorná-los ao Doador, multiplicados ao serem compartilhados. Levemos à vida de outros luz, alegria e paz. Cada dia necessitamos da disciplina da humilhação própria, a fim de estarmos preparados para receber o dom celestial, não para armazená-lo, não para roubar a Sua bênção dos filhos de Deus, mas para concedê-lo em toda a sua rica plenitude a outros. Quando mais do que agora vamos necessitar de um coração aberto para receber, com dores, por assim dizer, em anseios por repartir? T7 273 3 Somos obrigados por dever a retirar grande porção do depósito do divino conhecimento. Deus deseja que recebamos muito, a fim de podermos repartir muito. Ele deseja que sejamos canais por cujo intermédio Ele possa repartir ricamente de Sua graça ao mundo. T7 273 4 Que a sinceridade e a fé caracterizem nossas orações. O Senhor está desejoso de fazer por nós "muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos". Efésios 3:20. Falemos sobre isso; oremos sobre isso. Não falemos de incredulidade. Não podemos permitir que Satanás veja que tem poder para lançar sombras sobre nossa fisionomia e acarretar tristeza a nossa vida. T7 274 1 Oremos com fé. E nos asseguremos de que nossa vida foi posta em harmonia com nossas petições, a fim de podermos receber as bênçãos pelas quais oramos. Não deixemos que nossa fé se enfraqueça, pois as bênçãos recebidas são proporcionais à fé demonstrada. "Seja-vos feito segundo a vossa fé." Mateus 9:29. "E tudo quanto pedirdes em Meu nome" (João 14:13), "crendo, recebereis." Mateus 21:22. Vamos orar, crer, regozijar-nos. Cantemos louvores a Deus por haver Ele respondido a nossas orações. Apeguemo-nos à Sua palavra. "Fiel é o que prometeu." Hebreus 10:23. Nenhuma súplica sincera é perdida. O canal está aberto; a corrente está fluindo, levando consigo propriedades curativas e despejando uma restauradora torrente de saúde, vida e salvação. T7 274 2 A cada professor é dado o sagrado privilégio de representar a Cristo. E ao apegarem-se os professores a isso, podem nutrir a tranqüilizadora convicção de que o Salvador está bem ao seu lado, dando-lhes palavras que profiram por Ele, e indicando modos pelos quais possam mostrar Sua excelência. T7 274 3 Os professores enfrentam muitas provas. Sofrem a pressão do desânimo ao verem que seus esforços nem sempre são apreciados pelos alunos. Satanás insiste em afligi-los com enfermidades do corpo, esperando levá-los a murmurar contra Deus, a esquecer Sua bondade, Sua misericórdia, Seu amor e o eterno conteúdo de glória que aguarda o vencedor. Lembrem-se eles de que mediante a provação Deus os está conduzindo a mais perfeita confiança nEle. Seus olhos estão sobre eles, e se em sua perplexidade olharem para Ele em fé, Ele os tirará da fornalha refinados e purificados como ouro provado no fogo. Ele permite que lhes sobrevenham provas a fim de levá-los para mais perto de Si, mas não coloca sobre eles fardo algum maior do que sejam capazes de suportar. E Ele declara: "Não te deixarei, nem te desampararei." Hebreus 13:5. Está sempre pronto a livrar os que nEle confiam. Que o professor pressionado, duramente provado, diga: "Ainda que Ele me mate, nEle esperarei." Jó 13:15. "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação." Habacuque 3:17, 18. T7 275 1 Alunos, cooperem com seus professores. Assim fazendo, estarão lhes dando ânimo e esperança. Serão um auxílio a eles, ao mesmo tempo que uma ajuda a si mesmo para progredir. Lembrem-se de que depende em grande parte de vocês o conceito de seus professores, sendo a sua obra um reconhecido êxito. T7 275 2 Devem vocês serem discípulos no mais alto sentido da palavra, vendo por trás do mestre o próprio Deus, e o mestre cooperando com Ele. T7 275 3 Estão passando rapidamente suas oportunidades de trabalhar. Vocês não têm tempo a gastar consigo mesmos. Unicamente esforçando-se com diligência em busca de êxito, conseguirão a verdadeira felicidade. Preciosas são as oportunidades que lhes são oferecidas durante o tempo que passam na escola. Tornem a vida de estudante o mais perfeita possível. Não percorrerão esse caminho senão uma única vez. E de vocês depende que essa obra seja um êxito ou um fracasso. Ao se tornarem bem-sucedidos na obtenção de conhecimento bíblico, estarão acumulando tesouros para distribuir. T7 275 4 Se tiverem um colega mais atrasado, expliquem-lhe a lição que não compreende. Isso auxiliará sua própria compreensão. Empreguem palavras simples; exponham as idéias em linguagem clara e fácil de ser compreendida. T7 275 5 Ajudando ao colega, estarão sendo úteis aos professores. E muitas vezes alguém cuja mente parece vagarosa, assimilará mais depressa as idéias de um colega que de um professor. T7 276 1 Essa é a cooperação que Cristo louva. O grande Mestre estará ao seu lado, auxiliando-os a ajudar aquele que está mais atrasado. T7 276 2 Talvez tenham vocês, em sua vida escolar, oportunidades de falar ao pobre e ao ignorante acerca das maravilhosas verdades da Palavra de Deus. Aproveitem toda oportunidade para fazer isso. O Senhor abençoará cada momento assim passado. T7 276 3 Estamos vivendo num tempo em que Satanás está operando com todo o seu poder para desencorajar e derrotar os que estão trabalhando no serviço de Deus. Mas nós não precisamos falhar nem nos deixarmos desanimar. Precisamos demonstrar maior fé em Deus. Devemos confiar em Sua palavra viva. A menos que tenhamos mais firme sustentáculo de cima, jamais seremos capazes de competir com os poderes das trevas, que são vistos e sentidos em cada setor da obra. T7 276 4 As cisternas da Terra muitas vezes estarão vazias e seus reservatórios secos; mas em Cristo há uma fonte viva da qual podemos nos servir continuamente. Não importa quanto tiremos e demos a outros, a abundância permanecerá. Não há perigo de que o suprimento se esgote; pois Cristo é a inesgotável fonte da verdade. T7 276 5 A ética do evangelho não reconhece outra norma que não a perfeição da mente e da vontade de Deus. Todos os justos atributos do caráter residem em Deus como um todo harmonioso e perfeito. Todo aquele que recebe a Cristo como seu Salvador pessoal tem o privilégio de possuir esses atributos. Essa é a ciência da santidade. ------------------------Capítulo 55 -- Os que estão lutando com dificuldades T7 277 1 Durante anos, tem-se manifestado falta de sabedoria no tratar com homens que empreendem e levam avante a obra do Senhor em lugares difíceis. Muitas vezes essas pessoas trabalham muito acima de suas forças. Dispõem de poucos recursos para o andamento da obra, e são obrigadas a sacrificar-se em benefício da causa. Trabalham por modestos salários e observam a mais estrita economia. Dirigem apelos ao povo a fim de obter meios e dão, por sua parte, um exemplo de liberalidade. Rendem a Deus o louvor pelo que é realizado, compreendendo que Ele é o autor e consumador da sua fé, e que é mediante Seu poder que eles são habilitados a progredir. T7 277 2 Por vezes, depois de haverem esses obreiros suportado os cuidados e o calor do dia e, mediante pacientes e perseverantes esforços, terem estabelecido uma escola ou um hospital, ou dado qualquer outro passo para o desenvolvimento da obra, seus irmãos decidem que um outro poderia cuidar disso melhor, devendo, portanto, tomar conta do trabalho que eles estavam fazendo. Em alguns casos, essa decisão é tomada sem a devida consideração e honra em relação aos que desempenharam a parte desagradável do trabalho, que labutaram, oraram e lutaram, pondo em seus esforços todas as forças e energias. T7 277 3 Deus não Se agrada dessa maneira de lidar com os obreiros. Ele pede a Seu povo que apóie os que edificam a obra em lugares novos e difíceis, dirigindo-lhes palavras de ânimo. T7 278 1 Em seu ardor, em seu zelo pela divulgação da causa, esses obreiros podem cometer erros. Podem, em seu desejo de obter meios para a manutenção de empreendimentos necessários, envolver-se em projetos que não serão os mais benéficos para a obra. Vendo o Senhor que esses planos os distrairiam daquilo que deseja que façam, permite que lhes sobrevenham decepções, destruindo-lhes as esperanças. O dinheiro é sacrificado, e isso ocasiona grande desgosto para aqueles que esperavam ansiosamente adquirir meios para o sustento da causa. T7 278 2 Enquanto os obreiros estavam pondo em tensão cada nervo a fim de levantar fundos para ajudá-los numa emergência, alguns de seus irmãos ficavam de parte criticando e suspeitando mal, dando má interpretação aos motivos dos sobrecarregados obreiros, e tornando-lhes mais difícil a tarefa. Cegos pelo egoísmo, esses críticos não percebiam sentirem-se seus irmãos suficientemente aflitos sem a censura de homens que não haviam suportado sérios encargos e responsabilidades. A decepção é uma grande provação, mas o amor cristão pode transformar a derrota em vitória. Os reveses ensinarão a cautela. Aprendemos por meio das coisas que sofremos. Assim adquirimos experiência. T7 278 3 Manifeste-se sabedoria e cuidado ao tratar com obreiros que, embora hajam cometido erros, revelaram um interesse sincero e abnegado pela obra. Digam-lhes os irmãos: "Não tornaremos pior a situação, colocando outro em seu lugar, sem lhes dar oportunidade de reparar seu erro, de modo a livrar-se da carga de uma crítica injusta." Que lhes seja concedido tempo para se ajustarem, para vencerem as dificuldades que os rodeiam, e para se colocarem perante os anjos e os homens como obreiros dignos. Eles cometeram erros, mas, teriam aqueles que deles duvidaram e os criticaram procedido melhor? Aos fariseus acusadores, Cristo disse: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela." João 8:7. T7 279 1 Há pessoas precipitadas em seu desejo de reformar o que lhes parece não estar direito. Pensam que deveriam ser escolhidas para ocupar o lugar dos que cometeram erros. Desvalorizam o que foi feito por esses obreiros sob as críticas dos que os vigiavam. Dizem, por suas ações: "Posso fazer grandes coisas. Sou capaz de levar a obra avante com êxito." Tenho instruções para dizer aos que julgam que sabem tão bem evitar os erros: "Não julgueis, para que não sejais julgados." Mateus 7:1. Talvez possam evitar o erro em certos pontos, mas em outros, estão sujeitos a cometer sérios desatinos, bem difíceis de remediar, e que trariam confusão à obra. Esses erros seriam mais prejudiciais do que os que foram cometidos por seus irmãos. T7 279 2 As instruções que me foram dadas são que os homens que lançam as bases de uma obra, e que, apesar de preconceitos, vão abrindo seu caminho, não devem ser desprezados para que outros lhes ocupem o lugar. Há zelosos obreiros que, a despeito da crítica de alguns de seus irmãos, têm prosseguido avante na obra que Deus indicou para ser realizada. Fossem eles removidos da posição de responsabilidade que ocupam, e restaria uma impressão injusta a respeito deles e desfavorável para a obra, porque as mudanças efetuadas seriam consideradas como a confirmação das injustas críticas feitas, e dos preconceitos existentes. É o desejo do Senhor que não se dê nenhum passo que represente uma injustiça para com aqueles que têm trabalhado longa e ativamente para edificar a obra que lhes foi dada. Mudanças infelizes T7 280 1 São feitas muitas mudanças que melhor seria se nunca tivessem ocorrido. Muitas vezes, quando certos obreiros ficam descontentes, em vez de serem animados a permanecer ali e tornar sua obra bem-sucedida, são enviados a outro lugar. Mas eles levam consigo os mesmos traços de caráter que têm prejudicado o trabalho. Manifestarão o mesmo espírito diferente do de Cristo; pois não aprenderam a lição do serviço paciente e humilde. T7 280 2 Insisto numa ordem diversa de coisas. Precisamos fazer mudanças nos grupos de obreiros em nossas Associações e instituições. Temos de achar homens eficientes e consagrados, os quais devem animar e se unir, na qualidade de auxiliares e colaboradores, aos que carregam as responsabilidades. Haja uma harmônica união entre os novos e os mais idosos, em espírito de amor fraternal. Não se façam, porém, mudanças bruscas na administração, de maneira a causar desânimo aos que têm trabalhado diligentemente e com êxito para levar a obra a certo grau de progresso. Deus não sancionará qualquer coisa que se faça de modo a desanimar Seus fiéis servos. Sejam seguidos os princípios de justiça por aqueles cujo dever é assegurar às nossas casas publicadoras, hospitais e escolas a mais eficiente direção. Chamado para o serviço T7 280 3 Deus chama obreiros. A causa necessita de homens experientes, os quais, colocando-se nas mãos do Senhor como discípulos humildes, se tenham demonstrado coobreiros dEle. Esses são os homens de que se necessita na obra do ministério e das escolas. Os que se têm demonstrado preparados, que avancem e façam o que lhes for possível no serviço do Mestre. Que entrem para fazer parte do corpo de obreiros e, mediante esforço paciente e contínuo, demonstrem seu valor. É na água, e não na terra, que aprendemos a nadar. Preencham eles com fidelidade o lugar a que são chamados, a fim de se habilitarem a aceitar responsabilidades ainda maiores. Deus dá a todos oportunidade de se aperfeiçoar em Seu serviço. T7 281 1 Aquele que coloca a armadura para travar uma batalha, ganha uma grande habilidade enquanto se esforça para aperfeiçoar seus conhecimentos de Deus, trabalhando em harmonia com o plano que Deus estabeleceu para o desenvolvimento perfeito das habilidades físicas, mentais e espirituais. T7 281 2 Rapazes e moças, procurem crescer no conhecimento. Não esperem que algum teste comprove que são competentes, mas saiam em todas as direções, e comecem a trabalhar para Deus. Usem sabiamente os conhecimentos adquiridos. Exercitem suas habilidades com fervor, generosamente distribuam a luz que Deus lhes deu. Estudem a melhor maneira de dar aos outros a paz, a luz, a verdade, e muitas outras ricas bênçãos dos Céus. Melhorem constantemente. Procurem alcançar alto e sempre mais alto. É a habilidade de impor aos poderes da mente e do corpo, conservando sempre as realidades eternas em vista, que presentemente tem valor. Com toda sinceridade busquem o Senhor, para que se tornem cada vez mais refinados, mais preparados espiritualmente. E, então, receberão o melhor diploma que alguém possa ter: a aprovação de Deus. T7 281 3 Lembrem-se que seus talentos, grandes ou pequenos, são dados em confiança. Deus os está testando, dando-lhes oportunidades para que vocês se provem verdadeiros. Vocês estão em débito com Ele quanto ao que podem realizar. A Ele pertencem todas as habilidades, e para Ele devem ser usadas. Seu tempo, influência, potencial e habilidades tudo deve ser creditado a Ele que tudo concede. Os dons de Deus são melhor usados por aqueles que buscam com sincera diligência divulgar o grande plano do Senhor para salvar a humanidade, lembrando sempre que devem continuar como aprendizes enquanto ensinam. T7 282 1 Como jovens envolvam-se nesse trabalho e, a despeito das muitas dificuldades, tenham êxito, não deixem que nenhuma proposta diferente os leve para outro trabalho, e que o trabalho começado por eles seja transferido para pessoas mais idosas e mais experientes. É verdade que os nossos jovens lutam com dificuldades, cometem enganos, mas se prosseguirem com perseverança seus fracassos se transformarão em vitórias. T7 282 2 Prezados colegas, continuem no trabalho que começaram. Avancem até que obtenham vitórias após vitórias. Estejam preparados para esse propósito. Mantenham em vista a mais alta norma, para que possam realizar mais e maiores obras que reflitam a glória de Deus. T7 282 3 Deus dotou alguns de Seus servos com talentos especiais, e ninguém está autorizado a rebaixar a excelência dos mesmos. Pessoa alguma, no entanto, deve servir-se de seus talentos para se exaltar. Ninguém deve se considerar como havendo sido mais favorecido do que seus semelhantes, nem se exaltar sobre outros obreiros sinceros e diligentes. O Senhor olha para o coração. Aquele que é mais dedicado ao serviço de Deus, mais altamente estimado é pelo universo celestial. T7 282 4 O Céu está observando para ver como os que ocupam posições de influência se desempenham de sua mordomia. O que se exige deles, nesse caráter de mordomos, é proporcional à influência que exercem. Em seu trato para com os homens, eles devem ser como pais -- justos, brandos, verdadeiros. Devem assemelhar-se a Cristo no caráter, unindo-se com os irmãos pelos mais estreitos laços de unidade e comunhão. ------------------------Capítulo 56 -- Distribuição dos recursos T7 283 1 A desconcertante questão dos recursos tem perturbado a muitos. Freqüentemente, através de projetos fascinantes e enganosos, Satanás tem bloqueado o caminho para avançar. A igreja não tem se colocado na dependência de Deus, porém, submetendo-se às tentações do inimigo, tem procurado levar avante planos que exigem meios que excedem suas entradas. Muito dinheiro tem sido investido em poucos lugares. Isso tem privado os campos missionários do auxílio que deveriam receber. T7 283 2 Ao construir a obra nessas partes do campo, há pessoas seguindo planos egoístas, que têm tirado meios da tesouraria do Senhor, esquecidas de que toda entrada é do Senhor, e que outras partes da Sua vinha também precisam de suprimento. Pelo motivo de não enfrentarem o julgamento, escolhem fechar os olhos para as necessidades dos seus coobreiros. Assim, campos necessitados deixam de ser trabalhados. Lançando-se impetuosamente na construção de grandes edifícios, sem avaliar o custo, sem levar em consideração quanto precisam para construir a torre, pessoas têm entrado em débito, desânimo e confusão sobre a causa. O progresso em novos campos tem sido prejudicado. T7 283 3 Tem-se apoderado da mente de alguns uma espécie de frenesi que os leva a gastar no que absorve os recursos sem qualquer perspectiva de posterior retorno. Houvesse esse dinheiro sido usado da maneira que o Senhor desejava que fosse, obreiros ter-se-iam levantado e se preparado para fazer a obra que deve ser feita antes da vinda do Senhor. A malversação de meios revela a necessidade da advertência do Senhor, de que Sua obra não deve ser cerceada por projetos humanos, de que ela deve ser feita de maneira que fortaleça Sua causa. T7 284 1 Trabalhando com planos errados, homens têm gerado dívidas para a causa. Não se permita a repetição disso. Cautelosamente ajam os que estão à testa do trabalho, recusando enterrar a causa de Deus em dívidas. Ninguém se mova negligente e descuidadamente, pensando, sem conhecimento de causa, que tudo dará certo no final. T7 284 2 Agitação e interesse inadequado na escolha do local onde investir, não contribui em nada para o avanço do trabalho como um todo. Quando se faz planos para uma edificação num lugar, é preciso levar em cuidadosa consideração os outros lugares que estão igualmente em grande necessidade quanto à construção de um edifício. O tempo é escasso, e enquanto se constroem edifícios, que sejam feitos com a devida consideração por todas as partes da vinha do Senhor. Os que estão encarregados da construção devem ser pessoas de mente equilibrada, santificada, e não alguém que, em sua ansiedade de erigir uma peça de arquitetura, traga perplexidade sobre a obra com investimentos caríssimos. T7 284 3 Deus não é causador de confusão, mas de ordem e progresso. Os que desejam promover o Seu reino, façam-no com equilíbrio e com inteligência. Não se precipitem na suposição falsa de que os recursos devem ser investidos para fazer exibição. Assim diz o Senhor: "Os recursos não devem ser gastos com prejuízo da salvação de pessoas." T7 284 4 O resultado da administração egoísta está diante de nós hoje como uma representação da sabedoria de homens cuja mente e coração necessitam da direção do Espírito Santo. O Senhor tem maneiras de testar e provar aqueles que se dizem cristãos. Com exatidão absoluta, Ele traça os resultados da sabedoria humana, mostrando àqueles que pensavam que estavam fazendo grandes coisas de que necessitavam no passado; que tinham de aceitar que não estavam atuando pelo Espírito Santo, mas que, em muitas situações, haviam recusado o conselho do Senhor. Se tivessem feito uma auto-avaliação do início de sua obra, como pedia o Senhor, anos de serviço desonrando a Deus teriam se transformado em serviço de amor. Cada mordomo necessita realizar um exame próprio, caso contrário terá o mesmo fim que Saul, será listado para a destruição. Isso é especialmente aplicável a pessoas que ocupam cargos administrativos. Disse o Senhor: "Não ajudarei nenhum projeto egoísta." Todos necessitam agora de buscar o Senhor. O povo de Deus não suportará as provas, a menos que haja um reavivamento e uma reforma. O Senhor não admitirá, nas mansões que Ele está preparando para os justos, uma alma auto-suficiente. T7 285 1 Sob nenhuma circunstância deveria nosso povo, em qualquer parte do mundo, colocar todos os seus recursos em grandes e dispendiosas instituições médicas. Ajuntar um grande número de pessoas num único lugar não é o melhor para assegurar os resultados mais favoráveis na restauração física e espiritual. Além do mais, o estabelecimento de tais instituições irá tirar a oportunidade dos outros lugares onde deveriam ser fundadas instituições de saúde. Onde quer que trabalhemos, alguns desejariam obter o máximo de recursos para construir grandes edifícios, mas esse não é um plano sábio. Ao planejar uma instituição num lugar, deve-se ter em mente as necessidades de outros lugares. Que seja praticada a economia, para que se torne possível dar ao povo em outras regiões do país, semelhantes vantagens. ------------------------Capítulo 57 -- Nossos idosos pioneiros T7 286 1 Aos obreiros pioneiros idosos que estão relacionados com a obra da mensagem do terceiro anjo, desde o início, que passaram pela experiência de 1844, o Senhor diz: "Seu auxílio é necessário. Não levem uma carga que os mais novos devem carregar. É seu dever cuidar dos próprios hábitos de vida. Precisam ser sábios em usar a força física, mental e espiritual. Os que já passaram por muitas e variadas experiências devem fazer o possível para preservar suas condições, para que possam trabalhar para o Senhor o quanto Ele permitir que permaneçam nos seus lugares, para ajudar a levar avante Sua obra." T7 286 2 Juntamente com João, esses sobrecarregados podem dizer: "O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. ... E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nEle treva nenhuma. Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado." 1 João 1:1-7. T7 286 3 A causa de Cristo necessita da ajuda dessas mãos idosas, obreiros idosos, que têm anos de experiência na causa de Deus; que viram o desenvolvimento e o progresso da mensagem nos seus diversos setores; que presenciaram muitos saindo para o fanatismo, compartilhando de falsas teorias, resistindo a todos os esforços feitos para deixar a luz da verdade revelar as superstições que vinham para confundir a mente e para não produzir efeito algum sobre a mensagem a qual nestes últimos dias deve ser dada na sua pureza ao povo remanescente de Deus. T7 287 1 Muitos desses experientes servos de Deus já dormem em Jesus. Que a ajuda desses que ainda estão vivos seja apreciada. Que seus testemunhos sejam valorizados. A abençoada mão do Senhor está com esses fervorosos obreiros. Ele os sustenta com o Seu braço forte, dizendo: "Apóiem-se em Mim. Serei sua fortaleza e sua grande recompensa." Os que estiveram na mensagem desde o início, que lutaram bravamente quando a batalha se tornava difícil, não devem perder agora o seu apoio. T7 287 2 O mais terno interesse deve ser nutrido para com aqueles cujo objetivo de vida está vinculado à causa de Deus. Não obstante suas muitas enfermidades, esses obreiros possuem talentos que os qualificam para estar em sua atividade e lugar. Deus deseja que ocupem posições de liderança em Sua obra. Permaneceram fiéis em meio aos temporais e provas e acham-se entre os mais valiosos conselheiros. Quão gratos deveríamos ser por poderem eles ainda usar seus dons no serviço do Senhor! T7 287 3 Que não se perca de vista o fato de que no passado esses fervorosos lutadores tudo sacrificaram para promover a obra. Por terem se tornado idosos e grisalhos no serviço de Deus não é razão para deixarem de exercer uma influência superior à influência de homens que têm muito menos conhecimento da causa e muito menos experiência nas coisas divinas. Embora gastos e incapazes de arcar com os encargos mais pesados do que os mais que jovens podem e devem assumir, seu mérito como conselheiros é da mais elevada importância. Cometeram erros, mas dos fracassos aprenderam sabedoria; aprenderam a evitar erros e perigos, e não serão eles então competentes para dar sábios conselhos? Suportaram trabalhos e provas, e embora tenham perdido algum de seu vigor, não devem ser empurrados para a margem por obreiros menos experientes que pouco sabem acerca da obra e do sacrifício desses pioneiros. O Senhor não os põe à margem. Ele lhes dá graça especial e conhecimento. T7 288 1 Quando João estava idoso e encanecido, foi-lhe dada uma mensagem para ajudar as igrejas perseguidas. Os judeus fizeram várias tentativas de tirar-lhe a vida, mas o Senhor disse: "Deixa-o vivo. Eu quem o criei, estarei com ele e o guardarei." Constantemente esse idoso discípulo deu testemunho a favor do Mestre. Numa linguagem bonita, com uma voz musical, falando de maneira que impressionava o coração de quem o ouvia, contava as palavras e obras de Cristo. Foi exilado em Patmos, mas Cristo o visitou no seu exílio, e lhe comunicou as grandes verdades encontradas no Apocalipse. T7 288 2 À medida que aqueles que gastaram sua vida no serviço do Senhor se aproximarem do fim de sua história terrestre, serão impressionados pelo Espírito Santo a contar as experiências que tiveram, relacionadas com Sua obra. O relatório de Seu procedimento com o Seu povo, da Sua grande bondade em livrá-los das provações, deve ser repetido aos novos que entram na fé. As provas que também vieram aos servos de Deus pela apostasia de alguns que estiveram unidos com eles na obra, e o trabalho do Espírito Santo para que a falsidade não tivesse qualquer efeito contra os que desde o princípio mantiveram sua confiança firme até o fim, devem ser relatadas. T7 289 1 Os pioneiros que ainda vivem não devem ser colocados em lugares difíceis. Os que serviram ao Senhor quando a obra prosseguia árdua, que suportaram pobreza e permaneceram fiéis à verdade quando nossos números eram pequenos, devem sempre ser honrados e respeitados. Sou instruída a dizer: todos os irmãos respeitem os idosos pioneiros que suportaram provas, dificuldades e muitas privações. São primorosos obreiros de Deus e desempenharam parte preeminente na estruturação de Sua obra. T7 289 2 O Senhor deseja que os obreiros mais novos ganhem sabedoria, força e maturidade pela associação com os obreiros mais velhos que se entregaram à causa. Os jovens devem compreender que ter esses obreiros ainda com eles é da maior importância. Demonstrem grande respeito por esses homens de cabelos brancos, que tiveram parte importante no desenvolvimento da obra. Que eles mereçam um lugar de honra nos concílios. Deus quer que aqueles que vieram para a verdade nos últimos anos prestem atenção a estas palavras. T7 289 3 Que o Senhor abençoe e sustenha nossos obreiros idosos e experimentados. Que Ele os ajude a ser sábios quanto à preservação de suas faculdades físicas, mentais e espirituais. Fui instruída pelo Senhor a dizer a esses que apresentaram seu testemunho nos dias primitivos da mensagem: "Deus os dotou com o poder da razão, e Ele deseja que compreendam as leis relacionadas à saúde e a elas sejam obedientes. Não sejam imprudentes. Não trabalhem demais. Tomem tempo para repousar. Deus deseja que estejam em seu posto e lugar, fazendo sua parte para salvar homens e mulheres de serem arrastados para baixo, pela poderosa torrente do mal. Ele deseja que utilizem a armadura até que lhes ordene depô-la. Não demorará para que recebam sua recompensa." ------------------------Capítulo 58 -- O cuidado pelos obreiros T7 290 1 Deve ser constituída uma provisão para cuidar dos ministros e outros fiéis servos de Deus que, por causa dos esforços e trabalho em excesso na Sua causa, ficaram doentes e precisam descansar e restabelecer-se; ou que, por causa da idade ou perda da saúde, não podem mais suportar os fardos e o calor do dia. Muitas vezes, os ministros são enviados a campos de trabalho que eles sabem serem prejudiciais à saúde; mas, não querendo evitar lugares difíceis, aventuram-se na esperança de prestar auxílio e ser uma bênção ao povo. Passado algum tempo, descobrem que a saúde começa a falhar. Tentam uma mudança de clima e de trabalho, mas sem alívio. Então, que devem fazer? T7 290 2 Esses fiéis obreiros que, por amor a Cristo, abandonaram perspectivas mundanas, preferindo a pobreza aos prazeres ou riquezas, e que, esquecendo-se de si mesmos, trabalharam com dedicação para salvar pessoas para Cristo; que deram liberalmente para o progresso dos empreendimentos na causa de Deus, mas foram atingidos na batalha, ficando cansados e doentes, sem recursos de sustentação, não devem ser abandonados para lutar com a pobreza e o sofrimento, ou sentirem-se desprezados. Quando lhes sobrevier a doença e a enfermidade, nossos obreiros não devem ficar preocupados com a angustiante pergunta: "Que vai acontecer com minha esposa e filhos agora, quando não posso mais trabalhar para suprir suas necessidades?" Nada mais justo do que fazer provisões para enfrentar as necessidades desses fiéis obreiros e dos que deles dependem. T7 290 3 Providências generosas são tomadas em favor dos veteranos que lutaram pelo seu país. Esses homens levam as cicatrizes e sofrem longas enfermidades que testemunham de perigosos conflitos, de marchas forçadas, de intempéries que enfrentaram e de sofrimentos em prisões. Todas essas evidências da lealdade e sacrifício próprio os fizeram credores da nação que ajudaram a salvar -- uma reivindicação que é reconhecida e honrada. Mas, que provisão estão fazendo os adventistas do sétimo dia em favor dos soldados de Cristo? Obreiros negligenciados T7 291 1 Nosso povo não sentiu como deveria a importância desse assunto que, por essa razão, foi negligenciado. As igrejas não têm se preocupado e, embora a luz da Palavra de Deus tenha brilhado em seu caminho, elas têm negligenciado esse dever tão sagrado. O Senhor Se desagrada muito com essa negligência dos Seus fiéis servos. Nosso povo deveria estar tão pronto a ajudar essas pessoas nas suas circunstâncias adversas, assim como estiveram prontos para aceitar seus préstimos e recursos quando estavam com saúde. T7 291 2 O Senhor colocou sobre nós a obrigação de dar uma atenção especial aos pobres em nosso meio. Mas esses ministros e obreiros não devem ser classificados como pobres. Eles depositaram para si mesmos um tesouro no Céu que não falhará. Eles serviram às Associações em suas necessidades, e agora elas devem socorrê-los. Quando se nos apresentam casos desse tipo, não podemos nos desviar deles. Não devemos dizer: "aquecei-vos e fartai-vos" (Tiago 2:16), sem tomar medida alguma para suprir as necessidades deles. Isso já aconteceu no passado e, desta maneira, em alguns casos os adventistas do sétimo dia desonraram sua profissão de fé e deram ao mundo a oportunidade de opróbrio em relação à causa de Deus. Lares para os obreiros T7 291 3 Deve agora o povo de Deus remover esse opróbrio, proporcionando aos servos de Deus lares confortáveis com um pedaço de terra no qual possam cultivar seus produtos e sentir que não dependem da caridade dos irmãos. Com quanto prazer e tranqüilidade esses fatigados obreiros olhariam para um pequeno e sossegado lar, onde fossem reconhecidas suas justas reivindicações para o descanso! T7 292 1 O dever que temos para com essas pessoas tem sido mencionado continuamente, e nada foi feito nesse sentido. Como um povo, deveríamos sentir a responsabilidade quanto a esse assunto. Cada membro da igreja deve se interessar por tudo o que diz respeito à fraternidade humana e à fraternidade em Cristo. Somos membros uns dos outros; se um sofre, todos sofrem com ele. Algo deve ser feito e as Associações deveriam ter um discernimento espiritual que lhes permita compreender os privilégios e comodidades que esses obreiros que se deram necessitam e merecem. Casas de saúde como refúgio T7 292 2 Muitas vezes esses pastores necessitam de especial cuidado e tratamento. Nossas casas de saúde devem ser um refúgio para eles, e para todos os nossos esgotados obreiros necessitados de repouso. Devem-se prover quartos onde eles possam desfrutar uma mudança e descanso, sem a contínua ansiedade quanto às despesas. Quando os discípulos estavam cansados do trabalho, Cristo lhes dizia: "Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco." Marcos 6:31. Ele quer que se tomem medidas, de modo que Seus servos hoje tenham oportunidade de repouso e restabelecimento das energias. Nossas casas de saúde se devem abrir aos nossos operosos pastores, que fizeram tudo a seu alcance para garantir fundos para a edificação e sustento dessas instituições; e, em qualquer tempo em que eles se encontrem na necessidade das vantagens aí oferecidas, devem fazer com que eles se sintam como em casa. T7 292 3 Esses obreiros não deveriam, em tempo algum, ter de pagar preços elevados pela pensão e tratamento, nem ser considerados como mendigos ou levados de algum modo a se sentir como tais diante daqueles de cuja hospitalidade dependem. Manifestar liberalidade no uso dos recursos que Deus proveu para Seus gastos e extenuados servos, é, aos Seus olhos, genuíno trabalho missionário. Os obreiros de Deus acham-se ligados a Ele, e quando são recebidos, convém lembrar que se recebe a Cristo na pessoa de Seus mensageiros. Assim Ele o requer, e é desonrado e Se desagrada quando eles são tratados indiferentemente, com mesquinhez ou egoísmo. A bênção de Deus não acompanha um tratamento dessa espécie dado a qualquer de Seus escolhidos. Entre a irmandade médica nem sempre tem havido certa agudeza de percepção para discernir essas coisas. Alguns não as têm considerado como deveriam. Que o Senhor santifique a percepção dos que têm a administração de nossas instituições, a fim de que saibam quem deve receber verdadeira simpatia e cuidado. T7 293 1 O ramo da causa pelo qual esses cansados obreiros trabalham, deve mostrar apreço por seus esforços, auxiliando-os no tempo de necessidade, assumindo com o hospital as despesas. T7 293 2 Alguns obreiros se acham em situação que lhes permite pôr de parte um pouco do salário; e assim devem fazer, se possível, a fim de enfrentar a uma emergência; todavia, mesmo esses devem ser recebidos como uma bênção para o hospital. Mas a maior parte de nossos obreiros têm diversas e grandes obrigações a satisfazer. Todas as vezes que se necessitava de dinheiro, eles eram solicitados a ajudar, a abrir caminho para que a influência de seu exemplo pudesse estimular os outros a serem liberais e a causa de Deus progredisse. Eles sentiam tão intenso desejo de implantar o estandarte em novos campos, que muitos tomavam mesmo dinheiro emprestado para ajudar em vários empreendimentos. Não davam de má vontade, mas sentiam que era um privilégio trabalhar pela divulgação da verdade. Atendendo assim aos pedidos de dinheiro, ficaram muitas vezes com bem poucas economias. T7 294 1 O Senhor tem mantido um relatório exato de sua liberalidade para com a causa. Sabe a boa obra que eles têm feito, obra de que os obreiros mais jovens nem suspeitam. Ele tem sido conhecedor de todas as privações e renúncias da parte desses obreiros. Tem registrado todas as circunstâncias desses casos. Tudo se acha escrito nos livros. Esses obreiros são um espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens; e são uma lição prática para provar a sinceridade de nossos princípios religiosos. O Senhor quer que nosso povo compreenda que os pioneiros nesta obra merecem tudo quanto nossas instituições puderem fazer por eles. Deus nos pede para compreender que aqueles que envelheceram em Seu serviço merecem nosso amor, honra e profundo respeito. Um fundo para obreiros T7 294 2 Deve-se instituir um fundo para os obreiros que não podem mais trabalhar. Não podemos estar livres de culpa diante de Deus, a menos que façamos todo esforço que é justo a esse respeito, e isso sem demora. Existem entre nós alguns que não vêem a necessidade desse movimento; sua oposição, porém, não deve ter influência sobre nós. Os que propõem em seu coração ser justos e fazer o que é justo devem agir firmemente e prosseguir, para a realização de uma boa obra que o Senhor requer que se faça. Muitos estão tranqüilos protelando realizar um bom trabalho com seus recursos; mas até quando isso vai durar? Devemos amar o dinheiro de maneira que o escondamos na terra? T7 294 3 Deus está chamando os cooperadores de todos esses empreendimentos. Os recursos devem ser abundantes, mas se forem disponibilizados de má vontade, com mais desejo mesmo de investir tudo em algum negócio mundano, não receberão a recompensa. T7 295 1 A humilde dádiva da classe pobre não é, aos olhos de Deus, inferior à maior oferta do mais rico. O Senhor acrescenta Sua bênção à dádiva, transformando-a em frutos de amor de acordo com a alegria do coração com que foi dada. A menor moeda de cada doador deve ser cuidadosamente apreciada. T7 295 2 Necessita-se agora do ardor dos jovens. Eles devem pôr de lado a vaidade e restringir seus desejos. Quero persuadi-los e também a todo o nosso povo que usualmente investe em coisas desnecessárias a aplicar em coisa mais sublime e sagrada. Que seja feito o possível para criar um fundo para os ministros idosos, que se gastaram no trabalho e cuidados. Consagrem tudo que têm para o Senhor. Não usem o seu dinheiro para se gratificarem. Não permitam que os seus recursos saiam das suas mãos meramente para beneficiar os próprios desejos ou de outros. Ao gastarem, considerem que o dinheiro que manuseiam é do Senhor, e que devem prestar contas de seu uso. T7 295 3 Aos idosos, que estão perdendo sua segurança nesta vida, apelo para fazerem disposição correta dos seus bens do Senhor, antes de dormirem em Jesus. Lembrem-se de que são mordomos do Senhor. Devolvam o que pertence ao Senhor enquanto vivem. Não falhem em resolver isso enquanto ainda raciocinam bem. À medida que a velhice chega, é nosso dever dispor dos recursos que temos para os propósitos estabelecidos por Deus. Satanás está usando de todos os expedientes para desviar da causa do Senhor os recursos de que ela tanto necessita. Muitos estão ligando seus talentos financeiros a empreendimentos mundanos, quando a causa de Deus precisa de todos os fundos para promover Sua verdade e glorificar Seu nome. Pergunto: Não deveríamos depositar para nós mesmos tesouros no Céu, em bolsas que não envelhecem? T7 296 1 Gostaria de insistir especialmente com os idosos que estão prestes a dispor dos seus meios para se lembrarem dos que ministraram fielmente a palavra e a doutrina. Coloquem seus recursos onde, caso falte a saúde ou a vida, possam ser investidos na causa de Deus. Dessa forma, serão entregues aos banqueiros [celestiais] onde se multiplicarão constantemente. T7 296 2 Chamo a atenção da igreja como um todo e também dos membros individualmente para que devolvam com juros a Deus o capital que lhes foi confiado. Assim terão um tesouro no Céu. Seja o seu coração fiel a Jesus. Mesmo que alguém pense ser o último de todos os santos, contudo, faz parte do corpo de Cristo, e através dEle se identifica com todas as Suas agências humanas, e com as excelentes e poderosas inteligências celestiais. Não vivemos para nós mesmos. A cada um é designado um posto de dever, não de conformidade com os interesses próprios e limitados, mas que a influência de cada um seja para o fortalecimento de todos. Se realmente cremos que somos individualmente um espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens, não deveríamos como igreja manifestar um espírito diferente do que manifestamos? Não somos uma igreja viva e que trabalha? T7 296 3 As pequenas e grandes correntes de beneficência devem ser mantidas sempre fluindo. A providência de Deus vai muito adiante de nós, movendo-se muito mais depressa que a nossa liberalidade. O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, orgulho, cobiça, extravagância e amor à ostentação. Sobre toda a igreja recai a solene responsabilidade de fazer prosperar cada setor da obra. Se seus membros seguirem a Cristo, negarão a inclinação ao exibicionismo, o amor à moda, às casas elegantes e custosos mobiliários. É preciso que haja muito maior humildade, muito maior distinção do mundo, entre os adventistas do sétimo dia, doutro modo Deus não nos aceitará, seja qual for nossa posição ou o caráter da obra em que estivermos empenhados. Economia e abnegação proverão para muitos, em condições medianas, os meios para beneficência. É dever de todo discípulo de Cristo andar humildemente na trilha da abnegação palmilhada pela Majestade do Céu. Toda a vida do cristão deve ser de altruísmo, para que, ao serem feitos pedidos de auxílio, ele possa responder prontamente. T7 297 1 Enquanto Satanás operar com irrefreável energia para destruir as pessoas; enquanto houver um chamado para obreiros no vasto campo da seara, haverá o convite para que se dê para o sustento da obra de Deus em qualquer de seus inúmeros setores. Solucionamos uma necessidade apenas para dar lugar a que se solucione outra de igual caráter. A abnegação pedida para que se obtenham meios a serem aplicados naquilo a que Deus dá o maior valor desenvolverá hábitos e um caráter que nos garantirão a aprovação "bem está", e nos capacitarão a habitar para sempre na presença dAquele que por nós Se tornou pobre, para que por Sua pobreza herdássemos riquezas eternas. T7 297 2 As pessoas em cargos administrativos estão em perigo de serem esmagadas por muitas responsabilidades assumidas, mas o Senhor não coloca sobre alguém fardos demasiados para serem carregados. Ele calcula o peso de cada carga antes de permitir que esteja sobre o coração dos que estão trabalhando juntamente com Ele. A cada um de Seus obreiros, nosso amante Pai celestial diz: "Lança o teu fardo sobre o Senhor, e Ele te sustentará." Compreendam os que carregam fardos, que Ele levará cada carga, grande ou pequena. T7 297 3 Jesus consente em levar nossos fardos somente quando nEle confiamos. Ele está dizendo: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos (Mateus 11:28); entregai-Me as cargas; deixai que Eu faça a obra que é impossível ser feita pelo instrumento humano." Confiemos nEle. A preocupação é cega, e não pode discernir o futuro. Mas Jesus vê o fim desde o princípio, e em cada dificuldade Ele tem Seu caminho preparado para levar alívio. Permanecendo em Cristo, podemos tudo nAquele que nos fortalece. T7 298 1 Por causa de obreiros não consagrados, as coisas por vezes irão mal. Poderemos ter de chorar os resultados do mau procedimento de outros, mas não nos acabrunhemos. A obra está sob a supervisão do bendito Mestre. Tudo que Ele pede é que os obreiros vão ter com Ele para receberem Suas ordens, e que obedeçam a Sua direção. Todas as partes da obra -- nossas igrejas, missões, Escolas Sabatinas, instituições -- tudo Ele tem no coração. Por que preocupar-se? O intenso anelo de ver a igreja impregnada de vida tem de ser temperado com a inteira confiança em Deus; pois "sem Mim", disse o grande Carregador dos Fardos, "nada podeis fazer". João 15:5. "Segue-Me." Mateus 9:9. Ele toma a dianteira; nós devemos segui-Lo. T7 298 2 Não sobrecarregue ninguém as faculdades que Deus lhe deu, num esforço por promover mais rapidamente a causa do Senhor. Não pode o poder do homem apressar a obra; a ele tem de unir-se o poder dos seres celestiais. Unicamente assim pode a obra de Deus ser levada à perfeição. Não pode o homem fazer a parte do trabalho que compete a Deus. Pode um Paulo plantar e um Apolo regar, mas Deus dá o crescimento. Em simplicidade e humildade deve o homem cooperar com os agentes divinos, sempre fazendo o melhor que pode, todavia sempre reconhecendo que é Deus o grande Obreiro Mestre. Não deve ele sentir-se confiante em si mesmo, pois assim esgotará sua força de reserva e destruirá suas faculdades mentais e físicas. Mesmo que todos os obreiros que agora suportam os mais pesados encargos fossem postos de lado, a obra de Deus seria levada avante. Temperemos, pois, com a razão o nosso zelo no trabalho; cessemos os esforços por fazer aquilo que só o Senhor pode efetuar.