Prefácio Era o verão de 1908. Ellen White foi impressionada a escrever ao autor dos estudos publicados neste volume. Além de outros conselhos e instruções que ela lhe deu, Ellen White fez esta significativa observação sobre estes sermões, que haviam sido pregados 15 anos antes: "Tenho sido instruída a usar aqueles seus discursos impressos nos Boletins da Conferência Geral de 1893 e 1897, os quais contêm fortes argumentos acerca da legitimidade dos Testemunhos, e que respaldam o dom de profecia entre nós. Foi-me mostrado que muitos seriam ajudados por esses artigos, e especialmente os recém-chegados à fé, que não têm sido familiarizados com nossa história como um povo. Será uma bênção a você ler novamente esses argumentos que foram preparados pelo Espírito Santo." (Manuscript Releases, Vol. 9, p. 278; Carta 230, 1908, escrito em 25 de julho). Sempre houve uma necessidade de repetir as mensagens que confirmam as verdades fundamentais do movimento do advento. De fato, no ano anterior, Ellen White havia reconhecido e abordado essa contínua necessidade. "Com base na luz que Deus me deu, reconheço que deveria haver um reavivamento das mensagens que foram dadas no passado. [...]" (Manuscript Releases, Vol. 760, p. 31; Manuscrito 125, 1907, escrito em 4 de julho). No terceiro sermão pregado por A. T. Jones na assembleia da Associação Geral de 1893, ele foi impressionado a ler um trecho de uma carta escrita por Ellen White que havia sido lida três dias antes. Nessa carta, que Ellen White havia escrito no mês anterior, na Austrália, ela procurou alertar a igreja quanto à crise do momento. Jones leu o seguinte: "Irmãos e irmãs, como eu gostaria de poder dizer algo que despertasse vocês para a importância deste tempo, para o significado dos eventos que estão ocorrendo agora. Eu dirijo a atenção de vocês para os movimentos agressivos sendo empreendidos agora em prol da restrição da liberdade religiosa" (General Conference Daily Bulletin, 28 de janeiro de 1893, par. 26; citado também em Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 18). O que estava realmente acontecendo em 1893 que levou a profetiza a dizer essas coisas? E quais foram os argumentos usados por Jones nesses artigos, aos quais Ellen White se referiu 15 anos depois? Ela identificou explicitamente dois grupos que se beneficiariam, nessa data posterior, da leitura deles. "Foi-me mostrado que muitos seriam ajudados por esses artigos, especialmente os recém-chegados à fé que não estão familiarizados com nossa história como povo. Será uma bênção para você ler novamente esses argumentos, cuja concepção foi obra do Espírito Santo" (Manuscript Releases, Vol. 9, p. 278). Os primeiros estudos tratam de uma série de eventos, tanto políticos quanto religiosos, que estavam ocorrendo naquela época, chegando até o ano de 1893. O leitor pode ser tentado a pular esses artigos, por não entender o contexto deles ou seu significado para nossos dias. Precisamos lembrar que a história vai se repetir (Ver GC, p. xi, no original; e p. 343). Assim, é importante revisarmos brevemente a história daquela época para entendermos o contexto dos argumentos apresentados sobre a liberdade religiosa e começarmos a ver a aplicação deles para nossos dias. 1893 foi um ano muito interessante. Um projeto fenomenal estava em andamento: a Exposição Mundial de Colombo. A magnitude desse evento não pode ser perdida de vista, e devemos compreender sua relação com o aumento vertiginoso do desejo dos norte-americanos de firmar os Estados Unidos como nação cristã. Com efeito, no ano anterior, um dos ministros da Suprema Corte havia declarado que os Estados Unidos eram uma nação cristã. A fim de compormos esse pano de fundo e sua relação com a liberdade religiosa, chamamos a atenção para o livro Sunday's Coming [A Vinda do Domingo], da autoria de G. Edward Reid, especificamente o capítulo intitulado "World's Columbian Exposition of 1893" [Exposição Mundial de Colombo de 1893]. A segunda metade do século 19 foi uma era de feiras e exposições realizadas em Londres, Paris e outras grandes cidades do mundo. A Exposição Mundial de Colombo, realizada em Chicago, no ano de 1893, representou, segundo os críticos, a primeira feira mundial bem-sucedida nos Estados Unidos do ponto de vista econômico. Concebida como uma comemoração dos 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo, em 1492, a exposição teve uma atração quase mitológica na época. A feira ostentou aos participantes a cena espetacular de uma cidade de apenas 60 anos de idade, renascida deslumbrantemente no curto período de 22 anos após o grande incêndio de Chicago. A exposição foi oficialmente aberta em 21 de outubro de 1892 para coincidir com a comemoração dos 400 anos da viagem de Colombo às Américas, mas só ficou aberta para negócios em 1º de maio de 1893, devido a atrasos para deixar tudo pronto. Quando ela se encerrou, seis meses depois, em 30 de outubro de 1893, mais de 27 milhões de visitantes haviam pago o ingresso de 50 centavos de dólar para ver aquele grande espetáculo. De acordo com o departamento de censo norte-americano, havia apenas 62 milhões de habitantes nos Estados Unidos da América, o que significa que quase a metade da população veio à feira. Esse número se torna ainda mais significativo quando constatamos que todos vieram a cavalo e de charrete ou trem! Na época, a feira foi considerada o maior evento de sua espécie da história. Então, o que tudo isso tem que ver com o domingo? Por incrível que pareça, tem muito a ver. Aparentemente por causa de atrasos nas construções, os trabalhadores encarregados pelos preparativos da feira foram encorajados a trabalhar sete dias por semana. E os países, empresas e igrejas que queriam fazer suas exposições na feira foram também estimulados a trabalhar no domingo. Os presbiterianos se recusaram a esvaziar suas caixas no domingo ou utilizar, nesse dia, o espaço que lhes fora reservado e declinaram de todo contato com a "sacrílega exposição quebrantadora do sábado [sabbath]".[1] Os presbiterianos e outros grupos religiosos levaram seu caso ao Congresso após fazerem circular milhares de abaixo-assinados nas igrejas por todo o país. Esses abaixo-assinados foram assinados por milhões de pessoas que expressaram sua oposição à abertura da feira aos domingos. Embora muitos fossem contra o envolvimento do governo nessa questão religiosa, o Congresso cedeu às exigências dos grupos religiosos e aprovou um decreto segundo o qual a concessão de fundos para apoiar a feira só seria efetuada sob a condição de que a Grande Exposição fosse fechada ao público aos domingos. Segue a lei decorrente desse decreto, conforme encontrada na Seção Jurídica da Biblioteca do Congresso: "Lei promulgada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos da América, reunidos em assembleia do Congresso. [...] Seção 4: Declara-se por meio desta que todas as verbas aqui solicitadas referentes à Exposição Mundial de Colombo serão concedidas sob a condição de que a Exposição mencionada não seja aberta ao público no primeiro dia da semana, comumente chamado de domingo. Se tais verbas forem aceitas, sob esta condição, pela sociedade anônima do estado de Illinois, conhecida como Exposição Mundial de Colombo, decreta-se que a Comissão Mundial de Colombo, criada pelo Decreto do Congresso de 25 de abril de 1890, ficará responsável pela elaboração de regulamentos, ou modificações dos regulamentos da supracitada sociedade anônima, que se fizerem necessários diante da disposição de que a Exposição seja fechada no referido primeiro dia da semana comumente chamado de domingo. Aprovada em 5 de agosto de 1892" (United States Statutes at Large, vol. 27, capítulo 381, p. 389, 390). Essa lei, que muitos reconheceram como inconstitucional, foi aprovada mesmo assim porque a maioria dos que entraram em contato com o Congresso a exigiu. A razão por que eu usei esse capítulo para ressaltar essas circunstâncias inusitadas é porque sabemos que o grande decreto dominical do fim dos tempos será promulgado exatamente dessa forma. Ele será impulsionado por líderes religiosos, exigido pelo povo e aprovado sem resistência pelo Congresso (Sunday's Coming, 2ª edição, p. 66, 67). O leitor verá nos primeiros sermões como A. T. Jones se dirigiu ao Congresso e com muita habilidade apresentou argumentos contra a lei dominical. O Senhor estava usando o irmão Jones para lutar em favor da liberdade religiosa, a mais sagrada liberdade que pode existir -- a liberdade que se encontra no próprio cerne do evangelho. Jones revela a conexão que essa liberdade tem com a justiça de Cristo e a mensagem do terceiro anjo. Houve outros acontecimentos históricos importantes que estavam se desenrolando durante esse período. Trinta anos antes, em 1863, exatamente no ano em que a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi organizada, a Associação da Reforma Nacional (ARN) teve seu início. Em seu primeiro ano de funcionamento, um dos principais itens de sua agenda era promover uma emenda na Constituição dos Estados Unidos e impor a santidade do domingo por meio de legislação. Depois de vários anos de fracasso na realização desse alvo em nível nacional, a ARN se voltou para cada estado em particular com muito maior sucesso. Como resultado das ações da ARN e de várias outras organizações que se uniram à causa, entre 1878 e 1900 aproximadamente 250 adventistas do sétimo dia foram presos por violarem novas leis dominicais nos seguintes estados: Alabama, Arkansas, Califórnia, Geórgia, Illinois, Maryland, Massachusetts, Mississippi, Missouri, Carolina do Norte, Tennessee, Texas e Washington. O número de membros em 1890 era de aproximadamente 30 mil. Com o número atual de membros, isso representaria mais de 100 mil adventistas do sétimo dia presos por violarem leis dominicais num período de 20 anos. Não se percebe com frequência a extensão da agitação em prol das leis dominicais. Entre 1888 e 1900, houve mais de 28 tentativas em favor da aprovação de uma Lei Dominical Nacional -- na média, mais de duas por ano. Nessa mesma época, houve aprisionamento de adventistas e/ou agitação da questão dominical em vários outros países, incluindo Austrália, Canadá, China, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Suíça, Suécia, Noruega, Escócia, Grécia, Rússia, Singapura e África do Sul. Que outros movimentos estavam promovendo, nessa época, a união entre igreja e Estado? O leitor poderá se surpreender. Esse período de tempo foi considerado a idade de ouro do espiritismo. Em 1864, os espíritas afirmavam contar com 7 milhões de adeptos nos Estados Unidos. Eles se organizaram como sociedade secreta sob o nome "Ordem do Eterno Progresso". Em seu periódico The Banner of Light [A Bandeira de Luz], de 7 de maio de 1864, eles escreveram: "Um sistema irá se desenvolver, mais cedo ou mais tarde, o qual acolherá em seu redil a igreja e o Estado, pois o objetivo dos dois deveria ser exatamente o mesmo". Fomos advertidos em 1884: "Por meio dos dois grandes erros, a imortalidade da alma e a santidade do domingo, Satanás sujeitará as pessoas a seus enganos. Ao passo que o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o segundo cria um elo de simpatia com Roma" (Spiritual Gifts, Vol. 4, p. 405). Durante esse tempo, outro desenvolvimento histórico de relevância profética estava tendo lugar. O papado, que recebera a ferida mortal em 1798, estava rapidamente se recuperando durante o século 19. Foi nessa época que o papado adotou oficialmente os dogmas da infalibilidade e da imaculada conceição, bem como o da adoração a Maria (ver Review and Herald, 29 de março de 1894, p. 199). Esses eventos formam o pano de fundo da era 1888-1893 e das mensagens que o irmão Jones apresentou na assembleia da Associação Geral de 1893 em Battle Creek, Michigan. Ele não somente investigou as crises políticas da época, mas também apresentou a mensagem da justiça de Cristo como nossa única esperança para enfrentá-las. Essa justiça, apesar de ter sido pregada por Jones há mais de 100 anos, continua ainda nova e viva para nós hoje. Precisamos dessa mensagem tanto quanto os membros da congregação que ouviu esses sermões pela primeira vez. Apocalipse 7 indica que os quatro ventos estão sendo retidos até que o povo de Deus seja selado. Houve um atraso no selamento. Em 1896, mais de três anos depois que A. T. Jones proferiu essas palestras, Ellen White afirmou: "Por incitar aquela oposição [à mensagem de Minneapolis], Satanás foi bem-sucedido em afastar do nosso povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus almejava lhes comunicar. O inimigo os impediu de receber a eficiência que eles poderiam ter alcançado para levar a verdade ao mundo, da mesma forma que os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecoste. A luz que deve iluminar toda a Terra com sua glória foi resistida, e, pela ação de nossos próprios irmãos, tem sido conservada distante do mundo" (Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 234; Carta 96, 1896, escrita em 6 de junho). Se a mensagem tivesse sido pregada em sua plenitude e cumprido seu propósito, Jesus já teria vindo. No ano após esses estudos, Ellen White escreveu o seguinte a seu filho e nora, Edson e Emma: "Se os que afirmam ter uma experiência viva nas coisas de Deus tivessem feito a obra a eles confiada conforme o Senhor ordenou, todo o mundo teria sido advertido, e o Senhor Jesus teria vindo a nosso mundo com poder e grande glória" (Manuscript Releases, Vol. 16, p. 38; Carta 84, 1894, escrita em 14 de novembro). Quatro anos depois, uma declaração semelhante foi feita: "Se o propósito de Deus tivesse sido realizado por Seu povo no sentido de transmitir a mensagem de misericórdia ao mundo, Cristo teria vindo à Terra e os santos já teriam recebido as boas-vindas na cidade de Deus" (Australasian Union Conference Record, 15 de outubro de 1898, par. 12). Temos à nossa disposição hoje essas mensagens repletas de instruções práticas na justiça. Vale relembrar o que Ellen White escreveu sobre a mensagem e os mensageiros dois anos após estes estudos: "O Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou uma mensagem muito preciosa a Seu povo por intermédio dos pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Ela apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo a receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos haviam perdido Jesus de vista. Eles precisavam que seus olhos fossem conduzidos a Sua divina pessoa, a Seus méritos e a Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, comunicando o inestimável dom de Sua própria justiça ao impotente agente humano. Esta é a mensagem que Deus ordenou fosse dada ao mundo. É a mensagem do terceiro anjo, que deve ser proclamada com alto clamor e acompanhada pelo derramamento de Seu Espírito em grande medida. [...]" "Nunca houve um tempo em que o Senhor gostaria de manifestar Sua grande graça aos Seus escolhidos mais plenamente do que nestes últimos dias em que Sua lei é tornada nula. 'Foi do agrado do Senhor, por amor da Sua própria justiça, engrandecer a lei, e fazê-la gloriosa'" [Isaías 42:22] (Testemunhos para Ministros, p. 91 e 96; Carta 57, 1895, escrita em 1º de maio). É a oração dos editores que, por meio destes estudos, seu coração vibre à medida que você investigar esta retrospectiva da história em 1893, se inteirar dos argumentos apresentados em prol de uma lei dominical e observar como Deus levantou um homem como A. T. Jones para debater contra essas leis. Então, que você perceba, ao estudar os sermões, lição após lição, que o cerne de toda a questão é a justiça de Cristo. Que você compreenda o valor e a preciosidade destas poderosas mensagens. Que elas sejam recebidas no coração à medida que elas colocarem diante de nossa atenção nossa única arca de segurança: a justiça de Cristo. Isso é importante, pois somos alertados de que em breve uma crise irá eclodir neste mundo. "Uma grande crise aguarda o povo de Deus. Uma crise vai envolver o mundo. A mais terrível luta de todos os séculos está justamente à nossa frente. Acontecimentos que, há mais de quarenta anos, baseados na autoridade da palavra profética, declarávamos ser iminentes desenrolam-se agora perante nossos olhos. Já os legisladores da nação [os Estados Unidos da América] estão sendo instados a fazer uma emenda na Constituição, restringindo a liberdade de consciência. A questão de impor a observância do domingo tornou-se de interesse e importância nacionais. Bem sabemos qual será o resultado desse movimento. Mas estamos prontos para essa controvérsia? Temo-nos desincumbido fielmente do dever que Deus nos confiou de dar ao povo a advertência quanto ao perigo diante deles?" (Testemunhos para Igreja, Vol. 5, p. 711, 1889). Para concluir, pedimos que o leitor considere outra declaração da mensageira do Senhor publicada na Review and Herald de 21 de maio de 1895: "A razão por que os filhos de Israel abandonaram Jeová foi porque uma geração se levantou que não havia sido instruída no que diz respeito ao grande livramento do Egito pela mão de Jesus Cristo. Seus pais não haviam repetido para eles a história da guarda divina que estivera sobre os filhos de Israel durante todas as suas viagens no deserto". Nossa história foi preservada para nós graças a datas como 1893, 1888 e 1844. Todos esses anos testemunharam eventos de grande e solene significado na história do adventismo. Como povo, precisamos conhecer quem somos e a missão que Deus nos deu. Só é possível ter esse conhecimento se recapitularmos nossa própria história, a qual contém as mensagens que Deus nos concedeu como povo. À medida que fizermos isso, uma predição feita dois anos antes de A. T. Jones proferir seus sermões -- uma predição que ele cumpriu também em parte -- se cumprirá: "Um interesse irá prevalecer; um assunto irá absorver todos os demais: Cristo justiça nossa" (Review and Herald, 23 de dezembro de 1890, par. 19). Este é o tema destes sermões. Nosso sincero desejo é que seu coração seja abençoado ao você estudá-los com oração. Nota: 1. Nota cultural dos editores em língua portuguesa: Existe em língua inglesa duas palavras que podem ser traduzidas como "sábado" em português. A primeira é Saturday, que é o nome secular para o sétimo dia da semana. A segunda é Sabbath, termo bíblico hebraico que significa "descanso", e encontrado no quarto mandamento e no decorrer de todas as Escrituras. Esta palavra é usada apenas em contexto religioso. Na cultura anglo-americana, o termo Sabbath pode se referir tanto ao sábado do sétimo dia [Saturday] quanto ao domingo [Sunday], o primeiro dia da semana, dependendo da convicção religiosa e teológica de cada um. Por causa desse uso indevido da palavra "sábado" para o domingo, e pelo fato de os nomes de origem pagã para os dias da semana em inglês (Sunday, Monday, etc.) não apresentarem uma sequência numérica dos dias da semana, como ocorre na língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, etc.), muitos norte-americanos erroneamente acreditam que o domingo, de fato, corresponde ao "sétimo dia" (ver o testemunho de Oprah Winfrey em: https://www.youtube.com/watch?v=_onuImgW8JE). O leitor deve ficar atento, pois, em alguns momentos, a palavra "sábado" -- tradução do inglês "Sabbath" -- é usada nesta obra para se referir ao domingo como dia de descanso, o que ocorreu neste parágrafo. Para evitar possíveis confusões na mente do leitor em língua portuguesa, em certos momentos traduziremos "Sabbath" como "dia de descanso" quando o contexto deixar claro que se faz referência ao domingo. Capítulo 1 Sermão 1 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 27 de janeiro de 1893, p. 5-12. Antes de iniciar nosso estudo bíblico, creio que seria interessante gastar esta hora considerando a razão por que estamos aqui e o que nos cumpre fazer para tirarmos o melhor proveito. Suponho que todos vieram na expectativa de ouvir coisas sobre as quais nunca pensamos antes; e não apenas na expectativa de ouvir coisas sobre as quais nunca pensamos antes, mas na expectativa de aprender coisas que nunca passaram por nossa mente. É muito fácil ouvir coisas que nunca imaginávamos ouvir, mas nem sempre aprendemos o que ouvimos. Mas suponho que viemos aqui esperando aprender coisas sobre as quais nunca pensamos antes. O que quero dizer simplesmente é que viemos aqui na expectativa de que o Senhor nos dará novas revelações de Si mesmo, de Sua Palavra e de Seus caminhos de modo geral. Foi por essa razão que eu vim aqui. Este texto traz a todos nós um bom conselho: "Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele" (Mc 10:15). Então, viemos aqui para aprender a respeito do reino de Deus, para receber coisas do reino de Deus, coisas novas e velhas, coisas velhas de uma maneira nova e coisas novas de uma nova maneira. Quem não receber o reino como uma criança de maneira nenhuma entrará nele, ou seja, não o pode ter. Portanto, estamos aqui para nos assentar aos pés de Cristo, olhar para Ele como nosso Mestre, na expectativa de receber o que Ele tem a nos dizer, nos achegando a ele como crianças. Assim digo porque este não é o único texto que fala sobre a atitude daquele que deseja receber o reino de Deus. Em Mateus, o assunto é apresentado de tal forma que chega a cobrir todo o tempo depois que recebemos o reino de Deus pela primeira vez. "Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos Céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos Céus" (Mt 18:1-3). Agora, se alguém disser que o primeiro texto se refere a todo aquele que está recebendo o reino de Deus pela primeira vez e admite a verdade de que ele só pode recebê-lo como uma criança, confessando que, por si mesmo, não pode saber nada sobre ele e que não está em condição de dar qualquer passo em direção ao conhecimento dele, o segundo texto, por sua vez, mostra que tal atitude vai além desse momento e engloba até mesmo nossa vida depois de termos recebido o reino de Deus. Na verdade, a fim de sermos convertidos, devemos ser como uma criança, receber o reino de Deus como uma criança, reconhecendo que, de nós mesmos, nada sabemos e que não temos sabedoria própria. Não é nossa própria sabedoria que pode tornar o assunto claro para nós e abrir o caminho que nos permite compreendê-lo exatamente como ele é. Precisamos renunciar a toda nossa sabedoria a fim de obter o reino e nos tornar como crianças por meio da conversão. "Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos Céus". Que tipo de pessoas o texto menciona? "Crianças". Crianças não têm muito orgulho de suas próprias opiniões. Os adultos não são tão dispostos a aprender. Assim, esse texto nos é dado como modelo e exemplo de como devemos nos aproximar da palavra de Deus a fim de aprendermos. Há outro verso que nos diz a mesma coisa, talvez de maneira mais incisiva: "Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber" (1 Co 8:2, KJV, tradução literal). A quantas pessoas o texto se refere? "Qualquer pessoa", todos nós que viemos aqui. Qualquer um, então, que veio aqui -- será que o texto poderia se referir a nós de forma tão pessoal assim? Cada um de nós. Qualquer um de nós, então, que chegou aqui, que pensa que sabe qualquer coisa. A quantas coisas o texto se refere? O texto fala de qualquer um que pensa saber quanto? Que pensa saber o quê? "Alguma coisa". Então, isso engloba todas as coisas? Sim, senhor. Então, o texto cobre todas as pessoas e todas as coisas que podem ser conhecidas. Assim, se qualquer um de nós pensa que sabe qualquer coisa, o que ele sabe? O quanto ele sabe? "Não sabe nada ainda como convém saber". Bem, todos concordamos que isso é verdade, não é mesmo? Tenha isso claro diante de si mesmo. Se você veio aqui pensando que você sabia alguma coisa, você deve decidir que você não sabe tal coisa como deveria saber. Podemos então nos aproximar deste estudo assim? Vamos então chegar aqui para estudar amanhã e no dia seguinte, ou em qualquer momento em que viermos aqui, tendo bem definido em nossa mente que não sabemos nada como deveríamos saber? Não importa se a pessoa for o ministro mais antigo de nossas fileiras. Ela deve vir e dizer: "Eu não sei nada ainda como convém saber. Ensina-me Tu". E vamos aprender. Qualquer um que vier a esse recinto dessa forma aprenderá algo a cada lição que ouvir. E isso inclui até mesmo o ministro mais antigo de nossas fileiras. Ele aprenderá mais do que qualquer um de nós se ele se assentar com esse espírito. Mas que período de tempo esse texto cobre? Por quanto tempo ele será aplicável a nós? Será que o texto deixará de ser aplicável a nós durante este instituto? Não, senhor. Muito bem, então. Durante este instituto, fica estabelecido isso, caso pensávamos que sabíamos alguma coisa. Há algumas coisas que pensávamos que sabíamos muito bem. Se houver qualquer coisa que pensávamos que sabíamos, vamos deixá-la de lado, pois não sabemos coisa alguma. Estamos sempre aprendendo muitas coisas com aqueles textos que mais conhecemos. Não se esqueçam disso. Estamos sempre aprendendo muitas coisas com os textos com os quais já estamos mais familiarizados. Vocês não percebem, então, que qualquer um que pega um texto, ou pondera sobre algum ponto, e o estuda por muito tempo e supõe que já extraiu todo o conhecimento que está nele, tal pessoa, com essa atitude, se fecha para o texto? Quando ele diz: "Agora consegui entendê-lo", ele fecha a porta para aprender o que realmente se encontra nesse texto. O irmão Porter, na lição da hora anterior, nos falou do propósito de Deus em tornar conhecidas a nós essas coisas. Sobre que tipo de propósito ele nos falou? Sobre um "propósito eterno". E as Escrituras constituem a expressão dos pensamentos de Deus para nós nesse propósito eterno. As Escrituras constituem a expressão dos pensamentos de Deus a respeito desse propósito; e são elas que nos desdobram esse propósito, o anunciam e o tornam conhecido. Muito bem, que tipo de propósito é este? Eterno. Qual é a profundidade, então, dos pensamentos de Deus? Qual é a abrangência desse propósito? Eterna. Qual é a profundidade, então, dos pensamentos expressos nas Escrituras? Eterna. Em quantas expressões das Escrituras e em quantos textos bíblicos o pensamento ali tem uma profundidade eterna? Em quantas passagens? Em todas. Será então que todas as Escrituras, que foram produzidas para que o Senhor expressasse o que Ele deseja nos falar, contêm o Seu propósito eterno? Sim, senhor. Então, qual é a profundidade de cada pensamento em cada passagem da Bíblia e nas palavras usadas para expressá-lo? Eterna. Se é assim, quando uma pessoa alcança um desses pensamentos e pensa consigo mesma: "Agora já conheço isso, já compreendi", a que distância ela está desse conhecimento ou compreensão? Qual a distância do trajeto que ela precisa percorrer até conseguir alcançar o pensamento que realmente está ali, o pensamento que está naquela passagem? [Vozes: Um trajeto tão longo quanto a distância entre sua mente e a de Deus]. Quando a pessoa diz: "Eu tenho a verdade. Eu captei o pensamento", ela fecha sua própria mente e impede que ela alcance a sabedoria e o conhecimento de Deus. Ela coloca a si mesma e sua mente no lugar de Deus e de Seus pensamentos. Uma pessoa que fizer isso, não pode aprender mais. Vocês não percebem que nesse momento ela se exclui para sempre da possibilidade de aprender? E quem agir assim evidentemente não aprenderá nada que vá além de si mesmo, e, naturalmente, nunca terá o conhecimento de Deus. Os pensamentos expressos nas declarações das Escrituras são de profundidade eterna. Assim, que limites podemos estabelecer para nós mesmos ao estudarmos esses pensamentos? Nenhum limite sequer. Então, não é um fato que essa realidade nos apresenta o esplêndido quadro e a grande perspectiva de que toda a mente eterna de Deus está completamente aberta diante de nós para que a investiguemos? Sendo assim, não nos esqueçamos que este é o campo de estudo no qual entraremos agora. Já faz um bom tempo que estamos nele; por isso, vamos tomar cuidado para não acharmos que sabemos alguma coisa. Precisamos estar certos de que não fomos seduzidos pela ideia de que sabemos qualquer coisa como deveríamos saber. Vamos aceitar definitivamente agora, pela Palavra de Deus, que, de fato, não sabemos como convém saber. Há conhecimento a ser alcançado em cada linha de pensamento. E até que a eternidade e as profundezas do conhecimento de Deus se esgotem, nós nunca chegaremos ao ponto em que teremos o direito de pensar que conhecemos alguma coisa e que não há nada mais além. Alguém pensa o contrário? Muito bem, estou feliz em saber que temos um assunto tão amplo assim para estudar e um período de tempo tão extenso [como a eternidade] em que poderemos estudá-lo. A primeira coisa então que precisamos fazer é nos alegrar. Esse texto permanecerá conosco, pelo menos, enquanto estivermos neste mundo. Mesmo depois, ele não deixará de existir. É claro que ele não mais existirá nesse formato [impresso]. A Bíblia, a Palavra de Deus, na forma como a temos hoje, passará. Não há dúvida de que estas Bíblias serão queimadas como qualquer outro livro de papel e couro. Mas a Palavra de Deus não será consumida pelo fogo. Esse texto nesta forma [impressa] permanecerá somente enquanto este mundo existir; mas depois ele ainda permanecerá nesta forma [no corpo]. Portanto, esse texto ainda permanecerá conosco por todo o tempo, isto é, por toda a eternidade. "Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber". Não, ninguém sabe nada. Vocês não ficam felizes com isso, irmãos? Vocês não se alegram? Mas não devemos nos delongar por muito tempo em nenhum desses textos, pois há muitos textos que gostaria de trazer à nossa atenção hoje à noite. Tendo em mente o pensamento que acabamos de considerar, aqui chegamos na expectativa de aprender muitas coisas que são novas e muitas coisas novas sobre aquilo que já aprendemos antes. Viemos aqui para aprender unicamente a verdade. Esse é o meu desejo. A única coisa que tem algum poder, a única coisa que tem algo de bom, a única coisa que tem alguma força santificadora é a verdade, a verdade como é em Jesus, naturalmente, pois a verdade não existe de outra forma. Tendo aqui chegado com esse propósito, o de conhecer somente a verdade, isso é tudo que devemos estudar; e é somente sobre isso que devemos indagar. Não cabe a vocês, nem a mim, decidir que coisa é velha ou nova, ou quem deverá falar neste instituto, ou se algo deverá ser estudado ou não por nós ou por qualquer outra pessoa, certo? O que devemos perguntar é o seguinte: Será que isto é a verdade? Se for a verdade, então aceite a Palavra de Deus como Ele a apresentar para nós, não importa quem Deus usar, não importa a maneira como ela vier e não importa se ela vier por um caminho completamente contrário daquele que esperávamos que viesse -- e existe a probabilidade de que isso aconteça, pois "os vossos caminhos [não são] os Meus caminhos, diz o Senhor". Então, quando temos um caminho pré-estabelecido em nossa mente, já podemos esperar que a verdade vai chegar por um caminho diferente. O Senhor não permitirá que qualquer pessoa Lhe dê ordens ou defina planos para Ele. O modo de Deus agir é visto neste texto: "Verdadeiramente, Tu és o Deus que Te ocultas" (Is 45:15, ARC). É certo que podemos vê-Lo; contudo, Ele Se oculta. Não podemos estabelecer o modo como Ele sempre vai fazer as coisas. O melhor a fazer é deixar que Ele decida a maneira como Ele fará as coisas; e devemos adotar essa postura o tempo todo. Assim estaremos sempre seguros. Assim nunca precisaremos ficar ansiosos, nunca precisaremos nos preocupar com a maneira como Deus vai lidar com cada situação. Ele é totalmente sábio. Tudo o que Ele faz é correto. Cabe a nós simplesmente nos manter prontos para vê-Lo agir sempre que Lhe aprouver. Nada precisamos fazer, exceto nos deleitar em vê-Lo agindo. Tenho recebido grandes bênçãos ao estudar a Bíblia e observar o Senhor agindo. E quando tudo parece o mais sombrio e misterioso possível, aí, sim, estamos diante do melhor estudo, pois é nesse momento que reconhecemos nossa total incapacidade e passamos a ver Deus agindo. Se pudéssemos ver sempre o meio exato como a verdade se descortina diante de nós, ela não nos pareceria interessante. Quando tudo parece muito obscuro, esse é o momento de nos concentrar com mais intensidade e interesse para ver o Senhor abrir caminhos retos para nossos pés. Assim, devemos aprender somente a verdade, não importa quem a fale -- certamente é o Senhor que a falará para nós --, e não importa por meio de quem ela é falada, nem como ela virá. Se nós já a conhecíamos antes, graças a Deus que alguém mais a está conhecendo agora. Se não a conhecíamos antes, graças a Deus que a podemos conhecer agora. A única coisa que precisamos perguntar é: Será que isto é a verdade? Todos vocês conhecem estes versos em 2 Tessalonicenses 2:9 e 10: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos." Por que será que esse iníquo faz tudo isso como esse grupo de pessoas? Porque eles não acolheram o amor da verdade. Aqueles que amarem a verdade e acolherem o amor da verdade, esses nunca serão iludidos pelos prodígios de mentira e por todo engano de injustiça. Não, senhor. Pois Jesus afirmou: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8:32). Então, todo aquele que acolher o amor da verdade, esta o libertará. A pessoa a quem Satanás engana com sinais e prodígios de mentira, será que ela é livre? Não. Ela é uma terrível escrava. Se fixarmos na mente que a única coisa que vamos buscar ou esperar é a verdade, então não precisamos ficar preocupados se Satanás vai nos enganar ou não. Observem a última metade desse verso [de João]. O efeito da verdade é nos libertar. Na primeira metade temos a melhor promessa da Bíblia, se pudermos medir as promessas. Mas não podemos fazer isso porque todas as promessas são igualmente importantes. Todas refletem os pensamentos de Deus, e Seus pensamentos são eternos. Mas temos aqui uma excelente promessa: "Conhecereis a verdade". Esta me parece ser uma promessa maravilhosa: "Conhecereis a verdade". Você acha que a conhece? Você se questiona se a conhece? Você se questiona se este ou aquele ponto é a verdade? Assim não dever ser. "Conhecereis a verdade". Esta é a promessa de Jesus Cristo para você e para mim, de que quando confiamos Nele e O seguimos, conheceremos a verdade. No momento em que nos submetemos a Ele e O seguimos, Ele Se encarregará de nos fazer conhecer a verdade. Essa é a nossa confiança. "Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido Nele: Se vós permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8:31, 32). Como devemos conhecer a verdade? Devemos permanecer em Sua palavra e ser verdadeiramente Seus discípulos, e então conheceremos a verdade. Sua palavra, portanto, é a palavra da verdade. "Conhecereis a verdade". Queremos nos agarrar a essa promessa. A impressão que tenho é que se essa fosse a única promessa da Bíblia, teríamos nela tudo de que precisamos. "Conhecereis a verdade". Porque Cristo fez essa promessa, ela é para vocês e para mim, se tão somente O seguirmos e nos submetermos a Ele. Diante desse fato, parece-me que deveríamos ser as pessoas mais alegres da Terra, pela promessa que foi dada: "Conhecereis a verdade". Haverá muitas ocasiões, certamente -- já houve, sem dúvida, nas primeiras lições que foram apresentadas --, em que certas pessoas aqui dirão: "Bem, será que isso é assim mesmo? Provavelmente já aconteceu aqui de alguém dizer: "Bem, não sei se isso é assim mesmo". Sem dúvida haverá muitos e incontáveis momentos, antes de se encerrarem as seis semanas durante as quais o Senhor nos permitiu estudar Sua Palavra e modo de agir, em que seremos impelidos a dizer: "Será que isso é assim?" Qual é a promessa? "Conhecereis a verdade". Contudo, o Senhor não quer que aceitemos as coisas só porque alguém as ensinou para nós. Quando alguém apresentar algo aqui, Deus não quer que afirmemos: "Bem, é assim mesmo porque fulano de tal está dizendo". Não deve ser assim. Devemos saber que se trata da verdade porque Deus está falando. E não vamos nos esquecer da promessa: "Conhecereis". Haverá momentos em que esta pergunta surgirá: "Será que isso é assim mesmo?" O que dizer sobre isso? A indagação vai surgir, mas com ela vem a promessa. Não se esqueça disso. Cada vez que surgir essa pergunta, Jesus diz a vocês: "Conhecereis a verdade". Então, quando surgir essa pergunta diante de algum ponto no estudo, qual é a resposta para vocês e para mim? O que devemos considerar então? Qual deve ser nossa posição quando isso acontecer? Haverá momentos em que um irmão estará falando e, depois de ler uma, duas ou três passagens bíblicas, apresentará uma ideia nelas que é nova para mim ou fará uma declaração que é nova para mim. Surgirá então a pergunta: "Bem, isso é assim mesmo?" Qual é a resposta para mim? "Conhecereis a verdade". O que devo fazer então com essa nova ideia e com essa indagação? Será que devo simplesmente guardar para mim essa indagação, aquela nova ideia que é nova para mim? Não deveria colocá-la diante de Cristo e perguntar-Lhe qual é a verdade? Ou não seria melhor eu procurar algum irmão e perguntar: "O que você acha sobre isso? O irmão A. está dizendo isso e aquilo. O que você acha disso? Isso é novo para mim. Tenho minhas dúvidas sobre isso". "Olha, eu também duvido disso", diz o outro irmão. Então, é claro que não pode ser verdade; está resolvido; não é verdade. Mas não cabe a ninguém depender do que eu penso sobre esse ou aquele ponto. Eu me lembro de que, certa vez, numa reunião campal, um irmão leu algumas passagens do começo ao fim, sem parar. Isso foi tudo o que ele fez. Era uma leitura bíblica. Mas as ideias que ele suscitou com aquela leitura bíblica eram novas para um grande número de ouvintes. Uma meia dúzia de pessoas, mais ou menos, veio até mim, como grupo, e perguntou: "Então, irmão Jones, o que você acha sobre isso?" Eu respondi: "Não importa o que eu penso sobre isso. O que vocês mesmos pensam sobre isso?" "Bem, não sabemos o que pensar sobre isso", responderam. Então eu disse: "Descubram". Imaginem se eu tivesse dito que eu não acreditava naquilo. Eles teriam ido embora dizendo: "Eu não acredito nisso porque o irmão Jones disse que não acreditava". Imaginem se eu tivesse dito que era verdade. Eles teriam dito: "É verdade mesmo. O irmão Jones diz que é verdade". Assim, minha intenção é não lhes dizer nada sobre o que eu penso. Isso não lhes interessa. Vocês devem conhecer por conta própria o que é a verdade. Essa é a postura que eu pretendo adotar neste instituto. Minha expectativa é que coisas novas vão surgir aqui. Nunca participei de uma reunião dedicada ao estudo da Bíblia em que o Senhor não nos tenha dado algo que era novo, belo, grandioso e glorioso. Mas a posição que quero ocupar firma-se plenamente nesta promessa: "Conhecereis a verdade". Mas conheço pessoas, e vocês sem dúvida também, que parecem se apegar à ideia de que a única maneira de conhecer a verdade é levantar todas as objeções possíveis e exigir respostas. Mas quando eu levanto todas as objeções que conheço contra determinado ponto e encontro respostas para todas elas, será que passo a ter certeza do que é a verdade? Posso ter certeza dela? Não. Isso porque há objeções que eu nunca imaginei. Vocês percebem? Seguindo esse raciocínio, será que eu posso ter certeza de que é a verdade depois que toda objeção possível é apresentada contra ela por todo e qualquer ser no Universo? Posso ter certeza da verdade depois disso? Quando todas as objeções são respondidas, será que isso me garante que aquele ponto é de fato verdade? Se a resposta for sim, que garantia eu tenho de que viverei o tempo suficiente para conseguir respostas satisfatórias para todas as objeções? Podemos chegar à verdade dessa forma? Existe alguma possibilidade de chegar à verdade por meio de objeções levantadas e respostas alcançadas? Não, senhor. Qual a vantagem de iniciar por uma estrada cujo fim você nunca alcançará? Certamente uma estrada equivocada. O melhor é nem começar a viajar nela. Outra coisa. É possível haver alguma objeção contra a verdade? Vamos pensar nisso com cuidado. Quando algo é apresentado, será que deveríamos dizer: "Eu tenho uma objeção contra isso"? É essa a postura que devemos adotar? Não. Devemos perguntar se é a verdade; e se for, não há nenhuma objeção e não pode haver nenhuma objeção contra ela. Nossa objeção é uma fraude. Vocês percebem? O que devemos perguntar é: Será que isso é a verdade? Então, uma outra maneira que as pessoas têm de chegar à verdade é ouvir os dois lados da questão. Vocês mesmos já ouviram pessoas com esse pensamento. Elas dizem: "Esse é um lado da questão, mas agora eu quero o outro lado antes de decidir". O que significa ouvir um lado da verdade? Se eu digo que existe um lado da verdade e que existe o outro lado da verdade, então, onde está a verdade? Buscar cada lado da verdade é o mesmo que buscar o erro. Alguns dizem: "Já ouvi um lado; agora quero ouvir o outro lado!" Com essa atitude, como posso dizer qual é a verdade, afinal de contas? Mas vamos imaginar que eu de fato ouvi uma verdade -- e é disso que precisamos --, e eu não fico satisfeito até ouvir o outro lado. O que é esse outro lado? Se eu assumir que um lado é a verdade, o que será o outro lado? O erro. Isso significa então que, para podermos decidir melhor o que é a verdade, precisamos ouvir uma porção de mentiras? "Bem", alguém pode dizer, "eu ouvi o seu lado da questão, e me parece que se trata da verdade, mas eu quero ouvir o outro lado!" A verdade é a Palavra de Deus. Mas o que alguns propõem é que devemos esperar ouvir o outro lado antes de saber se algo é verdade ou não. Em outras palavras, devemos comparar o ponto que achamos ser verdade com uma porção de mentiras. Assim, uma porção de mentiras se torna um teste da verdade. Não precisamos ouvir o outro lado. Tudo o que queremos é a verdade. Temos aqui um lado da verdade, e ali o outro lado da verdade. Alguém ouve ambos os lados de acordo com seus objetivos. Como é que ele vai chegar à verdade? Do seu próprio modo. Ele ouviu isso e aquilo. Onde está a verdade? Ele precisa descobri-la de alguma forma. O que faz então? Ele compara um lado com o outro, pesa um em contraste com o outro, acha o ponto de equilíbrio e toma sua decisão sobre qual é a verdade. Bem, depois de fazer isso, será que ele pode saber que tem a verdade? Está ele seguro de que sua posição é a verdade? Minha opinião, meu julgamento, minha habilidade de pesar argumentos e decidir a respeito da verdade, será que tudo isso constitui o teste infalível da verdade? Seriam, por acaso, o julgamento de uma pessoa e suas faculdades o teste da verdade? Quando precisamos testar a verdade para saber se ela é a verdade, o teste deve ser infalível. Não é isso mesmo? Precisamos de um teste que nunca vai nos desapontar. Para que possa discernir a verdade e confirmá-la, o teste deve ser de uma precisão tal que nunca vai errar sob quaisquer circunstâncias, mesmo diante de dez mil argumentos e erros. O teste com o qual devemos verificar a verdade deve ser capaz de chegar até ela com sucesso ininterrupto, superando todo argumento contrário que os homens possam levantar. Não concordam comigo? Sabemos que a mente do homem não constitui o teste da verdade. É apenas sua própria ideia e a verdade sobre a qual ele se firma. "Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor" (Is 55:8). Agora, irmãos, no tempo em que vivemos, há duas razões por que esse método não pode funcionar, mesmo que fosse correto. A primeira é que a verdade de Deus está se desenvolvendo tão rapidamente que não temos tempo para garimpar todas as objeções e ouvir todas as objeções de ambos os lados. Nesse caso, ficaríamos eternamente atrasados ao ficarmos ouvindo muitos argumentos e objeções. Mas não queremos nos achar nessa situação quando a porta da graça se fechar. O tempo é muito curto para isso, e ficaríamos de fora quando esse momento chegasse. Contudo, temos a promessa: "Conhecereis a verdade". Vamos ler novamente João 14:16 e 17: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade". Espírito do quê? Da verdade. Sim, graças a Deus por esta promessa: "Eu rogarei ao Pai". O que Cristo está fazendo por nós nesta noite enquanto estamos aqui neste instituto? Rogando ao Pai. Ele prometeu nos enviar o Consolador, o Espírito da verdade. Qual deve ser nossa atitude antes de chegarmos aqui para estudarmos a cada dia? Participar dessa oração para que possamos receber o Espírito da verdade, não é mesmo? Então, Jesus está rogando, ou orando -- e a propósito, enquanto Jesus está fazendo isso, será que não estamos em boa companhia quando fazemos o mesmo? Que possamos gastar muito tempo em oração durante este instituto! O que vocês acham? [Ouvintes: "Amem!"]. "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará". Ele não diz: "Eu rogarei ao Pai para que Ele possa enviar", como se o envio do Espírito fosse algo a ser decidido depois de Sua oração, mas Ele diz: "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará". Certamente Sua oração é ouvida, pois Ele intercede por nós. Ele apresenta nossas orações de acordo com a vontade de Deus. Então Jesus orou, e nós também oramos para que Ele nos dê esse Consolador, e Ele nos dá. Quando pedimos, sabemos que receberemos, pois Ele assim declara. Se pedirmos qualquer coisa de acordo com Sua vontade, o que acontece? Ele nos ouve. E esta é a confiança que temos Nele nesta noite. Esta é a confiança que temos Nele, a saber, se pedirmos qualquer coisa de acordo com Sua vontade, Ele nos ouve. Então se tivermos essa confiança no Senhor, desfrutaremos de bons momentos no decorrer deste instituto. Peça qualquer coisa segundo Sua vontade e Ele nos ouve. É da vontade Dele que tenhamos o Espírito Santo. Podemos, assim, nos aproximar Dele a cada dia e a cada hora do dia, Lhe pedir o Espírito da verdade, e estar certos de que O receberemos e de que Ele nos ouve. E se sabemos que Ele nos ouve, sabemos que Ele atende às petições que Lhe apresentamos. Vamos agora alinhavar os pensamentos. Nós pedimos qualquer coisa segundo Sua vontade, e Ele nos ouve. Cada vez que pedimos, Ele ouve. Quando Ele nos ouve, o que acontece? Sabemos que podemos obter o nosso pedido? Sabemos que o teremos? Sim, nós o temos. O que devemos fazer então? Quando pedimos de acordo com Sua vontade, sabemos que Ele nos ouve. E recebemos o que pedimos. O que devemos fazer então? Agradecer-Lhe a bênção recebida. Assim, antes de virmos ao instituto a cada manhã, peçamos ao Senhor o Espírito Santo de acordo com Sua vontade. Depois que vocês fizerem seu pedido, entreguem-se completamente ao Senhor, e Lhe agradeçam por Ele já ter respondido. Venham então com a expectativa de que Ele vai ensinar, e que Ele vai ensinar ao professor e que, por meio dele, nos ensinará. "A fim de que esteja [...] convosco". Por quanto tempo? "Para sempre". Muito bem. O Espírito da verdade é capaz de tomar a verdade e torná-la conhecida a qualquer momento em meio a milhões de frases contendo o erro. Por quanto tempo? Para sempre. Não é maravilhoso? Não é uma ótima promessa, que Ele nos dará o Espírito da verdade e que Ele estará conosco para sempre? "O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece; vós O conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós" (Jo 14:17). "Quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará" (Jo 16:13). O que Ele fará? "Ele vos guiará". Ele certamente o fará. Temos aqui uma afirmação positiva. Quando Ele vier, Ele fará isso. Bem, irmãos, será que não podemos confiar Nele então? Vamos colocar três pensamentos juntos: "Conhecereis a verdade"; "Eu rogarei ao Pai" e "Ele vos guiará". Será que não podemos confiar Nele? Será que não podemos entregar tudo a Ele imediatamente sem uma única hesitação sequer sobre o que quer que seja? "Conhecereis a verdade". O Pai dará a vocês o Espírito da verdade, e Ele vos guiará. Não devemos nós, então, entregar tudo a Ele, confiar Nele e esperar que Ele nos guie em cada estudo que fizermos aqui? "Quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir" (Jo 16:13). O que Ele fará? Ele nos anunciará as coisas que hão de vir. Muito bem. Não é o desejo de Deus que vejamos agora coisas futuras antes que elas nos surpreendam? Vocês se lembram que Deus nos disse que as pessoas que verão agora o que está para nos sobrevir, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, mas sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido e recebido? Como veremos o que está para nos sobrevir? Por meio do que está sendo realizado diante de nós. Jesus nos anunciará as coisas que hão de vir. Ele não quer que sejamos pegos de surpresa por nenhuma dessas coisas. Ele quer que conheçamos de antemão o que está para vir a fim de estarmos plenamente protegidos e não sermos pegos de surpresa e derrotados. "Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar" (Jo 16:14). Quais são as características do Espírito? Ele é a verdade e o Espírito da Verdade. Ele pega o que é Dele e nos mostra. Então, quando o Espírito pega somente o que pertence ao Senhor (e isso é tudo que Ele sempre nos mostrará), Ele não Se coloca numa posição independente e faz grandes coisas por conta própria, da mesma forma que Jesus não agiu assim, mas submeteu-Se a Deus em tudo para que o Pai pudesse atuar e operar Nele. Então o Espírito Santo, estando no lugar de Cristo, faz exatamente as mesmas coisas que Jesus realizou. Ele não anuncia coisas próprias, mas Se apropria do que Deus disse a Jesus e conta isso a vocês e a mim. Portanto, Ele nos dá a verdade de Deus como ela é em Jesus. Ele é o Deus da verdade. "Tudo quanto o Pai tem é Meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar" (Jo 16:15). Nesse contexto, temos a seguinte passagem bíblica: "Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (1 Co 2:9). Aqui temos o propósito eterno de Deus e suas profundezas. É nessa plataforma que devemos nos firmar, pedindo, participando da oração de Jesus a cada dia, a fim de termos o Espírito da verdade em nossos estudos e em toda a nossa obra, nos guiando para a verdade. Observem os seguintes trechos do livro Caminho a Cristo, p. 91, 109 e 110: "Nunca deve a Bíblia ser estudada sem oração. Antes de abrir suas páginas, devemos pedir a iluminação do Espírito Santo, e ser-nos-á dada. Quando Natanael veio a Jesus, o Salvador exclamou: 'Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo'. Natanael volveu: 'De onde me conheces Tu?' E Jesus respondeu: 'Antes que Filipe te chamasse, te vi Eu estando tu debaixo da figueira' (João 1:47-48). E Jesus ver-nos-á também nos lugares secretos de oração, se Dele buscarmos a luz para saber qual a verdade. Anjos do mundo da luz assistirão àqueles que, em humildade de coração, buscarem a guia divina." "O Espírito Santo exalta e glorifica o Salvador. É Sua missão apresentar a Cristo, a pureza de Sua justiça e a grande salvação que por Ele nos pertence. Jesus disse: 'Ele [...] há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar' (João 16:14). O Espírito da verdade é o único Mestre eficaz da verdade divina. Quanto não deve Deus ter estimado a raça humana, para que desse o Seu Filho a fim de por ela morrer, e designasse o Seu Espírito para ser o mestre e constante guia do homem!" "É desígnio de Deus que, mesmo nesta vida, as verdades de Sua Palavra se vão sempre desdobrando perante Seu povo. Só há um meio de obter esse conhecimento. Só nos é possível chegar a compreender a Palavra de Deus mediante a iluminação do Espírito pelo qual ela foi dada. 'Ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus' (1 Coríntios 2:11-10). E a promessa do Salvador a Seus seguidores foi: 'Quando vier aquele Espírito da verdade, Ele vos guiará em toda a verdade [...] porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar'" (João 16:13-14). "Deus deseja que o homem exercite suas faculdades de raciocínio; e o estudo da Bíblia robustecerá e elevará o espírito como nenhum outro. Convém, entretanto, acautelar- -nos contra o deificar a razão, a qual está sujeita à fraqueza e enfermidade humanas. Caso não queiramos que as Escrituras se fechem ao nosso entendimento, de modo que as mais claras verdades deixem de ser compreendidas, devemos ter a simplicidade e a fé de uma criancinha, estar dispostos a aprender, buscando o auxílio do Espírito Santo. A consciência do poder e da sabedoria de Deus, e de nossa incapacidade para Lhe compreender a grandeza, deve inspirar-nos humildade, e devemos abrir Sua Palavra com reverência, como se entrássemos à Sua presença, com santo temor. Ao lermos a Bíblia, a razão deve reconhecer uma autoridade superior a si própria, e o coração e a inteligência se devem curvar perante o grande EU SOU." De agora em diante, e enquanto vivermos, quando lermos Sua Palavra tal como é, nunca vamos levantar um questionamento contra ela. Existe alguma dúvida em relação a ela? Ela pode ter alguma incerteza? Não há absolutamente nenhuma incerteza nela. Ela é simplesmente o que ela diz. Graças a Deus que assim é, e vamos deixar que Deus nos diga o que ela significa e como podemos alcançar suas profundezas. Gostaria de ler novamente este trecho do livro Obreiros Evangélicos, p. 126 [edição de 1892 em inglês]: "Deus deseja que recebamos a verdade com base em seus próprios méritos -- porque ela é verdade. A Bíblia não deve ser interpretada para se adaptar às ideias de homens, não importa por quanto tempo eles tenham considerado essas ideias como verdadeiras." Isso significa que eu não devo interpretar a Bíblia para adaptá-la a este homem [o orador apontando para si mesmo]. Nem a você também. "O espírito com que chegamos para investigar as Escrituras irá determinar o caráter do assistente ao nosso lado" (idem, p. 127). Há um ponto importante aqui. Estamos vindo aqui todos os dias para investigar as Escrituras. A advertência dada é: "O espírito com que chegamos para investigar as Escrituras irá determinar o caráter do assistente ao nosso lado". "Anjos do mundo das luzes estarão com aqueles que em humildade de coração procuram a orientação divina. Mas se a Bíblia for aberta com irreverência, com sentimento de autossuficiência, se o coração estiver cheio de preconceito, Satanás estará ao seu lado, e ele colocará as claras declarações da Palavra de Deus sob uma luz pervertida" (idem, p. 127). Não queremos ter Satanás como nosso assistente. Portanto, precisamos estar seguros de que estamos unidos a Cristo naquela oração [pelo Consolador] antes de iniciar o estudo das Escrituras, e de que permaneceremos nesse espírito enquanto estudamos. "Precisamos estudar a Bíblia por nós mesmos. Não devemos confiar em ninguém para pensar por nós". Isso não significa que não devemos ser guiados por alguém, se Deus estiver guiando essa pessoa, seja ela um homem ou uma mulher. Vocês conhecem a história de um homem que certa vez teria tomado a decisão correta se tivesse consentido em ser guiado por uma jumenta. Ele havia se proposto a ser guiado pelo Senhor apenas. Ele não tinha a intenção de que alguém o guiasse, mas isso o colocou em dificuldades. Não cabe a nós escolher quem nos guiará. Basta-nos escolher que o Senhor nos guiará. Um homem certa vez estava falando contra o Espírito de Profecia e comentando o quanto era fácil os adventistas do sétimo dia serem enganados, o quanto eles estavam iludidos e que seus mestres se levantavam e lhes diziam certas coisas que eles engoliam por completo sem questionamento. Eu disse para mim mesmo que seria interessante se ele tentasse fazer isso, ou seja, fazer os adventistas aceitarem ensinamentos daquela forma. É um fato que os adventistas do sétimo dia não são guiados com facilidade. De certo modo, me alegro com isso. Meu desejo é que cada adventista do sétimo dia seja tão difícil de ser guiado que ninguém no Universo consiga guiá-lo, exceto Jesus Cristo. Sim, senhor. Mas, ó irmãos, vamos nos colocar numa posição que não torne a direção do Senhor demasiadamente difícil. Mas me alegro que eles sejam tão difíceis de ser guiados que ninguém consegue fazê-lo a não ser Cristo. Vamos ficar nessa posição o mais rápido possível, e, assim, permitir ser guiados tão facilmente como os cordeiros por Aquele que é o Cordeiro de Deus. "Não devemos nos tornar rígidos em nossas ideias e pensar que ninguém deveria interferir em nossas opiniões. Quando algum ponto de doutrina que vocês não compreendem lhes chama a atenção, dirijam-se a Deus de joelhos para que compreendam o que é verdade; assim, vocês não serão achados como os judeus, lutando contra Deus. [...] É impossível que qualquer mente alcance toda a riqueza e grandeza de uma promessa sequer de Deus. Uma pessoa capta a glória de um ponto de vista, enquanto que outra, a beleza e a graça de outro ponto de vista, e a alma fica repleta da luz celestial. Se víssemos toda a glória, o espírito desfaleceria. Mas podemos suportar revelações muito maiores das abundantes promessas de Deus do que as que desfrutamos hoje. Meu coração fica triste ao pensar o quanto perdemos de vista a plenitude da bênção designada para nós. Ficamos satisfeitos com lampejos momentâneos de iluminação espiritual, quando poderíamos andar dia após dia na luz de Sua presença. [...] Aquele cuja missão é trazer todas as coisas à lembrança do povo de Deus e guiá-los em toda a verdade pode estar conosco na investigação de Sua santa Palavra" (idem, p. 129-131). Oh! Que promessa nós temos, que conheceremos a verdade! Então, Ele nos dá o Espírito da verdade para guiar-nos em toda a verdade. E esse Espírito é um guia tão perfeito, tão infalível que silenciará qualquer outra voz que surgir quando todo vento de doutrina estiver soprando. Ele silencia todas as vozes, exceto a que procede Daquele que é a verdade e a vida. Bem, irmãos, vamos iniciar o estudo nesse espírito e permanecer nesse espírito, e Deus nos ensinará. E, como foi dito nos dias de Jó, e nas Escrituras, "quem ensina como Ele?" (Jó 36:22, ARC). Capítulo 2 Sermão 2 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 30 de janeiro de 1893, p. 39-52. Usarei um texto nesta noite que será comentado pelo menos por uma semana. Trata-se de uma declaração conhecida de todos, creio eu. É a seguinte: "As pessoas que verão agora o que em breve nos sobrevirá, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, e sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido, recebido e apresentado perante o povo." Nesta noite, para começar e lançar os fundamentos do que virá a seguir, investigaremos a situação atual em que o governo dos Estados Unidos se encontra. Para tanto, relatarei as experiências da audiência que ocorreu recentemente em Washington. Com essa introdução, farei uma exposição simples dos fatos tais como se apresentam diante de nós. Em seguida, verificaremos a importância desses fatos atuais. Quando surgiu o primeiro movimento em favor da legislação religiosa por parte do Congresso dos Estados Unidos, vocês vão se lembrar de que começamos a circular uma petição, que, na verdade, era um protesto contra qualquer coisa do tipo. Ela continha as seguintes palavras: "Ao Ilustre Senado dos Estados Unidos: 'Nós abaixo-assinados, residentes adultos dos Estados Unidos, com 21 anos de idade ou mais, vimos respeitosa mas veementemente pedir a esta ilustre casa que não aprove nenhum projeto de lei referente à observância do descanso sabático,[1] ou dia do Senhor, ou a qualquer outra instituição ou rito eclesiástico ou religioso, nem favoreça, sob forma alguma, a adoção de qualquer resolução em prol da emenda da Constituição Nacional que venha, de alguma forma, dar indícios, direta ou indiretamente, de que esteja sendo dada preferência aos princípios de qualquer religião ou a algum grupo religioso acima de outro, ou que, de alguma forma, venha sancionar a legislação sobre questões religiosas. Pedimos, assim, que a total separação entre religião e Estado, garantida pela Constituição Nacional em seu formato atual, permaneça para sempre como nossos pais a estabeleceram." Quando a questão do fechamento da Feira Mundial aos domingos veio à tona, o assunto foi igualmente trazido perante o Congresso por meio deste protesto: "Nós abaixo-assinados, cidadãos dos Estados Unidos, vimos respeitosa mas veementemente protestar contra qualquer ação do Congresso que leve o governo dos Estados Unidos a comprometer-se com qualquer tipo de união da religião com o Estado mediante a aprovação de qualquer projeto de lei ou resolução referente ao fechamento da Exposição Mundial de Colombo aos domingos, ou que leve, sob qualquer outra forma, o governo a se colocar no caminho da legislação religiosa." O projeto de lei Breckinridge recebeu semelhante protesto. O mesmo aconteceu com o projeto apresentado no Congresso, no ano passado, para impedir a entrega de gelo aos domingos. Portanto, nosso protesto nessa questão se mostra contrário a que o Congresso se envolva com esse assunto sob qualquer forma. Infelizmente, porém, ele o fez, como nós, naturalmente, sempre esperamos que o fizesse. Enquanto fazíamos circular essas petições, as pessoas não acreditavam que o assunto fosse tão importante a ponto de valer a pena o trabalho de assinar o documento, mesmo quando julgavam legítima a petição em si. As pessoas reconheciam a legitimidade da petição, mas diziam: "Creio nisso tudo, mas não vejo que o assunto seja tão importante assim a ponto de exigir minha atenção. Não estou disposto a me dar ao trabalho de assinar meu nome, muito embora concorde com tudo que vocês estão afirmando. Nada do que vocês temem jamais acontecerá". E devido ao fato de haver tantas pessoas que não acreditavam que isso poderia acontecer algum dia, o temido aconteceu. E quando perceberam que ocorreu, elas começaram a tentar desfazer a situação. Começaram a se despertar para o fato de que estavam equivocadas e de que o que havia sido previsto acontecera. Vendo seu erro, começaram a tentar reverter a situação solicitando que a Feira Mundial fosse aberta aos domingos. E as razões expostas para a abertura da feira são precisamente as mesmas apresentadas para fechá-la. Esse movimento em favor da abertura teve sua origem em Chicago. O Chicago Herald [O Arauto de Chicago] foi quem o iniciou, e a Câmara Municipal de Chicago o abraçou e elaborou uma petição dirigida ao Congresso. A Câmara municipal, composta pelos vereadores da cidade e liderada pelo prefeito, levou a petição a Washington e a apresentou no primeiro dia dos quatro dias de audiência. Lerei agora algumas das razões que fundamentaram o pedido deles para que a feira fosse aberta aos domingos: "Este é o desejo da Câmara: Que os portões da Exposição Mundial de Colombo não sejam fechados no domingo. Que toda a maquinaria cesse de funcionar e que o barulho seja suprimido nesse dia, de forma que prevaleça a tranquilidade, o que está em harmonia com o dia de descanso sabático." Percebe-se que o domingo é aí reconhecido como o descanso sabático, e convém que haja certa tranquilidade nesse dia. E o que eles queriam é que a feira ficasse aberta com as máquinas desligadas, "de forma que prevaleça a tranquilidade". Temos aqui a mesma razão por que outras pessoas queriam que o evento fosse fechado aos domingos. Eles querem a mesma coisa. A petição continua: "Que sejam providenciadas as devidas acomodações dentro do ambiente da exposição para a realização de serviços religiosos no dia de descanso sabático, a fim de que todas as denominações realizem seus cultos segundo seus costumes sem obstáculo ou impedimento." Mais uma vez temos aí a mesma razão por que as outras pessoas queriam o evento fechado, ou seja, para que tivessem serviços religiosos em suas igrejas. "Reconhecemos que nosso país é e sempre foi uma nação cristã e nos alegramos por isso." [...] E a principal razão ressaltada pelas igrejas para o fechamento da feira é que "esta é uma nação cristã". Eles acrescentam: "Somos da opinião de que permitir que essas pessoas, e todos que desejarem, visitem o interior da feira realizará um bem maior do que o que seria alcançado com a proibição do acesso. [...] Cremos que os Estados Unidos, como país cristão, deveriam abrir os portões aos domingos como sinal de reconhecimento do fato de que em nenhum ramo do interesse ou pensamento humanos houve mais progresso durante esses 400 anos do que na igreja cristã." Essa é exatamente a razão que o outro grupo apresentou para o fechamento do evento, ou seja, o fato de que os Estados Unidos, como nação cristã, deveriam fechar a feira aos domingos em reconhecimento do avanço feito nos conceitos cristãos. "Não seria uma boa coisa revestir com a santidade do culto religioso o grande templo dedicado às coisas utilitárias e à beleza?" E a razão dada para o fechamento da feira foi que isso seria bom para revestir toda a feira com a santidade da religião. Então vocês podem ver que as razões apresentadas para a abertura são exatamente as mesmas apresentadas para o fechamento. O Tribune de Chicago, ao mencionar a carta que o cardeal Gibbons escreveu sobre o assunto, a introduziu desta forma na edição de 3 de dezembro de 1892: "Há uma opinião forte e crescente em alguns círculos religiosos em favor da revogação da lei prescrevendo o fechamento da Feira Mundial aos domingos. Clérigos eminentes, um após o outro, estão se manifestando em prol desse movimento liberal. As possibilidades de uma série de demonstrações religiosas no local se mostram cada vez mais evidentes. Tendo em vista a presença de proeminentes líderes religiosos e defensores da moral para dirigir os cultos a cada domingo, além da música sacra executada por corais compostos, talvez, por milhares de vozes treinadas, o domingo na Feira Mundial será uma das maiores manifestações de reconhecimento na história moderna em favor do descanso sabático." Assim, o outro grupo afirmou que, se a feira for fechada aos domingos, permitindo assim que a solenidade do descanso sabático tenha a primazia e que esta nação dê um grande exemplo de reconhecimento sabático, tal ato representará "uma das maiores manifestações de reconhecimento na história moderna em favor do descanso sabático". Mais do que isso ainda: os que lutaram pela abertura da feira o fizeram com a intenção de satisfazer os interesses das igrejas, precisamente como fizeram aqueles que lutaram pelo seu fechamento. Assim que essas coisas apareceram na imprensa, escrevi uma carta ao irmão A. Moon em que lhe transcrevi essas declarações salientadas, e lhe disse: "Você pode prontamente ver que as razões apresentadas para a abertura da feira são exatamente as mesmas dadas para o seu fechamento. Sendo esse o caso, se nós nos unirmos a eles, estaremos reconhecendo a legitimidade da legislação e as razões para tal legislação. No entanto, cada uma dessas razões vai diretamente contra tudo aquilo por que temos lutado durante todos esses anos no Congresso. Fica suficientemente claro, portanto, que não podemos entregar nenhuma de nossas petições juntamente com as deles. Não podemos dar um único passo que mostre qualquer conexão de nossa parte com eles. Não podemos de maneira nenhuma trabalhar com eles ou nos unir a eles de alguma forma que indique que estamos apoiando o modo como estão trabalhando ou que concordamos com as razões que eles apresentam para a abertura da feira. Teremos que manter a posição de que a legislação não é e nunca foi, sob hipótese alguma, legítima. A única coisa que devemos fazer, portanto, é manter que a questão deveria ser revertida. A única posição que podemos tomar é que a parte da legislação que diz respeito ao domingo deve ser incondicionalmente anulada." O irmão Moon respondeu imediatamente que ele havia visto essas declarações e já havia tomado a posição sobre a qual falei em minha carta. Vocês vão se lembrar de que por volta da mesma época eu escrevi um artigo, publicado na revista Sentinel [Sentinela], em que apresentei os mesmos fatos e tomei a mesma posição, afirmando que não nos importávamos nem um pingo se a feira deveria ficar aberta ou fechada aos domingos; mas nos importávamos, sim, mais do que podemos expressar, quanto a se o assunto deveria ser definido, no mínimo que fosse, pelo Congresso. Assim, o irmão Moon informou ao presidente da comissão, e aos cavalheiros que estavam conduzindo esse lado da questão em Wahington, que nem nós nem nossas petições poderiam ser vistas como tendo qualquer conexão com aquele movimento. O presidente da comissão perguntou ao irmão Moon qual era nossa posição. Ele relatou à comissão qual era nossa posição e informou quantos nomes havia no abaixo-assinado. Naturalmente, todas as assinaturas recolhidas nessa primeira petição -- quase 400 mil -- são tão válidas hoje quanto naquela época, sempre que um membro do congresso decide lhes dar atenção e apresentá-las. O presidente, após se inteirar de nossa posição e das razões que a fundamentavam, disse ao irmão Moon: "Elabore por escrito a posição de vocês sobre esta legislação, e eu a apresentarei à Câmara dos Representantes [Deputados] como um projeto de lei, de forma que vocês possam ter uma justificativa legal para apresentar as suas petições e argumentos. Naquela sala, o irmão Moon ditou ao Sr. Thompson, de Chicago, o que nós desejávamos. O próprio presidente da comissão, o Sr. Durborow, subscreveu nossa solicitação e a apresentou. Segue o projeto de lei: Projeto de Lei da Câmara dos Representantes, núm. 177, apresentado na 52ª assembleia do Congresso, 2ª Sessão. Câmara dos Representantes, 20 de dezembro de 1892. Projeto encaminhado à Comissão Especial para Assuntos da Exposição de Colombo com ordem para publicação. O Sr. Durborow apresentou a seguinte resolução conjunta: Resolução Conjunta para revogar a legislação religiosa referente à Exposição Mundial de Colombo. Considerando que a Constituição dos Estados Unidos declara especificamente que "o Congresso não fará nenhuma lei com respeito a um estabelecimento de religião ou à proibição de seu livre exercício", que seja, portanto: Aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso, que se proceda à emenda do Decreto do Congresso aprovado em 5 de agosto de 1892, decreto este que destina cinco milhões de moedas de meio dólar colombiano para suprir necessidades da comemoração dos 400 anos da descoberta da América por Cristóvão Colombo, que envolverá uma exposição internacional de arte, atividades industriais e manufatureiras, produtos do solo, de mineração e do mar na cidade de Chicago, no estado de Illinois, sob a condição de que a dita exposição não seja aberta ao público no primeiro dia da semana, comumente chamado de domingo; que a emenda se estenda também à seção quatro do "decreto para auxiliar na execução do decreto do Congresso aprovado em 25 de abril de 1890, intitulado 'decreto para prover meios para a comemoração do quadringentésimo aniversário da descoberta da América por Cristóvão Colombo, envolvendo uma exposição internacional de arte, atividades industriais e manufatureiras, produtos do solo, de mineração e do mar na cidade de Chicago, no estado de Illinois'". Propomos, então, que esta emenda defina que a questão da observância do domingo fique inteiramente sob a jurisdição das autoridades regularmente constituídas da Exposição Mundial de Colombo. Assim, após ter ficado claro que aquele projeto de lei seria colocado em votação com o propósito expresso de abrir o caminho para que apresentássemos nossas petições e fôssemos ouvidos sobre a questão, prosseguimos com esse plano em mente. Foram feitos arranjos para a audiência. O irmão Moon me informou que ele está plenamente convencido de que, se a audiência tivesse acontecido antes do natal, seríamos ouvidos. Mas a audiência foi marcada só para depois das festas de final de ano, pois nesse período o Congresso entrou em recesso. Quando o Congresso se reuniu novamente, constatou-se que o presidente daquela comissão estava totalmente diferente. Fui informado de que ele tivera um jantar com Elliott F. Shepard nesse meio tempo. Não sei dizer se esse jantar teve algum efeito sobre sua digestão ou qualquer outra parte de seu corpo. De qualquer forma, esse episódio, ou outra coisa qualquer, o fez repudiar tudo que havia feito e desconsiderar o princípio que ele havia incluído na resolução que fora apresentada com o objetivo de abrir a oportunidade para que fôssemos ouvidos. O Dr. Lewis, um batista do sétimo dia, foi ao Congresso para ser ouvido. Ele me disse que se dirigiu ao Sr. Durborow, o presidente da comissão, e pediu uma audiência com ele. O Sr. Durborow lhe perguntou que causa ele representava e qual seria seu argumento. O Sr. Lewis lhe disse que se tratava da inconstitucionalidade da legislação já aprovada pelo Congresso. O Sr. Durborow lhe disse que a comissão havia decidido não ouvir nenhum argumento sequer sobre o princípio, mas apenas sobre as questões práticas da legislação. Em outras palavras, não se tinha a intenção de considerar qualquer questionamento quanto à ação do Congresso ser ou não ser constitucional. Simplesmente estava aceito que o Congresso havia legislado sobre o assunto e presumia-se que o Congresso tinha o direito de fazê-lo. E qualquer menção quanto à adequação da legislação seria completamente eliminada. A única coisa que seria considerada agora era se o fato de abrir ou fechar a feira aos domingos, conforme deliberação do Congresso, era a melhor medida a ser tomada para o país. Após ouvir isso, o Dr. Lewis nada mais teve a dizer e nem imaginou que teria ainda alguma oportunidade de ser ouvido. No terceiro dia, porém, e já nos últimos minutos do dia, o Sr. Durborow o convocou para falar e lhe deu cinco minutos. O Dr. Lewis lhe disse que ele não tinha nada a dizer, que ele não trouxera seus documentos e que não tinha nenhuma intenção de falar naquelas circunstâncias. Mas o Sr. Durborow achou por bem insistir que ele falasse e lhe disse que ele tinha cinco minutos à disposição, se quisesse. Ele decidiu então fazer uso desse tempo, mas de modo um tanto superficial. Samuel P. Putnam estava lá com o mesmo propósito e tinha consigo um abaixo-assinado com milhares de assinaturas. Ele é presidente da Federação Americana do Livre Pensamento. Ele se dirigiu ao Sr. Durborow para lhe pedir que um tempo lhe fosse concedido, e a mesma informação lhe foi dada: nenhum argumento sobre a constitucionalidade do assunto ou princípio envolvido devia ser considerado, sob hipótese alguma, mas apenas as questões práticas da legislação. Diante dessa condição, o Sr. Putman não insistiu com o pedido. Contudo, ele igualmente foi convocado a falar, tendo apenas pouquíssimos minutos, dos quais fez uso da melhor maneira que pôde. Eu não cheguei lá com antecedência suficiente para me inteirar de tudo isso. O irmão Moon estava a par de tudo, mas não tive a oportunidade de conversar com ele. Meu trem estava atrasado, mas me apressei para chegar lá a tempo de conseguir entrar na sala da reunião, no momento em que a discussão se iniciou. Assim, não tive tempo de ficar sabendo absolutamente nada sobre a situação. Depois da audiência, o Sr. Thompson de Chicago veio até mim e me perguntou se eu queria aproveitar o tempo que sobrara naquele dia: a última meia hora. Eu havia escrito ao irmão Moon que, ao chegar lá, eu aceitaria me encaixar em qualquer arranjo que eles fizessem. Julguei que aquela oportunidade era o arranjo feito. Disse ao Sr. Thompson que, se a comissão achava melhor assim, eu falaria naquele dia, mas que eu gostaria de esperar a União Americana do Descanso Sabático [American Sabbath Union] falar primeiro. Mas se eles preferissem, eu poderia aproveitar aquele tempo. Então, quando iniciei, comecei a falar da única coisa que sabia, ou seja, questionar a legislação. Mas esse era o aspecto que eles haviam decidido não discutir. Percebi imediatamente que eles ficaram inquietos. O presidente estava muito desconfortável. Mas eu não sabia o que estava acontecendo. Então, vou falar o que aconteceu a partir daquele momento. É verdade que o presidente fez uma declaração na abertura da reunião que eu entendo agora, mas não entendi então. Ele disse: "A reunião de hoje tem como propósito ouvir os que favorecem a legislação diante desta comissão. Creio ser conveniente informar a comissão de que o presente caso é, de certa forma, diferente daquele apresentado um ano atrás, e de que a proposta a ser considerada pela comissão é no sentido de modificar uma lei existente e não de criar uma lei, como foi o caso há um ano. Portanto, espera-se que a discussão diante da comissão nesta ocasião proceda muito estritamente dentro dos parâmetros da modificação apresentada na resolução perante a comissão. Há cópias dela sobre a mesa que podem ser fornecidas aos senhores. A resolução contempla a modificação do fechamento dos portões da Exposição de Colombo aos domingos, permitindo que sejam abertos com restrições conforme explicitadas nas resoluções." A expressão "não de criar uma lei" foi a declaração que não entendi na ocasião, mas entendo agora. Bem, por outro lado, foi muito favorável que eu pude falar naquela meia hora, pois eu não teria tido posteriormente a oportunidade de falar por meia hora. O tempo mais extenso em que alguém pôde falar depois de mim foi de aproximadamente 25 minutos; e a maioria dos 57 oradores tiveram, em média, cerca de dez minutos para falar. Embora o presidente tivesse barrado a discussão do argumento que eu estava defendendo com base na constituição, outros membros da comissão me fizeram perguntas até que se esgotasse a meia hora. Cada pergunta deles foi apresentada de tal forma que, ao responder, fui obrigado a ressaltar a natureza da constituição e a inconstitucionalidade do que haviam feito. Assim, o argumento que eles queriam barrar foi apresentado apesar dos esforços do presidente. E as próprias coisas que ele se recusou a ouvir de nós foram apresentadas por outros, de maneira bem mais incisiva do que poderíamos ter feito. Segue minha argumentação diante da comissão: Sr. Durborow: -- O senhor tem apenas 30 minutos, Sr. Jones. Sr. Jones: -- Senhor presidente, as razões que gostaria de apresentar relacionadas com esta legislação são tantas que extrapolam a meia hora que me foi concedida. Contudo, tentarei tocar nas razões que até o momento não foram tratadas com muita minúcia. Começarei com uma razão mencionada até certo ponto pelo prefeito Washburne, mas que pode ser discutida com um pouco mais de profundidade. A partir desse ponto, considerarei outros pontos. Meu primeiro argumento é que esse assunto, se os portões da Feira Mundial devem ou não ser abertos aos domingos, é uma questão com a qual o governo federal não tem nada que ver. Trata-se de algo completamente além de sua jurisdição em qualquer sentido possível. Apresento a seguir três considerações distintas. Sr. Robinson: -- A que igreja o senhor pertence? Sr. Jones: -- Não vejo qual é a relação disso com o assunto. Sr. Durborow: -- O cavalheiro certamente tem o direito de fazer a pergunta. Sr. Jones: -- Ele é um membro da comissão? Sr. Durborow: -- Sim, senhor. Sr. Jones: -- Muito bem. Peço-lhe minhas desculpas. Não sabia que o cavalheiro era membro da comissão. Estou perfeitamente disposto a responder à pergunta, embora não veja a importância dela para esta discussão. Sou membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas falo hoje aqui como cidadão dos Estados Unidos e fundamentado nos princípios do governo dos Estados Unidos. E posso acrescentar ainda que, levando em conta a maneira como o Congresso lidou com a questão, posso provavelmente falar sobre o assunto como adventista do sétimo dia. Visto que o Congresso já entrou no campo da religião, temos o direito de seguir o mesmo caminho, se isso se fizer necessário. O que eu estava para dizer é que três considerações distintas na Constituição dos Estados Unidos proíbem tocar nessa questão. A primeira está bem definida por George Bancroft numa carta que ele escreveu ao Dr. Philip Schaff, em 30 de agosto de 1887, que leio a seguir: "Prezado Sr. Schaff, tenho sua carta do dia 12. Pela Constituição, o Congresso não detém nenhum poder, exceto o que lhe for concedido. O Congresso, portanto, desde o início, estava tão destituído de poder para fazer uma lei relacionada com o estabelecimento de uma religião quanto está agora após a aprovação da emenda. O poder não havia sido concedido, e, portanto, ele não existia, pois o Congresso não detém poderes que não lhe são concedidos. Contudo, circulou amplamente um sentimento de que deveria haver uma Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos [Bill of Rights]. Assim, para satisfazer esse forte anseio, uma série de artigos foram elaborados na forma de uma Carta de Direitos, não porque eles fossem necessários, mas porque o povo desejava ver certos princípios especificamente expressos como parte da Constituição. A primeira emenda, no ponto que trata do estabelecimento de uma religião, foi proposta sem afloramento de emoções, aceita nos diversos estados sem confrontos, encontrando, assim, seu lugar nas palavras de abertura das emendas da maneira mais pacífica possível. [...] (George Bancroft)." Isso fica demonstrado na Décima Emenda à Constituição, que diz que "os poderes não delegados aos Estados Unidos pela Constituição, nem proibidos por ela aos estados, ficam reservados aos estados respectivamente ou ao povo". Visto que nenhum poder foi concedido ao Congresso sobre o assunto de religião, este fica reservado aos estados ou ao povo. Pedimos, então, que esse assunto permaneça onde deve ficar, ou seja, onde a Constituição o deixou. Trata-se de uma questão reservada aos estados. Cabe apenas ao estado de Illinois, se algum estado acha que tem algo a dizer sobre esse assunto, dizer se a feira deve permanecer aberta ou fechada aos domingos. Se o estado de Illinois não se pronunciar sobre o assunto, a questão deve ainda permanecer com o povo. Cabe ao povo, no exercício de seus legítimos direitos, agir como lhes aprouver nesse caso sem qualquer interferência ou ordem do Congresso. E isso não é assim apenas nesse ponto; mas se a Constituição não tivesse dito uma palavra sequer sobre o assunto da religião, o Congresso não teria prerrogativa alguma para deliberar sobre essa questão. Contudo, o povo se pronunciou. A constituição falou e negou ao governo dos Estados Unidos o direito de lidar com essa questão, reservando esse direito aos estados ou ao povo. Mas a constituição não fez apenas isso, mas foi além, e, de fato, proibiu ao governo dos Estados Unidos seu envolvimento nesse assunto. Essa ausência de poder teria sido completa e total sem a proibição, uma vez que os poderes não delegados são reservados. Mas eles foram além. Eles não apenas reservaram esse poder, mas expressamente proibiram que o Congresso o exercesse. É triplamente inconstitucional que o Congresso se envolva nessa questão. Assim foi no início do nosso governo, e é por essa razão que insistimos que esta legislação seja anulada e permaneça onde a Constituição a deixou: sob a jurisdição dos Estados ou do povo. Sr. Houk: -- A linguagem da Constituição, eu creio, se refere ao fato de que o Congresso não fará nenhuma lei concernente ao estabelecimento de religião. Sr. Jones: -- Vou explorar um pouco mais essa questão e analisar aquela emenda. A emenda não diz, conforme é com frequência citada erroneamente: "O Congresso não fará nenhuma lei com respeito ao estabelecimento de religião", mas: "O Congresso não fará nenhuma lei com respeito a um estabelecimento de religião ou à proibição de seu livre exercício". Há dois significados nessa oração. Quando a constituição foi elaborada, tudo o que ela dizia sobre essa questão era que "nenhum teste religioso jamais será exigido como qualificação para qualquer cargo ou responsabilidade pública nos Estados Unidos". Alguns dos estados tinham religiões estatais nessa época. Creio que todos, exceto a Virgínia. A Virgínia havia se libertado por meio de uma campanha que lidou especificamente com essa questão. A primeira parte da oração tinha como objetivo proibir o Congresso de fazer qualquer lei com respeito a qualquer dessas religiões que já estavam estabelecidas nesses estados; e a segunda parte da oração proíbe ao Congresso de se envolver por si mesmo no assunto de religião, de qualquer modo que seja. No estado da Virgínia, de 1776 a 26 de dezembro de 1787, com exceção do intervalo quando a guerra estava em seu ponto mais alto, houve uma campanha relacionada com a mesma questão envolvida agora nesta legislação. A Igreja Anglicana era a igreja estatal da Virgínia, e os presbiterianos, os quakers e os batistas enviaram uma petição à Assembleia Geral da Virgínia. Eles solicitavam que, como as colônias haviam se declarado livres e independentes do domínio britânico nas questões civis, o estado da Virgínia, da mesma forma, deveria se declarar livre do domínio britânico nas questões religiosas, e que eles não deveriam pagar impostos para apoiar uma religião na qual não criam, nem mesmo qualquer religião em que de fato criam. Assim, a Igreja Anglicana foi removida como igreja estatal. Então iniciou-se um movimento para estabelecer [como igreja estatal] a "religião cristã" e promulgar leis que favorecessem a "religião cristã". Com esse objetivo, foi aprovado um projeto de lei que estipulava provisões para professores dessa religião. Madison e Jefferson se opuseram a esse projeto de lei e, graças a vigorosos esforços, eles o derrotaram. Em seu lugar, conseguiram que fosse aprovado um projeto de lei "estabelecendo a liberdade religiosa na Virgínia". O que ali se fez tornou-se o modelo para todas as constituições estaduais, desde aquela época até hoje, no que diz respeito à relação entre religião e Estado. Assim, aquela campanha na Virgínia contra o estabelecimento da religião cristã, ali, incorpora o mesmo princípio envolvido nesta legislação atual; e como aquele projeto de lei foi especificamente repudiado, solicitamos que esta lei em questão também o seja, e que o Congresso e o governo retrocedam para o lugar onde antes estavam e ao qual pertencem. Madison, logo após aquela campanha, dirigiu-se à convenção que elaborou a Constituição dos Estados Unidos e levou consigo para aquela convenção os princípios que havia defendido na campanha, e colocou esses princípios na Constituição norte-americana. E a intenção de todos era, e ainda é, que o Congresso não tenha absolutamente nada que ver com o assunto de observâncias religiosas. Washington, em 1797, fez um tratado com Trípoli, que declarava explicitamente que "o governo dos Estados Unidos não é, em sentido algum, fundado sobre a religião cristã". Assim, quando o Congresso legislou sobre essa questão fazendo referência direta à religião cristã, nesse ponto ele entrou em desacordo com a clara intenção daqueles que elaboraram a Constituição e estabeleceram a suprema lei, conforme eles mesmos expressaram. E por essa razão, pedimos que a ação seja anulada, que o Congresso coloque o governo novamente onde ele estava antes que esta legislação fosse estabelecida e que deixe essa questão no lugar ao qual pertence. Sr. Durborow: -- Suas objeções são simplesmente constitucionais? Sr. Jones: -- Existem outras, mas o fundamento de todas elas reside na inconstitucionalidade do assunto. Aqueles que trouxeram suas petições até aqui e os que trabalharam em prol do movimento neste Capitólio sabiam que o que eles estavam pedindo era inconstitucional. Um cavalheiro, que lutou por seis meses neste Capitólio em favor desta legislação, tem argumentado por mais de 25 anos, quer na imprensa ou em discursos, que qualquer legislação dominical por parte do Congresso ou leis que favoreçam o sábado cristão seriam inconstitucionais. Todavia, ele labutou aqui por seis meses para fazer com que o Congresso legislasse num assunto que ele reconhece ser inconstitucional, e isso sem qualquer alteração na Constituição. Por 25 anos, ele, juntamente com a Associação à qual pertence, vem trabalhando para que haja uma emenda à Constituição que reconheça a religião cristã, e faça deste país uma "nação cristã", de forma que a legislação dominical tenha base constitucional. Agora, porém, em desarmonia com essa história e militância de 25 anos, e em desarmonia com seus próprios argumentos, essas pessoas levaram avante sua causa e fizeram com que o Congresso aprovasse esta legislação, mesmo sabendo que era inconstitucional. Outra razão por que solicitamos a revogação da legislação é que esta foi conseguida com base em exposições falsas dos fatos. Os relatos apresentados ao Congresso para garantir a aprovação desta legislação foram todos falsos. Eles passaram ao Congresso a imagem de que a massa do povo dos Estados Unidos estava a favor da causa deles, o que ficou repetidamente demonstrado ser inverídico. Isso ficou convincentemente demonstrado na cidade de Chicago não faz nem um mês. Ali houve uma convenção, em nível nacional, da União Americana do Descanso Sabático. Na primeira noite do evento, houve quatro assembleias deliberativas gerais. Eu assisti a uma dessas assembleias. Tudo foi divulgado nos jornais de Chicago, dos quais tenho cópias aqui. Lerei o relato apresentado por Chicago e vocês verão que eu não estou misturando nisso minhas próprias opiniões. O Tribune de Chicago, de 14 de dezembro de 1892, trouxe esta reportagem: "Derrotada Na Votação "A União Americana do Descanso Sabático sofreu uma derrota noite passada em uma de suas assembleias. O fato surpreendeu os líderes presentes de tal forma que o incidente se tornou um verdadeiro choque. Foi um golpe inesperado, e mais doloroso ainda por ter sido infligido por uma das mais sabatistas de todas as denominações cristãs." Sr. Jones: -- Este não foi o primeiro exemplo desse tipo de coisa, como alguns dos presentes aqui poderão se lembrar. Rev. W. F. Crafts: -- Essa é uma boa piada. "A União deu abertura a uma convenção nacional aqui ontem à tarde e fez arranjos para que houvesse, na noite passada, quatro assembleias deliberativas gerais por toda a cidade a fim de promover o movimento. Uma dessas reuniões foi realizada na Igreja Metodista Episcopal, na avenida South Park com a rua 33. Foi uma assembleia pequena. Tudo transcorria tranquilamente por certo tempo, e a 'União Americana do Descanso Sabático' conduzia tudo conforme planejado. O Dr. H. H. George, um líder no movimento, o Sr. Locke e outros defendiam o fechamento da Feira Mundial aos domingos, e veementemente denunciavam os esforços dos diretores, do prefeito e da Câmara Municipal para fazerem com que o Congresso revogasse a lei que determinava o fechamento. Esses discursos eram acalorados e recebiam a aprovação praticamente unânime de todos por meio de constantes améns e salvas de palmas. Ninguém esperava qualquer tipo de oposição, de forma que as seguintes resoluções foram elaboradas de maneira confiante e enfática: "'Considerando que fomos informados pela imprensa de Chicago de que nossa Câmara Municipal, mediante a influência do prefeito Washburne, nomeou uma comissão, formada por membros da própria Câmara, para ir a Washington com o propósito de influenciar o Congresso a reverter sua ação com referência ao fechamento da Feira Mundial aos domingos; "'Considerando que os diretores [da feira] de Chicago estabeleceram centros de operação em Washington com esse mesmo propósito, não obstante terem aceitado a verba de 2,5 milhões de dólares sob a expressa condição de que os portões não fossem abertos no domingo; e "'Considerando que existem sete mil bares funcionando aos domingos, em desacordo com a lei estadual, tomamos as seguintes resoluções: "'Em primeiro lugar, apresentamos um veemente protesto contra essa ação oficial da parte do prefeito e da Câmara Municipal, que tomaram medidas em oposição à determinação do Congresso e estão gastando o dinheiro do povo na tentativa de reverter as próprias condições sob as quais a verba do Congresso foi concedida. "'Censuramos e condenamos energicamente a ação dos diretores, que receberam o dinheiro do Congresso sob a condição de que a feira não fosse aberta aos domingos (um contrato de boa-fé); no entanto, estão agora empreendendo todos os esforços possíveis para influenciar o Congresso a desconsiderar a referida condição. "'Julgamos que o prefeito e a Câmara Municipal estariam agindo com mais decoro se fechassem os bares aos domingos, em conformidade com a lei estadual, em vez de envidarem esforços para influenciar o Congresso a abrir a exposição no domingo, em oposição à lei.' "Houve aplausos no final. Em seguida, o presidente da reunião, o reverendo H. H. Axrell, colocou as resoluções em votação. Para surpresa dele e de outros, os votos positivos e negativos pareciam equilibrados, mas o volume das vozes parecia favorecer os negativos. O presidente disse então que seria apropriado fazer uma votação levantando-se. Ele pediu que todos em favor das resoluções se colocassem em pé. O secretário contou 30." "'Levantem-se agora todos os que são contrários.' "O restante do auditório, com exceção de quatro que não pareciam ter opinião sobre o assunto, se levantou. O secretário, surpreso diante da evidente maioria, não se preocupou muito em contar cada voto e declarou que havia pelo menos 35 pessoas contra a resolução. E o que pareceu mais estranho foi o fato de que muitas eram mulheres. "Depois de alguns momentos de espanto, o presidente disse que gostaria de ter alguma explicação sobre o porquê daquela ação da maioria." Sr. Jones: -- Eu estava lá e apresentei a razão por que nos opúnhamos às resoluções. No dia seguinte, o assunto foi posto em discussão e considerado amplamente na convenção deles. Agora vou ler a reportagem do jornal Times de Chicago do dia seguinte: "Uma melancolia permeou a reunião da União Americana do Descanso Sabático ontem de manhã. O inesperado revés ocorrido na reunião realizada na Igreja Metodista de South Park na noite anterior abafou o ardor dos delegados. Umas 13 pessoas apenas estavam em seus assentos quando o presidente daquela reunião, o Dr. H. H. George, de Beaver Falls, Pensilvânia, deu início à sessão. A causa do desalento era o resultado da reunião da noite anterior. Quatro assembleias deliberativas foram realizadas na terça-feira à noite. Nas três primeiras, foram adotadas resoluções em favor do fechamento da Feira Mundial aos domingos. Na última, a resolução foi derrotada, e afirma-se agora que o auditório era composto principalmente de adventistas. Essa foi a razão da melancolia que ontem se espalhou na igreja de South Park." "A comissão nomeada para preparar um telegrama ao Congresso relatou o seguinte: "A Convenção Nacional da União Americana do Descanso Sabático, reunida nesta cidade, vem respeitosamente solicitar que nosso Congresso, e de modo especial a comissão organizadora da Feira Mundial, não tome nenhuma medida para revogar a lei que determina o fechamento aos domingos. Reuniões deliberativas foram realizadas em quatro regiões diferentes da cidade na noite passada para protestar contra esse retrocesso, por se tratar de um ato desonroso por parte do Congresso e da nação." "O Dr. Mandeville se pôs de pé imediatamente." "'Não é apropriado registrar quatro reuniões deliberativas, pois uma delas se opôs às resoluções', protestou ele. 'Deve ficar registrado três reuniões.'" "'Sim', respondeu o membro da comissão, 'mas nossa resolução cobre esse ponto. Afirma-se nela que houve reuniões para protestar. Nada se diz sobre o que elas decidiram.'" "Mas o Dr. Mandeville não estava disposto a ser enganado por nenhuma dissimulação dessa espécie, e fez com que a resolução explicitasse que três reuniões deliberativas protestaram vigorosamente contra a revogação da lei de fechamento aos domingos." Além disso, o secretário da União Americana do Descanso Sabático do estado de Illinois enviou uma correção ao Evening Post de Chicago, denunciando os que haviam votado contra as resoluções como "intrusos ousados" que haviam "se unido em massa para derrotar o propósito dessa reunião deliberativa". Isso me deu a oportunidade de reagir, e, como parte do meu argumento, passo a ler agora o que falei. Isso vai ajudar a deixar o ponto em questão um pouco mais claro diante desta comissão: "Chicago, 17 de dezembro. Fala dirigida ao editor do Evening Post: Eu não tenho interesse algum em aumentar o estado angustiante em que a União Americana do Descanso Sabático se encontra, mas em justiça às pessoas denunciadas na carta do reverendo McLean no Evening Post de quinta-feira, e com o objetivo de fazer com que a carta não extrapole os limites dos fatos, a correção do Sr. McLean precisa ser revisada. Não é de se estranhar que ele não tenha tido uma compreensão clara da situação ocorrida na reunião deliberativa da igreja de South Park realizada na terça-feira à noite. Ele não estava lá. Eu estava. Portanto, solicito que me seja dado um pequeno espaço para corrigir a censura feita por ele. Ele afirma que os adventistas do sétimo dia, 'evidentemente supondo estar recorrendo a uma tática sagaz para derrotar o objetivo do encontro, se uniram em massa', procedentes da região onde a reunião ocorreu, 'provocando o resultado conforme publicado'. Esta é uma compreensão totalmente errônea. Não houve o mínimo de táticas políticas sobre esse assunto. Nada foi planejado com antecedência no sentido de derrotar o propósito da reunião; e nossas forças não foram fruto de nenhuma mobilização em massa. Pode-se comprovar prontamente diante de todos a inexistência de tal mobilização se considerarmos o fato de que, nessa parte da cidade, há 194 adventistas, dos quais apenas cerca de 40 estavam presentes na reunião. Além disso, o número total de adventistas do sétimo dia nas outras três regiões da cidade -- a zona norte, a sul e a região de Englewood -- é de 300 membros. Desses, nenhum compareceu às reuniões deliberativas da União realizadas nesses distritos. Se tivéssemos agido conforme nos acusam, pelo menos três, e não apenas uma, dessas reuniões teriam votado contra a resolução proposta. O Sr. McLean deveria ser grato pelo fato de não sermos tão negros como ele nos pinta e por eles terem escapado tão bem de nossa pretensa mobilização." "Mas por que eles nos denunciariam? A reunião não foi..."[2] O Presidente (Sr. Durborow): -- Não quero mais nada desse tipo de coisas. Não vejo a importância dela para o ponto em questão. Por favor, atenha-se à linha de argumentação apropriada ao caso. Sr. Jones: -- Meu objetivo é mostrar que a declaração deles de que tinham a seu favor 40 milhões de pessoas -- a maior parte do país -- não é verdadeira. Quando 40 pessoas se dirigem a uma reunião pública com poder de decisão e seus votos superam os daqueles que estão a favor, isso é indicativo de que a grande maioria não está com eles. Sr. Durborow: -- Estamos tratando aqui de uma questão relacionada com a mudança de uma legislação. Creio que seria bom deixarmos aquele ponto de lado. Os congressistas sem dúvida alguma sabiam o que estavam fazendo quando aprovaram esse projeto de lei. Sr. Jones: -- Não estou lançando nenhuma crítica sobre o Congresso nesse ponto. Não estou afirmando que o Congresso sabia que essas declarações eram falsas. Mas será que é impossível que os congressistas sejam enganados e considerem seriamente representações numéricas que na verdade são falsas? Sr. Durborow: -- Não creio que seu argumento como um todo seja muito respeitoso para com o Congresso dos Estados Unidos. Vocês percebem que ele me barrou de mostrar que aquelas representações eram falsas e disse que não queria "mais nada desse tipo de coisas". Mas ele acabou tendo que ouvir. O reverendo H. W. Cross, ministro presbiteriano de Ohio, foi a Washington para proferir um discurso de cinco minutos. E no terceiro dia da audição, ele apresentou o assunto de maneira mais contundente do que fui capaz de fazê-lo. Penso ser apropriado apresentar seu discurso aqui. Essas foram suas palavras: Discurso Do Reverendo H. W. Cross Diante Da Comissão Sr. Durborow: -- Reverendo H. W. Cross de Ohio terá cinco minutos para discursar. Reverendo H. W. Cross: -- Sr. presidente e membros da comissão: o real objetivo de eu estar aqui para lhes falar tem que ver com meu compromisso com a honestidade intelectual por parte das igrejas ortodoxas. Sou ministro de uma igreja ortodoxa. Percebo que, em meu território, essas petições eclesiásticas são por demais ilusórias quanto ao número dos que as assinam ou votam em seu favor. Por exemplo, houve um caso em nosso estado em que os presbiterianos passaram uma resolução, afirmando que representamos um certo número com determinada membresia. Em seguida, a Sociedade do Esforço Cristão [Christian Endeavor Society], composta por muitos dos mesmos membros referidos por aquela igreja presbiteriana, aprovará uma resolução semelhante, afirmando que representamos 50, 70 ou 100 membros. Tal resolução será votada também na escola dominical. Assim, muitas das pessoas que são contabilizadas como tendo aprovado as resoluções terão, no final, sido contadas três, quatro ou cinco vezes. Isso praticamente se enquadra no princípio de votar antes da hora e com frequência -- algo a que a política secular tanto se opõe. Sou testemunha desse fato. Houve um abaixo-assinado alegando representar 80 membros de igreja que haviam assinado a petição ao Congresso, mas eles de forma alguma estiveram presentes. Isso ocorreu em uma escola dominical. A votação foi conduzida pelo superintendente da escola dominical, e houve crianças que votaram em favor dessas resoluções sem terem idade suficiente para saber se a expressão "Feira Mundial" significava as meninas bonitas no banco ao lado ou a Exposição de Colombo de Chicago. Considero ser meu dever informar esta comissão a respeito dos fatos relacionados a esse assunto. A real intenção dessas petições é religiosa. Mas vocês não conseguem perceber, com base na fraseologia usada nelas, o que elas realmente querem dizer. É o espírito nos bastidores dessa mobilização que revela o fato. Aquilo que se encontra nas colunas dos jornais religiosos, bem como as exortações de líderes e superintendentes de escolas dominicais -- isto é, as coisas que eles dizem aos poucos que estavam votando -- é que determinam o que essas petições realmente significam. Reputo nossos legisladores perfeitamente competentes, do ponto de vista intelectual e moral, para decidir esta questão sem a influência de imposições ditatoriais da parte de alguma seita ou grupo de seitas, e julgar se a abertura da grande exposição educacional é condizente com o descanso sabático civil. Percebo uma tendência nos periódicos da minha própria denominação, e nos de outras igrejas, de maliciosamente se regozijarem com o fato de que "nós (ou seja, esse grupo de denominações que apoiam essa ideia popular) fomos fortes o suficiente, por nossas próprias forças, para conquistar o Congresso; nós fizemos o Congresso se arremessar contra os adventistas do sétimo dia, contra os batistas do sétimo dia, contra os cidadãos católicos romanos e contra muitos outros cidadãos". Ora, isso não me parece algo muito apropriado a ser feito em nosso país. Não estou em condições de lhes falar, senhores desta comissão, da maneira como tinha me preparado, nem de me estender por mais tempo, visto que me foram concedidos apenas cinco ou seis minutos. Assim, me ative simplesmente e estes dois pontos: essas petições são extremamente ilusórias quanto ao número daqueles que as assinaram, pois houve pessoas que o fizeram muitas vezes, quer por terem participado de convenções, quer por serem membros de escolas dominicais ou afiliados da Sociedade do Esforço Cristão. Repito: as mesmas pessoas votaram repetidas vezes. Então, quando paramos para avaliar essa vasta multidão, fica claro que o número é ilusório, e se os interesses do descanso sabático civil... Sr. Durborow -- Sr. Cross, seu tempo se esgotou. Sr. Cross: -- Tudo bem, então. Não concluirei minha sentença. Submeto-me à decisão. Outro discurso que, de maneira muito poderosa, deixou claro o ponto que a comissão se recusou a ouvir de mim veio do Sr. Thomas J. Morgan, um trabalhador braçal de Chicago. Ele havia escrito seu discurso. Mas depois de ouvir os representantes de igrejas, ele ficou tão agitado, devido às falsas declarações deles, que, ao chegar sua vez de falar, deixou de lado tudo o que havia escrito, não se preocupou em controlar o tempo, e tudo o mais, até que o presidente lhe disse que seus 25 minutos haviam se esgotado. Apresentarei o discurso dele aqui também. Faço a leitura: Discurso De Thomas J. Morgan Depois de dizer quem ele representava e que havia recebido informações "de 375 organizações trabalhistas, procedentes de todas as cidades grandes ou pequenas dos Estados Unidos com atividade industrial suficiente para promover e incentivar a organização de sociedades de trabalhadores", e que até aquele momento incluiam "33 estados da União", ele declarou: Pois bem, Sr. presidente, tendo declarado a autoridade que me foi delegada, gostaria de dizer que me coloco diante desta comissão em estado de grande constrangimento. Eu me conscientizei de que seria capaz de chegar a esta comissão só duas horas antes de pegar o trem. Cheguei aqui às 11 horas da noite passada. Como o lugar é novo para mim, e estando desambientado, perdi o sono. Além disso, não passo de um carpinteiro. Como vocês podem ver [mostrando as mãos], sou um trabalhador. Minhas mãos calejadas são o resultado inevitável do trabalho manual. Aqui estou sem qualquer preparo educacional para enfrentar os argumentos apresentados nesta reunião ou para defender meus argumentos com a força e a fluência dos cavalheiros da oposição. Minha condição de vida me obrigou a trabalhar sem parar desde os nove anos de idade, sem direito a um único período de férias. Todas as oportunidades de instrução me foram negadas, exceto aquelas que fui forçado a tirar de minhas horas de sono. Sinto-me constrangido também pelo fato de estar, pela primeira vez na vida, no meio de muitos amigos dos trabalhadores, de cuja existência nunca tive consciência antes. E estou absolutamente pasmo e perturbado diante das declarações que eles fazem. Eles não apenas afirmam falar em nome da força trabalhista, tal como ela existe nos Estados Unidos, mas -- e isso me surpreende -- eles falam com voz de autoridade dos meus colegas de trabalho na Grã-Bretanha, de onde eu vim. E não somente isso, mas eles mencionam o nome de um homem a quem respeito, possivelmente, mais do que qualquer outro, e, com veemência, recorrem à autoridade dele diante desta comissão. Estou falando de Karl Marx. Eles falam também em nome dos democratas sociais da Alemanha. Sendo eu um democrata social, inglês, e intimamente associado ao movimento de reforma daquele país, e atuando ativamente nos Estados Unidos por 23 anos como reformador trabalhista, bem, vocês podem imaginar meu constrangimento e admiração quando me vejo na presença desses defensores e amigos de Karl Marx, dos democratas sociais da Inglaterra e dos simpatizantes da reforma trabalhista nos Estados Unidos. [Voltando-se para os clérigos] Eu lamento imensamente não poder apertar a mão de vocês em gesto de amizade fraternal. Sinto ter que dizer: Oh! Salve-nos de nossos amigos. Sinto-me constrangido por ser obrigado a dizer que estou aqui com a autoridade de rejeitar completamente os senhores e acusá-los de falsas representações. Quando ouvia as declarações que faziam, pensei que seria capaz de abordar o assunto com mansidão, gentiliza, etc. Eu ficava pensando: Espero ter condições de lidar com essa questão com o mesmo espírito. Mas creio que já extrapolei os limites. Meu coração está tão ligado a esse assunto que qualquer compostura habitual se destrói completamente quando percebo que estamos sendo atacados, que os nossos interesses são apresentados de modo tão errado, que nossos desejos e necessidades são tão distorcidos por essas pessoas que afirmam falar com autoridade. [Dirigindo-se aos clérigos]. Vocês mencionam nomes de homens da Inglaterra que são absolutamente desconhecidos. O que Joseph Arch tem que ver com a questão? O que Tom Mann tem que ver com a questão? O que Ben Tillott tem que ver com a questão? Vocês podem falar em nome deles? Não. Vocês trazem alguns nomes desconhecidos aqui para dar força às suas falsidades. Vocês nunca foram simpáticos à causa trabalhista, e neste momento vocês não tem nenhum direito de falar como se fossem. Quando vocês começaram a mencionar suas referências, minha mente imediatamente voltou para a Inglaterra e pensei em Joseph Arch, um leigo da igreja, cujo zelo pela religião cristã era tão grande que não podia ser contido. Como leigo, debaixo das cercas vivas no campo, ele ensinava as verdades morais que Cristo havia proclamado. Seus esforços contribuíram tanto para erguer sua classe social que toda a força eclesiástica da Grã-Bretanha se pôs contra ele, da mesma forma que toda a força religiosa dos Estados Unidos, com exceção da Igreja Católica, se mobilizou contra nós. [Vozes dos ministros expressando desaprovação]. É possível que a afirmação que fiz de que toda a força religiosa se mobilizou contra nós não seja estritamente verdadeira. Espero me redimir de qualquer declaração que não seja completamente baseada em fatos. Eu possivelmente estaria certo se dissesse que as igrejas evangélicas dos Estados Unidos, conforme representadas aqui, estão absolutamente contra nós e nossos interesses. Eu provavelmente deveria mencionar a Igreja Católica como uma exceção. É possível que eu tenha que admitir isso. Como lhes disse, me sinto perturbado, e peço que levem isso em conta e não deixem de dar alguma atenção ao meu discurso. Meu desejo é reverter a obra que vocês estão realizando aqui, e o farei da melhor maneira possível. Joseph Arch, que ainda vive, como mencionei, e de quem vocês não receberam nenhuma informação, saiu da obscuridade de um trabalhador braçal e chegou até o Parlamento britânico, sendo colocado ali pelo povo. Sua promessa foi de que tornaria possível que eles vivessem com decência e dignidade. Depois de ter cumprido sua promessa, os clérigos da Grã-Bretanha o chamaram para uma grande reunião no Exerter Hall, onde estavam presentes 200 clérigos. Eles pediram que ele explicasse os propósitos de sua organização, e foi o que ele fez. Era erguer as pessoas do estado de absoluta ignorância para os confortos e necessidades próprios da dignidade humana. Era colocar um fim às tavernas, esvaziar as prisões e fornecer aos homens das regiões agrícolas uma oportunidade de viver como seres humanos respeitáveis. Ele já havia realizado muito nessa direção; e disse aos ministros: "Fizemos essa obra não somente sem a ajuda dos senhores, mas a fizemos mesmo diante do extremo antagonismo que vocês demonstraram". Ele acrescentou: "Depois de concluirmos a obra, vocês ainda nos convocam para darmos explicações! Esses são os resultados de nosso trabalho, que foi feito sem a ajuda dos senhores. Vamos continuar. Tudo o que lhes pedimos é que, se vocês acharem que não há como nos ajudar, não estorvem a nossa obra e deixem-nos em paz para realizá-la". Essa é minha resposta às mentiras que vocês apresentaram sobre a Grã-Bretanha. Vocês falam aqui sobre os democratas sociais da Alemanha. Que direito vocês têm de mencioná-los? Vocês não têm autoridade alguma. Vocês se dão ao trabalho de estudar alguma coisa sobre o assunto -- e esse pouco com base na obra de Karl Marx --, e se limitam a falar dos democratas sociais e do resultado da convenção deles, e apresentam os fatos aqui com autoridade. Eu sou um democrata social. Eu pertenço a essa organização e tenho feito tudo ao meu alcance, e de maneira modesta, para ganhar adeptos dentre os trabalhadores dos Estados Unidos para as ideias que sustentamos. E quero lhes dizer, ministros, que os princípios mantidos pelos democratas sociais da Alemanha representam os princípios apresentados por Jesus Cristo, os quais vocês não compreendem. [Vozes: Que ousadia! Vejam só!] Sr. presidente, não falo apenas com essa autoridade com que me expressei, mas quero chamar a atenção para a posição, limitada que seja, que ocupamos em relação à questão da Feira Mundial, em comparação com este corpo de clérigos organizados como uma máquina, [voltando-se aos ministros]. Quero convocar cada um dos senhores a fazer a porção da obra que lhes cabe. Sr. Durborow: -- Sr. Morgan, a comissão se encontra nesta extremidade da mesa. Sr. Morgan: -- A afirmação geral que fiz sobre minha inaptidão para esse tipo de trabalho me desculpará, assim espero. Se os amigos da igreja tivessem sido mais amáveis comigo quando eu era criança, se tivessem me ensinado a ler e escrever, possivelmente teria adquirido todo o refinamento para seguir os protocolos e etiquetas convencionais da sociedade. Graças a eles, creio que em alguns aspectos vou quebrar as regras, pelo que peço que me desculpem. Estava para dizer, Sr. presidente, que, além da autoridade que tenho sobre a questão, aqui já demonstrada, eu gostaria de dizer que nós, de modo especial e específico os trabalhadores de Chicago, exigimos o direito de ser ouvidos com mais consideração do que nossos oponentes. Assim que saiu a notícia de que fora proposto realizar uma exposição, a exposição mundial, nos Estados Unidos, as organizações trabalhistas em toda a parte reagiram com alegria à proposta. E assim que ficou definido que algum lugar nos Estados Unidos deveria ser escolhido para acolher a Feira Mundial, os trabalhadores de Chicago reivindicaram que Chicago seria o local ideal para a realização da exposição mundial. Eles fundamentaram o pedido deles para que Chicago fosse o lugar com petições de organizações trabalhistas de várias partes dos Estados Unidos. A mobilização foi tão extensa que o congressista Hawley foi capaz de se levantar no Congresso dos Estados Unidos e declarar: "Tenho em minhas mãos abaixo-assinados de organizações trabalhistas de todos os estados da União, com exceção de Nova York, solicitando que a feira seja localizada em Chicago". A decisão foi tomada de que a feira seria em Chicago. Mas mesmo antes de ela ser localizada ali, o Congresso exigiu que Chicago deveria mostrar que tinha condições de conduzir a feira, comprando dez milhões de dólares em ações da feira. Os trabalhadores colocaram a mão nos bolsos e, com moedas de dez e cinquenta centavos, e mesmo com dólares, compraram meio milhão de dólares de ações da feira. O que a igreja fez? Foi a igreja que solicitou que houvesse uma exposição dos produtos mundiais, frutos da engenhosidade humana? Se o fez, foi em silêncio. Os trabalhadores reagiram desse modo impressionante, e, desde então, vêm construindo a feira e a consagrando com o próprio sangue. Centenas e centenas de trabalhadores já morreram ou foram mutilados na construção dessa imponente obra. E creio que, por essas razões, o que temos a dizer deveria receber um peso adicional. E não apenas isso, mas, sem deixar de dar todo o crédito devido aos mentores que projetaram e planejaram essa maravilhosa exposição -- são de fato merecedores desse reconhecimento --, os produtos exibidos ali foram manufaturados por mãos como estas [levantando as próprias mãos calejadas pelo trabalho]. E depois de construirmos a feira, sacrificarmos nossas vidas nessa empreitada; depois de contribuirmos com nossa engenhosidade e trabalho para colocar ali os objetos de exposição, estes homens, cujas mãos não participaram de nada ali, quer seja projetando, construindo ou fazendo qualquer outra coisa ligada à feira, vêm e fecham os portões, trancando o cadeado para nós trabalhadores! Aí eles vêm aqui com o desprezível pretexto de que são homens instruídos, de que têm o direito de falar em prol da causa trabalhista! É completamente impressionante que eles tenham a pretensão de apresentar seus argumentos. Não consigo entender como eles puderam arriscar a sua reputação de serem homens corretos, honestos e verdadeiros -- e vale dizer que esse é todo o patrimônio que o clero possui, e se isso se perde, eles já eram --; como puderam arriscar sua veracidade e honestidade ao fazerem essas declarações? Um deles disse aqui hoje de manhã: "Tenho em minhas mãos uma petição de um sindicado trabalhista da cidade de Nova York". Que sindicato trabalhista é esse? Reverendo W. F. Crafts: -- Dos engenheiros dos Estados Unidos. Sr. Morgan: -- Quais? Sr. Crafts: -- A Irmandade dos Engenheiros Locomotivos. Sr. Morgan: -- Não! Prestem atenção. A alegação ou declaração feita de que eles não duplicam as coisas é degradante e mal-intencionada. Eles de fato duplicam as coisas. Então eles trazem aqui uma única petição de um dos sindicatos locais do estado de Nova York e querem nos fazer crer que ela se refere a outra organização. Sr. Crafts: -- Isso não! Sr. Morgan: -- Bem, minha capacidade intelectual não chega ao seu nível para conseguir captar o modo como o senhor maneja essas coisas. Foi feita aqui outra declaração de que o fato de os engenheiros dos Estados Unidos darem sua posição já liquida o assunto, de que eles são os trabalhadores mais inteligentes dos Estados Unidos. Eu definitivamente rejeito essa declaração. [O Sr. Morgan passou então a falar algumas palavras sobre assuntos de cunho um tanto pessoal entre a organização que ele representava e a organização dos engenheiros. Visto que este documento será amplamente publicado e divulgado, achamos melhor não incluir essa parte de seu discurso para evitar qualquer impressão de que temos algum envolvimento com o assunto. -- Nota dos editores da publicação original.] É apresentado também o argumento de que a abertura da feira exigirá trabalho extra da parte dos engenheiros. Deixem-me chamar a atenção de vocês para este fato: se a Feira Mundial for fechada aos domingos, as pessoas serão definitivamente impedidas de desfrutar de suas atrações nesse dia. Esse dia será dedicado a viagens. As pessoas sairão de viagem no domingo, chegarão a Chicago no domingo à noite ou segunda, passarão a semana na feira, pegarão o último trem no sábado à noite ou o primeiro no domingo de manhã. Sr. Durborow: -- Sr. Morgan, o senhor está falando faz 25 minutos e já esgotou o tempo que lhe foi concedido. Entendo que o senhor deseja que o Sr. Askew fale em seguida. Se o senhor não lhe der a palavra, naturalmente o tempo dele será diminuído. Sr. Morgan: -- Nossa, peço minhas desculpas, Sr. presidente. Não me dei conta de que já havia falado por tanto tempo. Mas realmente gostaria de ter um pouco mais de tempo. Tenho um documento aqui que gostaria muito de apresentar. Sr. Durborow: -- Se você tiver a permissão dos outros oradores, para mim está tudo bem. Dr. W. H. Thomas: -- Vou lhe conceder meu tempo. Sr. Durborow: -- Apresente simplesmente uma síntese do documento, se puder, e seja o mais breve possível. Sr. Morgan: -- Eu o lerei o mais rápido possível, e vocês podem lê-lo quando quiserem. (Lendo). No que diz respeito ao lado religioso da questão, gostaria de dizer que a classe trabalhadora atribui a ação do Congresso quanto ao fechamento da Feira Mundial aos domingos à mobilização e influência da igreja evangélica protestante, e que, para a consecução desse propósito, os representantes dessas igrejas partem do pressuposto de que são os guardiões dos interesses econômicos e morais da classe operária; e no nome e para o benefício deles, insistem que o Congresso feche os portões da Feira Mundial aos domingos. Estamos aqui devidamente autorizados pelo único movimento formal e organizado criado pela classe operária, em relação ao fechamento da feira aos domingos, a negar totalmente o direito dessas igrejas ou seus representantes de falar ou agir em nosso favor sobre essa questão. Estamos autorizados também a provar-lhes por meio de evidências documentárias, que temos em mãos, que todas as declarações feitas ao Congresso por essas igrejas foram intencionalmente fraudulentas e sem qualquer comprovação factual. Nesse contexto, desejamos chamar a atenção dos congressistas que possam ter sido influenciados pela ação dessas igrejas, e que estejam sinceramente interessados no lado religioso desta questão, para o fato de que a indiferença ou o antagonismo ativo das classes trabalhadoras em relação à igreja é atualmente, e já tem sido por muitos anos, assunto da mais séria consideração por parte dos clérigos. Respeitosamente declaramos que uma das principais causas dessa hostilidade latente e ativa em relação à igreja se deve ao fato de que seus representantes se encontram tão distanciados, do ponto de vista econômico e social, da classe operária que não conseguem compreender suas necessidades, desejos e aspirações. Assim, o resultado é que, quando eles falam em nosso favor, eles descrevem um quadro equivocado a nosso respeito, como fizeram no caso aqui em questão. Tal realidade tem sido tão frequente e generalizada que o respeito e reverência pela igreja mantidos pela classe operária no passado vêm sendo destruídos numa escala tão ampla que a própria igreja se encontra alarmada. Com algumas exceções, e em raras ocasiões, qualquer sugestão de permitir que um ministro faça a abertura de nossas convenções ou reuniões deliberativas, ou participe delas, seria acolhida com desprezo e zombaria. Dezenas de milhares de trabalhadores assalariados que, como eu, passaram a vida, desde a infância até a idade adulta, no redil da igreja, mas foram forçados a abandoná-lo, ainda mantêm um fervoroso amor pelos princípios morais ensinados pelo carpinteiro de Nazaré. Esses reconhecem não apenas a impiedade contida nas ações dos ministros ao excluírem os trabalhadores da feira, mas também entendem o efeito que essa medida trará no sentido de alienar ainda mais da igreja as classes operárias e de intensificar sua hostilidade para com ela. Falando dessa forma com esse conhecimento íntimo e pessoal, nós, respeitosa mas energicamente, solicitamos que os congressistas que foram influenciados por considerações religiosas desfaçam esse ato imprudente e injurioso da igreja. O reverendo Martyn, ao defender o fechamento da feira aos domingos, declarou que nem a literatura nem a arte tinham qualquer efeito sobre a condição moral das pessoas. Nossa resposta é que essa afirmação não passa de uma calúnia contra a literatura e a arte, um insulto monstruoso a todos os eruditos e artistas e uma negação completa das vantagens de uma educação secular. Insistimos que todo avanço do conhecimento geral significa necessariamente um avanço na moralidade pública e que o conhecimento de cada indivíduo -- e, portanto, sua condição moral -- é afetado grandemente pelo ambiente em que vive. Se você colocar um operário dentro dos portões da Feira Mundial e permitir que ele entre em contato com as maravilhas da natureza, ali exibidas, e com as maravilhas da produção humana proveniente de todo o mundo, ele certamente ficará boquiaberto, elevar-se-á acima de seu eu inferior e todos os seus instintos mais baixos e egoístas estarão, nesse momento, submersos. E bem no fundo de sua mente e coração ficarão impressos, como nunca antes, uma compreensão dos variados recursos da natureza e a engenhosidade e poder ilimitados da mente humana. Tudo isso será para ele, para sempre, uma proveitosa fonte de reflexão, assunto de conversas, trazendo instrução tanto para ele quanto para seus colegas. Isso inevitavelmente fará dele uma pessoa melhor, um operário mais habilitado -- e, portanto, mais valioso -- e um cidadão mais útil. Não se chega a essas conclusões com base em raciocínio abstrato, mas por meio de experiência pessoal prática. Se eu fosse um ministro ou membro ativo da igreja, tendo no coração o bem-estar moral das pessoas, eu consideraria um dever imperativo não somente abrir amplamente os portões da feira aos domingos, mas também promover a organização de meios especiais para colocar as massas dentro de suas influências morais e intelectuais nesse dia em particular. Ao considerar o aspecto moral do assunto, eu afirmei que a influência de uma visita à Feira Mundial faria com que a classe operária se tornasse mais habilitada e, portanto, mais valiosa. Para o grande exército de inventores desconhecidos, um dia na Feira Mundial seria uma inspiração de valor inestimável, não só a eles mesmos, mas para a nação e a raça humana. Falo novamente com conhecimento de causa, pois já me beneficiei pessoalmente com visitas a exposições semelhantes à da Feira Mundial, mas com proporções e objetivos comparativamente insignificantes. Os que estão encarregados de assegurar os interesses industriais e comerciais da Grã-Bretanha e da França compreendem perfeitamente essa perspectiva da situação. Em Birmingham, Inglaterra, de onde vim, uma das maiores cidades manufatureiras do mundo, exposições dessa natureza se tornaram, em pequena escala, instituições permanentes. Delegações especiais de operários eram regularmente enviados às exposições mundiais de Londres e Paris, e, a partir de uma conversa pessoal com um dos operários franceses escolhidos para visitar a exposição centenária em Viena, fiquei sabendo que o povo francês estava igualmente alerta para a importância desse assunto. Fui informado também por um dos meus associados, ativamente interessado em ajudar nesse movimento em prol da abertura dos portões da Feira Mundial aos domingos, que na Alemanha, nas cidades industriais ao longo do rio Reno, as sociedades de classes operárias enviavam com regularidade delegações tanto a Londres quanto a Paris a fim de trazerem informações sobre os objetos expostos relacionados com o comércio de cada sociedade. Fui informado também que essas visitas, por razões econômicas, eram organizadas de tal forma que os delegados chegavam a Viena ou Paris no sábado à noite ou domingo de manhã, visitavam a exposição durante o domingo e voltavam às suas cidades domingo à noite ou segunda-feira de manhã. Comparativamente falando, poucos dos operários dos Estados Unidos têm tido a vantagem de receber esses estímulos ao pensamento e à inventividade. Da mesma forma, a classe comercial e manufatureira deste país ainda não compreendeu plenamente a importância que ela exerce. Por essa razão, insisto nesta questão, na esperança de que minhas palavras possam contribuir para com a abertura dos portões da Feira Mundial aos domingos para as centenas de milhares de operários de Chicago e cidades vizinhas; e que esse privilégio possa encorajar muitos trabalhadores assalariados a visitar a Feira Mundial, ou seja, tantos quantos conseguirem economizar, com sacrifício e renúncia própria, o suficiente para pagar as despesas de tal visita que, para eles, se limita necessariamente a alguns dias. Agora voltarei para o meu próprio discurso, retomando de onde fui interrompido pelo presidente da comissão. Sr. Jones: -- Muito bem. Vou considerar, então, que o Congresso sabia o que estava fazendo. Temos o registro disso aqui no Congresso; e, de fato, foi aqui que esta parte da legislação teve seu início. Digo isso porque a legislação na Câmara dos Representantes lidou apenas com o fechamento das exposições do governo e saiu dali dessa forma, nada dizendo sobre o fechamento da feira aos domingos. Quando ela chegou ao Senado, foi ali que esta parte da legislação se originou. Lerei o que se encontra no Congressional Record [Atas do Congresso] de 10, 12 e 13 de julho. Sr. Durborow: -- Bem, não há nenhum propósito em ler isso aqui. Estamos mais familiarizados com isso do que você. Nosso propósito aqui é lidar com modificações da lei existente. Sr. Jones: -- Certamente. Sr. Durborow: -- Por favor, peço que você argumente sobre pontos relacionados com a modificação da lei e com os benefícios que resultariam das mudanças e alterações feitas em consonância com as resoluções diante desta comissão. E essa é a razão por que esta audiência foi convocada. Sr. Jones: -- Bem, é isso o que estou fazendo. Apresentei as disposições da Constituição que proíbem esta legislação; e se a Constituição a proíbe, não deveria a legislação ser revogada? Sr. Durborow: -- Este não é o lugar para se argumentar sobre essa questão. Sr. Little: -- Creio que você está compreendendo mal a legislação que foi adotada. Concordo com você no que diz respeito à Constituição. Contudo, esta legislação contempla uma verba e especifica que tal verba será concedida sob a condição de que a feira permaneça fechada aos domingos. Por exemplo, você não tem o direito de dizer a um homem que estiver andando pela rua: "Você não pode entrar naquele bar". Mas se você lhe der cinco dólares, você tem o direito de associar a essa doação a condição de que ele não poderá gastar o dinheiro no bar.[3] Sr. Jones: -- Entendo seu ponto de vista. Argumentou-se -- e isso quando a legislação foi posta diante do Senado -- que, visto que o Congresso estava concedendo a verba, ele tinha o direito de colocar qualquer restrição que julgasse adequada relacionada com o uso do dinheiro. Sr. Little: -- Mas eles não foram forçados a aceitar a verba. Sr. Jones: -- Certamente. Contudo, eu rejeito essa afirmação. O Congresso tinha o direito de impor qualquer restrição civil que desejasse quanto ao uso do dinheiro, mas não tinha absolutamente qualquer direito, sob a Constituição, de impor qualquer restrição religiosa quanto ao uso do dinheiro. Sr. Little: -- Trata-se de uma restrição religiosa? Sr. Jones: -- Sim, senhor. É uma restrição religiosa em todos os sentidos. Sr. Houk: -- Você crê que o Congresso teria o direito de afirmar que a feira deveria ficar fechada um dia dentre os sete? Sr. Jones: -- Não. Isso não seria apropriado, pois toda a questão repousa num fundamento religioso; e este é o único fundamento sobre o qual repousa a observância do domingo, ou seu reconhecimento. E a reivindicação de que a legislação foi adotada visando aos interesses da classe operária entra em contradição com as atas do Senado. O senador Hawley disse claramente: "Todos sabem qual é o fundamento. A proposta se fundamenta em crença religiosa". O senador Peffer disse: "Hoje estamos envolvidos numa discussão teológica quanto à observância do primeiro dia da semana". Assim, pode-se ver que eles consideraram o assunto como religioso, e somente religioso. Bem, eu repito, eles não tinham direito algum, sob a Constituição, de impor qualquer tipo de restrição. Quando o Congresso fez essa restrição e solicitou que os administradores assinassem um acordo determinando o fechamento da Feira Mundial no domingo, ou no "sábado cristão", como o Congresso nomeou o dia de domingo, antes que pudessem receber a verba, ele tinha o mesmo direito de solicitar que os administradores da Feira Mundial assinassem um acordo exigindo que eles passassem pelo batismo cristão antes de receberem qualquer parcela da verba. Voz: -- Isso é algo que o Dr. Briggs poderia tentar. Sr. Jones: -- Repito. Quando o Congresso decidiu conceder a verba sob a condição de que os administradores assinassem um acordo determinando o fechamento da feira no "Dia do Senhor", como o Congresso chamou o dia, antes de receberem qualquer parcela da verba, o Congresso tinha o mesmo direito de exigir que a comissão da Feira Mundial observasse a ceia do Senhor antes de receber algum dinheiro. Assim, se o Congresso pode definir qual é o sábado cristão, ele pode exigir tudo o mais referente à religião cristã. Voz: -- É isso mesmo. Voz: -- Esta não é uma nação cristã? Sr. Jones: -- Não, claro que não. Sr. Jones: -- Quando eles vão além da Constituição em alguma questão em favor da religião, eles podem fazer o mesmo em relação a todo e qualquer outro ponto de caráter religioso. O que o Congresso fez nessa direção, ao favorecer o domingo, simplesmente abre o caminho para que os que alcançaram essa vitória levem o Congresso a aprovar qualquer outra coisa que eles exigirem. E eles vão fazer exigências. O Christian Statesman [O Estadista Cristão], cujo editor se encontra no recinto, declarou que "a grande maioria cristã, diante do resultado da grande petição por ela empreendida e da inúmera quantidade de cartas referentes à Feira Mundial, já se deu conta de que pode conseguir, em nível de governo nacional e estadual, qualquer legislação contra a imoralidade que ela vier a pedir com união e determinação." E um pregador em Pittsburgh, assim que este projeto de lei foi aprovado no Congresso, declarou em um sermão: "Na recente questão relacionada com a Feira Mundial, ficou demonstrado de modo extremamente eficaz que a igreja tem influência sobre grandes órgãos políticos ou administrativos, pois o Senado dos Estados Unidos, a mais elevada instituição do país, deu ouvidos à voz da religião e aprovou o projeto de lei que prevê a concessão de uma verba de 5 milhões sob a condição estabelecida pela igreja de que os portões da grande exposição não fossem abertos aos domingos. Esse formidável fato indica ao cristão que, se foi possível adotar essa medida, outras igualmente necessárias também poderão ser. A igreja está conquistando poder continuamente, e sua voz será ouvida no futuro com muito mais frequência do que no passado." Voz: -- Essa é uma declaração de um indivíduo. Sr. Jones: -- Não, não é a declaração de um indivíduo apenas. Ela é representativa, pois os que defenderam a legislação, que apresentaram a petição, esses agiram como um grande agrupamento, não como indivíduos, mas, sim, como um grupo. A Associação da Reforma Nacional, A União Americana do Descanso Sabático, e todo o grupo que foi reunido trabalhou em prol da legislação por razões religiosas. Eles a solicitaram simplesmente com base em fundamentos religiosos e lutaram por ela como pessoas religiosas. Declarou-se que a base dela era o quarto mandamento quando o senador Quay entregou sua Bíblia ao secretário do Senado para que ali fosse lida. Isso se encontra nas atas. Quem negará que o quarto mandamento é religioso? Quem negará a natureza religiosa do quarto mandamento, conforme apresentado na Bíblia, e que a própria Bíblia é religiosa? Faço um apelo a esta comissão: Tem o Congresso dos Estados Unidos qualquer direito de inserir a Bíblia em sua legislação e fazer com que ela constitua a base legislativa deste governo? Não, senhor. A CONSTITUIÇÃO é a base legislativa do Congresso, e não a Bíblia. E a Constituição vetou que questões religiosas fossem consideradas pelo Congresso. Portanto, excluiu a Bíblia como base de qualquer legislação pelo Congresso. Mas a Bíblia foi lida naquele dia, e lerei agora o registro: "Sr. Quay: -- Na página 122, linha 13, depois da palavra 'decreto', proponho que seja inserido: 'Essa disposição fica estabelecida pela autoridade competente exigindo o fechamento da Exposição no dia do descanso sabático.'[4] "As razões para a emenda, eu as enviarei à mesa para serem lidas. Pediria que o secretário fizesse a gentileza de ler no Livro da Lei que estou enviando à mesa a parte entre colchetes." "O vice-presidente: -- A parte indicada será lida." "O secretário leu o seguinte: 'Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.'" Sr. Jones: -- Os senhores conhecem o quarto mandamento. Não preciso lê-lo. Voz: -- Pode lê-lo por inteiro. Sr. Jones: -- "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou". Voz: Trata-se do sétimo ou do primeiro dia? Sr. Jones: -- O mandamento diz o sétimo dia, mas, mesmo diante dessa clara afirmação do Senhor de que o sétimo dia é o sábado do Senhor, o Senado colocou sua própria interpretação sobre esse mandamento e declarou que a afirmação de que "o sétimo dia é o sábado" significa "o primeiro dia da semana, comumente chamado de domingo". De modo que o Congresso dos Estados Unidos extraiu o quarto mandamento da Bíblia e o inseriu em sua legislação, e colocou sua própria interpretação sobre o estatuto. Se o Congresso pode interpretar a Bíblia em um ponto, pode fazê-lo em todo outro ponto. Assim, ao ultrapassar a Constituição deste país nesta questão, o Congresso colocou a si mesmo e ao governo em harmonia com todos os governos que já existiram que uniam igreja e Estado, e assumiu para si o papel de intérprete da Bíblia para todos os cidadãos deste país e para todos os que aqui chegam. Foi isso o que foi feito. Sr. Houk: -- Seu argumento, então, é que a citação desse mandamento pelo senador Quay e sua inserção fazem com que o quarto mandamento e toda a Bíblia sejam incorporados na legislação deste país? Sr. Jones: -- Em princípio, sim. (Risos) Por que não? O que impede que isso aconteça? Se foi possível incorporar uma parte da Bíblia nesse caso em particular, o que impedirá que o Congresso faça o mesmo com relação a qualquer outra parte da Bíblia quando outras situações forem apresentadas? Portanto, é verdade afirmar que a incorporação dessa parte da Bíblia aqui de fato incorpora, em princípio, a Bíblia como um todo. Sr. Houk: -- Essa é uma forma generalizada de introduzir Deus na Constituição. Sr. Jones: -- Exatamente. E é nesse ponto que estão se regozijando aqueles que, por todos esses anos, vêm querendo colocar Deus na Constituição. E é por essa razão que estão dizendo agora: "Podemos conseguir tudo o que quisermos, quando o fizermos de forma unida". E isso é verdade. A verdade é que esta ação do Congresso lhes dá tudo o que queriam, pois, se o Congresso pode fazer isso em um ponto, quem lhe negará o direito de fazer o mesmo em qualquer outro ponto? Uma vez estabelecido o princípio, não há mais nada o que fazer. Mas o fato é que o Congresso colocou o quarto mandamento ali para justificar as razões por que a feira deveria ser fechada aos domingos e para apresentar o fundamento da legislação sobre essa questão. Sr. Durborow: -- Será que a leitura desse mandamento constituiu um ato inerente do Senado, do Congresso, colocando o mandamento como base da legislação? Sr. Jones: -- Constituiu, sim, um ato inerente do Congresso, visto que se tratou de uma parte inseparável da própria legislação. Ele foi apresentado como a base da legislação, como contendo as razões para ela. Sr. Houk: -- Então qualquer coisa que um membro disser fica incorporado no decreto? Sr. Jones: -- Não; não necessariamente. Mas vamos considerar como as coisas ocorreram. O senador Quay propôs uma emenda. A Câmara havia aprovado um projeto de lei referente ao fechamento das exposições pertencentes ao governo, sem interferir com a feira. Quando o projeto foi levado ao Senado, o senador Quay introduziu uma emenda para fechar toda a feira. Sua emenda dizia que "foi feita uma disposição pela autoridade competente exigindo o fechamento da Exposição no dia de descanso sabático". Esse foi o primeiro passo tomado no Congresso sobre o assunto do fechamento da feira -- não apenas o fechamento das exposições do governo, mas da feira como um todo. O Senado tomou esse passo, e, ao fazê-lo, o quarto mandamento foi citado pelo mesmo que havia proposto a emenda, sendo adotado pelo Senado como o fundamento e justificativa dela. Quando esse mandamento foi apresentado por ele e lido posteriormente pelo secretário assentado à mesa como o fundamento da emenda e como justificativa dela, por conter as razões para a legislação que estava na emenda; e quando o Senado adotou a emenda, mudando-a para o primeiro dia da semana -- que eles chamaram de domingo --, e sendo essa decisão deles confirmada pela Câmara, fica tão claro como a luz do dia, que o quarto mandamento está ali inserido e incorporado na legislação do país por decreto específico do Congresso. [O relógio tocou 12 horas, e o tempo se esgotou]. O Sr. Durborow anunciou que o tempo havia se esgotado e disse: "Com isso encerramos a discussão por hoje". Assim foi encerrada a audiência daquele dia. O presidente havia excluído o argumento constitucional e se recusado a permitir que ele fosse apresentado diante da comissão. No entanto, as perguntas feitas trouxeram tudo à tona até que o tempo se esgotou. A União Americana do Descanso Sabático estava consciente de que a sua causa estava protegida; e concluída a audição, assim que deixaram o edifício, convocaram uma reunião em que aprovaram um voto de agradecimento ao Senhor por preservar o sábado americano. Eles sabiam que, no momento em que o argumento constitucional foi excluído, eles tinham tudo o que queriam. No dia seguinte, Elliott F. Shepard fez o discurso de abertura. Observem como ele começou. A única coisa que torna legítimo um membro do Congresso é a Constituição dos Estados Unidos. A única autoridade que ele possui neste mundo é aquela que lhe é outorgada pela Constituição, sendo vetado a ele ouvir qualquer argumento que extrapole os limites da Constituição. Mas isso não foi levado em conta. Agora vejam o que eles ouviram no primeiro discurso do dia: Comentários De Abertura Do Coronel E. F. Shepard. "Eu quero abordar esse assunto com grande reverência. Quando lidamos com coisas celestiais, deveríamos colocar de lado as coisas terrestres e agir com muita solenidade, como os judeus costumavam fazer no templo em Jerusalém. Antes de apresentarem as ofertas, antes de iniciarem os serviços, eles se preparavam com abluções e orações para que pudessem desempenhar adequadamente suas obrigações. Então, quando passamos a considerar o descanso sabático[5], cujo fundamento se encontra na lei de Deus, sendo uma revelação à humanidade que nenhum ser humano poderia descobrir por si mesmo, e o qual devemos inteiramente a nosso Pai que está nos Céus, nós mesmos deveríamos, portanto, considerá-lo com o mesmo espírito reverente." [...] "Deliberamos não dizer uma única palavra quanto à constitucionalidade ou inconstitucionalidade desta lei diante desta comissão; pois, afirmar aqui que ela é inconstitucional seria uma crítica à comissão, a ambas as Câmaras do Congresso e ao presidente dos Estados Unidos, que aprovou esta lei. E você mesmo, com muita sabedoria, decidiu que essa questão que acabo de mencionar não teria lugar algum na pauta a ser considerada pela comissão, e afirmou que este não era o lugar para argumentar sobre o assunto. Portanto, nós o descartamos sem dizer uma palavra sequer." O Sr. T. A. Fernley, em seu discurso, disse à comissão que a reconsideração da questão não seria legítima, visto não haver nenhuma nova evidência apresentada. Acrescentou que não havia nenhuma razão nova diante da comissão em favor da abertura da feira aos domingos. Disse ainda que o único fundamento possível que autorizaria a reconsideração da questão seria sua inconstitucionalidade. Tal declaração confirmou a posição que ele se recusara a ouvir de nós. Assim, todos os argumentos que eles objetaram ouvir de nós, acabaram ouvindo de outros. Eles prosseguiram, sem qualquer argumento de origem celestial, mas propondo-se a tratar de coisas celestiais. Eles mantiveram a comissão cativa, fazendo referências ao momento da morte e do juízo final, afirmando que, quando morressem, seria um conforto para eles saber que eles haviam agido corretamente ao preservarem o descanso sabático. Outros recorreram à ira de Deus, afirmando que a nação poderia ser alvo dela se não preservasse o descanso sabático. Havia um homem lá da Ásia Menor, e ele queria que a feira ficasse fechada aos domingos como incentivo às missões. Caso a feira ficasse aberta no domingo, isso seria o maior retrocesso que a causa missionária poderia sofrer. Então, ficaram apresentando o tema do Juízo diante da comissão, a hora da morte, e intimidando todos com a ira de Deus e o juízo de Deus, caso não agissem dessa ou daquela forma. Não faz muito tempo, apareceu num editorial da Review uma citação referente a esse ponto, afirmando que esses homens iam ao Congresso, falavam em nome de Deus e faziam essas ameaças se o Congresso não procedesse dessa ou daquela forma (ver Review and Herald de 25 de outubro de 1892). Isso aconteceu de fato. Tenho aqui um argumento escrito por um advogado e juiz. Trata-se do juiz S. B. Davis, de Terre Haute, Indiana. Esse panfleto foi enviado ao Congresso e distribuído às centenas. Ficou em grandes quantidades sobre a mesa da comissão. Nele estava escrito: "A Suprema Corte dos Estados Unidos afirma: 'Esta é uma nação cristã'". A partir desse ponto, o material argumenta em favor do reconhecimento do domingo em nível nacional e estadual. Sim, "esta é uma nação cristã". Esse foi o maior e principal argumento de todos. Esta é uma nação cristã. A Suprema Corte dos Estados Unidos assim afirmou. Se há algum irmão aqui que questiona se a decisão da Suprema Corte significa alguma coisa, eu gostaria que ele tivesse estado lá para ver o que ela significou ali. Como está a situação referente a esta lei hoje à noite? Como ficou a situação naquela reunião? O que aconteceu desde então? Tenho aqui um artigo publicado no Chicago Herald de 14 de janeiro de 1893. Ele apresenta a situação. Passarei a ler: "Pode ser qualquer coisa, menos fator de encorajamento, a perspectiva que os simpatizantes da abertura da feira aos domingos têm diante de si. [...] As audiências ocorridas nos últimos quatro dias prejudicaram em grande medida a causa em prol da abertura aos domingos. Isso não significa que os defensores do fechamento tiveram os melhores argumentos, pois esse não foi o caso. Porém, a publicidade que a agitação sobre esse assunto provocou em todo o país fez desmoronar sobre o Congresso uma avalanche de protestos e apelos por parte de pessoas religiosas e organizações eclesiásticas de toda a nação." "As igrejas e os ministros estão militando novamente com o mesmo fervor de um ano atrás e com a mesma eficácia." [...] "O general Cogswell, com quem todos contavam até o momento, está agora indeciso. A Igreja Episcopal Metodista tem procurado influenciá-lo de alguma forma, o que tem sido difícil para ele resistir. [...] O problema é que uma grande quantidade de membros que, por princípio e questão de direito, creem na causa pela abertura aos domingos se encontra por demais tímida para expressar, por meio de voto, suas convicções diante da oposição organizada por parte das igrejas e ministros. Esses políticos argumentam que as pessoas que estão a favor da abertura da feira aos domingos são pessoas sensatas, e, portanto, não permitirão que seu bom senso fique abalado pelo fato de seus votos não terem impedido o fracasso da causa deles. Por outro lado, eles insistem que os religiosos a favor do fechamento aos domingos ficarão irritados se seus anseios forem frustrados; e na próxima eleição causarão problemas àqueles que votam contra eles." "Esse tipo de covardia ou precaução, aliada ao fato de que para muitos ministros a questão do fechamento aos domingos já se tornou um tipo de arma que usam, sem qualquer hesitação, para intimidar seus representantes no Congresso, ou qualquer um sobre quem possam exercer sua influência, fornece uma explicação para a mudança da conjuntura atual referente a esse assunto." Lerei agora a declaração final do reverendo Joseph Cook em seu discurso diante da comissão: "O domingo é o anjo bom mais exaltado que no momento está tendo entrada em terras estrangeiras. Vamos permitir que Chicago se erga e apunhale pelas costas esse anjo, e em nosso país? Vamos deitar por terra a deusa da liberdade da cúpula deste Capitólio para que participe desse assassinato? Deus nos livre." Nas mãos de quem está o governo dos Estados Unidos? Das igrejas. Quem é o dono do Congresso? As igrejas. Quem o está usando? Como disse aquele cavalheiro de Ohio: "Somos capazes, por meio de nossa força, de usar o Congresso da maneira que quisermos". As igrejas. Esses são os fatos. Esses são alguns dos eventos que estão ocorrendo diante de nós. Passaremos a estudar agora o que em breve nos sobrevirá em decorrência do que está acontecendo diante de nossos olhos. Quando tomarmos consciência de tudo isso, conforme dizem os testemunhos, veremos a necessidade, reconheceremos a necessidade de que o Espírito Santo seja conhecido, recebido e apresentado ao povo. Este é o ponto em que nos encontramos, irmãos, como disse o irmão Prescott. A única pergunta é: Buscaremos a Deus pelo poder de Seu Santo Espírito? O país está vendido nas mãos de uma hierarquia religiosa; e esta hierarquia está vendida nas mãos do diabo. Notas: 1. Ver nota de rodapé na página 8. 2. O que eu ia ler em seguida era isto: "A reunião não foi divulgada e realizada como reunião aberta ao público em geral? Não tínhamos o legítimo direito de comparecer a ela? E não tínhamos o legítimo direito de votar contra qualquer resolução que fosse proposta? Quando fomos à reunião, como era esperado do povo em geral, tínhamos que nos calar no momento da votação? Tínhamos que permanecer em silêncio quando nos foi solicitado claramente, tanto pelo cavalheiro que apresentava as resoluções quanto pelo presidente da reunião, que explicássemos nosso voto? Em vista desses fatos, é justo sermos denunciados como 'ateus', 'anarquistas religiosos', 'intrusos ousados', etc., como foi o caso? Que tipo de reunião pública deliberativa eles esperavam realizar, afinal de contas? Vou além: Que tipo de reunião pública é essa na qual 40 pessoas conseguem 'unir esforços' e derrotar o propósito do encontro? Em todas as reuniões, eles não pouparam esforço algum para proclamar repetidas vezes que 40 milhões do povo americano estavam do lado deles na questão dominical. Na reunião daquela noite, o Dr. George veementemente declarou que a União contava com o apoio de 40 milhões de americanos, ressaltando que havia aproximadamente cerca de 25 mil adventistas nos Estados Unidos. 'Somos 40 milhões', ele gritava, 'e não temos medo. Somos 40 milhões, temos o governo do nosso lado e não temos medo de nada que os adventistas possam fazer'. Ora, se o povo estava de forma tão esmagadora em favor da obra da União Americana do Descanso Sabático, como é que uns poucos, numa proporção de apenas um entre 1.600, poderiam lotar a reunião deles ou derrotar a resolução proposta? Se as representações apresentadas por eles fossem verdadeiras, o recinto e as galerias teriam ficado lotados de pessoas em favor da obra da União Dominical, e seria literalmente impossível que todos os adversários pudessem "se unir em massa" para derrotar o propósito da reunião. Contudo, quando ficou demonstrado que suas próprias reuniões deliberativas públicas tiveram uma frequência tão pequena a ponto de 40 pessoas poderem, com folga, superar os votos a favor, derrubando, assim, suas resoluções e 'derrotando o propósito da reunião', o fato em si evidencia que a alegação de que havia uma maioria esmagadora em favor do fechamento da Feira Mundial aos domingos não passa de uma consumada fraude. E é isso que os aflige. Enquanto conseguem prosseguir com suas falsas declarações sem serem incomodados ou refutados, eles estão felizes. Mas quando algum incidente expõe a fraude de suas alegações, eles se sentem oprimidos." 3. Essa argumentação é inadmissível. Não temos o direito de subornar ninguém, nem mesmo para não beber. E se o Congresso aprovou essa lei sob esse princípio, como se pode deduzir aqui, ele acrescentou aos outros males da legislação o do suborno. E, na verdade, é exatamente assim que pensa a União Americana do Descanso Sabático. O presidente dessa União publicou que essa decisão legislativa do Congresso "concede uma recompensa de 2.500.000 dólares por se fazer o que é correto. De maneira concreta, fica comprovado que 'grande fonte de lucro é a piedade'". Repudiamos esse conceito em sua totalidade, bem como os demais males. 4. No original, "Sabbath day", uma linguagem do quarto mandamento, usada pelos defensores do primeiro dia para referir-se ao domingo como dia de descanso religioso (nota do tradutor). Ver nota na página 8. 5. Referindo-se ao domingo como dia de descanso sagrado. Ver nota na página 8. Capítulo 3 Sermão 3 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 31 de janeiro de 1893, p. 68-74. Vou retomar o assunto de onde paramos na noite passada e ler duas declarações representativas do pensamento das pessoas sobre quem discutíamos quando encerramos nossa reunião ontem à noite. Esta é a primeira: "Sr. presidente, cavalheiros desta comissão e amigos e oponentes desta medida: Permitam-me chamar a atenção para uma coisa com a qual todos concordam. Ninguém deste grupo estará aqui em 1993. Nessa época, todos estaremos em pleno acordo com relação ao valor da santidade do dia do Senhor, pois a sentença já foi proferida contra todo homem: 'Põe em ordem a tua casa' [Is 38:1]. 'Com que rapidez caem! Nossos conhecidos, Como folhas maduras de outono em seus galhos, Velozmente secam.' "Mesmo que os homens morram, a Nação perdura. Que o Deus das nações dirija a nós e nossa posteridade de tal modo que a 'América' possa ser cantada até o final dos tempos" (extraído do discurso de C. B. Botsford diante da comissão da Câmara para os assuntos da Exposição Mundial). A segunda declaração: "Existe uma única razão geral, Sr. presidente e cavalheiros desta comissão, que gostaria de lhes apresentar por que essa feira deveria ser mantida fechada aos domingos. Se esses portões forem abertos no sábado cristão, isso será um perigo para nós como nação, para Chicago e para os interesses da feira. Há uma coisa que devemos lembrar, e esta é que Deus ainda reina e Deus ainda está assentado em Seu trono. Deus não renunciou. Ele declarou que a nação ou o país que não O servir há de perecer. E mais do que isso: devemos lembrar que os dez mandamentos constituem a base principal de todas as nossas leis, tanto nacionais quanto estaduais, as quais são úteis para nossas liberdades e nossos direitos. Vejam o quinto mandamento; vejam o sexto mandamento contra o assassinato e em favor da proteção da vida e de cada pessoa. Esses aspectos estão baseados no sexto mandamento. Observem o sétimo mandamento. Todas as nossas leis, quer nacionais ou estaduais, relacionadas com pureza social, relações matrimoniais, poligamia, têm seu fundamento nesse mandamento. Agora, atentem para o quarto mandamento no próprio centro dos dez mandamentos, o qual, da mesma forma que o quinto, o sexto, o sétimo ou o oitavo mandamento, jamais foi revogado. Portanto, devemos lembrar que, se tocarmos nesse mandamento de Deus, assim colocado no centro dos dez mandamentos, estaremos tocando na honra de Deus, estaremos tocando na lei de Deus. Cristo deu ênfase ao quarto mandamento. Ele disse: 'O sábado foi estabelecido por causa do homem' [Mc 2:27]. O que Ele quis dizer com isso? Ele quis dizer que o sábado não foi feito somente para os judeus, mas para os homens de todas as partes, de todas as eras e vivendo em qualquer circunstância. Ele disse que o sábado foi estabelecido por causa do homem. Ele foi feito para as pessoas de todas as eras, em todos os tempos. Ele disse que o sábado foi estabelecido por causa do homem. Ele foi feito para o bem maior da humanidade de todas as eras deste mundo, para seu bem moral e físico." "Consequentemente, prezados amigos, se tocarmos nesse quarto mandamento, que nada mais é do que a própria raiz de todos os outros mandamentos, estaremos tocando na honra de Deus e nos mandamentos de Deus. Ele nunca foi anulado; e, se tocarmos nele, Deus trará uma maldição sobre nós como nação, pois Ele de modo direto disse a Seu povo da antiguidade que Ele os puniria pela profanação do dia de sábado. Assim, prezados amigos, não podemos nos dar ao luxo de tocar nesse mandamento. O que nos convém fazer é, portanto, dar às nações do mundo um bom exemplo da guarda do sábado americano; dar-lhes um exemplo do sábado cristão; dar-lhes um exemplo do sábado conforme Deus o ordenou." "Certa vez, um príncipe pagão visitou a rainha Vitória e quis que a rainha lhe dissesse qual era o segredo da grandeza daquele governo. A rainha Vitória pediu uma Bíblia e, entregando-a ao príncipe, disse: 'Aqui está o segredo da grandeza desta nação'. E o segredo da nossa grandeza como nação é a Bíblia, que está entronizada em todas as leis, cuja importância é a mesma do sábado. Ela é o fundamento de nossas leis" (extraído do discurso do reverendo F. A. McCarrel diante da comissão da Câmara para os assuntos da Exposição Mundial, em 11 de janeiro de 1893). Li esses trechos simplesmente como exemplos dos argumentos apresentados à comissão para persuadir o Congresso a se manter firme na posição em que o governo foi colocado. Agora, irmãos, vocês se lembram de que li um texto sobre o qual poderia falar por uma semana. Nesta noite, gostaria de ler outra citação com o mesmo teor. É esta: "Irmãos e irmãs, quisera eu poder dizer algo para despertá-los para a importância deste tempo e para o significado dos eventos que estão ocorrendo agora ao nosso redor. Chamo a atenção de vocês para os movimentos agressivos que estão sendo agora empreendidos em favor da restrição da liberdade religiosa" [Carta 2C, 1892; Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 18]. Este é o tema de estudo desta noite. E à medida que eu, com a ajuda do Senhor, trouxer à atenção de vocês coisas que estão diante de nossos olhos, quero que vocês estejam tão ansiosos de receber e ver essas coisas quanto Deus está, de maneira que possamos alcançar o que Deus tem em mente para nós nesse aspecto. Sem dúvida há pessoas neste recinto que estiveram aqui cerca de três anos atrás, quando me pediram para tratar de um assunto que, creio eu, foi sobre "A Presente Crise". Os que estiveram presentes aqui vão lembrar, quando me referi à nossa obra naquela época relacionada com petições ao Congresso e protestos contra toda esta lei, que alertei para o fato de que aquela era nossa obra naquele momento. Nosso dever era fazer circular abaixo-assinados por toda a nação, a fim de que despertássemos a mente do povo americano contra esse assunto, e fazer com que eles chegassem ao Congresso em quantidades tão imensas que o Congresso pudesse ver o princípio envolvido. Assim, nossa expectativa era talvez retardar essa legislação. A ideia era fazer com que a verdade chegasse ao povo por aquele meio. E vocês vão se lembrar de que chamei a atenção para este pensamento: aquela obra deveria continuar até que o domingo fosse adotado, até que alguma lei dominical fosse aprovada. Então, nossos esforços em mobilizar petições ficariam no passado e nossa obra nessa direção deveria cessar, pois não haveria sentido em protestarmos contra o Congresso por fazer algo que já estava feito. Bem, já chegamos a esse ponto. Estamos no ponto a que me referi naquela noite três anos atrás. A partir das evidências apresentadas na noite passada, percebe-se claramente que o governo dos Estados Unidos se encontra agora nas mãos de uma hierarquia, e não mais nas mãos dos representantes do povo. O governo, na forma como nossos antepassados o estabeleceram, já se foi e, agora, de forma irreversível. O governo do povo, pelo povo e para o povo já se foi. A autoridade do governo oriunda do povo, expressa na Constituição, e a forma de governo que deve ser conduzida segundo a Constituição se acabou. A Constituição foi anulada, e agora, ela está sendo ignorada. Recentemente ela foi ignorada pela comissão. Na verdade, ela foi excluída completamente, e uma hierarquia foi ouvida, sobre princípios hierárquicos, apresentando apenas argumentos hierárquicos. Quando tal coisa acontece, quando a própria Constituição é perdida de vista por uma comissão do Congresso, que ignora levá-la em conta, e cuja única autoridade é a Constituição, e outras forças passam a dominar no lugar, então aonde foi o governo? Vocês sabem? Onde ele foi? [Respostas do auditório: "Está nas mãos das igrejas".] Bem, com base nos trechos que li na noite passada, admite-se que o Congresso não ousa agir de acordo com seu próprio ponto de vista, de acordo com os princípios que eles mesmos mantêm, pois temem o que as igrejas farão. Admite-se que eles não ousam agir segundo a expectativa de pessoas honestas, pois temem que, se agirem com fidelidade à Constituição, as igrejas causarão mais danos e problemas à nação. Essa é exatamente a razão apresentada pelo juiz Hammond ao justificar sua decisão num artigo publicado em seguida no mesmo jornal em que sua decisão foi divulgada. Admite-se também que, quando a igreja exige alguma legislação dessa natureza, a atitude política correta a ser adotada é conceder o que pedem, pois os protestantes já se mostraram um povo lutador, e se o Congresso não lhes desse o que queriam, eles causariam tamanha turbulência na nação que o Estado pereceria. Essa é a ideia. Será que isso não é a mesma coisa que dizer que os princípios que motivam as professas igrejas protestantes dos Estados Unidos são idênticos aos princípios papais do começo ao fim? E a razão que eles apresentaram no início para a legislação reflete inequivocamente os princípios papais. A resolução que as igrejas enviaram ao Congresso exigindo essa legislação foi a seguinte: "Votado que nós, por meio deste instrumento, fazemos o firme compromisso de que, desta data em diante, nos recusaremos a votar em qualquer membro do Congresso, quer senador ou deputado, ou apoiá-lo para que ocupe qualquer cargo ou posição de confiança, caso este venha a dar o seu voto em favor de qualquer ajuda adicional, não importa de que natureza for, para a Feira Mundial, a menos que esteja dentro das condições estabelecidas nestas resoluções." Richard W. Thompson de Indiana, que foi ministro da Marinha durante a administração do presidente Hayes, disse muito bem: "Permitir que uma igreja dite de antemão que leis devem ou não ser aprovadas significa destituir o povo de sua autoridade de governar -- a qual, conforme determinação do próprio povo, deve ficar em suas mãos -- e transferi-la a essa igreja." E isso é verdade. E isso tem sido feito. E com base nas palavras que eles falaram e nos relatos que li na noite passada, é um fato literal diante do mundo, hoje à noite, que o governo dos Estados Unidos não mais é um "governo do povo, pelo povo e para o povo", como nossos pais definiram, mas, sim, uma sujeição do povo pelas igrejas e para as igrejas. A igreja rege o governo. Ela o tem em suas mãos, o mantém ali e tem a intenção de que fique ali. Diante da verificação desses fatos, era perfeitamente legítimo que nós, ou quem quer que fosse, e todo o povo, exigíssemos que essa conjuntura fosse revertida. Mesmo o Congresso tendo agido pelas razões que o motivaram, este deveria ter revertido a situação, aberto os olhos e recuado exatamente para a posição em que se encontrava antes. O Congresso poderia ter repensado essa questão e a deixado onde ela deveria ter ficado desde o início. Nesse caso, as igrejas teriam que fazer novos esforços para tomar posse do governo. Mas, em vez de ouvirem aquela solicitação tendo como fundamento o único instrumento que lhes dá o direito de considerar qualquer questão, ou seja, a Constituição, os membros do Congresso excluíram a Constituição, recusaram- -se abertamente a ouvi-la e decidiram favorecer as igrejas, que já os haviam encurralado. Assim, introduziram permanentemente na legislação do país o que já sabemos. Deram, para todos os efeitos, o segundo passo. Quando o primeiro passo foi dado, poderiam ter recuado e não ter dado o segundo passo. Tal postura teria revertido a situação. Mas em vez de tomarem essa atitude, estão fazendo algo que simplesmente confirma o que foi feito, e não há mais possibilidade de voltar atrás. Temos, por acaso, alguma outra missão a cumprir em Washington agora? Temos ainda a necessidade de ir a Washington com abaixo-assinados, de participar de audiências em protesto contra legislação religiosa? De maneira alguma. Não temos mais nenhuma missão a cumprir em Washington. Não há mais espaço para nossas petições ali. Esta é a situação atual. Alguns têm perguntado: "E se surgir uma nova legislação? Não podemos enviar um protesto contra ela e solicitar uma audiência sobre o assunto?" Qual seria a base do nosso argumento? Qual seria a base do nosso protesto? Que se trata de algo inconstitucional? Mas a Constituição já foi deixada de lado nesse ponto. A resposta que receberíamos seria que a lei tem precedente e que ela é constitucional. Isso já foi declarado. E quando uma ação é considerada constitucional, outras semelhantes seguirão o mesmo caminho. Quando lhes apresentei a ideia de que eles poderiam estar equivocados quanto à descrição dos fatos feita a eles, fui confrontado com a seguinte frase: "Seu argumento não é respeitoso para com o Congresso". Pastor Fifield: -- Vamos supor que outro projeto de lei dominical nacional seja apresentado diante de outra comissão. Nesse caso, não existe a possibilidade de que essa comissão dê atenção a um argumento constitucional? Pastor Jones: -- Bem, caso isso acontecesse, qual seria a força do argumento? A Constituição já foi ignorada. Essa situação é inconstitucional. Qualquer legislação dominical é inconstitucional. Mas vejam o que fizeram nesse último caso. Qual seria, então, a força do argumento da inconstitucionalidade contra qualquer outro projeto de lei dominical? Que força teria? Simplesmente não teria força nenhuma. Então, irmãos, vocês percebem que todos os recursos se esgotaram. É sobre isso que eu quero que vocês pensem: o que tinha de ser feito já foi feito. A base, a única base que nos daria algum direito de recorrer ao Congresso -- a Constituição -- foi retirada de nós. Nós tínhamos o direito de ir até lá respaldados por esse fundamento porque a Constituição reflete o ideal de Deus sobre governo. O princípio do governo dos Estados Unidos é o ideal de Deus para os governos constituídos. Quando estávamos defendendo a Constituição e seus princípios como o ideal de Deus, como fizemos em cada vez, como o ideal correto, estávamos fazendo a coisa certa. Deus havia colocado a Constituição americana como exemplo diante de todo o mundo e como luz a todas as nações contendo a correta concepção sobre governo. Por essa razão tínhamos o direito de apelar a ela. Alguns dias atrás eles queriam que nós apresentássemos nossos argumentos contra o fechamento da feira aos domingos. Já ficou claro que nós não podíamos fazer isso. E ainda mais, não podemos argumentar contra o fechamento no domingo argumentando que o domingo não é o sábado do quarto mandamento, pois, se seguíssemos essa linha de argumentação, estaríamos admitindo e aceitando que o Congresso havia legitimamente incorporado o quarto mandamento na legislação; e que, se eles simplesmente reconhecessem o dia correto do quarto mandamento em lugar do domingo, não teríamos nada a dizer. Mas temos tudo a dizer contra isso. Se procedêssemos assim, estaríamos jogando tudo por terra. Sendo assim, não podíamos renunciar nossa posição quanto à Constituição. Contudo, quando nos fizeram silenciar, eles descartaram a Constituição. Costumo dizer que estamos em excelente companhia, pois o fato de sermos impedidos de apresentar qualquer argumento constitucional nos coloca ao lado de uma esplêndida companhia, pois estávamos em companhia da Constituição dos Estados Unidos. Para que pudessem livrar-se de nós, tiveram que dispensar a Constituição. E é na companhia dela que queremos ficar. Assim, para resumir todo o assunto, não temos nenhuma missão mais a cumprir em Washington como a que já tivemos. Naturalmente, sempre que surgirem situações semelhantes, ali será um bom lugar para expor nossos princípios diante dos membros do Congresso, assim como propagamos a verdade a todas as pessoas. No entanto, não temos nenhuma missão mais a cumprir lá por meio de abaixo-assinados ou protestos contra legislação religiosa. Isso já acabou. Bem, nessa obra, que já ficou para trás, contra o que estávamos labutando? Contra algo já realizado ou contra a realização de algo? Contra a realização de algo. Por que protestamos contra a realização desse algo? O que falamos sobre qual seria o resultado dessa obra? A união entre igreja e Estado, a formação de uma imagem à besta. O fato é que essa obra já foi feita, e não há razão mais para protestarmos contra a sua futura realização. Então será que não temos mais nada a fazer? Mais nada a fazer no mundo? Toda a nossa obra já se encerrou e nada mais temos a fazer no mundo? Não. Nosso trabalho não se encerrou. Temos uma obra a fazer, mas nosso trabalho não pode ser realizado mais daquela forma. Então, qual é nossa obra? Advertir contra o que já foi feito. Mas o que já foi feito corresponde à formação da imagem da besta. Será que isso não nos coloca face a face com a mensagem do terceiro anjo, conforme suas exatas palavras? Será que isso não conduz você e eu, e não nos confina à mensagem do terceiro anjo conforme ela está escrita? Não há outra alternativa além desta: pregar a mensagem do terceiro anjo, conforme ela está escrita, contra aquilo que foi feito. A mensagem do terceiro anjo está escrita assim: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão". Será que a situação não mostra que a imagem está aí e que a marca está preparada para ser recebida? Repito que não podemos protestar contra a realização dessa obra, pois esta já foi realizada. Não podemos ir ao Congresso e recorrer a argumentos constitucionais contra legislação religiosa; não podemos protestar contra a formação da imagem da besta. Não podemos protestar contra a ação do governo de reconhecer o falso sábado. Isso já foi feito e ele foi posto no lugar do sábado do quarto mandamento pela ação específica do próprio Congresso. Assim, tal ação colocou o governo dos Estados Unidos nas mãos das igrejas. Ela estabeleceu a marca da besta como o sábado da nação e para todo o mundo. Isso foi feito em expressas palavras na legislação em lugar do sábado do quarto mandamento. O que era o papado? Não era simplesmente a união entre religião e Estado? Isso existia no paganismo. O papado consiste na igreja controlando o Estado, na igreja tomando posse do Estado e dos poderes do Estado e os usando para impor os decretos da igreja. É um fato literal que o governo dos Estados Unidos se encontra agora confirmado nas mãos das professas igrejas protestantes, e que elas o estão usando para impor um decreto da igreja acima de todos os demais decretos. Esse foi o propósito delas. É isso o que elas estão fazendo agora. Isso não se assemelha ao papado? Não corresponde às ações do papado? Sim, senhores. Então repito: Estamos confinados à mensagem do terceiro anjo. Os fatos estão diante de nossos olhos e estamos confinados a ela como nossa única obra. Se ainda nos resta alguma obra a fazer na questão pública, esta terá que ser feita de forma diferente da que já fizemos até o momento. Nossa única participação nesse sentido deve limitar- -se simplesmente a advertir as pessoas a não aceitar ou admitir a legitimidade do que foi feito. Nossa obra se confina a isso, e não temos outra saída. De agora em diante, todos os que professam ter uma obra a fazer na mensagem do terceiro anjo só poderão levá-la adiante e pregá-la por meio das palavras contidas nela: "Se alguém adora a besta e a sua imagem". Nunca antes de 1892, porém, qualquer um de nós tinha o direito de falar isso ou advertir as pessoas contra a adoração da imagem, pois ela ainda não estava formada. Falamos às pessoas que ela estava vindo e que, quando certas coisas acontecessem, a imagem seria formada. Então, a advertência seria: Não a adorem. Essa foi nossa mensagem até o momento, mas essa não é mais nossa mensagem. Não podemos mais dizer isso ao povo. Não podemos protestar contra a sua formação. Não podemos fazer mais isso. Ela já está formada. Estamos, portanto, confinados a essa única coisa. Eu repito: Não temos saída senão pregar as exatas palavras da mensagem do terceiro anjo: "Se alguém adora a besta e a sua imagem". Mas há uma palavra que vem logo antes disso: "Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz". Então, o que mais pode ser isso senão o alto clamor da mensagem do terceiro anjo ganhando força agora? Será que isso não nos indica que, quando chegar o tempo para que a mensagem seja dada claramente como se encontra no texto bíblico, o alto clamor ocorrerá justamente nesse tempo? Já vimos o suficiente para demonstrar isso. Mas será que isso não se encontra nas próprias palavras da mensagem? Que quando a mensagem vai ao mundo nas palavras com que é dada, isso consiste no alto clamor? Pois é assim que ela é proclamada: "em grande voz". Agora, apresento outro pensamento: quantas nações da Terra existiram até hoje, com exceção da nossa [os Estados Unidos da América], que não tiveram qualquer união entre religião e Estado? Nenhuma. Quantas nações existem na atualidade que não possuem tal união. Nenhuma. Contudo, a união da religião com o Estado, a união da igreja com o Estado, é o método de Satanás de agir. O paganismo foi o modo de ação de Satanás, e o papado também. E o que vemos agora em nossa própria nação? A imagem do papado. Por meio de que instrumento Satanás guerreou contra a igreja de Deus quando Cristo nasceu? Por meio do paganismo. Por meio de que instrumento ele fez guerra contra a igreja no deserto? Por meio do papado. Por meio de que instrumento ele faz guerra contra o remanescente? Por meio da imagem do papado. Vejam Apocalipse 12. Mas até agora a imagem não estava formada. Agora ela está formada. Até agora ele não tinha o governo dos Estados Unidos nas mãos para usá-lo contra a verdade de Deus. Agora ele o tem. Quanto então do poder do mundo Satanás tem agora em suas mãos para usar contra a igreja e o sábado de Deus? Ele tem todo esse poder. Não é verdade? Agora, vocês e eu, por anos professando o sábado do Senhor, estamos comprometidos a defendê-lo. Este é o nosso compromisso. Porém, em oposição a isso encontra-se cada partícula de poder que esta Terra conhece, tendo Satanás como o maioral para exercer o poder. Não estamos nós, então, frente a frente com o fato de que, tão certo quanto mantermos nossa lealdade ao sábado do Senhor, teremos que fazê-lo em face a todo o poder que esta Terra conhece? Não podemos concluir, então, que, a fim de cumprir essa missão, temos que ter junto de nós um poder maior do que todo o poder que esta Terra conhece? Pode alguém, de si mesmo, enfrentar com êxito todo o poder da Terra? Não, senhor. Então, nossa única saída é termos um poder operando por nós que seja maior do que todos os poderes da Terra reunidos. Não chegou o tempo, então, de que aquele anjo deveria descer do Céu com "grande poder"? [Veja Apocalipse 18:1]. Aquele anjo descendo do Céu e unindo sua voz à do outro produz o alto clamor. Estamos, portanto, exatamente agora, no período em que aquele anjo desceu com grande poder, e não precisamos temer. Embora todo o poder da Terra se lance contra o sábado do Senhor e contra nós, por defendê-lo, o poder de Deus é dado a cada um que for fiel a Ele. Será que a mensagem que o Salvador deu aos discípulos não é precisamente a mesma que nos é dada? Eles deveriam ir a todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura. Esta é nossa mensagem. Temos o evangelho eterno para pregar "a cada nação, e tribo, e língua e povo" (Ap 14:6). Trata-se da mesma coisa. Ele lhes disse: "É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra." Aqui Jesus Cristo tem um poder na Terra, o qual é maior que todos os poderes da Terra. Então, se Jesus estivesse na Terra, vivendo na Terra, como no passado, Ele teria mais poder do que tem toda a Terra. "É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra. Portanto ide" (Mt 28:18, 19, ARC). Por que ir? Porque Ele tem o poder. "Portanto ide, ensinai todas as nações, [...] e eis que Eu estou convosco" (Mt 28:19,20, ARC). Ele está conosco? Será que Ele está conosco, irmãos? Vamos parar de dizer que ele estará conosco. Não é assim que Ele diz. Vamos parar de falar assim. Isso não é fé de modo nenhum. Nós dizemos que Ele declarou: "Estarei convosco". Pedimos que Ele esteja conosco e então ficamos questionando se Ele está ou não. O que Ele diz, é: "Ide. Eu estou convosco". Está mesmo? Então agradeça-Lhe por assim ser. Se vocês passarem por dificuldades, que Ele dê a vocês o socorro. O trabalho de Satanás é colocar dificuldades diante de nós e obstruir o caminho. Mas graças a Deus que, quando o Senhor está conosco, Satanás não pode obstruir o caminho. Ele pode pôr um Mar Vermelho à nossa frente, mas iremos atravessá-lo, pois Deus pode abrir o mar. O Senhor está conosco, e queremos algo mais pessoal que simplesmente dizer que Ele "estará" conosco. Precisamos de um poder conosco a cada momento, trabalhando conosco, em nós e por nós. Precisamos estar certos de que assim seja. Como podemos saber que é assim? Ora, Ele diz que é assim. Então vamos dizer assim também. Há dois pontos que observamos até o momento: o primeiro é que estamos confinados a dar a mensagem do terceiro anjo exatamente como está escrita; o outro é que, tão certo quanto mantivermos nossa lealdade aos mandamentos de Deus, teremos que fazê-lo em face a todo o poder que esta Terra conhece, sendo que quem faz uso desse poder é Satanás. Esse fato nos deixa uma única alternativa: se quisermos permanecer firmes a cada minuto, precisamos tomar posse de um poder maior do que todos os poderes deste mundo reunidos. E a bênção de tudo isso é que Ele permanece ao nosso lado, dizendo: "Eu estou convosco". Graças ao Senhor! Segue outro pensamento que, creio eu, tomará praticamente o restante do tempo desta noite. Apresentarei três pontos que serão suficientes para concluir a mensagem desta noite: o Congresso, de fato, apropriou-se do quarto mandamento; ele o tomou como base e como justificativa para aquela legislação dominical. Mas ele foi além. Ele não permitiu que o mandamento ficasse ali da forma como está escrito. Ele não deixou que o mandamento ficasse ali conforme ele foi dado por Deus. Ele não deixou o mandamento ali como ele se encontra na Bíblia e conforme ficou registrado nas Atas do Congresso. Ele não o deixou ali para que os administradores da Feira Mundial, cada um por si, interpretassem o seu significado. O Congresso foi além de tudo isso e interpretou o mandamento de modo que significasse "o primeiro dia da semana comumente chamado de domingo", referindo-se a ele como "o sábado cristão", "o sábado da nação", como um dia a ser observado e honrado, para o bem desta nação e do mundo, mediante o fechamento da feira aos domingos. Pergunto então: O que isso significa senão que o governo dos Estados Unidos, por meio de uma lei clara e decisiva, colocou o domingo no lugar do sábado do quarto mandamento? Vamos fazer uma pequena retrospectiva agora. O mistério da iniquidade estava operando nos dias de Paulo. A apostasia teve seu início; a apostasia continuou; a igreja adotou o domingo, mas tinha ela condições de forçar as pessoas a guardá-lo? Não. Tinha a igreja, sozinha, condições de colocar alguma restrição sobre as pessoas que guardassem o sábado do Senhor ou, por meio da força, obrigá-las a adotar o domingo no lugar do sábado do Senhor? Não. Mas ela queria forçar as pessoas a guardá-lo no lugar do sábado do Senhor. Essa igreja apóstata queria que o sábado dominical fosse guardado no lugar do sábado do Senhor e fosse reconhecido e observado pelas pessoas no lugar do sábado. Sozinha, ela não tinha condições de fazer isso. O que fez ela então para cumprir o seu propósito? Ela se apropriou do poder terreno. Ela tomou nas mãos o poder do Estado. Quanto poder aquele governo representava naquela época? Naquela época, o Império Romano era o poder mundial. A igreja, então, garantiu para si todo o poder do mundo e, com isso, forçou as pessoas a receber o domingo no lugar do sábado do Senhor. Não foi por meio desse ato que ela foi bem-sucedida em colocar definitivamente o domingo no lugar do sábado do Senhor? Mas o que significou isso senão tornar sem efeito a lei de Deus? Ela tirou o selo da lei divina, o coração da lei, o mandamento que revela Deus, o selo que mostra que Ele é o que Ele é. Ela, pela força, o lançou fora e colocou no lugar o próprio sinal dela. O que significou esse ato senão eliminar Deus da mente dos habitantes do mundo? E foi por meio desse ato que ela teve êxito em seu propósito de anular a lei de Deus. Essa era a besta. Foi assim que ela foi formada. Temos pregado todos esses anos que o papado anulou a lei de Deus. E isso está correto. Voltemos agora para nosso tempo e para a questão que está diante de nós. Não é um fato que as igrejas protestantes vêm guardando o domingo há muito tempo? Não é fato também que elas têm feito oposição à guarda do sábado do Senhor há muito tempo? Mas elas não tinham condições de forçar ninguém a guardar o domingo no lugar do sábado do quarto mandamento. É verdade que, em certa medida, elas conseguiram impor a observância do domingo nos Estados. Mas sabemos -- e todas elas reconhecem isso -- que todos os esforços mediante leis estaduais nessa direção se mostraram quase completamente inúteis pelo fato de o Governo Nacional ser contra todas essas ações. Sabemos também que uma das grandes razões para seus vigorosos esforços de envolver o Governo Nacional com o domingo era fazer com que as leis estaduais se tornassem efetivas. Assim, para que o propósito delas de exaltar o domingo contra o sábado do Senhor se concretizasse, essas igrejas, o suposto protestantismo, tinham que se apoderar do governo dos Estados Unidos, do poder desse governo, assim como a apostasia anterior se apossou do poder do governo romano. E agora a igreja o têm. E, no ato definitivo pelo qual ela obteve tal poder, ela mirou no sábado do quarto mandamento a fim de tirá-lo do caminho e colocar o domingo em seu lugar. Será que essas igrejas, por meio dessa ação definitiva, também não anularam a lei de Deus? Quando a igreja se apossou do poder do império romano, a besta foi formada! E quanto a esta? Esta é a imagem. Será que não chegou o tempo, então, de a mensagem do terceiro anjo ser dada da forma como está escrita? "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão". Além disso, o Senhor também nos enviou uma mensagem para este exato momento: "Já é tempo, Senhor, para intervires". Por quê? "Pois a Tua lei está sendo violada" (Sl 119:126). Será que essas palavras, então, não representam a oração que Deus colocou em nossa boca neste tempo? Vocês estão orando assim? Vocês estão vivendo dia a dia, hora a hora, diante do terrível fato de que é tempo para que o Senhor intervenha, se quisermos que Sua integridade seja mantida perante todo o mundo? É um fato terrível. É um momento solene, que exige de nós uma consagração tal que nenhum de nós jamais imaginou -- uma consagração, uma devoção, capaz de nos manter na presença de Deus com o temível pensamento de que "já é tempo, Senhor, para intervires, pois a Tua lei está sendo violada". Essa oração nada mais é do que uma confissão, e uma confissão bem oportuna, que nos leva a dizer: "Senhor, o que podemos fazer? Aqui está todo o poder da Terra contra nós. O que podemos fazer contra essa grande multidão?" Não deveria a oração de Josafá ser a nossa agora? "Ah! Nosso Deus, [...] em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti". E "todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também as suas crianças, as suas mulheres e os seus filhos" (2Cr 20: 12, 13). O que Joel nos recomenda a fazer agora? "Promulgai um santo jejum, proclamai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o Teu povo, ó Senhor, e não entregues a Tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus? (Jl 2:15-17). Temos um compromisso para com o Senhor e diante do mundo: o de mostrar que dependemos de Deus, que Ele ama Seu povo e que Ele Se manifesta em favor daqueles cujos corações estão voltados para Ele. Irmãos, não podemos nos esquecer daquela solene mensagem lidando especificamente com esse pensamento, que chegou até nós da Austrália. Trata-se do testemunho intitulado "A Crise Iminente". O que lemos nele? "Algo grande e decisivo está para ocorrer, e isso muito em breve. Se houver qualquer atraso, o caráter de Deus e Seu trono serão comprometidos". Irmãos, devido a nossa atitude descuidada e indiferente, estamos colocando em risco o trono de Deus. Por que Ele não pode operar? Deus está pronto. Não é verdade que os obreiros de Deus estão prontos? Mas se houver alguma demora, "o caráter de Deus e Seu trono serão comprometidos". Será possível que estamos a ponto de colocar em risco a honra do trono de Deus? Irmãos, pelo amor do Senhor e do Seu trono, vamos desobstruir o caminho. Vamos desobstruir o caminho. A única maneira de deixar livre o caminho de Deus é nos refugiando Nele. Essa é a única maneira de deixarmos livre o Seu caminho, e é nesse caminho que Ele nos convida agora a andar. Esta é a nossa posição atual. Ele já nos deu a oração. Que maravilha! Quando Ele já nos deu a oração, só nos resta apresentá-la com ânimo e confiança, e, ao assim orarmos, entregar-nos a Deus. Ele já nos deu a oração. Ele já nos disse que palavras devemos usar: "Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a Tua lei está sendo violada" (Sl 119:126). E aqui há outro ponto. Se precisamos de algo mais para nos levar a ter certeza de que tudo isso é verdade, temos a mensagem que foi lida no último sábado, extraída do último testemunho que chegou da Austrália: "Irmãos e irmãs, como eu gostaria de poder dizer algo que despertasse vocês para a importância deste tempo, para o significado dos eventos que estão ocorrendo agora ao nosso redor. Eu dirijo a atenção de vocês para os movimentos agressivos sendo empreendidos agora em prol da restrição da liberdade religiosa. O memorial de Deus tem sido lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado permanece diante do mundo." Não lemos aqui que o sábado "será lançado por terra", mas que "tem sido" lançado por terra. O testemunho que chegou no último inverno -- um ano atrás -- dizia que um grande movimento seria empreendido "para exaltar o falso sábado". O que lemos agora? "O memorial de Deus tem sido lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado permanece diante do mundo". Como a palavra de Deus se cumpre rapidamente em nossos dias! Uma correspondência traz um testemunho de que esse e aquele evento "ocorrerá". A próxima correspondência chega dizendo que "já está ocorrendo". Uma correspondência traz uma mensagem do Senhor dizendo que esforços estão sendo feitos "para realizar" essa ou aquela coisa. A correspondência seguinte chega dizendo que "já foi realizada". Irmãos, não deveríamos ficar de prontidão, preparados para atender à palavra de Deus imediatamente? Não há mais tempo, então, para retardar nossa ação um instante que seja. Irmãos, busquemos a Deus de todo o coração. Estes testemunhos que o irmão Prescott leu uma hora atrás nos confrontam com o pensamento de que devemos clamar a Deus pelo Seu Santo Espírito, e são a própria evidência de toda a obra, de toda a mensagem e tudo o mais que se encontra diante de nós. O texto que li na noite passada é muito oportuno: "As pessoas que verão agora o que em breve nos sobrevirá, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, e sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido, recebido e apresentado perante o povo." Lerei agora aquela citação por completo: "O memorial de Deus tem sido lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado se permanece do mundo. Enquanto os poderes das trevas estão agitando os elementos aqui embaixo, o Senhor Deus do Céu está enviando poder do alto para atender à emergência suscitando Seus instrumentos vivos para exaltarem a lei do Céu. Agora, exatamente agora, é nosso tempo para trabalharmos em países estrangeiros, visto que os Estados Unidos da América, a terra da liberdade religiosa, unir-se-á com o papado na obra de forçar a consciência dos homens a honrar o falso sábado." Não se trata de uma união para "estabelecer" o falso sábado, mas para honrar o falso sábado que já foi estabelecido e que permanece diante do mundo. Temos a seguinte mensagem datada de 30 de agosto de 1882, que se inicia com um verso de Apocalipse 3: "'Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres' [ARC]. O povo escolhido perdeu seu primeiro amor. Sem este, toda a sua profissão de fé não salvará da morte uma alma sequer. Quem dera a atenção fosse desviada de toda diferença de opinião e ouvíssemos o conselho da Testemunha Verdadeira. Quando o povo de Deus humilhar a alma diante Dele, e individualmente buscar Seu Santo Espírito de todo o coração, ouvir-se-á de lábios humanos um testemunho como o que está descrito neste texto bíblico: 'Depois destas coisas, vi descer do Céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glória' [Ap 18:1]. Haverá faces irradiantes com o amor de Deus. Haverá lábios com fogo santo dizendo: 'O sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.'" Irmãos, que essas palavras saiam dos lábios de todos neste recinto, neste instituto, nesta igreja antes do encerramento deste instituto e desta assembleia. Será que o Senhor não deixou o caminho claro o suficiente? Será que Ele não o tornou claro o suficiente por meio dos eventos que se desdobram visivelmente diante de nossos olhos? Então abramos nossos olhos e coração e peçamos que o Senhor faça morada em nós, tome posse completa de nós e nos use conforme a Sua vontade. Capítulo 4 Sermão 4 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 1º de fevereiro de 1893, p. 87-94. Uma pergunta foi entregue ao pregador. Pergunta: -- Podem os estados legitimamente se recusar a seguir a Suprema Corte ao esta definir a Constituição nacional em suas relações com a religião? Pastor Jones: -- Não, senhor. Na realidade, os estados não precisam fazer isso. A Suprema Corte dos Estados Unidos é que seguiu os estados. Foi desse modo que o trâmite já aconteceu. Esse que é o grande problema. Vou começar o estudo desta noite com a leitura de Apocalipse 14:9: "Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão." Não preciso apresentar nenhuma outra evidência para mostrar que estamos no tempo em que esse verso já se cumpriu. Só quero me referir a alguns pontos mencionados na noite passada. Três pontos específicos analisados na noite passada nos confinam a esta proclamação; e esse é o alerta que devemos pregar ao mundo. E ninguém pode dar a mensagem do terceiro anjo sem que esta seja anunciada com suas exatas palavras. Mas qual é a consequência de desprezar a mensagem desse verso? O vinho da cólera de Deus preparado sem mistura. Nesse contexto, o que vem em seguida? Ou seja, no cumprimento dessa profecia, qual é a próxima coisa que devemos esperar? [Ouvintes: "A ira de Deus"]. Sim. Já chegamos ao alto clamor, certo? Essa parte da profecia já foi atingida. Já chegamos à imagem da besta; essa parte foi atingida; essa profecia se cumpriu. Agora, naturalmente, nas atuações da imagem da besta, há muitas coisas que vão ocorrer em cumprimento disso; mas todas essas coisas -- perseguições, milagres enganadores, etc. -- não são nada mais do que a consequência do que já foi realizado, ou seja, trata-se da fala e das ações da imagem que já está formada. Não nos cabe mais esperar por qualquer movimento grande, surpreendente e marcante em ações legislativas ou governamentais para que se cumpra essa parte da profecia, pois a imagem já está formada. Isso já se cumpriu. O que virá no futuro, no que diz respeito a legislações, lutas, controvérsias, agitações, hostilidades e a todo o mal que virá, é simplesmente o resultado e consequência disso. O que virá em seguida, no contexto dessa profecia que se encontra diante de nós? Apocalipse 14:9, 10. [Ouvintes: "A ira de Deus"]. Sim. Poderia fazer a pergunta de outra forma agora para deixá-la um pouco mais clara. Há alguma legislação, ou ação especial deste governo, pela qual devemos esperar agora como o cumprimento dessa profecia relacionada com a formação da imagem da besta? Em todos esses anos, o que temos esperado? Temos esperado por alguma legislação -- alguma ação no governo ou por parte dele que determinaria a formação da imagem da besta. Nossos olhos estavam voltados para isso o tempo todo. Mas será que ainda estamos esperando por isso? [Ouvintes: Não, senhor]. Verdade. Uma vez que essa ação já foi tomada, não podemos dizer que tudo que diz respeito à imagem da besta se encontra nessa ação? Tudo o que vier de agora em diante relacionado com a imagem da besta, e sua obra, não é simplesmente a consequência do que já está diante de nós? Não é um fato que tudo o que a imagem tem para fazer já se encontra latente na imagem, quando esta é formada? Assim, visto que tudo o que vem em seguida, relacionado com a imagem da besta, é parte intrínseca do que já se cumpriu, que grande acontecimento descrito nas palavras da mensagem vem em seguida? [Ouvintes: "As sete últimas pragas".]. Sim. A próxima coisa que vem depois das atuações da imagem da besta nessa profecia são as sete últimas pragas. Bem, vamos colocar os três pontos juntos. Estávamos esperando pela imagem da besta, em seguida pelas sete últimas pragas e então pela vinda do Senhor. A imagem da besta já chegou, certo? A vinda do Senhor está no futuro, certo? Mas as sete últimas pragas estão entre esses dois acontecimentos. Então, qual é o próximo grande e impressionante acontecimento na história deste mundo, da humanidade e da salvação? As sete últimas pragas. Sendo assim, cumpre-nos pensar com muita seriedade sobre o momento em que estamos vivendo, não concordam? Convém- -nos também pensar com seriedade sobre como estamos vivendo. Alguém no auditório: É necessário fazer uma emenda à constituição? Pastor Jones: Na Constituição, nada! Não, não temos mais nenhuma Constituição. Ela foi posta de lado. Ela foi removida do caminho. Não podemos mais usá-la. O que uma emenda poderia fazer mais do que foi feito? Vocês percebem que eles colocaram de lado a Constituição? De que serviria uma emenda? Mas o pensamento que eu quero colocar diante de vocês neste momento é que o próximo grande e notável evento na história deste mundo e na obra da salvação é o que está mencionado aqui neste texto. O texto é bem claro. Vamos analisá-lo novamente. Devemos dar esta advertência ao mundo: "Se alguém adora a besta e a sua imagem, e recebe a sua marca na fronte, ou sobre a mão". Esta é a advertência que devemos dar. E por qual razão a advertência é dada? [Ouvintes: "Por causa do vinho da ira de Deus"]. Qual é o vinho da ira de Deus? [Ouvintes: As sete últimas pragas]. Apocalipse 15:1. Então, será que não podemos concluir que as sete últimas pragas correspondem ao próximo evento depois dessa advertência? E que a advertência será concluída com as sete últimas pragas? E nos encontramos agora no início dessa advertência, que deve ser dada "em grande voz", conforme as próprias palavras do texto. Não é fato, então, que, quando o acontecimento que agora foi iniciado e a obra que agora temos em nossas mãos chegarem ao fim, estaremos diante das sete últimas pragas? [Ouvintes: "Sim, senhor"]. Quando a obra de advertência se encerrar, em que tempo estaremos? [Ouvintes: No tempo do derramamento das pragas]. Bem, vocês estão convencidos de que é isso mesmo? Vocês estão convencidos de que as sete últimas pragas correspondem ao evento que vem imediatamente após termos dado essa advertência ao mundo? [Ouvintes: "Sim, senhor"]. Então, não é verdade que, ao sairmos para fazer soar a advertência, precisamos estar conscientes de que ela, em sua essência, deve ser dada tendo em vista as pragas que sobrevirão sobre aqueles que a ouvirem? Não é um fato, também, que nós mesmos precisamos ser fiéis a essa mensagem que estamos dando se quisermos estar protegidos quando as pragas mencionadas na mensagem caírem? Mas quem ficará protegido nessa época? Os que tiverem "a cobertura do Todo-poderoso" estendida sobre eles. E essa cobertura do Todo- -poderoso é a cobertura mencionada pelo profeta Isaías: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, e me cobriu com o manto de justiça, como um noivo que se adorna com atavios e como noiva que se enfeita com as suas joias" (Is 61:10, ARC). Essa é a cobertura que Deus estende sobre Seu povo e que protege cada um da ira de Deus, agora e para sempre. Você possui esse manto de justiça? Outro ponto ainda sobre a advertência. Estamos vivendo diante de outro terrível acontecimento, isto é, se a mensagem que devemos fazer soar agora não for recebida, ela contém em si a terrível consequência de que o vinho da ira de Deus será recebido. Assim, quando a mensagem se encerrar, a ira de Deus vem em seguida. Devo dizer que estamos vivendo diante desse fato. E a obra que deverá levar todos a ficar cara a cara com esse fato, registrado no texto bíblico, já começou. Portanto, será que tal obra não dará à reforma de saúde um poder que ela ainda não teve? Quando a reforma de saúde foi dada ao povo de Deus, ela foi definida como algo que deveria preparar o povo para a transladação. Esse é o significado da reforma de saúde. A principal obra, a grande obra, que Deus pretende que a reforma de saúde faça é preparar Seu povo para a transladação. Notem que precisamos passar pelas sete últimas pragas antes de sermos transladados; e se o sangue de uma pessoa estiver impuro e cheio de elementos de baixa categoria, será que ela será capaz de suportar aquele tempo -- uma época em que o ar estará infectado de pestilências? Certamente que não. Esse fato nos coloca diante de algumas experiências mais solenes, não é verdade? E de algumas verdades mais solenes. Um grande número de questões solenes já nos foram apresentadas. Irmãos, há muitas mais que ainda temos de considerar. Estamos vivendo no tempo mais solene que já presenciamos. Vamos levar isso em conta. Vamos agora revisar os pontos que nos foram apresentados nos diversos estudos feitos, nos pensamentos profundos e nas experiências solenes de nossa fé religiosa -- pontos dos quais não podemos escapar. Gostaria de saber agora se em algum momento seria possível que qualquer um de nós passássemos por essas experiências sem termos a plenitude de Jesus Cristo? Gostaria que alguém me respondesse. [Ouvintes: "Não temos condição nenhuma"]. É claro que não temos. Então, irmãos, permitamos que Ele venha em Sua plenitude o mais rápido possível. Precisamos Dele cada momento, e cada palestra aqui apresentada mostra cada vez mais o quanto precisamos Dele. Como tenho ainda outros dois pontos que quero apresentar hoje à noite, para o propósito desta palestra, só vou fazer um breve esboço sobre o significado das pragas, que estudaremos posteriormente. Quando a primeira praga cair, ela atingirá os "homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem" (Ap 16:1, 2) -- exatamente as pessoas a quem a advertência dessa mensagem é dada. Em seguida, as pragas caem sucessivamente, sem interrupção, até a sexta, durante a qual os espíritos de demônios ajuntam "os reis do mundo inteiro [...] para a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso" (Ap 16:14-16). Essa batalha é travada quando o Salvador voltar, pois está escrito: "E vi a besta e os reis da Terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra Aquele que estava montado no cavalo e contra o Seu exército. Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem" (Ap 19: 11, 19, 20). Nesse período, o sétimo anjo derrama a sua taça no ar, e sai grande voz do templo do Céu, do trono, dizendo: Está feito! E há vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra. E toda ilha foge e as montanhas não se acham. O céu retira-se como um pergaminho e toda montanha e ilha são movidas do seu lugar (Ap 16:17, 18, 20; 6:14). Quanto à besta e sua imagem, "o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca, e [os] destruirá, pela manifestação de Sua vinda" (2Ts 2:8). E os restantes do mundo ímpio que não saíram para pelejar na batalha do Armagedom "foram mortos com a espada que saía da boca Daquele que estava montado no cavalo" (Ap 19:21). A espada Daquele que está montado no cavalo é o resplendor da vinda do Senhor. Então, os ventos que estão direta e inseparavelmente associados ao fim do mundo correspondem aos eventos que seguem à única obra que nos cumpre realizar agora. Essa é a realidade inegável que está agora diante de nós. Irmãos, vocês creem que as sete últimas pragas estão para vir, tão certamente quanto a imagem da besta já veio? [Ouvintes: "Sim, senhor"]. Com toda honestidade? [Ouvintes: "Sim"]. Assim, esperávamos que a imagem da besta ainda viesse. Ela já veio. Que evento devemos esperar agora? As sete últimas pragas. Vocês creem que o fim do mundo se aproxima junto com as sete últimas pragas, com a mesma certeza de que a imagem da besta foi formada? [Ouvintes: "Sim"]. Vocês creem que o fim do mundo virá quando ocorrer a sétima praga? [Ouvintes: "Sim"]. Então, irmãos, essas coisas têm um forte significado para nós agora. Vamos deixar esse ponto por enquanto, e considerar outro pensamento relacionado com nosso governo e quais deverão ser as consequências inevitáveis decorrentes do curso por ele tomado recentemente. Eu me refiro às consequências que o próprio governo sofrerá. Comecemos com a leitura de Atos 17:26, 27. Paulo está chamando a atenção do povo de Deus. Ele diz: "E de um só fez [Deus] toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação". Então, Deus constituiu esta nação para habitar sobre a Terra, e Ele determinou os limites da habitação do povo desta nação e o território que ela deveria ocupar. Além disso, Deus concedeu uma porção de tempo para esta nação. Com que propósito? O verso seguinte responde: "para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, O pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós" [ARC]. O sentido do verso aqui é que se os povos tivessem interesse em conhecer sobre Deus, eles O encontrariam, pois Ele "não está longe de cada um de nós". Quem quer que deseja conhecer a Deus, este O encontrará. No quarto capítulo de Daniel, lemos que Deus tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. O ideal de Deus para as nações é que elas O busquem. Bem, quando uma nação rejeita o Senhor, que propósito Deus tem para ela? Nenhum. Mas será que Ele vai rejeitar uma nação enquanto esta O buscar? Não, senhor. Será que Deus vai remover uma nação enquanto houver nela algumas pessoas que busquem ao Senhor? Ele não fará isso. Ele não fez isso antes do dilúvio. Não fez isso também com Sodoma e Gomorra. Se Ele tivesse encontrado dez pessoas, em Sodoma e Gomorra, que O buscassem, Ele não teria destruído aquelas cidades. Mas nem isso Ele encontrou. Quando Deus fez a promessa a Abraão, Ele lhe disse: "Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também Eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas; e tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice. Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniquidade dos amorreus" (Gn 15:13-16). Havia Deus estabelecido limites para sua habitação? Sim. Com que propósito Ele fez isso? Para que buscassem o Senhor. Enquanto houve alguma possibilidade de que buscassem o Senhor, eles se mantiveram no lugar onde Deus os havia colocado. E Deus não daria a terra a Abraão, Seu amigo, nem à descendência de Abraão enquanto houvesse pessoas ali que O buscassem. O povo de Deus não podia ocupar a terra, visto que a iniquidade dos amorreus ainda não estava cheia. Contudo, quando a iniquidade dos amorreus se encheu, não havia mais propósito para eles. Quando Deus estabelece um povo sobre a Terra para buscar o Senhor, e este não O procura, que razão resta para eles continuarem por mais tempo sobre a Terra? Deixar que tal povo permanecesse sobre a Terra depois disso significaria simplesmente fazer perpetuar a iniquidade sem qualquer utilidade aceitável. Foi por essa razão que Deus introduziu Seu povo naquela região e naquele tempo, e expulsou os amorreus. Deus advertiu Seu povo a não proceder como os amorreus para que a terra não os vomitasse como havia acontecido com os amorreus. Contudo, Seu povo fez exatamente a mesma coisa que Deus lhes pedira que não fizessem. E a terra os expulsou de lá e Deus os entregou nas mãos do rei da Babilônia. Deus havia estabelecido o reino da Babilônia para um propósito. Ele definiu os limites de sua habitação. Com que propósito? Para que eles buscassem o Senhor. Nabucodonosor procurou o Senhor no tempo do seu reinado e proclamou a todas as nações da Terra a glória do Senhor, a honra do Senhor e Sua existência. Vocês se lembram daquela proclamação que ele fez no capítulo 4 de Daniel: "Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo" (Dn 4:2). Vamos ler para ver a distância que essa proclamação alcançou: "O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a Terra: Paz vos seja multiplicada! Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. Quão grandes são os Seus sinais, e quão poderosas, as Suas maravilhas! O Seu reino é reino sempiterno, e o Seu domínio, de geração em geração" (Dn 4:1-3). O Senhor havia dito a Nabucodonosor que Ele lhe havia dado todas aquelas terras ao redor e todas as nações, e que essas o serviriam, e a seu filho e ao filho de seu filho até que o tempo determinado para seu reino chegasse. Em seguida, o que aconteceria? Muitas nações dominariam a Babilônia. Deus havia estabelecido para Nabucodonosor os tempos dantes ordenados e os limites da sua habitação. Assim, quando o tempo do seu reino chegasse, muitas nações se apoderariam da Babilônia. O filho de Nabucodonosor lhe sucedeu, em seguida seu neto. Em vez de Belsazar buscar ao Senhor e honrá-Lo, ele tomou os utensílios da casa de Deus e os usou em seus banquetes licenciosos, virando as costas completamente para Deus. Que propósito, então, tinha Deus ainda para ele e sua nação? Nenhum propósito. Naquele mesmo instante, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam sobre a parede na presença do rei. E o significado das palavras escritas foi este: "Contou Deus o teu reino, e deu cabo dele. Pesado foste na balança, e achado em falta. Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas" [Dn 6:26-28]. Assim, o Senhor colocou em cena os medos e persas. Será que eles também procuraram a Deus? Deus havia chamado Ciro pelo nome antes que ele fosse à Babilônia. Nessa época, Ciro não conhecia o Senhor. Deus disse: "Eu te chamei pelo teu nome, e te pus o sobrenome, ainda que não Me conheces" (Is 45:4). Ciro, no entanto, encontrou o Senhor e proclamou Seu nome a todas as nações. O profeta de Deus em Babilônia levou a palavra de Deus a Ciro, e veja o que ele fez. Leiamos Esdras, capítulo 1, versos 1 a 3: "No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos Céus, me deu todos os reinos da Terra e me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá. Quem dentre vós é, de todo o Seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém de Judá e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém." Ciro encontrou o Senhor e O proclamou a todas as nações da Terra. Uma proclamação semelhante havia sido feita mesmo antes que Ciro assumisse o poder. Dario sucedeu a Belsazar. Em Daniel 6:26, 27, lemos o que Dario fez: "Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque Ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o Seu reino não será destruído, e o Seu domínio não terá fim. Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na Terra; foi Ele quem livrou a Daniel do poder dos leões." Temos aqui uma esplêndida proclamação de Deus, Sua glória e Seu poder. Parecem até as palavras do próprio Daniel. Bem, os medos e persas procuraram o Senhor e O acharam. Mas vamos ver agora o que se encontra no capítulo 11 de Daniel [versos 1-4]: "Mas eu [ou seja, o anjo Gabriel], no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar. Agora, eu te declararei a verdade: eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, tornado forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino da Grécia. Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver. Mas, no auge, o seu reino será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu." Aqui se faz referência à Grécia. Vamos ler o que se encontra em Daniel 10:20: "E ele [Gabriel] disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia". O anjo ficaria em seu posto até quando pudesse suportar, e no momento em que eles se afastassem para muito longe, a ponto de não mais buscarem o Senhor, o anjo partiria. E quando Gabriel saiu, a Pérsia se foi também, dando lugar para a chegada da Grécia. E para qual propósito Deus estabeleceu a Grécia? Para que buscassem ao Senhor. Leiamos o que se encontra em Daniel 8:21-23: "Mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei; o ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha. Mas, no fim do seu reinado, quando os transgressores chegarem à plenitude, levantar-se-á um rei de feroz catadura e especialista em intrigas" (KJV). Vocês percebem, então, que, todas as vezes em que a transgressão chega à sua plenitude, uma nação cai; e os transgressores chegam à sua plenitude quando eles se põem contra o Senhor. É somente quando a medida da iniquidade de um reino finalmente se enche que outro reino entra em cena. Vocês podem perceber, portanto, que a filosofia de todo esse assunto está contida nesse verso, que nos informa que Deus estabelece nações para que O busquem; e quando uma nação se recusa a fazê-lo, e vira as costas para Deus, o que vem em seguida é o desaparecimento dessa nação do mundo. Não há mais nada para ela. A nação que sucedeu à Grécia foi Roma. Cristo nasceu nos dias do Império Romano, e o evangelho de Cristo foi pregado a Roma, embora ela fosse terrivelmente corrupta. Em seguida, o evangelho de Cristo foi professado apenas de forma aparente por uma igreja apóstata que se apropriou do poder do governo romano a fim de obrigar as pessoas a reconhecer a religião romana e forçá-las a desobedecer ao Senhor. O que aconteceu então com o governo romano? Foi varrido da Terra. Por mais cruel que tenha sido o governo dos dias de Tibério, de Cláudio e de Nero, mesmo assim Deus anunciou o evangelho a Roma e trouxe multidões de almas para a luz e conhecimento do evangelho. Até mesmo a Nero o evangelho foi pregado duas vezes pelo apóstolo Paulo, e foi-lhe apresentada a felicidade celestial. Contudo, quando o evangelho foi pervertido da maneira como foi e tornou-se apenas um manto para sancionar a impiedade; quando, em vez de buscar o Senhor de fato, esse povo perverteu o próprio meio pelo qual Deus oferecia a salvação, o que Deus poderia fazer por um povo assim? O evangelho é o único meio que Deus tem para a salvação de uma pessoa. Mas quando o evangelho é recebido e usado simplesmente como manto para a iniquidade, como pode o Senhor ter alguma chance de salvar a pessoa que o usa dessa forma? Absolutamente nada mais pode ser feito para tocá-la. Quando isso aconteceu no Império Romano por meio do poder de uma igreja apóstata, que possibilidade haveria de que o império permanecesse por mais tempo? Ele tinha que ser varrido da Terra. Agora nossa nação se encontra aprisionada exatamente pelo mesmo tipo de iniquidade. Temos diante de nós uma apostasia. As igrejas se desviaram de Deus e tomaram em suas mãos o poder deste governo, que se deixou vender a eles e, neste momento, obriga as pessoas a desonrar a Deus. Então qual é a próxima coisa que acontecerá com esta nação? [Ouvintes: "A destruição"]. Sim. Mas antes que Deus a subverta, Ele enviará uma mensagem para todo aquele que almejar a salvação. Que mensagem é essa? [Ouvintes: "A mensagem do terceiro anjo"]. Sim. Portanto, não é verdade que nós aqui nesta noite novamente estamos restritos ao seguinte fato: a única coisa que, debaixo do sol, nos resta a fazer é anunciar ao mundo a mensagem do terceiro anjo assim como se lê, que deve ser proclamada para salvar as pessoas que quiserem escapar da ruína que paira sobre esta nação devota, que foi seduzida e levada cativa por uma igreja apóstata professamente protestante? Isso significa que o fim do mundo é o próximo acontecimento. Vocês não concordam, com base na mensagem que temos de pregar, que tudo o que nos preocupa, nos envolve e prende nossa atenção, cada dia e cada hora, são os eventos que levam ao fim do mundo? Irmãos, será que teremos dificuldade em fazer as pessoas do mundo entenderem claramente essa questão? Será que teremos dificuldade em fazer com que as pessoas percebam o que aconteceu com as nações que nos precederam? Teremos dificuldade em fazer com que os próprios mundanos vejam que existe aqui uma união entre a igreja e o Estado, e que a igreja colocou em cativeiro o governo dos Estados Unidos? Será que terão dificuldade em perceber isso? Sabem, irmãos, quando sairmos com o poder de Deus e declararmos os fatos inegáveis tais como estão patenteados diante de todos, alertando a todos quanto ao que virá em decorrência desses fatos, as pessoas começarão a refletir sobre o assunto. Irmãos, há mais poder, mais poder persuasivo, mais poder transformador quando fazemos afirmações claras, pela fé em Deus, e mostramos as consequências dessas coisas como fato literal diante das pessoas do que quando apelamos para o debate. Se você e eu sairmos com esses evidentes fatos e chamarmos a atenção das pessoas para eles; se mostrarmos, no temor de Deus e por Sua graça e poder, o que o futuro nos reserva e as coisas que estão para acontecer, segundo Deus nos revelou; se contarmos às pessoas, com base em fatos concretos e com zelo e devoção, que nós mesmos acreditamos nessas coisas, então haverá mais convicção do que em milhares de argumentos sobre questões doutrinárias. Assim, vamos pregar a mensagem como ela é no momento atual. Quero apresentar outro pensamento. Deus tinha uma igreja no mundo e uma nação antigamente, certo? Cristo veio para aquela igreja e nação. Ele pregou o evangelho de Deus e seus princípios vivos, a saber, o mistério de Deus, Deus com os homens, Deus na carne, Deus no homem, a esperança da glória. Foi isso que Cristo lhes revelou, mas eles não quiseram aceitar e O rejeitaram. Quiseram matá-Lo. Eles O denunciaram por blasfêmia diante de Pilatos; mas Pilatos não viu motivo judicial no suposto crime de blasfêmia, já que se tratava apenas de uma violação da lei judaica. Pilatos disse então: "Tomai-O vós outros e julgai-O segundo a vossa lei" [Jo 18:31]. Mas eles disseram: "Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, Ele deve morrer" [Jo 19:7]. Mas eles não podiam sentenciá-Lo à morte sem um decreto da parte do Império Romano. Pilatos disse: "Que farei, então, de Jesus?" Eles disseram: "Seja crucificado" [Mt 27:22]. Pilatos replicou: "Hei de crucificar o vosso rei?" Eles responderam: "Não temos rei, senão César!" [Jo 19:15]. Quando eles responderam assim, não é verdade que, com essas palavras, eles estavam definitivamente rejeitando o Senhor e se unindo a César? Eles tiveram que se unir a César para fazer, contra a verdade de Deus, o que eles não poderiam fazer sem o apoio do poder romano. Quando eles viraram as costas para Deus e deliberadamente O rejeitaram, considerando César como o rei deles, aliando-se, assim, ao poder terreno, mesmo estando frente a frente com o poder de Deus, o que mais, então, o Senhor poderia fazer por eles como povo, como igreja, como nação? Nada. Havia indivíduos na nação, havia indivíduos na igreja que temiam a Deus e nada tinham que ver com toda essa questão. No entanto, aqueles homens, como representantes da nação e da igreja, rejeitaram a Deus. Eles se uniram a César e, na pessoa deles, uniram a nação e a igreja a César, e esta, então, virou as costas para Deus. Assim, Deus nada mais podia fazer por eles como igreja ou nação. A única coisa que Deus poderia fazer, antes que a ruína total e irrecuperável varresse a nação da Terra, era chamar para sair dela aqueles que desejassem recebê-Lo. Então Deus enviou Sua mensagem, Seu evangelho, ao povo daquela época, e houve muitos que saíram dessa igreja apóstata para abraçar o conhecimento de Deus. Ele chamou para fora dela um povo para Seu nome. Por meio do evangelho que Cristo enviou a essa igreja apóstata, os que aceitaram a salvação foram reunidos, e Ele lhes advertiu de que deveriam fugir quando toda a aliança apóstata fosse destruída. Então a pregação do evangelho continuou. Contudo, temos nas Escrituras as profecias que diziam: "O mistério da iniquidade já opera" [2Ts 2:7]"; "Dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" [At 20:30]. Romanos 1:8 menciona que a fé genuína da igreja de Roma era "proclamada" "em todo o mundo". Da mesma forma, quando ela se apostatou, o fato tornou-se notório em todo o mundo. A igreja apóstata se opunha ao sábado do Senhor e estava determinada a destruí-lo e colocar o falso sábado em seu lugar; mas por si mesma não tinha como fazê-lo. O que ela teve que fazer? Para alcançar seu objetivo, uniu-se a César. O que a igreja judaica fez para tirar Cristo do caminho, o Senhor do sábado, foi exatamente o que a apostasia fez para tirar o sábado do Senhor do caminho. Esse fato fez com que ela se tornasse "Mistério: Babilônia, A Grande, A Mãe Das Meretrizes E Das Abominações Da Terra" [Ap 17:5]. Esta é a igreja de Roma. Chegamos então ao tempo da Reforma. Deus chamou as pessoas para saírem de Roma mediante o trabalho de Lutero e outros que o seguiram. Mas cada uma dessas igrejas se uniram a César, seguindo o exemplo da mãe, em todos os lugares possíveis, com exceção da igreja batista de Rhode Island. Todas as demais se uniram a César de acordo com o exemplo da mãe, tornando-se, assim, suas filhas. Surgiu então uma nova república que estabeleceu, por meio da total separação da igreja de qualquer ligação com o Estado, uma nova ordem de coisas, que corresponde à única ordem governamental prescrita pelo Senhor. Dessa forma, graças a seus princípios fundamentais e constitucionais, esta nação não permitiu que nenhuma igreja se unisse com o Estado. E assim ela permaneceu até 1892. No entanto, no ano de 1892, as professas igrejas protestantes nos Estados Unidos da América seguiram o exemplo da apostasia original da igreja de Roma. E a fim de se livrarem do sábado do Senhor e exaltarem em seu lugar o falso sábado, essas igrejas se uniram ao poder terrestre, ao reino dos homens, ou seja, a César. Viraram as costas para Deus, O abandonaram e se uniram a outro senhor. Rejeitaram o poder de Deus e colocaram a confiança no poder e governo humanos. Essas professas igrejas protestantes deram as costas para Deus e se uniram a César da mesma forma que a igreja judaica e a igreja romana que as precederam -- e pelas mesmas razões e pelo mesmo propósito. O que dizer então? Não há dúvida de que essa atitude fez delas filhas de Babilônia, assim como a grande apostasia fez com que Roma se tornasse Babilônia, a mãe. E elas mesmas chegaram a afirmar isso. "A Igreja Católica, a Mãe de todas nós"; e "a Igreja Protestante Episcopal, a bela filha de uma bela mãe" foi o que um destacado periódico presbiteriano publicou, num artigo da autoria de um "Doutor em Divindade" algum tempo atrás. E tanto quanto eu saiba ou tenha visto, nenhuma delas até o momento negou a afirmação. Elas afirmaram isso, e assim é. Até o momento, essas igrejas não haviam se unido aos poderes da Terra. Elas procederam mal de muitas formas; vinham fazendo muitas coisas que não se harmonizavam com o evangelho; elas haviam abandonado a Cristo. Contudo, uma mulher pode deixar seu marido e, mesmo assim, não se unir a outro homem. Nesse caso, ainda há esperança de que ela volte para seu marido. Mas quando ela se une a outro homem, então o que acontece? O abandono fica completo e ela passa a ser verdadeiramente considerada uma adúltera. Ela não pode mais voltar. Embora elas tivessem vagado longe de Cristo, elas ainda não haviam se unido a um outro marido antes de 1892. Nesse ano, elas deliberadamente se uniram a outro marido, a saber, o governo dos Estados Unidos, e apropriaram-se do poder desta nação. Este governo passou a ser seu marido, seu amparo e fonte de socorro em lugar do Senhor. Não são essas igrejas tão apóstatas quanto a própria igreja papal quando ela agiu da mesma forma? Não está completo o quadro de Babilônia com suas filhas? Do que ela é mãe? "Das meretrizes e abominações da Terra" (Ap 17:4, 5). Assim, elas são as filhas -- isso foi dito a respeito delas, e nenhuma das igrejas refutou a afirmação. Então, o que vem em seguida? "Depois destas coisas, vi descer do Céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glória. Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da Terra. Também os mercadores da Terra se enriqueceram à custa da sua luxúria. Ouvi outra voz do Céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados se acumularam até ao Céu, e Deus Se lembrou dos atos iníquos que ela praticou." Observem a sétima praga: "Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto, forte e grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-Se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da Sua ira" (Ap 16:17-19). O que temos então na sequência? O que sobrevém em seguida a Babilônia? Os juízos de Deus. Então, por meio da obra específica da mensagem, o que vem em seguida são as sete últimas pragas -- isso depois que nossa obra, nessa sequência, for concluída. Por meio do testemunho inequívoco da história de como Deus tem lidado com as nações, nossa nação se encontra hoje na mesma situação em que se encontraram as outras nações do mundo quando deram as costas para Deus e se recusaram a procurá-Lo. Sabemos o que aconteceu com elas. E a ruína que esta nação aguarda é tão certa quanto a que sobreveio àquelas nações. E a influência desta nação alcança todo o mundo. Portanto, quando a ruína vier sobre esta nação, ela também virá sobre todo o mundo. A partir do momento em que essas igrejas, cuja missão era apelar para que as pessoas e nações buscassem o Senhor, decidiram seguir o exemplo de apostasia e abandonaram o Senhor e passaram a ensinar os homens a depender do poder terrestre, qual é então o propósito delas no mundo? Nenhum. Então, o que paira sobre as igrejas? Apenas a destruição pelos juízos de Deus. Mas Deus tem um povo nelas, e, antes da queda e ruína final, Deus fará um chamado para que este saia. Mas a mensagem que clama para que esse povo se retire é a mensagem do terceiro anjo, o alto clamor da mensagem do terceiro anjo. Em que ponto nos encontramos então, irmãos? Estamos no tempo do alto clamor. Oh, irmãos, que essa potente voz seja ouvida. Portanto, temos nesta noite três linhas de raciocínio, tão claras quanto as três que vimos na noite passada, que nos confinam a dar a mensagem do terceiro anjo como está escrita. Lerei um trecho que está bem em sintonia com aquele que lemos na noite passada: "Quando o povo de Deus humilhar a alma diante Dele, e individualmente buscar Seu Santo Espírito de todo o coração, ouvir-se-á de lábios humanos um testemunho como o que está descrito neste texto bíblico: 'Depois destas coisas, vi descer do Céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glória'" [Ap 18:1]. Agora deixem-me ler o outro texto diretamente relacionado com esse: "Jesus anseia outorgar o dom celestial em grande medida sobre Seu povo. Orações estão ascendendo a Deus diariamente em favor do cumprimento da promessa, e nenhuma das orações elevadas em fé fica perdida. [Orações estão ascendendo a Deus diariamente em favor disso. As orações de vocês estão entre elas?]. Cristo subiu às alturas, levando cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Quando, após Sua ascensão, O Espírito desceu, conforme prometido, como vento impetuoso e potente, enchendo todo o lugar em que os discípulos estavam reunidos, qual foi o resultado? Milhares se converteram em um dia. Temos ensinado, temos esperado que um anjo deverá descer do Céu e que a Terra será iluminada com sua glória. Nesse tempo, contemplaremos uma colheita de almas semelhante à testemunhada no dia de Pentecoste." "Esse anjo, porém, não desce trazendo uma mensagem suave e agradável, mas palavras com o intuito de agitar o coração das pessoas nos pontos mais profundos. Esse anjo é descrito como estando a clamar poderosamente com potente voz, dizendo: 'Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável.' 'Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos.' Não devemos nós, como agentes humanos, cooperar com os instrumentos divinos na obra de fazer soar a mensagem desse poderoso anjo que deve iluminar a Terra com sua glória?" Em que momento nos encontramos? No tempo do alto clamor da mensagem do terceiro anjo. A mensagem desse anjo deve ir a fim de chamar o povo de Deus para fora de Babilônia. Mas o anjo desce do Céu com grande poder. Não estamos, então, diante da grande necessidade de pedir esse poder que nos cumpre ter, de maneira que sejamos revestidos de poder do alto, o poder que é trazido pelo Santo Espírito de Deus? Não precisamos pedir? [Ouvintes: "Sim"]. Bem, irmãos, continuemos pedindo. Vamos clamar por esse poder e depender completamente dele quando ele vier. Capítulo 5 Sermão 5 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 2 de fevereiro de 1893, p. 108-115. Reconheço que alguns estão começando a ficar um pouco perplexos pelo fato de não fazerem aquilo que combinamos na primeira noite; ou pelo menos não chegaram a tempo para participarem do nosso acordo. Na primeira noite, como vocês sabem, acertamos que nosso guia seria aquele texto das Escrituras, e acreditar no que ele diz: "Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber" (1 Co 8:2, KJV, tradução literal). Alguns que talvez tenham chegado depois de nosso primeiro encontro, e outros que não se lembraram completamente de se ater ao texto, começaram a raciocinar assim: "Bem, todas essas coisas que você apresentou estão claras, mas não vejo como elas se encaixam" nestes e naqueles pontos que mantivemos antes. Não fiquem receosos. Se essas coisas estão claras -- e assim eles afirmam -- então vamos dar atenção a elas. Se elas são novas, não tentem colocar vinho novo em odres velhos. A todos aqueles que estejam pensando que essas coisas são novas, eu digo: Não tentem colocar vinho novo em odres velhos. Vocês não podem fazer isso. Não fiquem preocupados com o que vocês pensavam antes sobre essas coisas. Não estou falando de forma aleatória sobre essas coisas. Eu sei o que estou dizendo, e sei também outras coisas que ainda apresentarei. Se vocês iniciaram os estudos com ideias corretas, tudo irá se encaixar; mas se vocês estão tendo concepções errôneas, nada vai se encaixar. Vamos estudar esses assuntos juntos. Será que apresentei a vocês algum assunto que não corresponde a fatos concretos? [Ouvintes: "Não"]. Tudo o que estamos estudando nesta semana tem que ver com aquele texto específico com o qual iniciamos. Apresentaremos muitos outros temas baseados em textos que ainda não mencionei. Por ora, contudo, estamos estudando este texto: "As pessoas que verão agora o que em breve nos sobrevirá, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, e sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido, recebido e apresentado perante o povo." Até o momento, conseguimos perceber com muita clareza o que está sendo realizado diante de nós, bem como as coisas que nos sobrevirão em breve. Vamos ficar com as coisas que temos e tirar o melhor proveito delas, e o resto tomará conta de si mesmo quando vier. Nesta noite, vou iniciar outro estudo nessa mesma linha de pensamento, ou seja, sobre aquilo que está sendo realizado diante de nós. Vou simplesmente chamar a atenção para os fatos -- coisas que vocês podem ver e coisas que qualquer pessoa do mundo pode ver. Basta ler sobre os eventos comuns do dia a dia conforme descritos nos jornais do mundo. Vocês conseguem ver isso, e todos também conseguem. Será que apresentamos qualquer coisa nesses estudos, relacionada com o que está sendo realizado diante de nós, que nem todas as pessoas conseguem ver? [Ouvintes: "Não"]. Quanto ao que nos sobrevirá, podemos anunciar às pessoas. Elas, naturalmente, podem até não acreditar no que em breve há de acontecer, mas não podem deixar de ver o que está diante delas. No outono passado, fez quatro anos que recebi a incumbência de escrever uma leitura para a semana de oração. O tema era: "Nossa Posição e Obra Atuais". Nesse material, mencionei alguns dos pensamentos a que me referi na outra noite; mas agora quero lhes chamar a atenção para este pensamento em particular, que fundamentará nosso estudo hoje à noite. Eis o texto: "Sob nossa Constituição, tal qual se encontra, a total separação entre igreja e Estado e a perfeita liberdade religiosa, por ela asseguradas, têm sido um farol de progresso para todas as outras nações já há um século. O princípio americano das liberdades e direitos humanos exerceu uma influência irresistível sobre outras nações em todas as partes da Terra. Este é o genuíno princípio do protestantismo, que, em suma, corresponde ao princípio anunciado por Cristo, a saber, que as pessoas devem dar a César somente o que pertence a César, e a Deus o que é de Deus." "Contra esse princípio, o papado tem continuamente mantido a posição de que nenhum Estado poderia existir sem aliança com a igreja -- na verdade, que os Estados existem apenas para apoiar a igreja e agir em seu benefício. É verdade que o princípio americano não foi adotado em sua clareza por nenhuma outra nação; todavia, sua influência tem sido incalculável no sentido de desviar a atenção das pessoas da influência da teoria papal. Mas no momento atual em que as outras nações, em sua perplexidade, estão procurando o apoio de Roma, o papado está se aproveitando disso para reafirmar a teoria papal e alegar que essa conjuntura representa um reconhecimento por parte de líderes e governantes de que a sua teoria é correta." "Agora, diante de tudo isso, e justamente nesse momento -- na realidade, neste exato ano, 1888 -- [Aqui eu mencionei a Emenda Constitucional proposta e o projeto de lei dominical nacional, que na época estava diante da nação, conforme proposto pelo senador Blair. A proposta solicitava que o cristianismo fosse reconhecido como a religião da nação, e o domingo como o descanso sabático. Então continuei como segue:] Quando isso se concretizar, a influência dessa ação em favor do papado será inestimável. Então se poderá dizer que esta nação, com suas grandes reivindicações de liberdade religiosa e sua posição de modelo diante dos governos terrestres, foi impelida a reverter o que se esperava ser a ordem iluminada e a adotar os princípios que a igreja manteve por todo o tempo." "Visto que esta nação tem sido o modelo de liberdade, esclarecimento e progresso a todas as outras, quando seus princípios forem revertidos, quando as liberdades e direitos humanos forem negados, quando a nação retroceder para os princípios do papado da Era das Trevas, e for colocada em ação uma perseguição por motivo de consciência, então a reação sobre outras nações será de tamanha magnitude que as reivindicações e poder do papado serão infinitamente confirmados e engrandecidos." "Assim se cumprirá este texto da Escrituras: 'Adorá-la-ão todos os que habitam sobre a Terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida' [Ap 13:8]. Dessa forma, será concedido ao papado poder para guerrear contra os santos de Deus, conforme descrevem as Escrituras: 'Este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino' (Dn 7:21, 22)." Na época, eu não tinha encontrado esta passagem que lerei agora, extraída da obra de Schaff "Igreja e Estado". O Dr. Philip Schaff, tendo vivido na Europa e sendo natural de lá, chegou a este país quando adulto. Tendo feito seus estudos de pós-graduação em universidades europeias, o que lhe deu um conhecimento sobre questões europeias superior ao que qualquer outra pessoa possa ter nos Estados Unidos, e tendo chegado em nosso país e se inteirado sobre as questões norte-americanas num nível considerável, ele escreveu o seguinte em sua obra "Igreja e Estado nos Estados Unidos", na página 83: "Concluindo, cabe-nos analisar brevemente a influência do sistema americano sobre outros países e igrejas no exterior." "No contexto da presente geração, o princípio de liberdade religiosa e igualdade, acompanhado de um afrouxamento do vínculo de união entre igreja e Estado, tem alcançado um progresso firme e irresistível entre as principais nações da Europa e tem sido claramente incorporado, em maior ou menor grau, em constituições escritas." [...] "A bem-sucedida obra do princípio de liberdade religiosa nos Estados Unidos tem estimulado esse avanço sem qualquer interferência oficial. Todos os defensores do princípio voluntário [relacionado à manutenção das igrejas e da religião] e da separação entre igreja e Estado na Europa mencionam o exemplo deste país como o argumento prático de maior peso que possam apresentar." Pastor Lewis Johnson: Sabemos que esse é o caso na Escandinávia. Pastor Jones: Sim, essa influência está disseminada em toda a Europa. Mas o que queremos é que seja assim neste país, pois esta é a influência que o país teve até o momento. Isto, a fim de saber qual será a influência de nossa nação agora que ela retrocedeu e está seguindo numa direção oposta. Esta é a declaração do Dr. Schaff quanto aos princípios do papado em relação com o império germânico, em 1871: "O Tratado de Westphalia de 1648 confirmou os direitos iguais das duas igrejas em disputa. O papa, porém, nunca consentiu nem mesmo com essa tolerância limitada e sempre protestará contra ela. A bula papal "Syllabus" de 1864 condena a tolerância religiosa e a coloca entre as 80 heresias da presente era. A Igreja Romana não reconhece nenhuma outra igreja, e não pode coerentemente fazê-lo. Ela não admite nenhuma fronteira nacional ou geográfica e, de sua sede no Vaticano, proclama-se a 'vice-gerente de Deus na Terra'. Naturalmente, ela se vê obrigada a submeter-se, mas o faz com protesto" (p. 91, 92). Com base no que acabamos de ler, vemos que os princípios do papado são diretamente opostos aos princípios da Constituição dos Estados Unidos. Lerei algumas outras passagens relacionadas com os princípios papais. As citações são da obra "Rome and the Newest Fashions in Religion" [Roma e as Mais Novas Modas na Religião], de Gladstone e Schaff. Na página 113 lemos que o papa declara como erro -- e consequentemente condena -- a afirmação de que: "Todo homem é livre para aceitar e professar a religião que ele crê ser verdadeira, guiado pela luz da razão." A igreja de Roma considera essa declaração um erro. Contudo, esta é a doutrina do governo dos Estados Unidos. Esta é a doutrina da Constituição dos Estados Unidos. Outra declaração considerada erro e condenada por Roma é a de que: "A igreja não tem o poder de fazer uso da força ou de qualquer poder temporal direto ou indireto" (p. 115). Esse é um erro condenado pela Igreja Católica. Esta, contudo, é a doutrina da Constituição dos Estados Unidos. É um princípio fundamental do governo dos Estados Unidos o fato de que as igrejas não têm nada que ver com assuntos do governo. Outro erro condenado pelo papado é a afirmação de que "a igreja deve estar separada do Estado e o Estado da igreja" (p. 123). Todas essas declarações são consideradas erros pela Igreja Católica. Mas tudo isso expressa a essência doutrinária da Constituição dos Estados Unidos, conforme seus idealizadores a estabeleceram e definiram que assim fosse. E não preciso mostrar mais nada como evidência de como os princípios do papado são claramente antagônicos aos princípios da Constituição do governo dos Estados Unidos. Há outra citação que gostaria de ler. Trata-se da declaração do papa Leão XIII de 1891 referente à autoridade da igreja e suas prerrogativas. Na página 868 da obra "The Two Replubics" [As Duas Repúblicas], escrevendo para o mundo inteiro sobre condições trabalhistas e as dificuldades entre trabalho e capital, governo e proletariado, etc., ele afirma: "É a igreja que proclama, com base no evangelho, os ensinos por meio dos quais o conflito pode chegar a um fim, ou pelo menos se mostrar o menos amargo possível. A igreja usa seus esforços não apenas para iluminar a mente, mas para dirigir, mediante seus preceitos, a vida e a conduta dos homens; [...] e age com base no firme ponto de vista de que, para esses propósitos, ela deveria recorrer, no devido grau e medida, à ajuda da lei e da autoridade de Estado." Essa é a mais recente doutrina da igreja papal, oficialmente declarada; e, como ocorre com as demais, está em completo antagonismo com a doutrina da Constituição dos Estados Unidos conforme registrada ali e intencionada por seus idealizadores, e não conforme o que a Suprema Corte dos Estados Unidos quis que ela significasse, em 29 de fevereiro de 1892. O fato é que a influência de nosso governo sobre as outras nações tem sido no sentido de afastá-las do papado e de afastá-las da doutrina do papado. E, conforme as palavras do Dr. Schaff, essa influência tem sido "firme e irresistível". No entanto, com a decisão da Suprema Corte, de 29 de fevereiro de 1892, e na legislação do Congresso que reconhece e estabelece o domingo como o sábado cristão, o governo dos Estados Unidos reverteu essa conjuntura. A Constituição deixou de ser considerada e foi passada por alto completamente. O governo dos Estados Unidos se encontra no momento nas mãos de uma hierarquia, que, a fim de cumprir seu propósito, deu as mãos, de modo específico, ao papado. Bem, quanto à influência que isso terá sobre as nações, permitam-me ler algo que está no testemunho publicado na edição núm.[1] do Boletim, no topo da página 16. Ele toca nesse assunto que estamos considerando nesta noite, e ali o Senhor nos diz qual é a consequência desse revés na ordem original prevalecente neste governo: "Quando a América, a terra da liberdade religiosa, unir-se ao papado para forçar a consciência dos homens a honrar o falso sábado, as pessoas de cada país do globo serão levadas a seguir o exemplo dela." Irmãos, qual é a extensão da influência desta nação agora que ela retrocedeu? Ela atingirá cada nação do globo. Qual foi o resultado do retrocesso que ocorreu nesta nação? A formação da imagem da besta. Bem, diante desse fato e de outras lições que já aprendemos, estamos diante da realidade de que cumpre-nos fazer soar aquela mensagem com suas palavras e termos exatos. Até onde essa mensagem deve ir? A toda nação, e tribo, e língua e povo. Assim, já que esta nação, devido a seu retrocesso, levará todas as nações do globo na direção errada, ou seja, de volta para os princípios do papado, chegou o tempo então para que a mensagem do terceiro anjo alcance todas as nações do globo. Essa é a mensagem para o momento. Vocês estão prontos para ir? Se essa é a mensagem que deve ser pregada ao mundo, não convém que todos os que professam essa mensagem fiquem de prontidão para ir aos confins da Terra quando Deus os chamar? A influência do que aconteceu neste país será no sentido de levar as nações do globo de volta ao papado. A obra da mensagem do terceiro anjo é advertir as nações da Terra contra a adoração do papado e dessa imagem dele, o qual nos conduz de volta ao papado. Assim como é certo que essa influência há de alcançar todas as nações do globo, igualmente certo é o fato de que essa advertência deve ir a cada nação do globo. Portanto, será considerado infiel todo aquele que recuar diante do chamado divino para ir a qualquer lugar do globo, deixando de cumprir seu dever de proclamar a mensagem que Deus nos confiou por meio da mensagem do terceiro anjo. Não concordam? Então, temos diante de nós a necessidade de nos consagrar com uma intensidade tal qual nunca houve entre os adventistas do sétimo dia. Precisamos de uma consagração que esteja disposta a colocar nas mãos de Deus família, propriedade e tudo o mais, de maneira que Deus possa nos chamar e nos enviar -- ou fazer uso de nossos recursos -- para onde quer que Sua vontade indicar. Vocês estão prontos? Não chegou o tempo de estarmos prontos? Pastor C. L. Boyd: Sim, todos estão prontos, irmão Jones. Pastor Jones: Ótimo! Mas precisamos refletir sobre esse assunto. Fui compelido a dizer hoje a um irmão, enquanto conversávamos, que os acontecimentos atuais colocam sobre a fé genuína um peso de responsabilidade maior do que o que já tivemos de suportar até o momento. Na verdade, temos que nos olhar, por assim dizer, no espelho e dizer a nós mesmos que estamos diante do fato irrefutável e concreto de que as sete últimas pragas serão derramadas muito em breve, que devemos trabalhar tendo em vista essa realidade, e que a volta do Senhor vem em seguida das sete últimas pragas -- e sabemos que, com a vinda do Senhor, chega o fim deste mundo. Encarar os fatos assim e dizer a mim mesmo essas coisas -- eu digo a vocês: isso pesa muito sobre a pessoa. Pesa muito sobre mim. Bem, irmãos, tudo o que posso lhes dizer é que deixemos que pese. Preciso lhes falar sem rodeios. Gostaria de suavizar se pudesse. Não falaria mais nesse assunto se pudesse. Mas pesa sobre o próprio âmago da fé de uma pessoa. Esse é o fato. Irmãos, deixem que isso pese, até que sejamos completamente esvaziados do eu e nos unamos inteiramente a Jesus Cristo. "Quando a América, a terra da liberdade religiosa, unir-se ao papado para forçar a consciência dos homens a honrar o falso sábado, as pessoas de cada país do globo serão levadas a seguir o exemplo dela. Nosso povo não está nem meio desperto para realizar tudo o que podem com os recursos a seu alcance para fazer propagar a mensagem de advertência ao mundo. Novas igrejas devem ser construídas e novas congregações, organizadas. Que a luz brilhe em todas as terras e diante de todos os povos." Espero que o irmão Robinson consiga tudo o que ele solicitou para edificar a obra em Londres. Espero que a irmã White consiga tudo o que ela solicita para edificar aquela igreja na Austrália. Digo o mesmo em relação ao irmão Chadwick e todos os demais que fazem seus apelos. Afinal de contas, por quanto tempo nossas propriedades terão algum valor, levando em conta que as sete últimas pragas logo sobrevirão? Que valor elas terão? Que bem elas poderão realizar quando as sete últimas pragas caírem? Que utilidade terão? Mas essa é a grande questão. Quando reconhecermos com convicção a presente situação e não negarmos os fatos, a saber, que as sete últimas pragas estão prestes a cair e que o acontecimento que imediatamente se segue é a volta do Senhor, isso vai pesar sobre o próprio âmago de nossa fé. Trará à tona o que se encontra em nós. Se uma pessoa tem, de fato, confiança na mensagem, isso o revelará. E haverá abundância de recursos. Não me sinto nem um pouco preocupado com a questão de recursos. Se os adventistas do sétimo dia que têm recursos não se consagrarem ao Senhor e não permitirem que Deus faça uso de seus recursos, Ele conseguirá meios em outro lugar. Ele chamará outras pessoas. Irmãos, a pior coisa que pode acontecer a um adventista do sétimo dia com recursos é o fato de Deus ter que deixá-lo de lado e encontrar alguém que possa suprir o que for necessário. Não há neste mundo pessoa em pior condição do que um adventista do sétimo dia deixado sozinho a seguir seu rumo. Chegamos a um momento em que Deus deseja que usemos tudo o que possuímos. E quando crermos nisso, Deus fará uso de nossos meios e de nós mesmos. Assim, Sua obra logo será realizada e não mais haverá necessidade de recursos. Essa é a situação atual. Do modo como este governo era, ele conduzia as nações para longe do papado. Do modo como este governo é agora, ele conduz a todos após si a voltar ao papado. E o papado está consciente desse fato. Consciente disso, ele está trabalhando tendo em vista exatamente esse propósito, e tem seus dedos, ou melhor dizendo, tem todo o braço dedicado a essa obra, e está começando a controlar o governo segundo seus interesses. Tudo o que o protestantismo é hoje nos Estados Unidos -- e tudo o que essas igrejas que trabalharam em favor do decreto dominical representam -- não passa de um instrumento nas mãos do papado. Quantos de vocês já assistiram a uma apresentação de marionetes como o show Punch e Judy? [Muitos dos ouvintes levantaram a mão]. Aqueles pequenos bonecos que saltam para frente e para trás, sacudidos para cima e para baixo, para um lado e outro, são manipulados por alguém por detrás da cortina. Você não consegue ver a pessoa. Esses fantoches sacudidos em todas as direções representam exatamente o que essas igrejas protestantes são atualmente nas mãos do papado. Ele está nos bastidores, atrás da cortina. Ele manipula os fios e, por assim dizer, dispara o gatilho. Esses protestantes, em sua cegueira, pensam estar fazendo grandes coisas para si mesmos; contudo, não passam de marionetes nas mãos do papado, que opera a seu bel prazer sobre este governo, e por meio dele, com um impacto em todo o mundo. Chegou o momento de dizer ao povo a realidade dos fatos. Mas quando a mensagem é soada e os adverte sobre isso, ela diz que "caiu Babilônia" e que eles devem sair dela, se quiserem escapar das pragas. E quando as pessoas são chamadas a se retirar dela, para onde podem ir? Todo o mundo está sob o controle do papado, com exceção da mensagem do terceiro anjo, graças a Deus! Esta nunca estará sob o controle do papado! Deus seja louvado! Todo o mundo está sob o controle do papado e de seus princípios. Ao serem chamados para se retirarem dele, qual é o único lugar onde podem se refugiar? Na mensagem do terceiro anjo, conforme dada por Deus. Irmãos, vivemos no momento mais solene jamais visto pelo mundo. Convém que nós, que vivemos nesse grandioso momento da história, nos consagremos a Deus! Em outro momento, lerei uma declaração que se encontra no volume 4, afirmando que uma grande quantidade de ministros se voltarão para a verdade da mensagem do terceiro anjo sob o "alto clamor". Quando muitos dos ministros que no momento pensam que esta obra em favor do decreto dominical, e tudo o mais relacionado, está correto -- eles não enxergam o que está por detrás --, quando o papado começar a mover-se um pouco mais abertamente, eles se afastarão de toda essa movimentação; eles cortarão os laços com essa obra. Mas para onde podem ir? Para a mensagem do terceiro anjo. Graças ao Senhor! Quero lhes dizer, irmãos, que o poder de Deus vai realizar algo prontamente. Oh! Que possamos entregar tudo a Ele para que isso aconteça! Permitam-me ler os objetivos do papado usando suas próprias palavras. A citação se encontra no jornal Sun de Nova York, de 11 de julho de 1892 -- e se existe um periódico católico oficial nos Estados Unidos, este é o Sun de Nova York. Não se esqueça disso. Não que o Sun seja circulado declaradamente como jornal católico, mas o fato é que ele é. Esse periódico tem um correspondente em Roma, no Vaticano, um sacerdote, cujo nome não sei. Ele não assina seu nome, mas usa um pseudônimo. Tenhamos em mente que mensagens que chegam ao Sun de Roma são sempre diretas ao ponto. Digo, portanto, que o Sun, para todos os efeitos, representa o papado e a Igreja Católica neste país mais do que os veículos mais católicos de comunicação, com exceção, talvez, do periódico do cardeal Gibbons. Vou ler a carta escrita diretamente pelo correspondente do Sun em Roma no último verão. Ela se intitula "O Papado e a Nacionalidade, o Papa Leão e os Estados Unidos". Depois de mencionar sobre certas hierarquias na Igreja Católica, bispos, arcebispos, etc., e sobre seus alvos nos Estado Unidos, a carta diz: "Leão XIII, porém, tem uma meta ainda mais elevada. Seu apelo para uma unificação nacional se fundamenta em uma concepção tradicional da Santa Sé. Segundo a visão do papa, os Estados Unidos chegaram a um período em que se torna necessário efetuar a fusão de todos os elementos heterogêneos para que a nação seja um corpo homogêneo e indissolúvel. Estadistas estão preocupados, e com razão, com a multiplicidade de forças centrífugas que ameaçam a república com a desintegração. Há inimigos que fazem uso desse perigo latente para acusar os católicos estrangeiros de terem a tendência de formar um Estado dentro do Estado. É por essa razão que o papa deseja que os católicos se mostrem os mobilizadores mais esclarecidos e devotos em favor da unidade nacional e da assimilação política. Alguns incidentes deram uma aparência ruim à lealdade de alguns grupos estrangeiros. Toda a dúvida sobre esse assunto deveria desaparecer. A igreja sempre foi a colaboradora competente de todos os povos na obra da unidade nacional. Foi ela que constituiu, por meio dos esforços de papas e bispos, as grandes entidades políticas e as grandes organizações nacionais. As raças mais unidas e as populações mais sólidas, do ponto de vista político e nacional, são aquelas que mais profundamente sentiram a ação salutar do papado e da igreja. A França é o exemplo típico dessa lei da história. Se a Itália, na Idade Média, não tirou vantagens desse benefício incomparável, não foi porque os Estados enciumados interferiram na obra de unificação empreendida pela igreja e os pontífices romanos?" "A América sente a urgente necessidade dessa obra de fusão interna. Formada por um mosaico de raças e nacionalidades, ela quer ser uma nação, uma entidade coletiva que seja forte e unida. O que a igreja fez no passado em favor de outras nações, ela fará em favor dos Estados Unidos." [...] "Essa é a razão por que a Santa Sé estimula o clero americano a proteger com zelo a solidariedade e o trabalho em prol da fusão de todos os elementos estrangeiros e heterogêneos para que a nação se torne uma vasta família nacional. A igreja americana fornece, e deve fornecer, no momento atual, a prova de que o cristianismo constitui a escola do patriotismo e do sentimento nacional. Ao continuar a favorecer essa obra de unificação, ela moldará a grandeza dos Estados Unidos e demonstrará até que ponto a religião e a igreja são os geradores da independência política e patriótica." "Visto que o perigo iminente para os Estados Unidos reside no fracionamento da república em partidos centrífugos e hostis, os católicos se erguerão, por meio de sua cooperação no processo de concentração nacional, como os melhores filhos da terra e os defensores da unidade política. O papa imprimirá sobre todos o lema E pluribus unum, que se aplica ao assunto que estamos tratando." "Finalmente, o papa Leão XIII deseja ver força nessa unidade. Como todas as almas intuitivas, ele reconhece que nos Estados americanos unidos e em sua jovem e florescente igreja se encontra a fonte de uma nova vida para os europeus. Ele quer que a América seja poderosa, a fim de que a Europa retome sua força ao apropriar-se de um modelo rejuvenescido." Quero lhes dizer algo mais agora, irmãos: quando as coisas chegam a esse ponto no governo dos Estados Unidos, a ponto de o papado dar-se ao luxo de apresentar seus propósitos e intenções com toda essa clareza, devo lhes dizer que elas praticamente foram longe demais. O papado não fala abertamente sem antes ter a certeza de que possui a vantagem. Ele sempre trabalha às escondidas e secretamente, até que chegue o momento de se erguer; e isso ele não faz antes que esteja pronto. A partir do momento em que as coisas nos Estados Unidos se mostram de tal forma sob o controle do papado que ele chega a falar desse modo aberto ao povo dos Estados Unidos, podemos saber então que a situação está do agrado do papado. "A Europa está observando de perto os Estados Unidos. Certas coisas ali podem amedrontar algumas pessoas, mas a atração geral é invencível. Bryce, Claudio, Fanet, Carlies e todos os historiadores e jornalistas se dão conta desse fato. De agora em diante, vamos precisar de autores que adotem o seguinte parâmetro: 'Do que podemos nos apropriar e do que deveríamos nos apropriar dos Estados Unidos para o benefício de nossa reorganização social, política e eclesiástica?'" Até 1892, o que alguma nação europeia, ou qualquer outra nação, poderia tomar para si deste governo no sentido de reorganização eclesiástica? Nada. Que relação tinha este governo com questões eclesiásticas? A Constituição tinha um compromisso absoluto contra qualquer coisa do tipo. Agora, porém, desde que a Constituição foi ignorada, o papado pode começar a perguntar: "O que podemos aproveitar dos Estados Unidos para beneficiar nossa reorganização eclesiástica?" O fato, porém, é que o exemplo já foi dado, a ação já foi tomada, de modo que o papado pode se apropriar do exemplo e da influência dos Estados Unidos para levar a efeito a reorganização eclesiástica na Europa e em todas as outras nações. E ele está fazendo isso. Ele está neste momento se aproveitando dessa situação e a usando para seus propósitos. "Do ponto de vista específico do papa, 'Que exemplos esses americanos católicos estão nos dando?' O problema é complexo, impreciso e múltiplo; contudo, todas as mentes fortes e de visão ampla estão sendo cativadas pelo que estão presenciando." "A resposta depende, em grande medida, do desdobramento dos destinos americanos. Se os Estados Unidos conseguirem solucionar os muitos problemas que nos deixam perplexos, a Europa seguirá o exemplo deles; e essa expansão de luz será um marco na história não somente dos Estados Unidos, mas de toda a humanidade. Res vestra agitur [O assunto lhe diz respeito] é o que poderíamos então dizer aos americanos. É por essa razão que o santo padre, ansioso pela paz e vigor, colabora com paixão na obra de consolidação e desenvolvimento dos assuntos americanos. Segundo ele, a igreja deveria ser o crisol escolhido para modelar e assimilar as raças em uma família unida. E essa é a razão especial por que ele trabalha em prol da sistematização dos assuntos eclesiásticos, de maneira que este distante membro do cristianismo possa infundir novo sangue no velho organismo." Irmãos, será que é possível alguém fechar os olhos para o que está ocorrendo diante de nós e até mesmo para o que está ocorrendo diante de todo o mundo? Vocês conseguem ver o que está acontecendo diante de nós? Estamos conscientes do que em breve nos sobrevirá em decorrência do que está tendo lugar? O papado não somente proclama seu propósito, mas ele corre atrás dele com rapidez, desferindo um golpe ousado para tornar seu plano efetivo. Quanto àquele representante especial do papa, àquela Delegação Apostólica "permanente", recentemente estabelecida neste país, o que isso significa? O monsenhor Satolli chegou a este país como representante pessoal do papa para assistir aos eventos de abertura da Feira Mundial -- uma boa desculpa. Oficialmente falando, ele veio como qualquer outro que viria em missão especial. Mas quando chegou aqui, então foi necessário que ele ficasse por mais tempo, provisoriamente como delegado do papa. Houve, no entanto, um partido de oposição na igreja católica que começou a dizer: "Nós não o queremos". O papa então simplesmente o estabeleceu definitivamente. Vejam o relato do fato publicado no Sun de Nova York de 15 de janeiro de 1892: Roma, 14 de janeiro. O papa decidiu estabelecer uma delegação apostólica permanente nos Estados Unidos, e nomeou o monsenhor Satolli como o primeiro delegado. O Vaticano considera que essa decisão é uma resposta suficiente à oposição feita contra o monsenhor Satolli e sua missão. A Propaganda1 tornará disponíveis, por meio do reverendo F. Z. Rooker, os documentos que legitimam o novo poder conferido ao monsenhor Satolli como delegado permanente. Afirma-se que o papa Leão está imensamente interessado pela situação na América e desejoso de colocar um fim nas diferenças eclesiásticas que ali existem. Com esse propósito, o papa está preparando uma encíclica ao bispado americano, recomendando harmonia e união. Washington, 14 de janeiro. O monsenhor Satolli, o delegado papal, recebeu hoje na Universidade Católica o seguinte telegrama do Dr. O'Connell, o secretário americano do Departamento de Relações Públicas, o qual acompanhou o monsenhor Satolli a este país e retornou recentemente a Roma: Roma, 14 de janeiro de 1893 Monsenhor Satolli: A delegação apostólica está permanentemente estabelecida nos Estados Unidos, e fica confirmada sua posição como o primeiro delegado. O'Connell, Recebemos também aqui uma informação que confirma o anúncio de que o reverendo F. Z. Rooker, de Albany, havia sido oficialmente nomeado secretário da delegação apostólica. Fomos informados ainda que ele havia partido de Roma em direção a Nova York e certamente era o portador da bula papal que criou a delegação e confirmou todos os poderes do monsenhor Satolli. St. Paul, 14 de janeiro. Quando interrogado sobre a instituição de uma delegação apostólica nos Estados Unidos, nesta tarde, o arcebispo Ireland afirmou: 'Sim, uma delegação apostólica permanente foi estabelecida nos Estados Unidos, e o monsenhor Satolli foi nomeado o primeiro delegado apostólico. O decreto foi emitido em Roma na noite passada. Eu mesmo recebi um telegrama diretamente da Cidade Eterna a esse respeito. Sinto-me muito alegre. As controvérsias que têm agitado os católicos americanos já faz algum tempo acabaram e a paz reinará. "O monsenhor Satolli veio a este país como Delegado Papal -- termo que indica uma missão temporária e poderes relativamente limitados. Objeções foram imediatamente levantadas contra ele em certas regiões. Sua autoridade foi questionada ou negada, exigiu-se que retornasse, e sua missão declarada um fracasso. Diante de todas essas reclamações, o papa fornece uma resposta rápida e efetiva. Ele declara que teremos uma delegação apostólica permanente nos Estados Unidos. Sua satisfação com o trabalho realizado pelo delegado é tão grande que o papa, em amplo reconhecimento dos direitos do monsenhor Satolli, o nomeia como o primeiro delegado apostólico." "Leão XIII é um homem de firme caráter: a oposição fortalece sua determinação. Tudo o que ocorreu desde a chegada do monsenhor Satolli demonstra com mais nitidez a necessidade de um representante do papa revestido de poderes bem definidos e extensos. Para os católicos, Roma é o supremo tribunal; mas Roma está muito distante. Uma mão próxima se faz necessária para que possa, a qualquer momento, se erguer e pedir que o mar se acalme. Se alguns homens estavam procurando o meio mais eficiente para tornar patente diante de todos a necessidade de um delegado na América, eles não poderiam ter adotado, como prova de sua tese, argumentos mais efetivos do que o método que, de fato, vêm seguindo. Sejamos gratos a Deus por tudo que tem sido realizado." "A Igreja Católica na América se encontra agora completamente organizada e está vestida com o manto de perfeita estatura. Ela tem em seu próprio território uma suprema corte -- uma ramificação do Tribunal de Apelação de Roma. Sua vida deriva deste último, mas com poderes inerentes para ação imediata. Temos aqui um governo doméstico para os católicos americanos, dentro dos limites que católicos fora de Roma possam ter governo próprio. Além de nossa própria energia e inspiração, teremos em todos os nossos empreendimentos a pronta direção e estímulo, como nunca antes, da soberana cabeça da igreja. Os católicos terão uma percepção mais clara do que a unidade da igreja e a supremacia papal significam. Uma autoridade distante definha, às vezes, ao nível de uma teoria especulativa ou de um belo ideal, mas a autoridade presente corresponde a um teste vivo. Ela testa a obediência de uma pessoa e, ao mesmo tempo, acrescenta nova força para o bom proceder." "No que diz respeito ao país como um todo, o povo americano receberá com alegria o reconhecimento de que o importante elemento religioso católico na América recebeu uma nova glória e passará a ter uma vida mais fortificada." "Além disso, uma familiaridade mais próxima com as operações do papado será interessante e salutar, pois contribuirá para dissipar muitos antigos preconceitos. O papado aparecerá a todos nós em sua verdadeira luz, como instituição em esplêndida harmonia com as aspirações da democracia moderna, pronta a acelerar a marcha de tudo o que é útil, bom e enobrecedor no progresso moderno. As nuvens do antigo e ultrapassado conservadorismo, pretensamente pairando sobre o trono de Pedro, existem apenas no turvo rio do preconceito religioso ou nos mais sombrios recônditos de mentes estreitas e vendadas." "Isso não existe no Vaticano. No mundo de hoje, a mente mais perspicaz e liberal que existe é a do papa Leão. O coração mais manso e generoso é o seu. Nem católicos nem protestantes da América o conhecem suficientemente. Cabe a todos estudá-lo. É dever especial dos católicos aproximar-se mais dele e seguir com maior lealdade sua direção espiritual." Há outras coisas que aconteceram relacionadas com a questão de dinheiro público destinado às igrejas. A igreja católica está recebendo praticamente toda essa verba no momento, pois os metodistas, batistas e episcopais se recusaram a continuar recebendo dinheiro do governo. E importantes ministros da igreja presbiteriana estão tentando convencer essa igreja a se recusar a receber dinheiro do governo. Em breve, portanto, a Igreja Católica será praticamente a única a receber dinheiro dos cofres públicos, uma quantia equivalente a quase 400 mil dólares por ano. Será que os protestantes ficarão apenas observando, permitindo que os católicos usufruam desse dinheiro, sem mobilizarem uma grande oposição contra isso? Mas tal protesto de nada adiantará. Se protestarem com base no argumento de que a ação é inconstitucional, a Igreja Católica pode simplesmente responder: "Esta é uma nação cristã". De fato, a Suprema Corte decidiu que esta é uma nação cristã. E para provar o fato, a Suprema Corte citou o decreto de Fernando e Isabel, cuja única religião era a católica, os quais enviaram Colombo, que era católico, para descobrir novos mundos, a fim de levá-los a Deus e à religião cristã. E a única religião que Fernando, Isabel ou Colombo tinham em mente e com a qual tinham alguma relação era a religião católica. Quando a Suprema Corte cita esse decreto para provar que esta nação é cristã, temos uma prova de que ela é uma nação cristã católica. Esse é o argumento a que a Igreja Católica pode recorrer, e os protestantes não podem, com sucesso, refutá-lo. Os protestantes não podem negar a constitucionalidade do argumento, pois eles usaram a decisão da Suprema Corte em favor de seus próprios interesses, em favor de seus próprios objetivos na legislação dominical. Eles endossaram a decisão como legítima. E pelo fato de terem usado a decisão em favor de seus próprios objetivos, eles não podem retroceder nessa questão quando o papado a usa em favor de seus próprios objetivos. Nunca no passado algo ficou tão preso numa armadilha como os protestantes na América; e a única maneira de poderem escapar da armadilha é permitir que o Senhor Jesus Cristo os livre desse ato iníquo por meio da mensagem do terceiro anjo. Não chegou o momento de eles receberem essa mensagem? Os católicos conduziram a última campanha relacionada exatamente com essa questão. O presidente Harrison, durante toda a sua administração, procurou interromper o programa de apropriação de verbas para as igrejas. A Igreja Católica fez oposição a seus esforços em todo o tempo de sua administração. Ela tentou impedir sua nomeação em Minneapolis, mas fracassou. Então, quando Cleveland foi nomeado, ela usou toda a sua influência em favor de Cleveland, e ele foi eleito.[2] O presidente Harrison tentou interromper a alocação de verbas, mas não conseguiu, e foi obrigado a confessar através do senador Dawes na tribuna do Congresso que isso seria impossível. Bem, se foi impossível interromper esse programa por uma administração completamente contrária a ele, que possibilidades existe de que isso aconteça na gestão de uma administração que iniciou o programa, que o favorece e que recebeu o apoio da Igreja Católica precisamente quanto a esse ponto? Assim, nas mãos de quem se encontra hoje o governo dos Estados Unidos? Nas mãos da Igreja Católica, que exercerá seu controle ali a despeito de tudo o que os protestantes vierem a fazer. Ela nunca teria conseguido isso se os protestantes tivessem sido de fato protestantes e não tivessem caído no jogo dela. O falso protestantismo traiu o governo dos Estados Unidos, estabelecido com base em princípios divinos, e o entregou às mãos do papado; e ali ficará não importa o que os protestantes possam fazer ou falar. Temos aqui uma mensagem enviada hoje pelo irmão Conradi, extraída de um jornal da Alemanha. Trata-se da postura presunçosa que a Igreja Católica está adotando no momento com relação à Alemanha. Esse país, como vocês sabem, é o grande modelo de nação protestante na Europa. A citação a seguir foi extraída de um periódico católico; portanto, representa a voz dos católicos sobre essa questão. "Os jornais católicos na Alemanha declaram abertamente que em breve o poder estará em suas mãos, e a Alemanha retornará à fé católica. Quando dois milhões e meio de dólares foram destinados para a construção de uma catedral protestante em Berlim, os católicos não viram nenhum problema nisso, pois logo ela se tornaria católica de qualquer forma." Essas coisas estão ocorrendo diante do mundo, o mundo as observa e as interpreta. Irmãos, será que Deus não nos deu uma palavra de advertência sobre esse assunto? Falando do papado no Grande Conflito, página 580, num capítulo que fala sobre o caráter e propósitos da igreja de Roma, é dito: "Ela sabe ler o futuro". Se ela, com a luz proveniente apenas da sabedoria que Satanás pode dar -- uma sabedoria acumulada apenas por meio de sua ímpia experiência e de sua própria história --, se ela, por esse meio, pode ler o futuro, não convém que o povo com quem Deus Se comunica também saiba ler o futuro? Temos diante de nós os eventos, bem como a mensagem de Deus. Sabemos que esta nação se desviou no presente dos princípios dados por Deus. Foi por meio desses princípios que os Estados Unidos influenciaram irresistivelmente as nações a se afastar do papado. Esta mesma nação está usando agora sua influência para fazê-las voltar ao papado. Tal ação eleva o papado à mais alta posição que ele jamais ocupou nesta Terra. E nessa posição ele cumpre as palavras que se encontram em Apocalipse 18:7, que fala de Babilônia: "[Ela] diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto nunca hei de ver!" As nações com as quais Babilônia -- o papado -- havia se unido em matrimônio, uma a uma, desde a época de Napoleão, foram se afastando dela, até que nenhuma mais se encontra ao seu lado, e, assim, ela se senta desolada, como uma viúva, sem nenhum esposo dentre os que ela havia se unido todos esses anos. O que acontece então? Surge a mais grandiosa nação, a mais jovem de todas, e se coloca diante do mundo defendendo com vigor os princípios que Deus estabeleceu para as nações; e nessa posição estava exercendo influência sobre todas essas nações, deixando Babilônia cada vez mais desolada. Então, ciente disso, ela lança palavras lisonjeiras sobre esta nação para seduzi-la a aceitar seus princípios e a cometer fornicação e adultério com ela. E por meio de um protestantismo falso e apóstata, ela foi bem-sucedida. O fato de ela conseguir unir esta nação a si mesma implica que todas as outras nações retornam para ela; e ela está tão feliz com tudo isso que ela se gloria, vive regaladamente e, com júbilo, parabeniza a si mesma, afirmando: "Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto nunca hei de ver!" O que vem em seguida? "Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou" (Ap 18:8). Então, todos esses eventos, todas essas ações praticadas pelo papado, nos colocam face a face com os juízos de Deus sobre as nações da Terra. E podemos ver o que nos sobrevirá por meio do que está transcorrendo diante de nós. Não chegou o tempo de começarmos a dizer às pessoas que não sabem dessas coisas que essas coisas são de fato assim? Não chegou o tempo? Alguns estavam dizendo: "Ora, me parece que não posso mais pregar um sermão ou dar um estudo bíblico, como fazia no passado, sobre os Estados Unidos na profecia". Graças a Deus! Graças a Deus que vocês não podem mais. Graças a Deus que vocês sabem, de fato, onde os Estados Unidos se encontram agora na profecia, e que vocês não podem usar nenhuma abordagem antiga e ultrapassada. Queremos os Estados Unidos na posição que ocupam agora na profecia. É essa a necessidade. Será que vocês não podem dar essa mensagem? [Ouvintes: "Sim"]. Será que as pessoas não conseguem enxergar que as coisas são de fato assim? Quanto a elas crerem ou não no que sobrevirá, não é a questão. Elas só poderão negar que isso é um fato se deixarem de lado sua razão e o que estão vivenciando. "Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou" (Ap 18:8). Mas que fogo é esse que a consome? "Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca e o destruirá pela manifestação de Sua vinda" (2Ts 2:8). "Porque o nosso Deus é fogo consumidor" diante da iniquidade (Hb 13:29). Graças ao Senhor que Ele é. Mas, irmãos, Ele é uma salvação gloriosa àqueles que estão livres da iniquidade. Que Ele nos purifique da iniquidade agora, de maneira que, quando Sua glória se manifestar, não sejamos consumidos, mas sejamos transformados em Sua própria gloriosa semelhança. Esse é o desejo Dele. "Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da Terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo" (Ap 18: 9 e 10). Não sei lhes dizer se essa "hora" se refere a tempo profético, 15 dias, ou a um período curto e indefinido. Mas saber se é de fato tempo profético ou um período curto e indefinido não é relevante para a discussão desta noite. Seja qual for a interpretação, o que o verso mostra é que o tempo é extremamente curto desde o momento em que ela se parabeniza pelo fato de todas as nações terem retornado a ela -- realmente um tempo extremamente curto -- até o momento em que os juízos de Deus sobrevêm a ela e a todas as nações. E quando isso acontecer, o povo de Deus é libertado. Então, irmãos, onde estamos? Estamos na própria presença dos iminentes juízos de Deus. Portanto, vamos agir como se assim fosse. Vamos agir como se estivéssemos lá. Notas: 1. Entidade papal, também conhecida como "Congregação para a Evangelização dos Povos". 2. Para maiores detalhes, ver Sentinel Library, núm. 53, p. 48-54. Capítulo 6 Sermão 6 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 3 de fevereiro de 1893, p. 121-129. Hoje à noite gostaria de fazer um resumo do que já estudamos durante a semana e, a partir daí, prosseguir com um estudo adicional. Na primeira noite, na terça-feira, após eu ter apresentado o relatório da audiência, que nos deu base para todo o estudo que se seguiu, nós analisamos três pontos específicos. Na quarta-feira, discutimos mais três pontos, e na noite passada, mais um. Os três pontos da primeira noite, vocês se lembram, nos confinam a dar a mensagem do terceiro anjo conforme está escrita. "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus" (Ap 14:9, 10). Esse texto, em si mesmo, revela que chegou o tempo em que a imagem está formada e que a marca deve ser recebida, pois a advertência é contra a adoração da besta e sua imagem e contra o recebimento de sua marca na fronte ou sobre a mão. O primeiro dos três pontos foi que não nos cabe mais trabalhar da maneira como temos feito até o momento, e que, na obra da mensagem, estamos confinados à pregação da própria mensagem conforme está escrita. No segundo ponto, ressaltei que a imagem está formada e que, em decorrência disso, todo poder terrestre se encontra nas mãos do inimigo da mensagem do terceiro anjo e da causa de Deus, o qual usará todo meio possível para lutar contra o povo de Deus e Sua obra. Assim, todo aquele que quiser permanecer firme ao lado de Deus deve se apropriar de um poder maior do que todo o poder do mundo. O terceiro ponto, em síntese, foi o seguinte: ao citar o quarto mandamento na legislação e interpretar esse mandamento como se fosse o primeiro dia da semana, comumente chamado domingo, colocando, assim, o domingo no lugar do sábado do quarto mandamento, as igrejas protestantes deste país, usando a autoridade deste governo, anularam a lei de Deus, tanto quanto é possível a um poder terrestre fazê-lo. Por meio desse ato, pode-se dizer que elas repetiram literalmente a ação do papado, a apostasia original, o qual se uniu ao governo para fazer a mesma coisa. Visto que isso foi feito, Deus coloca em nossa boca estas palavras: "Já é tempo, Senhor, para intervires, pois eles anularam a Tua lei" (Sl 119:126, trad. lit. KJV). E isso nos leva a considerar outro ponto, a saber: visto que todo o poder da Terra está arregimentado contra Deus, Seu sábado e Seu povo que o guarda, esse povo, se quiser vencer afinal, deve possuir um poder maior do que todo o poder da Terra. Tal consideração nos levou ao verso que citamos: "Já é tempo, Senhor, para intervires, pois eles anularam a Tua lei". Portanto, precisamos do poder de Deus. Nossa oração diária deve ser: "Senhor, já é tempo para intervires". Não podemos fazer absolutamente nada. Então o primeiro ponto do estudo seguinte foi que essa mensagem é dada tendo em vista o fato de que as pragas cairão sobre aqueles que rejeitarem a mensagem: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus" (Ap 14:9, 10). A primeira praga é derramada sobre os que recebem a marca da besta; e na sexta praga os reis da Terra se ajuntam para a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso. Quando essa batalha ocorrer, o Senhor vem e o mundo chega ao seu fim. "Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto, forte e grande" (Ap 16: 17, 18). O ponto que vimos em seguida foi que, na história das nações dos tempos passados, quando uma nação deixava de procurar o Senhor e voltava as costas para Ele, rebelando-se contra Deus, não havia mais lugar para tal nação no mundo. A ruína era a única coisa que se seguia. Como este governo fez a mesma coisa, a ruína será o único resultado. A propósito, estava lendo os "Special Testimonies" [Testemunhos Especiais] nesta noite e me deparei com uma passagem que expressa tão bem esse ponto que decidi lê-la para vocês. Ela está na página 16 do Testemunho Especial para Ministros e Comissões de Associações. Eis o texto: "O mundo cristão aceitou o filho do papado, o educou e o alimentou, desafiando, assim, a Deus ao remover Seu memorial e estabelecer um sábado rival." Quando isso foi feito? Isso foi feito quando eles removeram Seu memorial, desafiando a Deus com a remoção de Seu memorial e o estabelecimento de um falso sábado. Atentem para a citação que lemos outro dia: "O memorial de Deus foi lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado se ergue diante do mundo." Mas isso foi feito pelas igrejas, que lançaram mão do poder deste governo para tornar sua obra efetiva. Então, o que esta nação foi levada a fazer pelas igrejas protestantes deste país? Praticar um ato de desafio contra Deus. Quando Belsazar desafiou a Deus ao trazer os vasos sagrados da casa de Deus e desonrá-los em seu culto lascivo, não havia mais utilidade para aquele governo existir no mundo. Assim, este governo americano chegou ao mesmo ponto, e ruína é a próxima coisa que o aguarda. Mas a ruína desta nação representa a ruína do mundo, pois a influência desta nação afeta o mundo. Essa ruína se concretiza na vinda do Senhor, e a vinda do Senhor ocorre quando a grande peleja for travada -- e estamos bem perto desse evento. Vimos em seguida que a igreja judaica apóstata se uniu a César a fim de se livrar do Senhor. A igreja romana apóstata se uniu a César a fim de se livrar do sábado do Senhor. E agora as igrejas apóstatas se uniram a César a fim de se livrarem do sábado do Senhor. A única coisa que Deus podia fazer com a igreja judaica apóstata, quando ela se uniu a César, era destruí-la. Mas antes de destruí-la, Deus chamou para que saísse dela todos os que desejavam pertencer a Ele. A igreja judaica era composta de igreja e nação, formando uma unidade, de modo que, quando foi destruída, a lição ficou estampada diante do mundo, tanto para igrejas quanto nações. Tanto a nação judaica quanto a igreja judaica voltaram as costas para Deus. Quando a igreja judaica tirou Deus de seu caminho, a nação judaica estava fazendo a mesma coisa. Quando isso aconteceu, a nação teve que ser destruída. A igreja, porém, devia ser destruída também. Assim, o efeito sobre a igreja e sobre a nação foi o mesmo: a ruína. Quando a igreja romana seguiu pelo mesmo caminho, tal ação provocou a ruína do império romano. E no momento em que esta nação [os Estados Unidos] seguiu pelo mesmo caminho, a única coisa que resta é a ruína, e ruína para a nação significa ruína para a igreja também. Mas antes que essa ruína iminente ocorra, a mensagem é proclamada: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas" (Ap 18:4, ARC). Na noite passada, investigamos sobre o papado, e vimos que sua obra é trazer de volta sob sua influência todas as nações. Quando ele trouxer todas as nações a esse ponto, e se congratular por isso, afirmando: "Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto nunca hei de ver", o que vem imediatamente? As pragas. Assim, acontecerá com esta nação o mesmo que aconteceu com outras nações ao elas darem as costas a Deus. E nós estamos bem no centro do redemoinho dos eventos que desencadeiam tudo isso. Em breve acontecerá com esta nação a mesma coisa que aconteceu com as outras nações quando se esqueceram de Deus. Há sete pontos distintos, cada um deles nos conduzindo aos eventos da mensagem do terceiro anjo, cujo propósito é salvar os que forem ser salvos antes do fim do mundo. Não se trata de pontos inventados. Nenhum deles foi inventado. Cada um simplesmente representa a consequência de fatos que estão diante dos olhos de qualquer um neste mundo. Este foi o texto com o qual começamos nossos estudos: "As pessoas que verão agora o que em breve nos sobrevirá, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, e sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido, recebido e apresentado perante o povo." Então, todo o meu esforço nestes estudos que estamos tendo tem sido no sentido de observar o que está diante de nós neste mundo e ver o que em breve nos sobrevirá. Não simplesmente o que nos sobrevirá, mas o que em breve nos sobrevirá. Não há como escapar dos fatos que todos no mundo podem ver, e devem ver, quer seus olhos estejam abertos ou não. Se vão crer no que está para vir, esta não é a questão. Eles não podem deixar de ver o que veem. A única escapatória para eles é a mensagem do terceiro anjo. Agora vamos explorar esse ponto um pouco mais. Precisamos ver o que tudo isso significa para nós. Constatamos que todo o poder desta Terra se encontra no momento sob a influência do papado. Vocês percebem que assim é. Mas quem está no controle do papado? Quem está lutando contra a igreja de Deus? Satanás. Por meio de quem ele agiu quando Cristo estava sobre a Terra? Do dragão. Por meio de quem ele atuou quando a igreja estava no deserto? Da besta. Por meio de quem ele opera contra o remanescente? Da imagem. Por meio do dragão, da besta e do falso profeta, a imagem. Esses são os três instrumentos por meio dos quais ele guerreia contra a igreja de Deus, desde o nascimento de Cristo até o fim do mundo. Então, todos os poderes desta Terra estão nas mãos de Satanás para lutar contra a igreja. Quanto tempo vocês acham que vai passar até que se cumpra aquele verso que diz que Satanás opera "com todo o poder"? Ele já o tem, não é verdade? Todo o poder que a Terra conhece, todo o poder que existe no reino em que Satanás domina, todo o poder que existe nesta Terra está agora em suas mãos. Ele vai trabalhar com todo o poder. "Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça" (2Ts 2:9, 10). Com que propósito ele tem esse poder? Não é para usá-lo? Vocês pensam, então, que ele vai ficar na ociosidade por muito tempo, especialmente quando o povo de Deus estiver buscando a Deus e se consagrando a Ele? O que deixa Satanás muito furioso é que os mandamentos de Deus estão sendo guardados e o testemunho de Jesus Cristo está sendo manifestado. Satanás tem em suas mãos o poder para exercer contra a igreja de Deus, contra Deus, Seu sábado e aqueles que respeitam o Senhor e Seu sábado, porque este é o sinal de fidelidade ao Senhor. Portanto, repito que todo aquele que for fiel a Deus terá de fazê-lo em presença de todo o poder que há no mundo, todo o poder possível que o mundo conhece. Então, irmãos, a decisão que você e eu precisamos tomar é se vamos seguir avante ou não. Temos que decidir se vamos dar um passo adiante ou parar exatamente agora. Nossa decisão de ficar firmes em favor daquilo que professamos e em favor da lei e da fidelidade a nossas crenças deve inevitavelmente ser tomada em presença de todo o poder que este mundo conhece, sendo Satanás aquele que controla e usa tal poder. Devemos manter nossa fidelidade a Deus e Sua lei sem o privilégio de qualquer apoio ou proteção humana. Convém que as pessoas que se manterão fiéis à lei de Deus dependam apenas de Deus, já que nada mais existe debaixo do sol de que possam depender. Devemos advertir as pessoas do mundo contra esse poder, contra suas operações e conduzi- -las para longe dele e levá-las a Deus. Será que posso realizar essa obra com algum poder se tenho qualquer ligação com o mundo ou com o mundanismo? [Congregação: "Não"]. Se eu participo de um espírito mundano e tenho uma disposição e inclinação mundanas, me pergunto como será possível eu dar a advertência para que as pessoas se separem completamente do mundo. Que força minhas palavras terão para convencer as pessoas a fazer isso? Vocês podem me dizer? Podem me dizer como será possível realizar essa obra? Não importa se você é um ministro ou não, se você é apenas um adventista do sétimo dia, ou mesmo apenas um professo adventista do sétimo dia. Para responder a essa pergunta, você não precisa ser um ministro; basta ser um professo adventista do sétimo dia. Gostaria de saber como você vai fazer sua profissão valer alguma coisa, ou como você vai ter algum poder de influência sobre as pessoas deste mundo, se você, de alguma forma, está ligado a esse mundo em espírito, em mente, em pensamento, em desejos, em inclinações. Não, isso não é possível. Qualquer conexão com o mundo, seja ela tão fina quanto a espessura de um fio de cabelo, roubará de você o poder que é necessário para fazer soar no mundo a advertência contra o poder maligno do mundo e chamar as pessoas para se separarem completamente dele. Assim, irmãos, se quisermos que nossa mensagem tenha algum poder de agora em diante, o que devemos fazer? Precisamos nos desligar de tudo o que este mundo conhece. Vocês estão dispostos? Perguntar se vocês estão dispostos não é suficiente; mas quero perguntar: vocês já agiram nesse sentido? [Congregação: "Sim"]. Foi esplêndida a cena que o irmão Porter leu para nós algum tempo atrás. A profetisa estava buscando os que proclamam essa mensagem, mas estava olhando muito baixo. O anjo disse: "Olhe mais para o alto". Graças a Deus que eles estão acima do mundo. É lá que eles pertencem, acima do mundo, sobre um fundamento preparado por Deus sobre o qual devem andar. E todos os que estiverem num nível tão baixo, a ponto de ser necessário que se olhe para o mundo para que sejam vistos, estes não podem dar a mensagem do terceiro anjo. Precisamos estar acima do mundo. Então vamos nos desligar dele, irmãos. Portanto, irmãos, chegou o tempo, como nunca antes, em que deve haver uma separação do mundo. Jesus disse: "Eu vos escolhi a vós" [Jo 15:19]. Uma vez que Ele nos escolheu, por favor, vamos buscá-Lo diariamente para que Ele nos nomeie. Cristo disse a Seus discípulos: "Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei" (Jo 15:16, ARC). Ora, Ele nos escolheu. Precisamos agora nos certificar de que Ele nos nomeou para a obra que Ele tem para nós; e esta é a obra: levar a mensagem a despeito de todo o poder que este mundo conhece e separar um povo deste mundo, um povo que esteja tão completamente separado para Deus que não darão atenção alguma ao poder deste mundo, nem terão qualquer ligação com ele. Isso nos mostra mais uma vez a importância da consagração, não é verdade? Deus seja louvado por isso. Sem essa consagração especial, não será possível nos firmarmos na mensagem do terceiro anjo, nem sermos fiéis a ela, nem termos seu espírito, ou realizarmos sua obra. Há outro ponto que quero mencionar. As pessoas que permanecerem fiéis à lei de Deus não serão bem quistas em todo o percurso. Não, senhores. Elas não serão elogiadas, não serão consideradas em alta estima, nem exaltadas, requisitadas ou lisonjeadas. Não, senhores. Quem sabe seja bom eu ler agora um trecho sobre esse ponto extraído do Grande Conflito, p. 590: "O grande enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus estão motivando esses males. A classe que provocou o descontentamento do Céu atribuirá todas as suas inquietações àqueles cuja obediência aos mandamentos de Deus é perpétua reprovação aos transgressores. Declarar-se-á que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverência pelo domingo, são perturbadores do povo, impedindo a sua restauração ao favor divino e à prosperidade temporal. Assim se repetirá com motivos igualmente bem definidos a acusação feita na antiguidade contra o servo de Deus: 'E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel? Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim' (1Rs 18:17, 18). Ao despertar-se a ira do povo por meio de falsas acusações, agirão para com os embaixadores de Deus de modo muito semelhante àquele que o apóstata Israel seguiu com relação a Elias." Novamente, na página 592, temos a seguinte citação: "Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão acusados de deslealdade para com o governo. Ministros que negam a obrigação da lei divina apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às autoridades civis, como ordenadas de Deus. Nas assembleias legislativas e tribunais de justiça, os observadores dos mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus intuitos." No "Testemunho" núm. 32, p. 208, leio um testemunho que foi dado em 1885 -- sete anos atrás: "Enquanto os homens estão dormindo, Satanás está ativamente organizando os assuntos de modo que o povo de Deus não obtenha misericórdia ou justiça." Como esperar obter misericórdia ou justiça quando todo o poder dos governos da Terra está nas mãos do papado e sendo controlado por Satanás? Como poderíamos esperar justiça? Como poderíamos esperar justiça quando todo o poder da Terra está mobilizado contra o povo de Deus por meio do próprio Satanás? Isso não é justiça. Não podemos esperá-la. Isso nos leva ao ponto em que devemos estar tão completamente separados deste mundo que não esperaremos proteção alguma. Não esperaremos nenhuma justiça, nem mesmo misericórdia deste mundo. Se alcançarmos isso, será somente graças à misericórdia de Deus que operará a despeito dos poderes da Terra. Quando nos vemos numa posição em que a única misericórdia que podemos esperar dos poderes terrestres é aquela que Deus deles extrai, onde está nossa dependência? Somente em Deus. Não seremos absolutamente estimados ou exaltados. Sendo essa a realidade, todo tipo de difamação será inventada e espalhada contra nós. Fico me perguntando como alguém conseguirá permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo, e realizar a obra dessa mensagem, se, de modo especial, se preocupa com o que os outros dizem sobre si, se tem grande apreço por sua reputação ou coloca sobre ela sua dependência. Ele não conseguirá ficar fiel. Mas graças a Deus que Ele tem algo muito melhor para nós de que podemos depender. Eu me refiro ao caráter. Não vamos esquecer que Jesus, nosso exemplo neste mundo, "Se esvaziou de qualquer reputação" (Fl 2:7, KJV). Então, fica definido que o povo que tem a missão de dar a mensagem do terceiro anjo, e que permanecerá fiel a Deus neste mundo, deverá fazê-lo contando apenas com o caráter, dispensando da equação qualquer coisa que tenha que ver com reputação. Em nossos planejamentos, fica fora para sempre a reputação, ou seja, qualquer preocupação com o que as pessoas possam pensar ou dizer, porque a reputação não salvará pessoa alguma. Se alguém tiver algum desejo por reputação, ou se, de alguma forma, esse pensamento for abrigado na mente, então é melhor que essa pessoa desista de tudo, porque ela não poderá manter a reputação se escolher permanecer firme na mensagem do terceiro anjo. Hoje à noite, irmãos, -- agora -- é o momento de vocês abandonarem sua profissão de fé na mensagem do terceiro anjo, pois, fazendo assim, isso será um alívio a seus irmãos. Se vocês vão ceder ao desejo por reputação, é melhor que o façam agora; pois quanto mais tempo vocês permanecerem nessa mensagem, e então fraquejarem, mais difícil será para seus irmãos. Portanto, a menos que vocês estejam decididos a permanecer fiéis até o final, desistam nesta noite, tomem outro rumo, tenham o assunto por encerrado e deixem livres os demais que estão marchando adiante. Chegamos a um divisor de águas. Cabe a cada um decidir, sabendo que não poderá depender de nada deste mundo, e que qualquer consideração da parte deste mundo está fora da equação. Fica fora tudo que tenha que ver com reputação ou com o que as pessoas possam pensar de nós. Quando todos os poderes do mundo se colocarem contra os que mantiverem sua fidelidade a Deus, então o caráter de Jesus Cristo valerá infinitamente mais do que qualquer tipo de reputação que possa ser inventada. A reputação, porém, é de grande valia aos olhos do mundo. Mas para Deus a reputação não vale nada. Reputação é tudo o que Satanás tem a oferecer. Ela é o único fundamento que ele tem. Um pregador falou certa vez de um homem que tinha nos lábios a seguinte frase: "O tesouro mais precioso que o tempo terrenal pode conceder é uma reputação impecável". Para esse homem, isso é o que lhe bastava, pois a reputação era tudo o que tinha. Então um dia ele a perdeu, ficando imensamente aflito. Ele dizia: "Ah, minha reputação, minha reputação! Perdi minha reputação!" Quando ele perdeu isso, é evidente que ele nada mais tinha para sustê-lo. Ficou completamente desamparado. Vocês percebem que ele não tinha caráter de que pudesse depender, mas somente reputação. Para esse homem, cujo caráter era deficiente, esse pensamento fazia muito sentido. Mas isso é uma mentira, uma grande mentira. O tesouro mais precioso que o tempo terrenal pode conceder não é reputação impecável. O mais precioso tesouro que o tempo terrenal ou eterno pode conceder é um caráter impecável; e o único caráter imaculado que jamais foi visto neste mundo é o caráter de Jesus Cristo. E esse caráter, Ele vem e oferece a você e a mim como um livre e bendito dom por parte Daquele que o construiu. Então, irmãos, deixem o vento levar toda consideração por reputação. É para lá que ela deve ir, pois a reputação é tão instável quanto o vento, enquanto o caráter é tão firme quanto a eternidade. Coloquemos um ponto final nessa questão de reputação. Falemos de caráter e tenhamos o caráter que nos tornará aptos para o juízo. Então, embora Satanás, com todo seu poder, venha a ter sucesso em lançar sobre nós a pior reputação que ele possa inventar, devemos ser gratos a Deus por termos um caráter que subsistirá no juízo. Assim, não precisamos nos preocupar com o mundo e a reputação. Em Jesus Cristo temos algo melhor. E isso não é tudo. Há uma outra etapa pela frente. Chegará o tempo em que todo aquele que permanecer fiel e comprometido à mensagem do terceiro anjo e ao sábado do Senhor não poderá comprar ou vender qualquer coisa neste mundo. Então, todos os que professam ser adventistas do sétimo dia e que professam crer na mensagem do terceiro anjo precisam decidir agora se vão permanecer fieis à mensagem, sem levar em conta qualquer questão relacionada com propriedade ou posses deste mundo. Não devemos levar em conta qualquer questão quanto a propriedade, negócios ou interesses seculares em nossos planos ou obras atuais. Todo adventista do sétimo dia, sem dúvida alguma, deve deixar de lado qualquer conjectura a esse respeito de agora em diante. Se alguém ainda não tomou essa decisão, é melhor que o faça agora, pois, se eu ficar pensando no tanto que vou ganhar, se vou ter sucesso em algum negócio ou se vou perder recursos ou lucros pelo fato de permanecer fiel ao sábado, se ficar levando tudo isso em conta, então é melhor que deixe que os negócios tenham a completa primazia em minha vida e ponto final. Mas para onde esse negócio ou propriedade, sobre os quais cogito e que me deixam hesitante, estão indo? Tudo vai para a destruição. Então, se há ainda alguma corda que me liga em simpatia com essas coisas, quando elas se forem, para onde irei eu? Irei com elas, naturalmente. Imaginem se essa corda for apenas do tamanho de um fio de cabelo, este, ao romper, me levará junto? Sim. Então, irmãos, é tempo de nos libertarmos. Novamente repito: chegamos a um divisor de águas. De agora em diante, toda pessoa que permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo deve libertar-se -- e fará exatamente isso -- sem levar em conta questões de lucros, dinheiro ou propriedade. Nada disso deverá ter peso algum -- nem mesmo de uma pena ou fio de cabelo -- quando a pessoa considerar como vai agir com relação à mensagem do terceiro anjo. É assim que deve ser. A mensagem exige isso, pois as Escrituras dizem: "Ninguém po[derá] comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome" (Ap 13:17). Além disso, lemos: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão" (Ap 14:9). Ele não precisa ter convicção nenhuma sobre essas questões. A lei, contudo, diz: "Guarde o domingo". Se ele fizer isso, o que acontece? Ele se comprometeu com Satanás e aceitou sua marca no lugar do sinal de Cristo. Ele colocou Satanás acima de Cristo e está obedecendo ao poder do mundo e não às palavras de Cristo. Que poder deste mundo essa pessoa terá para o salvar? A pessoa que ceder às leis dominicais a ponto de parar de trabalhar e observar o domingo, porque a lei assim o diz, enquanto pensa que está guardando também o sábado, colocou Satanás acima de Cristo. Ela estará colocando sua dependência sobre o poder terreno; mas nas mãos de quem está esse poder? Nas mãos de Satanás. Então, não podemos dizer que essa pessoa, segundo sua atitude e ações, está dependendo, num mesmo grau, tanto de Satanás quanto de Cristo? Será que os dois são parceiros? Não, senhor. Bem, irmãos, não vamos deixar que Satanás faça parte dessa parceria. Ninguém que mantém fidelidade à mensagem do terceiro anjo permitirá que Satanás seja algum tipo de sócio nessa questão. Não é o sábado um sinal do que Deus é para o homem? Não é ele um sinal do Deus verdadeiro? E vocês não se lembram que Deus declara: "Eu sou o que sou"? Não é o sábado, então, um sinal daquilo que Deus é, bem como do fato de que Ele é? Sendo o sábado um sinal do que Deus é, e de que Ele é, o que Ele é? Sabemos que Ele é o Senhor, o Senhor Deus, misericoridoso e clemente, longânimo e grande em bondade e verdade, que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a transgressão e o pecado. Ele é nossa vida. Muito bem. Então o sábado é o sinal daquilo que Deus é para a pessoa que crê Nele. Mas onde encontramos Deus? Qual o único lugar onde alguém pode encontrar Deus? Em Jesus Cristo. "Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar" (Mt 11:27). Para nós, então, Cristo é Deus. Para esse mundo e todas as criaturas inteligentes, Cristo é Deus. Então, será que o sábado não é o sinal do que Cristo é para o ser humano? Então, quando o observamos, o sábado é o sinal do que Cristo é para nós. Assim, se eu guardo o domingo, pelo fato de a lei assim exigir, isso quer dizer que o domingo significa para mim a mesma coisa que o sábado. Ah, isso é o mesmo que dizer que Satanás tem a mesma importância para mim que Cristo. Se for assim, Cristo não significa grande coisa para mim. Se Cristo Se torna tão pequeno para mim a ponto de eu colocar o sinal do poder do papado -- que nada mais é do que o sinal de Satanás -- no mesmo nível do que Cristo é para mim, então Cristo não significa nada para mim. Se Cristo não for tudo, o que Ele será? "Cristo é tudo e em todos" (Cl 3:11). Se Ele não é tudo para mim, o que Ele é então? Ele não é nada. Isso nos traz de volta ao fato de que, agora, precisamos nos manter fieis a esse sinal, deixando de lado toda consideração mundana. Isso ainda não é tudo. Há outro pensamento naquele texto das Escrituras: "E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta" (Ap 13:15). Portanto, chegará o tempo em que os que permanecerem fiéis à mensagem do terceiro anjo serão condenados com pena de morte. Eles perderão o direito à vida, e isso será definido pelos poderes desta Terra sob cuja jurisdição eles estiverem. Assim, será que podemos levar em consideração questões relacionadas com nossa vida? Podemos, irmãos? Será que a vida será de algum valor que entrará na balança para alguém decidir se abraçará a mensagem do terceiro anjo ou se permanecerá fiel a ela? Vale a pena gastar um tempo para refletir sobre isso. Atentem para as implicações. Se eu for colocar minha vida na balança antes de decidir se vou permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo, que razão há para que eu continue a me posicionar em favor dela? Por que não desistir aqui mesmo, nesta noite? Como diz o verso bíblico, perderemos o direito à vida se formos fieis à mensagem. Então, se essa questão tem qualquer peso em nossa decisão, é melhor desistirmos aqui mesmo e ponto final. E vocês não sabem que a pena de morte, em princípio, já está presente desde o primeiro estágio de uma perseguição? Ela já está lá. Ela não aparece em palavras e numa pena capital declarada, mas ela está lá. Eu explico: quando o governo se propõe a exigir o cumprimento de leis religiosas, é sempre para proteger o governo e preservá-lo. Esse decreto dominical do Congresso já foi declarado como tendo esse propósito. Portanto, cidadãos que não obedecem às leis dominicais são, naturalmente, multados. Eles não pagarão essas multas, o que se espera, evidentemente, dos guardadores do sábado. Para compensar o não pagamento da multa, eles são presos. Após cumprirem ali a pena, são soltos. Então voltam a trabalhar no domingo. São multados novamente e vão para a prisão por não pagarem a multa, e depois são libertados. Voltam, naturalmente, a trabalhar nos domingos e recebem uma multa mais pesada. Por deixarem de pagá-la, o encarceramento deverá ser mais longo. Mas nenhuma dessas medidas impedem que trabalhem no domingo; e esse é o propósito da lei. Vocês percebem, então, que, como penalidades cada vez mais rígidas não cumprem o propósito desejado pelo governo, chegará o momento em que a pena mais severa será aplicada, ou seja, a pena de morte. Assim, a pena de morte se encontra latente em cada lei dominical que já foi feita nesta Terra, algo tão certo quanto o fato de que a lei deve ser imposta e deve se tornar efetiva. Por essa razão, o historiador Gibbon disse ao mundo mais de 100 anos atrás: "É obrigação dos autores de alguma perseguição refletir com antecedência se estão determinados a mantê-la até o extremo máximo. Eles atiçam a chama que lutam para extinguir; e assim logo se torna necessário punir a rebeldia bem como o crime do ofensor. A multa, que ele é incapaz ou está indisposto a pagar, expõe sua pessoa à severidade da lei; e seu desprezo por penalidades mais suaves leva ao uso e à legitimidade da pena capital." Portanto, o historiador chamou a atenção das nações e governantes de toda parte para o fato de que, antes de adotarem medidas de perseguição, eles deveriam considerar se estavam dispostos a mantê-la com a pena capital. Se não quisessem chegar a esse ponto, o melhor seria nem mesmo iniciar o processo. Na essência, é isso que acontece. E o registro [de Apocalipse 13] declara que isso vai acontecer na prática. Então, com base nessas palavras, não está claro que as pessoas que permanecerem fiéis à mensagem do terceiro anjo, fiéis e comprometidos com a lei de Deus e Seu sábado, terão que fazê-lo sem levar em conta a própria vida? Não é isso mesmo? [Ouvintes: "Sim"]. Outro ponto: quando todo o apoio e proteção terrenos forem retirados; quando toda questão de reputação, que o mundo tanto estima, for retirada; quando for retirado qualquer interesse relacionado com propriedade e negócios; e quando a garantia da vida for retirada, quanto ainda resta? Quanto das coisas e interesses deste mundo restarão para quem perder tudo isso? Quando uma pessoa for avaliar a contabilidade de sua vida, e perceber que, em seus cálculos, ficam fora qualquer apoio ou proteção humana, qualquer misericórdia ou justiça; que fica fora o que os homens pensam ou dizem sobre o assunto; que fica fora qualquer consideração relacionada com a compra ou venda de propriedades, ou qualquer possibilidade de empreendimentos em diferentes ramos; que fica fora a própria possibilidade de que a vida seja preservada, ou de que ela seja de algum valor, então com quanto do que existe neste mundo poderá essa pessoa contar em seus cálculos? [Ouvintes: "Nada"]. Então não é verdade que a Bíblia, a Palavra de Deus, colocou cada adventista do sétimo dia diante dessa realidade e apelou para que ele leve em conta tudo isso e tome uma decisão? [Ouvintes: "Sim"]. Então é tempo de cada um de nós começar a refletir com muita seriedade. Repito: temos que refletir solenemente sobre o assunto. Mas, graças a Deus, não precisamos ficar nem um pouco com medo do nosso inimigo. O Senhor nunca permitirá que fiquemos presos em uma situação da qual não tenha intenção de nos tirar com uma manifestação de Sua glória maior do que a que presenciaríamos se nunca tivéssemos passado por essa prova. O Senhor não requer que vocês e eu entremos num caminho que nos privará de todos os nossos direitos sem que Ele tenha em mente a intenção de nos dar, no lugar de nossas perdas, algo que é infinitamente mais valioso. Quando Ele nos chama para permanecermos féis a Sua verdade -- o que nos privará de todo apoio e proteção humanos --, Ele diz simplesmente: "Aqui está todo o poder dos Céus e da Terra para você". "É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra". "Eu estou convosco". O manto do Todo-poderoso será estendido sobre vocês. Venham comigo. "O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos" (Dt 33:27). "Não temais". Essas são promessas da Palavra de Deus, não é verdade? Vamos ler na Bíblia uma promessa mais completa, que tem relação direta com nossa situação. Em Isaías 51 encontramos uma oração que o Senhor pede que façamos a Ele: "Desperta, desperta, veste-Te de força, ó braço do Senhor; desperta como nos dias passados, como nas gerações antigas; não és Tu aquele que cortou em pedaços a Raabe [Egito] e feriu o dragão? Não és Tu aquele que secou o mar, as águas do grande abismo? E que fez o caminho no fundo do mar, para que passassem os remidos? Assim, voltarão os resgatados do Senhor e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria haverá sobre a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão" (Is 51:9-11). Como eles irão para Sião? Com cânticos. Então vamos começar a fazer isso agora. Ora, o Senhor não quer que sigamos cabisbaixos, nos esquivando, como se estivéssemos com medo de ser vistos, sem nenhum lugar neste mundo. "Exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima" disse Jesus (Lc 21:28). Nós pertencemos a este mundo, cada um de nós, até que Deus permita que concluamos nossa obra. E o próprio Satanás não pode nos causar nenhum dano até que Deus cumpra em nós Seu propósito; e, mesmo então, ele não pode nos atingir. Sigamos nosso caminho com cânticos. Vamos nos alegrar com essas promessas. "Eu, Eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Is 51:12). E nós professamos crer em Deus! Estamos em defesa da lei de Deus e temos o sábado do Senhor. Isso nos revela quem Deus é: Ele é o Deus verdadeiro, Ele é o Deus vivo e o Rei eterno. Diante de Sua ira a Terra tremerá, e por Sua palavra Ele pode trazer mundos à existência, e por Sua palavra deixá-los em pedaços. Como podem certos homens, que não passam de erva e que em pouco tempo desvanecerão, dizerem que, se você fizer isso ou aquilo, você irá para a prisão, e, se você persistir na desobediência até o final, receberá a pena de morte? E ainda ficamos com medo disso! "Quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal?" Isso é o que Ele quer saber. Não se trata de uma pergunta legítima? "Eu, Eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" A ideia de que alguém que professa crer no Senhor possa agir dessa maneira é um verdadeiro ultraje. O Senhor afirma que tal comportamento não revela dependência Dele. Vamos ler um pouco mais. "Quem és tu que te esqueces do Senhor, que te criou, que estendeu os céus e fundou a Terra, e temes continuamente todo o dia o furor do tirano, que se prepara para destruir? Onde está o furor do tirano?" (Is 51:13). Graças a Deus. No presente momento, é um fato de que o furor do tirano está a ponto de se manifestar. Bem, por que deveríamos temer diante dele como se fosse capaz de destruir? Elias não foi atacado e expulso, tendo que fugir para salvar a vida? Mas depois de ter percorrido um longo caminho, já muito cansado, se deitou para descansar e adormeceu. Então um anjo do Senhor se pôs diante dele, o tocou e disse: "Levanta-te e come". Ele encontrou, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Graças ao Senhor. Será que Elias não estava perfeitamente seguro? Irmãos, não vale a pena sermos expulsos para que um anjo faça isso? Vocês não preferem ser expulsos, mas ter um anjo ao seu lado? Não fiquemos temerosos então. Elias se deitou e dormiu novamente, como Pedro quando foi condenado à morte. E por que não o faria? Que razão havia para se preocupar? Elias se deitou e adormeceu. O anjo veio, o despertou pela segunda vez e o serviu. Ele disse novamente: "Levanta-te e come, porque o caminho será sobremodo longo!" Irmãos, Deus nos dará pão para o nosso trajeto. Se o caminho for muito longo, Ele nos dará pão dobrado antes de iniciarmos. Quero lhes dizer, irmãos, que é tempo de começarmos a confiar no Senhor. Vamos fazer isso agora. É isso o que Ele diz. Em outro lugar Ele nos diz: "O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas" (Is 33:16). Assim será. "O exilado cativo depressa será libertado, lá não morrerá, lá não descerá à sepultura; o seu pão não lhe faltará. Pois Eu sou o Senhor, teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas -- o Senhor dos Exércitos é o Meu nome. Ponho as Minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da Minha mão, para que Eu estenda novos céus, funde nova Terra e diga a Sião: Tu és o Meu povo" (Is 51:14-16). Então, irmãos, vamos aceitar essas promessas. Se assim fizermos, não precisaremos ter medo de opressões ou dificuldades, ou se poderemos comprar ou vender o que quer que seja, pois o Senhor tem algo muito melhor. Agora sobre a reputação. Esqueçam disso. Deus nos dá um caráter -- um caráter que Ele mesmo teceu desde a infância até a sepultura -- que é completo em todos os sentidos. E Ele diz: "Receba-o e o vista para que você possa vir à ceia das Minhas bodas". Esse é o caráter, e essa é a cobertura que Ele lança sobre Seu povo para que as pragas não o atinjam, e para que poder algum do inimigo o vença ou o contamine. "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça" (Is 61:10). Deus seja louvado. Agora quanto à vida. Quando Deus apela a vocês e a mim para que tomemos uma posição de fidelidade à Sua lei -- algo que nos privará do direito à vida --, nossa decisão colocará em risco nossa vida, a ponto de poderes terrestres poderem tirá-la. E agora? Bem, Deus simplesmente diz: "Deixe essa vida ir embora. Ela logo terminará, de qualquer forma. Tenho aqui uma que durará por toda a eternidade." Quando Ele pede que vocês e eu tomemos uma posição de fidelidade à Sua lei que nos privará do direito a esta vida efêmera e mortal, colocando-a em risco, Ele diz: "Antes de mais nada, ofereço-te a vida eterna". "Quem crê no Filho tem a vida eterna" (Jo 3:36). "E o testemunho é este: que Deus nos deu vida eterna; e esta vida está no Seu Filho" (1Jo 5:11). Ele já nos deu essa vida eterna? [Como diz o verso?] "Aquele que tem o Filho" vai ter vida em algum momento? [Congregação: "Não"]. "Aquele que tem o Filho tem a vida" (1Jo 5:12). Como é possível termos o Filho sem ter a vida? Será que Cristo está morto? Não. Ele está vivo. Assim, quando nós O temos, temos a vida que está Nele. Veja a que conclusão chegamos quando uma pessoa que professa ter a Cristo não crê que ela tenha a vida que está em Cristo -- a vida eterna. Que tipo de Cristo é esse? Um Cristo morto, sem vida? Não, pois Ele não está morto. Não é isso que temos ouvido repetidas vezes por anos pela voz que há muito tempo tem falado em nome do Senhor? "Irmãos, Cristo não está na nova tumba de José com uma grande pedra junto à entrada do sepulcro. Não. Ele ressuscitou! Ele vive! Ele vive! Contem isso por meio da língua e da pena." Então, porque Ele vive, e vive para sempre, quando eu O tenho, eu tenho um Salvador vivo. "Aquele que tem o Filho tem a vida". Que tipo de vida está Nele? Somente a vida eterna. Então quando eu O tenho, tenho a vida que é Dele, que é eterna, assim como Ele afirma. Contudo, assim como o irmão Haskell nos apresentou em seus estudos, não podemos ter essa vida sem renunciarmos à nossa atual. Se fizermos isso, nos encontramos com Jesus Cristo. Essa foi a lição para hoje. Vocês não percebem? Renunciem a esta vida e vocês terão uma que é muito melhor. O momento é agora. Mas se eu me apegar a esta vida, quando ela se for, o que me restará? [Congregação: "Nada"]. Portanto, antes de mais nada, preciso dizer que quem tiver apenas esta vida não precisa iniciar sua caminhada com a mensagem do terceiro anjo, pois, quando vier o teste colocando em risco esta vida, essa pessoa se apegará a ela. Aí está o perigo. Uma pessoa não pode chegar ao fim pretendido pela mensagem do terceiro anjo tendo apenas esta vida terrena. Ela não conseguirá. Visto que tudo que ela tem é esta vida, a pessoa vai se agarrar a ela quando a vida estiver em risco. Mas quem renunciar a esta vida, e a considerar como valendo nada, e se apropriar daquela vida que se mede pela vida de Deus, a vida que é a vida de Deus, ela terá uma vida que nunca correrá risco. Essa pessoa está em segurança. Ela poderá ir aonde a mensagem a enviar, pois Aquele que é a vida da mensagem será a vida daquele que mantiver sua fidelidade a essa mensagem. Então, "levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte" (2Co 4:10, 11). Não será assim de agora em diante? Não é uma verdade viva que, de agora em diante, os que permanecerem firmes na mensagem do terceiro anjo estarão sempre "entregues à morte" assim como os próprios apóstolos estiveram? Sempre "entregues à morte": um fato que deve fazer parte de nossas previsões. Vivemos diante dessa realidade o tempo todo. Então, irmãos, em vez do poder desta Terra, do qual não podemos depender e que decididamente se encontra contra nós, Deus nos concede o poder de Deus. Em vez de reputação, Deus nos dá caráter. Em vez de bens terrestres -- riquezas mundanas, casas, terras, propriedades, considerações comerciais ou coisas do tipo --, Deus nos oferece Jesus Cristo, "em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (Cl 2:3); e "Nele estais completos" (Cl 2:10, KJV). Deus constituiu Cristo herdeiro de todas as coisas, e nós somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo, se com Ele sofrermos, para que também com Ele sejamos glorificados (cf. Hb 1:2; Rm 8:17). Ele é herdeiro de todas as coisas, e nós somos co-herdeiros. Então quanto da herança nos pertence? [Congregação: "Todas as coisas"]. Então, o que temos? Todas as coisas que Deus tem. Não somos ricos então? Em vez desta vida que os poderes terrenos podem tirar, Deus nos concede Sua própria vida. Quando Ele nos pede que tomemos uma postura de fidelidade a Ele e à Sua causa, o Senhor diz simplesmente: "Antes de tudo, aqui está a vida eterna". Então, irmãos, não é um fato que Deus nos deu uma armadura completa? Portanto, vamos nos revestir agora da armadura de Deus. Esta é a nossa necessidade: sermos fortes no Senhor e na força do Seu poder. Paulo disse muito bem: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis" (Ef 6:12, 13). Essa é a posição que o Senhor deseja que tomemos, e isso é o que Ele quer que façamos. Ele diz: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (Hb 13:5). Esta é nossa presente situação. Agora, o que vocês farão? "Escolhei hoje a quem sirvais" e que postura vocês tomarão (Js 24:15). Capítulo 7 Sermão 7 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 5 de fevereiro de 1893, p. 147-153. Algumas pessoas na última sexta à noite se perguntaram se eu não estava tornando as coisas um tanto pesadas. Eu penso, porém, que, depois que o irmão Porter leu há pouco uma citação dos Testemunhos, todos vão concordar que minha abordagem estava correta. Não quero que vocês pensem, irmãos, que eu estou forçando as coisas que estou dizendo aqui só porque são vocês. Se eu estivesse pregando desde a noite de segunda passada para um público que nunca tivesse ouvido falar sobre a igreja Adventista do Sétimo Dia, nem sobre a mensagem do terceiro anjo, minha abordagem seria a mesma que adotei com vocês. Isso porque eu não sei o que mais pregar agora do que a mensagem do terceiro anjo. Não sei o que mais fazer com as pessoas, em qualquer lugar onde prego, além de colocá-las face a face com a necessidade que elas têm do poder de Deus. Portanto, não estou lhes dizendo nada que não teria dito a qualquer outra pessoa. É possível que, mais para frente, eu tenha que lhes dizer algo que não falaria a outras pessoas, pois talvez alguns de nós andam fazendo coisas que outras pessoas não fariam. Mas só seria por essa razão. Vamos agora fazer um resumo geral dos estudos que já tivemos. Vimos que nada nos manterá firmes neste tempo exceto o poder de Deus. Vimos que nada será suficiente para nós, nada será de valor para nós exceto o caráter de Deus. Estudamos também, no que diz respeito a recursos e empreendimentos comerciais neste mundo, que não podemos depender mais dessas coisas, mas somente das coisas que Deus nos concede. Vimos que não podemos contar mais nem com a própria vida. A única coisa que vai nos satisfazer, a única coisa de que podemos depender, a única coisa que suprirá nossas necessidades -- as necessidades de um povo que permanecerá fiel ao Senhor -- é aquela vida que é melhor do que esta, ou seja, a vida eterna, a vida de Deus. Então, digo, antes de tudo, que nada poderá nos suster senão o poder de Deus. E onde podemos encontrar o poder de Deus? Em Jesus Cristo. "Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus" (1Co 1:24). É isso o que Ele é. Onde podemos encontrar o caráter de Deus? Em Cristo. Onde encontramos todas as coisas, as grandiosas coisas de Deus? Em Cristo. Então, o que mais temos a pregar ao mundo além de Cristo? De que podemos depender senão de Cristo? O que é a mensagem do terceiro anjo, então, senão Cristo? Cristo, o poder de Deus. Cristo, as insondáveis riquezas de Deus. Cristo, a justiça de Deus. Cristo, a vida de Deus. Cristo é Deus! Essa é a mensagem que devemos pregar agora ao mundo. Não concordam? Do que o mundo precisa então? De Cristo. Eles precisam de alguma outra coisa? Não. Será que existe algo mais? Não. "Porquanto Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9). Como disse há pouco, se eu estivesse pregando a pessoas que nunca tivessem ouvido nada sobre a mensagem do terceiro anjo, se lhes estivesse pregando desde segunda-feira à noite, eu pregaria exatamente as mesmas coisas e os traria face a face com Jesus Cristo, como aconteceu conosco. A propósito, estou para receber um convite de uma grande congregação de pessoas não religiosas, e é isso o que vou falar a eles. Esse grupo, sem qualquer compromisso religioso, já me deu a oportunidade de lhes falar por três vezes; e falei sobre essas coisas que estão patentes diante dos olhos de todos. Eles me perguntaram: "O que devemos fazer?" Um deles disse: "Bem, ele nos disse todas essas coisas, e tudo está muito claro; mas ele não nos disse o que fazer". "Bem", eu disse, "não tive tempo de lhes dizer o que fazer nesta noite. Deem-me uma oportunidade e lhes direi o que fazer". Eles disseram: "Tudo bem". E é isso que vou fazer. Quando chegar o momento, minha intenção é lhes dizer o que devem fazer. Quero colocar diante deles exatamente o que apresentei a vocês. Em outras palavras, vou lhes dizer que, se eles vão se opor a esse movimento de união entre igreja e Estado, eles precisam colocar de lado qualquer ideia de dependência de coisas desta Terra, e que eles precisam renunciar a todo pensamento de ter riquezas ou posse de qualquer espécie, e a todo pensamento relacionado com a preservação desta vida. E eles vão perceber a situação. Vou lhes dizer que eles não podem se dar ao luxo de fazer isso a menos que tenham algo melhor, e esse algo melhor é a pessoa de Jesus Cristo, e que eles devem tê-Lo. Caso contrário, não poderão de forma alguma subsistir. Ora, irmãos, o mundo está pronto a ouvir a mensagem quando nós a recebermos. O mundo está pronto para ouvi-la, e eles a ouvirão. Retomando o tópico, Cristo é o poder de Deus, a sabedoria de Deus e as insondáveis riquezas de Deus; e Cristo é a vida de Deus. Esta é a mensagem que devemos pregar. Bem, há uma única coisa que resume e expressa tudo isso. O que é? O evangelho. O que significa pregar o evangelho? Significa pregar o mistério de Deus, que é Cristo no ser humano, a esperança da glória. Deus não nos deu outra mensagem para pregar ao mundo além do "evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua e povo" (Ap 14:6). Não é esse o início da mensagem? Então, quando os homens não receberem o evangelho eterno, nem adorarem Aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas, quem eles terão adorado? A besta e sua imagem. "Caiu, caiu a grande Babilônia". Em seguida a mensagem do terceiro anjo diz que eles adorarão a besta e sua imagem. O fato diante de nós é que as pessoas têm duas opções: ou adoram a besta e sua imagem ou adoram a Deus. Não há escapatória. De acordo com a natureza da própria mensagem, e com o tempo em que estamos vivendo, a única coisa que as pessoas podem fazer é ou adorar Aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas, ou a besta e sua imagem. Não há meio termo. As três mensagens correspondem simplesmente a uma tríplice mensagem. Nos "Testemunhos Especiais", numa mensagem dirigida "Aos Irmãos em Posições de Responsabilidade", na página 15, lemos: "Enquanto vocês sustentam firmemente a bandeira da verdade, proclamando a lei de Deus, que cada alma se lembre de que a fé de Jesus está conectada aos mandamentos de Deus. O terceiro anjo é representado como voando pelo meio do céu, simbolizando a obra daqueles que proclamaram as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos. Todas formam uma unidade inseparável." Assim, aquilo que introduz e engloba tudo, aquilo que cobre todas estas mensagens, é o evangelho eterno. Nós já mencionamos uma ou duas vezes a igreja judaica como ilustração da situação em que nos encontramos. Constatamos que essa igreja deu as costas para Deus e se uniu a César, a fim de tirar Cristo do caminho deles e executar o seu propósito com relação a Ele. Então o Senhor chamou para que saísse daquela igreja e nação todos os que estavam dispostos a Lhe obedecer e servir, antes que a nação fosse destruída, e Ele realizou aquela obra por meio dos poucos discípulos que creram em Jesus quando Ele ascendeu ao Céu. Eles haviam estado com Jesus por três anos e meio. Haviam pregado. Haviam até operado milagres em Seu nome. Cristo os havia enviado a pregar, dizendo: "O reino de Deus está próximo" (Mc 1:15). E a mensagem deles era tão importante que, se em algum lugar as pessoas não os recebessem, eles deveriam sacudir a poeira dos pés antes de partirem. Todavia, antes que pudessem pregar o evangelho que Cristo lhes dera para pregar, Ele lhes disse antes de subir ao Céu: "Ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder". Vocês não teriam pensado que o fato de eles terem estado com Cristo três anos e meio, ouvido Seus ensinamentos, desenvolvido amor por Ele, estudado Sua pessoa e terem aprendido com Ele e Dele durante esse período de tempo -- e até mesmo pregado -- teria sido suficiente para que estivessem preparados para levar o evangelho ao mundo? Mas não. Ele disse: "Ficai, pois, na cidade de Jerusalém". "Eis que envio sobre vós a promessa de Meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24: 49, ARC). Quanto poder estava mobilizado contra eles e a mensagem que deveriam pregar? Todo o poder do mundo. Pois a igreja de Deus, a professa igreja de Deus -- toda a nação -- haviam se unido a César, cujo poder se estendia por todo o mundo. Todo o poder do mundo estava confederado contra eles. A professa igreja e nação de Deus se aliara ao poder político e o estava usando contra Deus e o nome de Cristo. Contudo, esse Cristo que haviam crucificado e contra quem haviam feito seu melhor para eliminá-Lo do mundo e da mente das pessoas, era o Nome e a Pessoa que Seus discípulos deviam levar e pregar ao mundo, juntamente com a mensagem de que somente a fé Nele poderia salvá-los. E eles tinham que realizar essa obra em face a todo o poder que o mundo de então conhecia. Bem, não muito tempo antes disso, cerca de 12 dias ou duas semanas antes de Jesus proferir essas palavras, Pedro ficou com medo diante de uma moça e chegou a negar que conhecia a Cristo. A moça começou a dizer: "Eu vi você com Aquele galileu". "Não, você não viu; eu não conheço Esse homem". Ele se aproximou do fogo, e ela conseguiu vê-lo melhor e disse: "Você é um deles". "Não, não sou; nunca O conheci". Então para provar isso, ele praguejou e jurou. Será que ele estava preparado para enfrentar todo o poder do mundo? Não. Antes de enfrentar o mundo, ele precisava ter contato mais íntimo com um tipo de vida e com algo que o deixaria destemido diante das acusações da moça. Não concordam? Jesus lhes havia dito: "Todos vocês vão Me abandonar e fugir esta noite". Pedro, porém, disse: "Mesmo que todos O abandonem, eu jamais". Jesus disse então: "Antes que o galo cante, você Me negará três vezes, Pedro". "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo Te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo". Mas eles O abandonaram, não é verdade? (Cf. Mt 26:31-35). Assim, percebemos que, no que diz respeito a eles e ao trabalho que deviam realizar, no que diz respeito ao poder que estava em oposição à obra deles, nós estamos exatamente na mesma situação que eles quando Jesus ascendeu ao Céu. Estamos num momento em que todo o poder desta Terra está unido contra a mensagem que devemos dar ao mundo; e, portanto, precisamos, como eles, ser revestidos do poder do alto. Repito que o fato concreto é que estamos na mesma situação dos discípulos quando Jesus ascendeu ao Céu e lhes disse que ficassem em Jerusalém até que recebessem aquele poder. Quando Cristo subiu ao Céu, Ele disse o seguinte, conforme relatado em Atos 1:8: "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo". Então, por que deveriam permanecer em Jerusalém? Para receberem o Espírito Santo. O que Ele lhes traria? O poder. Quem os revestiria desse poder? O Espírito Santo. Creio que não preciso ler as referências dos "Testemunhos Especiais" e de "Obreiros Evangélicos", já lidos aqui pelo irmão Prescott, que falam sobre as mesmas coisas, ou seja: como as palavras do Senhor nos dizem que, assim como os discípulos fizeram aquilo, nós também deveríamos estar fazendo a mesma coisa; de como deveríamos nos reunir em grupos orando pelo Espírito Santo; de como foi necessário que passassem dez dias buscando o Senhor antes que chegassem ao ponto de poderem oferecer orações eficazes e receberem o que pediam, pois chegaram a pedir com aquela fé perseverante que lhes permitiria receber o que pediam. Tampouco preciso ler novamente aquelas passagens que li dos Testemunhos em manuscrito que dizem que, quando o povo de Deus buscar, individualmente, o Espírito Santo de todo o coração, ouvir-se-á de lábios humanos o testemunho que cumpre estas palavras: "Vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glória" (Ap 18:1); e "orações estão sendo elevadas diariamente em favor do cumprimento dessa promessa" relacionada com o revestimento de poder. Então temos a palavra do Senhor de que orações são elevadas diariamente. As orações de vocês estão entre elas? As minhas estão também? Chegará o dia em que a última oração que for necessária para trazer essa bênção terá sido elevada. O que acontecerá então? Ela virá. A torrente irromperá e o Espírito Santo será derramado, como no dia de Pentecoste. Observem agora o que diz o testemunho: à medida que "orações estão sendo elevadas diariamente a Deus" para o recebimento dessa promessa, "nenhuma dessas orações elevadas em fé fica perdida". Aí reside a bem-aventurança dessa promessa. Sim. Quando Deus pede que oremos por uma coisa, é certo que tal pedido abre amplamente a porta para que oremos por isso com a mais perfeita confiança de que a receberemos. Quando Ele nos pede para orar por algo, as portas se abrem totalmente, e nada há que possa impedir que essa oração encontre um lugar no Céu. Qual é a mensagem de Deus para nós? Que nenhuma dessas orações elevadas em fé fica perdida. Bem, logo a última oração necessária terá seu lugar no Céu, e a bênção será derramada. E quem a receberá? Aqueles cujas orações foram elevadas a Deus em busca da bênção. Não me importa se essa pessoa estiver no centro da África e o derramamento ocorrer aqui em Battle Creek; ela o receberá, porque, por nossas orações em favor disso, o canal se abre entre nós e a fonte da bênção; e, assim, não precisamos ter dúvida alguma de que, quando o Espírito for derramado, Ele alcançará qualquer lugar onde se iniciarem orações por essa bênção, pois temos a garantia de que o canal permanecerá aberto mediante nossas orações. Então, irmãos, será que precisamos de mais encorajamento para oferecer nossas orações nesta época em que tudo isso está ocorrendo ao nosso redor? Precisamos de mais incentivo para oferecer essas orações de todo o nosso coração e com perfeita confiança? Há uma mensagem em "Obreiros Evangélicos" que gostaria de ler, que é muito direta sobre esse ponto. Ela se encontra na página 370 e 371. Falando sobre os apóstolos, o texto diz: "Eles estavam esperando ansiosamente pelo cumprimento de Sua promessa, e estavam orando com fervor especial. Essa é a atitude que deveriam tomar os que desempenham uma parte na obra de proclamar a vinda do Senhor nas nuvens dos céus; pois um povo precisa ser preparado para resistir ao grande dia de Deus. Embora Cristo tivesse feito a promessa a Seus discípulos de que receberiam o Espírito Santo, esse fato não removia a necessidade de oração." Naturalmente que não, pois é a promessa que abre o caminho para a oração. Quando Deus não promete algo, será que tenho a liberdade de orar por isso? Não, pois devemos pedir segundo Sua vontade. Mas quando Deus promete, o que me resta fazer senão orar? Essa é a beleza da coisa. "Eles oraram com maior zelo ainda: eles perseveraram unânimes em oração. Os que estão agora envolvidos na solene obra de preparar um povo para a vinda do Senhor deveriam perseverar em oração. Os primeiros discípulos eram unânimes. Eles não faziam nenhuma especulação, nem apresentavam nenhuma teoria singular sobre como a bênção prometida deveria vir." Chegamos ao pensamento que quero ressaltar: "Eles não faziam nenhuma especulação, nem apresentavam nenhuma teoria singular sobre como a bênção prometida deveria vir". Isso se aplica a nós agora. Não nos cabe apresentar nenhuma teoria singular sobre como exatamente ela virá. Se alguém começar a dizer: "Ah, ela virá como no dia de Pentecoste. O som dela como de um vento impetuoso será desta ou daquela forma. As línguas de fogo terão esta ou aquela aparência", etc., etc. Há o perigo de definir como será e afirmar: "É assim que ela virá na próxima vez, e assim ficarei sabendo quando ela vier". A pessoa que considerar esse assunto dessa forma nunca a receberá. O que eles precisavam era ter um coração reto diante de Deus; e nada tinham que ver a respeito de como o Senhor cumpriria Sua promessa. É exatamente disso que precisamos; e não cabe a nós saber como o Senhor cumprirá Sua promessa. Não é plano de Deus que Lhe ditemos as regras a ponto de dizer: "O Espírito Santo deve vir desta forma; caso contrário, não será o Espírito Santo". Então, se você tinha alguma teoria sobre o assunto, simplesmente elimine essa teoria hoje à noite, e que todas as suas teorias permaneçam sempre aniquiladas. Não temos direito algum de estabelecer em nossa mente o modo como o Senhor fará as coisas. Essa era a situação dos discípulos. Essa é nossa situação. Irmãos, da mesma forma que a promessa foi cumprida em relação a eles, ela certamente se cumprirá em relação àqueles que estão orando pela mesma bênção. Não sabemos quanto tempo vai demorar. Outro ponto: Eles deviam pregar. O quê? O evangelho. E Paulo define o evangelho repetidas vezes como o mistério de Deus que estivera "oculto dos séculos e das gerações" (Cl 1:26), mas que agora fora manifestado a Seus santos. Eles pregaram esse evangelho, esse mistério de Deus. E qual é o mistério? "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl 1:27); "Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus" (1Co 1:24). "As insondáveis riquezas de Cristo" (Ef 3:8). "Jesus Cristo, e Este crucificado" (1Co 2:2). O evangelho é isso e nada mais. Vocês se lembram de que Paulo define o evangelho em 2 Coríntios 6, verso 10, quando diz "nada tendo, mas possuindo tudo". Vocês não percebem a condição de pobreza e extrema privação de um homem que se apega àquilo que ele tem nas mãos neste mundo? Vocês conseguem ver a condição de penúria e escassez de adventistas que agora se apegarão àquilo que possuem neste mundo? Esses precisam ter algo mais que isso; caso contrário, jamais conseguirão suportar o tempo de angústia. Mas quando renunciamos a tudo e nos consideramos como tendo nada, o que nós temos? "Tudo". Assim, eles não podem tirar nada de nós. Nada pode ser tirado de pessoas que se encontram nessa condição. Não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Claro que é. Eles não podem tirar o poder de nós, podem? Eles não podem tirar nosso caráter. Eles não podem tirar de nós nossas riquezas nem tampouco nossa vida, pois Cristo é nossa vida, e eles não O podem tirar de nós. Então, de início podemos dizer que quando estamos nessa posição, temos a vitória sobre o mundo e todo o seu poder. Quero apresentar outra frase nesse contexto: "Pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo" (2 Co 6:10). Essa é nossa obra no mundo: tornar as pessoas ricas. Assim como Cristo Se tornou pobre para que pudéssemos ser ricos, nós também nos tornamos pobres a fim de que muitos outros se tornem ricos. Portanto, quando temos Cristo, e Cristo somente, -- nada a não ser as insondáveis riquezas de Cristo -- poderemos tornar ricos todos que aceitarem o livre dom das riquezas de Cristo. Eles pregaram o mistério de Deus: "Cristo em vós, a esperança da glória". Mas surgiu outro mistério, que começou a aparecer enquanto estavam pregando. Esse mistério que deviam pregar "estivera oculto dos séculos e das gerações", mas agora era manifestado como nunca antes neste mundo. Contudo, enquanto pregavam esse mistério, eis que surge a operação de outro mistério, o mistério da iniquidade, que escondeu novamente o mistério de Deus. Depois que os apóstolos morreram, esse mistério da iniquidade se levantou e se espalhou por todo o mundo, escondendo novamente o mistério de Deus dos séculos e das gerações. Não foi isso o que aconteceu? Porém, quando chegamos ao capítulo 10 de Apocalipse, vemos um anjo retratado com o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra, bradando em grande voz. A descrição continua: "[Ele] jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá tempo, mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, deveria se cumprir, então, o mistério de Deus" (Ap 10:6, 7, trad. lit. KJV). Tenho me perguntado ultimamente se não foi intencional a forma verbal "deveria se cumprir", em vez de "se cumprirá". O mistério de Deus deveria ter se cumprido há muito tempo. Os Testemunhos já nos disseram isso. Mas devido a nossa lentidão, negligência e demora para crer em Deus, ele não se cumpriu. Contudo, lemos que ele "deveria" se cumprir. Agora, graças ao Senhor, ele deve, de fato, se cumprir. Se o anjo fosse falar agora, ele certamente diria: ele "deverá se cumprir". Mas o cerne da questão é o seguinte: quando a voz do sétimo anjo estiver para tocar a trombeta, o mistério de Deus é manifestado ao mundo. Que mistério é esse? "Cristo em vós, a esperança da glória". Esse é o evangelho eterno; essa é a mensagem do terceiro anjo. Vocês não percebem que Deus já determinou que a mensagem do terceiro anjo, o mistério de Deus, há de triunfar sobre o mistério da iniquidade? Não concordam que, assim como o mistério da iniquidade foi alvo da atenção e admiração do mundo e das nações, causando deslumbramento na humanidade, o mistério de Deus incontestavelmente atrairá a atenção das nações e a admiração das pessoas? O mistério de Deus cumprirá essa obra. Vamos agora para o livro de Joel e ler novamente o segundo capítulo. Há algumas coisas que queremos estudar. A primeira parte dele, vocês se lembram, até o verso 11, sem incluir o 12, é uma descrição da vinda do Senhor. Se vocês lerem o Testemunho (vol. 1, p. 180) que nos fala sobre "A Sacudidura", perceberão que esse capítulo de Joel é mencionado ali pelo Espírito de Deus como a referência sobre a qual essa ideia se baseia. Ele se aplica para o tempo da sacudidura, e a sacudidura prepara para o alto clamor. Vamos ler toda a seção: "Tocai a trombeta em Sião e dai voz de rebate no Meu santo monte; perturbem-se todos os moradores da Terra, porque o Dia do Senhor vem, já está próximo; dia de escuridade e densas trevas, dia de nuvens e negridão! Como a alva por sobre os montes, assim se difunde um povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração. À frente dele vai fogo devorador, atrás, chama que abrasa; diante dele, a terra é como o jardim do Éden; mas, atrás dele, um deserto assolado. Nada lhe escapa. A sua aparência é como a de cavalos; e, como cavaleiros, assim correm. Estrondeando como carros, vêm, saltando pelos cimos dos montes, crepitando como chamas de fogo que devoram o restolho, como um povo poderoso posto em ordem de combate. Diante deles, tremem os povos; todos os rostos empalidecem. Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai no seu caminho e não se desvia da sua fileira. Não empurram uns aos outros; cada um segue o seu rumo; arremetem contra lanças e não se detêm no seu caminho. Assaltam a cidade, correm pelos muros, sobem às casas; pelas janelas entram como ladrão. Diante deles, treme a terra, e os céus se abalam; o sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor. O Senhor levanta a voz diante do Seu exército; porque muitíssimo grande é o Seu arraial; porque é poderoso quem executa as Suas ordens; sim, grande é o Dia do Senhor e mui terrível! Quem o poderá suportar?" (Jl 2:1-11). A descrição paralela se encontra em Apocalipse 19:11-18. O profeta Joel continua: "Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em benignidade, e Se arrepende do mal. Quem sabe se não Se voltará, e Se arrependerá, e deixará após Si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o Senhor, vosso Deus?" (Jl 2:12-14). Quem aqui está convicto de que, quando uma pessoa busca o Senhor de todo o coração, Ele se voltará e deixará após Si uma bênção? Se temos essa convicção, não deixemos de buscá-Lo. Temos todo o encorajamento do mundo. Como é certo o fato de que Ele nos dará a bênção, certo também é o fato de que nada nos impedirá de buscá-Lo de todo o coração, pois sabemos que Ele nos dará essa bênção. Vamos tomar posse dela. "Tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu aposento" (Jl 2:15, 16). A quantas pessoas de Sião o verso se refere? O povo, a congregação, os anciãos, as crianças, os bebês, os noivos e as noivas. O chamado é para quem? [Ouvintes: "Todos"]. Sim, todos. Qual é o propósito do chamado? Para que todos busquem o Senhor de todo o coração. Vamos fazer isso então. Este é o tempo para isso. "Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o Teu povo, ó Senhor, e não entregues a Tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?" (Jl 2:17). Será que as nações não tomaram as coisas em suas mãos com o intuito de escarnecer de nós e nos dominar? O propósito deles é eliminar o sábado do Senhor e dominar o mundo. Eu creio que tenho aqui uma mensagem sobre o tema, que seria talvez pertinente ler. Ela se encontra na página 17 do testemunho intitulado "Aos Irmãos em Posições de Responsabilidade". Este é o texto: "O falso sábado será imposto por meio de uma lei opressiva. Satanás e seus anjos estão bem despertos e intensamente ativos, trabalhando com energia e perseverança mediante instrumentos humanos para tornar efetivo o propósito dele de obliterar o conhecimento de Deus." O sábado é sinal de quê? De que Ele é o Senhor nosso Deus, e Aquele que santifica Seu povo. Então, quando o sinal que permite que as pessoas O conheçam é retirado do caminho, as pessoas ficarão distantes do conhecimento de Deus. Este é o propósito que eles querem alcançar. E isso já foi feito. Agora há pouco eu li que "o memorial de Deus foi lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado se ergue diante do mundo". Todo o poder da Terra está agora alistado nesse empreendimento. O propósito deles é remover o conhecimento de Deus do mundo. Portanto, precisamos buscar o Senhor de todo o nosso coração, de maneira que as nações não façam escárnio de nós e nos dominem. Vejamos agora o que Deus vai fazer: "Então, o Senhor terá zelo da Sua terra e se compadecerá do Seu povo. E o Senhor responderá e dirá ao Seu povo: Eis que vos envio o trigo, e o mosto, e o óleo, e deles sereis fartos" (Jl 2:18,19). O que Ele enviará? O óleo. O que representa o óleo? "O óleo da alegria em vez de pranto" (Is 61:3), "a alegria no Espírito Santo" (Rm 14:17). O que representa o mosto, ou o vinho? O salmista nos fala sobre "o vinho, que alegra o coração do homem" (Sl 104:15). Fica reforçado aqui que Ele nos dará a alegria. E o que significa o "trigo"? Com o trigo fazemos o pão, que sustenta a vida e nos supre de força. Ele nos dará também a força. Louvemos ao Senhor por isso. Ele nos enviará força e alegria. Mas a quem Ele enviará? Quando Ele enviará? Quando o povo estiver congregado ou reunido, juntamente com as crianças e os bebês; os anciãos, os noivos, as noivas e os ministros. Quando estivermos reunidos, como menciona o testemunho, "em grupos" buscando o Senhor de todo o nosso coração, será nesse momento que Ele fará o que prometeu. Vamos buscar essa bênção como nunca antes. É algo maravilhoso quando o Senhor promete que seremos fartos daquilo que Ele nos concederá. A bênção não será de acordo com nossa medida. Quanto precisamos receber para que o Senhor fique satisfeito? Nada menos do que tudo o que Ele tem, pois em Jesus Cristo Ele deu tudo; e Ele não quer que recebamos menos do que tudo que Ele tem. É como o irmão Haskell leu naquele abençoado testemunho nesta manhã. Vocês se lembram daquele maravilhoso pensamento de que quando nos achegamos a Deus como mendigos, sem qualquer mérito de nossa parte, é nesse momento que tudo é nosso em um único dom eterno. "E vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações. Mas o exército que vem do Norte, Eu o removerei para longe de vós, lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; lançarei a sua vanguarda para o mar oriental, e a sua retaguarda, para o mar ocidental; subirá o seu mau cheiro, e subirá a sua podridão; porque agiu poderosamente" (Jl 2:19,20). A leitura que aparece na margem desse verso na KJV diz o seguinte: "Ele se engrandeceu para fazer grandes coisas". Quem é que "se engrandeceu para fazer grandes coisas"? Quem tem todo o poder da Terra nas mãos? Satanás. É ele quem pensa que vai fazer grandes coisas. Vejamos agora o que o Senhor fará justamente nesse momento: "Não temas, ó Terra, regozija-te e alegra-te, porque o Senhor faz grandes coisas" (Jl 2:21). Ora, irmãos, deveríamos ser as pessoas mais alegres do mundo porque Satanás tem que agir poderosamente; pois a conclusão inevitável do fato de Satanás agir poderosamente é que Deus está operando coisas tão grandes que Satanás precisa se empenhar para salvar sua reputação. Mas mesmo então, ele não pode salvar sua reputação. Embora ele tenha se vangloriado diante do mundo e das nações que ele tem todo o poder, no final seu caso ficará tão desesperante que ele mesmo terá que vir pessoalmente. Mas podemos ficar felizes como nunca antes, pois nesse momento o próprio Jesus virá. Mas quando é que o Senhor agirá poderosamente? Quando Satanás tiver engrandecido a si mesmo para fazer grandes coisas. "Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, a figueira e a vide produzirão com vigor. Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus" (Jl 2:22,23). Por que ficarmos desanimados? Qual o propósito disso? Que sentido há nisso? Jesus disse: "Erguei as vossas cabeças" (Lc 21:28). No verso 21, Joel diz: "Regozija-te e alegra-te". Logo em seguida ele repete: "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus" (verso 23). Vamos fazer isso. Irmãos, quero lhes dizer que não me resta nada mais a fazer do que me alegrar, pois é isso o que o Senhor me pede. Esse pedido faz parte da Palavra de Deus tanto quanto qualquer outra parte da Bíblia. E o poder criativo se encontra nessas palavras na mesma intensidade com que se manifesta em outras palavras das Escrituras, de forma que a alegria e o regozijo no Senhor devem estar presentes em nossa experiência. "Porque Ele vos dará moderadamente a chuva temporã; fará descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia" (Jl 2:23, trad. lit. KJV) Comparado com o que Deus vai fazer, o que aconteceu no Pentecoste pode ser considerado "moderado"? Sim. Ele deu a chuva temporã moderadamente. Mas, desta vez, haverá uma porção dobrada. Se aquela foi moderada, como vocês acham que será esta? Nem podemos imaginar como será. Permitam-me ler uma citação que se encontra no Grande Conflito, p. 611: "O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus; a mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI; mas isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última advertência do terceiro anjo." Outro testemunho não publicado afirma que essa manifestação virá de forma tão repentina como veio em 1844, e com "poder dez vezes maior". Mas sobre o Pentecoste lemos o seguinte na mesma página do Grande Conflito: "As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã, no início do evangelho, devem novamente cumprir-se na chuva serôdia, no final do mesmo." Observem que há profecias que dizem respeito apenas à chuva serôdia; mas as profecias relacionadas com a chuva temporã devem se cumprir também no derramamento da chuva serôdia. Então vocês percebem que ela será dupla. "Eis aí 'os tempos do refrigério' que o apóstolo Pedro esperava quando disse: 'Arrependei- vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados [no juízo investigativo], e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie Ele a Jesus Cristo' (Atos 3:19, 20)" (O Grande Conflito, p. 611). Isso significa que nós nos arrependeremos e nos converteremos? "Bem", dirá alguém, "eu me converti 20 anos atrás". Tudo bem. Converta-se agora também. Faz quase 19 anos que eu me converti, mas isso não vale um simples estalar de dedos se eu não estou convertido neste exato momento. Não adianta ficar olhando para o passado distante. Alguém pode dizer: "Você quer dizer que eu não me converti no passado?" Claro que não. Não quero dizer nada disso. O que quero dizer é que, se você depender dessa conversão de um passado distante, ela não valerá nada. Se você não sabe mais se arrepender, simplesmente se aproprie de Cristo e você saberá. Qualquer um que recebeu o Senhor Jesus Cristo é uma nova criatura. "As eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de vinho e de óleo. Restituir- vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o Meu grande exército que enviei contra vós outros. Comereis abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus, que Se houve maravilhosamente convosco; e o Meu povo jamais será envergonhado" (Jl 2:24-26). Louvado seja o Senhor. Eles nos difamarão, nos rotularão de nomes. Eles nos tratarão como a sujeira e o refugo da Terra. Seremos os desprezados dos desprezados. Mas Deus disse: "Meu povo jamais será envergonhado". E assim será. Mas isso não é tudo. Deus confirma Sua promessa: "Sabereis que estou no meio de Israel e que Eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o Meu povo jamais será envergonhado" (Jl 2:27). Eu lhes pergunto, irmãos: Existe alguma coisa que o Senhor deixou de colocar para nós neste capítulo? Observem o encorajamento, a bem-aventurança e as promessas! E o fato de ser necessário Deus repetir que "jamais seremos envergonhados" revela claramente que o propósito de tudo que eles fizerem nesta Terra será o de nos envergonhar. Mas Deus Se comprometeu por Sua palavra que isso não acontecerá. Nós nunca seremos envergonhados. "E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões" (Jl 2:28). Devemos ser gratos a Deus que Ele não ficará satisfeito por muito mais tempo com um único profeta! Ele terá mais. Ele tem feito uma obra maravilhosa com um único profeta. Se Ele tem feito uma obra tão grande com apenas um, imaginem o que Ele fará quando Ele levantar muitos! "E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o Meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu e na Terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar" (Jl 2:29-32, ARC). Onde haverá livramento? "Nos restantes [ou remanescentes] que o Senhor chamar". Contra quem Satanás está guerreando? O remanescente. Contra quem Satanás convocou todos os poderes da Terra? O remanescente. Contra quem Ele dirige toda sua força e esforços? Contra o remanescente. E o livramento se encontra justamente onde eles estão. Irmãos, o melhor lugar do mundo para alguém ficar é onde Satanás está empregando todos os seus esforços, porque o livramento ocorrerá ali. É nesse lugar em que a graça e o poder de Jesus Cristo se fazem presentes, e Satanás precisa convocar todos os seus exércitos para mostrar algum serviço. Esse é o melhor lugar do mundo para se estar, porque Cristo está ali. Deus está ali; "e o Meu povo jamais será envergonhado". Irmãos, eu estou extremamente alegre com essas coisas. Não há como ficar mais alegre do que estou pelo que o Senhor falou neste capítulo, pois tudo isso se trata de verdade presente, como vocês podem ver. Cada verso se aplica para o tempo atual e nos fala de coisas extraordinárias. Ele fará coisas muito maravilhosas; e tudo o que Ele pede de nós é que O busquemos de todo o coração para que possamos receber todas essas promessas. Se O buscarmos com coração dividido, não poderemos participar de tudo. Precisamos buscá-Lo de todo o coração para alcançarmos tudo que Ele tem para nós. Vamos fazer o que o Senhor diz, e "alegrai-vos e regozijai-vos, filhos de Sião, pois "o Senhor fará grandes coisas" e "nunca sereis envergonhados". E há livramento "no remanescente" contra o qual o diabo está pelejando com todo o seu poder. Capítulo 8 Sermão 8 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 6 de fevereiro de 1893, p. 164-170. Apresentamos evidências que nos mostram repetidas vezes que estamos vivenciando exatamente os eventos que trarão o fim do mundo. Um acúmulo de evidências está sendo apresentado, com base na Bíblia e nas claras declarações do Senhor por meio dos Testemunhos, indicando que agora é o tempo em que precisamos do único poder pelo qual a mensagem será dada ao mundo, a fim de salvar os que serão salvos da ruína que virá em decorrência dos eventos que estão à nossa volta. Irmãos, os perigos do fim do mundo que nos ameaçam, como perseguição, fatores externos, são, e sempre serão, muito pequenos em comparação com os perigos que pairam sobre cada indivíduo em sua própria experiência pessoal. [Vozes entre os ouvintes: "É isso mesmo"]. O maior perigo relacionado com esta congregação e com nosso povo em toda parte é não quererem enxergar as coisas que têm que ver com eles individualmente, dando maior atenção às coisas externas. Eles olharão mais para fatores externos e a suas evidências do que cuidarão em garantir que estão em harmonia com Deus. Eles acabam investigando essas coisas mais de forma teórica do que com o desejo de terem dentro de si um Cristo vivo, a fim de que todos esses eventos externos se tornem realidades vivas e que estejamos preparados para enfrentá-los no temor do Senhor, confiantes em Sua salvação. Esse é o maior perigo, como disse, que ameaça esta congregação aqui; e podemos incluir neste grupo cada professo guardador do sábado ao redor do mundo. Chegamos, então, no estudo desse assunto, a uma parte que toca especialmente cada um de nós individualmente, a parte que vocês e eu precisamos fazer e aquilo que precisamos receber de Deus. Precisamos examinar essas coisas e agir com base nelas, tendo em vista a salvação de Deus quanto a elas, para vocês e para mim. Para mim, com base no que conheço, e na consciência que tenho do que está ocorrendo, este estudo e o próximo são os mais solenes de todos que já apresentei. Eu não os escolhi, e eles me causam espanto. Contudo, irmãos, como o irmão Prescott nos apresentou em uma das noites, não adianta amenizar as coisas. Não será de nenhuma utilidade apresentar os fatos sob uma luz falsa. Não podemos tratar o assunto levianamente. É inútil andarmos nestes dias com os olhos fechados, alheios à situação a nossa volta. Não adianta permitirmos que a verdade de Deus desperte nossas expectativas -- como inevitavelmente ela o fará -- quanto aos eventos futuros, se, mesmo com tudo isso, permitirmos que dificuldades em nosso próprio coração e vida impeçam que essas coisas tenham seu impacto positivo quando de fato vierem. Agir assim não nos trará nenhum benefício, certo? Quero repetir que os estudos que temos diante de nós, que devem ser apresentados -- e não tenho como fugir disso --, são para mim os mais temerários quanto às realidades que eles nos mostram e da situação em que eles nos colocam, do que tudo o mais que já apresentei em meus ensinos. Repito, então, que o tema me causa temor. Tenho meus receios devido a algumas consequências que o estudo poderá trazer, pois corre-se o risco de ele não ser recebido como deveria, com a mente e o coração submissos diante de Deus, perguntando unicamente a Ele se as coisas são de fato assim. Algumas coisas, talvez, não vão soar agradáveis ao ouvido de todos, como não é agradável para mim ter que relatá-las. Elas têm uma aplicação muito pessoal para cada um de nós. Mas, irmãos, conhecendo o momento em que estamos vivendo e a situação diante de nós, no temor de Deus, devo apresentar o assunto. Não tendo como fugir dessa tarefa, quero lhes pedir, para começar, que não me vejam numa posição exaltada, como se estivesse separado de vocês, olhando do alto para baixo e me excluindo dos temas que possam ser apresentados. Estamos juntos em tudo isso. Como parte deste grupo, eu, com a mesma certeza e com a mesma intensidade, preciso estar preparado para receber o que Deus tem para nos dar -- e digo o mesmo em relação a qualquer pessoa sobre a Terra. Portanto, não me tenham como alguém separado de vocês na discussão desses assuntos. Se perceberem faltas que vocês têm cometido, eu também vou perceber as minhas faltas cometidas. Por favor, não me culpem se lhes apresentar coisas que exponham as faltas de vocês; não me culpem como se os estivesse julgando ou censurando algum defeito de vocês. Eu vou simplesmente apresentar os fatos, e cabe a vocês, que estão nessa obra, decidir se eles se aplicam a vocês. Vou também ficar atento para perceber se esses fatos têm que ver com minha vida. O que eu quero, irmãos, é simplesmente buscar a Deus juntamente com vocês de todo o coração, [Congregação: "Amém"], e remover qualquer empecilho do caminho para que Deus nos conceda o que Ele tem para nós. Não tentarei -- e não esperem isso de mim -- ir muito rápido, pois minha intenção é fazer tudo com a devida calma para que os assuntos sejam tratados cuidadosamente. Vou precisar desses dois estudos para lhes apresentar o que tenho em mente. Então vamos estudar juntos o assunto. Vou iniciar com o pensamento que encerrou o nosso estudo de ontem à noite. Refleti com vocês sobre o tema de que chegou o tempo em que Deus prometeu dar a chuva temporã e a serôdia. Chegou o tempo em que devemos rogar por ela e esperá-la. E vamos ter em mente o estudo e o testemunho que o irmão Prescott nos apresentou em uma das noites sobre o mesmo assunto. Gostaria de ler nesta noite aquela citação a que me referi ontem à noite, mas não tinha o livro comigo. Ela se encontra em "O Ministério de Pedro e a Conversão de Saulo", página 9. Depois de mencionar sobre o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecoste e os resultados na conversão de almas, etc., o texto diz: "Este testemunho referente ao estabelecimento da igreja cristã nos é dado, não apenas como uma porção da história sagrada, mas também como lição. Todos os que professam o nome de Cristo deveriam estar esperando, vigiando e orando com um só coração. Todas as diferenças deveriam ser colocadas de lado, e a unidade e o terno amor uns pelos outros permear o todo. Então nossas orações poderão ascender juntas a nosso Pai celestial com fé forte e fervorosa. Então poderemos esperar, com paciência e esperança, pelo cumprimento da promessa." Em que momento entra essa palavra "então"? Quando estivermos esperando, vigiando e orando com um só coração, e todas as diferenças forem colocadas de lado; quando a unidade e o terno amor uns pelos outros permearem o todo. Portanto, irmãos, se houver alguma diferença entre vocês e qualquer pessoa nesta Terra -- quer ela esteja neste instituto ou não --, é tempo de vocês e eu a removermos do caminho. Se a pesA soa não estiver aqui, impedindo, assim, uma conversa pessoal para esclarecer o assunto, escrevam para ela e falem tudo que for necessário; digam a sua posição e a intenção do seu procedimento. Vocês não terão mais nenhuma responsabilidade quanto a essa pessoa, quer ela aceite ou não suas palavras. Vocês terão agido no temor de Deus, seguindo o que Ele pede que vocês façam. [Pergunta de alguém da congregação: "Você quer dizer pessoas do mundo, qualquer pessoa?"] Sim, eu me refiro a qualquer pessoa, porque, se houver pecados entre mim e pessoas de fora da igreja, elas têm consciência disso, e essas diferenças serão um empecilho quando as abordarmos com a mensagem, mesmo que Deus nos desse de Seu Santo Espírito no derramamento da chuva serôdia. Vocês não percebem que qualquer diferença, qualquer inimizade, qualquer coisa do tipo entre mim e alguma pessoa do mundo será um empecilho para mim quando eu abordá-la com a mensagem? Se enganamos alguém, se não fomos honestos em algum negócio ou transação comercial em nosso relacionamento com o mundo, por favor, irmãos, para o bem de nossa alma, vamos acertar tudo isso. Talvez aqui em Battle Creek haja alguns que estão nessa situação em relação a pessoas desta cidade -- me refiro a pessoas dentre o nosso povo em seu relacionamento com gente desta cidade. Nossas reuniões estão sendo realizadas nesta cidade em benefício das pessoas deste lugar. E foi mencionado aqui neste instituto que nossa expectativa é que, quando a bênção de Deus viesse sobre este encontro, ela deveria ser levada às pessoas desta cidade, as quais, por sua vez, deveriam se unir a nós nessa missão. Digo, portanto, aos adventistas do sétimo dia desta cidade: endireitem as coisas desonestas, para o bem de sua própria alma e das pessoas a quem Deus quer salvar nesta cidade. Se o seu hábito tem sido o de enganar as pessoas, vá e confesse tudo a elas, e restitua o que você roubou. Se você não tem sido correto em suas transações comerciais, se você conseguiu qualquer coisa de modo ganancioso, repare a iniquidade. Viva uma vida de retidão à vista de Deus. Esta é a mensagem para nós: "Todas as diferenças deveriam ser colocadas de lado, e a unidade e o terno amor uns pelos outros permear o todo." É isso que os discípulos estavam fazendo quando buscaram o Senhor durante aqueles dez dias. Eles colocaram de lado todas as diferenças. Vocês não acham que, nesses dez dias, os outros discípulos que ficaram com muita inveja de Tiago e João quando, por meio de sua mãe, eles pediram ao Salvador para que os dois se assentassem, em Seu reino, um à Sua direita e outro à Sua esquerda, provocando ressentimento nos outros discípulos -- vocês não acham que eles acertaram suas diferenças, fizeram confissões mútuas, conversaram uns com os outros sobre o assunto e viram quão mal foi toda a situação? O Salvador pegou aquela criança e disse: "Quem quiser ser o maior no reino dos Céus deve se tornar como esta criança e ser servo de todos". Eles estavam ali acertando esses problemas, eliminando essas diferenças e todo aquele ciúme que havia surgido por medo de um ser maior no reino de Deus do que algum dos outros discípulos. E temos o testemunho divino de que essas coisas se encontram também entre nós: ambição por posições, inveja de cargos e inveja da condição de outros. Essas coisas existem entre nós. Chegou o tempo de eliminar tudo isso. Chegou o tempo de cada um de nós descobrir o quanto ele pode se humilhar aos pés de Cristo, e não o quanto ele pode se exaltar diante dos homens ao ocupar cargos na Associação, nas comissões da Associação ou nas comissões da Associação Geral. Isso deve ser eliminado de nossas considerações. "Todas as diferenças deveriam ser colocadas de lado, e a unidade e o terno amor uns pelos outros permear o todo." Como isso se refere especialmente a nós, irmãos e irmãs na igreja, cumpre-nos saber se existe alguma diferença entre nós e qualquer pessoa neste mundo, a fim de que seja eliminada do caminho. O custo desse acerto pode nos parecer muito alto. Mas não devemos pensar assim. De qualquer forma, não custará nossa vida; mas certamente custará nossa vida se decidirmos não fazer os acertos. Não tem como fugir. Quando fizermos o que se requer de nós, "então nossas orações poderão ascender juntas a nosso Pai celestial com fé forte e fervorosa". Sim, irmãos. Quando vocês estiverem conscientes de que estão limpos à vista de Deus, tendo feito tudo ao seu alcance para tirar toda e qualquer diferença entre vocês e seus irmãos que possam estar obstruindo o caminho, e confessado a Deus tudo o que Ele tiver lhes mostrado; quando nos colocarmos diante de Deus como pecadores errantes, desamparados e incompletos, vendo nossa necessidade do que Ele tem para nos dar, então teremos à nossa disposição todas as Suas promessas, que são para nós. E sabemos que essas promessas são nossas. Poderemos então depender delas; e "então nossas orações poderão ascender juntas a nosso Pai celestial com fé forte e fervorosa. Então poderemos esperar, com paciência e esperança, pelo cumprimento da promessa". É isso que devemos fazer agora. Quando isso for feito, quando forem eliminadas as diferenças, a unidade prevalecer e cada um estiver buscando unidade de coração e mente, então, conforme Deus prometeu, estaremos em harmonia uns com os outros. Chegou o tempo. Vamos proceder assim. Gostaria de ler novamente outro trecho da página 9: "A resposta pode vir com rapidez repentina e irresistível, ou pode ser prorrogada por dias e semanas para que nossa fé seja provada. Mas Deus sabe como e quando responder a nossa oração. Nossa parte nessa obra é nos colocar em conexão com o canal divino. Deus é responsável por Sua parte." Esse texto faz eco ao pensamento que consideramos ontem à noite. Quando o canal estiver aberto, e nossas orações forem elevadas ao Céu, conforme são descritas, e o Espírito de Deus for derramado, Ele preencherá toda a capacidade do canal que estiver aberto. "Nossa parte nessa obra é nos colocar em conexão com o canal divino. Deus é responsável por Sua parte. Aquele que prometeu é fiel. O grande e importante assunto que nos diz respeito é termos um só coração e mente, colocando de lado toda inveja e malícia, e, como humildes suplicantes, vigiar e esperar. Jesus, nosso Representante e Cabeça, está pronto para fazer por nós o que Ele fez em favor daqueles que estavam orando e vigiando no dia de Pentecoste." Tenho aqui outro pensamento que é digno de nossa profunda consideração: "Jesus está tão disposto a comunicar coragem e graça a Seus seguidores hoje quanto esteve com relação aos discípulos da igreja primitiva. Ninguém deveria irrefletidamente convidar uma oportunidade para pelejar com os principados e potestades das trevas." Precisamos entrar na batalha contra o mal com cuidado e cautela. Precisamos estar seguros e só entrar nesse conflito quando soubermos que Deus está conosco, munidos do poder e da graça de Deus que podem nos dar coragem e força para enfrentar esses poderes com os quais temos de lidar. A luta que está diante de nós não é nada trivial. "Quando Deus pedir que eles se envolvam no conflito, isso será no momento adequado. Ele dará então aos fracos e hesitantes coragem e eloquência além do que esperavam ou imaginavam." Então, o que o Senhor deseja que façamos é buscá-Lo; assim, quando Ele nos enviar, iremos somente com Seu poder e graça. Na página 11, lemos: "Os discípulos e apóstolos de Cristo tinham profundo senso da própria ineficiência; e com humilhação e oração uniram sua fraqueza à força Dele, sua ignorância à sabedoria Dele, sua indignidade à justiça Dele, sua pobreza à riqueza inesgotável Dele. Assim fortalecidos e equipados, não hesitaram no serviço de seu Mestre." E que equipamento é esse! Imaginem como é completo: força, sabedoria, justiça e riqueza. É exatamente dessas coisas que precisamos em face daquilo que está contra nós. Não podemos contar com qualquer poder da Terra, nem com a reputação que homens possam nos dar, nem com riquezas que o mundo possa nos fornecer, nem com a própria vida. Estou repetindo quase tudo que enumerei no estudo anterior. Mas como foi que eles conseguiram força? Quando reconheceram e confessaram sua fraqueza. Como conseguiram sabedoria? Confessando a sua ignorância. Como alcançaram a justiça? Confessando sua indignidade. Como conseguiram riqueza, riqueza inesgotável? Confessando sua pobreza. Portanto, essa é a condição em que devemos estar: ineficientes, ignorantes, pobres, indignos e cegos. Não é isso o que a mensagem a Laodiceia nos diz -- que somos infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus, e não sabemos disso? Num dia desses, alguém estava lendo essa mensagem e comentou sobre a palavra "cegueira". Imediatamente minha mente foi transportada para o capítulo nove de João e o último verso (Jo 9:41). Jesus fala essas palavras no final do relato sobre a cura daquele homem que era cego de nascença, mas cuja vista foi restaurada. O que diz o verso? "Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado." Quando Jesus diz a vocês e a mim que somos cegos, a coisa a fazer é dizer: "Senhor, somos cegos". Ele disse a Seus ouvintes que eles eram cegos, e eles eram cegos. Eles, porém, afirmaram que não eram. Mas de fato eram. Se tivessem confessado sua cegueira, teriam visto a Deus por meio da cura da cegueira daquele homem. Bem, irmãos, o que precisamos fazer é encarar honestamente a mensagem de Laodiceia e reconhecer tudo o que a mensagem diz que somos. Quando Ele afirma que vocês e eu somos infelizes, digam-Lhe: "É verdade, eu sou infeliz"; miseráveis, "Sim, sou miserável"; pobres, "Sim, sou pobre, um completo mendigo, sem condições de ser qualquer outra coisa neste mundo"; cegos, "Sim, sou cego, e nunca serei qualquer outra coisa"; nus, "É verdade"; e que não sei disso, "Isso também é verdade; eu nada sei como convém saber". Então Lhe direi cada dia e cada hora: Senhor, tudo isso é verdade; mas, por favor, em vez de minha infelicidade, dá-me o Teu próprio contentamento; em vez de minha miséria, dá-me o Teu conforto; em vez de minha pobreza, enche-me de Tuas riquezas; em vez de minha cegueira, sê Tu minha visão; em vez de minha nudez, oh!, cobre-me com Tua própria justiça; e o que eu não sei, ensina-me Tu". [Congregação: "Amém"]. Irmãos, quando chegarmos a esse ponto com um só coração e mente, não teremos dificuldade alguma em nos arrepender. Não será difícil se arrepender, e não haverá falta de arrependimento. O verso seguinte será cumprido: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3:19). A dificuldade com nossa incapacidade de nos arrepender reside no fato de não confessarmos que aquilo que o Senhor falou é a verdade. Quando eu reconheço que sou infeliz, então eu sei que preciso de algo que me traga satisfação, e sei que nada a não ser o Senhor é capaz de me dar isso; e dependo de nada a não ser Dele para conseguir isso. E se não O tenho, a única coisa que terei é a infelicidade. Se ficar sem Ele um momento sequer, só terei a infelicidade; e um momento sequer sem o Seu conforto, só me resta a miséria; um momento sequer sem dependência absoluta de Suas riquezas insondáveis -- as insondáveis riquezas de Cristo --, terei extrema pobreza e serei um completo mendigo; um momento sequer sem ver e confessar que sou cego, e tê-Lo como minha visão, estarei em pecado. É isso o que Ele diz. Se vocês disserem que conseguem ver, o pecado de vocês permanece. Cada momento sem reconhecer minha nudez e minha dependência absoluta Dele e de Sua justiça, que me veste, faz certamente de mim uma pessoa arruinada, completamente arruinada; e cada momento que eu começar a dizer; "Agora eu sei o suficiente", estou enganado, pois eu não sei absolutamente nada. Então, o que me resta fazer é dizer: "Senhor, eu nada sei. Dependo de Ti para que me ensines tudo, até mesmo que me ensines que sou infeliz, miserável, pobre, cego e nu, e que tenho necessidade em todas essas coisas. E quando eu Lhe disser tudo isso, Ele dará tudo aquilo que necessito. Ele o fará. Essa é a nossa condição. Tenho aqui uma citação do Volume 1, da edição corrente dos Testemunhos, página 353, que coloca diante de nós algo maravilhoso: "Na transfiguração, Jesus foi glorificado por Seu Pai. Nós O ouvimos falar: 'Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado Nele'. Assim, antes de Sua traição e crucifixão, Ele foi fortalecido para Seus terríveis sofrimentos. À medida que os membros do corpo de Cristo se aproximarem do período de seu último conflito, 'o tempo de angústia para Jacó' [Jr 30:7], eles crescerão em Cristo e participarão abundantemente de Seu Espírito. À medida que a terceira mensagem crescer até chegar a um alto clamor, e à medida que grande poder e glória acompanharem a terminação da obra, o povo fiel de Deus participará dessa glória. É a chuva serôdia que os reaviva e fortalece para passarem pelo tempo de angústia. Suas faces brilharão com a glória daquela luz que acompanha o terceiro anjo." Qual é o propósito do alto clamor? Fortalecer-nos para o tempo de angústia. Em que momento estamos? [Congregação: "no alto clamor"]. O alto clamor já começou? [Congregação: "Sim"]. Ele começou com que propósito? Para realizar uma obra em nosso favor, para nos capacitar a subsistir no tempo de angústia. Falarei um pouco mais agora sobre a necessidade de unidade. Isso que está perante nós, esse apelo em favor do Alto Clamor -- da chuva serôdia, é isso que nos fortalece para o tempo de angústia. E ele já começou. Temos o testemunho que confirma o fato. Diante disso, uma coisa muito importante deve acontecer: sermos um em mente e coração. Agora quero ler este testemunho que ainda não foi publicado. Lerei alguns trechos: "É o pecado em maior ou menor grau que traz divergência e desunião. As afeições precisam ser transformadas, deve-se alcançar uma experiência do renovador poder de Cristo. 'No qual temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça' [Ef 1:7]. O apóstolo, falando a crentes cristãos, chamados pela graça de Deus, diz: 'Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado' [1Jo 1:7]. As condições estão aqui claramente estabelecidas. Se andarmos na luz, como Ele está na luz, o resultado seguro virá em seguida: teremos comunhão uns com os outros. Todo ciúme, invejas e más suspeitas serão eliminados. Viveremos como à vista de um Deus santo." Isso significa que viveremos agora, hoje, cada dia, como à vista do Deus santo, porque nossas orações estão sendo elevadas a Ele para trazer Sua presença mediante o derramamento de Seu Espírito Santo. Será que podemos nos envolver negligentemente nessa obra, de forma relaxada, sabendo que há invejas, ciúmes e más suspeitas? "Tem-se tornado, de modo geral, muito comum condescender com nossas tendências hereditárias e inclinações naturais, mesmo em nossa vida religiosa. Estas nunca podem trazer paz e amor à alma, pois elas sempre nos afastam de Deus e de Sua luz. 'Quem Me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida' [Jo 8:12]. Quando surgirem diferenças entre os irmãos quanto à compreensão de algum ponto da verdade, há uma regra bíblica a seguir. No espírito de mansidão e amor uns pelos outros, que os irmãos se reúnam e, depois de fervorosa oração, com o sincero desejo de conhecer a vontade de Deus, estudem a Bíblia com o espírito de uma criança para verem quão próximo podem se unir, sem nada sacrificarem, exceto sua dignidade egoísta. Eles deveriam se considerar como estando na presença de todo o universo de Deus, que está observando com intenso interesse os momentos em que um irmão tenta entrar em acordo com outro irmão, a fim de compreender as palavras de Cristo, e serem praticantes da palavra, e não apenas ouvintes." O que o universo de Deus está fazendo, irmãos? Eles estão observando se vocês e eu somos irmãos. Eles querem nos ver como irmãos. É isso que eles estão fazendo. Eles estão observando para ver se estamos sendo irmãos na igreja, se estamos sendo irmãos e irmãs de fato. Eles estão observando para ver se estamos de acordo uns com os outros. Agora, irmãos, não vamos deixá-los observando em vão. "Ao se lembrarem da oração de Cristo, que Seus discípulos fossem um como Ele era um com o Pai, vocês não conseguem perceber o quanto todo o Céu está contemplando com cuidado o espírito que vocês manifestam uns pelos outros? Estão aqueles que afirmam estar salvos pela justiça de Cristo buscando, com todas as capacidades a eles confiadas, atender à oração do Salvador? Entristecerão eles o Santo Espírito de Deus pela condescendência com seus próprios sentimentos não consagrados, por meio da luta pela supremacia e por uma atitude de extremo distanciamento? [...] As solenes e importantes horas entre nós e o juízo não devem ser empregadas em guerra com os crentes." Irmãos, será que deveria haver entre nós calúnias e guerra uns contra os outros? O diabo está pelejando contra nossos irmãos. Vamos deixar essas coisas com ele. Vamos amar nossos irmãos. Vamos defender nossos irmãos. Mesmo quando um adventista do sétimo dia atacar um de nossos irmãos, vamos defendê-lo. Vamos defendê-lo no temor de Deus. A reputação de meu irmão é importante para mim, pois, se alguém ataca diante de mim a reputação de meu irmão, ele atacará a minha diante do meu irmão. Se escuto essas histórias e tudo o mais sobre meu irmão, o que impede que outras pessoas escutem histórias sobre mim? Não deve ser assim, irmãos. Devemos zelar pela reputação de nossos irmãos. Vamos juntos defender nossos irmãos. Temos o direito de repreender essas fofocas que chegam até vocês e até mim, essas pessoas que espalham os mais variados boatos sobre os irmãos. Temos o direito de repreender isso, pois esse é o espírito de Satanás. "As solenes e importantes horas" -- O que? Os importantes dias ou anos? Não senhor. "As solenes e importantes horas". Os dias já se foram. Estamos agora contando as horas. E não vai demorar muito -- e talvez já até tenhamos chegado a esse momento --, e as horas terão passado e os minutos começarão a escoar. "As solenes e importantes horas entre nós e o juízo não devem ser empregadas em guerra com os crentes. Essa é a obra de Satanás. Ele a começou no Céu, e com energia inalterada mantém-se firme nessa obra desde sua queda. 'Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos' [Gl 5:15]. Não permitam que haja em nenhum de vocês um coração mal de incredulidade. Chegou o tempo em que se deve ouvir o grito do guarda fiel dirigido a seu colega: 'Guarda, a que hora estamos da noite?', o qual responde: Vem a manhã, e também a noite' [Is 21:11,12]." A resposta não deve ser: "Não sei a que horas estamos da noite". A resposta não deve ser: "Ora, eu acho que você está muito adiantado"; "Eu acho que você está indo rápido demais"; "Acho que você está indo aos extremos". Essas não devem ser as respostas. Quando o grito soar: "Guarda, a que hora estamos da noite?, a única resposta que Deus aceitará é esta: "Vem a manhã, e também a noite". Vamos estar então preparados para esse momento. "Não seria bom para nós individualmente examinar cuidadosamente nossa situação diante de Deus à luz de Sua santa Palavra e ver nosso próprio perigo particular?" Não se trata de ver o quanto somos bons, como somos melhores do que nossos irmãos, mas "ver nosso próprio perigo particular". Qual é o meu perigo? Basta que eu veja isso, que eu vigie meu próprio comportamento maligno, e não o de outros. "Deus não Se separa de Seu povo, mas Seu povo se separa de Deus devido ao próprio curso de ação que tomam. E não conheço pecados que sejam maiores à vista de Deus do que o do ciúme e do ódio acalentados contra irmãos e o de voltar as armas de guerra contra eles." Que pecados maiores do que esses podem existir? Não são esses pecados que marcam a própria ação de Satanás? "Eu dirijo meus irmãos ao Calvário. Eu lhes pergunto: Qual é o preço do homem? O unigênito Filho do Deus infinito. É o preço de todos os tesouros celestiais." Esse é o preço do ser humano. Será que podemos, então, considerar levianamente a quem Deus deu tanto valor? Faremos isso com as pessoas pelas quais Deus entregou todos os tesouros do Universo? Posso eu desprezar as pessoas, tratá-las como se fossem nada, considerá-las como de pouco valor? Não, senhor. O ser humano vale tudo o que Deus pagou por ele. Foi isso que Deus pagou por você. Será que vou considerar vocês como pessoas insignificantes, desprezíveis e baratas? Não, senhor. Eu peço a graça de Deus para que possa considerar vocês como tendo o valor que Ele pagou por vocês. Eu não vou permitir que até mesmo adventistas do sétimo dia diminuam vocês em minha estima. Não farei isso. Não, senhor. Não vou. Como poderia fazê-lo, se tenho amor por Cristo, que pagou o preço? Irmãos, o que precisamos é do amor de Cristo em nosso coração; então amaremos todos a quem Ele ama assim como Ele os amou primeiro. "O mal está sempre guerreando contra o bem. E como sabemos que o conflito contra o príncipe das trevas é constante, e se tornará implacável, vamos permanecer unidos na batalha." Sim, irmãos, preciso do apoio de todos aqueles que foram comprados por Cristo. Preciso desse apoio na batalha. Preciso dele para ser bem-sucedido na luta. Preciso dele. Irmãos, eu me comprometo diante de Deus que, por Sua graça, vocês terão meu apoio na batalha de vocês. Se vocês forem vencidos, eu os erguerei. Se você falhar, direi: "Anime-se, irmão". Se você cair, eu direi: "Estou aqui para levantá-lo". Irmãos, o que Deus deseja é que amemos uns aos outros como Ele nos amou. E certamente amaremos uns aos outros como Ele nos amou; pois, quando O temos, quando Seu amor está em nosso coração, não há outra coisa que podemos fazer, e não faríamos, mesmo se pudéssemos. "Parem de fazer guerra contra as pessoas de sua própria fé. Que ninguém ajude Satanás em sua obra. Toda nossa obra que temos para realizar está em outra direção." Irmãos, vamos permanecer unidos hoje, pois Deus quer realizar Sua obra juntamente conosco. "Uma piedade passiva não suprirá as necessidades deste tempo. Que a passividade se manifeste onde ela é necessária, por meio de um espírito paciente, bondoso e tolerante; mas temos que levar uma mensagem positiva de advertência ao mundo. O Príncipe da Paz assim anunciou Sua obra: 'Não vim trazer paz, mas espada' [Mt 10:34]. O mal deve ser atacado. A falsidade e o erro devem aparecer em seu verdadeiro caráter. O pecado deve ser denunciado, e o testemunho de cada crente na verdade deve ser unânime. Todas as diferenças insignificantes que despertam o espírito combativo entre os irmãos são instrumentos de Satanás para desviar as mentes da grande e terrível questão diante de nós." Deixaremos que Satanás nos engane? Irmãos, vocês sabem que, nas coisas deste mundo, é coisa ruim ser enganado; mas quando uma pessoa engana vocês numa coisa insignificante e ínfima, vocês se sentem pior do que se ela os tivesse enganado de qualquer outra forma, não é verdade? [Ouvintes: "Sim"]. Pois bem. Satanás provoca essas pequenas diferenças que, em última análise, nenhuma partícula de mérito ou princípio possuem. Todavia, ele coloca nossa atenção nessas coisas, causa uma grande comoção na igreja e, dessa forma, desvia nossas mentes das terríveis questões que estão pairando sobre nossa cabeça. Sabem, é ruim ser enganado, não importa como, mas quando nos permitimos ser enganados em coisas desprezíveis e insignificantes, é pior ainda. Então, vamos abandonar tudo isso. "A verdadeira paz virá entre o povo de Deus quando, por meio de zelo unido e sincera oração, a falsa paz, presente em grande medida, for perturbada. [...] Os que se encontram sob a influência do Espírito de Deus não serão fanáticos, mas calmos, firmes e livres de extravagância. Que todos, porém, sobre cujo caminho a luz da verdade tem brilhado de modo claro e nítido, sejam cuidadosos a respeito de como clamam "paz e segurança". Sejam cuidadosos quanto a iniciativas que vocês possam tomar para suprimir as mensagens de verdade. Cuidado com a influência que vocês exercem neste tempo. Os que professam crer nas verdades especiais para este tempo precisam ser convertidos e santificados pela verdade. Como cristãos, somos depositários de verdade sagrada, e não devemos manter a verdade no pátio exterior, mas trazê-la para o santuário da alma. Então a igreja possuirá vitalidade divina por toda a parte. Os fracos serão como Davi, e Davi como o anjo do Senhor." Assim, vamos confessar nossa fraqueza e reconhecer o mais rápido possível que somos fracos. "O mais fraco dentre eles nesse dia será como Davi" (Zc 12:8), e sua força se unirá à força de Cristo. "Tudo se englobará em uma só pergunta: 'Quem mais perto chegará da semelhança com Cristo?'" Esse será o único interesse, e não a preocupação de quem será o maior na Associação, ou quem será o maior na igreja, ou quem terá esta ou aquela posição na igreja ou na comissão da Associação, mas: "Quem mais perto chegará da semelhança com Cristo?" "Quem fará os maiores esforços para ganhar almas para a justiça? Quando esta é a ambição dos crentes, as disputas chegam ao fim, e a oração de Cristo é respondida." Irmãos, esse é o ponto em que nos encontramos. "Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja primitiva, entre a 'multidão dos que creram era um o coração e a alma' [At 4:32]. O Espírito de Cristo fez deles um. Este é o fruto que resulta de permanecer em Cristo. Mas se dissenção, invejas, ciúmes e contendas são os frutos que produzimos, não é possível que estejamos permanecendo em Cristo." Apresento agora a passagem que já li uma ou duas vezes: "Jesus anseia conceder, em grande medida, a dotação celestial sobre Seu povo. [...] Quão grande e difundido deve ser o poder do príncipe do mal, que só pode ser subjugado pelo grandioso poder do Espírito. Deslealdade a Deus e a transgressão em todas as suas formas estão disseminadas em nosso mundo. Aqueles cujo anseio é preservar sua fidelidade a Deus, que são ativos em Seu serviço, se tornam alvos de toda flecha e arma do inferno." Isso nos remete diretamente aos estudos que fizemos nas noites anteriores: não temos nenhuma chance de subsistir se não tivermos Cristo. "Se aqueles que tiveram grande luz não demonstrarem fé e obediência correspondentes, logo se tornam impregnados da apostasia predominante, e outro espírito passa a controlá-los. Embora tenham sido exaltados até os céus em termos de oportunidades e privilégios, eles se encontram em pior condição do que os mais zelosos defensores do erro." "Aqueles que tiveram grande luz", se eles "não demonstrarem fé e obediência correspondentes", "se encontram em pior condição do que os mais zelosos defensores do erro". O texto faz referência a vocês e a mim. O juízo começa pela casa de Deus. Quando aqueles mensageiros passaram pela cidade para matar e exterminar, eles foram orientados a começar com os anciãos que estavam diante da casa (Ez 9:5-7). Se estamos em pior condição do que "os mais zelosos defensores do erro", então o juízo deve começar por nós. "Há muitos que, dessa forma, estão se preparando para a ineficiência moral na grande crise." Vamos parar este estudo neste ponto e retomá-lo a partir daqui no próximo estudo, pois o nosso tempo expirou. Capítulo 9 Sermão 9 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 7 de fevereiro de 1893, p. 178-185. Alguns afirmaram que eles não conseguem entender como uma pessoa pode reconhecer que ela é infeliz, miserável, pobre, cega e nua, e não sabe disso, e ao mesmo tempo se regozijar no Senhor. Bem, eu gostaria de saber como alguém poderia se alegrar sem reconhecer essas coisas. Gostaria de saber como uma pessoa vai se regozijar no Senhor se pensa que tudo está bem com ela. Alguém pode me dizer? Não consigo imaginar. Contudo, quando uma pessoa está ciente de que ela é o que o Senhor afirma que ela seja, reconhece o fato e descobre, então, que o Senhor é tão bom a ponto de aceitá-la tal qual está e prepará-la para permanecer na presença de Deus por toda a eternidade, então ela tem um motivo para se regozijar. Não há outra coisa que ela possa fazer. Ora, irmãos, o Senhor não nos salva porque nós somos tão bons, mas porque Ele é tão bom. Não se esqueçam disso. Ele não nos salva, nem nos abençoa na obra de Deus, no mínimo que seja, porque nós somos tão bons, mas porque Ele é bom e nós somos maus. E o que é maravilhoso em tudo isso é que Ele nos abençoará em tão grande medida, sendo nós tão maus. E a alegria é que Ele nos salva e nos faz refletir Sua própria imagem, mesmo nós sendo tão maus quanto somos. É daí que provém o regozijo no Senhor. Agora, quanto a entender isso, eu não posso entendê-lo, mas sei que é assim, e isso é tudo o que me importa. Mas desde que eu saiba que é assim, não vou me preocupar e ficar incomodado a respeito de como o Senhor pode fazer isso, ou se consigo entender ou não. Vocês estão preocupados com isso? [Congregação: "Não"]. Há outro ponto aqui que podemos considerar. Eu me refiro àqueles que não conseguem entender que é assim. Irmãos, digam ao Senhor várias vezes que é assim e então vocês verão o fato. Vocês não o entenderão no momento, mas o verão. Vocês não podem ver como isso acontece, mas podem ver que é um fato. Não há outra maneira de ver a questão. Será que poderei ter essa experiência se meu coração não estiver nela? Não. Ela pertence ao coração, e não é possível vê-la com os olhos. Vocês devem vê-la com o coração, e somente o Espírito de Deus pode nos dar o colírio que lhes permitirão ver. Aqui está algo que não explicará, mas ajudará, talvez, vocês a entender o assunto um pouco melhor. No Testemunho núm. 31, página 44, leio as seguintes palavras: "Vocês estão em Cristo? Não, a menos que reconheçam que vocês são pecadores errantes, desamparados e condenados." Isso é o que alguns irmãos dizem não poder enxergar. Eles dizem: "Se estou em Cristo, não consigo entender como devo aceitar que sou um pecador desamparado e acabado. Eu pensava que, se eu estivesse em Cristo, eu poderia então agradecer ao Senhor por ser uma pessoa boa, impecável, inteiramente perfeita, santificada e coisas assim." Evidentemente que não. Ele é. Quando você está em Cristo, Ele é perfeito, Ele é justo, Ele é santo, Ele nunca erra, e Sua santidade é imputada a você; ela é dada a você. A fidelidade Dele, a perfeição Dele é minha, mas eu não sou isso. Talvez vocês conseguirão ter uma percepção um pouco mais clara desse pensamento se lermos aquele verso familiar a todos, que se encontra em 1 Coríntios 1:30: "Mas vós sois Dele, em Cristo Jesus, o qual Se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". Então, onde está minha justiça? Em Cristo. Onde está minha sabedoria? Em Cristo. Onde está minha santificação? Em Cristo. Onde está minha redenção? Em Cristo. Sim, entendo, mas quando venho até Ele em busca de sabedoria e Lhe peço sabedoria, e Ele a concede a mim, não posso me gabar e dizer: "Eu sou sábio? Evidentemente que não. No momento em que eu disser isso, serei mais tolo do que já fui em toda a minha vida. Porque ao me entregar ao Senhor, Ele Se condescendeu em permanecer ao meu lado e, dessa forma, me dar Sua sabedoria, para que ela me guie e me oriente nos caminhos da sabedoria e me permita andar nos caminhos da justiça. Pelo fato de Ele ter feito essa obra, será que eu posso então me orgulhar por esse fato e dizer: "Agora eu sou sábio? Vocês não percebem que essa seria naturalmente a maior tolice que eu poderia falar? Ele fez a obra; Ele me ajudou, Ele me deu Sua sabedoria; foi Sua sabedoria que me guiou, se apossou de minha mente e coração, me orientou e me conservou nos caminhos da sabedoria. Portanto, Ele é minha sabedoria, e eu não tenho sabedoria alguma, mas somente a Dele. Vocês não percebem? Por agora, simplesmente aceitem dessa forma; depois vocês saberão que se trata de um fato. "Guiar-te-ei com os Meus olhos" (Sl 32:8). Quando Ele diz que me guia com Seus olhos, devo dizer que são Seus olhos que guiam vocês, e não os olhos de vocês. Então, a única coisa a fazer é renunciar completa e incondicionalmente ao nosso eu e permitir que este seja, completa e incondicionalmente Dele, a fim de que Ele seja tudo em cada um de nós. Portanto, Ele é nossa sabedoria, nossa santificação, nossa redenção e nossa justiça. Então Ele é meu contentamento quando sou infeliz; Ele é meu conforto quando sou miserável; Ele é minha visão quando sou cego; Ele é minha riqueza quando sou pobre, e Ele é meu conhecimento naquilo que não sei. Agora, a respeito daquele pensamento da noite passada, alguns acharam que eu estava indo longe demais. Talvez pensaram: "Já é o suficiente eu dizer que sou um infeliz, quando Jesus diz que sou infeliz; que sou pobre, quando Ele diz que sou pobre; que sou cego, quando Ele diz que sou cego". Parece-me, porém, que quando Ele diz "nem sabes", há quem responda: "Eu sei". Deve ser assim? Não, não. Quando Ele diz que não sabemos, eu devo responder: "Eu nada sei". Não comecem a colocar interpretações pessoais na maneira de Deus avaliar as coisas. Quando digo que sou infeliz, miserável, pobre, cego e nu, estou fazendo a coisa certa. Mas, acima de tudo, quando Ele diz que eu não sei, devo dizer: "Senhor, eu nada sei". "Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber" (1 Co 8:2, KJV, tradução literal). Eu ainda não sei, embora eu esteja reconhecendo que sou essas coisas. Contudo, eu não sei o quão infeliz, miserável, pobre, cego e nu eu realmente sou, como saberia se ele me revelasse minha real condição. No momento em que aceitarmos a mensagem de Laodiceia tal qual ela é apresentada, certamente receberemos tudo que Deus nos oferece nela. Então, irmãos, esse é o objetivo da mensagem. Não há outro. Que ela realize a Sua obra da maneira que Deus deseja. Olhem aqui. Vamos dar atenção a este testemunho encontrado no Volume 1, páginas 186 e 187, e dado em 1859: "Foi-me mostrado que o testemunho aos laodiceanos se aplica ao povo de Deus no tempo presente, e a razão por que ela não tem realizado uma obra maior se deve à dureza do coração deles. Mas Deus tem dado à mensagem tempo para realizar sua obra. O coração precisa ser purificado dos pecados que por tanto tempo têm excluído Jesus. Esta terrível mensagem fará sua obra. Quando foi apresentada pela primeira vez, ela levou a um íntimo exame do coração." É isso que ela vai fazer neste tempo. Deixemos, então, que ela faça sua obra. Porém, houve um intervalo de tempo desde que ela foi apresentada pela primeira vez. Continuo a leitura: "Os pecados foram confessados e em todos os lugares o povo de Deus foi sacudido. Quase todos creram que essa mensagem concluiria o alto clamor do terceiro anjo. Mas como o povo não viu a poderosa obra concluída em um curto espaço de tempo, muitos perderam o efeito da mensagem." Eles desistiram, conforme este testemunho não publicado afirma: "Os pecados de Israel devem ir a juízo com antecedência. Cada pecado deve ser confessado no santuário, então o trabalho há de ir adiante, isso deve ser feito agora. A chuva serôdia está vindo sobre aqueles que são puros -- todos, então, a receberão como no passado. Ninguém recebe a chuva serôdia a não ser os que fazem tudo o que podem. Cristo nos ajudará. Todos poderiam ser vencedores pela graça de Deus mediante o sangue de Jesus. Todo o Céu está interessado na obra. Anjos estão interessados." "Deus pode fazer deles um exército contra os inimigos deles. Vocês desistem rápido demais. Vocês soltam cedo demais aquele braço! O braço de Deus é poderoso. Satanás trabalha de diferentes maneiras para roubar a mente de fixar-se em Deus. Vitória, vitória! Precisamos tê-la sobre cada erro. Um solene aprofundar-se em Deus. Prepare- se. Coloque a sua casa em ordem." Quando, porém, ela foi primeiramente apresentada, pelo fato de ela não ter feito a obra "em pouco tempo", eles disseram: "O tempo não chegou"; assim, desistiram da mensagem e a perderam. Leio novamente um texto do Testemunho, Volume 1, página 186: "Vi que esta mensagem não realizaria sua obra em alguns poucos meses. Seu propósito é despertar o povo de Deus, revelar-lhe suas apostasias e levá-lo a um zeloso arrependimento, de modo que seja favorecido com a presença de Jesus e seja preparado para o alto clamor do terceiro anjo. À medida que esta mensagem exercia sua influência sobre o coração, ela conduzia pessoas a uma profunda humildade diante de Deus. Anjos eram enviados em toda direção para preparar corações descrentes para a verdade." Esta é a posição em que nos encontramos. Enquanto esta mensagem está nos preparando para o alto clamor, Deus está enviando anjos por toda a parte para preparar pessoas para a verdade. E quando sairmos dessa assembleia com esta mensagem como a conhecemos agora, as pessoas a ouvirão. "A causa de Deus começou a erguer-se, e Seu povo tomou conhecimento de sua posição. Se o conselho da Testemunha Verdadeira tivesse sido completamente ouvido, Deus teria operado em favor de Seu povo com maior poder. Todavia, os esforços empreendidos desde que a mensagem tem sido dada foram abençoados por Deus, e muitas almas têm sido trazidas do erro e das trevas para se regozijarem na verdade. Deus provará Seu povo." O ponto especial que queria ressaltar é a parte que diz que a finalidade da mensagem é que o povo de Deus "seja favorecido com a presença de Jesus e seja preparado para o alto clamor do terceiro anjo". O que nos prepara então para o alto clamor do terceiro anjo? A mensagem a Laodiceia. Agora, irmãos, aquele trecho que eu estava lendo ontem à noite nos fornece a razão por que é importante que nossos olhos sejam ungidos com o colírio exatamente agora. Ontem à noite eu somente li a passagem. Agora eu a lerei novamente para explorarmos um pouco mais: "Se aqueles que têm recebido grande luz não possuem fé e obediência correspondentes, tornam-se logo fermentados com a apostasia predominante; outro espírito os controla. Embora tenham sido exaltados ao Céu no aspecto dos privilégios e oportunidades, estão em condição pior que os mais zelosos defensores do erro. Há muitos que, dessa forma, estão se preparando para a ineficiência moral na grande crise." Vocês estão "se preparando" para "a ineficiência moral" neste tempo? Será que faço parte desse grupo? "Eles são vacilantes e indecisos. Outros que não tiveram tão grande luz, que nunca se identificaram com a verdade, sob a influência do Espírito responderão à luz quando esta brilhar sobre eles. A verdade que perdeu seu poder sobre aqueles que por muito tempo têm desprezado sua preciosa instrução aparece bela e atrativa àqueles que estão prontos para andar na luz." O ponto que queremos estudar agora é a afirmação de que muitos "estão se preparando para a ineficiência moral na grande crise". Precisamos investigar o que significa essa "ineficiência moral", qual é o perigo envolvido e como caímos nela, não é verdade? Se eu estou nessa condição, então será que eu não devo saber o que essa "deficiência moral" significa, os perigos envolvidos e como caí nela? A dificuldade é fazer com que o povo chegue a uma posição em que consiga entender aquilo de que necessita. O Senhor sempre nos dará uma saída, e Ele nos mostra o caminho. Mas nossa primeira necessidade é entender o perigo, e, então, entender como caímos nessa condição. Vamos estudar isso. Vamos investigar o assunto; e queremos fazê-lo com o mesmo espírito com que fizemos este estudo na noite passada, pois se trata de um único estudo. Nos "Testemunhos Especiais", intitulado "Perigo em Adotar Métodos Mundanos na Obra de Deus", página 5, leio estas palavras: "Já em 1882, testemunhos do mais profundo interesse, sobre pontos de importância vital, foram apresentados a nosso povo com relação à obra e ao espírito que deveria caracterizar os obreiros. Pelo fato de essas advertências terem sido negligenciadas, os mesmos males apontados por elas têm sido acariciados por muitos, impedindo o progresso da obra e colocando muitas almas em perigo. Os que são autossuficientes, que não sentem a necessidade constante de oração e vigilância, serão enredados. Mediante fé viva e fervorosa oração, as sentinelas de Deus devem se tornar participantes da natureza divina; caso contrário, serão encontradas professamente trabalhando para Deus, mas, na realidade, prestando seu serviço ao príncipe das trevas." É uma coisa terrível estar nessa condição. Pensar que se está "trabalhando para Deus", quando, na verdade, todo o trabalho é para o inimigo! Quem estará nessa situação? Os que não têm fé sincera, que não entregaram tudo e não possuem a Cristo. Em outras palavras, aqueles que não deram ouvidos à mensagem a Laodiceia. O testemunho continua: "Pelo fato de seus olhos não terem sido ungidos pelo colírio celestial, o entendimento deles ficará cegado, e eles estarão ignorantes quanto aos espantosos e capciosos estratagemas do inimigo." Irmãos, estamos no tempo -- e permaneceremos nele desde agora até o fim do mundo -- em que enfrentaremos situações que nos deixarão perdidos se contarmos com a razão. Tomaremos o lado errado. Repito: se dependermos da razão, certamente tomaremos o lado errado. Poderemos perceber a situação somente com o colírio celestial pelo qual se cumpre a palavra: "Conhecereis a verdade" (Jo 8:32). Com ele, assim que o engano chamar nossa atenção, perceberemos todo o caminho para onde ele quer nos levar. Haverá momentos em que a causa de Deus e a honra da causa de Deus dependerá daquilo que vocês e eu dissermos; e Satanás poderá tirar vantagens daquilo que vocês e eu dissermos. E nessas ocasiões, que sempre ocorrerão, se vocês e eu não ficarmos atentos e não recebermos o Espírito celestial para nos dar a palavra correta a dizer, diremos a palavra errada, e esta colocará cada um de nossos irmãos na defensiva. Assim, cada um de nós ficará em desvantagem, pois o inimigo está chegando ao ponto em que ele está investigando cada posição que tomamos. O inimigo está alerta agora, observando cada posição adotada, com o único propósito de pervertê-la e nos colocar em desvantagem. Precisamos de algo que vá além da sabedoria humana, ou de nossa própria razão, para sabermos como tomar a posição correta. Estaremos em situações em que a honra da causa de Deus dependerá de nós. Perguntas nunca ouvidas antes serão feitas. Poderemos estar diante de uma comissão, de uma assembleia legislativa, ou coisa do tipo -- lugares para onde Deus possa nos chamar com o intuito de nos dar a oportunidade de difundir a luz e a verdade --, e ali ouvir uma pergunta que nunca nos havia sido feita antes. Vocês terão que saber naquele instante que resposta dar. Vocês não terão tempo para pensar ou raciocinar sobre a pergunta. Quando vocês tiverem que responder a certas perguntas, se vocês demorarem ou derem uma pausa para raciocinar sobre elas, a probabilidade é que a racionalidade de seu argumento possa parecer exatamente o oposto do que o Espírito Santo teria a dizer sobre o assunto, pois os caminhos Dele não são os nossos caminhos. Irmãos, não estou falando aleatoriamente. Situações semelhantes já ocorreram. E hoje vocês e eu estamos em desvantagem; e há fardos que foram postos sobre vocês e eu, que teremos que carregar precisamente devido à cegueira de alguns adventistas do sétimo dia. Essa é a situação em que nos encontramos. E quando nossos inimigos percebem essas coisas, se infelizmente isso ocorrer, e as usam contra nós com o objetivo de lançar descrédito sobre nossa posição, quando defendemos a verdade como é em Cristo, não teremos outra saída a não ser repudiar tudo o que foi dito e declarar que não é a verdade, embora tenha vindo de uma adventista do sétimo dia. Estar numa situação como essa é algo terrível. Eu não quero colocar vocês em situações assim e não quero que vocês façam o mesmo em relação a mim; e sei que vocês não desejam fazer isso. Então, vocês e eu precisamos da unção celestial para sabermos o que dizer e o que fazer numa situação inesperada. "Aconselho-te que de Mim compres [...] colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Ap 3:18). Na página 7 lemos o seguinte: "Os que creem na verdade devem ser quais fiéis sentinelas na torre de vigia; caso contrário, Satanás irá lhes sugerir raciocínios enganosos, e eles darão voz a opiniões que hão de trair responsabilidades santas e sagradas." Mas que responsabilidades santas e sagradas nós temos? É a causa de Deus, a obra da mensagem do terceiro anjo. Não é isso a única responsabilidade que temos? Então, quando vocês e eu traímos responsabilidades santas e sagradas, o que estamos traindo? Estamos traindo a mensagem do terceiro anjo. Além disso, estamos traindo cada um de nossos irmãos, os colocando em desvantagem, os vendendo às mãos do inimigo. Tudo isso nos mostra que vocês e eu devemos andar em veredas retas. [Uma voz: Não existe um texto que diz que o Espírito de Deus nos dirá o que falar?]. Pastor Jones: Exatamente, e é precisamente isso que estou ressaltando. Esta exortação é para nós dependermos do Espírito de Deus e termos a certeza de que O temos. O objetivo dela não é para fazermos pouco caso dos ensinos do Espírito de Deus, nem da orientação do Espírito de Deus. Na página 13, há uma referência a Elias: "Será que Elias se enfraquece diante do rei? Será que ele recua e se intimida, recorrendo à lisonja para abrandar as emoções do governante enfurecido? Israel tem pervertido seus caminhos e abandonado as veredas da lealdade a Deus. E agora, será que o profeta, a fim de preservar sua vida, iria trair sagradas e santas responsabilidades? Será que ele profetiza coisas suaves para agradar ao rei e para alcançar seu favor? Irá ele se esquivar do problema? Haverá ele de esconder do rei a verdadeira razão por que os juízos de Deus estão caindo sobre a terra de Israel?" O que isso significa para nós? Não estamos vivendo no tempo de Elias? Não seremos expulsos como Elias foi? O fogo não há de descer do céu contra a verdade de Deus, assim como desceu lá em favor da verdade de Deus? Não seremos nós expulsos para estarmos sob a proteção dos anjos como Elias esteve? E para sermos transladados como ele foi? Nossa posição não é a mesma dele? Não precisamos então da mesma fé que ele teve? Há uma mensagem muito importante para nós sobre esse assunto no "Testemunho núm. 32, página 139: "Será que Satanás há de triunfar sempre assim? Oh, não! A luz refletida da cruz do Calvário indica que uma obra maior do que nossos olhos já testemunharam deve ser realizada. O terceiro anjo, voando pelo meio do céu, anunciando os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus, representa nossa obra. A mensagem não perde nada de sua força à medida que o anjo prossegue em seu voo; pois João o vê crescendo em força e poder até que toda a Terra é iluminada com sua glória. A trajetória do povo de Deus guardador de Seus mandamentos é para frente, sempre para frente. A mensagem da verdade que levamos deve ir a nações, línguas e povos. Em breve ela irá com grande voz, e a Terra será iluminada com sua glória." Mas, o que nos é dito agora não é que ela em breve irá, mas que ela já "começou" e "vai" com grande voz. "Estamos nos preparando para este grande derramamento do Espírito de Deus? Agentes humanos devem ser empregados nesta obra. Zelo e energia devem ser intensificados. Talentos que estão se enferrujando pela inatividade devem ser estimulados para o serviço. A voz que vier a dizer: "Esperem, não permitam que fardos sejam impostos sobre vocês", esta é a voz dos espias covardes. Precisamos agora de Calebes que apressadamente se moverão para frente -- capitães em Israel que, com palavras corajosas, farão um poderoso relatório em favor de ação imediata." Quem entrou na terra de Canaã? [Ouvintes: Calebe e Josué]. Os homens que disseram que eles poderiam entrar. E porque Deus estava com eles, puderam entrar na terra depois que todos os demais já haviam tombado no deserto. Eles continuaram com seus irmãos, destinados a perecer, cuja incredulidade fez com que ambos vagueassem por todos aqueles 38 anos. Mas Deus havia prometido: "Vocês entrarão na terra". Quem há de entrar na terra agora? Vocês não lembram que nos foi lido um testemunho declarando que da mesma forma que Israel estava nas fronteiras de Canaã, nós também estamos? Quem vai entrar? Aqueles que fizerem "um poderoso relatório em favor de ação imediata". Esses entrarão. Deus assim o diz. É possível que os incrédulos e temerosos hesitem e levem a causa de Deus a retardar-se; mas não temam. Deus prometeu que nós entraremos. Os Calebes entrarão. Isso está definido. "Quando as pessoas egoístas, amantes da tranquilidade e dominadas pelo medo, temendo altos gigantes e muros inacessíveis, clamarem por uma retirada, que a voz dos Calebes seja ouvida, mesmo que os covardes se levantem com pedras nas mãos, prontos para derrubá-los por seu testemunho." Qual é o nosso propósito aqui? Estudamos até o momento que não devemos temer todos os poderes deste mundo, nem os poderes dos inimigos que se levantarão contra nós e a causa de Deus. Vimos isso em nossos estudos. Agora chegamos ao ponto em que se requer de nós que permaneçamos fiéis à mensagem de Deus e que não tenhamos medo nem mesmo de adventistas do sétimo dia covardes. Essa é a posição que Deus deseja que tomemos. Ele quer que tenhamos consciência de que a mensagem é para agora. Ele quer que proclamemos a mensagem como ela se apresenta agora. Caso nos deparemos com aqueles que estão prontos para nos derrubar com pedras e paus, prontos para nos maltratar, ou seja lá o que for, vamos dar graças a Deus que chegou o tempo para "ação imediata". Segue mais uma mensagem do Testemunho Especial, p. 6: "Foi-me mostrado que as loucuras de Israel nos dias de Samuel se repetirão entre o povo de Deus hoje, a menos que haja maior humildade, menos confiança no eu e mais confiança no Senhor Deus de Israel, o Regente do povo." Leio ainda no mesmo capítulo: "Eles devem ser talhados pelos profetas com reprovação, advertência, admoestação e conselhos, para que sejam moldados segundo o Padrão divino." Na página 41 lemos: "O mundo não deve ser nosso critério. Que o Senhor opere; que a voz do Senhor seja ouvida. Os que estão empregados em qualquer ramo da obra por meio do qual o mundo possa ser transformado, não devem entrar em aliança com aqueles que não conhecem a verdade. O mundo não conhece o Pai nem o Filho, e eles não possuem qualquer discernimento espiritual quanto ao caráter de nossa obra, quanto ao que nos cumpre fazer ou deixar de fazer. Devemos obedecer às ordens que vêm do alto. Não devemos ouvir os conselhos ou seguir os planos sugeridos por incrédulos. As sugestões propostas por aqueles que não conhecem a obra que Deus está realizando para este tempo serão do tipo que enfraquecerão o poder dos instrumentos de Deus. Ao aceitarem tais sugestões, o conselho de Cristo é desprezado." Qual é o propósito dessa advertência? Existe algum perigo em seguirmos métodos mundanos? Se não houvesse nenhum perigo, Deus não teria falado que esse perigo existe. Existe algum perigo em nos aliarmos com organizações mundanas ou as tomarmos como modelo? Um homem ou uma mulher faz uma carreira em alguma organização secular e acaba se tornando o líder dela; então, pelo fato de ele ou ela ter demonstrado algum sucesso no campo da "temperança" ou "moralidade", ou qualquer coisa do tipo, achamos que temos que copiar o modelo deles ou adotar seus planos. Deus tem algo melhor do que isso. Ele quer que demos atenção aos planos que vêm do alto. Já faz muito tempo que Ele nos disse que, embora algumas dessas organizações pudessem ter coisas que, em si mesmas, eram boas -- e a temperança é mencionada como uma delas --, não podemos nos unir a elas se tais organizações estiverem aliadas à marca da besta, a instituições dominicais que trabalham em prol desse dia ou da promulgação de leis que obrigam as pessoas a violar sua consciência. Esse testemunho está à nossa disposição, que eu saiba, já faz oito anos, ou quase nove anos. O que Deus deseja é nos ter ao Seu lado. Permitiremos que Ele faça uso de nós? Seremos completamente submissos à Sua vontade? Daremos atenção às ordens do alto e obedeceremos a elas? Há uma mensagem sobre esse ponto no Volume 1 dos Testemunhos, p. 183, que fala da causa quando o alto clamor começar: "Todos pareciam ter um profundo senso da própria indignidade e manifestavam inteira submissão à vontade de Deus." Na página 2 do Testemunho "Perigo em Adotar Métodos Mundanos na Obra de Deus", leio estas palavras: "'Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas' [Ap 2:4, 5]. Aquele que chorou sobre o impenitente Israel, quando observou a ignorância deles a respeito de Deus e de Cristo, seu redentor, olhou para o centro da obra em Battle Creek. [Mas, irmãos, nós estamos em Battle Creek agora, e isso se aplica a nós]. Grande perigo rodeava as pessoas, mas alguns não sabiam disso. Incredulidade e impenitência lhes cegavam os olhos, e eles confiavam na sabedoria humana para dirigir quanto aos interesses mais importantes da causa de Deus." Leio agora a seguinte citação extraída do Testemunho intitulado "Aos Irmãos em Posições de Responsabilide", página 10: "A apostasia original iniciou-se por causa de incredulidade e negação da verdade. Devemos fixar os olhos da fé firmemente em Jesus. Quando chegarem os dias -- e eles certamente virão -- em que a lei de Deus for anulada, o zelo dos verdadeiros e leais deveria se erguer com a emergência e se mostrar ainda mais fervoroso e decidido, e o testemunho deles deveria ser ainda mais positivo e inabalável." Na página 12 lemos: "Há aqueles que se orgulham pela grande precaução que possuem quanto ao recebimento de 'nova luz', como eles a chamam, mas estão cegados pelo inimigo e não conseguem discernir as obras e os métodos de Deus. Luz, preciosa luz, chega do Céu, e eles se mobilizam contra ela. O que acontece em seguida? Esses mesmos aceitarão mensagens que Deus não enviou. Dessa forma, certamente se tornam perigosos para a causa de Deus pelo fato de estabelecerem falsos padrões." Lemos ainda: "Eles precisam da unção celestial para que compreendam o que é luz e verdade." Isso se aplica a vocês e a mim. Isso se aplica a mim especialmente. Quero lhes dar uma sugestão. Seria bom vocês lerem, se ainda não o fizeram, o artigo de primeira página da Review de 7 de fevereiro. Ele fala amplamente sobre esse assunto. Lerei algumas sentenças: "Adotar uma atitude que dá a aparência de transigência é uma nova circunstância para este povo. É uma experiência nova, um afastamento dos princípios que temos seguido, os quais fizeram de nós o que somos hoje: um povo a quem Deus tornou próspero, um povo que tem o Senhor dos Exércitos consigo. [...] A vocês que estão ligados com coisas sagradas, Deus pede que tomem cuidado onde colocam os pés. Ele os considera responsáveis pela luz da verdade, para que ela possa brilhar em raios claros e distintos ao mundo. O mundo, com seus esquemas, nunca os ajudará a deixar a luz de vocês brilhar. [...] Todos os que defendem a verdade deveriam fazê-lo em justiça e não deixar de prezar seu valor e santidade. [...] Precisamos da sabedoria e habilidade divinas para que possamos aproveitar cada oportunidade que a providência de Deus disponibilizar para a apresentação da verdade." Devemos aproveitar a oportunidade e não trai-la, nem fracassar, quando ela for oferecida, devido à nossa falta de preparo. Qual o propósito de estarmos aqui se não estivermos preparados? Qual é o propósito de vocês e eu, ministros adventistas do sétimo dia, encarregados de levar a mensagem do terceiro anjo, qual é o propósito de estarmos aqui se não estivermos preparados quando Deus nos chamar e nos der uma oportunidade? "Não permitam que o temor dos homens e o desejo de patrocínio obscureçam um único raio da luz celestial. Se as sentinelas da verdade deixassem agora de fazer soar a advertência, elas seriam indignas de sua posição como portadoras de luz ao mundo; mas caso o estandarte caia de suas mãos, o Senhor levantaria outros que seriam fiéis e leais." "Será necessário coragem moral para fazer a obra de Deus sem vacilar. Os que se empenharem nesta obra não podem dar lugar algum ao amor próprio, considerações egoístas, ambição, amor à comodidade ou desejo de evitar a cruz. [...] Alguns poderão não mostrar visivelmente de que lado do conflito estão. Eles aparentemente não se colocam contra a verdade, mas esses não apoiarão ousadamente a causa de Cristo, por temerem perder posses ou sofrer opróbrio. Todos esses estão incluídos entre os inimigos de Cristo." Chegou o tempo para que os amigos de Cristo se tornem conhecidos. E se ocorrer de um adventista do sétimo dia ser alvo de investigação por seu posicionamento em favor de Cristo e da mensagem, que a amizade de vocês por Cristo se manifeste ao vocês apoiarem tal pessoa. Tenho alguns minutos para falar sobre como chegamos a essa situação e como esses perigos nos sobrevieram. Em outra noite, vocês devem lembrar que eu estava lendo o capítulo 2 de Joel. Então um dos irmãos, o irmão Corliss, chamou nossa atenção para o texto na margem da KJV do verso 23. Vocês se lembram disso? Eu lhe disse que faria menção da margem em outro momento. Agora, vamos todos ler esse verso na margem. O verso no texto é traduzido assim: "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque Ele vos deu a chuva temporã moderadamente". O que a margem diz? "Ensinador de justiça" [KJV; cf. Jl 2:23 na ARC]. Como esse "ensinador" é dado? "De acordo com a justiça", que também se encontra na margem. "Fará descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia". Quando Ele deu a chuva temporã, o que ela representou? "Um ensinador de justiça". E quando Ele der a chuva serôdia, o que ela representará? "Um ensinador de justiça". E como? "De acordo com a justiça". Então, será que isso não corresponde exatamente ao que o testemunho nos disse naquele artigo que li para vocês várias vezes? "O alto clamor do terceiro anjo", a chuva serôdia, já começou "na mensagem da justiça de Cristo". Não é isso o que Joel nos disse muito tempo atrás? Será que nossos olhos não ficaram tapados de maneira que não conseguimos ver? Não precisávamos da unção? Irmãos, será que há algo no mundo que precisamos mais do que isso? Deveríamos ficar muito alegres por Deus ter enviado Seu próprio Espírito aos profetas para nos mostrar coisas que não conseguíamos ver! Deveríamos ficar infinitamente alegres por isso. Assim, a chuva serôdia -- o alto clamor --, segundo o testemunho e segundo as Escrituras, é o "ensino de justiça", e "de acordo com a justiça" também. Agora, irmãos, quando foi que essa mensagem da justiça de Cristo começou entre nós como um povo? [Um ou dois na audiência: "Três ou quatro anos atrás"]. Quantos? Três ou quatro? [Congregação: "Quatro"]. Sim, quatro. Onde foi isso? [Congregação: "Minneapolis"]. Então, o que os irmãos rejeitaram em Minneapolis? [Alguns na congregação: "O alto clamor"]. O que é aquela mensagem de justiça? O Testemunho nos disse o que ela é: o alto clamor -- a chuva serôdia. Então o que os irmãos, naquela terrível posição em que se encontravam, rejeitaram em Minneapolis? Eles rejeitaram a chuva serôdia -- o alto clamor da mensagem do terceiro anjo. Irmãos, isso não é triste demais? É claro que os irmãos não sabiam que estavam fazendo isso, mas o Espírito do Senhor estava lá para lhes dizer que era isso o que estavam fazendo, não é verdade? Mas quando eles estavam rejeitando o alto clamor, "o ensino de justiça", e então o Espírito do Senhor, por meio de Seu profeta, Se manifestou e nos disse o que eles estavam fazendo, então o que aconteceu? Ah, então eles simplesmente colocaram de lado esse profeta com todos os demais. Foi isso o que aconteceu em seguida. Irmãos, é tempo de pensarmos sobre essas coisas. É tempo de pensarmos seriamente, de pensarmos cuidadosamente. Na página 8 do Testemunho "Perigo em Adotar Métodos Mundanos na Obra de Deus", leio o seguinte: "Como Intercessor e Advogado do homem, Jesus guiará todos os que estão dispostos a ser guiados, dizendo: 'Sigam-Me para o alto, passo a passo, onde a clara luz do Sol da Justiça brilha'. Mas nem todos estão seguindo a luz. Alguns estão se distanciando do caminho seguro, que, a cada passo, é um caminho de humildade. Deus confiou a Seus servos uma mensagem para este tempo; mas essa mensagem não coincide, em todos as suas particularidades, com as ideias de todos os líderes, e alguns criticam a mensagem e os mensageiros. Eles até ousam rejeitar as palavras de reprovação enviadas a eles da parte de Deus por meio de Seu Santo Espírito." Vocês sabem quem eram essas pessoas. Minha intenção não é que vocês apontem o dedo para outros. Vocês sabem se vocês faziam parte desse grupo ou não. Irmãos, chegou o tempo de retomarmos hoje à noite o que rejeitamos lá. Ninguém de nós é capaz de imaginar a maravilhosa bênção que Deus tinha para nós em Minneapolis, da qual já poderíamos estar desfrutando durante esses quatro anos, se os corações tivessem se mostrado prontos para receber a mensagem que Deus enviou. Estaríamos quatro anos adiantados; e nesta noite já estaríamos em meio das maravilhas do próprio alto clamor. Vocês não lembram que o Espírito de Profecia nos disse ali naquele momento que a bênção estava pairando sobre nossa cabeça? Bem, irmãos, vocês têm consciência de tudo. Não nos cabe examinar uns aos outros. Cada um examine a si mesmo. Cada um sabe que parte desempenhou naquele evento; e chegou o tempo de analisarmos detalhadamente todo o assunto. Sim, irmãos, chegou o tempo de esmiuçar o assunto. Eu lerei outra citação sobre isso daqui a pouco. Voltando à leitura: "Que poder de reserva tem o Senhor com o qual alcançar aqueles que desprezaram Suas advertências e reprovações e atribuíram os testemunhos do Espírito de Deus a uma fonte em nada superior à sabedoria humana? No juízo, o que vocês que assim agiram podem oferecer a Deus como desculpa por terem dado as costas às evidências que Deus forneceu de que Ele estava na obra? 'Pelos seus frutos os conhecereis'. Eu não gostaria de repetir agora diante de vocês as evidências apresentadas nos últimos dois anos a respeito da atuação de Deus por meio de Seus servos escolhidos." Este testemunho foi dado no outono de 1890, em 3 de novembro. Se retrocedermos dois anos, chegamos ao outono de 1888, ao mês de novembro; e isso foi em Minneapolis, onde essas coisas ocorreram. Estão presentes aqui uma meia dúzia de irmãos, ou talvez uma dúzia, que, em outra ocasião, depois de Minneapolis, ouviram, em um Instituto[1], o Espírito de Deus reprovar e repreender com palavras claras o espírito de Minneapolis que estava se manifestando naquele Instituto em que nos encontrávamos. Foi dito claramente que se tratava do "espírito de Satanás". Isso aconteceu na primavera seguinte depois de Minneapolis. Mas eu continuo: "Mas a evidência atual de Sua operação está revelada a vocês, e vocês estão agora na obrigação de crer. Vocês não podem negligenciar as mensagens de advertência de Deus, vocês não podem rejeitá-las ou tratá-las levianamente sem correrem o risco de perda infinita. Críticas capciosas, o ridículo e a distorção dos fatos, tudo isso só pode ser tolerado à custa da degradação da própria alma. O uso desse tipo de arma não lhes garante vitórias preciosas; ao contrário, rebaixa a mente e separa a alma de Deus. Coisas sagradas são reduzidas ao nível das comuns, e um estado de coisas é criado que agrada ao príncipe das trevas, entristecendo e afastando o Espírito de Deus. Objeções capciosas e críticas deixam a alma tão destituída do orvalho da graça, como os montes de Gilboa eram destituídos de chuva. Não se pode depositar confiança no julgamento daqueles que cedem ao desejo de ridicularizar e deturpar. Nenhum peso pode ser dado a seus conselhos ou resoluções. Vocês precisam ter as credenciais divinas antes de darem passos categóricos para moldar o funcionamento da obra de Deus." "Acusar e criticar aqueles a quem Deus está usando é o mesmo que acusar e criticar o Senhor, que os enviou. Todos devem cultivar suas capacidades religiosas para que tenham correto discernimento de assuntos religiosos. Alguns têm fracassado em distinguir entre ouro puro e mero brilho, entre a matéria e a sombra." Antes de ler o próximo parágrafo, gostaria de ler dois parágrafos deste testemunho que ainda não foi publicado: "As falsas ideias que foram extensamente desenvolvidas em Minneapolis não foram inteiramente desarraigadas de algumas mentes. Aqueles que não fizeram completa obra de arrependimento, com base na luz que Deus Se agradou em dar a Seu povo desde aquela época, não verão as coisas claramente e estarão prontos para considerar como engano as mensagens que Deus envia." Irmãos, pode haver diante de nós perigo maior do que este em que nos colocamos devido às ações aqui mencionadas, contra as quais foram dadas advertências? Eu me refiro ao perigo de trairmos santas e sagradas responsabilidades, o perigo de trairmos nossos irmãos, levando-os a lugares e situações que os obrigarão a carregar terríveis fardos que o inimigo colocará sobre nós e usará para nos perseguir. Há outra declaração sobre o mesmo assunto, que passo a ler: "Deveríamos ser as últimas pessoas da Terra a tolerar, no mínimo grau que seja, o espírito de perseguição contra aqueles que estão levando a mensagem de Deus ao mundo. Esse é o traço mais terrível de dessemelhança com Cristo já manifestado entre nós desde a reunião de Minneapolis. Em algum momento isso será visto em seu verdadeiro significado, com todo o fardo de dor que dele resultou." Irmãos, Deus está levando isso a sério. É tempo de vocês e eu buscarmos o Senhor agora, enquanto a misericórdia ainda se prolonga, de maneira que possamos ver o fardo de dor em toda a sua enormidade, e enquanto ainda há misericórdia para nos libertar dele. Deus nos chama para Si mesmo. Agora lerei este parágrafo adicional dos Testemunhos Especiais: "Os preconceitos e opiniões que dominaram em Minneapolis não estão mortos de forma alguma. As sementes lançadas ali em alguns corações estão prontas para brotar e produzir uma colheita semelhante. As copas foram derrubadas, mas as raízes não foram arrancadas; elas ainda produzem fruto não santificado para envenenar o juízo, perverter as percepções e cegar o entendimento daqueles com quem vocês se relacionam no que diz respeito à mensagem e os mensageiros. Quando, mediante completa confissão, vocês destruírem a raiz de amargura, vocês verão luz na luz de Deus. Sem essa obra completa, vocês nunca limparão a alma." Irmãos, vocês estão dispostos a limpar a alma e abrir o caminho para que o Senhor envie Seu Espírito no derramamento da chuva serôdia? "Vocês precisam estudar a Palavra de Deus com um propósito; não o de confirmar as próprias ideias, mas trazê-las para que sejam buriladas, condenadas ou aprovadas, conforme estejam em harmonia ou não com a Palavra de Deus. A Bíblia deveria ser a companheira constante de vocês. Vocês deveriam estudar os Testemunhos, não para escolher certas sentenças para usá-las segundo suas conveniências, ou para fortalecer seus pontos de vista, desconsiderando, ao mesmo tempo, as mais claras declarações dadas para corrigir o curso de ação de vocês." "Tem havido um afastamento de Deus entre nós, e o zeloso trabalho de arrependimento e retorno ao nosso primeiro amor, tão essencial para a restauração diante de Deus e regeneração do coração, ainda não foi efetuado. A infidelidade vem fazendo suas incursões em nossas fileiras, pois está na moda afastar-se de Cristo e dar lugar ao ceticismo. Com muitos, o clamor do coração tem sido: 'Não queremos que Este reine sobre nós' [Lc 19:14]. Baal, Baal é a escolha. A religião de muitos entre nós será a religião do Israel apóstata, pois amam seu próprio caminho e abandonam o caminho do Senhor. A verdadeira religião, a única religião da Bíblia, que ensina o perdão apenas pelos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto, que promove a justiça mediante a fé do Filho de Deus, tem sido desprezada, atacada, ridicularizada e rejeitada. Ela tem sido denunciada como algo que conduz ao entusiasmo e fanatismo. Mas é a vida de Jesus Cristo na alma, o princípio ativo do amor comunicado pelo Espírito Santo, que unicamente tornará a alma frutífera em boas obras. O amor de Cristo é a força e poder de cada mensagem de Deus que possa ter saído de lábios humanos. Que tipo de futuro está à nossa frente, se deixarmos de alcançar a unidade da fé? Essa é a questão que consideramos ontem à noite, ou seja, a unidade da fé. Quando os primeiros discípulos se reuniram como um corpo e oraram unânimes, acertando as diferenças, então o Espírito Santo desceu sobre eles. Esta é a experiência que temos diante de nós agora. Irmãos, não digo essas coisas para criticar ou condenar; mas digo no temor de Deus a fim de que cada um de nós fique consciente de sua situação. Se houver aqui alguma dessas raízes de Minneapolis, ainda presentes entre nós nesses últimos quatro anos, ou qualquer outra decorrente delas; e se houver alguma safra resultante desses anos, vamos nos propor agora a desarraigar tudo isso e nos prostrar aos pés de Cristo tendo nos lábios este único clamor: "Eu sou infeliz, miserável, pobre, cego e nu, e não sei disso". Essa é a nossa situação. Sei que alguns ali a aceitaram. Outros a rejeitaram completamente. Vocês também reconhecem o fato. Outros tentaram ficar no meio termo e receber a mensagem dessa forma. Mas, irmãos, não é assim que devemos tê-la; não é assim que ela é recebida. Eles pensaram que seria melhor ficar no meio termo, e, embora não a tenham exatamente recebido, nem se comprometeram decididamente com ela, todavia se mostraram dispostos a seguir a maré, não importava que direção ela tomasse no final; qualquer direção que o corpo de crentes decidisse seguir, eles estavam dispostos a ir junto. Desde essa época, outros têm visto que Deus está orientando o corpo de crentes exatamente nessa direção, e eles propuseram-se a seguir adiante com o corpo ao vê-lo avançar nesse sentido. Irmãos, vocês precisam se apropriar da justiça de Jesus Cristo no coração de modo mais profundo que isso. Todos precisam se apropriar da justiça de Deus de maneira mais íntima, e não simplesmente colocar na balança as diferentes posições e ficar dividido entre dois partidos. Quem assim proceder não tem chance alguma de ver ou conhecer a justiça de Deus. Outros aparentemente apoiavam a mensagem, e falavam favoravelmente a respeito dela quando existia um espírito de transigência. Contudo, quando esse espírito feroz -- esse espírito descrito ali como o espírito perseguidor -- quando aquele espírito se levantava em sua fúria e fazia guerra contra a mensagem da justiça pela fé, em vez de se posicionarem nobremente, no temor de Deus, e declararem mesmo em face do ataque de que ela "é a verdade de Deus e eu creio nela de coração", eles começavam a ceder e, de forma apologética, apresentavam desculpas em favor dos que pregavam a mensagem, como se o ponto fosse apenas quanto à personalidade dos indivíduos, que precisava manter-se em vantagem devido à admiração. Irmãos, a verdade de Deus não precisa de apologia. O homem que prega a verdade de Deus não precisa de apologia. A verdade de Deus requer a fé de vocês. É disso que ela precisa. Tudo o que a verdade de Deus precisa é que vocês e eu acreditemos nela, a recebamos no coração e permaneçamos firmes por ela diante de todos os ataques que possam ser lançados contra ela; e que fique claro que vocês devem apoiar os mensageiros a quem Deus envia para pregar, não porque eles sejam homens de algum destaque, mas porque Deus os envia com a mensagem. Isso, porém, não passa de uma amostra. Situações virão que vão nos surpreender mais do que a que surpreendeu os que estavam presentes em Minneapolis. Veremos coisas mais surpreendentes do que tudo o que já vimos até o momento. Sabem, irmãos, será exigido de nós que recebamos e preguemos essa verdade. Porém, a menos que desarraiguemos do coração toda fibra do espírito manifestado ali, trataremos a mensagem e o mensageiro por meio do qual ela é enviada da forma como Deus declarou que tratamos aquela outra mensagem. Para finalizar o estudo desta noite, lerei a avaliação dessa situação conforme se encontra no Volume 1 dos Testemunhos, páginas 186 e 187: "Deus provará Seu povo. Jesus os suporta com paciência e não os vomita de Sua boca imediatamente. Disse o anjo: 'Deus está pesando Seu povo'. Se a mensagem tivesse sido de duração tão breve quanto muitos de nós imaginavam, não teria havido tempo para que o povo desenvolvesse caráter. Muitos agiram pelo sentimento e não por princípio e fé, tendo sido agitados por essa impressionante mensagem. Ela atuou nos seus sentimentos e despertou seus temores, mas não realizou a obra que Deus pretendia que realizasse. Deus lê o coração. A fim de que Seu povo não se engane quanto à própria condição em que se encontra, Ele lhes concede tempo para que o excitamento se desvaneça; em seguida, os prova para ver se obedecerão ao conselho da Testemunha Verdadeira." Assim, não vamos ficar cansados de buscar a Deus nesta assembleia. Se a bênção não vier em um dia, uma semana ou um mês, permaneçamos no caminho, pois Deus disse que ela virá. Leio ainda na página 187: "Deus conduz Seu povo adiante, passo a passo. Ele os coloca diante de diferentes pontos planejados para que fique manifesto o que está no coração. Alguns resistem em um ponto, mas caem no próximo. A cada ponto para o qual avançam, o coração é testado com rigor um pouco maior. Se o professo povo de Deus constatar que seu coração está em oposição a esta grande obra, tal fato deveria convencê-los de que eles têm uma obra a fazer a fim de vencerem, caso não queiram ser vomitados da boca do Senhor. Disse o anjo: 'Deus efetuará Sua obra com rigor cada vez maior para testar e provar cada um dentre Seu povo'. Alguns estão dispostos a receber um ponto; mas quando Deus os conduz a outro ponto de teste, eles recuam diante dele e mantêm-se afastados, pois percebem que o teste atinge diretamente algum ídolo acariciado." Tudo isso eu mesmo tenho testemunhado, repetidas vezes, em casos individuais desde a assembleia de Minneapolis. "É aí que eles têm a oportunidade de ver o que, no coração deles, está excluindo Jesus. Eles valorizam algo acima da verdade, e o coração deles não está preparado para receber a verdade. Indivíduos são testados e provados por um período de tempo para que se possa ver se sacrificarão seus ídolos e se ouvirão o conselho da Testemunha Verdadeira. Todos os que não forem purificados mediante a obediência à verdade e não vencerem o seu egoísmo, orgulho e paixões, os anjos de Deus têm a ordem: 'Estão entregues a seus ídolos; deixem-nos' (Os 4:17). Esses seguirão em sua obra, deixando aqueles com seus traços pecaminosos não subjugados sob o controle de anjos maus. Os que chegam a cada ponto, resistem a cada teste e vencem, não importa o preço, atenderam ao conselho da Testemunha Verdadeira; receberão a chuva serôdia e, assim, estarão aptos para a transladação." Irmãos, esta é a nossa situação. Vamos agir de acordo com ela. Sejamos gratos a Deus poque Ele ainda está lidando conosco a fim de nos salvar de nossos erros, de nossos perigos, manter-nos longe de caminhos errados e derramar sobre nós a chuva serôdia, para que sejamos transladados. Este é o propósito da mensagem para vocês e para mim: a transladação. Irmãos, vamos recebê-la de todo o coração e ser gratos a Deus por ela. Nota: 1. Um congresso ministerial. Capítulo 10 Sermão 10 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 9 de fevereiro de 1893, p. 200-208. "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" (Ap 3:18-20). Esse é o conselho que gostaria de estudar nesta noite. "Aconselho-te". Quem é este? [Congregação: "Cristo"]. Como Ele é chamado no verso 14? [Congregação: "A Testemunha fiel e verdadeira]. Isso faz Dele um bom conselheiro, não é verdade? A Testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus, se achega para aconselhar vocês e a mim. Não vemos aqui uma grande condescendência, considerando o lugar de onde Ele vem? Os temas que estamos estudando nos diversos estudos anteriores, os assuntos que vêm sendo apresentados de forma tão constante e ampla já faz alguns dias, a mensagem enviada à igreja de Laodiceia revelando nossa condição e como não sabemos disso, temos visto isso sob cada ângulo possível, não é mesmo? Cada pessoa que apresenta suas palestras tem sido usada por Deus para nos orientar. Unindo-se aos pregadores, o Senhor falou diretamente a nós na mensagem que foi lida ontem sobre esse tema. Penso que todos, a essa altura, já estão prontos para confessar que o que Ele diz é a verdade. Portanto, não preciso repetir o assunto nesta noite. É isso que Cristo nos diz e, se confessarmos que isso é a verdade, estaremos prontos para aceitar, valorizar Seu conselho e beneficiar-nos dele, pois Ele aconselha somente tais pessoas. Vimos nos versos anteriores quem Ele aconselha e quem recebe Seu testemunho: os pobres, os infelizes, os miseráveis, cegos e nus, e que não sabem. Essa é a classe de pessoas a quem este conselho é dirigido. Nos últimos dias, o Senhor tem lidado conosco de várias formas, por meio da Palavra e do testemunho, para nos trazer ao ponto em que estamos. Agora Ele desce até nós para nos aconselhar. Não é isso mesmo? Então, irmãos, não vamos ser lentos para aceitar esse conselho como fomos para aceitar o outro. Não vamos ser tão lentos para chegar à condição que nos permite acolher o conselho quanto fomos para estarmos prontos para aceitar aquele outro. Bem, de agora em diante, Ele se apresenta a nós como conselheiro. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Então, quando algum de vocês quiser saber se deve vender uma propriedade, será que ele deve perguntar a um irmão o que fazer? [Congregação: "Ele deve ir ao Conselheiro"]. Quando vocês quiserem saber o que fazer, será que devem perguntar a outra pessoa o que fazer? Ora, se eu quero saber o que fazer, como alguma outra pessoa pode me dizer isso, uma vez que ela, se estivesse em meu lugar, teria que fazer a mesma pergunta sobre o que ela deveria fazer? Como tal pessoa poderá me ajudar se ela mesma não sabe o que faria, a menos que esteja na condição em que me encontro? E mesmo se estivesse, não é verdade que ela teria que buscar conselho para si mesma? Eu possivelmente agiria da seguinte forma: eu sou apenas um membro leigo da igreja, então eu deveria consultar o pastor da igreja, ou alguém de maior proeminência, quanto ao que deveria fazer. Mas vamos supor que esse pastor esteja precisando do mesmo conselho que eu. Creio que ele deveria procurar o presidente da Associação para saber o que fazer. Pastor Boyd: Não há segurança na multidão de conselheiros? Pastor Jones: Mas vamos supor que o presidente da Associação precisasse também de um conselheiro. Nesse caso, ele teria que se dirigir ao presidente da Associação Geral, penso eu. Mas imaginemos que o presidente da Associação Geral tivesse a mesma pergunta a fazer, a quem ele deveria consultar? [Congregação: "O Senhor"]. Suponhamos que vocês precisam saber se devem vender uma propriedade, ou fazer qualquer outra coisa, a quem vocês devem consultar? A qualquer pessoa? [Congregação: "Consulte o Senhor]. Bem, é claro que vocês podem perguntar ao Senhor, não é mesmo? Então, nós, pessoas comuns, podemos adquirir o conhecimento diretamente de Deus, sem o cansativo processo de passar por meia dúzia de pessoas, como fazem os católicos. Não podemos? [Congregação: "Sim"]. Não concordam comigo? [Congregação: "Sim"]. Na Igreja Católica, as pessoas comuns não têm acesso a Deus a não ser por meio do padre, e este por meio do bispo. O bispo, por sua vez, por meio do arcebispo, e este por meio do cardeal; e o cardeal por meio do papa. É assim que o povo de Deus deve agir? Não, senhor. Este não é o método de Deus. Quando vocês precisarem saber de algo, perguntem ao Senhor. Ele é o Conselheiro de vocês, e Ele é meu Conselheiro. E sabe, irmão Boyd, quando Ele é meu Conselheiro, então "na multidão de conselheiros há segurança" (Pr 11:14). Mas mesmo então não há segurança, a menos que o Mestre das assembleias for consultado. Assim, quando Ele é o conselheiro de cada um de nós, e, ao nos reunirmos, juntos buscarmos o conselho Daquele que está em nosso meio, então há segurança na multidão de conselheiros. Há uma citação pertinente em Obreiros Evangélicos: "Devemos aconselhar uns aos outros e nos sujeitarmos uns aos outros; mas ao mesmo tempo devemos exercitar a habilidade que Deus nos deu para aprender o que é a verdade. Cada um de nós deve buscar a Deus para ter iluminação divina" (p. 129). "Depois de terem recebido conselho dos sábios, dos sensatos, há ainda um Conselheiro cuja sabedoria é infalível. Não deixem de apresentar o caso de vocês diante Dele, e roguem por Suas orientações. Ele prometeu que, se vocês necessitarem de sabedoria e Lhe pedirem, Ele 'a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera'" (Tg 1:5). Desta noite em diante, gostaria de lhes perguntar novamente: É Ele o Conselheiro de vocês? É Ele, individualmente, nosso Conselheiro? [Congregação: "Sim"]. Quero repetir também as palavras do irmão Underwood sobre esse mesmo assunto, especialmente no que diz respeito à venda de propriedades: "Se as pessoas buscassem com maior intensidade o Senhor para receberem Dele orientação, haveria mais direção da parte de Deus". Haveria mais Dele em nossa obra e em nossos conselhos. Por que razão Ele teria Se tornado nosso Conselheiro se Ele não esperava que aceitássemos Seu conselho? Vamos então aceitá-lo. Qual é o nome Dele? [Resposta: Maravilhoso Conselheiro]. Na Bíblia está escrito assim: "Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9:6, ARC). Esse é o nome pelo qual Ele será chamado. Qual é a primeira parte do Seu nome? [Resposta: "Maravilhoso"]. A segunda parte? [Resposta: "Conselheiro"]. A próxima parte? [Resposta: "Deus Forte"]. A próxima? [Resposta: "Pai da Eternidade"]. E a última parte? [Resposta: "Príncipe da Paz"]. Ele é Maravilhoso e Conselheiro; então não é Ele um Maravilhoso Conselheiro? [Resposta: "Sim"]. É isso mesmo. Vocês devem se lembrar daquele verso que diz que Ele é "maravilhoso em conselho". E o que mais? "Grande em obra" (Is 28:29, ARC). Não se esqueçam de que, quando Ele vem como conselheiro, Ele está ali também para realizar grandes obras. Ele dá Seus conselhos como Alguém que é grande em obra, "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade" (Fl 2:13). Então, temos à nossa disposição este Conselheiro, a Testemunha fiel e verdadeira, o maravilhoso Conselheiro, maravilhoso em conselho e grande em obra. Assim, quando buscamos e recebemos Seu conselho, Ele nos acompanhará na execução desse conselho da mesma forma que esteve ao nosso lado inicialmente ao dar o conselho. Não é verdade? Se não aprendemos isso ainda, não há razão alguma para irmos adiante, a menos que confiemos plenamente em Seu poder, Seu caráter, em Sua justiça e em Sua vida. Se houver qualquer ideia diferente dessa, ou qualquer intenção de avançar sem essa confiança plena, a melhor coisa a fazer é desistir agora mesmo e não prosseguir. Portanto, não é possível dar um passo adiante sem Ele. Excelente. Ele é nosso Maravilhoso Conselheiro, maravilhoso em conselho e grande em obra. Ele diz: "Eu estou com vocês para aconselhar; Eu estou com vocês para executar". "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo" (Ap 3:18). Outras passagens bíblicas mostram que nada vai nos satisfazer a não ser esse ouro capaz de passar pelo teste do fogo. Vocês se lembram de 1 Pedro 1:3 e 5, que fala da viva esperança para a qual Deus nos gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, e sobre como somos guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação. Como somos guardados? [Resposta: "Pelo poder de Deus]. Mediante o quê? [Resposta: "A fé"]. Para o quê? [Resposta: "Para a salvação"]. Quando? [Resposta: "Prestes para revelar-se no último tempo"]. Poderíamos ler "prestes para revelar- -se" e parar por aqui, pois já estamos no último tempo. Mas quero falar mais sobre essa esperança. Como somos guardados? [Resposta: "Pelo poder de Deus"]. Mediante o quê? [Resposta: "A fé"]. Por causa de tudo isso, o que devemos fazer? [Resposta: "Alegrar-se grandemente"]. Vocês estão se alegrando neste momento? Gostaria de saber: é essa a experiência de vocês? [Resposta: "Sim, sim"]. "Em que vós grandemente vos alegrais" (v. 6, ARC). É isso que vocês estão fazendo? Então por que vocês andam por aí deprimidos, cabisbaixos? Chegou o tempo de crermos nas Escrituras. Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. O Senhor falou, e Abraão se alegrou grandemente por ser de fato assim. Vocês creem que o que Deus falou por meio de Pedro é de fato assim? Vocês se alegram grandemente nisso? [Resposta: "Sim]. "Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora, [...] sendo necessário, [...] estejais por um pouco contristados com várias tentações" (v. 6, ARC). Quantas tentações? [Resposta: "Várias"]. Passamos por várias tentações, mas mesmo assim nos alegramos grandemente todo o tempo. Como pode ser isso? Isso pode ser assim, porque Deus o diz. E é assim, não é verdade? Esta é a única maneira pela qual eu posso saber que isso pode ser uma realidade: porque Deus disse que assim é. Agora, qual é o propósito dessas tentações? "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo" (v. 7, ARC). O que é provado? [Resposta: "A fé"]. Vocês creem que a fé de vocês será provada pelo fogo? Vocês acreditam que a fé de vocês poderá resistir a esse teste de refinamento como o ouro que é apurado pelo fogo? [Resposta: "Sim"]. Vamos estudar isso mais adiante. No mundo em que vivemos, é impressionante como os homens se preocupam com o ouro que perece! Muitos acumulam grande quantidade de ouro e edificam grandes edifícios para guardá-lo em segurança. Eles colocam o ouro numa pequena caixa e a trancam. Essa caixa é posta em outra maior, que também é trancada. Em seguida colocam essa caixa num enorme cofre, onde se encontram muitas outras caixas. Este é trancado também. Então um portão, que também é trancado, isola tudo isso. Um guarda fica encarregado de rodear o edifício a noite toda para garantir a segurança. Centenas de pessoas nas grandes cidades se preocupam dessa forma com o ouro que perece. Permitam-me lhes dizer, meus irmãos e irmãs, que a prova da fé de vocês -- não importa quão fraca seja, é mais preciosa aos olhos de nosso Maravilhoso Conselheiro, é mais preciosa aos olhos de Deus do que todo o ouro e joias que possam existir em todos os caixas-fortes do mundo. Não tenham medo de que Deus venha a Se esquecer de sua fé. Como Ele a considera? Mais preciosa do que ouro que perece. Quem é que diz isso? O Maravilhoso Conselheiro, o próprio Senhor. Sejamos gratos a Deus por Ele ver nossa fraca e tremente fé assim. Então, irmãos, não temos aqui o maior encorajamento que o Senhor nos poderia oferecer? Não sei por que as pessoas lamentam que sua fé seja fraca. Às vezes você pode dizer: "Não tenho nenhuma fé". Bem, o Senhor diz que você tem; por isso, seja grato a Deus pela fé que você tem. Não importa que seja pequena, até mesmo do tamanho de uma semente de mostarda. Agradeça a Deus por você tê-la, e também por ela ser mais preciosa para Ele do que todo o ouro e riqueza desta Terra. É assim que Deus considera sua fé. Vocês não devem questionar se possuem fé ou não. Deus disse que vocês têm, e isso é suficiente. Vamos ler Romanos 10:6-8: "Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao Céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)? Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)? Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos." Então, é correto lamentar ou questionar se temos fé ou não? Não é. Deus implantou a fé no coração de todos que nascem neste mundo por meio daquela Luz "que alumia a todo homem que vem ao mundo" (Jo 1:9). Deus fará com que essa fé cresça grandemente, e revelará Sua justiça a nós à medida que cresce "de fé em fé" (Rm 1:17). Afinal de contas, de onde provém a fé? Foi Deus quem a concedeu para nós. Quem é o Autor da fé? Cristo; e a Luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo é Jesus Cristo. Essa é a fé que está no coração de cada pessoa. Se cada um usar a fé que possui, esta nunca lhe faltará; mas se ele não usar a fé que possui, como é possível que ele adquira um nível mais elevado de fé? Então temos fé, não temos? E a prova da sua fé é "mais preciosa" do que todo o ouro que já existiu neste mundo. Observem bem: ela é mais preciosa aos olhos de Deus. Isso não significa que o ouro seja precioso aos olhos de Deus. O pensamento não é esse, de forma alguma. Ela é mais preciosa, aos olhos de Deus, do que todo o ouro poderia ser aos olhos de uma pessoa. Quão precioso todo esse ouro seria se uma pessoa, sozinha, o possuísse? Certamente ela se acharia muito rica e se orgulharia imensamente por isso. Então, não se esqueçam de que a prova da fé que vocês têm -- pequena como for -- é mais preciosa aos olhos de Deus do que todo o ouro deste mundo seria aos olhos de qualquer ser humano. Assim, "a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo", é preciosa aos olhos de Deus. Quem é o mais interessado nesse processo? [Congregação: "O Senhor"]. Certamente! Eu não consigo expressar o quanto ela é preciosa aos olhos de Deus. Minha concepção da preciosidade dessa fé está tão distante da realidade quanto meus pensamentos estão distantes dos pensamentos divinos. Portanto, Ele é a pessoa mais interessada em todo o Universo na prova da nossa fé, na maneira como ela é exercida e em todo o seu processo. Não é ela uma dádiva de Deus? Não é Ele o maior interessado? Esta é a luz verdadeira pela qual deveríamos entender esse assunto. Vamos prosseguir com a leitura: "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não O havendo visto, amais" (1Pe 1:7, 8). Nós O amamos? Deus diz que sim, e assim é. "No qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso" (v. 8). É isso mesmo? Certamente que sim. Irmãos, frequentemente penso nessa parte: "não O havendo visto, amais", e crendo que assim é, imaginem como será quando nós O virmos? E a bênção de tudo isso é que não teremos que esperar muito agora por esse momento. [Congregação: "Deus seja louvado"]. Há outra passagem que gostaria de mencionar. Ela se encontra em 1 Pedro 4, verso 12. "Amados". Somos "amados"? Quem é que faz essa afirmação? O Conselheiro. Ele chama vocês e a mim de amados. Ora, irmãos, a única coisa que nos resta é sermos as pessoas mais felizes do mundo por Deus Se dirigir a nós dessa maneira. Ele Se achega a nós, torna-Se o Maravilhoso Conselheiro, desejoso de nos aconselhar e falar conosco, e a primeira palavra que Ele diz é: "Amados". Já pensamos muitas vezes que, quando o anjo veio diretamente para falar com Daniel lhe dizendo "homem muito amado" (Dn 10:19), se tratava de uma afirmação muito pessoal. Mas essa não é mais pessoal do que quando Deus nos chama de "amados". Ele mesmo Se achega a nós e diz: "Amados". Continuando: "Não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse". A maneira como Deus Se dirige a nós é nos chamando de "amados". Vamos utilizar o texto dessa forma. Amados, será que devemos considerar as ardentes provas como coisas estranhas de agora em diante? Não há nada de estranho com elas. Então não devemos ficar surpresos quando elas vierem. Vocês sabem que muitas pessoas são um tanto desconfiadas e tímidas, e quando se encontram face a face com alguém estranho ficam apavoradas. Agora, se vocês e eu ficarmos desconfiados e tímidos diante das provações -- e podem estar certos de que logo vamos nos deparar com uma delas, uma muito forte --, certamente ficaremos apavorados. Mas podem ter certeza de que, se ficarmos apavorados diante de uma provação, o inimigo terá ganho uma vitória. O desejo dele é nos pegar desprevenidos e nos deixar apavorados, um momento que seja, pois assim ele nos atingirá com seus dardos inflamados a fim de nos ferir. O Senhor vem até nós e nos dá o seguinte conselho: "Não estranheis". Então, quando enfrentarmos essas ardentes provas, não estaremos diante de um desconhecido. Vocês entendem? Já estaremos familiarizados com ela, já as conhecemos. Não importa o quanto uma pessoa seja desconfiada e tímida. Quando ela se encontra de repente com um conhecido, o encontro não será assustador. Ela não vai ficar apavorada, mas alegre por se encontrar com o amigo. Portanto, o Senhor deseja que estejamos tão bem familiarizados com as provas que, mesmo que alguma venha repentinamente, possamos dizer: "Olá! Prazer em vê-la. Eu conheço você. Pode me acompanhar". Assim, com esse conselho divino, não vamos achar esquisito o fato de passarmos por provações "como se coisa estranha vos acontecesse". Não devemos nos defrontar com as provas ou lidar com elas como se fossem estranhas, mas como nossas conhecidas; e mais do que isso, como nossas auxiliares rumo a Sião. Tiago nos disse há muito tempo: "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações" (Tg 1:2). Como ele se dirige a nós? "Meus irmãos". Aqui somos chamados de "meus irmãos", e em outros lugares, de "amados". O que significa a palavra "várias"? Diversas. Pedro também menciona as "várias provações" por que devemos passar (1Pe 1:6). Então, irmãos, tenhamos por motivo de toda alegria o passarmos por várias, diferentes e diversas provações ou tentações. O pensamento transmitido por esses versos é o de que devemos considerar motivo de alegria o fato de passarmos por diferentes tentações, e de que nenhuma delas deve ser vista como um estranho, mas como um conhecido. Pedro diz ainda: "Pelo contrário, alegrai-vos na medida em que" -- sereis? Não; mas "na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo" (1Pe 4:13). Aqui está o tema principal a ser ressaltado. Em Tiago, somos chamados de "meus irmãos". Vamos ler agora um texto que vai relacionar as duas passagens: "Porque convinha que Aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que Ele não Se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hb 2:10-11). Esse é o motivo por que Ele nos chama de irmãos, e a razão pela qual devemos ter por motivo de toda alegria passarmos por várias provações. Ele esteve na mesma situação. Ele enfrentou cada uma delas. Ele suportou cada tentação em sua força máxima. Ele passou por tudo isso por nós. Agora Ele Se dirige a nós, dizendo: "Eu passarei por elas com você". Ele as enfrentou sozinho por nós primeiramente. Agora Ele passa por elas junto de nós. "O lagar, Eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo" (Is 63:3). Mas, graças ao Senhor, Deus estava com Ele, pois "Aquele que Me enviou está comigo, não Me deixou só" (Jo 8:29). Deus seja louvado porque Jesus teve a nobre coragem de passar por tudo sozinho, confiando somente que o Pai estaria com Ele. E como Ele é bom, pois Ele não nos pede que passemos pelas provas sozinhos. Não. Ele vem e diz: "Irei com você em meio a todas essas provações". Meus irmãos, Ele irá com vocês. Aí está a razão por que não devemos considerar as provas como algo estranho. Jesus nos chama de Seus irmãos. Ele passou por cada uma dessas provações e as conhece muito bem. Portanto, não devemos considerá-las como desconhecidas. As provações eram algo estranho para Cristo? Não. Por quantas provações Ele passou? Todas. Dentre as provações por que vocês vão passar em toda a vida, quais Ele enfrentou? Cada uma delas. Qual foi a intensidade da luta de Cristo ao suportar cada provação? A máxima, em cada ponto. Contra quem Ele estava lutando ao passar por tudo isso? Satanás. Satanás tem um arsenal de enganos, provações e tentações tão poderoso que ninguém gostaria jamais de enfrentar sozinho, não é verdade? E pensar que cada item de seu arsenal foi usado contra "meu Irmão"! Satanás fez Jesus passar por todo tipo de tentação. Qual foi a intensidade dos esforços de Satanás ao ele afligir Jesus com cada uma das tentações? O mais alto grau possível. Não é verdade que ele teve que exercer todo o poder que conhecia ao fazer Jesus passar por cada ponto específico relacionado com as tentações e provações? Certamente. Não concordam que Satanás pôs Jesus à prova em todos os pontos possíveis que ele poderia inventar? Não é um fato que ele atormentou Jesus com suas maquinações com toda intensidade possível? Sim. Então, será que ele não usou a capacidade máxima de seu arsenal de enganos, tentações e provações contra Cristo? Não teria ele usado todo o poder que lhe é possível usar em todas essas provações e tentações? Sim. Pois bem. Quando estou em Jesus, e quando Ele está em mim, quanto do poder de Satanás sobrou com o qual ele possa me atingir? [Congregação: "Nada"]. Quantas artimanhas suas sobraram para ele usar contra mim? Nenhuma. Vocês não percebem, então, que quando estamos em Cristo temos a vitória, e a temos agora? Vitória não é a única palavra. Nós temos o triunfo, e o temos agora. Vamos ler agora 2 Coríntios 2:14: "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo". Quando? "Sempre". Não é verdade? [Ouvintes: "Sim"]. "Em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do Seu conhecimento". Como? "Por meio de nós". Não é assim? Onde? [Ouvintes: "Em todo lugar"]. Pensem nisso. Quando? Agora e sempre. Esse é o momento. Como? Por meio de nós. Onde? Em todo o lugar. Assim, gostaria de saber por que não temos a vitória em Cristo? Gostaria de saber por que não somos vencedores agora. "E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5:4). É verdade? Sim, esta é a vitória. Cristo é nossa vitória. A Sua vitória é a nossa vitória, não é mesmo? Sim. Então, quando estamos Nele, estamos perfeitamente seguros, não estamos? Estamos seguros enquanto estivermos Nele? Sim. Creio que vocês se lembram do que acontecia nos tempos antigos quando havia as cidades de refúgio. Naquela época, se acontecia um acidente -- por exemplo, um machado sair do cabo e atingir um homem e o matar --, e um amigo estivesse presente e, sem ponderar sobre a situação e dominado pela ira, saísse à procura do homicida para se vingar imediatamente, o que este deveria fazer? Ele tinha que correr, mais do que depressa, para a cidade de refúgio, com o risco de ter o vingador atrás dele com pressa ainda maior. Mas se ele chegasse à cidade, o que acontecia? Ele estava seguro, e o outro homem não podia tocá-lo. Ali ele estava perfeitamente livre. Imaginem se ele saísse da cidade. Se saísse e o vingador o encontrasse, era certo que seu sangue cairia sobre sua cabeça. Ele ficava responsável por seu ato. Mas estava seguro enquanto permanecesse na cidade de refúgio. Ele devia ficar ali até a morte do sumo sacerdote. Quando este morria, o homem estava completamente livre. Podia ir e vir sem que o outro homem pudesse tocá-lo, mesmo que isso fosse o que ele mais queria. Falando de Abraão, está escrito: "Para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio" (Hb 6:18). Já cometemos maldades e pecados. Qual é o salário do pecado? A morte? Sim, a morte. Quem está atrás de nós? A morte. Quem tinha o poder da morte? Satanás. Quem então está atrás de nós? Satanás. Então "corremos para o refúgio a fim de lançar mão da esperança proposta". Onde está essa esperança? [Resposta: "Em Cristo"]. Quem é nosso refúgio? [Resposta: "Cristo"]. Quem é nossa cidade de refúgio? [Resposta: "Cristo"]. Quem é nosso inimigo? [Resposta: "Satanás, a morte"]. Portanto, quando estamos em Cristo, nosso refúgio, será que Satanás pode nos tocar? Ele não pode. Como sabemos disso? A Bíblia assim nos diz. Mas se sairmos da cidade de refúgio antes do encerramento do sacerdócio, o que acontece? Satanás não somente pode, mas certamente nos atingirá, e nosso sangue estará sobre nossa cabeça. Se sairmos antes do encerramento do sacerdócio, não temos proteção alguma, e ele nos agarrará. Se aquele homem permanecesse na cidade dez ou quinze anos, ele conseguiria ficar forte o suficiente para enfrentar o inimigo, não é mesmo? Ele ganharia experiência ali e poderia dizer: "Já estou forte o suficiente. Não temo qualquer inimigo. Posso sair agora. Está tudo bem, posso sair. Aquele vingador já se foi e se esqueceu de tudo aquilo". Contudo, ele não tem condições de enfrentar o inimigo, tem? Qual é o único lugar onde ele pode enfrentar o inimigo? Na cidade. Mas, de qualquer modo, na cidade ele nem mesmo tem que enfrentar o inimigo. Não é mesmo? [Voz: "A cidade se encarrega de enfrentá- -lo"]. As muralhas da cidade o enfrentam. O escudo da fé que apaga todos os dardos inflamados do Maligno -- esse escudo da fé que é Jesus Cristo -- é a muralha de nossa cidade de refúgio; e os dardos inflamados do inimigo não podem absolutamente atravessá-la. Assim, nossa força e nossa segurança para sempre se encontra somente dentro do nosso refúgio, não é verdade? E quando o sacerdócio se encerrar, podemos ir a qualquer lugar desse Universo -- mas nunca ficar fora de Cristo. Podemos então ir a qualquer lugar. Será que o inimigo poderá nos causar algum dano? Não, senhor. Vamos permanecer na Cidade, irmãos. Vamos permanecer no refúgio para onde já corremos. Nossa segurança está ali. E quando estamos ali, será que não temos a vitória? Sim, certamente. É Nele que temos a vitória. Podemos então enfrentar as tentações com regozijo. Ora, temos a vitória antes de enfrentarmos as tentações, não temos? Não é razão para ficarmos alegres? Vocês não preferem entrar numa batalha, sabendo que vocês têm a vitória antes de iniciá-la, do que não ter nenhuma batalha sequer? Então, não vamos deixar de travar esse tipo de batalha. Por favor, que vantagem vocês vão ter se ficarem com medo? A vitória é nossa. Naturalmente, se formos à guerra imaginando que seremos derrotados, é melhor nem irmos. Se alguém entra em batalha esperando ser derrotado, é melhor fugir antes de começar. Não é o desejo de Deus que entremos numa batalha desse tipo. A batalha de nosso Irmão não foi assim. Não, senhor. E Ele não quer que a nossa seja assim também. Ele quer que conheçamos qual é a nossa vitória. Ele quer que conheçamos qual é a nossa confiança. Ele quer que conheçamos qual é a nossa força. Ele quer que conheçamos o poder que nos pertence e qual é nosso dever. Assim, quando a luta vier, saberemos como enfrentá-la. Vamos enfrentá-la em Cristo. Vamos enfrentá-la por meio Dele. Vamos enfrentá-la com o escudo da fé, de maneira que os dardos inflamados do inimigo serão apagados. Não precisamos ter dúvidas quanto a isso. Portanto, é no sofrimento que encontramos o poder, a vitória e a enobrecedora presença de Cristo. Quando as provações chegam, permanecemos com Ele e sabemos que sem Ele não podemos resistir. "Tende por motivo de toda alegria". É assim que deve ser. Não estranhem quando as ardentes provas vierem, como se coisa estranha estivesse acontecendo com vocês, fiquem alegres. "Alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de Sua glória, vos alegreis exultando" (1Pe 4:13). Precisamos, então, de ouro refinado pelo fogo para enfrentarmos essas provações, não é mesmo? Precisamos de algo que resista aos testes que nos sobrevirão, e isso é o que já aprendemos. "Os que resistem a cada teste atenderam ao conselho da Testemunha Verdadeira; receberão a chuva serôdia de modo que sejam transladados". Irmãos, não é animador o pensamento de que a chuva serôdia tem o propósito de nos preparar para a transladação? Agora, onde deve cair a chuva serôdia, e quando isso acontece? Agora é o tempo da chuva serôdia, e quando é o tempo para o alto clamor? [Voz: "Agora"]. Para que ela nos deve preparar? [Voz: "Para a transladação"]. É encorajador saber que as provações por que o Senhor está nos fazendo passar agora têm o objetivo de nos preparar para a transladação. E quando Ele vem e dirige a palavra a vocês e a mim, é porque Ele deseja nos transladar; mas Ele não pode transladar o pecado, pode? Então, o único propósito por que Ele nos mostra a profundidade e largura do pecado é para nos salvar dele e nos transladar. Devemos ficar, então, desanimados quando Ele nos mostra os pecados? Não. Sejamos gratos a Deus porque Ele quer nos transladar; e Seu desejo de fazer isso é tão intenso que Ele quer tirar nossos pecados do caminho o mais rápido possível. Irmãos, vamos crer no Senhor em toda a nossa trajetória e em todo o tempo. Então, precisamos de algo que resista ao mais severo teste quando provado, tal qual o ouro ao ser refinado pelo fogo. O que o Conselheiro pede que compremos? [Voz: "Ouro refinado pelo fogo"]. É exatamente disso que precisamos agora a fim de enfrentarmos as provações que virão -- não: as provações que já estão aqui. Não precisamos nos preocupar com o que virá. Precisamos desse ouro agora para enfrentarmos as provações que já chegaram. E é exatamente isso que o Conselheiro nos fornece. Ele diz: "Compre de Mim. Eu tenho esse suprimento". Ele tem isso para nos fornecer porque foi Ele quem o fabricou. Ele possui o ouro que resistirá ao teste, um ouro que já suportou a prova, que enfrentou todos os testes a que qualquer um jamais venha a ser submetido. O teste nasceu em Seus sofrimentos. É por meio dos sofrimentos que o ouro é refinado, tornado puro, provado e aperfeiçoado para ser um artigo genuíno. O Espírito do Senhor define o significado disso. O ouro provado no fogo é o amor, "a fé e o amor". "Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor". (Gl 5:6). Em outros lugares é mencionado "fé e obediência". O que é a obediência? [voz; "A expressão do amor"]. No livro Caminho a Cristo, p. 60, lemos: "A obediência não é mera aquiescência externa, mas sim o serviço de amor". Então, quando os Testemunhos falam de fé e obediência, é a mesma coisa que dizer "fé que atua pelo amor". Nos Testemunhos, as expressões "fé e obediência" e "fé e amor" correspondem à expressão bíblica "fé que atua pelo amor". Elas não passam de diferentes modos para expressar a fé genuína e espiritual, porque, em Cristo Jesus, nada tem valor algum, "mas a fé que atua pelo amor". A obediência é o serviço de amor, e Jesus pede que compremos Dele o ouro provado no fogo, que é a fé e o amor, "a fé que atua pelo amor", a genuína mercadoria da fé. O que deve ser refinado por meio de severas e ardentes provações? A sua fé, que é mais preciosa que ouro refinado no fogo. Vocês percebem, então, que, visto que a fé de todos deve ser assim provada, precisamos da fé que já resistiu à provação. Temos então este testemunho: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus" e tem fé em Jesus? Não, a palavra "tem" não se encontra no texto. Eles "guardam os mandamentos de Deus e [guardam] a fé de Jesus" (Ap 14:12, KJV). Esta é a mercadoria genuína. Esta é a fé que, Nele, suportou o teste. Esta é a fé que enfrentou todas as ferozes tentações que Satanás conhece e todo o poder que Satanás podia mobilizar. Esta foi a fé que resistiu ao teste. Assim, Ele Se dirige a nós e diz: "Comprem de Mim essa fé que suportou a provação, 'o ouro provado pelo fogo'". Portanto, será que não podemos dizer que a expressão "comprem de Mim a fé que resistiu" corresponde à mesma linha de pensamento que vimos no verso: "Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus" (Fl 2:5)? Quando a mente que Cristo teve for a mesma que eu tenho, não fará essa mente em mim exatamente o que ela fez Nele? Afinal, como servimos a lei de Deus? "Com a mente, sirvo à lei de Deus" (Rm 7:25, trad. lit. KJV). Quando Cristo esteve neste mundo, Ele serviu a lei de Deus em todos os momentos. Como Ele fez isso? Com a mente. Por meio de qual processo mental Ele fez isso? Pela fé. Então, não pede Ele a vocês e a mim que compremos Dele a fé de Jesus? Não é verdade que a fé de Jesus guardou os mandamentos de Deus perfeitamente todo o tempo? Não é essa a fé que opera por amor? O amor é o cumprimento da lei. Então, não temos diante de nós a mensagem do terceiro anjo quando Ele diz: "Venha e compre de Mim ouro provado no fogo (o amor e a fé), vestes brancas (a justiça de Cristo) para que você se vista e não apareça a vergonha da sua nudez?" Assim, podemos perceber agora como é que a mente que estava em Cristo resistirá a todas as provações deste mundo. Será que a mente de Cristo não é a mesma ontem, hoje e para sempre? Será que a mente de Cristo Nele próprio agirá de forma diferente da mente de Cristo em mim ou em qualquer outra pessoa? Não. A mente de Cristo era de fato a mente de quem? [Voz: "A mente de Deus"] Deus estava Nele na carne. Como podemos comprar? Leiam Isaías 55:1: "Ah! Todos vós, os que tendes sede". Irmãos, não ficamos com muita sede depois de ouvirmos tudo o que o Senhor nos disse nos últimos poucos dias? Conheço irmãos que vieram até mim e disseram que estavam a ponto de perecer de sede, estavam a ponto de desistir de tão sedentos que estavam. Estas palavras são para vocês e para mim: "Ah!" Vejam, Deus quer chamar a atenção de Seu povo; por isso, Ele clama em alta voz: "Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas". "Vinde". Quando Cristo disse a Pedro: "Vem!", Pedro podia ir? Sim. Mas como? Ir e andar sobre as águas? [Voz: "Pela palavra, sim"]. Verdade, foi por causa dessa palavra que Pedro andou sobre as águas. Então, quando se esqueceu da palavra e pensou que estava a ponto de submergir, Ele disse: "Salva-me, Senhor!" Ele não conseguiu chegar até Cristo, conseguiu? Ele começou bem, mas se esqueceu do poder da palavra. Sua fé vacilou e ele pensou que não poderia chegar até Cristo. Então clamou: "Salva-me, Senhor!" Jesus estendeu a mão. Ele não esperou Pedro ir até Ele, mas estendeu a mão e o ergueu. Meu irmão e irmã, se você reuniu coragem para começar sob a palavra "vem", e se esqueceu do poder que ela tem, e deixou que sua fé vacilasse por causa da tempestade ao redor, você pode dizer: "Salva-me, Senhor!". Ele estenderá a mão e salvará você. "Vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde". Ele nos pede que compremos, e quem não tiver dinheiro, Ele fornecerá os meios para isso. Ele tomará as providências para conseguirmos a mercadoria. Essa mensagem se dirige também àqueles que pensavam ter dinheiro, quando, na verdade, nem sabiam que nada tinham. Mas isso se refere a nós! Se refere a mim e a vocês. E Ele se dirige a nós com estas palavras: "amados", "irmãos". "Comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite". O mesmo pensamento se encontra em Isaías 52:3: "Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados". Como é possível sermos resgatados depois de termos vendido a nós mesmos por nada? Agora, se Deus nos pedisse algo com que nos resgatar, teríamos alguma condição de oferecer? Nós nos vendemos por nada, e se custa algo para sermos redimidos, isso significa ruína eterna, não é mesmo? Então, uma coisa está fora de dúvida: nosso resgate não nos custa nada. "Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados". Nada nos custa porque Ele nos dá tudo isso. O preço foi pago, mas não por nós. "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-Me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os ouvidos e vinde a Mim; ouvi, e a vossa alma viverá" (Is 55:2). O que vocês devem fazer para viver? [Voz: "Ouvir"]. Vocês estão ouvindo, irmãos? Vocês ouviram o convite? Vocês vivem? Vocês já ouviram a respeito do poder criativo de Jesus Cristo e de como Ele opera maravilhas. Se assim é, estão vocês vivendo com base nisso? Vocês vivem Nele, por Ele e para Ele? Quando Moisés estava no deserto, ele ergueu uma serpente e disse ao povo: "Olhem e vivam". E como a serpente foi levantada no deserto, para que o povo vivesse, assim também o Filho do homem foi levantado para que todo aquele que olhasse para Ele vivesse (cf. Nm 21:8 e Jo 3:14, 15). Mas aqui se diz que devemos "ouvir" e viver. O plano que Deus havia fixado era que falássemos a fim de vivermos, mas Moisés o estragou. Em Números 20, quando o povo estava murmurando por água, lemos que o Senhor disse a Moisés que ele deveria "falar à rocha", e dela jorraria água. Moisés reuniu o povo e disse: "Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes" (Nm 20:10). Foi nesse momento em que ele estragou a esplêndida ilustração que Deus planejava fixar na mente do povo: que tudo o que devíamos fazer era falar. Pois a rocha já havia sido ferida quando eles entraram no deserto. O relato diz que quando o povo teve sede, o Senhor pediu que Moisés subisse o monte Horebe, onde Deus estaria diante dele sobre a rocha. Ele pediu que Moisés ferisse a rocha com a vara que tinha na mão, para que o povo bebesse. Ele fez isso, e a água jorrou (cf. Ex 17). O que representava a rocha? [Voz: "Cristo"]. Então, por que Moisés feriu a rocha na segunda vez? Cristo não deve morrer uma segunda vez em nosso favor. O Senhor queria nos mostrar esse fato por meio daquela esplêndida ilustração que Ele estava a ponto de encenar, mas Moisés se esqueceu de Sua palavra. Ele não acreditou em Deus e imaginou que poderia fazer como da primeira vez. Ele esqueceu que o Senhor dissera: "Falai à Rocha"; mas ele a feriu e frustrou o propósito de Deus com a ilustração. Deus disse então a ele: "Visto que não crestes em Mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei" (Nm 20:12). Irmãos, o próprio Senhor não pode nos guardar de pecar quando não cremos Nele. Não se esqueçam disso. O Senhor não tinha a intenção de que Moisés agisse daquela forma, mas ele não acreditou em Deus. Por que o Senhor não o guardou de pecar? Como Moisés não acreditou Nele, Deus não conseguia guardá-lo. Assim, convém que cada um de nós, sempre que Deus nos falar, aceite exatamente o que Ele diz. Aí, sim, Ele nos guardará de pecar. Cristo advertiu Seus discípulos de que naquela noite todos O abandonariam e fugiriam. Eles disseram: "Não, não faremos isso. Não, o Senhor está equivocado". Pedro disse: "Ainda que todos Te abandonem, eu não o farei". Antes que o galo cantasse, ele O negou três vezes, apesar de ter dito: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo Te negarei" (Mt 26:35). Quem estava certo? Cristo. E todos os discípulos disseram o mesmo; contudo, todos fugiram devido à incredulidade deles. Se eles tivessem acreditado no que Cristo dissera, será que teriam fugido? Não teria Ele salvado o rebanho? Irmãos, o que precisamos fazer é crer no Senhor. Moisés pensou que, quando o Senhor lhe pediu que falasse à rocha, a intenção de Deus era que ele fizesse como antes: ir e ferir a rocha. Ele deveria ter ouvido o que o Senhor disse. Isso é para vocês e para mim. "Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas" (2Tm 2:7). Então, o que devemos fazer é olhar e viver; ouvir e viver e falar e viver. Vamos agir assim. A rocha foi ferida. Falem, e Ele fará jorrar a água da vida. Irmãos, esta é a mensagem de nosso Conselheiro: "Ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi" (Is 55:3). E temos este outro conselho: "Que compres de mim ouro refinado pelo fogo e vestiduras brancas para te vestires". E vocês se lembram da descrição que fizemos sobre essas vestiduras: A ilustração fala deste "vestido fiado no tear do Céu, no qual não existe um único fio de fabricação humana". Irmãos, essa veste foi tecida em um corpo humano. O corpo humano -- a carne de Cristo -- foi o tear, não é mesmo? Essa veste foi tecida em Jesus; na mesma carne que vocês e eu temos, pois Ele participou da mesma carne e sangue que temos. Esta carne que nos pertence, que Cristo carregou neste mundo, esta foi o tear em que Deus teceu a veste para que cada um de nós vestisse na carne; e Ele deseja que a vistamos agora, assim como a vestiremos no final, quando a carne se tornar imortal! O que foi o tear? Cristo em Sua carne humana. O que foi produzido nela? [Voz: "As vestes de justiça"]. E ela é para todos nós. A justiça de Cristo -- a vida que Ele viveu -- em favor de vocês e de mim, conforme estamos considerando esta noite, esta é a veste. Deus o Pai estava, em Cristo, reconciliando consigo o mundo. "E Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)" (Mt 1:23). É um fato, então, que Ele deseja que essa veste seja nossa, mas não quer que esqueçamos quem é o tecelão. Não somos nós, mas Aquele que está conosco. Foi Deus em Cristo. Cristo deve estar em nós, assim como Deus estava Nele, e o Seu caráter deve ser tecido e moldado em nós por meio dessas tentações e provações que enfrentamos. Deus é o tecelão, mas não sem a nossa participação. Estamos falando da cooperação entre o divino e o humano -- o mistério de Deus em vocês e em mim --, o mesmo mistério que se manifestou no evangelho e que se encontra na mensagem do terceiro anjo. Essa é a palavra do Maravilhoso Conselheiro. [Voz: "O caráter não foi tecido sem a nossa participação?"] Sim, mas ele não se tornará nosso sem a nossa participação. Assim, somos conduzidos por essas ardentes provações e tentaA ções a fim de sermos participantes do caráter de Cristo. Além disso, essas provações e tentações que enfrentamos nos revelam nosso caráter e a importância de ter o Dele, de forma que, por meio dessas mesmas tentações pelas quais Ele passou, nos tornemos participantes de Seu caráter, mostrando, no corpo, aos que estão ao nosso redor, a justiça da vida do Senhor Jesus Cristo. Naturalmente, a veste foi tecida sem a nossa participação; e a beleza de tudo isso é que temos à nossa disposição uma veste tão completa quanto Ele. Devemos crescer em Cristo até que todos cheguemos à unidade da fé. Trata-se ainda da mesma mensagem: "Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4:13). Que altura devemos ter no caráter antes de deixarmos este mundo? A mesma de Cristo. Qual deve ser nossa estatura? A de Cristo. Devemos chegar à perfeita varonilidade segundo a "medida da estatura da plenitude de Cristo". Quem é o tecelão? [Voz: "Deus"]. Quem determina o desenho? Deus. Muitas vezes, irmãos, os fios parecem todos enrolados quando os olhamos. As malhas parecem todas sem forma, e não vemos simetria alguma na imagem, nenhuma beleza na forma à medida que a observamos. A modelagem, porém, não é obra nossa. Não somos o tecelão. Embora os fios fiquem emaranhados, a lançadeira, no seu vai e vem, deixe tudo embaraçado e fiquemos confusos quanto ao produto final, quem está movendo a lançadeira? Deus a está manobrando, de forma que ela cumprirá seu papel. Não se preocupem se os fios ficarem emaranhados e vocês não conseguirem ver nada de belo na confecção. Deus é o tecelão. É Ele capaz de desembaraçar os fios? É certo que Ele vai desembaraçá-los. Quando procuramos pela simetria do desenho e o vemos todo torto, com cores mescladas e linhas arrastadas de um lado para outro, parecendo uma imagem danificada, vale perguntar: quem está manufaturando o tecido afinal? É claro que é Deus. A quem pertence o tear onde se encontra o modelo perfeito do desenho? E quem é o modelo? Cristo é o modelo. E não se esqueçam disso: "Ninguém conhece o Filho senão o Pai" (Mt 11:27). Nem vocês nem eu podemos moldar nossa vida segundo o modelo. Nós não O conhecemos. Não conseguimos ver com clareza suficiente para discernir Aquele que dá forma ao modelo, ou saber como modelá-lo corretamente, mesmo que estivéssemos fazendo a tecelagem. Irmãos, é Deus que está fazendo a tecelagem. Ele levará adiante esse processo. Deus vê a imagem completa antes de estar concluída. Aos Seus olhos, ela está perfeita, mesmo que ela nos pareça embaraçada e enviesada. Irmãos, vamos deixar Deus conduzir o tear. Deixemos que Ele leve avante Seu bendito plano de tecer, em toda a nossa vida e experiência, o precioso modelo de Jesus Cristo. Está chegando o dia, e não está distante, em que a última lançadeira fará o seu percurso, o último fio será posto no tear e o último arremate do desenho concluído, recebendo, assim, o selo do Deus vivo. Nesse dia, contaremos unicamente com Ele, a fim de sermos semelhantes a Ele, pois "havemos de vê-Lo como Ele é" (1Jo 3:2). Irmãos, não é Ele um Conselheiro Maravilhoso? Oh! Vamos aceitar o Seu conselho nesta noite. Vamos nos apoderar da bendita fé que foi provada e daquilo que Ele nos fornece, pois tudo nos pertence. Deus nos concedeu essa fé. Ela é minha. É de vocês. Sejamos-Lhe gratos e nos alegremos. Capítulo 11 Sermão 11 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 13 de fevereiro de 1893, p. 242-246. Vocês se lembram de que estamos estudando nesta série a passagem das Escrituras onde se encontra o conselho da Testemunha Verdadeira. Examinamos no último estudo, ontem à noite, o primeiro item que Ele nos pede para comprar: "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres". Neste estudo, vamos iniciar com o próximo item: "Aconselho-te que de Mim compres [...] vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez" (Ap 3:18). O que representam essas vestiduras? [Congregação: "A justiça"]. A justiça de quem? [Congregação: "De Cristo"]. E de quem ela é? [Congregação: "É a justiça de Deus"]. Devemos buscar a justiça de quem? [Congregação: "A justiça de Deus"]. O que é justiça? [Congregação: "Ação correta"]. A justiça corresponde a ações corretas? [Congregação: "Sim"]. [Voz: "Todos os Teus mandamentos são justiça"]. O que eles são para nós? O que eles dizem? [Alguém disse: "Faça"]. É verdade? Os mandamentos exigem ação, certo? [Congregação: "Sim]. O primeiro de todos os mandamentos é: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força". "O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mc 12:30; Mt 22: 39-40). Então, justiça é ação correta. Está bem claro. Devemos buscar a justiça de quem? [Congregação: "A justiça de Deus"]. De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: "De Cristo"]. Mas de quem são as ações corretas que estão em Cristo? [Congregação: "De Deus"]. Cristo não fez nada de Si mesmo. Ele diz: "Eu nada posso fazer de Mim mesmo" (Jo 5:30). De quem são as ações corretas que encontramos em Cristo? [Congregação: "De Deus"]. "Deus estava em Cristo" (2Co 5:19). De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: "De Deus"]. É isso mesmo? [Congregação: Sim, senhor"]. Vocês vão se firmar nisso por uma semana? [Congregação: "Sim"]. [O Pastor W. Hutchinson disse: "Por toda a vida"]. Muito bem. Mas se alguns se firmarem nesse ponto por uma semana, ficarei feliz. Na verdade, há alguns aqui que não estão de forma alguma firmados nesse ponto. Essas pessoas não captaram a ideia e não a conhecem, e digo que há muitos nessa situação. É por essa razão que precisamos entender claramente, já de início, que tipo de vestimenta devemos buscar e comprar. De quem são as ações corretas que precisamos ter? [Congregação: "De Deus"]. A justiça de quem devemos buscar? É isso que vamos descobrir neste estudo. Gostaria de chamar a atenção dos irmãos para um pensamento que já vimos antes, e iniciar imediatamente nosso estudo com ele. Eu me refiro ao conceito do que essa justiça significa para nós hoje. Vamos voltar àquela passagem em Joel 2, verso 23, e observar também a leitura da margem. "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque Ele vos deu a chuva temporã moderadamente; fará descer sobre vós a chuva, a chuva temporã e a chuva serôdia" [trad. lit. KJV]. Nosso estudo sobre esse assunto se encontra no Bulletin núm. 7, p. 183.[1] No texto lemos que "Ele vos deu a chuva temporã". Como está na margem? "Um ensinador de justiça" [cf. Jl 2:23 na ARC]. "Ele vos deu a chuva temporã moderadamente". O que significa "moderadamente"? O que representou a chuva temporã no Pentecoste? "Um ensinador de justiça". "Ele vos deu um ensinador de justiça de acordo com a justiça". Foi assim a chuva temporã? E lemos que Ele "fará descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia" (ARA). O que será a chuva serôdia? "Um ensinador de justiça" novamente. De acordo com o quê? [Congregação: "a justiça"]. Mas que outra expressão existe para a chuva serôdia? [Congregação: "O derramamento do Espírito"]. Temos outra? [Congregação: "Os tempos do refrigério"]. O que a chuva serôdia é para a mensagem do terceiro anjo? [Congregação: "O alto clamor"]. O que a chuva serôdia é quando associada à queda de Babilônia? É a concessão do poder e da glória com os quais o anjo de Apocalipse 18 desce e ilumina a Terra. Agora, vamos ler algumas passagens dentre as que já lemos a fim de vermos com precisão o contexto. Na página 58 do Bulletin, no estudo do irmão Haskell, lemos as seguintes palavras extraídas da Review de 22 de novembro: "O tempo de prova está bem próximo, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo. [...] Este é o início da luz do anjo, cuja glória encherá toda a Terra." Segue outra passagem do mesmo Testemunho lido, na página 16 do Bulletin: "Todavia, a obra será abreviada em justiça." Que "obra será abreviada em justiça?" [Congregação: "A obra de Deus"]. "A mensagem da justiça de Cristo deve soar de uma extremidade do mundo a outra. Esta é a glória de Deus que encerra a obra do terceiro anjo." Que mensagem da justiça de Cristo é essa, conforme já lemos nas outras citações? "Este é o início da luz do anjo, cuja glória encherá toda a Terra." Comparem agora: "Esta é a glória de Deus que encerra a obra do terceiro anjo". Então, quando chegarmos a esse tempo, a que tempo teremos chegado? [Congregação: "O do alto clamor da mensagem"]. Nós já alcançamos o tempo em que Deus concluirá a mensagem. Esta é a glória que põe fim à obra da mensagem. Outro ponto: Qual é a primeira expressão que acabamos de ler? "Ele abreviará a obra em justiça". Assim, quando a mensagem da justiça de Deus -- a justiça de Deus, que é mediante a fé de Jesus Cristo, as ações corretas de Deus --, quando esta for recebida e for levada avante sem impedimento; quando for apropriada por Seu povo, qual será o significado disso com relação à obra de Deus na Terra? Em apenas pouco tempo a obra será concluída. Assim, quando chegarmos ao tempo da chuva serôdia, do alto clamor e do anjo que desce do Céu com grande poder -- tudo isso ocorrendo simultaneamente, conforme declarado pelas palavras do Senhor --, teremos chegado precisamente à conjuntura de eventos diante de nós, já analisada em estudo anterior, a qual nos permitiu visualizar o que nos sobrevirá. A sequência de estudo que tivemos, relacionada com os eventos que indicam o que logo nos sobrevirá, nos colocou face a face com seis ou sete eventos diferentes que nos levam a uma única conclusão: agora é o tempo em que a obra será concluída brevemente, e estamos em meio às cenas que colocarão um ponto final na história desse mundo. As diferentes expressões usadas no Testemunho do Espírito de Profecia, analisadas em conjunto, revelam o mesmo. Bem, a chuva serôdia é o alto clamor da mensagem do terceiro anjo; ela representa o início da mensagem de glória que ilumina a Terra. Mas a chuva serôdia é o ensinador de justiça. Quando foi que essa mensagem da justiça de Deus, propriamente dita, chegou até nós como povo? [Congregação: "Há quatro anos"]. Onde? [Congregação: "Em Minneapolis"]. Sim. Já vimos esse assunto em outra noite. Se quiserem, podem ler sobre isso no Bulletin núm. 7, p. 183. Não creio ser possível deixar o tema mais claro do que fizemos naquela noite. Então, essa mensagem da justiça de Cristo corresponde ao alto clamor. Trata-se da chuva serôdia. Já temos orado pela chuva serôdia nesta assembleia, não temos? Têm vocês orado também? [Congregação: "Sim, senhor"]. O que vocês estavam buscando quando a oração de vocês foi respondida? Vocês estão prontos para receber a chuva serôdia? Estamos orando aqui pela chuva serôdia. Vamos relacionar agora um pensamento com outro. Os Testemunhos nos dizem o que ela significa e Joel faz o mesmo. Quero apenas lhes fazer esta pergunta: Vocês estão prontos para receber a chuva serôdia? Em outras palavras, vocês estão prontos para receber a mensagem da justiça de Deus, de acordo com a justiça? Vamos investigar isso um pouco mais. Joel diz, segundo a margem, que a chuva serôdia é um ensinador de justiça, o qual nos traz o ensino da justiça de acordo com a justiça. De quem é esse conceito de justiça? [Congregação: "De Deus"]. Meu? [Congregação: "Não"]. Sim, meu conceito de justiça é o suficiente! [Congregação: "Não"]. Por quê? Se eu recebo a justiça de Cristo segundo meu conceito, não é isso suficiente? Isso não significa receber a chuva serôdia? Isso não significa receber a justiça de Cristo? [Congregação: "Não, senhor. Essa é sua própria justiça"]. Mas isso é o que tem acontecido com um bom número de pessoas que ouviram a mensagem da justiça de Cristo. Eles receberam a mensagem da justiça de Cristo de acordo com a própria ideia deles sobre o que significa a justiça Dele. Esses não têm, de forma alguma, a justiça de Cristo. Quero perguntar novamente: Como devemos recebê-la? Como ela será dada? "De acordo com a justiça". Como deve ser recebida então? "De acordo com a justiça". Ela é dada "de acordo com a justiça" e devemos recebê-la "de acordo com a justiça". Cumpre-nos recebê-la conforme ela é dada. Vamos refletir um pouco mais sobre esse pensamento. De qualquer forma, não tenho pressa em passar para outro ponto. Quando recebemos esse ensino, o ensino da justiça "de acordo com a justiça", devemos recebê-lo de acordo com a ideia que Deus tem sobre a justiça, e não segundo o nosso próprio padrão. E aquele que pensa em receber a mensagem da justiça de Cristo conforme suas ideias pessoais sobre ela há de perdê-la completamente. Cumpre-nos recebê-la de acordo com a ideia que Deus tem sobre ela; e nada além do conceito de Deus sobre justiça, nada que passe disso, é justiça. Discutimos em outra noite um pensamento sobre como a mensagem da justiça de Cristo foi recebida corretamente por alguns quando ela foi apresentada quatro anos atrás e a partir dessa época. Na verdade, alguns a receberam conforme ela foi dada e se alegraram com as boas novas de que Deus tinha a justiça que passaria pelo juízo e lhes permitiria permanecer aceitos diante Dele -- uma justiça muito melhor do que qualquer coisa que alguém possa fabricar com anos e anos de árduo esforço. As pessoas estavam quase que esgotadas espiritualmente de tanto tentarem produzir um nível suficiente de justiça que lhes desse condição de passar pelo tempo de angústia e encontrar o Salvador em paz no momento de Sua vinda. Mas essa obra não estava concluída. Os que receberam a mensagem ficaram tão felizes ao descobrir que Deus já havia produzido uma veste de justiça, e a estava oferecendo como dom gratuito a todos que a quisessem receber -- uma justiça suficiente para o momento presente, para o tempo das pragas, para o momento do juízo e por toda a eternidade --, que a receberam com júbilo da forma como Deus a deu, dando por ela graças ao Senhor de todo o coração. Outros não queriam de forma alguma se envolver com essa mensagem, e a rejeitaram completamente. Outros adotaram a postura do meio termo. Não a aceitaram plenamente, tampouco a rejeitaram abertamente. Acharam melhor ficar no meio do caminho, observar o movimento da multidão e seguir por onde esta fosse. E foi assim que esperavam receber a justiça de Cristo e a mensagem da justiça de Deus. Outros deliberadamente não levaram em conta cerca de cinquenta por cento da mensagem e acharam que aquilo era a justiça de Deus. Assim, desde aceitação aberta e intencional da mensagem, até sua rejeição aberta e intencional, e todo o percurso entre estes dois lados, os transigentes têm estado espalhados desde que a mensagem foi apresentada. E os que adotaram essa posição transigente não estão em nada mais preparados nesta noite para discernir o sentido da mensagem da justiça de Cristo do que estavam há quatro anos. Eu mesmo tenho ouvido alguns desses irmãos, desde a assembleia de Minneapolis, falarem "amém" para pregações e declarações completamente pagãs, e acham que se trata da justiça de Cristo. Tenho ouvido alguns dos que abertamente se colocaram contra a mensagem naquela época, e levantaram a mão para votar contra ela, dizerem "amém" para afirmações que eram tão clara e categoricamente papais que poderiam ser endossadas prontamente pela igreja católica. Vou voltar e esse ponto em um dos nossos estudos e chamar a atenção de vocês para a declaração da igreja católica sobre sua doutrina de justificação pela fé. Vamos analisar isso num estudo posterior para que vocês percebam qual é a doutrina da igreja católica sobre a justificação pela fé. "Ora", alguém pode dizer, "eu não sabia que a igreja católica cria na justificação pela fé". Ah, sim, ela crê. Sim, ela crê. Você pode ler sobre isso em seus livros. Alguém pode dizer: "Eu pensava que ela cria na justificação pelas obras". Isso é verdade, e é só nisso que eles creem; mas o conceito é passado com o título de justificação pela fé (refiro-me aos membros da Igreja Católica). E os católicos não são as únicas pessoas do mundo que agem assim. Eles não são os únicos. Portanto, meu apelo é que todos nos unamos agora e deixemos de lado nossas ideias preconcebidas, todo pensamento de como isso ou aquilo é ou deveria ser. Vamos nos unir para ouvir a mensagem da justiça de Cristo e estudá-la no temor de Deus, orando de todo o coração para que Ele nos dê, nesta assembleia, o Ensinador de justiça de acordo com Sua ideia de justiça. É disso que precisamos. Irmãos, se orarmos para que Deus realize esse propósito, Ele certamente o fará. E quando, mediante Seu Espírito, Ele nos enviar o ensino da mensagem de Sua justiça, vamos aceitá-la exatamente como Ele a apresenta a cada um de nós, sem tirar dela uma única partícula, mesmo que ela faça desmoronar tudo que imaginávamos ser a ideia correta sobre o assunto. Deixemos que Deus faça Sua obra. Concordamos, no início deste instituto, que permaneceríamos sobre esta plataforma: se pensávamos que sabíamos alguma coisa, não sabíamos nada ainda como deveríamos saber. Isso se aplica a esse assunto, aos que aceitaram a mensagem, tão certamente quanto àqueles que não a aceitaram, embora, talvez não na mesma medida. O fato é que os que a aceitaram não devem ficar se gabando agora e dizer: "Quanto a mim, está tudo bem. Não preciso aprender nada agora". Se alguém adota essa postura, tal pessoa é a que mais está precisando aprender. Assim, o que vocês e eu precisamos fazer é colocar de lado qualquer pensamento dessa natureza, todo tipo de conclusão sobre o tema, ou qualquer correção ou ajuste impostos sobre o assunto. Renunciemos a tudo isso e nos acheguemos a Cristo, usando Suas próprias palavras, "como crianças", pedindo que Ele nos mostre o que é o reino de Deus; pois o reino de Deus é justiça e paz e alegria no Espírito Santo. Os que não receberem o reino de Deus como crianças, o próprio Jesus disse, não podem entrar nele. E, se tentarmos aprender isso baseado em nosso conhecimento prévio, e procurarmos forçar essa mensagem sobre ele, ela não se encaixará. Se tentarmos moldar tudo o mais que Cristo nos apresentar agora conforme a concepção que já possuíamos, estragaremos tudo e ficaremos fechados a qualquer coisa nova que possa vir. Então, esse texto deve permanecer vivo em nossa mente: "Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber" (1 Co 8:2, trad. lit. KJV). Vamos explorar esse pensamento um pouco mais. A chuva serôdia, esta mensagem, é a justiça de Deus, que vem mediante a fé de Jesus Cristo. Ela corresponde à mensagem do alto clamor; mas essa mensagem representa o ensino de justiça de acordo com a justiça, o que significa dizer que se trata da ideia de Deus sobre justiça, e não a nossa. Será que minha ideia sobre a justiça de Deus -- no seu alcance máximo -- corresponde à ideia de Deus sobre justiça? [Congregação: "Não"]. Então, quando consigo alcançar a ideia mais ampla possível sobre a justiça de Deus, e fico satisfeito com isso, pensando que esta vai me salvar, de quem será que é essa justiça que deve me salvar? [Congregação: "Ela é minha"]. Naturalmente que sim. Digo isso porque, se eu coloco minhas concepções no mesmo nível que as de Deus, como se Ele fosse igual a mim, eu O limito dentro de minha compreensão e me torno meu próprio salvador. Agir assim é tornar Deus em nada maior do que eu mesmo. Percebem isso? [Congregação: "Sim, senhor"]. Isso mesmo. Devemos receber essa mensagem, essa chuva serôdia, essa justiça de Deus de acordo com as ideias de Deus e do modo como Ele deseja. E quando Ele nos falar Sua verdade sobre o assunto, e colocá-la à nossa disposição, devemos aceitá-la e ser-Lhe gratos por ela; não nos cabe questionar como ela vem, ou coisa do tipo, mas recebê-la como Ele a transmite, como Ele a oferece, e deixar que Ele leve essa mensagem ao mundo conforme a Sua vontade. Porque, o que é justiça? Ação correta. Devemos ter a justiça de quem? [Congregação: "A de Deus"]. Então, o que devemos ter são as ações corretas de Deus, e não nossas próprias ações corretas; é a ideia de Deus sobre qual é a ação correta Dele, e não o que nós pensamos serem ações corretas. Repito: não são nossas ideias sobre as ações corretas Dele, mas Suas próprias ideias sobre Suas próprias ações corretas. Trata-se, na verdade, das próprias ações corretas de Deus quando Ele realiza as coisas. Portanto, isso requer de nós que entreguemos a Ele tudo o que seja nosso e deixemos que Ele realize a obra, segundo Sua vontade, com aquilo que pertence unicamente a Ele. É Ele que deve realizar a obra. Cumpre-nos ser instrumentos. "Oferecei-vos [...] como instrumentos de justiça". "Vossos membros [...] como instrumentos de justiça" (Rm 6:13). Oferecê-los a quem? A Deus. Ele usa os instrumentos. Querem permitir que Ele faça isso? [Congregação: "Sim"]. Querem se manter firmes nessa decisão por uma semana? [Congregação: "Sim"]. Quero considerar outro pensamento decorrente do anterior. Sabemos que a ideia de justiça pertence unicamente a Deus. Esta é a verdadeira concepção da justiça de Deus. Agora, será que posso captar com minha própria mente a ideia de Deus sobre justiça? [Congregação: "Não, senhor"]. É possível eu receber uma mente capaz de captá-la e alcançá-la? Sim. Existe alguma mente no Universo que possa captar a ideia de Deus sobre a justiça? Sim. De quem é essa mente? De Cristo. Então não é um fato inegociável que, sem a mente de Jesus Cristo, não temos e não podemos ter a justiça de Deus? Não estou preocupado com o tanto de teoria que uma pessoa possa ter a respeito da justiça de Deus; não me importo o quanto ela possa afirmar crer na justiça de Deus; não me importo o quanto ela afirme crer na justificação pela fé; se ela não possui a própria mente de Cristo, ela não compreende o conceito de Deus sobre justificação pela fé e nada tem a dizer sobre o assunto. Ninguém tem condições de compreender a justiça de Deus sem a mente de Jesus Cristo, pois nenhuma outra mente, dentre todas do Universo, pode alcançar, compreender e conhecer essa justiça. É assim mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Será que posso transformar minha mente na mente de Cristo? Posso? Posso recriá-la, consertá-la e transformá-la na mente de Cristo, não posso? [Congregação: "Não, Senhor"]. [Alguém citou o texto: "Que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus" (Fl 2:5, trad. lit. KJV]). Muito bem. Vocês estão dispostos a permitir que isso aconteça? Vocês farão isso? É isso que vocês decidiram fazer? [Congregação: "Sim, senhor"]. Esse deve ser nosso ponto de partida, certo? Vamos deixar isso claro; e quando isso acontecer, creio que nosso tempo para o estudo desta noite estará esgotado. Então, a única maneira possível pela qual qualquer pessoa deste mundo pode conhecer a justiça de Deus, pode receber o ensino dessa justiça de acordo com a justiça, ... a única maneira, o único meio possível, que alguém possa recebê-la ou conhecê-la é mediante a apropriação da mente de Cristo. Uma afirmação que gostaria de lhes apresentar, bastante correta em si mesma, é a de que os mandamentos de Deus constituem o reflexo, a transcrição, a expressão da justiça de Deus. Os dez mandamentos são a manifestação, em forma escrita, da vontade de Deus. Leiamos Romanos 2:17, 18: "Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei." Sendo a lei, então, a expressão da vontade de Deus, esta revela qual é a vontade de Deus no que diz respeito a ações corretas. Será que os dez mandamentos aceitarão qualquer conduta de alguém cuja concepção de ações corretas não corresponda ao que Deus pensa sobre o assunto? Não. Então, os dez mandamentos simplesmente exigem um padrão de ações corretas que se mede pela própria mente de Deus e reflete Sua vontade. Assim, se os dez mandamentos requerem exatamente isso, e não aceitarão nada aquém disso, como é possível que as exigências dos dez mandamentos possam ser satisfeitas em qualquer pessoa neste mundo que não possua a mente de Deus? Isso não é possível. Onde podemos conseguir essa mente? [Congregação: "Em Cristo"]. Então, é possível que alguém, por qualquer meio que seja, ofereça aos dez mandamentos o que eles exigem, e a única coisa que eles aceitarão, sem ter a própria mente de Cristo? [Congregação: "Não, senhor"]. Posso ter a mente de Cristo sem tê-Lo todo? Não, não posso. Portanto, como não posso ter a mente de Cristo sem que O tenha por inteiro, segue-se que devo ter a presença pessoal do próprio Cristo. Quem é que nos traz a presença pessoal de Jesus Cristo? O Espírito de Deus. Vamos ler dois textos agora, um em João e outro em Efésios; e isso é tudo que o tempo nos permite nesta noite. João 14:18: "Não vos deixarei sem conforto, voltarei para vós outros" [KJV, tradução literal]. Ele não nos deixa sem conforto, ou seja, sem um consolador. Ele diz então: "Voltarei para vós outros". Quando Ele vem dessa forma até nós, não ficamos sem um Consolador. Então, Ele de fato vem até nós por meio do Consolador, que é o Espírito Santo. Vamos ler agora Efésios 3:16, 17. Vamos ler juntos com atenção: "Para que, segundo a riqueza da Sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração". [Alguém citou as palavras do texto "pela fé"]. Sim, Cristo habita em nosso coração pela fé; mas podemos dizer que a expressão "pela fé" também se refere à outra parte do texto que diz que somos "fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior". Nós recebemos a promessa do Espírito pela fé. Mas quem a produz em nós? O Espírito de Deus. E quando isso se torna uma realidade em nós, Cristo habita no coração. Então, é o Espírito Santo que traz a presença pessoal de Jesus Cristo; e ao trazer até nós Sua presença pessoal, Ele traz a Si mesmo. Assim, é por meio da mente de Cristo que podemos compreender e investigar as profundezas de Deus, e nelas deleitar, as quais Ele faz chegar, lá do alto, até nosso entendimento com toda clareza. É disso que precisamos para termos a presença de Cristo, para termos a justiça de Cristo, para recebermos a chuva serôdia e darmos o alto clamor. Nota: 1. Ver página 140 deste livro. Capítulo 12 Sermão 12 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 14 de fevereiro de 1893, p. 257-266. Na noite passada chegamos a essa conclusão: a fim de termos a justiça de Deus -- que é a chuva serôdia, que é a preparação para o alto clamor -- precisamos ter a mente de Cristo, o único meio para alcançá-la; não há outro. Esse é precisamente o conselho que as Escrituras nos dão: "Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus" (Fl 2:5, 6, trad. lit. KJV). Segundo esse texto, o que a mente de Cristo faz? Como ela atuou Nele? Ele "a Si mesmo Se esvaziou". Quando essa mente estiver em nós, o que ela fará ali? A mesma coisa. Ela vai nos esvaziar do nosso eu. Então, o primeiro pensamento do texto é que a mente de Cristo leva a pessoa que a tem a esvaziar-se de si mesma. Quando essa mente que estava em Cristo o fez esvaziar-Se de Si mesmo, o que veio em seguida? Ele ficou cheio de Deus. Quando essa mente que estava Nele for nossa e fizer em nós o que fez em Cristo -- esvaziar-nos do eu -- o que preencherá o lugar? Deus em Cristo nos preencherá. Dessa forma, Deus em Cristo habita em nós. Mas o eu deve sair do caminho. Vamos começar com esta pergunta: Que mente se encontra em nós? A mente controlada pelo eu. O que essa mente faz? Ela exalta o eu. Antes de mais nada, que tipo de mente é essa que temos? A mente natural. O ser humano tem uma mente natural, e ele precisa de uma outra mente. Ele precisa ter a mente que estava em Cristo. Mas essa mente que está em Cristo só pode esvaziar do eu a pessoa em quem tal mente habita. Assim, considerando que temos uma mente natural e precisamos ter outra no lugar dessa; considerando que essa outra mente esvazia do eu a pessoa que a tem, não podemos concluir inevitavelmente que nossa mente natural não passa de uma mente cheia do eu? Quando Deus criou o homem no princípio, no Éden, será que Ele colocou nele uma mente controlada pelo eu? [Congregação: "Não, senhor"]. O homem tinha a mente de quem? A mente de Deus. O irmão Haskell leu para nós, em seus estudos, a respeito da maravilhosa sabedoria de Adão -- uma sabedoria que provinha de Deus e era refletida em sua vida, ou seja, em sua mente e seus pensamentos. Toda sua constituição refletia o Criador. Quando Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem", o significado disso ia muito além da forma. A expressão significava que, se vocês e eu tivéssemos visto Adão e Eva como saíram das mãos do Criador, teríamos visto a imagem de Deus refletida neles e teríamos sido levados a pensar em Alguém anterior -- bem anterior -- e superior a eles. De quem estamos falando? De Deus. Contudo, eles não permaneceram no estado em que Deus os criou. Satanás veio até o jardim. Deus lhes havia dito certas palavras, Suas palavras, a expressão de Sua mente, Seus pensamentos a respeito deles. Se eles tivessem recebido e conservado essas palavras, bem como os pensamentos de Deus contidos nelas, de quem é a mente que eles teriam conservado? A mente de Deus. Quando esse outro ser, Satanás, veio e lhes disse outras palavras, que expressavam os pensamentos e o produto da mente dele, e o casal consentiu com elas, de quem é a mente e os pensamentos que eles receberam? [Congregação: "De Satanás"]. Não precisamos retroceder nas profundezas da experiência de Satanás. Todos sabemos o que causou sua queda. O que foi? [Congregação: "O orgulho"]. Mas o eu foi a raiz do orgulho. O eu é a raiz de tudo. O orgulho é o fruto que procede exclusivamente do eu. Satanás olhou para si antes de ficar orgulhoso de si mesmo. Se ele tivesse contemplado a face Daquele que Se assenta sobre o trono, ele nunca teria se tornado orgulhoso. Ele teria refletido a glória Daquele que Se assenta sobre o trono, conforme essa imagem se manifesta em Jesus Cristo. Mas quando ele desviou o olhar da face Daquele que Se assenta sobre o trono e colocou esse olhar sobre si mesmo, foi então que ele se tornou orgulhoso de si mesmo. Foi então que ele considerou como ele era belo. Seu coração então se exaltou por causa de sua beleza e ele começou a dar crédito a si mesmo pelo que ele era. O que ele era procedia de Deus. Mas Lúcifer deu crédito a si mesmo por tudo o que ele era. Não estava ele, ao fazer isso, considerando a si mesmo autoexistente, ou se colocando no lugar de Deus? Mas tudo foi por causa do eu. Esse é o cerne de tudo. Ele disse: "Serei como Deus, serei semelhante ao Altíssimo". Ele queria estar no lugar de Cristo; e todo aquele que se coloca no lugar de Cristo coloca-se no lugar de Deus, pois Deus está em Cristo. Sendo essa a realidade e sendo essa a mente de Satanás, então quando ele abordou nossos primeiros pais e eles se tornaram recipientes dessa mente, que mente era essa? A mente centrada no eu, pois esta é a mente de Satanás, o qual é egocêntrico. A mesma ambição que ele propôs para si mesmo e fez dele o que ele é, essa ambição ele colocou diante de Adão e Eva: "É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento [...]" (Gn 3:4-6). Desejável para fazer o quê? Para dar entendimento. Entendimento como quem? Como Deus. "Vocês serão como Deus", conhecendo mais do que conhecem agora, conhecendo tais e tais coisas. Que ótimo, então essa árvore é desejável para dar esse conhecimento, me dar essa sabedoria, e ela é o canal pelo qual consigo atingir o propósito de ser como Deus. É isso. Então, que mente existe em nós? [Congragação: "O eu"]. A mente natural é a mente de Satanás, sempre egocêntrica. No entanto, o Senhor não deixou o ser humano a sua própria sorte. Deus não parou de atuar. Se tivesse agido assim, nunca teria havido na mente de qualquer pessoa algum impulso que não fosse o de Satanás, pois toda a mente natural só está voltada para o eu e para Satanás. Mas Deus fez um plano para corrigir essa situação. Ele disse: "E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente" (Gn 3:15). Deus fez entrar em cena essa inimizade, ou seja, o ódio contra o poder de Satanás, até mesmo o ódio contra as coisas que se encontram nessa mente. Deus implantou esse ódio, e nisso reside a fonte de todo impulso para o bem, para a justiça ou qualquer coisa do tipo que possa surgir na mente de qualquer ser humano deste mundo. Mas quando Deus colocou ali esse ódio pelas coisas más, também gerou o desejo por algo melhor do que esse mal que odiamos. Que algo melhor é esse? Qual é o objeto desse desejo? [Congregação: "Jesus Cristo"]. Isso porque Jesus Cristo e Sua presença -- a mente de Deus -- volta ao lugar de onde Ele foi retirado. A imagem de Deus retorna ao lugar de onde ela foi banida devido ao engano de Satanás. Cristo é a imagem de Deus, a expressa imagem de Sua pessoa; e quando recebemos Jesus Cristo em Sua plenitude, a imagem de Deus retorna ao lugar ao qual pertence. Portanto, o fato de Deus colocar essa inimizade liberta a vontade ou a escolha, de maneira que o ser humano pode escolher a outra mente. Trata-se daquela luz "que ilumina a todo homem que vem ao mundo" (Jo 1:9). Se uma pessoa seguir essa luz, ela há de encontrar Jesus Cristo, como Abraão, como Cornélio ou qualquer outra pessoa que seguir esse raio de luz. Dessa forma, Ele é o Desejado de todas as nações (cf. Ag 2:7). É isso que Cristo é. Quando uma pessoa encontra esse ódio pelo mal, esse desejo por algo melhor, essa vontade de fazer o bem, será que ela já faz o que é certo unicamente pelo fato de ter esse desejo de fazer o bem? [Congregação: "Não"]. Será que esse impulso leva a pessoa a praticar o bem para o qual ela é atraída? [Congregação: "Não"]. Leiamos Romanos 3, verso 10, para ver como as coisas de fato são: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer". E o verso 12 diz: "Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só". É isso mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Então, como podemos falar de um pagão que faz o bem? Será que ele faz o bem? "Não há quem faça o bem, não há nem um só". [Uma voz: "Uma pessoa que tem Cristo, esta pode fazer o bem"]. Mas se ela tem Cristo, ela não é pagã. Estamos falando dos pagãos. Nem precisamos fazer essa pergunta sobre os pagãos. Tudo o que precisamos fazer é voltar nossos olhos para os judeus. Temos aqui um que era judeu, um crente como vocês e eu. Ele disse: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado" (Rm 7:14). A mente carnal é a mente natural. De quem é a mente natural? De Satanás, cuja mente é egocêntrica. Assim é a mente de Satanás. Vamos continuar a leitura: "Porque o que faço, não o aprovo". Qual é a razão por que eu não aprovo o que faço? Qual é o problema aqui? Por que não posso aprovar? Porque sei que é errado. Não é o bem. Se fosse o bem, não é certo que eu o aprovaria? "Porque o que faço, não o aprovo". O que de fato está sendo feito? O bem? Não, o oposto do bem: o mal, o erro. "Pois o que quero, isso não faço". O que ele queria fazer? [Congregação: "O bem"]. "O que quero, isso não faço". O que ele desejava fazer? [Congregação: "O bem"]. O que de fato ele fazia? [Congregação: "O mal"]. Então, quer fazendo ou querendo, qual era o resultado? O mal. "Mas o que aborreço, isso faço". O que ele aborrecia? O pecado. Ele odiava o mal, a injustiça, o erro. Mas o que ele fazia? O mal. Ele fazia o mal, praticava a injustiça, cometia erros. Então, quanto de bem o homem natural tem? Nada. Embora odeie o mal, quanto de bem ele faz? Nada. Ele gostaria de fazer o bem, mas quanto do bem que ele gostaria de fazer ele de fato faz? Nada. As coisas são assim mesmo? [Congregação: "Sim"]. É isso mesmo, pois é o que a Bíblia declara. Então, que razão temos para falar sobre a prática do bem entre os pagãos, ou mesmo entre os judeus ou qualquer outra classe de pessoa, se ela tem apenas a mente natural ou é simplesmente o homem natural? Ao citarmos o exemplo de Romanos, não estamos falando nada sobre o que a pessoa sabe, ou se ela tem impulsos para o bem ou não. Essa não é a questão. O homem em Romanos possuía esses impulsos o tempo todo, não é verdade? Ele tinha o conhecimento do bem a ponto de odiar as coisas ruins que estava fazendo. Pensem nisso. Estamos falando do homem natural, um homem como vocês e eu ou qualquer outra pessoa que já nasceu neste mundo. Ele tinha impulsos para o bem; tinha o conhecimento do bem e odiava o mal. Mas o que ele fazia? Não era o que ele queria? Não era o que ele conhecia? Não. O que ele fazia então? Ele fazia o mal. O que estava em jogo não era o que ele conhecia. Será que ele fazia qualquer outra coisa que não fosse o mal? Não. Ele conhecia outro caminho, sabia que existia algo melhor, não é mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Então, não vamos pensar que nosso correto conhecimento é a mesma coisa que correto procedimento. Conhecer o que é uma boa ação não nos torna praticantes dessa ação. Conhecer o certo não é o mesmo que praticar o certo. Assim, ele não fazia bem algum. Quem é essa pessoa? Somos nós, vocês e eu: o homem natural. Refere-se a mim? Sim. Se eu não tiver a própria mente de Cristo, essa pessoa sou eu? Sim. Então, embora eu professe crer em Cristo, se a mente de Cristo não estiver em mim, essa pessoa sou eu? Sim. São vocês? [Congregação: "Sim, senhor"]. Muito bem, então. Estamos todos na mesma situação. "E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto" (Rm 7:16, 17). Não. Eu disse que não queria fazer isso. Eu disse que aborrecia isso e que nunca mais repetiria a ação. Mas foi isso que aconteceu. Então, se afirmei odiar a ação e repetidas vezes tomei a firme decisão de nunca mais praticá-la, mas acabei praticando, qual, afinal de contas, era o meu problema? Eu tinha o conhecimento, mas não tinha o poder. Ora, o evangelho de Cristo, que é "Cristo em vós", este é o poder. Este é o poder de Deus para todo aquele que crê. Então quer dizer que o homem natural não é livre, certo? [Congregação: "Não, senhor"]. Ele não está em condições de fazer o que ele deseja, embora o desejo esteja nele, mesmo com seu intelecto anuviado e mente obscurecida. Ele não consegue viver à altura de seu próprio padrão. Mas será que o que ele gostaria de fazer, do modo como ele vê, será que esse modo é como Deus gostaria que ele fizesse? [Congregação: "Não"]. Ou como Deus faria? [Congregação: "Não"]. De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: "De Deus"]. Sim, pois o que devemos ter é a justiça de Deus, e justiça significa ações corretas. Então, precisamos ter as ações corretas de Deus. Assim, nossa compreensão é extremamente pequena, mesmo com a luz que Deus permitiu brilhar em nosso coração. Então onde está a boa ação de qualquer pessoa neste mundo mundo que não tenha a mente de Jesus Cristo? "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem" (Rm 7:18). O que é que está presente em nós? O querer fazer o bem. Então, quando Deus pôs a inimizade contra Satanás, qual foi o propósito dessa ação? Será que não foi libertar o homem para que este tivesse a vontade ou o querer? Sim. Havia algum outro propósito além desse? [Congregação: "Não"]. Vamos considerar esse ponto com muito cuidado. Há outras questões aqui, mas quero ressaltar este ponto: essa ação de Deus trouxe algum outro benefício para capacitar o homem a agir corretamente além de libertar sua vontade para que pudesse escolher qual mestre ele gostaria de ter? [Congregação: "Não"]. Foi colocado em seu coração o ódio contra o mal e o conhecimento de algo melhor. Essa ação divina produz a aversão contra o mal e conduz o homem para o bem; mas será que isso o capacita a praticar o bem? [Congregação: "Não"]. Gostaria de acrescentar aqui um outro ponto. A pessoa odeia o mal e declara que nunca o praticará; todavia, contra sua vontade e contra todos os anseios do seu ser, ela faz o mal. Mas o que, ou quem, é que pratica a ação? [Congregação: "'O pecado que habita' nela"]. E quem está no controle disso? [Congregação: "Satanás"]. Quem é o senhor desse homem? [Congregação: "Satanás"]. Agora, quando essa pessoa é libertada da mente carnal -- essa mente egocêntrica e controlada por Satanás --, quem passa a controlá-la? Quem é agora o seu senhor? [Congregação: "Cristo"]. Sim. Aquele que a libertou: Jesus Cristo. Então, quando somos libertos do domínio de Satanás, ficamos subordinados a outro Mestre. O domínio de Satanás significa escravidão e ruína; o domínio de Cristo significa liberdade, vida eterna, alegria eterna e prosperidade eterna. Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto. Quando tínhamos a mente de Satanás, e ele dominava, dissemos que não mais queríamos praticar aquelas coisas erradas, mas essas coisas erradas acabavam sendo praticadas novamente. Quem fazia? [Congregação: "O pecado que habita em nós"]. Tínhamos dito que agiríamos de tal e tal maneira, mas acabamos agindo diferente. Quem nos impediu de cumprir nosso propósito? [Congregação: "Satanás"]. Agora, porém, em Cristo estamos livres de Satanás: temos a outra mente. Dizemos que faremos algo. Quem o faz? [Congregação: "Cristo"]. Enquanto controlados pela mente natural, nós nos recusamos [agir de certa maneira], mas quem agia? [Congregação: "Satanás"]. Por outro lado, quando temos a mente de Cristo, nós escolhemos, e quem é que age? [Congregação: "Cristo"]. É isso mesmo? [Congregação: "Sim"]. "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fl 2:13). "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Rm 7:19-24, ARC). Qual é a condição do homem que tem apenas a mente natural? [Congregação: "Miserável"]. Sim, e em cativeiro. E quanto mais intensa for sua aversão pelo mal, mais miserável é sua condição, pois nada que o homem faça de si mesmo pode livrá-lo dele. Bem, então quem o pode livrar? "Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 7:25, ARC). "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8:1, ARC). Leiamos agora Romanos 8:6 e 7: "Porque a mente da carne é morte" [English Revised Version]. Qual é a condição do homem que possui apenas a mente natural? [Congregação: "Morte"]. "Mas a mente do Espírito é vida e paz. Porque a mente da carne" está em inimizade com Deus. [Congregação: "Não. É inimizade contra Deus"]. Não, ela não está em inimizade com Deus, mas ela mesma é inimizade. Ela "é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus" até o homem se converter? [Congregação: "Nem mesmo pode estar"]. Ela não pode ser sujeita? Será que Deus não pode tornar essa mente sujeita à Sua lei? [Congregação: "Não"]. Então o Senhor não pode tornar a mente que está em vocês e em mim -- a mente natural -- será que Ele não pode torná-la sujeita à Sua lei? [Congregação: "Não"]. Qual é essa mente? Ela é inimizade contra Deus. Será que o Senhor não pode pegar aquilo que é inimizade contra Ele e transformá-la em amor por Ele? [Congregação: "Não"]. O argumento é o seguinte: se a mente carnal estivesse em inimizade, ela poderia então ser reconciliada, visto que o fator que a estaria deixando em inimizade seria a fonte do problema. Assim, se a fonte do problema for eliminada, o que está em inimizade ficará reconciliado. Nós estamos em inimizade; mas quando Deus elimina a inimizade, nós somos reconciliados com Ele. Porém, nessa questão da mente carnal, não há nada no meio; ela é o problema propriamente dito. Ela constitui a raiz. Então, a mente carnal não pode estar sujeita à lei de Deus. A única coisa que pode ser feita com ela é destruí-la, erradicá-la, bani-la e exterminá-la. A quem pertence essa mente? [Congregação: "A Satanás"]. Trata-se da mente egocêntrica, e ela procede de Satanás. Bem, o que alguém pode fazer no caminho da justiça? O que pode ser operado nele em termos de justiça enquanto essa mente carnal estiver nele? [Congregação: "Nada"]. Ora, essa é a mente que se encontra em toda a humanidade. Vamos ver agora como essa mente carnal, esse homem natural, age no que diz respeito à justiça e à justificação. O primeiro capítulo de Romanos, versos 20-22, nos diz o seguinte: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos." Quem foi o primeiro habitante deste mundo que imaginou estar seguindo a sabedoria mediante a sugestão do eu e de Satanás? Eva. Ela foi a primeira que procurou alcançar a sabedoria dessa forma. O que ela conseguiu? [Congregação: "A loucura, a insensatez"]. Ela se tornou insensata. E todos nós estamos nessa condição. Quem controla a mente natural? Satanás. Quem a opera? Satanás. Então, o que foi formado quando esses, de quem Paulo fala, se afastaram de Deus, tornando-se loucos, "e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis?" (Rm 1:23). O paganismo. Gibbons, em seu livro "Declínio e Queda do Império Romano", capítulo 15, parágrafo 17, comenta sobre a indagação dos pagãos a respeito da imortalidade da alma: "Nessa indagação sublime, a razão deles, com frequência, fora guiada pela imaginação, e essa imaginação tinha como inspiração a vaidade." Observem bem. A razão deles era fruto de que tipo de mente? [Congregação: "A mente carnal"]. Ela era guiada por uma imaginação norteada por qual tipo de mente? [Congregação: "A mente carnal"]. E a vaidade que os inspirava provinha de que tipo de mente? [Congregação: "Da mente carnal"]. E não é exatamente essa a mente satânica? A vaidade era a raiz da indagação deles, e o eu, a raiz da vaidade. Temos aqui o melhor comentário sobre esse verso já escrito. Continuo a leitura: "Quando eles, com satisfação e arrogância, contemplaram com satisfação o grau de suas próprias capacidades mentais, quando exerceram as variadas faculdades da memória, da imaginação e do juízo nas mais profundas especulações, ou nos mais importantes empreendimentos; quando refletiram sobre o desejo de fama, que os transportava para eras futuras, muito além dos limites da morte ou da tumba, eles se mostraram relutantes em se identificar com as bestas do campo, ou supor que um ser, por cuja dignidade mantinham a mais sincera admiração, pudesse ficar restrito a um pedaço de terra e a alguns anos de duração." Essa descrição não é nada mais do que o trajeto percorrido por Satanás no início de sua rebelião. Vemos sua razão incitada pela imaginação; sua imaginação guiada pela vaidade, bem como sua contemplação arrogante dos dotes mentais que possuía. Vemos também seu desejo de notoriedade acima da de Deus e sua relutância em aceitar que alguém por cuja dignidade ele mantinha a mais sincera admiração pudesse ficar restrito a uma posição subordinada no Universo de Deus. Será que não podemos dizer que a descrição desse filósofo, analisando o assunto de uma perspectiva meramente humana, corresponde precisamente à situação da humanidade em sua condição pagã? Poderíamos ter uma descrição mais clara de como Satanás agiu em sua trajetória original? Como prossegue o historiador? "Com essa predisposição favorável, eles chamaram em seu auxílio a ciência, ou melhor dizendo, a linguagem da metafísica. Logo descobriram que, como nenhuma das propriedades da matéria tinham aplicação às operações da mente, a alma humana devia, consequentemente, ser uma substância distinta do corpo, pura, simples e espiritual, incapaz de extinção, e suscetível de vivenciar um nível de virtude e felicidade muito mais elevado depois da libertação de sua prisão corpórea. A partir desses princípios nobres e fantasiosos, os filósofos que trilharam pelas pegadas de Platão inferiram uma conclusão em nada justificável, pois chegaram a afirmar não apenas a imortalidade futura, mas também a eternidade passada da alma humana, a qual eles estavam muito inclinados a considerar como parte do espírito infinito e autoexistente, que permeia e sustenta o universo." Não vemos aqui nada mais nada menos do que a mente satânica? Autoexistência, semelhança com Deus. Igualdade com Deus. Tudo isso não passa da ação, no homem, daquela mente que, no Céu, aspirou ao status de igualdade com Deus? A mente que queria se exaltar ao nível de igualdade com Deus. Essa é a mente natural. Essa é a mente natural em cada ser humano neste planeta. Essa é a mente de Satanás. E essa mente natural operou de forma declarada e ousada no paganismo. Não é verdade, então, que cada ser humano precisa de outra mente, isto é, a mente de Jesus Cristo, o qual "não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-Se; mas esvaziou-Se a Si mesmo? [...] Por isso Deus O exaltou à mais alta posição"(Fl 2:6, 7, NVI). Vimos, portanto, o conceito pagão, tal qual é, expresso de forma aberta, direta, nua e crua. Vamos ver agora qual é a forma que essa mesma ideia assume diante do mundo sob o manto da justificação pela fé. É isso que vemos manifestado no papado, pois este representa a própria encarnação de Satanás e sua mente egocêntrica; pois ele "se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto" (2Ts 2:4). E tudo isso sob o nome e a forma do cristianismo, e tudo sendo uma contrafação da verdade. Tenho aqui um livro intitulado "Credo Católico". Ele tem o imprimátur de John Cardinal McCloskey, arcebispo de Nova York, e de Henricus Eduardus, cardeal arcebisbo de Westmonastery. Foi escrito pelo "reverendíssimo Joseph Faa Di Bruno, D.D, pároco geral da Sociedade Piedosa de Missões, da igreja de Santíssimo Salvatore em Onda, Ponte Sisto, Roma, e da Igreja Italiana de São Pedro, Londres, Inglaterra; editado pelo reverendo Louis A. Lambert, autor das "Notas sobre Ingersoll", e assim por diante. O livro chegou a este país com a aprovação da hierarquia católica nos Estados Unidos. Lerei alguns trechos. E para que vocês possam comparar os dois sistemas de justificação pela fé -- o verdadeiro e o falso --, lerei o que o Credo Católico diz, e em seguida o que Deus diz no livro Caminho a Cristo. O conceito se encontra também em todos os Testemunhos e em toda a Bíblia, naturalmente. Quero que vocês compreendam o conceito de justificação pela fé católico- romano porque, em todos esses últimos quatro anos, eu tenho me deparado com ele entre professos adventistas do sétimo dia. Os próprios conceitos e expressões que estão neste livro católico sobre o significado da justificação pela fé e como alcançá-la correspondem exatamente a certas afirmações que tenho ouvido de professos adventistas do sétimo dia sobre o que significa justificação pela fé. Pergunto-me como vocês e eu podemos levar uma mensagem ao mundo de advertência contra a adoração da besta se mantemos em nossa própria profissão de fé as doutrinas da besta. Será isso possível? [Congregação: "Não"]. É por essa razão que quero chamar a atenção de vocês para esse ponto para que compreendam exatamente o que eles pensam sobre o assunto. Além disso, meu objetivo é que vocês, se possível, conhecendo o conceito deles, reconhecendo que se trata de doutrina papal -- pertencendo, portanto, à besta, -- o abandonem por ser o que é, mesmo que vocês não estejam dispostos, de fato, a crer na justificação pela fé, mesmo que vocês não consigam entender o assunto, como é o caso de alguns, da forma como Deus o está apresentando. Agora, se vocês constatarem que se trata de doutrina papal, espero que aqueles que têm mantido ou expressado essas ideias, em maior ou menor grau, estejam dispostos a renunciá-las. Leio o seguinte na página 74 deste livro: "No caso de pessoas adultas, algumas atitudes são necessárias da parte do pecador a fim de que esteja apto para receber a graça costumeira e permanente da justificação." O pecador precisa se preparar para recebê-la. Cabe a ele fazer algo para que esteja apto para recebê-la. À medida que eu ler cada declaração deste livro, lerei o conceito oposto. Leio, então, na página 31 do Caminho a Cristo, o seguinte: "Quando virdes vossa pecaminosidade, não espereis até que vos tenhais melhorado. Quantos há que julgam não ser suficientemente bons para ir a Cristo! Tendes esperança de tornar-vos melhor mediante vossos próprios esforços? [...] Só em Deus é que há socorro para nós. Não devemos esperar persuasões mais fortes, melhores oportunidades ou um temperamento mais santo. De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos." Leiamos Romanos 4, verso 5: "Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça." Isso é justificação pela fé. O outro conceito é justificação pelas obras. Esta procede de Cristo; o outro é diabólico. Uma é a doutrina de Cristo sobre justificação pela fé; a outra é a doutrina do diabo sobre Justificação pala fé. Já é tempo de os adventistas do sétimo dia compreenderem a diferença. [Congregação: "Amém!"]. Outra citação do livro católico: "Uma pessoa pode se dispor apenas pela ajuda da graça divina, e as disposições que ela demonstra de forma alguma efetuam ou merecem a justificação: elas apenas servem para prepará-la para ela." Em outras palavras: "Não, eu não creio na justificação pelas obras; mas temos que fazer algo para estar preparados para a justificação pela fé. Precisamos mostrar nossas boas intenções. Precisamos, de qualquer modo, tomar algumas boas resoluções antes de iniciar; algo para nos preparar para ela." O que Deus diz? Leio na página 35 do Caminho a Cristo: "[Deus] está procurando atrair, por Seu terno amor, o coração de Seus filhos erradios. Nenhum pai terrestre poderia ser tão paciente com as faltas e erros de seus filhos como o é Deus com os que busca salvar." O que Ele faz? "Busca salvar". Este é o método divino. O pensamento de que Deus precisa esperar até que o ser humano se prepare para ser salvo nada mais é do que o método de Satanás. Continuo a leitura do Caminho a Cristo, página 35 e 36: "Ninguém poderia instar mais ternamente com o transgressor. Jamais lábios humanos dirigiram ao extraviado súplicas mais ternas do que Ele. Todas as Suas promessas, Suas admoestações, não são senão suspiros de um amor inexprimível. Quando Satanás se chega a vós para vos dizer que sois grande pecador, erguei os olhos ao vosso Redentor, e falai de Seus méritos. O que vos ajudará é olhar para Sua luz. Reconhecei vossos pecados, mas dizei ao inimigo que 'Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores' (1Tm 1:15), e que por Seu incomparável amor podereis ser salvos." Vamos nos lembrar de João 3:16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Isso é justificação pela fé. O outro conceito é justificação pelas obras: de um lado temos Jesus Cristo; do outro, Satanás. Então o livro católico prossegue mencionando muitas coisas que você deve fazer a fim de ter essas disposições, ou inclinações: "Um ato de fé, [...] um ato de temor a Deus, um ato de esperança, [...] um ato de arrependimento, [...] uma resolução para se aproximar do Sacramento da Penitência". Essas são as coisas que vão preparar você para ser justificado para a salvação. Na página 76 da mesma obra, leio: "Permanecemos em constante necessidade de graças concretas para realizarmos boas ações, tanto antes quanto depois de sermos justificados." Boas ações devem ser realizadas antes de sermos justificados, a fim de estarmos qualificados para isso. "As boas ações, contudo, realizadas com o auxílio da graça antes da justificação, não são, estritamente falando, meritórias. Elas servem, porém, para suavizar o caminho para a justificação, e para comover a Deus." Elas "servem para comover a Deus". A frase expressa exatamente o espírito severo, inflexível e tirânico que Satanás declarou fazer parte do caráter de Deus quando ele iniciou sua rebelião no Céu. Ele alega que Deus não quer que Seu povo seja livre; que Ele Se assenta em Seu trono e quer que tudo seja do Seu jeito, sem que Suas criaturas tenham qualquer tipo de questionamento, julgamento ou liberdade. Deus precisa ser "comovido" por Suas criaturas. Essa é a doutrina que Satanás inseriu no conceito de sacrifício desde aquela época até agora. Deus instituiu sacrifícios para mostrar ao homem e lhe transmitir o que Ele está disposto a fazer pela humanidade, que Deus está Se sacrificando pelo homem. Satanás, porém, distorceu o conceito, fazendo com que as pessoas creiam que o sacrifício tem o objetivo de despertar o bom humor de Deus, como se Ele estivesse zangado com o ser humano e pronto a castigá-lo. Com essa ideia, precisamos fazer sacrifícios para acertar as contas com Ele de modo que Ele não venha nos ferir. Precisamos, assim, "comover" a Deus para que Ele nos justifique. Leiamos o que o Senhor tem a dizer sobre esse assunto na página 54 do Caminho a Cristo. O contexto da citação é a parábola do filho pródigo, quando o filho errante, ainda distante, foi avistado pelo pai, que se compadeceu dele, correu ao seu encontro, o abraçou e beijou. O texto diz: "Mas mesmo esta parábola, terna e comovedora como é, não consegue exprimir a infinita compaixão do Pai celestial. O Senhor declara por Seu profeta: 'Com amor eterno te amei; também com amorável benignidade te atraí' (Jr 31:3). Enquanto o pecador está ainda distante da casa paterna, esbanjando os seus bens em terra estranha, o coração do Pai anela por ele; e cada desejo de voltar a Deus despertado na alma, não é senão o terno instar de Seu Espírito, solicitando, suplicando, atraindo o extraviado para o amante coração paterno." "Tendo perante vós as ricas promessas da Bíblia, podeis ainda dar lugar à dúvida? Podeis supor que, quando o pobre pecador almeja voltar e anseia abandonar os seus pecados, o Senhor lhe impeça, severamente, de prostrar-se arrependido aos Seus pés? Longe de nós tais pensamentos! Nada poderia ser mais prejudicial a vossa alma do que entreter tal conceito de nosso Pai celestial." Quem deseja prejudicar nossa alma? [Congregação: "Satanás"]. Quem é que mais deseja causar danos à alma? Satanás. O que poderia causar mais dano à alma do que a doutrina presente naquele livro, que afirma que devemos mostrar certas aptidões, disposições mentais, tomar boas resoluções, e coisas do tipo, a fim de "comovermos" a Deus a ter piedade de nós e nos salvar? Que outra coisa poderia causar mais dano à alma do que pensar que Deus severamente impede a aproximação do pecador até que a pobre alma faça algo para comovê-Lo? Há algo mais danoso em que alguém possa acreditar? A resposta do Senhor é: "Não há nada que possa ferir mais a sua alma do que um conceito como esse". Assim, qual é a única fonte dessa doutrina? [Congregação: "Satanás"]. Todavia, isso é transmitido sob o título e sob o ensino da justificação pela fé! Mas nisso não há fé. Fora com essa doutrina, diz o Senhor. E que todo o povo diga "amém". Leio ainda no "Credo Católico": "Mas, se com a ajuda da graça efetiva, boas obras são praticadas por uma pessoa que se encontra em um estado de graça justificadora, essas, então, são aceitáveis a Deus e tornam-se merecedoras de um aumento de graça na Terra e de um aumento de glória no Céu." O que diz o Senhor? Vamos ler Caminho a Cristo, página 57, no capítulo intitulado "O Teste do Discipulado" ["A Obediência é um Privilégio", em português]. A palavra aqui é dirigida àqueles que são discípulos. Trata-se das mesmas pessoas a quem o outro livro se dirige. O que lemos? "Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós." Vocês percebem, então, que o conceito divino é que, quando Ele habita em nós, Ele Se revelará por nosso intermédio. O outro conceito, o conceito satânico, é que, após conseguirmos que o Senhor Se converta, passamos então a praticar alguma boa obra de natureza "meritória", o que nos dará segurança neste mundo. Teremos um "aumento de graça" nesta Terra e "um aumento de glória no Céu". Nisso reside o próprio fundamento dos méritos dos "santos"; e é com base nesses méritos que o papa concede indulgências àqueles cujos méritos próprios não são suficientes. Ora, o que acabo de ler neste livro católico se encontra num capítulo sobre justificação, que ensina puramente a doutrina católica sobre justificação. Na página 365, o autor examina a doutrina da justificação pela fé com o intuito de condenar os protestantes que creem nela. Vejamos, irmãos, se nossa posição é protestante ou católica. Vejamos se somos cristãos ou papistas. Vamos ver se cremos em Jesus Cristo ou em Satanás. É isso que precisamos compreender no momento, e estar cientes de que realmente entendemos o assunto, antes de iniciarmos a pregação da mensagem do terceiro anjo. Eu leio: "Da mesma forma que nas revoluções os líderes procuram conquistar as pessoas por meio da isca da promessa de independência, na época da suposta reforma -- que foi uma revolução contra a autoridade eclesiástica e a ordem na religião -- parecia que o alvo dos reformadores era o de seduzir o povo sob o pretexto de torná-los independentes dos sacerdotes, em cujas mãos nosso Salvador colocou a incumbência de ministrar os sete sacramentos de perdão e graça." "Eles começaram, portanto, descartando cinco desses sacramentos, entre eles o sacramento da Ordem, por meio do qual sacerdotes são ordenados, e o sacramento da Penitência, cujo objetivo é conceder o perdão dos pecados ao penitente. [...] Eles, então, reduziram, ao que tudo indica, à mera formalidade, os dois sacramentos que eles alegam ter mantido: o Santo Batismo e a Santa Eucaristia. [Isso] para compensar essa rejeição e garantir a cada indivíduo o direito de prescrever para si mesmo, e buscar por si mesmo o perdão dos pecados e a divina graça, independentemente dos sacerdotes." Pastor Jones: -- É isso doutrina verdadeira? É verdade que o ser humano pode se aproximar, por si mesmo, de Deus, independentemente dos sacerdotes? [Congregação: "Sim"]. O que diz o Senhor? Leiamos o Caminho a Cristo, página 100: "As relações entre Deus e cada pessoa são tão particulares e íntimas, como se não existisse nenhuma outra por quem Ele houvesse dado Seu bem-amado Filho." Graças a Deus por isso. Lerei agora outro trecho do livro católico: "Sem levar em conta sacerdotes e os sacramentos, eles [os reformadores] inventaram um meio exclusivo, nunca dantes conhecido pela Igreja de Deus e ainda rejeitado por todas as igrejas orientais e pelos católicos romanos de todo o mundo; um meio pelo qual os seguidores de Lutero ousaram declarar que cada indivíduo pode conquistar o perdão e a justificação por si mesmo, sem depender de sacerdotes e sacramentos." "Eles criaram um novo dogma, que não se encontra em nenhum dos credos, nem nos cânones de qualquer concílio geral. Eu me refiro ao novo dogma da justificação somente pela fé ou unicamente pela fé." Esse é o "novo dogma" condenado pelo papado, que não se encontra em nenhum dos credos que ele possui. Leio o seguinte na página 366: "Ao acrescentarem a palavra somente, os protestantes professam poder excluir todas as obras exteriores, cerimoniais, piedosas ou de caridade, bem como obras de obediência, de penitência, ou qualquer ato moral bom, como meio de alcançar a justificação ou como condições para recebê-la." "Ah, sim, você precisa fazer algo para pavimentar o caminho; você precisa fazer algo para sair do lugar onde você se encontra", para que você seja justificado. Você deve se erguer sozinho durante uma parte do caminho, e então o Senhor, comovido, receberá você e o justificará. Isso é doutrina satânica. Somos protestantes ou católicos? Esta é a questão. [Congregação: "Protestantes"]. Proclamaremos a mensagem do terceiro anjo contra a adoração da besta e sua imagem? Ou será que nós mesmos faremos parte da besta e sua imagem? Esta é a questão. A imagem se mostra a imagem da besta nesse ponto bem como em todos os outros, embora professe ser protestante. Trata-se de um protestantismo apostatado. Na página 367 do livro católico, leio o seguinte: "Praticar essas ações tendo em vista a justificação é, segundo eles, o mesmo que dar um centavo à rainha esperando receber dela um presente real." O que diz o Senhor? Caminho a Cristo, página 50, diz o seguinte: "Esta é a lição que Jesus ensinou quando aqui na Terra: que o dom que Deus nos promete, devemos crer que, de fato, o recebemos, e é nosso." Então, qual conceito representa o cristianismo? [Congregação: "O último"]. Mas a Igreja Católica afirma que isso é protestantismo. É verdade, graças a Deus! Leio ainda o seguinte neste livro católico: "Venham como vocês estão, eles acrescentam. Vocês nunca serão excessivamente maus para Jesus." Sejamos gratos a Deus porque esse conceito não faz parte da doutrina católica, da besta, de sua imagem e de sua adoração -- tudo formando uma unidade. O que diz o Senhor? Caminho a Cristo, página 31: "De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos." Lemos ainda na página 52 do Caminho a Cristo: "Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos." O que significa "pecaminoso" [Congregação: "cheio de pecado"]. Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, cheios de pecados? [Congregação: "Sim, senhor"]. É isso mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Vamos ser cristãos. [Congregação: "Amém!"]. Sejamos protestantes. Vamos nos apropriar da mensagem do terceiro anjo, que é o evangelho de Jesus Cristo. Segue o trecho completo, página 52 e 53: "Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos, desamparados, dependentes. Podemos ir a Ele com todas [Quantas? Todas] as nossas fraquezas, leviandade e pecaminosidade, e rojar-nos arrependidos aos Seus pés. É Seu prazer estreitar-nos em Seus braços de amor, atar nossas feridas, purificar-nos de toda a impureza. [...] Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu." Este é o dom de Deus. Este é Seu dom: um dom sem dinheiro, sem preço, de que posso me apoderar com alegria e gratidão eterna. Este é o conceito divino de justificação pela fé. O outro é satânico. Leiamos outro trecho do livro católico: "Mediante a fé somente em Sua promessa, eles [os protestantes] afirmam que você pode e deveria aceitar os méritos de Cristo, apropriar-se da redenção de Cristo e de Sua justiça, apossar-se de Cristo para si mesmo, crer que Jesus está com você, lhe pertence, perdoa os seus pecados, e tudo isso sem qualquer preparação ou qualquer ação da sua parte." Muito bom! Deus seja louvado! Isso é protestantismo! E os católicos sabem que se trata de protestantismo. Você também sabe? Vejamos o que o Senhor nos diz na página 51 do Caminho a Cristo: "Mas é vontade de Deus purificar-nos do pecado, tornar-nos Seus filhos e habilitar-nos a viver uma vida santa. Podemos, pois, pedir essas bênçãos, crer que as havemos de receber e agradecer a Deus havê-las já recebido. É nosso privilégio ir a Jesus e sermos purificados, e apresentar-nos perante a lei sem qualquer sentimento de vergonha ou remorso." [cf. Ef 1:3]. [Congregação: "Amém!"]. Sem qualquer necessidade de fazer penitência? [Congregação: "Sim"]. Graças a Deus. Vamos ver agora o que o livro católico tem a dizer: "Na verdade, por mais deficiente que você possa ser em todas as outras atitudes que os católicos exigem, e por mais que você esteja carregado de pecados, se você apenas confiar em Jesus e que Ele perdoará seus pecados e o salvará, você, por meio dessa confiança apenas, é perdoado, redimido pessoalmente, justificado e colocado em uma condição de salvação." Vamos ler agora outro trecho do Caminho a Cristo, páginas 35 e 36: "Quando Satanás se chega a vós para vos dizer que sois grande pecador, erguei os olhos ao vosso Redentor, e falai de Seus méritos. O que vos ajudará é olhar para Sua luz. Reconhecei vossos pecados, mas dizei ao inimigo que 'Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores' (1Tm 1:15), e que por Seu inefável amor podereis ser salvos. Jesus dirigiu a Simão uma pergunta acerca de dois devedores. Um devia ao seu senhor uma soma pequena, e o outro uma importância muito grande; mas perdoou a dívida a ambos. Cristo perguntou então a Simão qual dos devedores mais amaria ao seu senhor. Simão respondeu: 'Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou' (Lc 7:43). Fomos grandes pecadores, mas Cristo morreu para que fôssemos perdoados. Os méritos de Seu sacrifício são suficientes para serem apresentados ao Pai em nosso favor." São de fato? [Congregação: "Sim, senhor"]. Ótimo. Há muitas outras coisas neste livro católico que não tomarei tempo para ler no momento. O livro passa então a definir o que é fé. Prestem muita atenção agora, pois já encontrei pessoas em toda a minha trajetória que pensam que esta definição católica de fé é verdadeira. Vou lê-la na página 368: "A palavra 'fé' nas Escrituras significa, às vezes, confiança na onipotência e bondade de Deus e no fato de que Ele pode e está disposto a curar ou nos favorecer por meio de intervenções miraculosas. Na maioria das vezes, ela se refere a verdades reveladas e significa crença nelas. Ninguém tem o direito de dar à palavra fé um novo significado, e fazer com que ela signifique, por exemplo, confiança em Jesus por estar pessoalmente salvo graças a essa confiança apenas. Isso seria o caso se Cristo ou os apóstolos tivessem, em alguma ocasião, claramente atribuído esse significado à palavra fé e ensinado a doutrina da confiança em Cristo para a salvação pessoal como o único requisito para a justificação. Ninguém deveria atrelar à palavra fé algum significado específico sem ter um bom respaldo nas Escrituras ou na tradição divina." "O fato é que, em muitas passagens das Escrituras Sagradas que falam claramente da fé salvadora, a expressão pela fé não significa uma confiança em Cristo para a salvação pessoal, mas evidentemente uma firme crença em que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, e no fato de que aquilo que está relatado sobre Ele no Evangelho é verdadeiro, e de que o que Ele ensinou é a verdade." O livro define fé na página 370. Lerei a definição antes de ler o conceito oposto: "Esses textos, todos se referindo à fé salvadora, provam sem sombra de dúvida que fé não é confiança em Cristo para salvação pessoal, mas, sim, a fé no credo, a fé nas verdades reveladas." O que é fé de acordo com essa definição? "A fé no credo". Eles simplesmente elaboram uma declaração de verdades gerais que denominam de doutrina de Deus, e então pedem que você creia nisso e faça o seu melhor -- e isso é considerado justificação pela fé. Não importa se o credo se encontra formalmente escrito, ou se estamos falando da ideia de alguém que eles desejam aprovar mediante voto em uma assembleia da Associação Geral; isso, em princípio, não faz diferença alguma, pois o credo está presente ali, e submissão a ele nada mais é do que aquele tipo de fé. E há pessoas aqui que se lembram do momento -- quatro anos atrás -- e do lugar -- Minneapolis -- em que houve três tentativas claras de fazer com que algo semelhante a isso fosse vinculado à mensagem do terceiro anjo mediante voto em uma assembleia da Associação Geral. O pensamento era o de definir como um marco o que alguém cria, e então tomar um voto para que todos se posicionassem em favor dos marcos, quer entendessem ou não a real natureza desses marcos. Com isso, o que restava era seguir avante e estar de acordo em guardar os mandamentos de Deus e muitas outras coisas pertinentes ao dever cristão -- e isso devia ser considerado justificação pela fé. Não nos foi dito naquela época que o anjo de Deus disse: "Não tomem esse passo; vocês não sabem o que está nisso"? "Não tenho tempo para lhes dizer o que está nisso, mas o anjo disse: 'Não façam isso'". O papado estava nessa postura. Era isso o que o Senhor estava tentando nos dizer e nos fazer entender. A atitude tinha que ver com o papado. O que estava para acontecer se assemelha ao que aconteceu com todas as igrejas que saíram do papado. Elas seguem por certo tempo pela fé em Deus, e então estabelecem alguma ideia doutrinária humana, tomam um voto para que se permaneça fiel a ela; em seguida toma-se outro voto definindo aquele ponto como a doutrina da igreja. No final, isso se torna "a fé do credo", restando seguir avante com suas próprias obras. Há alguém aqui neste recinto que esteve presente naquela época e não consegue entender agora o que tudo aquilo significava? Então, irmãos, não é tempo de nos libertar dessa postura, mesmo que isso custe nossa própria vida? Certamente custará nossa própria vida, pois nossa decisão nos permitirá estar crucificado com Jesus Cristo. Isso provocará uma morte ao pecado tão intensa que nunca sonhávamos ser possível em nossa vida. Tal postura tirará de nós toda essa mentalidade papal, todo espírito austero, e, no lugar, colocará a mente divina, terna e amável de Jesus Cristo, a qual não quer saber de credo, pois ela tem o próprio Cristo. Bem, permitam-me ler novamente o pensamento católico e, em seguida, sua refutação. Parece que um livro foi escrito para o outro. Irmãos, que livro devemos seguir? Ah, o Caminho a Cristo. O título fala uma grande verdade. De fato, estamos numa caminhada para Cristo. Em seguida estaremos numa caminhada com Cristo. Lerei novamente, então, a ideia católica seguida de sua refutação: "O fato é que, em muitas passagens das Escrituras Sagradas que falam claramente da fé salvadora, a expressão pela fé não significa uma confiança em Cristo para a salvação pessoal, mas evidentemente uma firme crença em que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, e no fato de que aquilo que está relatado sobre Ele no evangelho é verdadeiro, e de que o que Ele ensinou é a verdade." Essa é a "fé" católica. Agora, qual é a definição ou a ideia de fé do Senhor? Caminho a Cristo, página 63: "Quando falamos em fé, devemos ter presente uma distinção. Existe uma espécie de crença que é inteiramente diversa da fé. A existência e poder de Deus, a veracidade de Sua palavra, são fatos que mesmo Satanás e seus exércitos não podem sinceramente negar." Não é verdade que os espíritos maus disseram a Jesus que Ele era Cristo? [Congregação: "Sim"]. Então, os demônios, Satanás e suas hostes, certamente creem na existência e poder de Deus, na veracidade de Sua palavra e no fato de que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus. Satanás e suas hostes creem em tudo isso. Mas isso não é fé. Quanto de poder existe na crença deles capaz de operar o bem na vida deles? Absolutamente nada. Eles não têm fé alguma. Mas esta é exatamente a fé católica, não é verdade? Que tipo de fé é essa? É uma fé satânica. Não é nada além disso, como ficou claro na citação. Todavia, o papado faz isso passar por fé. E todo aquele que aceitar esse tipo de fé é um papista, mesmo que professe ser um adventista do sétimo dia. Continuo a leitura no Caminho a Cristo: "Diz a Bíblia que 'também os demônios o creem e estremecem' (Tg 2:19); mas isto não é fé. Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão da vontade a Ele; onde o coração se Lhe acha rendido e as afeições Nele concentradas, aí existe fé." Essa é a verdade da fé justificadora. Isso é justificação pela fé. Essa é uma fé que opera, graças ao Senhor; não uma fé que crê em algo distante, que mantém a verdade de Deus no pátio exterior, e em seguida procura, mediante esforço próprio, compensar a deficiência. Não é essa fé. Não, mas a fé que opera. Trata-se de uma fé que, em si mesma, é operante. Ela tem em si um poder divino capaz de manifestar a vontade de Deus no homem perante o mundo. Isso é justiça pela fé -- a justiça que a fé alcança, que ela recebe, que ela retém: a justiça de Deus. Continuo com a leitura da citação do Caminho a Cristo: "A fé que opera por amor e purifica a alma. Por esta fé o coração é renovado à imagem de Deus." Não preciso ler mais nada, pois isso já é o suficiente para mostrar o contraste; e nosso tempo já se esgotou. Isso é o suficiente para mostrar que a doutrina papal sobre justificação pela fé é doutrina de Satanás -- uma doutrina cuja síntese é a mente natural dependendo de si mesma, operando por seus próprios meios e se exaltando; e em seguida revestindo tudo isso com uma profissão de crença nisso, naquilo e naquilo outro, mas destituída de qualquer poder divino. Portanto, irmãos, que essa fé seja erradicada para sempre. No paganismo, Satanás levou a mente humana a colocar-se numa posição de igualdade com Deus, sem absolutamente qualquer disfarce. Cristo então veio a este mundo e revelou o verdadeiro evangelho como nunca antes -- Cristo no ser humano; e este justificado pela fé Nele, e pela fé somente. Ele revelou uma fé que tem em si vida divina; uma fé que tem em si poder divino; uma fé que vive e opera; uma fé que traz tudo àquele que a possui e restaura a imagem de Deus na alma. Satanás, então, pegou a mesma mente carnal que, no paganismo, havia se igualado a Deus, e a revestiu com seu próprio conceito de fé e a promoveu como justificação pela fé. Além disso, exaltou o representante máximo desse conceito acima de "tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus" (2Ts 2:4). Queira Deus que tenhamos a mente de Cristo e não a mente carnal! Deus permita que tenhamos a mente de Cristo e não a mente de Satanás! Queira Deus que tenhamos o conceito do Senhor sobre a justificação pela fé, e não o de Satanás. Que possamos receber o conceito sobre a justiça pela fé que vem do Senhor e não de Satanás! Somente assim haveremos de receber a chuva serôdia, o ensino da justiça, de acordo com a justiça. Irmãos, vamos crer na mensagem do terceiro anjo. Espero que agora o caminho esteja amplamente aberto diante de nós de modo que a estudemos como a "justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem" (Rm 3:22). Vamos investigar o tema, então, no temor de Deus, buscando Seu Santo Espírito para que torne o assunto claro para nós, de maneira que o Ensinador de Justiça nos ensine a justiça de acordo com a justiça. Capítulo 13 Sermão 13 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 20 de fevereiro de 1893, p. 296-302. No último estudo que tivemos aqui, nos esforçamos para mostrar a todos, da maneira mais clara possível, a diferença entre a crença satânica e a fé de Jesus Cristo, a diferença entre justificação pelas obras, sob o título de justificação pela fé, e a verdadeira justificação pela fé. Esse foi nosso alvo e objetivo. E vocês se lembram de como foi feito. E concluímos o estudo colocando diante de vocês este tema que passaremos a estudar: nossa necessidade de ter o ensino da justiça de acordo com a justiça. E isso só pode ser feito, como vimos, se tivermos o conceito de Deus sobre a justiça e não o nosso; e para termos o conceito divino sobre justiça em vez do nosso, precisamos possuir a mente que possa compreendê-lo, e essa mente é unicamente a de Jesus Cristo. Aquele que não tem a mente de Cristo, que não renunciou a si mesmo e tudo o que tem para receber no lugar a mente de Cristo, este não sabe, e não pode saber o que significa a justiça ou a justificação pela fé. Essa pessoa pode professar conhecer o assunto; pode concordar com ele; pode reivindicar ter posse dessa justiça, mas, de fato, ela não a pode conhecer, pois ninguém pode conhecê-la com a mente natural. Vamos para a Bíblia e confirmar isso com 1 Coríntios 2:14: "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura." Essa é a maneira como a justificação pela fé tem sido tratada por centenas de pessoas que professam crer nela. Pastor Lewis Jonhson: Os padres da igreja estatal na Escandinávia a pregam dessa forma. Sim, os católicos como um todo pregam assim. Com a mente natural, não tem como ser diferente. E sempre será assim com todo aquele que não tiver a mente de Cristo. A pessoa que não tiver essa mente não pode conhecer a verdadeira justiça pela fé. Ela pensa que tem a correta compreensão e que tem a justiça de Deus que vem pela fé. Todavia, a justiça que ele tem não é tão boa, mas, sim, os constantes esforços de sua parte para remendá-la e completá-la. No entanto, tal pessoa pensa que isso é justiça pela fé: "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." Como é possível, então, que uma pessoa entenda a justiça de Deus com mente natural? Faço um apelo a vocês. Não importa quem você seja ou se já ouviu alguma vez na vida sobre Cristo. Vamos pegar esse verso ao pé da letra. Como pode alguém conhecer a justiça de Deus e aplicá-la a si mesmo com a mente carnal, ou seja, com a mente de Satanás? Na verdade, isso é o que a mente carnal é. Pergunto: pode essa pessoa compreendê-la? [Congregação: "Não"]. Pode a mente de Satanás conhecer a justiça de Deus? Repito: a justiça de Deus, conforme expressa em letras e palavras nos dez mandamentos, corresponde à lei de Deus. Todo concordamos com isso. Nenhum adventista do sétimo dia deixará de concordar com isso. A dificuldade reside no fato de que muitas pessoas tentam alcançar a justiça de Deus presente na lei mediante a lei. Outros, porém, tentam alcançá-la, ou melhor dizendo, de fato a recebem sem a lei, "mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção". "Mas agora (e isso significa agora!), sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção" (Rm 3:21, 22). Quem alcança a justiça dessa forma a tem; mas todos concordamos -- e qualquer adventista vai confessar isso -- que os dez mandamentos expressam em letras e palavras a justiça de Deus. Mas precisamos lembrar que "o pendor da carne ["mente carnal", KJV] é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar" (Rm 8:7). Como pode, então a mente carnal conhecer a justiça de Deus? Como pode a mente carnal estar sujeita a ela? O Senhor diz que "nem mesmo pode estar". Assim, a pessoa que tem somente a mente carnal, ou o pendor da carne, que só conhece o nascimento natural, e não tem a mente de Cristo; que não se apropriou da mente natural de Cristo, esta não pode conhecer a justiça de Deus que vem mediante a fé em Jesus Cristo. Exatamente agora, neste momento em que o Senhor está desejoso de nos revelar a justiça de Deus de acordo com a justiça e nos proporcionar o ensino da justiça de acordo com a justiça, é que precisamos, como nunca antes na história desta Terra, ter nada além do que a mente de Jesus Cristo. Sabemos então que a mente carnal "não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar". Está a mente de Cristo sujeita à lei de Deus? [Congregação: "Sim"]. Ela teve conduta diferente em algum momento? [Congregação: "Não"]. A mente de Cristo sempre esteve sujeita à Palavra de Deus. Naturalmente, toda a Bíblia é simplesmente a extensão da lei de Deus conforme revelada em Cristo. Assim, não é verdade que a mente de Cristo sempre esteve sujeita à lei de Deus e a toda a Palavra de Deus, sem tirar nem pôr? [Congregação: "Sim"]. Nunca houve nada que O impediu de assim proceder. Sempre que a Palavra de Deus era lida, como a mente de Cristo a recebia? Instantaneamente. Ele não perguntava: "Nossa, como isso pode ser assim?" Não pensem que Ele dizia: "Bem, Eu acho que esse texto significa isso e aquilo". Será que Ele perguntava: "Você não está interpretando esse texto de forma um tanto extrema?" "Não dá para alterá-lo só um pouco?" Será que alguma vez Ele ficou perturbado sobre alguma coisa que a Bíblia ou o Senhor estava dizendo? Não. Sempre que a Palavra de Deus era mencionada, a resposta da mente de Cristo era instantânea. Irmãos, tenho a convicção de que vocês -- ou qualquer outra pessoa -- podem conhecer e ter exatamente esse tipo de mente. Eu sei que vocês podem ter uma mente como essa, a qual, sempre que a Palavra de Deus lhe for dirigida, responderá no mesmo instante, sem questionamento, dúvida ou sinal de rejeição. Então, podemos concluir que, se tivermos esse tipo de mente, quando a Palavra de Deus for lida, não haverá insubordinação, objeção ou dissenção. Não é isso uma demonstração da mente de Cristo? [Congregação: "Sim"]. É bem fácil, portanto, saber se temos a mente de Cristo ou não. Se a mente de vocês ou a minha, se nossas atitudes e todo nosso ser não estiverem nesse estado de entrega a Deus, e surgir em nossa mente ou coração uma disposição para levantar objeções ou causar discórdia, que tipo de mente temos então? [Congregação: "A mente carnal"]. Logo de início, foi esse tipo de mente que começou a fazer objeções. Chegou o tempo de nos livrar dessa mentalidade. Mas lhes digo que só podemos dizer que essa mente existe numa pessoa se ela responder imediatamente à Palavra de Deus sempre que esta lhe disser algo. Não há nada nesta mente que possa levantar uma objeção contra a Palavra. Essa mente não é natural em ninguém; mas qualquer um pode tê-la e estar consciente disso. É esse tipo de mente que devemos ter. É a essa mente que o Senhor pode revelar Sua justiça de acordo com a justiça, pois tal mente recebe de Deus exatamente o que Deus tem para dar, da maneira como Ele quer, não como eu quero, nem com uma disposição para tentar consertá-la, modificá-la ou subtrair algo dela. Portanto, aqueles que recebem o conceito ou a verdade da justificação pela fé ou da justiça pala fé de acordo com suas próprias ideias e visões sobre o assunto de fato não a possuem. Isso é tudo. O que simplesmente estão recebendo é o conceito satânico de justiça pela fé, ou seja, o sistema católico romano de justificação pelas obras, o qual é passado adiante como Justificação pela Fé. Estamos vivendo num tempo cuja seriedade noventa por cento de nós sequer imaginam -- um tempo em que precisamos estar certos de que o sentido que atribuímos à justificação pela fé é o correto e não o usado pelos católicos romanos. Isso é inegociável. Lerei uma ou duas citações relacionadas com o que discutimos na outra noite. Em Testemunhos para a Igreja, volume 1, p. 186, leio a passagem sobre a mensagem a Laodiceia e qual é seu propósito: "Ela está destinada a despertar o povo de Deus, a lhes revelar suas apostasias e levá- -los a zeloso arrependimento, a fim de que sejam favorecidos com a presença de Jesus e estejam preparados para o alto clamor do terceiro anjo." Quem estará preparado para o alto clamor do terceiro anjo? Aqueles que têm a presença de Jesus Cristo. Aqueles em quem a presença de Jesus Cristo se fizer presente graças à obra tencionada pela mensagem a Laodiceia. Trata-se aqui da presença pessoal também, não de uma presença imaginária, distante; não, absolutamente. Vamos ler a explicação disso no Caminho a Cristo, páginas 73-75: "Quando Cristo ascendeu para o Céu, Seus seguidores continuaram ainda a sentir- -Lhe a presença. Era uma presença pessoal, cheia de amor e luz. Jesus, o Salvador, que com eles havia andado, falado e orado, que lhes inspirara esperança e conforto ao coração, fora levado ao Céu, quando Seus lábios proferiam ainda a mensagem de paz; e, enquanto a nuvem de anjos O recebia, vieram até eles os acentos de Sua voz: 'Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos' (Mt 28:20). Ascendera ao Céu em forma humana. Sabiam que estava perante o trono de Deus, ainda como Amigo e Salvador seu; que Sua simpatia não se havia alterado; que continuava identificado com a sofredora humanidade. Estava apresentando perante Deus os méritos de Seu próprio precioso sangue, mostrando Suas mãos e pés feridos, em lembrança do preço que pagara por Seus remidos. Sabiam que ascendera ao Céu a fim de lhes preparar lugar, e que voltaria e os levaria para Si. Quando se reuniam, depois da ascensão, estavam ansiosos por apresentar as suas petições ao Pai, em nome de Jesus." Eram reuniões poderosas de oração, não é verdade? Eram 120 pessoas, cada uma ansiosa por apresentar as suas petições ao Pai, em nome de Jesus. "Com solene reverência se prostravam em oração, repetindo a promessa: 'Tudo quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vo-lo há de dar. Até agora, nada pedistes em Meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra' (Jo 16:23 e 24). Estendiam cada vez mais alto a mão da fé, com o poderoso argumento: 'É Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós' (Rm 8:34). E o Pentecoste lhes trouxe a presença do Consolador, do qual Cristo dissera: 'estará em vós' (Jo 14:17). E dissera mais: 'Digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá, porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for, enviar-vo-Lo-ei' (Jo 16:7). Daí por diante, por meio do Espírito, Cristo habitaria continuamente no coração de Seus filhos. Sua união com Ele era mais íntima do que quando estava pessoalmente com eles. É isso que Deus quer que tenhamos agora. Ele deseja para nós o mesmo que os discípulos alcançaram no Pentecoste: a presença pessoal de Jesus Cristo; e se tivermos isso, Ele estará mais próximos de nós do que quando esteve no corpo aqui. Ele quer chegar-Se a nós nestas reuniões a cada noite mais intimamente do que se estivesse assentado conosco. É isso o que Ele deseja agora. "A luz, o amor e poder do Cristo que neles habitava se refletiam em sua vida, de maneira que os homens, vendo-os, se maravilhavam; 'e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus' (At 4:13). Atentem para esta declaração que se encontra no "Testemunho núm. 31, página 156: "A mensagem levada no amor de Cristo, tendo constantemente diante de nós o valor das almas, conquistaria até mesmo dos mundanos esta confissão: 'Eles são semelhantes a Jesus'". Chegou o tempo em que Ele anseia que esta mensagem seja levada dessa forma, e Ele fará com que isso realmente aconteça. Se os que professam Seu nome agora não permitirem que Ele habite neles em Sua plenitude, de modo que possam levar a mensagem daquela forma, Ele há de encontrar um povo que o fará. Não temos mais tempo a perder. "Tudo o que Cristo foi para os primeiros discípulos, deseja ser para Seus filhos hoje; pois naquela última oração, rodeado do pequeno grupo de discípulos, disse: 'Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em Mim' (Jo 17:20). Jesus orou por nós, pedindo que fôssemos um com Ele, assim como Ele é um com o Pai. Que união é esta! Disse o Salvador, de Si mesmo: 'O Filho por Si mesmo não pode fazer coisa alguma' (Jo 5:19); 'o Pai, que está em Mim, é quem faz as obras' (Jo 14:10). Habitando, pois, Cristo em nosso coração, operará em nós." Aqueles que estão demasiadamente inquietos e extremamente temerosos de que não lhes será permitido praticar nenhuma obra, e que todas as suas obras serão destruídas, estes podem estar certos de que, se Cristo estiver habitando no coração, encontrarão obras para praticar. Irmãos, não se preocupem tanto com obras. Encontrem o Senhor Jesus Cristo e haverá obras para vocês fazerem acima de sua capacidade. [Congregação: "Amém!"]. A dificuldade, porém, é que quando as pessoas se concentram em obras, obras e mais obras, e não em Jesus Cristo, Aquele que opera as obras, elas pervertem toda sua experiência. Satanás não se importa com o quanto uma pessoa professe a justificação pela fé, e a justiça pela fé, se ela fica concentrada nas obras. Esse é justamente o pensamento expresso na definição de fé que lhes apresentei em outra noite. Vou lê-la novamente. Caminho a Cristo, página 63: "Quando falamos em fé, devemos ter presente uma distinção. Existe uma espécie de crença que é inteiramente diversa da fé. A existência e poder de Deus, a veracidade de Sua palavra, são fatos que mesmo Satanás e seus exércitos não podem sinceramente negar." As pessoas podem crer em tudo isso, mas que poder tal crença tem para torná-los justos, ou capacitá-los a praticar boas obras? Que poder existe na crença deles? Que poder ela pode conceder-lhes? [Congregação: "Nenhum"]. Essa crença se torna algo distante, uma mera teoria, algo para ser observado de longe, como teoria ou credo. Assim, um espírito pode até mesmo crer na existência e poder de Deus; pode crer na verdade da Bíblia; pode crer que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o Santo de Deus, mas não passar de um demônio. E falando de um papista, ele pode crer em tudo isso e professar igualmente a justificação pela fé; pode também ser um defensor pertinaz do que considera "boas obras". Sim, ele pode fazer esforços sobre-humanos na tentativa de ser bom, ser justo, a fim de comover a Deus, como lemos em outra noite. Vocês sabem que eles fazem isso. Vocês sabem que eles fazem peregrinações, penitências e como se esgotam com tudo isso. E além dessas coisas, eles se privam de todo conforto terreno. Mas quem está fazendo a obra? Nessas práticas, quem está executando a obra? O eu realiza a obra a fim de ser justo e alcançar o tesouro de mérito que lhes darão um aumento de graça neste mundo e um aumento de glória no Céu. Esse é o objetivo dessas obras, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Quem está executando a obra então? [Congregação: "O eu"]. Sim, senhor. Será que a mente e o coração se renderam a Deus? Será que as afeições estão colocadas sobre Ele? Entregaram tudo a Ele? Não. Portanto, o eu permanece em tudo. Quem, então, deve efetuar as obras para que estas possam sempre ser consideradas boas obras? Leiamos novamente no Caminho a Cristo, página 75: "Habitando, pois, Cristo em nosso coração, operará em nós 'tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade (Fl. 2:13). Trabalharemos como Ele trabalhou; manifestaremos o mesmo espírito. E assim, amando-O e Nele permanecendo, havemos de crescer 'em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo'" (Ef 4:15). Isso é o que o Senhor quer de nós, isso é o que a mente de Cristo significa. Vamos lembrar do pensamento que apresentei em outra noite: Não posso ter a mente de Cristo separada Dele. Não posso ter a mente de Cristo sem O ter pessoalmente. Mas o que o Senhor deseja justamente nos outorgar agora é a presença pessoal de Jesus Cristo por meio do Espírito Santo no derramamento da chuva serôdia. Sim, a presença pessoal de Cristo é o que Ele quer nos conceder. Vamos complementar aquela definição de fé: uma pessoa pode crer na existência e poder de Deus; pode crer na verdade da Bíblia; pode crer que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o Santo de Deus, mas não passar de um demônio. Mas isso não é fé. Não há poder algum nesse tipo de crença que possa ajudar alguém. Não temos aqui o cerne de todas as exortações que os Testemunhos nos têm dado durante todos esses anos: que a verdade não deve ser mantida no pátio exterior, mas deve ser introduzida no santuário interior da alma? [Congregação: "Sim"]. A ideia presente aqui é que as pessoas manterão a verdade distante, a verão como mera teoria e darão a ela sua própria interpretação. Em seguida, seguirão independentes para fazer o que creem. Isso não é fé. Fé é isto: "Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão da vontade a Ele; onde o coração se Lhe acha rendido e as afeições Nele concentradas" (Caminho a Cristo, p. 63). Essas palavras são muito significativas e merecem consideração. "A submissão da vontade a Ele". Isso já foi feito? Vocês submeteram a vontade de vocês com a intenção de nunca a reaver ou exercitá-la do seu próprio modo e por conta própria? Vocês já Lhe entregaram a vontade? Eu me refiro à vontade de vocês, entendem? Deus tem a vontade de vocês? Alguém pode dizer: "Eu acho que Ele tem". Bem, é necessário ter certeza disso. "Bem", outro pode dizer, "estou tentando submeter minha vontade a Ele". Bem, pare com essas tentativas, submeta sua vontade a Ele, coloque um ponto final e tenha certeza disso. "A submissão da vontade a Ele". Vocês já submeteram a vontade a Ele? Ela já se foi a ponto de vocês terem consciência de que foi mesmo, e que vocês não têm nenhum desejo, impulso ou qualquer inclinação que seja para usá-la por conta própria? Ela já se foi? Vocês podem ter consciência disso. Vocês podem ficar sabendo se a submissão da vontade foi completa. [Voz: "Como"?]. Como? Ora, simplesmente praticando a ação da submissão, dizendo ao Senhor que a vontade está entregue, e assim será. Uma pessoa tem consciência de que houve a submissão quando ela de fato se submete. [Uma voz: "Quando ela não tem essa consciência, isso indica que não houve a submissão]. Exatamente. Se alguém não tem essa consciência, essa é a evidência mais forte possível de que não houve a submissão. Mas quando ele realmente entrega a vontade, aí, sim, ele ficará sabendo. É exatamente assim. Quando ocorre a submissão, a pessoa se torna espiritual, e ela passa a conhecer aquilo que nunca conhecera na vida. O homem natural não pode ter essa experiência, tampouco compreendê-la. Isso nunca será possível. Como é possível eu entender a natureza de uma experiência que nunca tive? Eu vejo que você fez algo e sabe os efeitos dessa ação. Mas eu nunca fiz aquela ação; todavia, quero que você me explique tudo sobre ela para que eu compreenda como a ação é feita, sem que eu mesmo a pratique. Irmãos, isso não é procedimento correto, muito menos no caso em questão, pois este estado de submissão deve e pode ser conhecido somente por Deus e a pessoa individualmente. "E serão todos ensinados por Deus" (Jo 6:45). Alguém pode contar a outro que é um fato; pode contar que está consciente de que é um fato. Porém, essa experiência não pode ser transferida a outro. Ninguém pode recebê-la de mim. Posso contar a meu irmão que se trata de um fato, que ele pode ter certeza de que passou pela experiência; mas cabe a ele ser ensinado por Deus. A submissão da vontade a Deus ocorre simplesmente mediante a entrega de si mesmo a Deus. Essa é a única maneira de vivenciar a submissão e ter certeza dela. Muitas pessoas não entendem como, mas a maior dificuldade é que eles não estão dispostos a agir quando lhes é dito como agir. Pergunto novamente: Vocês submeteram a vontade a Ele? Isso já foi feito? Vocês já romperam essa barreira? Vocês já se encontram na condição em que deveriam estar e não tem dúvidas quanto a isso? Estão seguros de que a vontade de vocês foi entregue a Deus e que Ele pode usar vocês segundo Seus caminhos, sem a necessidade de mais questionamentos ou qualquer discórdia sobre o assunto? Sua vontade está submissa a Deus para que Ele possa usá-la como Ele desejar, sem qualquer objeção, intenção ou inclinação da sua parte para usá-la do seu jeito? É seu desejo que Deus use sua vontade como Lhe apraz, e é isso tudo o que importa para você? É esse o desejo do seu coração? Sua vontade está submissa? [Congregação: "Sim"]. Há alguém aqui que não está nessa condição? Simplesmente conte ao Senhor sobre isso. Diga-Lhe: "Senhor, submeto tudo a Ti. Entrego tudo. Nada está ficando. Não vou reter uma única coisa sequer. Entrego minha vontade e tudo o mais a Ti para que possas operar nela o querer e o efetuar". [Congregação: "Amém!"]. Irmãos, cada um de nós deve fazer isso aqui todos os dias. O Senhor deseja Se manifestar aqui na proporção em que nossa vontade Lhe permitir. Mas se eu retiver algo da minha vontade, farei as coisas do meu jeito, apesar de minhas melhores intenções, e Deus não poderá me usar plenamente. Ele não pode fazer morada plena; Cristo não pode fazer morada plena, a menos que haja uma submissão completa a Ele. Algo tem que morrer. O eu deve de fato morrer. Renunciar à própria vontade significa morte. Naturalmente, as pessoas nunca lutam para morrer. Elas lutam para viver, caso haja alguma luta. Tenham em mente que não basta "querer" morrer. Vão adiante e morram. É isso o que o Senhor deseja. Alguém pode perguntar: Como farei isso? Ele diz como: "Assim também vós considerai-vos mortos" (Rm 6:11). Realmente mortos. O irmão Durland leu para nós o seguinte ontem: "Porquanto quem morreu está justificado ["liberto", KJV] do pecado" (Rm 6:7). É isso mesmo. "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado", e Deus há de prover para que isso seja um fato. O cerne da questão, irmãos, é que precisamos conhecer o Senhor. O problema é que as pessoas não conhecem a Deus pessoalmente e não sabem como Deus vê as coisas. "Onde o coração se Lhe acha rendido". Que parte do coração? [Congregação: "Todo ele"]. Vocês já renderam o coração? [Congregação: "Sim"]. Todo ele? Entregaram tudo a Ele? "Bem", alguém pode dizer, "eu entreguei tudo o que conheço". Então tome o passo seguinte e entregue tudo o que você não conhece. Pastor O. S. Ferren: Quando uma pessoa faz isso, ela é pobre e miserável? Pastor Jones: Sim, senhor. Pastor Ferren: E nu e cego? Pastor Jones: Sim, senhor. Pastor Ferren: E nem sabe disso? Pastor Jones: Eu digo que sim. Naturalmente ela é tudo isso, mas, graças ao Senhor, essa pessoa tem riquezas que abarcam todo o Universo. Alguém pode dizer: "Eu não consigo entender isso". Eu também não, mas sei que isso é um fato. Bem, irmãos, tenhamos isto em mente, antes de mais nada, e nunca tentemos nos esquecer disto, pois quanto mais nos aprofundarmos nessa experiência, mais veremos que se trata de um fato: quando nos apropriamos do evangelho de Cristo tal como é, nos deparamos, a cada momento e em cada fase dele, com o mistério de Deus. Em cada ponto, em cada ocasião, você vai se deparar com um tema e uma situação cuja explicação só pode vir de Deus, e tudo o que lhes resta fazer é crer que Deus está ali. É assim mesmo e você se dará conta do fato. Então, deixe que Deus tome a dianteira e explique o ponto. Precisaremos de toda a eternidade para que tudo seja esclarecido. O desejo de Deus é que nos alegremos porque temos a eternidade diante de nós, em que Deus terá a oportunidade de nos explicar tudo. Vou ficar feliz pelo fato de ter a eternidade à minha frente, e não vou me incomodar agora se entendo isto, aquilo ou aquela outra coisa. Não. Não permita Deus que joguemos fora a eternidade porque não conseguimos compreender tudo o que Deus compreende. Vamos tomar cuidado com aquele espírito satânico de querer ser igual a Deus, que faz com que eu me recuse a me submeter a algo a menos que eu possa entender tudo. Que essa mentalidade fique longe de nós. Vamos crer no Senhor e que Ele, a Seu tempo, nos explique as coisas. Então, vocês renderam o coração e Ele? Voltemos ao pensamento que estava considerando um momento atrás. Muitos dizem: "Entreguei ao Senhor tudo o que conheço". Isso não é o suficiente. O que você precisa fazer é entregar a Ele tudo o que você conhece e também tudo o que você não conhece. Porque quando entrego a Ele somente o que conheço, há muitas outras coisas ainda que eu não conheço. Vou ainda me deparar com muitas situações inusitadas. Muitas coisas surgirão e vou acabar enfrentando algo que será muito atrativo e desejável para mim. Se não entreguei tudo, o que vai acontecer? Haverá uma luta, não importa se minha vontade é entregar a situação ou não. De modo que sempre estarei em águas turbulentas, sem saber se entreguei tudo ao Senhor ou não. O Senhor deseja que você saia dessas águas turbulentas e fique em lugar seguro. Entregue tudo o que você conhece e tudo o que você não conhece. Deixe tudo nas mãos Dele, sem reservas, agora e sempre. Dessa forma, você não terá medo de nada. Você não vai ficar preocupado se, no próximo minuto, você se ver no fundo do mar. Você já entregou tudo, tudo está nas mãos Dele. Então você não precisa de mais nada. Você tem algo que nunca tivera antes: um espírito de submissão. E você só pode alcançar isso quando decide fazer exatamente isto: submeter-se. "As afeições Nele concentradas". As afeições de vocês estão concentradas Nele, de forma que Ele tenha prioridade e primazia sobre tudo o mais? Vocês estão cuidando para que absolutamente nada tome o lugar Dele em qualquer momento e em qualquer lugar? Se alguém agir assim, tem tudo na vida. Sim, e estará convicto disso. "Bem", alguém pode perguntar, "não é dever de um homem cuidar da esposa e filhos? Ora, eles também se renderam ao Senhor; e será que Deus não pode cuidar deles muito melhor do que você, caso você não tenha se rendido a Ele? Eles também se renderam. Em vez de você pensar assim: "Ah, se minhas afeições estiverem concentradas Nele, elas vão se distanciar daqueles a quem amo", o contrário é que é a verdade. Quando minhas afeições se concentram Nele, elas se intensificam, se aprofundam e se tornam mais nobres em relação àqueles que estão ligados a mim pelos ternos laços do amor. Sabem, as pessoas confundem as coisas quando pensam que concentrar as afeições em Deus vai separá-las de alguém a quem amam nesta Terra. Colocar a prioridade em Deus é a única maneira de amar adequadamente as pessoas a quem queremos bem nesta Terra. Não concordam comigo? A vontade está submissa a Ele? Você rendeu o coração a Deus, para que suas afeições fiquem concentradas Nele? Você já tomou essa atitude, de modo que você possa estar em pé diante de Deus e Lhe agradecer por ter tomado essa decisão? Não quero dizer que você deva se levantar na congregação e se manifestar, mas diga isso pessoalmente ao Senhor. Há pessoas que se levantam em público e dizem coisas que não diriam pessoalmente ao Senhor. Abra seu coração a Deus em particular. Diga-Lhe que sua vontade está completamente entregue a Ele. Submeta a Ele, agora e sempre, todo o seu ser sem qualquer reserva. Diga-Lhe simplesmente que seu coração está rendido a Ele, que seu coração nada vale e que você quer o coração Dele no lugar do seu. Dessa forma, suas afeições estarão fixadas Nele, e ali devem permanecer. Nada poderá tirá-las de lá. Diga isso todo o tempo e todos os dias. Repita isso onde quer que você for. Vivam com Ele, irmãos. Vivam com Ele. Vivam com Ele. É isso o que Ele deseja. Ora, Cristo ressuscitou dos mortos, e nós ressuscitamos com Ele para com Ele vivermos também (Rm 6:8). Sua presença pessoal deve estar conosco. Essa é a obra que a mensagem a Laodiceia deve operar em nosso favor. Ela traz a presença de Cristo para viver em nós. Isso somente você pode fazer; ninguém mais. Irmãos, vamos realizar essa obra. Vamos chegar a esse nível de experiência com Deus. Quando alguém chega a esse ponto, cabe a ele simplesmente esperar pela direção do Senhor; esperar pelo tempo do Senhor. Quando o Senhor estiver pronto para derramar Seu Santo Espírito, não haverá nada para impedir. Se houver algo de que o crente não tinha conhecimento, isso não será um problema, pois ele já havia rendido tudo a Deus há muito tempo. Pode ser algo tão valioso quanto o olho direito. Mas isso já foi entregue há muito tempo. Já foi renunciado, graças ao Senhor. Assim, nada mais há entre você e Ele, e Deus pode derramar Seu Espírito no momento em que quiser. Deus quer que cheguemos a esse ponto nesta assembleia, ansiosos por receber o ensino da justiça de acordo com a justiça. Pergunto: quanto de Cristo devemos ter? Quando a presença pessoal de Cristo se manifestar em nós, Ele estará mais próximo de nós do que se estivesse Se encontrando conosco aqui a cada dia. Não é verdade? [Congregação: "Sim, senhor"]. Bem, este é o evangelho, não é mesmo? Esta é a justiça de Deus, que vem mediante a fé de Jesus Cristo. Este é o evangelho, "visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé" (Rm 1:17). Será que o texto diz de fé em obras? Será que diz que a justiça de Deus se revela de fé em obras? Não, de forma alguma. O texto diz: "a justiça de Deus se revela no evangelho, de Fé em Fé". Louvado seja Deus! A presença de Cristo, a presença pessoal de Cristo -- "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl 1:27) --, este é o evangelho, não é? Prestem atenção agora -- e não há necessidade alguma de que alguém tenha qualquer partícula de interpretação equivocada sobre essa questão de fé e obras, ou o mínimo de hesitação sobre isso. Atentem para isso: Cristo esteve neste mundo uma vez, não esteve? [Congregação: "Sim"]. Ele nada fez por Si mesmo: "Eu nada posso fazer de Mim mesmo" (Jo 5:30). O Pai habitou Nele. Ele fez as obras: "o Pai, que permanece em Mim, faz as Suas obras" (Jo 14:10). "Assim como o Pai Me enviou, Eu também vos envio" (Jo 20:21). Assim como Deus estava em Cristo, Cristo deve estar em nós. Não é assim? [Congregação: "Sim"]. É Cristo o mesmo ontem, hoje e eternamente? [Congregação: "Sim"]. Como Cristo agiu quando Ele esteve na Terra, em nossa carne -- Ele assumiu a minha carne, Ele assumiu a carne de vocês --; como Ele agiu nessa condição, quando Ele esteve aqui antes? Ele andou fazendo o bem, cuidando dos doentes, sendo solidário com eles. "Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido (Is 53:4). Tomou sobre Si as nossas enfermidades! Sua simpatia pelos doentes era tão íntima que, quando lhes ministrava, Ele, de fato, Se identificava com os sentimentos deles; Ele, de fato, tomava sobre Si as enfermidades deles. Como Ele vai agir quando Ele estiver em nossa carne agora? [Voz: "Ele agirá da mesma forma"]. Como Ele agirá quando Ele estiver na carne de cada um de vocês? Quando Ele estiver na carne agora? [Voz: Ele agirá como agiu naquela época]. Vocês não percebem, então, como as obras se encarregam de si mesmas na pessoa que tem fé em Jesus Cristo? Não me refiro àquela crença satânica, mas à fé de uma pessoa. Vocês não percebem, então, o que perdem as pessoas que fixam a mente mais nas obras do que em Cristo? Elas perdem a própria motivação e poder que, unicamente, podem efetuar boas obras, levar a ministrar em favor dos doentes com o correto espírito, a visitar o pobre e auxiliá-los com o espírito correto. Vocês já viram pessoas que auxiliam os pobres e doentes de uma forma que faz com que eles se sintam piores do que antes de se encontrarem com essas pessoas? Esse não é o tipo de ministério realizado por Jesus Cristo. Realmente não é. Não, senhor. Cristo deve estar em vocês. E quando Ele for com vocês e em vocês, cumprir-se-á aquele testemunho: "A mensagem levada no amor de Cristo [...] conquistar[á] até mesmo dos mundanos esta confissão: 'Eles são semelhantes a Jesus'". O que Ele deseja que o mundo veja em nós? [Congregação: "Cristo"]. Ele deseja que o mundo veja em nossa vida a Jesus Cristo -- a vida de Cristo, "Cristo em vós, a esperança da glória" --, e as pessoas reconhecerão isso, e vocês terão consciência disso. Certifiquem-se de que Cristo está em vocês, e o Espírito do Senhor comunicará à mente das pessoas que Ele está, de fato, em vocês. Mas se vocês e eu aparecermos, e não Cristo, é certo que nada mais será manifesto, e o mundo verá somente isso. Agora, irmãos, será que é necessário ficar confuso ou ter qualquer dúvida de que a justiça pela fé, a justificação pela fé traz consigo a própria virtude vivificante de Deus para operar de acordo com os caminhos de Deus? Há razão para algum mal-entendido nesse ponto? Não. Nenhuma sequer. Nenhuma mente que se submete a Deus precisa ter qualquer insegurança quanto a isso. Não haverá dúvidas para aquele cuja mente se rende a Deus e se mostra disposta a seguir os Seus caminhos. Cristo Se torna o primeiro e o último, Aquele que opera por meio de tudo, em tudo e acima de tudo. O crente com tal atitude se torna tão familiarizado com Cristo que ele se torna ciente de que a fé em Jesus Cristo traz a presença divina, o poder divino e a graça divina. Tal fé, recebida na vida, o transformará e o moverá de tal forma que um fato ficará evidente: quem mais fé tiver será aquele, em todo o mundo, que mais boas obras praticará. Ora, uma coisa não pode ser separada da outra. A vida divina está presente; o poder divino está presente; a Palavra divina está presente. "Mas Paulo não teve que se esforçar?" -- alguém pode perguntar. "E o Salvador não diz: 'Esforçai-vos por entrar pela porta estreita?'" (Lc 13:24). Sim, Ele diz isso; e Paulo nos diz como. Vamos ler a respeito disso. Ele trata justamente desse ponto. Vamos ler e isso será tudo para esta noite. O texto se encontra em Colossenses 1, verso 25 em diante. Falando da igreja que recebera o evangelho, ele diz: "[...] da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos Seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios." O que Deus quer dar a conhecer, nesse tempo, a vocês e a mim? Ele deseja "dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério". Trata-se de algo muito grande, não é mesmo? Qual é o tamanho das riquezas da glória do mistério de Deus? Qual é o tamanho? Tão grande quanto Deus. Então, como podemos conhecê-las senão por meio da mente de Cristo que nos é outorgada pelo Espírito Santo, o qual traz até nós a presença de Jesus? O texto continua: "Isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o máximo possível, segundo a Sua eficácia que opera eficientemente em mim". Como posso me esforçar quando não tenho nada com que me esforçar? De acordo com a Bíblia, quanto podemos fazer sem Cristo? [Congregação: "Nada"]. Isso mesmo: "Sem Mim nada podeis fazer" (Jo 15:5). Não é isso o que a Bíblia diz? [Congregação: "Sim"]. Se é assim, quero saber como é que vocês poderão se esforçar sem Cristo. Sem Ele, como é que vocês vão se esforçar? Gostaria que vocês pensassem nisso. "Sem Mim nada podeis fazer". "Mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1). Não é assim? Como pode um morto se esforçar? Paulo diz ainda: "Quando nós ainda éramos fracos" (Rm 5:6). Estávamos fracos, sem forças? [Congregação: "Sim"]. Esta é a realidade. Então, como pode alguém se esforçar se não tem força alguma? Vocês não percebem, então, que o conceito divino fica completamente pervertido quando achamos que temos que nos esforçar, praticar obras e esgotar nossas energias vitais a fim de nos achegarmos a Cristo e receber o dom da justificação? Não é assim. A justificação é o dom gratuito de Deus a todo homem, e todo aquele que a recebe, este recebe também, de fato, o próprio Jesus Cristo. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Então, a pessoa que entrega tudo, renuncia a tudo, e recebe o poder de Deus e o Salvador vivo -- a quem foi dado todo o poder no Céu e na Terra --, tal pessoa tem algo com que se esforçar. Ela tem força que pode ser usada para um bom propósito. Ela tem poder com o qual pode realizar algo. Então, em que consiste nosso esforço? Em encontrar o Senhor? Ou em usar o poder que o Senhor concede, que ele introduz em nossa vida? Qual é a opção correta? [Voz: "Usar o poder"]. Certamente. Assim, não vamos concentrar nosso esforço, irmãos, na direção errada, mas na correta. "Esforçando-me o mais possível, segundo a Sua eficácia que opera eficientemente em mim". Paulo complementa esse conceito em outro lugar: "O amor de Cristo nos constrange" (2Co 5:14). Ele nos constrange, nos impele e nos impulsiona com força irresistível. Essa é a ideia contida na palavra esforçar-se. Outras traduções usam o termo "agonizar", no sentido de lutar com angústia e agonia para entrar pela porta estreita. Muitos realmente agonizam fisicamente, chegando à exaustão, fazendo penitências, como é o caso dos católicos; e fazem tudo isso para comover o Senhor, para que Ele tenha piedade deles. Não é esta a ideia. O termo é de fato "agonizar", mas quem conhece o grego sabe que essa palavra é extraída dos jogos ou das corridas da Grécia. A pessoa que competia nesses jogos era chamada de agonistes. Os competidores iniciavam uma corrida. O que deviam fazer? Eles usavam ao máximo toda a força de seus nervos para ganhar a corrida. Toda faculdade de seu ser se concentrava no alvo diante deles, não concordam? [Congregação: "Sim, senhor"]. Isso, sim, era atividade física, esforço físico e agonizante. Será que esse é o esforço sobre o qual Cristo está falando? [Congregação: "Não"]. Ele Se refere a que tipo de esforço? O espiritual, certamente. Assim, aplicando o conceito de atividade física, de esforço físico de cada nervo, para o campo espiritual, o que isso significa? Não seria a entrega completa da vontade a Cristo, a entrega sem reservas do coração e das afeições a Ele? Sem nada reter, tudo é entregue a Ele, cada fibra do ser é dedicada a um único objetivo: a glória de Deus. Não é assim? Vocês não percebem que é o poder de Deus que nos move e nos impulsiona? Eu repito: em toda e qualquer situação, a pessoa que crê em Jesus Cristo é aquela que mais intensamente trabalhará para Ele. Quero deixar agora com vocês uma frase do Caminho a Cristo, página 71, que sintetiza, mais do que qualquer outra coisa que eu poderia apresentar, toda a discussão desta noite: "O coração que mais plenamente descansa em Cristo será o mais zeloso e ativo no labor por Ele". Amém. [Congregação: "Amém"]. Não se esqueçam disso. Não pensem que a pessoa que diz estar descansando plenamente em Cristo vai viver num estado de ociosidade física ou espiritual. Se sua vida for ociosa, tal pessoa não está de forma alguma descansando em Cristo, mas em seu próprio eu. Não, irmãos. O coração que mais plenamente descansa em Cristo será o mais zeloso e ativo em trabalhar para Ele. Essa é a essência da genuína fé. Essa é a fé que lhes trará o derramamento da chuva serôdia. Essa é a fé que trará a vocês e a mim o ensino da justiça de acordo com a justiça -- a presença vivificante de Jesus Cristo -- a fim de nos preparar para o alto clamor e nos permitir sair desta assembleia com a única compreensão possível da mensagem do terceiro anjo. Capítulo 14 Sermão 14 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 22 de fevereiro de 1893, p. 342-347. Examinamos a manifestação da mente natural -- a mente carnal -- em duas de suas formas: o paganismo e o papado. Existe, porém, outra moderna. Esta surgiu nos dias atuais, e trata-se de um engano idealizado pelo autor da mente carnal por meio do qual ele enganará muitas pessoas, caso não tenham a mente de Cristo. Pergunto: a mente carnal é a mente de quem? [Congregação: "De Satanás"]. Com que a mente carnal se preocupa? [Congregação: "Com o eu"]. Em Satanás, essa mente se concentra no eu. Em nós, ela se concentra no eu. Vimos que no paganismo -- o paganismo nu e cru, declarado e ousado --, essa mente fez com que o homem se colocasse no lugar de Deus, pensasse ser igual a Deus, o que se manifestou no conceito da imortalidade da alma. Vimos então que, quando o cristianismo se firmou no mundo, essa mesma mente carnal erigiu uma contrafação da versão pagã e se camuflou com as vestes do cristianismo. Essa versão cristã foi chamada de justificação pela fé, quando, na verdade, não passa de justificação pelas obras, produzida pela mesma mente carnal. Estamos falando do papado, o mistério da iniquidade. Agora existe outro desdobramento na atuação de Satanás nos últimos dias, distinto do paganismo, conforme se manifestou no passado, e distinto do papado em sua forma original e conforme tem se apresentado até o momento. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. De que manifestação estou falando? Que forma Satanás adotou para agir nos últimos dias? [Congregação: "O espiritismo"]. Sim. O espiritismo exalta o eu. Mas será que o espiritismo atuará sempre em nome de Satanás? [Congregação: "Não"]. Quanto mais próximos estivermos da segunda vinda do Salvador, mais amplamente o espiritismo estará professando o nome de Cristo. Antes da volta de Cristo, que manifestações ocorrerão em grande número? [Congregação: "Falsos Cristos"]. Muitos surgirão dizendo: "Eu sou Cristo". E, por último, o próprio Satanás vem -- como Satanás? [Congregação: "Não. Como Cristo"]. Ele vem como Cristo. Ele é recebido como Cristo. Isso significa que o povo de Deus deve estar familiarizado com o Salvador de tal forma que nenhuma crença no nome de Cristo espúria e fictícia seja abraçada ou aceita. À medida que o falso cristianismo se apresenta ao mundo, nesta época em que todo tipo de falso Cristo está surgindo, qual é a única maneira de uma pessoa estar segura? Como alguém poderá reconhecer a identidade desses falsos Cristos? Somente conhecendo a identidade do verdadeiro Cristo e possuindo a própria mente Dele. Agora gostaria de ler trechos que revelam a natureza desta última fase da mente carnal. Já apresentei citações sobre as outras duas fases: a pagã e a papal. Quando terminar de apresentar esta última, teremos diante de nós as três etapas: o dragão, a besta e o falso profeta. Então, depois de termos o quadro completo, nenhum de nós terá uma desculpa sequer para aceitar qualquer outra posição que não expresse de forma clara a mente de Jesus Cristo apenas e a justiça de Deus de acordo com Sua ideia de justiça. Quando virmos diante de nossos olhos a nítida expressão do falso caminho presente nas três formas, então, mesmo não conseguindo entender ou perceber o caminho verdadeiro, teremos conhecimento mais do que suficiente do falso para rejeitá-lo por completo e aceitar o genuíno, quer o entendamos ou não. Não é preferível rejeitarmos os enganos do diabo que vemos e aceitarmos a verdade de Deus que não podemos ver como gostaríamos? O que vocês preferem? Eu prefiro me submeter ao Senhor com meus olhos fechados do que ao diabo com meus olhos abertos. Tenho aqui uma publicação mensal -- já vou lhes falar sobre ela; mas lerei primeiro um ou dois trechos dela. Trata-se de exercícios espirituais para a semana -- um treinamento para cada dia da semana. "Que a quinta-feira seja o dia para você declarar a sua fé." Veja a definição de fé apresentada: "Diga: 'Eu de fato creio que Deus está agora operando comigo, por intermédio de mim, por mim e para mim'. Diga isso com toda a certeza, pois é a verdade." "Na sexta-feira, seja corajoso, forte e eficiente. Vença todos os obstáculos por meio da sua própria palavra. Diga: 'Tudo posso em Cristo que me fortalece'. Diga isso com toda a força do seu ser, e lhe garanto que você poderá fazer qualquer coisa que quiser, até mesmo a operação de milagres." Isso é uma mentira. Para que vocês percebam que é uma mentira, leio o exercício da quarta-feira: "Na quarta-feira, faça uso de declarações positivas; não somente declarações científicas, mas aquelas que confirmam todas as coisas boas em você mesmo." [Voz da congregação: "Isso prova que se trata de uma mentira"]. Eles não dizem que Deus está operando em mim, por mim, para mim e por intermédio de mim? Quando nos achegamos a Jesus e nos apropriamos de Sua justiça e bondade, não podemos declarar então que somos bons? [Congregação: "Não"]. Por que não? [Congregação: "Somos bons em Cristo, e não em nós mesmos"]. Então vocês estão dispostos a admitir que quando aceitamos Jesus e toda a riqueza, honra, poder e bens espirituais que se encontram em Sua pessoa, mesmo então nós não podemos nos vangloriar de que somos bons? Vocês estão dispostos a admitir isso? Estão mesmo? [Voz: "Sim, senhor"]. Estão mesmo? [Voz: "Sim, senhor"]. Muito bem. Mas isso não é tudo. Continuo a leitura: "Declare todas as coisas boas em você mesmo. Elogie você mesmo por ser tão gentil e amável, por ser tão honesto em suas intenções de dedicar-se ao bem. Elogie você mesmo por sua firmeza nessas intenções. Elogie você mesmo por ser tão forte e saudável." Sim. Talvez você queira elogiar você mesmo por seguir estritamente a reforma de saúde e por estar desfrutando de tão boa saúde. Você está praticando esses princípios. Será que você deve se elogiar por isso? "Elogie você mesmo por possuir uma disposição caridosa tão preciosa." Vocês podem agir assim, não podem? [Congregação: "Não"]. Não podem? Mesmo sabendo que seus pecados já foram perdoados e que estão livres de todas essas coisas pelo poder de Cristo? Será que não podem fazer então um autoelogio por sua preciosa disposição caridosa que você conquistou? [Congregação: "Não, senhor"]. Mas a leitura continua: "Elogie você mesmo por você ver somente o bem em todos e em tudo no mundo. Elogie você mesmo por todas as coisas boas que você vê em você e por todas as coisas boas que você quer ver em você. [...] Você deve louvar pela característica boa que você já tem para que ela seja fortalecida; louve também pelo bom traço que parece estar faltando para que ele seja impulsionado a surgir, pois você sabe que o fruto dos seus lábios serão criados para você." Esses conceitos provêm daquilo que é chamado de "Ciência Cristã". Vocês podem ler o título (erguendo o livro). Um irmão me deu uma cópia deste livro outro dia. O título é "Ciência Cristã", e na capa se encontra o seguinte verso bíblico: "As Minhas palavras não passarão". Agora, irmãos, não está na hora de começarmos a crer nas Escrituras e nos Testemunhos? Não está na hora de termos a mente de Jesus Cristo? [Congregação: "Amém!"]. Será que não está na hora de termos a mente que confessará que isto que se encontra no Testemunho é verdade, isto que tem incomodado muitos dos irmãos cada vez em que é lido? Vamos ler a declaração novamente e ver se vocês concordam com ela, ou se creem nela ou não. Chegou o tempo de tomarmos uma posição quanto a isso. "Testemunho núm. 31", página 44: "Vocês estão em Cristo? Não, a menos que admitam que vocês são pecadores errantes, desamparados e condenados." Vocês não estão em Cristo, a menos que admitam que vocês são tudo isso. Concordam comigo? [Congregação: "Sim"]. Vocês estão dispostos a aceitar esse fato agora, quer compreendam como isso é de fato assim ou não? [Congregação: "Sim"]. Vocês aceitarão esse fato diante do paganismo, do papado e do espiritismo, em todas as fases de cada um deles? Assim, será que não chegou o momento de vocês e eu termos uma mente que se negará a dizer "amém" para toda essa tolice que acabei de ler neste livro de ciência anticristã? Leio novamente a declaração do Testemunho: "Vocês estão em Cristo? Não, a menos que admitam que vocês são pecadores errantes, desamparados e condenados. Não, se vocês estiverem exaltando e glorificando o eu." Então, embora essas pessoas citem as palavras de Cristo, tudo não passa de contrafação. Vocês sabem que no "Vol. 4" dos Testemunhos há uma declaração afirmando que, quando Satanás vier com as graciosas palavras que o Salvador proferia, ele as pronunciará com entonação muito idêntica à de Cristo e cativará aqueles que não têm a mente de Cristo. Irmãos, não há salvação para nós, nenhuma segurança sequer, nem qualquer outra alternativa se não nos apropriarmos da mente de Cristo. Isso se aplica a todos os ramos de nossa obra também. Não é uma mensagem apenas para os ministros. É para todos. Vocês não se lembram da palestra que o Dr. Kellogg nos deu em outra ocasião sobre a obra médico-missionária, como ele percebeu -- na verdade, já vinha percebendo há muito tempo -- a deficiência nos métodos da medicina no sentido de alcançar e aliviar a mente? Vocês não se lembram de ele dizer que ele percebeu essa deficiência em toda a prática médica? Ele havia constatado em cada passo dos tratamentos uma falha no sistema médico, que nenhum recurso possuía para alcançar e aliviar a mente das almas enfermas, de maneira que o corpo fizesse o seu trabalho e se recuperasse por meio dos tratamentos prescritos pelos médicos. Irmãos, Cristo já não supriu essa carência presente em todo sistema médico por meio do Seu próprio método de cura a nós fornecido pelo Seu Espírito? Cabe aos médicos e às enfermeiras levar aos angustiados, enfermos, sofredores e moribundos a mente de Cristo, e instar com eles para que entreguem a mente a Jesus Cristo e se apropriem de Sua mente, desviando-se do eu. Assim, estando a mente em repouso, o médico pode conduzir o tratamento para que o corpo se recupere, enquanto o paciente desfruta das bênçãos e da paz de Jesus Cristo, tendo a mente que Ele fornece. Vocês não percebem como esse assunto permeia toda nossa obra, sendo a solução em qualquer lugar? Isso não é novidade para o Dr. Kellogg. Eu só aproveitei as palavras dele sobre essa falha no sistema médico para que vocês entendam como a mente de Cristo pode supri-la. Continuarei a leitura do Testemunho: "Vocês não estão em Cristo se estiverem exaltando e glorificando o eu." Observem agora: "Se existe algo de bom em vocês, o crédito deve ser dado completamente à misericórdia de um Salvador compassivo." Atentem para isso agora: "Seu nascimento, sua reputação, seus bens, seus talentos, suas virtudes, sua piedade, sua filantropia, ou qualquer outra coisa em você ou relacionada a você, não criará um vínculo de união entre a sua alma e Cristo." Concordam com isso? [Congregação: "Sim"]. Pastor Underwood: Poderia ler a citação novamente, por favor? "Seu nascimento, sua reputação, seus bens, seus talentos, suas virtudes, sua piedade, sua filantropia, ou qualquer outra coisa em você ou relacionada a você (mesmo suas boas obras), não criará um vínculo de união entre a sua alma e Cristo." "Sua ligação com a igreja, o modo como seus irmãos o consideram não será de proveito algum a menos que você creia em Cristo. Observem agora esta ênfase: "Não é suficiente crer sobre Ele (a palavra 'sobre' está em itálico); mas você deve crer em Cristo." "Em Cristo". O que isso significa? "Você deve depender completamente de Sua graça salvadora." Isso é cristianismo. Isso corresponde à mente de Cristo. Não há nada de satânico em tudo isso. E o diabo não pode entrar ali. Na verdade, esse pensamento se encontra também no Caminho a Cristo, com palavras não exatamente como essas. Lerei um trecho ou dois do Caminho a Cristo, começando na página 62 até a página 65. "A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi -- exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais -- perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça." Se vocês e eu não tivermos isso, nunca teremos vida eterna. Não a podemos ter agora ou em qualquer outro momento. Se vocês e eu não tivermos "perfeita obediência à lei de Deus" desde nossa primeira respiração, que continua ininterrupta até este momento, esta noite, até o último suspiro que exalarmos, então a vida eterna não nos pertence. Por outro lado, no exato momento em que vocês e eu tivermos "perfeita obediência à lei de Deus", a vida eterna certamente é nossa. Mas essa "perfeita obediência" deve alcançar, repito, desde nossa primeira respiração, que continua ininterrupta até este momento, esta noite, até o último suspiro que exalarmos; e deve ir além, continuando nos milhares de anos da eternidade. Não estou exigindo, irmãos, que vocês compreendam isso. Creiam e vocês entenderão. Alguém pode questionar: "Isso não contradiz algo que ele vem pregando?" Isso não contradiz o que venho pregando. É isso o que eu tenho pregado o tempo todo, bem como qualquer outro pregador que prega o evangelho. "A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi -- exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais -- perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. [...] Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual possamos satisfazer às exigências da lei de Deus." Esta é a verdade. Como é possível, então, termos vida eterna? [Congregação: "Por meio de Cristo"]. Ah! "O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6:23). Mas temos que ter "perfeita justiça" antes de recebermos esse dom, não percebem? Sim, mas o Senhor, em Sua misericórdia, vem e diz: "Eis aqui, em Cristo, a perfeita justiça. Eis aqui a perfeita obediência à lei de Deus desde o nascimento até a morte. Aproprie-se dela, e ela satisfará completamente a condição sob a qual unicamente uma pessoa pode ter a vida eterna". Muito bem. Vocês estão contentes com essa provisão? [Congregação: "Sim"]. Estou muito feliz com essa oferta. Não me resta mais nada a fazer do que ficar alegre. Incrível, Ele quer que eu tenha vida eterna. Nada tenho para merecê-la. Não tenho nada que possa satisfazer a condição sob a qual unicamente ela pode ser concedida. Tudo o que eu tenho colocaria o Universo em ruínas, se Deus me concedesse a vida eterna com base nisso. Ele não pode fazer isso. Mas Ele quer que eu tenha vida eterna. Seu desejo de que eu tenha vida eterna é tão intenso que Ele morreu para que eu a tivesse. [Congregação: "Amém!"]. E sabem, só Deus, que é amor, poderia fazer isso. Ele vem até nós e diz: "Em Cristo existe obediência perfeita que alcança desde a sua primeira respiração até a última. Receba a Ele e Sua justiça e, assim, você tem a vida eterna". Esta é a condição. Muito bom! Sim, senhor. "Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape." Deus seja louvado! "Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça." Que troca! Que troca! Irmãos, não é terrível que as pessoas hesitem e demorem tanto antes de entregar tudo e fazer essa bendita troca? Não é terrível? "Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado." Sim, senhor. Quando vocês e eu procedemos assim, permanecemos diante de Deus como se nunca tivéssemos cometido um único pecado neste mundo -- como se tivéssemos sempre sido anjos. Irmãos, Deus é bom! Ele é bom! Oh! Nosso Salvador é um maravilhoso Salvador! [Congregação: "Amém!"]. Irmãos, é assim mesmo. Vamos deixar que Deus faça as coisas do jeito Dele. "E ainda mais". Imaginem só! Ainda tem mais! Ora, é o Senhor que está dizendo: "E ainda mais, Cristo mudará o coração. Nele habitará, pela fé." Esta é a grande bênção em tudo isso. Que bem a vida eterna faria a um coração como o meu? Não, Ele não o deixa como está. Ele muda o coração. "Pela fé e contínua submissão de vossa vontade a Cristo, deveis manter essa ligação com Ele." Foi esse pensamento que discutimos noite passada. Essa citação só reforça o ponto que estamos estudando. "E enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Podereis então dizer: ..." "Podereis então dizer!" Deus nos deu a permissão de dizer; Ele disse que podemos dizer: "'A vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim' (Gl 2:20). Disse Jesus a Seus discípulos: 'Não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós' (Mt 10:20). Assim, atuando Cristo em vós, manifestareis o mesmo espírito e praticareis as mesmas obras." Não há como agir de outra forma. Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre. O que Jesus foi na carne quando esteve na Terra, Ele será aqui em nossa carne agora. Praticaremos então: "Obras de justiça e obediência. Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar." Graças ao Senhor. Não comecem a se exaltar e a se vangloriar, dizendo: "Sou rico agora e estou enriquecido. Agora sou sábio e tudo vai bem comigo". Não. A pessoa que disser isso num tempo como este pode ser considerada a pior criatura do Universo, não é mesmo? Como é possível ela estar em pior situação? Quando tal pessoa estava completamente perdida, desamparada e arruinada, ela confessou seu estado e foi alvo da imensa e maravilhosa compaixão do Senhor. Ele lhe deu então tudo o que Ele tem no universo. Como pode agora ela levantar-se e começar a se vangloriar de sua grande bondade e excelência? Ela não poderia lançar sobre a bondade do Senhor vergonha maior do que essa! Não deve ser assim. "O que se gloriar, glorie-se no Senhor". [Congregação: "Amém!"]. Vamos agir assim. "Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. A pessoa que recebe Jesus tal qual Ele, é será sempre humilde. A pessoa que recebe Cristo pela fé torna-se humilde. Se ela, porém, não O recebe pela fé, mas O ganha por merecimento, naturalmente ela tem algo de que se vangloriar. "Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e ..." Podem imaginar o que vem em seguida? "Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela produzida por Seu Espírito operando em nós e através de nós." Nosso único motivo de esperança é a justiça de Cristo a nós imputada, e essa justiça produzida em nós pelo Espírito Santo corresponde às obras que praticamos. O parágrafo que vem logo em seguida é aquele que fala sobre a crença satânica e o que significa a fé genuína, o que já examinamos em estudos anteriores. Trata-se de um único assunto. Vamos ler então o que se encontra na página 64: "Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheios de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder." Qual é então a condição da pessoa que começa a se achar muito boa e a elogiar a si mesma? Ela é vítima dos enganos de Satanás. Mesmo que essa pessoa tenha vivido com o Senhor 15 ou 20 anos, se ela começar então a pensar que é um tanto boa, qual é a condição dela? Ela está enganada por Satanás. Ela está dominada por enganos satânicos. Isso é tudo. Houve um homem que viveu com Jesus Cristo 30 anos. No início de sua caminhada, nos primeiros anos de sua experiência com Cristo, ele disse: Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim" (Gl 2:19, 20). Trinta anos depois disso, já perto da morte, ele disse o seguinte: "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu" era o principal? (1Tm 1:15). [Congregação: "Sou o principal"]. Não, era o principal. [Congregação: "Não, 'sou o principal'"]. Amém. Exatamente. "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal". Em que momento? [Congregação: "Agora"]. Depois de ter vivido 30 anos com Jesus Cristo? [Congregação: "Sim"]. Sim. "Eu sou o principal". Ele tinha uma visão tão nítida do Senhor Jesus, de Sua santidade, de Sua perfeita pureza, que, quando olhou a si mesmo e pensou na possibilidade de estar separado de Cristo, se viu como o pior de todos os homens. Isto é cristianismo. Esta é a mente de Cristo. Atitudes diferentes dessa correspondem à mente de Satanás. Continuo a leitura: "Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; que a influência vivificante do Espírito de Deus está a despertar-vos. Não pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece sua pecaminosidade. A alma transformada pela graça de Cristo admirará o Seu caráter divino; se, porém, não reconhecemos nossa própria deformidade moral, é isto uma prova inequívoca de que não obtivemos uma visão da beleza e excelência de Cristo. Quanto menos virmos em nós mesmos digno de estima, tanto mais havemos de ver digno de estima na infinita pureza e amabilidade de nosso Salvador." Isto é cristianismo, irmãos. Agora, vamos pesquisar a Bíblia e ver o que ela diz exatamente. O que vocês têm a dizer? Irmãos, estamos numa situação crítica nesta assembleia, nesta reunião. É assustador. Eu já disse isso uma vez, mas estou agora mais consciente do que antes. Não posso esconder isso, irmãos. Realmente não posso. Estamos numa situação alarmante aqui. Nem passa pela cabeça de ninguém aqui como o curso futuro de eventos depende dos dias que estão transcorrendo aqui. [Pastor Olsen: "É verdade"]. Irmãos, à medida que os dias passam, estamos sinceramente desejosos de nos aprofundar nas coisas de Deus? Será que estamos? Estamos mesmo? Ou será que estamos entrando numa calmaria? Os primeiros estudos, quando começamos as reuniões, foram originais, novos. Eles apresentaram a verdade de forma categórica, clara e positiva para que entendêssemos o assunto, e o efeito foi evidente. Corações ficaram agitados, como dizem as Escrituras, "como se agitam as árvores do bosque com o vento" (Is 7:2). Mas, irmãos, será que a brisa se acalmou? E agora? Mas irmãos, se nossas impressões, nosso senso de necessidade, nosso zelo não se aprofundarem, à medida que as reuniões continuam, então há algo errado com cada um de nós. Este não é um mero apelo geral. A única forma de chegarmos ao nível desejado é cada um assumir sua responsabilidade individual. Se eu não estou fazendo isso, se vocês não estão fazendo isso, então há algo errado. Agora, irmãos, outro pensamento. Tivemos a solene oportunidade, por meio do Espírito de Deus, de analisar as operações da mente carnal, como ela atua no homem e o engana de diversas maneiras: paganismo, papado, a imagem do papado, o dragão, a besta e o falso profeta. Vimos tudo isso, e o Senhor quer nos ensinar uma lição com isso. Depois de termos estudado esses assuntos, irmãos, que cada um de nós se livre de toda e qualquer resistência, que nossa alma elimine qualquer preconceito, e tenhamos a prontidão de uma criança para receber o que Deus tem a nos oferecer. [Congregação: "Amém!"]. Que os corações continuem a ser sondados e confissões de pecados, feitas. Não é Jesus que nos diz: "Sê, pois, zeloso e arrepende-te"? "Sê, pois, zeloso e arrepende-te". O que esse "pois" significa? Por essa razão, por essas razões. Vejamos o que Ele disse antes disso: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, POIS, zeloso e arrepende-te" (Ap 3:15-19). Qual é a abrangência desse "pois"? Abrange tudo? [Congregação: "Sim, senhor"]. A primeira coisa que Ele diz é: "Conheço as tuas obras"; e a última é: "Sê, pois, zeloso e arrepende-te". Vocês estão dispostos a se arrepender de suas obras agora? Sim? Estão dispostos a admitir que as obras que vocês têm praticado não são tão boas quanto seriam se o próprio Jesus Cristo estivesse aqui e as tivesse praticado no lugar de vocês? [Voz: "Sim, milhares de vezes melhores"]. Bom. Quanto de bem essas obras vão fazer para vocês? Elas são perfeitas? São elas obras justas? "Tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm 14:23). Há obras que você pratica, ou vem praticando, que não provêm de fé? O eu está nelas? Não vamos nos esquecer de que a veste que devemos comprar é "fiada no tear do Céu, no qual não existe um único fio de fabricação humana". Então, se vocês e eu colocarmos um único fio de nossa fabricação na vida que professamos estar vivendo em Cristo, estragamos a veste. Irmãos, vocês acham que por todos esses 15 ou 20 anos temos agido de forma absolutamente perfeita a ponto de nunca termos colocado algum fio de fabricação humana em nosso caráter por meio de nossas ações? [Congregação: "Não"]. Então temos algo do que nos arrepender, certo? [Congregação: "Sim"]. Quero simplesmente chamar a atenção de vocês para esse ponto nesta noite. Agora, nos poucos minutos que me restam, vamos ler algumas passagens das Escrituras. Quero ler com vocês Isaías 59, verso 6. Antes, porém, faço a pergunta: O capítulo 59 de Isaías vem depois de qual capítulo? [Congregação: "O 58"]. A que tempo o capítulo 58 se aplica? [Congregação: "Para o tempo presente"]. Assim, o capítulo 59 se aplica ao passado, 700 anos antes de Cristo, ou ao tempo presente? [Congregação: "A aplicação é para agora"]. Leiamos o verso: "As suas teias não prestam para vestes, nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há nas suas mãos" (ARC). Então, o que essas pessoas estão tentando fazer? O que elas estão tentando fazer com suas obras? [Congregação: "Cobrir com as suas obras"]. Quando Deus diz que "nem se poderão cobrir com as suas obras", fica implícito que eles estão tentando cobrir-se com suas obras. Ele está falando a verdade? [Congregação: "Sim"]. Então, quando Deus nos diz que estamos tentando nos cobrir com nossas obras, será que Ele não está dizendo que nós, com essa conduta, estamos realmente -- não importa o que professamos crer -- confiando na justiça ou justificação pelas obras? [Congregação: "Sim"]. Não é isso o que a mensagem a Laodiceia diz: "Conheço as tuas obras"? E qual tem sido o resultado dessas obras em nossa vida? Elas nos deixaram infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus. O que Cristo deseja para nós? "Vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez". Qual é a nossa condição? Vocês sabem muito bem que nossos esforços nesse sentido não têm realizado muito. Todos têm tentado fazer o melhor possível. Cada um de vocês sabe que essas tentativas provaram ser a experiência mais desanimadora do mundo. Vocês mesmos sabem o quanto já choraram desalentados por não conseguirem exibir um caráter bom o suficiente para se aventurarem a enfrentar o juízo. [Voz: "Um caráter nem mesmo bom o suficiente para agradar a nós mesmos"]. Não. Nós mesmos fomos capazes de ver nossa nudez quando fizemos nosso melhor para nos cobrir. Vocês sabem que esta é a realidade. Bem, irmãos, foi isso que o Senhor disse, não é mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Não chegou o tempo de dizermos: "Senhor, é isso mesmo"? Vou repetir o verso: "Nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há nas suas mãos". O fato é que Deus quer que sejamos cobertos. Ele quer que sejamos vestidos a fim de que não seja manifesta a vergonha da nossa nudez. Ele quer que tenhamos Sua justiça perfeita de acordo com Sua própria ideia de justiça. Ele deseja que tenhamos o caráter que suportará, com êxito, o teste do juízo, sem questionamentos ou dúvidas. Vamos aceitar esse caráter que vem Dele como dom bendito e gratuito. Agora, irmãos, no próximo estudo, meu plano é partir imediatamente para o testemunho claro e direto das Escrituras sobre o assunto, e ver o que elas têm a nos dizer sobre como podemos nos apropriar de Jesus Cristo, Sua justiça e tudo o que Ele tem para nós, sem perder nada. O que vocês dizem? [Congregação: "Amém!"]. Capítulo 15 Sermão 15 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 23 de fevereiro de 1893, p. 358-364. Começaremos o estudo desta noite exatamente de onde paramos na noite anterior, quando lhes falei que passaríamos a investigar o assunto conforme se encontra na Bíblia. Eu poderia gastar este tempo lendo tudo a partir dos "Testemunhos" e do Caminho a Cristo. Poderia fundamentar o tema nesses livros e também na Bíblia. Contudo, vejo esta dificuldade: os irmãos parecem ficar prontamente satisfeitos com o que o Espírito de Profecia diz, e não se dão ao trabalho de ir à Bíblia para encontrarem as verdades ali. Este é o propósito de materiais como os "Testemunhos" e o Caminho a Cristo: levar-nos a ver o que se encontra na Bíblia e extrair dela as verdades. Assim, vou propositalmente evitar citar esses livros, não que seja errado usá-los, mas o que queremos, irmãos, é chegar a conclusões com base na Bíblia e fundamentar tudo ali. E é assim que o Senhor quer que seja, conforme ressaltado nos Testemunhos. Atentem para estas citações: "A Palavra de Deus é suficiente para iluminar o espírito mais obscurecido, e pode ser compreendida por todo o que sinceramente deseja entendê-la. Mas, não obstante isto, alguns que dizem fazer da Palavra de Deus o objeto de seus estudos, são encontrados vivendo em oposição direta a seus mais claros ensinos. Daí, para que tanto homens como mulheres fiquem sem escusa, Deus dá testemunhos claros e decisivos, a fim de reconduzi-los à Sua Palavra, que negligenciaram seguir." "A Palavra de Deus está repleta de princípios gerais para a formação de hábitos corretos de vida, e os Testemunhos, tanto gerais como individuais, visam chamar a sua atenção mais particularmente para esses princípios" (Mensagens Escolhidas, Vol. 3, p. 31). "Vocês não estão familiarizados com as Escrituras. Se vocês tivessem feito da Bíblia o objeto de seus estudos, com o propósito de atingir o padrão bíblico e a perfeição cristã, não necessitariam dos Testemunhos. É porque vocês negligenciaram se familiarizar com o Livro inspirado de Deus que Ele procurou alcançar vocês por meio de testemunhos simples e diretos, chamando a sua atenção para as palavras da inspiração que vocês negligenciaram obedecer" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 664). "Não se trata de escavar verdades adicionais; mas pelos Testemunhos Deus tem facilitado a compreensão de importantes verdades já reveladas, e posto estas diante de Seu povo pelo meio que Ele próprio escolheu, a fim de despertar e impressionar com elas a mente, para que todos fiquem sem desculpa. [...] Os Testemunhos não têm por fim diminuir o valor da Palavra de Deus, e sim exaltá-la e atrair para ela as mentes, para que a bela singeleza da verdade possa impressionar a todos" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 2, p. 605). Há outra razão por que queremos agir assim e verificar o assunto na Bíblia. O fato é que, ao deixarmos este Instituto e esta assembleia, deveremos sair para pregar nada mais nada menos do que estas verdades; e teremos que pregar para pessoas que não creem nos Testemunhos. E as Escrituras nos dizem que o dom de profecia não é para os incrédulos, e sim para os que creem. As línguas constituem um sinal para os incrédulos (1Co 14:22). Então, quando formos pregar esta mensagem às pessoas que nada sabem a respeito dos Testemunhos, temos que lhes ensinar o que a Bíblia diz e fazer dela nosso único fundamento. Se estivermos pregando a nosso próprio povo, o uso dos Testemunhos e de todas as outras ajudas seria perfeitamente adequado; mas, mesmo nesse caso, se a mente do povo se limitar a eles e não for levada, por meio deles, à própria Bíblia, então tal uso dos Testemunhos não corresponde ao uso correto dos Testemunhos conforme estabelecido por Deus. Devo dizer que tenho visto o mesmo ocorrer em outra situação. Eu me refiro àquele livro que muitos têm em alta estima: "The Christian's Secret of a Happy Life" [O Segredo do Cristão para uma Vida Feliz]. Conheço pessoas que leram o livro e tiraram grande proveito dele, assim pensam, e creem ter encontrado nele grande luz, encorajamento e edificação. No entanto, não foram às Escrituras para confirmar tudo isso. Irmãos, quero que vocês entendam que a Bíblia contém mais coisas sobre o segredo do cristão para uma vida feliz do que 10 mil volumes desse livro. [Congregação: "Amém!]. Eu demorei ter contato com esse livro. Creio que o vi pela primeira vez uns cinco ou seis anos atrás. Alguém o estava lendo e me perguntou se eu já o tinha visto. Eu disse que não. A pessoa me perguntou então se eu o leria. Eu disse: "Sim, vou lê-lo". E foi o que fiz. Mas quando li o livro, a primeira coisa que constatei foi que já havia aprendido mais sobre o segredo do cristão para uma vida feliz na Bíblia do que no conteúdo do livro. Percebi que descobri na Bíblia mais sobre o segredo do cristão para uma vida feliz do que a autora [Hannah Whitall Smith] pôde apresentar. Gostaria que as pessoas aprendessem a extrair diretamente da Bíblia o que ela tem a oferecer. [Congregação: "Amém!"]. Se esse livro auxilia as pessoas a encontrar esse segredo na Bíblia, tudo bem. Mas eu sabia que o livro não tinha nenhum segredo do cristão para uma vida feliz que este não pudesse encontrar na Bíblia. Ora, certa vez eu ouvi, e chegou ao meu conhecimento, que eu havia recebido minha luz por meio desse livro. Mas foi neste outro livro [erguendo a Bíblia] onde aprendi o segredo do cristão para uma vida feliz. Não foi em nenhum outro lugar. O que ensino aprendi antes de ter qualquer contato com esse livro, ou sequer saber de sua existência. Eu repito: quando li esse livro, concluí que sabia mais sobre o segredo do cristão para uma vida feliz do que aquilo que o livro procurou apresentar. Qualquer que ler a Bíblia e crer nela chegará à mesma conclusão. Gostaria agora de fazer algumas perguntas sobre os pontos que consideramos. O que é a chuva serôdia? [Congregação: "O ensino da justiça de acordo com a justiça"]. O que é o alto clamor? [Congregação: "A mensagem da justiça de Cristo"]. "O alto clamor já começou na mensagem da justiça de Cristo". De onde vem a chuva serôdia? [Congregação: "De Deus"]. Toda ela? [Congregação: "Sim"]. O que ela representa? [Congregação: "O Espírito de Deus"]. Vamos unir duas coisas agora. O ensino da justiça de acordo com a justiça e a mensagem da justiça. Isso corresponde ao alto clamor; isso corresponde à chuva serôdia; isso corresponde à justiça de Cristo. Não é isso? [Congregação: "Sim"]. A chuva serôdia desce do Céu. Quanto dessa chuva serôdia procede de mim? [Congregação: "Nada"]. Quanto dela eu posso fabricar? [Congregação: "Coisa alguma"]. É isso mesmo? [Congregação: "Sim"]. Não consigo fabricar nem um pouco dela? Não há nada dela que brote de mim? De onde ela vem? [Congregação: "Do Céu"]. É assim que vocês vão recebê-la? Vocês a receberão do Céu? [Congregação: "Sim"]. Bem, chegamos a esse ponto na outra noite. Vocês estão dispostos a recebê-la do Céu? [Congregação: "Sim"] Todos os presentes aqui nesta noite estão dispostos e prontos para receber a justiça do Céu? [Congregação: "Amém!"] Segundo o método de Deus, sem pedir que Deus faça brotar algo dela de nós? Esse é o desejo de vocês? [Congregação: "Sim"]. Todo aquele que estiver disposto a receber a justiça do Céu pode receber a chuva serôdia. [Congregação: "Amém!"]. Quem não tiver essa disposição, mas deseja que o Senhor faça fluir algo dela de si mesmo, não pode ter a chuva serôdia, não pode ter a justiça de Deus, não pode se apropriar da mensagem da justiça de Cristo. O que é a chuva serôdia? [Congregação: "A justiça"]. Estamos no tempo da chuva serôdia? [Congregação: "Sim"]. O que devemos pedir? [Congregação: "Chuva"] Que chuva é essa? [Congregação: "O ensino da justiça de acordo com a justiça"]. De onde ela deve vir? [Congregação: "Do Céu"]. Podemos tê-la? [Congregação: "Sim"]. Podemos tê-la agora? [Congregação: "Sim"]. Considerando, então, que a chuva serôdia corresponde à justiça de Deus, à Sua mensagem de justiça e ao alto clamor -- sendo ela tudo isso -- e que ela procede do Céu, concluímos que estamos no tempo dela, que devemos rogar por ela e recebê-la. Para iniciar, lerei um trecho deste livreto. Já o mencionei uma vez antes. Encontra-se na página 8 do Testemunho "Perigo em Adotar Métodos Mundanos": "Como Intercessor e Advogado do homem, Jesus guiará todos os que estão dispostos a ser guiados, dizendo: 'Sigam-Me para o alto, passo a passo, onde a clara luz do Sol da Justiça brilha'. Mas nem todos estão seguindo a luz. Alguns estão se distanciando do caminho seguro, que, a cada passo, é um caminho de humildade. Deus confiou a Seus servos uma mensagem para este tempo. [...] Eu não gostaria de repetir agora diante de vocês as evidências apresentadas nos últimos dois anos (agora já são quatro) a respeito da atuação de Deus por meio de Seus servos escolhidos; mas a evidência atual de Sua operação está revelada a vocês, e vocês estão agora na obrigação de crer." Crer em quê? A que mensagem se faz referência aqui, a qual Deus concedeu a Seus servos para este tempo? [Congregação: "A mensagem da justiça"]. A mensagem da justiça de Cristo. Esse testemunho tinha sido desprezado, rejeitado e criticado por dois anos, e dois anos haviam se passado desde aquela época. Mas na citação lemos que "a evidência atual de Sua operação está revelada", e o que Deus diz agora para cada um de nós? "Vocês estão agora na obrigação de crer" nessa mensagem. Então quem não crer nela tem que prestar contas a Deus, não é verdade? Isso é tudo. Bem, vamos começar então. Há outro pensamento ao qual gostaria de chamar a atenção de vocês. Vocês se lembram de que li Isaías 59, verso 6, no último estudo. O verso falava sobre as pessoas que estavam tentando se cobrir com suas obras. No verso quatro lemos o seguinte: "Ninguém há que clame pela justiça". Depois do estudo, o irmão Starr chamou minha atenção para a tradução em alemão, que diz: "Ninguém há que proclame a justiça". Consultei a versão revisada [da KJV], que traduz assim: "Ninguém há que apele para a justiça". Consultei a tradução literal de Young, que traduz de modo semelhante: "Ninguém há que clame pela justiça". Assim, vocês percebem que o pensamento expresso nesse verso é que ninguém apela ao tribunal para implorar "pela justiça". Ninguém clama por ela. A versão alemã transmite a mesma ideia, usando apenas outras palavras: "Ninguém há que proclame a justiça". Bem, não é isso o que o Senhor diz? Eles estão tentando se cobrir com suas próprias obras, e isso não é justiça. A última frase de Isaías 54 diz o seguinte: "Esta é a herança dos servos do Senhor e a sua justiça que vem de Mim, diz o Senhor" (v. 17, ARC). A justiça deles vem de quem? [Congregação: "Do Senhor"]. A justiça deles vem de suas obras? Não, "a sua justiça [...] vem de Mim, diz o Senhor". Vem de quem? [Congregação: "Do Senhor"]. A justiça deles vem de suas obras? Não. "A sua justiça [...] vem de Mim, diz o Senhor". O que vocês dizem? [Congregação: "Amém!"]. Então, qualquer pessoa que anseia, busca ou espera alguma justiça que não proceda de Deus, o que acontece? O que ela tem? [Voz: "trapo da imundícia]. Ela não tem justiça nenhuma. Mesmo aqueles que querem alcançar a justiça com base em suas obras, vão conseguir alguma coisa? [Congregação: "Não"]. Esse tipo de justiça vem de Deus? [Congregação: "Não, senhor"]. A única maneira pela qual Deus pode atingir as nossas obras é se nós, em primeiro lugar, O tivermos e, antes de tudo, tivermos Sua justiça. E nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada e naquela produzida em nós por Seu Espírito. Esse pensamento retoma o assunto exatamente onde o irmão Prescott parou. Vocês percebem que é Cristo em nós, aquela presença vivificante, que realiza a obra de justiça, e isso mediante a atuação do Espírito Santo? É isso o que o Espírito Santo traz; e isso corresponde ao derramamento da chuva serôdia, não é verdade? Percebem que não há outro tema que merece nosso estudo? Esta é a mensagem para nós agora. Receberemos essa mensagem? Quando recebemos a mensagem, o que recebemos? [Congregação: "Cristo"]. Quando O recebemos, o que temos? [Congregação: "O Espírito Santo. A chuva serôdia]. Vamos investigar esse tema com mais profundidade mais adiante. Outra coisa, irmãos. Não quero que vocês adiem até depois da reunião para recebê-la. Vocês não precisam, de forma alguma, esperar. O que o Senhor deseja é que vocês e eu cheguemos aqui cada noite e nos assentemos para recebê-la exatamente da forma como Ele a concede. Exatamente da forma como Ele diz. Vocês precisam simplesmente abrir a mente e o coração e dizer: "Senhor, creio que é assim". [Congregação: "Amém!"]. Não esperem até vocês saírem do recinto. "Bem", alguém pode perguntar, "devemos ficar sentados aqui e aceitar tudo o que for dito sem qualquer questionamento? Não, não nesse sentido. Mas devemos sentar aqui e receber uma medida do Espírito Santo suficiente para nos permitir ver o que Ele tem a nos conceder por meio da Palavra que é a verdade, e aceitá-la então porque é a verdade de Deus. [Congregação: Amém!]. Pastor D. C. Babcock: Irmão Jones, poderia ler, por favor, Jó 29:23? Pastor Jones: Muito bom. "Porque me esperavam como à chuva; e abriam a boca como à chuva tardia [serôdia]". Muito bem. O que devemos fazer? O que o Senhor quer que façamos? Que esperemos por Seu Espírito como se espera pela chuva. Tenham a mente aberta. Esperem como se espera pela chuva serôdia. O que Deus disse por intermédio de Davi? "Abre bem a boca, e ta encherei" (Sl 81:10). Irmãos, vamos nos assentar aqui e abrir nossa boca como os passarinhos. Vocês sabem como eles fazem. Parece que tudo o que possuem é a boca. É isso que Deus quer que façamos. Podemos confiar que Deus nos dará o que Ele deseja que tenhamos? Nesse ponto, irmãos, há uma pergunta que gostaria de lhes fazer: Quando vimos a um lugar como este, com centenas de pessoas buscando ao Senhor, indagando qual é o caminho até Sião, tendo a face voltada para lá, será que precisamos ficar desconfiados, olhando para o Senhor com suspeita, como se não ousássemos confiar Nele pelo que nos deseja dar? Isso é honesto? [Congregação: "Não"]. É justo? [Congregação: "Não"]. Não, senhor. Minha firme confiança em Deus é esta: quando nos reunimos com o coração disposto a buscar a Deus, todo aquele que deixar o coração bem aberto para receber o que o Senhor deseja conceder receberá nada menos do que aquilo que Ele tem para dar. A pessoa que chega a um lugar como este com espírito de dúvida e pronto para olhar ao Senhor com desconfiança, tal pessoa não está tratando o Senhor como alguém deveria tratá-Lo; mas O está tratando como alguém, com razão, trataria o diabo. Não é verdade? Agora, irmãos, vamos tratar o Senhor com honestidade. Sejamos honestos com Ele, e Ele será honesto conosco. "Para com o benigno, benigno Te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro Te mostras; com o perverso, inflexível (Sl 18:25, 26). Se vocês e eu tratarmos o Senhor honestamente, Ele nos tratará exatamente como Ele trata as pessoas. Então, repito: não precisamos vir a este recinto com qualquer resquício de suspeita se o Senhor nos dará, sem restrição, o que Ele tem a oferecer. Ele o fará; e esperarei que Ele o faça. Por isso, hei de receber muitas bênçãos dessas reuniões. Não há dúvida quanto a isso. Leiamos agora Romanos 5:17: "Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo." O que é a justiça segundo esse verso, então? [Congregação: "Um dom"]. Isso mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. "A sua justiça [...] vem de Mim, diz o Senhor" (Is 54:17). Trata-se de um dom de justiça. Como, então, ela vem até nós? [Congregação: "Como um dom"]. Agora vamos unir estes dois pensamentos: "A justiça deles vem de Mim" -- ela é um dom. Aquele que a recebe, recebe o quê? [Congregação: "Um dom"]. Aquele que a recebe na qualidade de dom, recebe o quê? [Congregação: "A justiça"]. De acordo com o quê? De acordo com a ideia divina de justiça. Será que Ele nos dará algo que não corresponda ao que Seus olhos veem como justiça e não se harmoniza com o que Sua mente aprova? [Congregação: "Não"]. Vocês percebem esse ponto? Então, a pessoa que não recebe a justiça de Deus como dom gratuito de Deus, será que ela a possui? [Congregação: "Não"]. Notem que tal pessoa não a pode ter porque ela é uma dádiva. Uma dádiva de Deus. Essa justiça vem de Deus por ser Seu precioso dom. Portanto, uma vez que ela provém de Deus, que a concede como dádiva Sua, cabe a mim recebê-la do modo determinado por Ele. Ele concede o que Lhe é próprio, e o faz de acordo com Seu próprio conceito de justiça. Esta é a mercadoria genuína. Esta, unicamente, é a justiça de Deus. Vocês não percebem, então, nesse raciocínio, que não há lugar para um único fio de fabricação humana? Não podemos, absolutamente, fazer parte desse processo. Vocês não percebem quão ampla é a provisão que o Senhor fez para que tenhamos a veste perfeita que Ele mesmo teceu, a qual é a própria justiça de Deus, que nos deixará completos agora, no período das pragas, em qualquer outro momento e por toda a eternidade? Irmãos, estou feliz porque é de fato assim. Não há como ficar mais feliz. Uma irmã me disse, não faz muito tempo, que quatro anos antes ela ficava lamentando sua situação e se perguntando como seria possível chegar o tempo para o retorno do Senhor, já que Ele tinha que esperar Seu povo ficar pronto para recebê-Lo. Ela relatou sua própria experiência nesse sentido. Ela disse que havia se esforçado arduamente, mas via que seu progresso não era rápido o suficiente para permitir que o Senhor voltasse num tempo minimamente razoável. Ela não conseguia entender como o Senhor poderia voltar. Ela estava incomodada com isso. Porém, ela me relatou que os irmãos voltaram de Minneapolis afirmando: "Ora, a justiça do Senhor é um dom; podemos ter a justiça de Cristo como um dom, e podemos tê-la agora". Ela disse: "Como isso me deixou feliz. Isso me trouxe luz. Pude ver então como o Senhor poderia vir muito em breve. Quando Ele mesmo nos fornece a veste, a vestimenta, o caráter, isso nos prepara para o juízo e para o tempo de angústia. Pude entender, então, como Ele poderia vir tão logo quanto quisesse". Ela disse ainda: "Isso me deixou alegre, e continuo alegre desde então". Irmãos, em nenhum momento deixo de me alegrar por isso também. Essa mensagem é uma verdade para nós hoje. Vocês sabem que todos nós já estivemos na mesma situação. Vocês sabem que houve momentos quando de fato sentamos e clamamos porque nossos esforços não estavam suficientemente à altura da nossa estimativa da conduta correta; e como esperávamos que o Senhor voltasse em breve, tremíamos diante do fato de que Ele estava tão próximo. Indagávamos como seria possível estarmos prontos. Graças a Deus porque Ele pode nos deixar prontos. [Congregação: "Amém"]. Ele fornece a veste nupcial. O mestre da festa das bodas sempre fornecia a veste nupcial. Ele é o Mestre da ceia das bodas agora; e Ele voltará muito em breve. Ele diz: "Eis a veste que deixará você pronto para estar no banquete". Alguns não poderão participar da festa, pois não vestiram a veste nupcial. O Senhor, porém, a oferece a todos como dom gratuito. Se alguém não a receber, de quem é a culpa? Outro ponto: Vocês creem agora? Vamos definir isso ante de prosseguirmos. Quero saber quantos nesta reunião realmente creem, com toda sinceridade do coração, que Deus é capaz de deixar claro Seu pensamento quando Ele assim deseja fazer? [Congregação: "Sim"]. Então, quando vocês e eu lemos o que Ele nos diz num texto da Bíblia, quero saber se há alguma utilidade de irmos a alguma outra parte da Bíblia à caça de outro texto que possa contradizer esse? O Senhor é capaz de contar Sua história à Sua própria maneira sem Se contradizer? [Congregação: "Sim"]. Já gastamos muito tempo com essa abordagem. Portanto, não é meu objetivo tentar harmonizar textos das Escrituras no decorrer dos meus estudos neste instituto. Creio que Deus tem uma mensagem clara e direta, e já vimos isso. Não creio que Ele precise de alguma ajuda da minha parte. Ao contrário, creio que eu, sim, é que preciso de Sua ajuda para ver que não há nenhuma contradição sequer. Penso também que, se parece haver alguma contradição, isso mostra que preciso mais de Seu Espírito para perceber que não há nenhuma contradição. Então, em vez de tentar harmonizar a suposta contradição, vou afirmar que o Senhor sabe tudo a respeito disso, e vou esperar até que Ele me dê amplidão mental suficiente para ver que não existe contradição alguma. Então, o que quero decidir agora, e para sempre, é que, quando vocês lerem algo na Bíblia, é isso mesmo o que ela quer dizer, e vocês não precisam ficar caçando alguma coisa na Bíblia para ver se ali é apresentado um outro lado da questão. Não precisamos ver o outro lado, pois só há um lado. "Ora, como vamos explicar tudo que está na Bíblia quando as pessoas nos questionarem?" Aqui reside a dificuldade. As pessoas saem para pregar o evangelho e pensam que, se não puderem explicar tudo o que os outros perguntam, isso será um grande descrédito a seu ministério. Não, senhor. Fará bem a vocês reconhecer que há algumas coisas na Bíblia que vocês ainda não entenderam plenamente. O que o Senhor pede de cada um de nós se encontra em 2 Timóteo 2:7. Aqui temos a chave de todo estudo bíblico e a direção divina para o estudo da Bíblia: "Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas". Deus só pede que ponderemos aquilo que Ele diz; e se tivermos que ponderar algo por 10, 15 ou 20 anos para compreender o seu sentido, veremos que terá valido a pena esperar todo esse tempo. Não precisamos ficar desapontados. Tenham em mente que quanto mais tempo vocês tiverem que estudar um texto para compreender o seu significado, maior será o valor dele quando vocês o entenderem. Portanto, não devemos ficar nunca desanimados. Então, se eu não conseguir medir a profundidade do texto, ficarei feliz por ele ser tão profundo, pois, quando entender o seu significado, vou me alegrar pelo resto da minha vida. Tudo o que devemos fazer nestes estudos é ponderar o que Deus nos diz e depender Dele para que Ele nos esclareça o assunto. Isso é tudo. Isso é tudo o que posso fazer; e todo aquele que proceder assim conseguirá extrair mais conhecimento do que aquele que não pondera o que Deus diz. Então, "a sua justiça [...] vem de Mim, diz o Senhor". É isso o que Ele diz. [Congregação: "Sim"]. Trata-se de um dom, de uma dádiva de justiça, certo? [Congregação: "Sim"]. Agora, como recebemos um dom? Como diz o texto, "a justiça vem de Mim". Então é ele quem a dá. É um dom gratuito. Como podemos consegui-lo? [Congregação: "pela fé"]. Pela fé. Pela fé. Vamos ter em mente também a definição de fé que estudamos. Não é aquela crença satânica. Isso não é, de forma alguma, fé. Genuína fé é uma submissão da vontade a Deus, uma entrega do coração a Ele; é concentrar as afeições Nele. Isso é fé. Esse é o conceito divino de fé. E quando lemos sobre fé e recebemos Sua palavra de crença que Ele pronunciou em Sua palavra, -- é isso mesmo que Ele quis dizer. Atentem para isto: a justiça é recebida pela fé; é conhecida pela fé. Mas vamos ler o texto bíblico para confirmar isso. Romanos 1:17. O verso 16 fala sobre o evangelho. "Visto que a justiça de Deus se revela [...] de fé em fé". Qual é a única coisa que consegue alcançá-la, então? [Congregação: "a fé"]. Não lemos aqui de fé em obras, mas de fé em fé. Mas o que é fé? Fé é submeter a vontade a Ele, entregar o coração a Ele e concentrar as afeições Nele. Isso significa entregar o eu e aceitar o que Deus diz como fato. Em outras palavras, fé é simplesmente isto: quando Deus diz alguma coisa e a lemos, nós afirmamos: "É isso mesmo". Isso é fé. "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10:17, ARC). Qual é a fonte da fé então? [Congregação: "A Palavra de Deus"]. Como a fé vem até nós? [Congregação: "Pelo ouvir da Palavra de Deus"]. A fé vem até nós pela Palavra de Deus. Esta é a fonte, o manancial da fé. Portanto, quando a Palavra é lida, você se rende a ela e diz: "É isso mesmo". Eu aceito a mensagem que ela diz, sem qualquer tentativa de explicá-la nem para mim mesmo. Eu a aceito da forma como Deus a diz. Eu a recebo exatamente como Deus a diz. Eu me apoio nela confiando no que Deus diz. Quando Deus me dá a compreensão da Palavra, não vejo razão para não aceitar essa Palavra, e com base nela, exatamente o que Deus tinha em mente me transmitir por meio dela. Certamente é assim que deve ser. Tal atitude impede que eu coloque no tecido da Palavra qualquer fio de fabricação humana. Assim, ela provém da fé; ela vem pela fé, e é dessa forma que devemos recebê-la. Então, vocês não percebem que o problema da pessoa que não entende, e começa a questionar a justiça somente pela fé, reside no fato de que sua alma não se submeteu a Deus, o coração não foi rendido a Deus e as afeições não estão concentradas Nele? Essa é a dificuldade. Toda dificuldade que possa sobrevir a alguém sobre a justificação pela fé se encontra no coração, na recusa de se submeter a Deus -- uma atitude da mente carnal. Como lemos em outra noite, a mente carnal não consegue compreendê-la e não a conhece. Vamos agora para o terceiro capítulo de Romanos e começar com o verso 20: "Por isso, nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras da lei" (ARC). Ser justificado significa tornar-se justo. Assim, sempre que lermos "justificado", simplesmente substitua pela expressão "tornado justo". O significado será sempre o mesmo. "Porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas, isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem" e em seguida fazem o seu melhor. [Congregação: "Não, senhor: "porque não há diferença]. "Para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (v. 22, 23, ARC). Agora o verso a que quero chegar: "Sendo justificados" (tendo se tornado justos). Como? [Congregação: "Gratuitamente"]. "Tendo se tornado justos gratuitamente". É isso mesmo? [Congregação: "Sim"]. É isso mesmo? [Congregação: "Amém"]. Sejamos gratos a Deus porque é assim. Vamos aceitar isso agora. [Congregação: "Amém"]. "Tendo se tornado justos gratuitamente pela Sua graça". Vamos parar agora aqui e nos concentrar na palavra "graça" e ler então Romanos 11:6, que diz: "Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça" (ARC). E quando a graça deixa de ser graça, o que é que as pessoas do mundo vão fazer então? Quando a graça de Deus desaparece, o que vamos fazer? [Voz: "Nós desapareceríamos também"]. Sim. Irmãos, vamos nos submeter. Vamos nos submeter. "Mas se é por obras, já não é mais a graça; se assim fosse, as obras já não seriam obras" [v.6, KJV; NVI, margem]. As obras de uma pessoa desaparecem por completo se não mais houver obras. Vocês não percebem, então, o que acontece com uma pessoa que segue nessa direção? Vamos ler agora Romanos 3:24, 25 (ARC): "Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça". A justiça de quem? [Congregação: "De Deus"]. Deus propôs a quem para demonstrá-la ou manifestá-la? [Congregação: "Cristo"]. Sim. "Pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração [...] neste tempo presente". Em que tempo? [Congregação: "Agora"]. Isso significa exatamente agora, neste momento, nesta noite? [Congregação: "Sim"]. Exatamente agora, às 9 horas e 4 minutos? [Congregação: "Sim"]. Para demonstração de Sua justiça? [Congregação: "Sim"]. Em favor de vocês? [Congregação: "Sim]. Graças a Deus. "Pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da Sua justiça neste tempo presente". Vocês estão dispostos a deixar este recinto conscientes disso? Quero lhes perguntar: se alguém deixar este recinto sem essa justiça, qual é de fato o problema? [Voz: "Incredulidade"]. De quem é a culpa? [Voz: "Da própria pessoa"]. Que isso não aconteça conosco. O Senhor deseja que recebamos a chuva serôdia. Será que devemos rogar por ela, e, quando ela vem, não recebê-la como Ele a dá, só porque ela não vem exatamente da forma como esperávamos que viesse? Não é da nossa responsabilidade definir como ela deve vir. Cabe a Deus concedê-la, e a nós, termos o discernimento para ver que é Ele quem a concede. "Para demonstração da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo". Para que Ele seja justo. Está tudo certo com Deus então. A justiça de Deus não Lhe traz nenhum embaraço; e a demonstração dela não Lhe traz nenhuma desonra. "Para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus". E quando Deus justifica, quero saber quem tem alguma incumbência de condenar. É Deus quem justifica. Ele é capaz de fazê-lo. Ele preparou tudo de tal forma que Ele está em condição de fazer isso e nunca deixar de ser justo; ou seja: ser justo ao efetuar essa obra. Bem, vamos deixar que Deus faça as coisas à Sua maneira. A exigência da lei de Deus está cumprida. Vamos nos alegrar [Congregação: "Amém"]. Posso lhes dizer que foi um regozijo para mim quando descobri que no ato da justificação o Senhor ficava justificado, e a lei de Deus, reivindicada. Vamos continuar a leitura: "Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado (tornado justo) pela fé, sem as obras da lei" (v. 27, 28, ARC). Esta é uma conclusão correta? [Congregação: "Sim"]. Sério? [Congregação: "Sim"]. Quem chegou a essa conclusão? Ela é de quem? [Congregação: "De Deus"]. Vamos deixar então que Deus faça as coisas do Seu jeito. Será que Deus não é capaz de argumentar corretamente? "Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus" (Rm 4:1, 2, ARC). Que vantagem um homem tem se ele não pode se gloriar diante de Deus? Mas podemos nos gloriar muito quando os céus se abrem e a face de Deus brilha no coração dos homens. Aí, sim, temos algo de que nos gloriar. Além disso, podemos nos gloriar pelo fato de Deus nos conceder Sua própria justiça. "Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (v. 3). O que lemos aqui? Abraão creu em Deus, e isso, isso o quê? [Congregação: "A fé"]. Isso o quê? [Congregação: "Crer em Deus"]. O fato de ele crer em Deus significou o que para ele? [Congregação: "Justiça"]. Quem lhe imputou ou considerou isso como justiça? [Congregação: "Deus"]. Bem, será que Deus cometeu um erro? [Congregação: "Não"]. Quer compreendamos isso ou não, foi isso o que Deus fez. E Ele agiu certo ao proceder assim. Ele foi perfeitamente justo. Ele afirmou isso. Nós não tomamos parte nessa ação. Não tínhamos o plano para solucionar o problema. De qualquer maneira, mesmo que tentássemos fazer algo, não conseguiríamos fazer nada. Repito, irmãos: vamos deixar que Deus atue à Sua maneira. E quando deixamos que Deus aja segundo a vontade Dele, e nós estamos inclusos em Sua vontade, tudo vai ficar bem e não temos nada a temer. O que foi imputado, ou considerado, como justiça a Abraão? Ele creu em Deus, e Deus disse: "Você é justo, Abraão". Isso foi repetido três vezes nesse pequeno trecho. O que lhe foi considerado como justiça? O fato de ele crer em Deus. Foi justamente isso. "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha" -- é isso mesmo o que lemos? [Congregação: "Sim"]. Foi isso mesmo o que o Senhor disse? [Congregação: "Sim"] --, "porém crê Naquele que justifica o ímpio". Observem: trata-se novamente da mensagem a Laodiceia, composta de pessoas infelizes, miseráveis, pobres, cegas e nuas. É esse tipo de pessoa que o Senhor justifica. "A sua fé lhe é atribuída como justiça" (v. 4, 5). Ao ímpio, sua fé lhe é atribuída como justiça. O que lhe é atribuído? [Congregação: "A sua fé como justiça]. Isso significa crer que Deus justifica pessoas ímpias? Pode a fé de uma pessoa assim ser atribuída a ela como justiça? [Congregação: "sim"]. Isso significa admitir que tal pessoa é ímpia e crer então que Deus torna esse tipo de pessoa justa? Sim, certamente. Não consigo dizer como. Não posso compreender isso. Só sei que é assim, e estou muito feliz por ser assim; e não me importo se vou conseguir ou não entender isso algum dia. O Senhor quer que recebamos o que Ele tem a nos oferecer. Vamos aceitar Sua oferta. O tempo se esgotou, e vamos retomar a partir deste ponto. Mas não vamos esquecer o que foi atribuído a Abraão como justiça. "E, se [somos] de Cristo", então somos "descendentes de Abraão" (Gl 3:29). Capítulo 16 Sermão 16 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 24 de fevereiro de 1893, p. 377-383. Recebi uma carta, não faz muito tempo, do irmão Starr na Austrália. Lerei duas ou três frases porque se encaixam muito bem neste ponto dos nossos estudos: "A irmã White diz que estamos no tempo da chuva serôdia desde a reunião de Minneapolis." Foi justamente isso que constatamos em nossas investigações durante estes estudos, não é mesmo? Irmãos, quanto tempo mais o Senhor vai esperar até que a recebamos? Ele tem Se esforçado nestes últimos quatro anos para que pudéssemos recebê-la. Até quando Ele vai ficar esperando? Este assunto vem complementar o estudo do irmão Prescott, e sua fala foi simplesmente o início da minha. E o que ele instou os irmãos a fazer é o que todos deveriam ter feito quatro anos atrás. E a realidade dos fatos é a seguinte: algo será feito. Aqueles que buscarem o Senhor com coração aberto, e receberem Sua mensagem assim, alcançarão o que Deus deseja conceder. Os que não agirem assim serão deixados a sua própria sorte, e quando tomarem essa decisão, isso será para sempre. E nisso reside a tremenda solenidade da situação nestas reuniões. E é esse fato que reveste esta assembleia de um caráter assustador. O perigo é que haverá alguns aqui que vêm resistindo à mensagem nos últimos quatro anos, ou, talvez, não há tanto tempo. Esses agora não virão ao Senhor com o espírito correto para recebê-la; eles não a recebem da forma como o Senhor a dá, e serão passados por alto. Uma decisão será tomada pelo Senhor -- na verdade por nós mesmos -- nesta reunião. Em que lado você será encontrado? Tenho outra mensagem que nos instrui sobre o mesmo assunto que discutíamos na noite passada, ou seja, que devemos receber a Palavra de Deus exatamente como esta se apresenta e como Deus Se comunica nela, sem qualquer questionamento da nossa parte. O irmão Starr conta que estava um dia conversando com a irmã White sobre os anjos no Monte Sinai quando a lei foi dada. Ele diz o seguinte: "Ela viu que os anjos, milhares de milhares e dez milhares vezes dez milhares, rodearam o povo de Deus quando este se reuniu em torno da montanha, e por toda parte acima deles, formando, assim, um grande tabernáculo vivo, do qual todo anjo mau foi excluído, de maneira que palavra alguma que viesse da voz de Jesus fosse modificada em qualquer mente, ou qualquer sugestão malévola ou de dúvida fosse incutida a qualquer alma." Queremos que o mesmo aconteça aqui nesta reunião. [Congregação: "Amém!"]. O que cada um de nós precisa neste momento é erguer ao Céu uma oração individual, por si mesmo, rogando ao Senhor para que Ele faça pairar sobre nós uma cobertura de anjos como essa durante este Instituto, de modo que as palavras do Senhor, ao serem lidas, não sejam modificadas em alguma mente, desviando-se do que Deus diz, ou que nenhuma sugestão malévola ou de dúvida seja incutida em alguém. Ao contrário, que cada um de nós receba o que o Senhor nos diz do modo como Ele desejar, e com o sentido por Ele pretendido. O irmão Starr diz ainda: "Em um testemunho recente endereçado a um indivíduo aqui, a irmã White foi proibida de lhe enviar a mensagem por escrito, devendo ela, em vez disso, lê-la pessoalmente. A razão é que anjos maus estão operando, trocando as palavras escritas por outras. Outras palavras são pronunciadas no ouvido dele e ele capta um sentido justamente oposto ao pretendido por Deus." Bem, se tal precaução foi necessária em relação a esse homem, seria ele o único neste mundo? Se Satanás está operando dessa forma, ele vai restringir sua atuação à Austrália? Então, será que não precisamos que o Senhor unja nossos ouvidos e olhos para que possamos ouvir? E não é um fato que estas palavras de Jesus se aplicam a nós: "Vede, pois, como ouvis" (Lc 8:18)? Outro caso que ocorreu lá: um irmão havia se desviado devido a seu relacionamento com sociedades secretas e havia participado de todas as etapas, a ponto de estar quase preparado para receber o grau mais elevado. Um testemunho chegou para lhe ser transmitido. Deus apresentou seu caso à irmã White como o de um homem já à beira de um precipício, sendo até mesmo perigoso dar um grito de alerta. Ela perguntou ao Senhor o que ela poderia fazer por ele. Enquanto orava, o anjo disse: "Dê a ele a senha. Dê a ele a senha para a sociedade celestial: 'Jesus Cristo e este crucificado'". Qual é a senha para a sociedade celestial? [Congregação: "Jesus Cristo e este crucificado"]. Não temos que saber de mais nada além disso. Esta é a mensagem de Deus a este mundo: "Jesus Cristo e este crucificado". Este é nosso passaporte. Vamos agora voltar a Romanos 4. Queremos ler sobre a justiça de Deus. E, enquanto lemos sobre essa justiça de Deus, precisamos recebê-la da maneira como Deus a apresenta. Não vamos nos esquecer de que precisamos daquela cobertura de anjos sobre nós e ao redor de nós, a fim de que nenhuma palavra seja pervertida para se adequar ao nosso entendimento. Precisamos entender o texto bíblico como Deus o deu. "Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (Rm 4:1-3). Por que motivo isso foi imputado a Abraão para justiça? [Congregação: "Ele creu em Deus"]. Quando Deus falou algo, Abraão creu. Ele disse: "É isso mesmo". O que Deus lhe disse? Vamos ler o que a Bíblia diz, pois isso é importante: "A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gn 15:4-6). Pergunto: Vocês creem que Abraão se tornou justo dessa forma? [Congregação: "Sim"]. Com toda honestidade, vocês creem? [Congregação: "Sim, senhor"]. Estão convictos disso? [Congregação: "Sim"]. O Senhor conduziu Abraão até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas. Será assim a tua posteridade. Abraão disse então: "Amém". É isto que diz o hebraico; Abraão disse: "Amém". E o Senhor disse: "Você está certo". Vocês percebem então que houve aqui uma transação muito simples. É como se o Senhor nos levasse para fora deste tabernáculo e nos dissesse: "Estão vendo as estrelas? Contem-nas, se vocês forem capazes. Assim será isto e aquilo"; e respondêssemos: "Amém!" Então Deus diria: "Vocês são justos". Imaginemos se o Senhor nos levasse para fora nesta noite. Não, Ele pode realizar a obra Dele sem nos chamar para fora. Ele conduziu Abraão para lhe mostrar estrelas, mas Ele pode nos mostrar pecados sem nos levar para fora. O Senhor já lhes mostrou muitos pecados? Mostrou? [Congregação: "Sim"]. Então Ele diz: "Se você for capaz de contá-los", "eles se tornarão brancos como a neve" (Is 1:18). O que vocês dizem? [Congregação: "Amém"]. O que o Senhor diz então? [Congregação: "Vocês são justos"]. Vocês são mesmo? [Voz: "Sim"]. As pessoas conseguem se tornar justas de maneira tão fácil assim? É uma transação tão simples assim? [Congregação: "Sim"]. Amém. Sejamos gratos ao Senhor. Voltemos novamente para Romanos 4 e observemos justamente o verso onde isso é relatado. "E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos Naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor" (Rm 4:23, 14). Alguns irmãos estavam comentando na reunião social desta manhã que, na noite passada, eles estavam com vontade de louvar o Senhor em voz alta, mas acharam melhor não. "Não apagueis o Espírito" (1Ts 5:19). Se você quiser louvar o Senhor por algo, o Senhor lhe diz para fazê-lo. Seria bom se nós, adventistas do sétimo dia, começássemos aqui, ou em qualquer outra ocasião, a louvar o Senhor e dizer "Louvado seja o Senhor" em nossas reuniões. Deveríamos começar aqui essa prática e em outros lugares também. O que o Senhor disse a Abraão, Abraão creu. O que Ele diz a vocês e a mim, nós cremos, e assim alcançamos os mesmos resultados. Não se trata de crer em algo específico que o Senhor disser, a fim de sermos justos. Não importa o que Ele disser, creiam; e então Ele diz: "Vocês são justos". Eu gostaria de saber se, quando o Senhor diz algo, posso dizer que Ele é justo? [Congregação: "Sim"]. Quando eu aceito como justo o que Deus diz, eu estou sendo justo? [Congregação: "Sim"]. O que me impede de ser justo? Podem me dizer? Vou repetir: Quando o Senhor diz algo, Ele é justo? [Congregação: "Sim"]. Ele é justo ao dizer isso. Então, quando eu digo: "É assim mesmo"; quando digo: "Amém"; quando digo: "Que assim seja"; quando digo: "Sim, é isso mesmo", não posso então dizer que estou sendo justo? Sim. Não estou sendo justo assim como Deus também é justo? Certamente. Pode Deus dizer que estou sendo injusto? [Congregação: "Não"]. Deus diz uma coisa e eu digo a mesma coisa. Será que Ele pode dizer que estou sendo injusto? [Congregação: "Não"]. Quando você diz a mesma coisa, pode Ele dizer que você está sendo injusto? [Congregação: "Não"]. Pois bem. Quando estamos numa situação em que o próprio Senhor não pode afirmar que estamos sendo injustos, gostaria de saber se há algo neste mundo que possa argumentar que não estamos sendo justos? E o fato de crermos em Deus nos coloca na mesma situação em que Abraão se encontrava -- uma situação que levou Deus a dizer que ele era justo. Quero saber, então, o que pode nos manter fora do Céu. O que pode nos manter fora do reino de Deus então? A única coisa que pode nos manter fora do reino de Deus é dizermos ao Senhor que Ele mente; e se colocarmos um fim nessa atitude, entraremos no Céu sem problemas. E é isto o que as pessoas precisam fazer: parar de dizer que o Senhor está mentindo. "Quem em Deus não crê mentiroso o fez" (1Jo 5:10, ARC). Mas quem fizer Deus mentiroso é ele próprio mentiroso, e mentirosos não podem entrar no reino de Deus. "Fora fica todo aquele que pratica a mentira" e todos os outros mencionados em Apocalipse 21:8, 27 e 22:15. O que precisamos fazer, então, é parar de mentir. Coloquemos um fim nisso agora mesmo. Parem de mentir. Não importa o que o Senhor diga, vocês devem dizer: "É isso mesmo". Vocês não percebem que isso resume tudo e é o cerne do que o irmão Haskell estava insistentemente tentando gravar em nossa mente durante os estudos? Ou seja: há salvação em cada linha das Escrituras. É Deus quem diz, não é mesmo? Assim, quando Deus diz e eu digo o mesmo, então somos justos. Ponto final. Deus disse coisas a Abraão, e Abraão disse: "Amém, é isso mesmo, eu aceito isso". Portanto, isso mostra que há salvação em cada linha das Escrituras, em tudo o que Deus diz. O quarto capítulo de Romanos nos conta outras coisas que Abraão disse, ou melhor, o que ele pensou. Romanos 4:20-22: "[Abraão] não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que prometera. Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça." Noite passada fiz referência ao terceiro capítulo de Romanos, verso 25, 26: "ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (ARC). O pensamento aqui é que Deus é justo ao fazer o que faz. Ele fez o suficiente e satisfez toda exigência. Ele é perfeitamente capaz de tornar justo aquele que crê em Jesus. Ele prometeu fazer isso com todo aquele que crer em Jesus. Bem, vocês creem que Ele é capaz de realizar o que prometeu? Ele não prometeu fazer isso? [Congregação: "Sim"]. Vocês creem que Ele é capaz de realizar o que prometeu? [Congregação: "Amém"]. Ele é capaz? [Congregação: "Sim"]. Amém. Portanto, isso é imputado a vocês para justiça. [Congregação: "Graças ao Senhor. Glória a Deus. Louvado seja o Senhor"]. Toda a história se resume nisso. [Congregação: "Louvado seja o Senhor"]. A história da salvação é muito simples. O grande mal que fazemos, porém, é permitir que muitos dos ardis de Satanás entrem nela a ponto de mistificá-la. Isso é um grande dano. Deus não quer que seja assim. Ele quer que o tema seja tão simples quanto Ele o apresentou. E isso foi feito de modo tão simples que uma criança pode compreendê-lo e aceitá-lo. E se vocês não receberem o assunto como criança, não poderão aceitá-lo. Então eu repito: não importa o que Deus disser, ou quando disser. Quando Ele disser qualquer coisa, nós, como Abraão, devemos dizer: "Amém. Senhor, creio nisso. É assim mesmo". Então Ele diz que você está correto, que você é justo; e você confirma que você é justo. Vamos continuar a leitura em Romanos 4:3-5: "Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê Naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça." Crê Naquele que justifica quem? [Congregação: "O ímpio"]. Quem Deus justifica neste mundo? [Congregação: "O ímpio"]. O ímpio. Fico feliz por isso. Isso me garante salvação eterna. Se fosse de outro modo, não haveria salvação para mim. Se Deus justificasse pessoas que fossem apenas meio santas, eu estaria fora. Se Ele justificasse pessoas que tivessem uma única coisa boa, eu estaria fora. Se Deus justificasse pessoas que tivessem apenas um pouco de bem nelas, eu estaria fora. Porém, sou grato a Deus porque Ele é tão bondoso, Ele me ama de tal forma; Seu poder é tão maravilhoso, o poder divino de Sua justiça é tão imenso, que, quando Ele pronuncia aquela palavra sobre um pecador tão corrupto como eu, tal ato faz de mim uma pessoa completamente justa à vista de Deus. [Congregação: "Amém"]. Esse é o valor da palavra divina "justiça". E por Ele ser tão bom; por haver tal poder divino em Sua justiça, e por Ele justificar o ímpio, posso concluir que tenho a perfeita segurança de Sua salvação eterna. Então, será que há alguma coisa neste mundo que possa me impedir de ser alegre? Vocês conseguem imaginar algo que possa me impedir de ficar alegre? Vocês conseguem imaginar algo que possa impedir vocês de ficar alegres? Não é suficiente eu estar alegre. Quero que vocês se alegrem. Eu posso esperar, e assim nos alegraremos juntos. [Voz: "Eu estou feliz"]. "Ao que não trabalha". Sim, se obras fossem exigidas, eu não conseguiria realizar o suficiente. Se houvesse qualquer exigência que fosse, eu estaria fora. Mas -- que bênção --, como lemos na outra noite, "por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados" (Is 52:3). Mas isso tem um preço; e a maravilha é que Ele pagou o preço. E a bênção em tudo isso é que Ele era rico o suficiente para pagar o preço. Outra bênção é que Ele foi bom o suficiente para gastar todas as Suas riquezas para pagar o preço, a fim de ter a mim. Ele pode me ter de volta. Tenho ouvido irmãos dizerem: "Agradeço ao Senhor por eu ter confiança Nele". Eu agradeço ao Senhor porque Ele tem confiança em mim. Eu creio que é muito pouca coisa simplesmente dizer que tenho confiança no Senhor depois de Ele ter feito tanto por mim; o incrível e incompreensível é pensar que o Senhor Se dispôs a fazer um investimento tão extraordinário em mim, confiante em receber da minha parte uma resposta que desse o devido valor a tão grande sacrifício. Isso é muito extraordinário. E sou grato porque o Senhor teve toda essa confiança e esteve pronto a correr esse risco comigo. É por isso que fico muito feliz, sem saber o que fazer mais. Irmãos, o Senhor é bom. [Congregação: "Amém"]. Portanto, vamos confiar Nele. "E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras" (Rm 4:6). Concordo plenamente. Irmãos, vocês têm consciência de como esse homem é bem-aventurado? Ou será que há neste lugar pessoas que conhecem apenas a angústia do homem que procura alcançar essa bem-aventurança pelas obras? Esforço desse tipo não traz bem-aventurança alguma. A Bíblia não descreve nenhuma bem-aventurança desse tipo. Isso só causa angústia, e vocês sabem disso. Mas Deus descreve a felicidade que uma pessoa desfruta quando Ele atribui justiça sem as obras, dizendo: "Bem-aventurado o homem". Em linguagem simples, podemos dizer: "Como esse homem é feliz!" "Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos" (v. 7). Uma pessoa assim é de fato feliz -- isso lhes garanto. "Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado" (v. 8) Deus não lhe imputará pecado porque esse homem recebeu o dom de Jesus Cristo e tudo o que Deus lhe concede Nele. Quando Ele olha para esse homem, Ele vê a Jesus Cristo. A esse homem Deus não imputa pecado algum. "Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado". "Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça" (v. 9). Vocês percebem que por três vezes, dentro desses nove versos, por três vezes o Senhor repetiu que a fé é atribuída para justiça? Observem: "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (v. 3); "Ao que [...] crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (v. 5); "A fé foi imputada a Abraão para justiça" (v. 9). Irmãos, vamos fazer o que Abraão fez: vamos dizer "Amém". [Congregação: "Amém"]. E vamos confiar que Deus é capaz de realizar o que prometeu. [Congregação: "Amém"]. Então, sejamos gratos ao Senhor porque Ele nos atribui justiça e nos liberta. "Como, pois, lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado ou ainda incircunciso?" (v. 10). Será que ele não teve que providenciar para que ele e toda a sua casa fosse circuncidada antes de se tornar justo? [Congregação: "Não"]. "Estando ele já circuncidado ou ainda incircunciso? Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso" (v. 10). Ele era um gentio ainda. Não é verdade? [Congregação: "Sim, senhor"]. Abraão foi considerado justo quando ele era um gentio? [Congregação: "Sim, senhor"]. Um pagão? [Congregação: "Sim, senhor"]. Antes de ser circuncidado. "E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça" que ele tinha? [Congregação: "Da justiça da fé que ele teve"] (v. 11). Não está escrito que ele recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça que ele tinha? [Congregação: "Não. 'Como selo da justiça da fé que ele teve'"]. Isso mesmo, senhores; Ele "recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve". [Congregação: "Amém!"]. O selo da justiça da fé que ele tinha; não da justiça que ele tinha, mas a justiça da fé que ele tinha, visto que a justiça que ele tinha provinha da fé que ele possuía. "E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que creem, embora não circuncidados" (v. 11). Isso se refere a vocês? O pai de todos os que creem em Deus? [Congregação: "Amém"]. De todos os que creem. É isso mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. "A fim de que também a justiça lhes seja imputada" (v. 11, ARC). Abraão é o pai de todos os que creem por qual motivo? "A fim de que também a justiça lhes seja imputada". Peço que me acompanhem, então. "O pai de todos os que creem". Não é de admirar que Abraão não conseguiu contar as estrelas. Somente a mente de Deus poderia contar a descendência de Abraão. Ela é, de fato, tão numerosa quanto as estrelas. Mas -- é bom lembrar -- é dito sobre as estrelas: "[Ele] conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes" (Sl 147:4). Deus é poderoso para contar cada um de nós. Ele nos conhece pelo nome; e o mais maravilhoso é que Ele nos dará um novo nome. Posso lhes dizer, irmãos, que o Senhor nos ama, de verdade. "Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou à sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé" (v. 13). Não é assim? [Congregação: "Sim"]. "Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira" (v. 14, 15). Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Suscita a ira hoje? [Congregação: "Sim"]. Então quanto de justiça alguém pode alcançar mediante a lei? [Congregação: "Nada"]. Este não é o propósito da lei, "porque a lei suscita a ira". "Mas onde não há lei, também não há transgressão. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa". Oh! O Senhor deseja que Sua promessa seja firme para nós, não é mesmo? E para que Sua promessa fosse firme para nós, em que Deus a fundamentou? "Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa". Observem agora. Pensem nisso com cuidado. Vou falar devagar: "Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça. Quero me deter na palavra "para que". O que ela significa? A fim de que, de modo que. "Para que seja segundo a graça". Então é pela graça, certo? [Congregação: "Sim"]. "Provém da fé, para que seja segundo a graça". Com que finalidade? "A fim de que seja firme a promessa". Então, a pessoa que recebe alguma coisa de Deus pela fé, ela pode estar segura disso, não pode? [Congregação: "Sim"]. E se alguém acha que pode receber algo de Deus de outra forma que não seja pela fé, este nunca terá certeza de que tenha recebido. Na verdade, se não for pela fé, ele nada pode conseguir. Vocês entendem isso? [Congregação: "Sim"]. Vamos agir de acordo, então. "Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência" (v. 16). Ótimo. [Congregação: "Amém"]. Para toda descendência. Para Toda. "A fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós, como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante Aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem" (v. 16, 17). O que Deus faz? [Congregação: "Vivifica"]. O que isso significa? [Congregação: "Dar vida"]. Dar vida aos mortos e chamar "à existência as coisas que não existem". Quando Deus chama à existência algo que não existe", tal coisa passa a existir? [Congregação: "Sim"]. Não foi isso o que aconteceu quando Ele criou os mundos? Não havia mundos. Deus os chamou. O que aconteceu? [Congregação: "Eles passaram a existir"]. Não havia luz. Deus chamou a luz, "e houve luz". Em mim, não existe justiça alguma, mas só impiedade e impureza. Deus determinou que o mesmo que pronunciou as palavras para que os mundos existissem e que pronunciou a palavra "luz", e esta passou a existir, Deus determinou que Este mesmo declarasse justiça no lugar deste corpo de pecado. [Congregação: "Deus seja louvado"]. No lugar deste corpo, deste caráter de pecado, Ele chama à existência a justiça que não existia, e graças a Deus porque ela é real. [Congregação: "Amém"]. No lugar de toda a impureza, Deus designou Aquele que é bendito para declarar santidade -- e esta santidade, que não existe, passa a existir. Graças a Deus por Seu poder onipotente. [Congregação: "Amém"]. E eu me alegro por isso. "[Ele] chama à existência as coisas que não existem". Um pecador não é justo. O ímpio é ímpio. Deus, porém, chama à existência aquilo que não existe. [Congregação: "Amém"]. E o que não existia passa a existir de fato. Paulo continua: "O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus; e estando certíssimo de que o que Ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça. Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos Naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor, o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:18-25). Ele ressuscitou para que fôssemos justificados. Ele ressuscitou para nossa justificação. Eu quero permitir que Ele efetue a obra pela qual Ele ressuscitou. Isso já está definido. Ele sabe como realizá-la e tem poder para isso. Quanto a mim, deixarei que Ele a realize. Vamos agora para o quinto capítulo de Romanos: "Sendo, pois, justificados pela fé". O que vocês dizem? [Congregação: "Amém"]. Portanto, tendo-nos tornado justos, sendo justificado pela fé, "temos paz com Deus". Nós sabemos o que isso significa, não é mesmo? "Temos paz com Deus." Se Ele diz assim, é assim, muito embora tal paz não existisse antes. Mas agora ela é uma realidade. Embora ela não existisse, ela passa a existir, pois é fruto Daquele que "chama à existência as coisas que não existem". Não podemos entender isso, mas sabemos que se trata de uma realidade. E eu sei disso; e isso é tudo que me importa. "Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça" (v. 1, 2). Como temos acesso a essa graça? Pela fé. Nós a temos, graças ao Senhor. "Na qual estamos firmes". Estamos de fato firmes nela? [Congregação: "Sim"]. Assim Ele diz; e isso é um fato, não é mesmo? Se Ele diz assim, assim é. Ele diz que estamos firmes nessa graça, e confirmamos que sim, graças ao Senhor. "Na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. Estamos nos gloriando ou nos regozijando? Ele diz que nos gloriamos, e isso é um fato. O fato é que quando Ele diz que é isso o que estamos fazendo, Ele está correto no que diz; então dizemos "Amém" e estamos corretos em aceitar o que Ele diz. "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações" (v. 2, 3). As tribulações chegarão até nós com muita facilidade, mas elas nada farão contra nós. "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada" -- não somente a nós, mas -- "em nós" (v. 18), ou seja, uma glória que fará parte de nós. É assim que brilharemos como o sol no reino de nosso Pai. Bem, esta é a justiça de Deus. Foi assim que Abraão a recebeu. Qual é a bênção de Abraão então? Qual é? [Congregação: "A justiça pela fé"]. Como ele a recebeu? [Congregação: "Pela fé"]. A bênção de Abraão só pode ser recebida por aquele que possui a justiça pela fé. Não é assim? [Congregação: "Sim, senhor"]. Agora lerei o texto que o irmão Prescott leu há pouco. Não importa se ele já o leu. A passagem se encaixa tanto no meu estudo quanto no dele. De qualquer forma, é tudo um estudo só. Gálatas 3: 13, 14: "Cristo nos resgatou da maldição da lei". Isso é verdade? Ele disse que sim; portanto, é uma verdade. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo". Por que Cristo Se tornou maldição no madeiro? Para que a bênção de Abraão chegasse a cada um de nós. Por que Ele nos resgatou da maldição da lei? Para que a bênção de Abraão chegasse a cada um de nós. Qual é a bênção de Abraão? [Congregação: "A justiça pela fé"]. Cristo morreu para que vocês e eu nos tornássemos justos pela fé. Irmãos, não é terrível alguém roubar de Cristo exatamente aquilo que O levou a morrer, e querer a justiça por outros meios? Não é algo terrível? Irmãos, vamos crer em Jesus Cristo. "Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo". O fato então é que somos redimidos da maldição da lei. Cristo Se fez maldição por nós para que a bênção de Abraão chegasse a nós. E por qual razão ela chega a nós? "A fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido". Então, quando nós como povo, como um corpo, como igreja recebermos a bênção de Abraão, o que acontecerá? [Congregação: "A chuva serôdia"]. O derramamento do Espírito. Isso acontece em nível individual. Quando o indivíduo crê em Jesus Cristo, e recebe a justiça que é pela fé, ele recebe então o Espírito Santo, que é a circuncisão do coração. E quando todo o povo, como igreja, receber a justiça que provém da fé -- a bênção de Abraão --, então o que impedirá a igreja de receber o Espírito de Deus? [Congregação: "Nada"]. Este é o ponto em que nos encontramos. O que pode impedir, então, o derramamento do Espírito Santo? O que retém o derramamento do Espírito Santo? [Voz: "A incredulidade"]. Nossa carência da justiça de Deus, que provém da fé, é que o retém; pois, quando essa justiça é recebida, ela é concedida a fim de que recebamos a promessa do Espírito mediante a fé. Portanto, vamos nos certificar de que temos a bênção de Abraão, e então pedir e receber. Capítulo 17 Sermão 17 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 26 de fevereiro de 1893, p. 399-405. A última passagem bíblica que consideramos no último estudo foi Gálatas 3, versos 13 e 14. Agora, não importa se o texto esteja se referindo à promessa do Espírito na experiência individual do cristão ou à promessa do derramamento do Espírito sobre a igreja como um todo. A situação é a mesma em ambos os casos. Ninguém pode ter a promessa sem ter primeiro a bênção de Abraão. Quem não tiver a bênção de Abraão não pode ter o Espírito Santo. O que lemos em Romanos 4 nos confirma isso: "E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso" (v. 11). O verdadeiro significado da circuncisão se encontra em Deuteronômio 30, verso 6: "O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas." Vamos relacionar essa passagem com Romanos 5:5. Depois de afirmar que somos justificados pela fé e que "temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus" (v. 1, 2), Paulo então diz: "Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado". Esse verso diz então que o Espírito Santo derrama no coração o amor de Deus; e em Deuteronômio lemos que Deus "circuncidará o teu coração [...] para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma". A única maneira pela qual podemos amar a Deus de todo o coração e de toda a alma é termos o amor de Deus implantado no coração e na alma, que converte a pessoa a Deus; e "o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13:10). Sabemos que amar "o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12:30) é "o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22:38, 39). A circuncisão do coração representa a condição do coração que nos permite "amar o Senhor" nosso Deus "de todo o coração e de toda a alma". Vocês percebem, então, que a circuncisão da carne era para Abraão simplesmente um sinal, um símbolo, visível àquela geração, num momento em que Deus os estava ensinando por meio de lições objetivas. Esse sinal visível significava aquilo que eles não podiam ver. Portanto, a circuncisão da carne era o sinal, um "selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso" (Rm 4:11). Tratava-se simplesmente do sinal externo da obra do Espírito Santo, que circuncidou o coração. É o Espírito Santo que derrama o amor de Deus no coração, mas ninguém pode receber a promessa do Espírito a menos que tenha a bênção de Abraão -- a justiça de Deus, que provém da fé. Assim, a pessoa que está convicta de que crê em Deus pode pedir, com perfeita confiança, o Espírito Santo. Não a pessoa que acha que crê em Deus, pois esta às vezes crê, às vezes não; às vezes pensa que crê, e às vezes não sabe ao certo se crê ou não. Isso não significa, de forma alguma, crer em Deus. O Senhor quer que vocês e eu tenhamos convicção de que cremos em Deus. Ele deseja que essa convicção esteja firmemente estabelecida em nós e tão certa quanto a própria vida. Repito então que a pessoa que está certa de que crê em Deus pode pedir com perfeita confiança o Espírito de Deus, e recebê-Lo pela fé, pois "todo o que pede recebe" (Mt 7:8), conforme disse Cristo. Mas devemos pedir segundo a vontade de Deus. Entretanto, não é da vontade Dele conceder o Espírito Santo a alguém que não tenha a bênção de Abraão -- um princípio que se aplica tanto ao indivíduo quanto à igreja. Quando o povo de Deus chegar a um ponto em que eles podem estar convictos de que creem em Deus, eles poderão pedir, com perfeita confiança, o derramamento do Espírito Santo e esperar, com perfeita confiança e fé, que O receberão. Isso acontecerá de fato. Não tenho dúvida disso. Vamos agora estudar nesta noite com um pouco mais de profundidade como podemos saber, ou estar convictos, de que a bênção de Abraão nos pertence, e como podemos estar convictos de que podemos pedir, com perfeita confiança, que o Senhor nos conceda Seu Santo Espírito, e esperar que Ele cumpra a Sua promessa quando Ele achar melhor. Precisamos estar confiantes de que O receberemos de acordo com Sua vontade. Não precisamos ficar ansiosos se vamos recebê-Lo ou não. Precisamos aprender como eliminar de nós toda essa ansiedade se podemos receber ou não o Espírito Santo. Então simplesmente apresentaremos nossas petições ao Senhor com fé, esperando recebê-Lo, e esperando exatamente isso e nada além disso, confiantes de que o Senhor O dará no tempo Dele. Até então, devemos seguir pedindo e buscando o Senhor para que Ele cumpra Sua promessa. Posso lhes dizer, irmãos, que quando chegarmos a esse ponto não será difícil para nós todos estarmos "unânimes no mesmo lugar" (At 2:1, KJV). Agora, nesta reunião, quando alcançarmos esse nível espiritual em que poderemos dizer que sabemos que cremos em Deus e que sabemos que podemos rogar com perfeita confiança pelo Espírito Santo, será fácil para nós -- como foi também para os discípulos -- estarmos unânimes no mesmo lugar a cada reunião que tivermos. A verdade é que cada um ficará receoso de se ausentar, porque, se deixar de estar presente em qualquer uma dessas reuniões e a promessa do Espírito Santo se cumprir, ele poderá perder a oportunidade de recebê-Lo. Todos estarão aqui esperando e vigiando para presenciar o momento em que o Senhor realizar o que Ele diz quando Ele achar que o momento é apropriado. Vocês entendem por que todos estarão reunidos unânimes no mesmo lugar? É isso que acontecerá. É claro que, se alguns de nós saísse de alguma reunião para atender as necessidades da obra segundo nosso planejamento e o do Senhor, e o Espírito Santo fosse derramado enquanto estivéssemos fora, nós também O receberíamos, não importa onde estivéssemos. Mas o mesmo não se pode dizer com relação àqueles que se ausentarem das reuniões por capricho pessoal. Tenho receio de me ausentar de qualquer uma de nossas reuniões aqui. Tenho medo de me ausentar das reuniões matinais, pois não consigo prever em qual reunião o Espírito poderá ser derramado sobre nós. Não posso correr o risco de estar ausente. Agora vamos nos concentrar nas Escrituras e ver como o Senhor já nos guiou e nos guiará nesta noite pelo caminho que nos levará diretamente à condição espiritual que devemos alcançar. Peço que façamos essa jornada juntos. Se atentarmos bem para os textos que lerei, chegaremos lá. Não devemos questionar como isso se dará. Quando o Senhor fala, nada mais se pode acrescentar, não importa o que Ele diga. Temos que pôr um ponto final na história e dizer: "Senhor, é isso mesmo". Então, iniciemos essa caminhada juntos nesta noite, e estou certo de que chegaremos à condição em que poderemos estar convictos de que cremos em Deus e de que temos a bênção de Abraão. Assim, poderemos pedir a Deus, com perfeita confiança, Seu Espírito e esperar até que nos seja concedido no devido tempo de Deus. Vejamos o que o Senhor tem feito, como Ele opera e como Ele pode nos conduzir àquela condição espiritual. Vamos começar por onde Ele começou. Lerei primeiramente Efésios 1:3-6. Esse trecho nos leva para o momento em que Deus começou a agir em nosso favor -- e não há momento mais remoto do que esse. O verso 3 diz: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo". O que é que Ele "tem" feito? [Congregação: "Abençoado"]. Verdade? [Congregação: "Sim"]. Ele tem nos abençoado? [Congregação: "Sim"]. Ele tem nos abençoado com quantas bênçãos? [Congregação: "Toda sorte de bênção espiritual"]. Com toda sorte de bênção? Ele nos deu tudo? [Congregação: "Sim"]. Como? [Congregação: "Em Cristo"]. Em Cristo. Assim, ao dar Cristo, o que o Senhor deu? [Congregação: "Toda sorte de bênção espiritual"]. Todas as bênçãos espirituais que Ele tinha. Bem, quando vocês e eu cremos em Jesus Cristo, não somos abençoados? Não temos todas as bênçãos que o Senhor tem? O que vai nos incomodar então? Uma pessoa abençoada dessa forma, será que ela pode ser outra coisa senão feliz? [Congregação: "Não"]. Será que ela precisa ficar melancólica? [Congregação: "Não"]. Será que ela vai ficar mal-humorada porque as coisas não estão indo tão bem assim? [Congregação: "Não"]. Tudo está indo bem, de qualquer forma. Não importa como as coisas estejam, elas não podem anular as bênçãos de Deus. "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28). Neste trecho de Efésios 3:1-6, quero me concentrar especialmente no verso 4: "Assim como nos escolheu". Nos escolherá? [Congregação: "Nos escolheu"]. Ele nos escolheu? [Congregação: "Sim"]. Quando Ele fez isso? [Congregação: "Antes da fundação do mundo"]. Graças ao Senhor! "Antes da fundação do mundo" Ele escolheu vocês e a mim. [Congregação: "Louvado seja Deus"]. Não devemos dizer "amém" por isso o tempo todo? [Congregação: "Amém!"]. Não só agora, mas o tempo todo? [Congregação: "Sim"]. Por quanto tempo este verso vai permanecer ali? [Congregação: "Para sempre"]. Então, por quanto tempo será verdade que "[Ele] nos escolheu [...] antes da fundação do mundo"? [Congregação: "Sempre"]. Então por quanto tempo você vai ficar incomodado em saber se você pertence ou não ao Senhor? Deus não escolheu vocês? Ele não escolheu vocês? [Congregação: "Sim"]. Com que propósito Ele fez isso? Foi porque Ele nos queria? Ele nos queria mesmo? [Congregação: "Sim"]. Ele me escolheu porque Ele me queria, e Ele me terá. Não vou roubá-Lo e frustrá-Lo em Sua escolha. Ele nos escolheu, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. "Antes da fundação do mundo". Agora o restante do verso: "Para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor". Este é Seu bendito propósito: "Sermos santos e irrepreensíveis perante Ele em amor". Vamos deixar Deus fazer a Sua vontade, pois, dessa forma, estaremos garantindo nossa salvação eterna. O próximo verso: "[Ele] nos predestinou" -- determinou, com muita antecedência, o destino aonde Ele quer que cheguemos. O destino que Deus determinou para a humanidade é digno de nosso anseio. "[Ele] nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito [bom propósito, NVI] de Sua vontade". Por que Ele agiu assim? Não porque éramos bons, mas porque Ele é muito bom; não porque Lhe trazíamos grande satisfação, mas por causa do bom propósito de Sua vontade. Ele fez aquilo que era inerente a Seu caráter. Foi por isso que Ele agiu assim. O verso 6: "Para louvor e glória da Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado" (ARC). O que vocês dizem diante disso? [Congregação: "Amém!"]. Quando Ele Se propôs a fazer isso? [Congregação: "Antes da fundação do mundo"]. Exatamente. "Antes da fundação do mundo". Temos aqui uma resposta a todo esse questionamento se podemos ou não fazer algo para sermos justificados. Deus fez tudo antes que tivéssemos a chance de fazer alguma coisa -- muito antes de nascermos e muito antes de o mundo ser criado. Vocês não percebem que é o Senhor que faz as coisas para que sejamos salvos e possamos tê-Lo? Observem o que Ele fez: 1. "Ele nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual" em Cristo. 2. "[Ele] nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo". 3. "[Ele] nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo". 4. "[Ele] nos fez agradáveis [aceitos, KJV] a Si no Amado". Isso me deixa muito feliz. Eu sei que isso é um fato. [Congregação: "Amém"]. Vocês também? [Congregação: "Sim"]. Pois é isso o que Ele diz. Ele assim o diz. Essas são então quatro coisas de que podemos estar para sempre certos. Um comentário adicional sobre essas bênçãos que o Senhor nos tem dado. Temos todas as bênçãos que Deus tem à disposição quando cremos em Jesus Cristo. Então elas passam a ser nossas. Não precisamos ser tão minuciosos assim em ficar orando por bênçãos. Será que não seria melhor, pensem comigo, gastar mais tempo agradecendo a Deus pelas bênçãos do que as pedindo? O que acham disso? O que parece melhor: agradecer a Deus pelas bênçãos que Ele já nos concedeu ou Lhe pedir que nos dê outras, sabendo que Ele não tem mais para dar? Então, o que é melhor? [Congregação: "Agradecer-Lhe"]. Em Cristo, Deus nos concedeu todas as bênçãos que Ele possui. Cristo diz; "Eis que estou convosco" (Mt 28:20). Irmãos, vamos nos alimentar das bênçãos que já temos. Elas nos pertencem. Assim, podemos ter certeza, todo o tempo, de que temos toda sorte de bênção espiritual. Podemos ter certeza, todo o tempo, de que Ele nos escolheu. Ele disse isso. Podemos ter certeza, todo o tempo, de que somos aceitos no Amado. Podemos ter certeza de todas essas coisas, pois foi Deus quem falou; e se Ele falou, é assim. Então, não podemos dizer que temos sempre diante de nós um banquete? Bem, Ele fez tudo isso, e o fez gratuitamente. Em favor de quantas pessoas Ele fez isso? [Congregação: "Todos"]. Cada pessoa? [Congregação: "Sim, senhor"]. Ele deu toda sorte de bênção a cada pessoa deste mundo? Ele escolheu cada pessoa do mundo? Deus escolheu cada indivíduo em Cristo antes da fundação do mundo? Predestinou todos para adoção de filhos e os fez agradáveis a Si no Amado? [Congregação: "Sim"]. É claro que Ele fez tudo isso. Leremos daqui a pouco outros versos sobre esse assunto. Meu interesse neste momento é chamar a sua atenção para o seguinte pensamento: ninguém pode ter essas coisas e estar convicto de que elas lhe pertencem sem seu consentimento. O Senhor não vai forçar nenhuma dessas bênçãos sobre uma pessoa, apesar de já as ter dado, ou vai? [Congregação: "Não"]. Trata-se de uma cooperação, entendem? Deus concede tudo em um único e maravilhoso dom, mas se uma pessoa não quer aceitar, o Senhor não vai forçá-la a desfrutar de uma partícula sequer de Suas bênçãos. Aquele, porém, que aceitar a oferta divina tem tudo à sua disposição. É nesse ponto que entra a cooperação. O Senhor precisa ter nossa cooperação em todas as coisas. Vamos ler agora Tito 2:14. Falando sobre o Senhor, o verso diz: "o qual a Si mesmo Se deu por nós". O verbo está no passado também, não está? É algo acabado. Ele a Si mesmo Se deu por quantas pessoas? [Congregação: "Todas"]. Quantas pessoas neste mundo podem ler esse texto e dizer: "Ele se aplica a mim"? Todas as pessoas da Terra. Onde quer que formos, então, neste mundo e encontrarmos uma pessoa, não é verdade que podemos ler para ela que "[Cristo] a Si mesmo Se deu" por você? [Congregação: "Sim"]. Ele Se entregou por vocês, então. Este é o preço a que Pedro se refere em 1 Pedro 1:18-20: "Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo." É importante que cada um de nós perceba a aplicação pessoal dessa mensagem. "[Ele] a Si mesmo Se entregou por mim". Esse aspecto individual está registrado em Gálatas 2:20: "Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim". Quantas pessoas deste mundo pode ler esse verso e dizer que ele se aplica a elas? [Congregação: "Todas"]. "[Ele] me amou e a Si mesmo se entregou por mim". Este foi o preço pago. Ele me comprou, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Ele comprou vocês? [Congregação: "Sim"]. Se vocês e eu vamos deixar que Deus nos tenha, esta não é a questão no momento. O que Ele fez? [Congregação: "Pagou o preço"]. Ele me comprou antes da fundação do mundo, não comprou? E não comprou vocês também? Então, a quem pertencemos? [Congregação: "Ao Senhor"]. Pois bem. Existe alguma probabilidade de vocês ficarem com dúvida se vocês pertencem ao Senhor? Como é possível que uma pessoa que deseja pertencer ao Senhor, e que tenha confessado seus pecados, fique com alguma dúvida se pertence ou não ao Senhor? Isso só pode acontecer se essa pessoa rejeitar por completo a Palavra de Deus, deixar totalmente de crer nela e afirmar que o Senhor mentiu. Só é possível se ela fizer isso. "Quem em Deus não crê mentiroso O fez". Então uma pessoa só pode duvidar se pertence ou não a Deus se ela rejeitar a Palavra de Deus e afirmar que o Senhor mente. Não há outra maneira. Se uma pessoa duvida, é isso o que ela está fazendo, mesmo que ela não demonstre isso abertamente em palavras. Quando uma pessoa fica duvidando se pertence ao Senhor, é isso mesmo que ela está fazendo. Ela acabou permitindo que a incredulidade a derrotasse e que Satanás se aproveitasse da situação para varrer de sua vida as bênçãos divinas. É isso o que acontece. Embora Deus tenha nos comprado, Ele não vai tomar posse do que comprou sem nossa permissão. Deus estabeleceu uma linha que protege a liberdade de uma pessoa, e nem Ele, em qualquer momento, ultrapassa essa linha um milímetro sequer sem nossa permissão. Ele respeita a liberdade e dignidade que Ele concedeu às criaturas inteligentes, quer homens ou anjos. Ele respeita essa demarcação, e nem Ele viola o limite. Ele não ultrapassará os limites sem a permissão da pessoa. Mas quando a permissão é dada, aí, sim, Ele vem e mostra ser o Deus que Ele é. Nossa permissão abre as comportas, e Deus vem até nós com um dilúvio de bênçãos. A verdade, então, é que Ele nos comprou, certo? [Congregação: "Sim"]. Agora, irmãos, vamos tornar isso algo prático, real e tangível. Ele nos comprou, certo? Ele pagou o preço por nós e somos Dele mediante Sua vontade. Quando então nossa vontade se coloca do lado de Deus, a quem pertencemos então? [Congregação: "Ao Senhor"]. Ele já mostrou qual é a Sua vontade sobre esse assunto ao pagar o preço, certo? E quando tornamos conhecida nossa vontade sobre o assunto ao dizermos: "Senhor, esta é minha escolha também; é nesta direção que minha vontade vai também", então quero saber se há alguma coisa no Universo que vai impedir de sermos do Senhor. Vocês estão convictos agora de que pertencem ao Senhor? [Congregação: "Sim, senhor"]. Estão mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Bem, vamos supor que você se levanta de manhã com dor de cabeça, a digestão não foi muito boa durante a noite, você está se sentindo mal e indisposto. Numa situação assim, como você sabe que pertence ao Senhor? [Congregação: "Porque Ele disse isso"]. Mas vamos supor que você se levanta radiante e alegre, e no geral tudo vai bem. Como você sabe que pertence ao Senhor? [Congregação: "Porque Deus disse isso]. Às vezes as pessoas dizem o seguinte quando lhes perguntamos "Os seus pecados foram perdoados?": "Sim, já faz algum tempo que me convenci disso". "O que convenceu você?" "Eu senti que eles foram perdoados". Essas pessoas não ficaram sabendo de fato se os pecados foram perdoados. Nesse caso, não possuíam o mínimo de evidência desse perdão. Ora, irmãos, a única evidência que temos de que o perdão é concedido é o fato de Deus ter falado que assim é. Esta é a evidência. Não deem atenção aos sentimentos. Esses são tão instáveis como o vento, vocês sabem disso. Não deem o mínimo de crédito a eles. Não importa como nos sentimos. Quando Deus diz alguma coisa, dito está, quer eu sinta ou não. Eu vou repetir uma ilustração que já mencionei. Ela enfatiza essa ideia de que os sentimentos nada têm que ver com os fatos: duas vezes dois são quatro, certo? Você sabe que é assim, mas há pessoas no mundo que não sabem que duas vezes dois são quatro. Mas vamos supor que você diga isso a uma dessas pessoas e ela acreditasse. Como você acha que essa pessoa se sentiria? Você acha que essa pessoa se sentiria atordoada como se tivesse sido obrigada a dar uma cambalhota? Não. O sentimento não tem nada a ver com um fato aritmético. A pessoa não está preocupada com o que ela sente sobre isso. Por outro lado, isso não quer dizer que uma pessoa perdoada não terá uma experiência emocional por causa disso. O que quero dizer é que se vocês tentarem encontrar evidências nos sentimentos, vocês nunca vão encontrá-las; mas se vocês procurarem as evidências na Palavra de Deus, vão encontrar ali as evidências que Deus dá, a saber, Seu próprio poder divino na Palavra operando com eficácia naquele que crê. Quer dizer que o Senhor nos comprou, certo? Quanto a vocês e a mim, não precisamos ter mais dúvidas se pertencemos ou não ao Senhor, certo? [Congregação: "Sim"]. Mas há pessoas no mundo que não têm uma experiência real com Deus, e, no que diz respeito à consumação da compra efetuada por Cristo, elas não se submeteram ao Senhor; portanto, na prática não pertencem a Ele. Devido ao preço pago, elas se tornaram aquisição do Senhor. Agora, como podem saber que pertencem a Ele na prática e de fato? Mediante Sua Palavra. Devem também escolher, por si mesmas, ter essa experiência. É uma questão de escolha. O livro Caminho a Cristo, página 47, resume o princípio por trás de tudo isso. A citação nos mostra como efetuar a entrega de nós mesmos a Deus. Diz também que nossas promessas e resoluções são como cordas de areia, e que a consciência de nossas promessas quebradas e votos não cumpridos enfraquece nossa confiança em nossa própria sinceridade. Finalmente diz: "O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Quando uma pessoa escolhe colocar sua vontade do lado onde está a vontade de Deus, aí, sim, o processo se completa. Portanto, é com base na escolha individual que alguém, na prática e em sua experiência pessoal, se torna do Senhor de fato. Assim, não é por meio da própria permissão da pessoa, ao ela escolher o caminho do Senhor, que ela passa a pertencer ao Senhor na experiência prática? Tendo tomado esse passo, vocês não percebem que enquanto mantiverem essa escolha, enquanto mantiverem o desejo de pertencer ao Senhor, vocês não percebem que pertencem, de fato, ao Senhor? Entendem isso? Sempre que nos entregamos a Ele, é isso o que acontece. Mas alguns de vocês se entregaram a Deus já faz muito tempo, mas desde então vivem desanimados, se questionando se pertencem ou não ao Senhor. Quero ver pessoas, nesta noite, eliminando para sempre essa dúvida e questionamento, de forma que, aconteça o que acontecer, vocês não precisarão ficar preocupados se pertencem ou não ao Senhor. Enquanto a escolha de vocês é de pertencerem a Deus, vocês pertencem a Ele; pois Ele comprou vocês muito tempo atrás. É esta experiência que estou buscando. E vocês? Se quiserem tê-la, agarre-a como se fosse sua última oportunidade. [Congregação: "Amém"]. Fazendo isso, vocês saberão que pertencem ao Senhor. Bem, às vezes ouvimos pessoas dizerem que tal postura pode levar a pessoa a condescender com o pecado. Não. Isso não acontecerá. Não. Agir assim salvará você da prática do pecado. Quando uma pessoa passa por essa experiência, e escolhe pertencer ao Senhor, Deus então opera nela "tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fl 2:13), e pode-se dizer que ela é uma cristã. Ela se tornará, pela ação divina, uma pessoa cristã. Este é o poder divino presente nesta verdade. Não há aqui nenhuma sanção ao pecado. De fato, esta é a única maneira de impedir a condescendência com o pecado. Qualquer outra profissão de fé certamente sanciona o pecado. Qualquer outra profissão de fé terá como resultado exatamente aquilo de que o Senhor Se queixou em Isaías 43:24: "Você Me sobrecarregou com seus pecados" (NVI). Não vamos permitir que isso aconteça. Que nossa vontade e escolha sejam do Senhor a cada momento de nossos dias de vida. Se assim decidirmos, assim será. Vamos ler agora os versos que confirmam nossa discussão: 1 Coríntios 6:19, 20. "Não sois de vós mesmos". E é isso mesmo, não é verdade? Não importa de que pessoa estejamos falando, será que ela pertence a si mesma? [Congregação: "Não, senhor"]. O Senhor a comprou e se ela não permitir que Ele tenha posse dela, ela está roubando do Senhor algo que Lhe pertence. Isso é uma afronta a Deus. Embora pessoas assim não pertençam conscientemente e na prática ao Senhor, Ele, todavia, comprou cada um que se recusa a deixar que o Senhor tome posse de sua vida. Tais pessoas estão roubando do Senhor o que Ele comprou a um alto preço, cujo valor elas consideram inferior a si mesmas. Não vemos aqui o mesmo espírito satânico que procurou colocar-se acima de Deus no Céu? O Senhor entregou a Si mesmo por nós; então, quando resisto em deixar que Ele Se aposse de mim, com essa atitude eu acabo achando que meu valor é mais elevado do que o preço pago -- ou seja, meu valor é mais alto do que o Senhor. Esse é o mesmo eu que se coloca acima de Deus o tempo todo. Oh! Que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo, que Se esvaziou a fim de que Deus e o homem novamente se tornassem um em união. "Não sois de vós mesmos", ou será que são? [Congregação: "Não"]. Vocês não ficam felizes em saber que não pertencem a vocês mesmos? É isso o que Ele diz, e assim é, não é verdade? E por quê? "Porque fostes comprados por preço". Ele nos comprou; portanto, não somos de nós mesmos. A pessoa que se entregou ao Senhor que a comprou deve se colocar como testemunha diante das pessoas deste mundo, as quais não pertencem a si mesmas. "Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo". A quem pertencemos? [Congregação: "A Deus"]. Não preciso me delongar mais nesses versos, irmãos. Vocês podem fazer isso por conta própria, certo? Bem, nós já lemos os versos que dizem que Ele a Si mesmo Se deu por nós e que Ele nos comprou. Quantos de nós? [Congregação: "Cada um de nós"]. Quando Ele fez isso? [Congregação: "Antes da fundação do mundo"]. Que tipo de pessoas éramos antes da fundação do mundo? Que tipo de pessoas éramos quando Deus nos comprou? Éramos simplesmente o que somos neste mundo: pecadores. Isso significa que Ele nos comprou, nós pecadores, do jeito que somos? [Congregação: "Sim"]. Será que é isso mesmo? Sejam honestos. Estamos introduzindo outro pensamento aqui. Quer dizer que Ele pagou o preço e nos comprou assim como somos? Pecadores? [Congregação: "Sim"]. Seres maus e inclinados a andar por caminhos maus? Propensos a praticar coisas vis? Pessoas sem qualquer convicção religiosa e sem nenhum interesse particular em questões espirituais? Ele nos comprou nessa situação? [Congregação: "Sim"]. Ele nos comprou; e com tudo o que havia em nós. E visto que Ele comprou o que havia em nós, Ele comprou nossos pecados. Isaías 53 descreve tudo isso: feridas, pisaduras e chagas em decomposição. Cristo foi realmente tocado por nossas enfermidades e mazelas, não é mesmo? Atentem para este outro texto, Tito 3:3-7: "Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando- -nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna." Foi isso que Deus fez. É Ele quem diz. Vocês então estão convictos de que assim é? [Congregação: "Sim"]. Vamos explorar o assunto um pouco mais. Ele Se entregou por nossos pecados. Quero ressaltar que o mesmo princípio que discuti faz pouco se aplica aqui também. Ele não tomará sobre Si nossos pecados -- apesar de tê-los comprado -- sem nossa permissão. Vamos aprofundar isso um pouco mais, tendo em mente esse mesmo pensamento. "Ele a Si mesmo Se deu". Pelos pecados de quem? [Congregação: "Os nossos"]. Eram de quem? [Congregação: "Nossos"]. Ele Se entregou por eles. Já que são nossos, a quem Ele Se deu a Si mesmo quando os comprou? [Congregação: "A nós"]. Ele Se deu a Si mesmo para [to] mim, por [for: por causa de] meus pecados? [Congregação: "sim"]. Então, a escolha é sempre minha se vou preferir ficar com meus pecados ou ter a Cristo, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. É esta a escolha que vocês têm diante de vocês? [Congregação: "Sim"]. O que vocês preferem ter: seus pecados ou Cristo? [Congregação: "Cristo"]. Então, de agora em diante, há lugar para alguma hesitação em abandonar o que Deus mostrar ser pecado? Vocês o abandonarão quando lhes for mostrado? Quando o pecado se fizer patente diante de vocês, digam: "Eu prefiro ter Cristo a esse pecado". E deixem que ele se vá. [Congregação: "Amém"]. Simplesmente digam ao Senhor: "Senhor, eu faço minha escolha agora. Eu faço a troca. Tu és a minha escolha. Digo adeus a meu pecado, pois tenho algo melhor". Graças ao Senhor. Então, será que há neste mundo algum momento em que precisamos ficar desanimados por causa dos nossos pecados? Digo isso porque é exatamente isso que está acontecendo com alguns irmãos aqui. Chegaram aqui livres, mas o Espírito de Deus chamou a atenção deles para algo que nunca haviam visto antes. O Espírito de Deus atuou de forma mais profunda do que nunca e revelou coisas jamais vistas. Então, em vez de agradecerem ao Senhor, aceitarem os fatos e abandonarem o que de mal há no coração e agradecerem a Deus pela oportunidade de ter mais de Cristo, como nunca antes, eles começaram a ficar desanimados. Eles disseram: "Oh! O que vou fazer? Meus pecados são tão imensos". Agindo assim, eles permitem que Satanás lance uma nuvem sobre eles e os desencoraje. O resultado é que eles não tiram nenhum proveito das reuniões dia após dia. Isso não é muito ruim? Não é uma grande lástima que uma pessoa a quem o Senhor amou tanto a ponto de dar-Se completamente a Ele se comporte dessa forma em relação ao Senhor quando Ele deseja revelar mais de Si mesmo? Irmãos, se algum de vocês acabaram se desanimando, vamos sair desse estado. Se o Senhor nos mostrou pecados dos quais nunca tivemos consciência antes, isso simplesmente revela que Ele está penetrando na profundidade do nosso coração e, finalmente, chegará até fundo. E quando Ele encontrar a última coisa impura ou contaminada em desarmonia com Sua vontade e a revelar a nós, e nós aceitarmos o fato e dissermos: "Eu prefiro ter o Senhor a isso", então a obra estará completa e o selo do Deus vivo será fixado sobre o caráter. [Congregação: "Amém"]. O que vocês preferem ter, um caráter -- [Alguém na congregação começou a louvar o Senhor e outros começaram a olhar em volta]. Não se preocupem. Se muitos mais dentre nós agradecessem ao Senhor pelo que vocês estão recebendo, haveria mais alegria neste recinto nesta noite. O que vocês preferem: ter a totalidade, a perfeita plenitude de Jesus Cristo ou ter menos do que isso, com alguns dos pecados de vocês encobertos, sem a possibilidade de algum dia ter consciência deles? [Congregação: "A plenitude de Cristo]. Mas vocês sabem que os Testemunhos nos afirmam que se houver manchas de pecado no caráter, não poderemos ter o selo de Deus. Como é possível que o selo de Deus, que representa o carimbo do Seu caráter perfeito revelado em nós, seja colocado sobre nós quando ainda há pecados aqui e ali em nossa vida? Deus não pode colocar o selo, o carimbo de Seu caráter perfeito, sobre nós enquanto Ele enxergar pecado em nós. É por isso que Ele precisa cavar fundo e chegar aos lugares mais profundos com que jamais sonhamos, pois não temos condições de compreender nosso coração. Mas o Senhor conhece o coração. Ele prova a consciência. Ele há de purificar o coração e trazer à tona o último vestígio de iniquidade. Deixe Deus fazer Sua obra, irmãos. Que Ele continue Sua obra perscrutadora. E quando Ele apresentar nossos pecados diante de nós, que o coração diga: "Senhor, Tu deste a Ti mesmo por meus pecados. Quero ter a Ti, e não os meus pecados". Eles se foram, e me alegro no Senhor por isso. Irmãos, sejamos honestos com o Senhor, e vamos agir com Ele como Ele deseja que façamos. Está claro então que Ele Se entregou por nós, por nossos pecados. Portanto, vocês percebem que tudo se resume nisto: precisamos tomar uma decisão de vida se teremos o Senhor ou a nós mesmos, a justiça de Deus ou nossos pecados, o caminho do Senhor ou o nosso. O que vocês escolherão? [Congregação: "O caminho do Senhor"]. Não há nada complicado em fazer essa escolha quando sabemos o que o Senhor fez e o que Ele significa para nós. A escolha é fácil. Que a entrega seja completa. E quando nossa atenção for chamada para esses pecados, ora, eles já foram entregues há muito tempo. A única razão por que eles nos são apresentados é para que façamos a escolha. Esta é a bendita obra da santificação. E podemos estar certos de que essa obra de santificação está em andamento em nós. Se o Senhor tirasse nossos pecados sem termos consciência disso, que bem essa obra nos faria? Assim Deus estaria agindo conosco como se fôssemos máquinas. Essa não é a intenção de Deus. Portanto, Ele deseja que vocês e eu estejamos conscientes do momento em que nossos pecados se vão, para que tenhamos consciência do momento em que Sua justiça chega. É quando nos rendemos que passamos a tê-Lo. É verdade que as Escrituras dizem que somos instrumentos de Deus; mas não se esqueçam de que sempre somos instrumentos inteligentes; e não algum tipo de instrumento, como uma picareta ou pá, que alguém maneja para fazer um serviço. Essa é uma ideia totalmente absurda. Não é assim. Somos, de fato, instrumentos inteligentes. Seremos usados pelo Senhor com base em nossas escolhas de vida; em nossa escolha de viver ao Seu lado. Se escolhermos que Ele realize a obra em nós, é certo que ela será feita, pois é Seu imenso poder que a efetua. Então, Ele a Si mesmo Se entregou por nossos pecados; e aí Ele vem até nós e diz: Isto é pecado. O que fazer? "Senhor, é pecado". Isso é confissão. O conceito fundamental da confissão é falar a mesma coisa. O conceito básico da palavra grega traduzida como confissão é falar a mesma coisa. Isso é confissão. O Senhor disse a Davi: "Você pecou e cometeu este mal". Davi respondeu: "Pequei". Isso é confissão. A Bíblia diz: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados" (1Jo 1:9). Afinal de contas, por que razão o Senhor revela nossos pecados? Deus mostra às pessoas seus pecados por um único motivo: eliminá-los da vida. Quando Deus me revela pecados, eu digo: "Senhor, tudo isso é pecado". O que acontece então? Eles são perdoados. Eles desaparecem. Queridos, vocês têm confessado os seus pecados desde que chegaram aqui, não têm? Têm confessado tudo o que o Senhor lhes tem mostrado? [Congregação: "Sim, senhor"]. Os pecados de todos que assim fizeram estão perdoados. O Senhor fez essa promessa. O que vocês dizem? [Congregação: "Amém"]. Mas Satanás diz: "Não é assim". Ele é um mentiroso. Mas há pessoas aqui que vêm dizendo que Satanás está falando a verdade sobre esse ponto. Há pessoas neste recinto que estão dizendo a Satanás que o que ele está falando sobre este assunto é a verdade. Satanás diz: "Os pecados não estão perdoados", e elas dizem: "Não, não estão". Vamos abandonar esse pensamento. Confessamos nossos pecados para que sejam perdoados; e o Senhor diz que eles estão perdoados. E se eles estão perdoados, ora, irmãos, vamos então, no nome do Senhor, dizer o mesmo. "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (Rm 4:3). "E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve" (Rm 4:11). O Senhor diz: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã" (Is 1:18). O que vocês dizem? [Congregação: "É isso mesmo"]. Como vocês sabem? [Congregação: "Porque assim diz o Senhor"]. Muito bom. Então vocês estão convictos de que isso é um fato, não estão? Miqueias 7:19: "Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar". Onde estão nossos pecados? [Congregação: "Nas profundezas do mar"]. Como vocês sabem? [Congregação: "Porque assim diz o Senhor"]. Então vocês estão convictos disso, não estão? Quem neste mundo então pode ousar incomodar vocês com a ideia de que seus pecados voltarão para assombrá-los? Salmo 103:12: "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões". A que distância elas estão de vocês agora, vocês que as confessaram? A que distância se encontram? [Voz: "A mesma entre o Oriente e o Ocidente"]. Por que vocês não dizem a mesma coisa? Satanás vem e diz: "Elas não estão perdoadas. Cada pecado seu está bem diante de sua face. Você não está vendo? Eles estão? [Congregação: "Não"]. Alguém pode dizer: "Eu estou vendo meus pecados diante de mim". Não é isto que está acontecendo. Satanás é um mágico, e pode fazer com que coisas que não são reais pareçam reais. Mas você olha para os pecados e diz: "Eles são reais". Não, não são reais. O Senhor afirma que eles estão tão distantes de nós como o Oriente está do Ocidente. Eles estão nas profundezas do mar. Eles se tornaram brancos como a neve. Graças a Deus por isso. Isaías 38:17 -- e este é o último verso que precisamos para esta noite --: "Eis que foi para minha paz que tive eu grande amargura; Tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de Ti todos os meus pecados". Quantos? [Congregação: "Todos"]. Para trás Dele. Onde eles estão então? [Congregação: "Atrás Dele"]. Nós estamos diante da face Dele, e os pecados, atrás Dele. Quem se encontra entre nós e os pecados? [Congregação: "Deus"]. E Ele está assentado em Seu trono, não está? Então, quando confesso meus pecados ao Senhor, Ele e Seu trono eterno se postam entre mim e esses pecados; e Satanás e quem quer que seja neste Universo não poderão lançá-los novamente em minha face. Para que isso aconteça, ele vai ter que remover o Senhor e Seu trono do caminho antes de conseguir lançar novamente esses pecados contra mim. Tal impossibilidade me deixa muito feliz. Podemos ter certeza dessas coisas? Que segurança temos de que podemos estar certos de tudo isso? Como podemos estar tão certos? O Senhor assim diz. Quando Ele afirma que algo é um fato, e nós cremos, isso é fé. Satanás diz: "Seus pecados não estão distantes". Nós dizemos: "Estou certo de que estão". Satanás diz: "Não, olhe eles aí". Nós dizemos que eles não estão aqui: eles estão nas profundezas do mar. [Voz: "Louvado seja o Senhor"]. Quando uma pessoa tem essa atitude, há nela alguma coisa sobre a qual Deus pode colocar Seu selo. Quando o Senhor diz: "Teus pecados estão perdoados"; que Ele os lançou "para trás de Si", e a pessoa escolhe não crer, será que há nela alguma coisa sobre a qual Deus possa colocar Seu selo? Não. [Alguém pediu que Isaías 43:25 fosse lido, e o pastor Jones o fez]. "Eu, Eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim e dos teus pecados não Me lembro". Há muitos outros textos como esse que poderia ler. Há um em Hebreus 8:12: "Dos seus pecados jamais Me lembrarei". Há outro em Ezequiel 33:16: "De todos os seus pecados que cometeu não se fará memória contra ele". Lemos aqui que o Senhor não se lembrará de nossos pecados. E deles não se fará memória contra nós. A obra de Satanás é fazer isso. Irmãos, vamos crer no Senhor. Quando crermos nisso, o Senhor, então, dará a vocês e a mim a circuncisão do coração, o selo da justiça da fé que temos; e Ele pode fazer isso, pois Ele encontrará em nós algo em que pode colocar Seu selo. E quando alguém, individualmente, procede assim, ele recebe o selo da justiça; e quando nós, como um corpo unido, como igreja, crermos nisso, poderemos pedir com perfeita confiança o derramamento do Seu Santo Espírito e esperar com paciência e confiança, certos de que Ele virá no momento em que Deus achar apropriado. Capítulo 18 Sermão 18 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 27 de fevereiro de 1893, p. 409-417. O estudo da noite passada teve como objetivo nos ajudar a conhecer individualmente como podemos saber se temos a bênção de Abraão, a fim de estarmos preparados para termos a certeza de que podemos, com confiança, rogar pelo Espírito de Deus. Mas temos algo mais a comentar sobre esse tema. O Senhor nos concedeu ainda mais evidências e provas sobre as quais fundamentar nossa perfeita confiança Nele e em Sua justiça; evidências de que essa justiça nos pertence, de que temos a justiça que é pela fé, de modo que podemos pedir com perfeita confiança o Seu Santo Espírito e agradecer ao Senhor porque Ele nos pertence. O seguinte verso é prova disso: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido" (Gl 3:13-14). A bênção de Abraão é a justiça da fé, a qual precisamos ter a fim de recebermos a promessa do Espírito, que também é pela fé. Assim, tendo a evidência, a prova e a perfeita obra de Deus que nos deixam plenamente convencidos de que podemos rogar, em perfeita confiança, pelo Espírito Santo, há algo mais a fazer senão receber essa promessa pela fé? Não devemos ser gratos a Deus porque essa promessa nos pertence e porque Ele a tornará manifesta segundo a Sua vontade e quando as circunstâncias exigirem, ou quando ela for uma necessidade? Bem, vamos estudar então nesta noite algumas outras evidências dadas por Deus -- evidências relacionadas com o que estudamos noite passada. Dessa forma, teremos bem claro diante de nós as coisas que o Senhor nos revelou -- coisas que fundamentam nossa confiança diante Dele, nos dão a certeza de nossa posição e garantem que podemos pedir com a plena convicção que a fé nos proporciona. Quando pedimos segundo Sua vontade e rogamos a fim de termos aquilo que Ele prometeu, Ele nos ouvirá. "E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve [...], estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito" (1Jo 5:14, 15). Então podemos agradecer-Lhe que a promessa é nossa. Vamos começar com o capítulo 5 de Romanos, verso 20. A mensagem essencial, ou, poderíamos dizer, um dos temas principais do estudo desta noite é investigar o lugar que a lei ocupa no assunto da justificação pela fé, o lugar que ela ocupa no ato de alcançarmos a justiça somente por meio de Jesus Cristo. A discussão nada mais é do que outra etapa do mesmo pensamento, discutido noite passada, relacionado com a prova que Deus nos deu para termos a confiança de que podemos reivindicar pela fé a promessa do Espírito Santo. "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse" (v. 20, ARC). Em outras palavras, com base em Romanos 3:20, última parte: "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado". Por qual razão a lei foi dada em tábuas de pedra? Qual foi o seu primeiro propósito ao ser dada? [Congregação: "Para nos mostrar o que é o pecado"]. Para que o pecado abundasse, para trazer o conhecimento do pecado. Assim, "veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse", ou seja, para que o pecado ficasse manifesto tal qual ele é. Paulo, em Romanos 7, versos 12 e 13, nos fala como o pecado se manifestou a ele: "Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno." Assim, para que o pecado abundasse e para que ele se mostrasse tal qual é, sobremaneira maligno, este é o primeiro objetivo da concessão da lei. Não concordam? Vamos agora continuar a leitura de Romanos 5, verso 20: "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça" (ARC). Quer dizer que a lei veio com esse único propósito, a saber, simplesmente manifestar o pecado e nada mais? [Congregação: "Não"]. Ela é simplesmente o meio para outro fim -- o meio para um fim que nos permite alcançar outra coisa além do conhecimento do pecado. Não é isso? [Congregação: "Sim"]. Então, onde o pecado abunda, onde é que a graça abunda? [Congregação: "No mesmo lugar"]. Lá mesmo? [Congregação: "Sim"]. É assim que o texto diz: "Onde o pecado abundou, abundou a graça"? [Congregação: "Não. 'Superabundou'"]. Já seria o suficiente, não seria?, se a graça abundasse no mesmo lugar onde o pecado abunda. Isso seria de bom tamanho; mas, sabem, não é assim que o Senhor realiza as coisas. Ele faz as coisas absolutamente bem. Sua obra é completamente boa, de uma qualidade em nada inferior ao que Deus pode fazer. Pois então: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" [Congregação: "Amém"]. Então, irmãos, quando o Senhor, mediante Sua lei, nos traz o conhecimento do pecado, nesse exato momento, nesse mesmo instante, a graça se torna muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. Não é isso mesmo? [Congregação: "Sim"]. Agora, mais um pensamento: "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3:20). Observem o quanto já vimos até agora: quando a lei nos permite ter o conhecimento do pecado, nesse exato momento, nesse mesmo instante, precisamente quando isso acontece, a graça de Deus se torna muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. Mas quando a lei nos traz o conhecimento do pecado, quem coloca em nós essa convicção? [Congregação: "O Espírito de Deus"]. Mas antes de lermos a passagem que nos mostra isso, contudo, vejamos o que podemos, até o momento, extrair do verso que lemos. O que vocês e eu de agora em diante podemos alcançar por meio do conhecimento do pecado? [Congregação: "Graça abundante"]. Então, não há mais lugar para o desânimo quando tomamos consciência de nossos pecados, ou há? [Congregação: "Não"]. Não há lugar para isso. É impossível que vocês e eu fiquemos sob a nuvem do desânimo quando temos conhecimento do pecado. Isso porque, não importa quão imenso seja esse conhecimento, não importa a quantidade de pecados a nós revelada e de que temos conhecimento, nesse exato momento em que tudo isso acontece em nossa experiência, a graça de Deus é muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. Repito então: como é possível ficarmos desanimados? Irmãos, não é verdade que o Senhor quer que fiquemos animados? [Congregação: "Amém!"]. Animem-se. Este verso que lerei agora nos apresenta o mesmo pensamento. João 16:7, 8: "Mas Eu vos digo a verdade". O que Ele nos está dizendo? [Congregação: "A verdade"]. Ótimo! Cristo nos disse também: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8:32). Estamos, então, diante de uma verdade, não é mesmo? "Mas Eu vos digo a verdade: convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros". Quem não virá? [Congregação: "O Consolador"]. Quem? [Congregação: "O Consolador"]. O Consolador? É este o Seu nome? É isto o que Ele é -- O Consolador? [Congregação: "Sim"]. "Se, porém, Eu for, Eu vo-Lo enviarei. Quando Ele vier [...]". Quem? [Congregação: "O Consolador"]. Quem? ["O Consolador"]. "Quando Ele vier, convencerá [ou "reprovará", KJV] o mundo do pecado". Quem é que faz isso? [Congregação: "O Consolador"]. É o Consolador quem convence do pecado? [Congregação: "Sim"]. É Ele o Consolador quando Ele realiza essa obra? [Congregação: "Sim"]. Sei que todos desejam captar bem esse ponto. Quer dizer então que ele reprova o pecado quando nos convence dele e em outo momento nos consola? [Congregação: "Não"]. É o Consolador que reprova, graças a Deus! O Consolador reprova, graças ao Senhor! Então, o que vamos receber quando somos reprovados por causa do pecado? [Congregação: "Conforto"]. O conforto de quem? [Congregação: "O conforto do Senhor"]. O conforto que alcançamos conforta exatamente no momento em que dele precisamos. Há, então, algum espaço ainda para o desalento quando temos o conhecimento do pecado? Não foi exatamente esse pensamento que lemos em Romanos 5? Vocês não percebem, então, que no exato momento, no mesmo instante em que o pecado abundou, é nesse mesmo momento que a graça superabundou? E não devemos esquecer tampouco que, quando somos convencidos do pecado, quem faz isso é o Consolador. Vocês não percebem que, se mantivermos isso sempre em mente, temos vitória eterna sobre Satanás? Será que Satanás terá vantagem sobre a pessoa que crê que Deus está certo no que diz sobre esse ponto? Não. Satanás pode vir e dizer: "Veja como você é pecador". Graças ao Senhor, "onde abundou o pecado, superabundou a graça" [Congregação: "Amém!"]. "Sabem", alguém pode dizer, "estou me sentindo profundamente convencido do pecado. Parece que nunca, em toda minha vida, tive uma convicção tão profunda do pecado". Graças ao Senhor, temos um conforto maior do que qualquer outro em nossa vida. Percebem, irmãos, que as coisas são de fato assim? [Congregação: "É verdade"]. Então, sejamos gratos a Deus por isso. [Congregação: "Amém!"]. Não vejo razão por que não deveríamos louvar o Senhor todo o tempo. Mas há algo mais em Romanos 5:20. Qual é o propósito de tudo isso? Em primeiro lugar, vimos que a lei faz com que o pecado abunde para que a graça possa abundar -- e é esta graça que nos conduz a Cristo. Qual é o propósito das duas coisas juntas? A lei faz o pecado abundar para que a graça abunde ainda mais. O que as duas coisas realizam então? "A fim de que, como o pecado reinou pela morte". Sabemos que é assim, não é mesmo? Sim, é um fato. A lei faz o pecado abundar, a fim de que sejamos guiados a uma graça mais abundante, a fim de que "como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça". O que a expressão "assim também" significa? Com a mesma certeza. Da mesma forma. Então, não é um fato que Deus fará com que essa graça abundante reine em nossa vida tão certamente quanto o pecado vem reinando neste mundo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Mas atente para isto: quando a graça reina mais copiosamente, qual é a comparação, então, entre a liberdade do pecado agora e a escravidão dele antes? A liberdade é muito mais abundante do que a escravidão anterior. "A fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo". Vamos analisar agora o quadro completo. "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse" (ARC) a fim de que encontrássemos a graça mais abundante bem ali, em todos esses lugares; e a graça abunda "pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor". Então, por que veio a lei? [Voz: "Para nos levar ao Senhor"]. Por que veio a lei? [Voz: "Para nos conduzir até Cristo"]. Sim. Não percebem? Assim, sempre que alguém usar os dez mandamentos para qualquer outro propósito que não seja o de levar a Jesus Cristo, que tipo de propósito ele está dando a eles? [Congregação: "Um propósito errôneo"]. Tal pessoa estará pervertendo a intenção de Deus ao dar a lei, não é mesmo? [Congregação: "Sim, senhor"]. Usar a lei, portanto, para com as pessoas para qualquer outro propósito que não o de fazer-nos alcançar a Jesus Cristo significa usar a lei de uma maneira que nunca foi intencionada por Deus. Bem, a lei então nos conduz a Cristo. Isso é certo. Com que propósito? [Congregação: "Para sermos justificados"]. O que a lei quer de vocês e eu? Ela nos faz alguma exigência antes de chegarmos até Jesus Cristo? Quando a lei nos encontra, ela quer alguma coisa de nós? [Congregação: "Ela quer justiça"]. Que tipo de justiça? [Congregação: "Perfeita justiça"]. De quem? [Congregação: "De Deus"]. A justiça de Deus? [Congregação: "Sim"]. Somente a justiça que Deus manifesta em Sua própria vida e no modo como realiza as coisas? [Congregação: "Sim"]. Será que a lei ficará satisfeita com algo que venha de nós inferior a isso? Será que ela aceitará algo inferior a isso, mesmo que a diferença seja extremamente pequena? [Congregação: "Não"]. Se apresentarmos uma justiça que chegue alguns milímetros perto da justiça de Deus, isso não será suficiente. Não a alcançaremos. Vamos ver o que Paulo nos diz na carta a Timóteo sobre o que a lei quer extrair de nós e o que ela quer implantar em nós também. 1 Timóteo 1:5: "Ora, o fim [o objetivo, o alvo, a intenção, o propósito] do mandamento é a caridade" (ARC). O que é caridade? [Congregação: "Amor"]. Que tipo de amor? [Congregação: "O amor de Deus"]. "De um coração puro". Que tipo de coração? [Congregação: "Um coração puro"]. "E de uma boa consciência". Que tipo de consciência? [Congregação: "Boa"]. "E de uma fé não fingida". É isso o que a lei deseja encontrar em cada um de nós, não é mesmo? Será que ela vai nos aceitar com algo aquém do que ela exige -- perfeito amor, fruto "de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida? Não, nunca. Bem, o que ela exige é simplesmente a perfeição. Pergunto: Temos nós, ou qualquer outra pessoa neste mundo, alguma coisa desse tipo de amor para oferecer à lei de Deus? [Congregação: "Não"]. Será que alguém tem, naturalmente, esse tipo de consciência? [Congregação: "Não"]. Tem esse tipo de fé? [Congregação: "Não"]. Não, senhor. Bem, a lei faz essa exigência de todos os habitantes da terra nesta noite, não importa quem seja. Ela exige isso de vocês e de mim. Ela exige isso dos habitantes da África e todos os povos da Terra. E ela não aceitará nada menos do que isso de qualquer pessoa neste mundo. Mas estamos falando de nós nesta noite. Portanto, a lei chega até nós nesta noite e diz: "Eu quero caridade, quero perfeito amor -- o amor de Deus. Quero ver isso em sua vida o tempo todo. E quero que esse amor se manifeste como fruto de um coração puro, por meio de uma boa consciência e fé não fingida". Esta é a realidade diante de nós. "Bem", alguém pode dizer, "Eu não tenho isso, mas tenho feito meu melhor". Mas a lei dirá: "Não é isso o que eu quero. Eu não quero o seu melhor. Eu quero a perfeição. De qualquer maneira, não são suas realizações que eu quero; eu quero as de Deus. Não estou em busca da sua justiça. O que eu quero de você é a justiça de Deus. Não é a sua conduta que eu quero, mas quero a conduta de Deus em sua vida". É isso o que a lei diz para qualquer pessoa. Então, se eu, já no meu primeiro questionamento, sou cortado dessa forma, mesmo tendo dito ter feito meu melhor, nada mais me resta a dizer. Não é isso o que as Escrituras dizem: "Para que toda boca esteja fechada" (Rm 3:19). A lei faz justamente isso, não é verdade? Mas soa ao nosso ouvido uma voz tranquila e suave: "Eis aqui a vida perfeita; eis aqui a vida de Deus; eis aqui um coração puro; eis aqui uma boa consciência; eis aqui uma fé não fingida". De onde vem essa voz? [Congregação: "De Cristo"]. Ah, o Senhor Jesus Cristo, que veio e Se colocou na posição em que me encontro, na carne na qual vivo. Nessa carne Ele viveu; nela se manifestou o perfeito amor de Deus; nela se manifestou a perfeita pureza; nela se manifestou uma boa consciência; e ali se encontra a fé não fingida da mente que Jesus Cristo tinha. Então, Ele simplesmente vem e me diz: "Aqui, tome isso". Isso vai ser satisfatório, não vai? [Congregação: "Sim"]. A vida manifestada em Jesus Cristo, esta satisfará a lei; a pureza do coração que Jesus oferece, este satisfará a lei; a boa consciência que Ele pode criar, esta será satisfatória; a fé não fingida que Ele dá, esta será satisfatória. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Pois bem. Não é isso o que a lei deseja todo o tempo? É Jesus Cristo que a lei deseja, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. É isso o que a lei quer. Trata-se da mesma coisa que ela exige no quinto capítulo de Romanos, não concordam? Mas por que ela exige isso em relação a mim? Ela requer Cristo em mim. Então, não é o objetivo da lei unicamente o evangelho de Cristo? "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl 1:27). Sim, é isso mesmo. Romanos 5: 1, 5: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; [e] o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado." Trata-se aqui da caridade -- o supremo amor. Atos 15:8, 9: "Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração." Este é o amor de Deus, fruto de um coração puro. Hebreus 9:14: "Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" Aqui temos uma consciência limpa, irmãos, e o amor de Deus, fruto de uma boa consciência. Temos, então, a fé que Ele nos concede, a qual Ele nos capacita a guardar -- a fé de Jesus que nos capacita a guardar os mandamentos de Deus. O amor de Deus é revelado por meio dessa fé não fingida. É impressionante, então, que a mensagem da justiça de Deus, que é pela fé em Jesus Cristo, conduz-nos ao perfeito cumprimento da lei de Deus, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Este, portanto, é o objetivo, o alvo e a essência da mensagem do terceiro anjo, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Tudo se resume em Cristo: Cristo em Seu amor, Cristo em Sua mansidão, Cristo na totalidade de Seu ser, Cristo e Este crucificado. Cristo: esta é a palavra, irmãos. Alegremo-nos por isso. Vamos nos regozijar por isso. [Congregação: "Amém"]. Assim, quando temos Jesus, quando O aceitamos pela fé, e a lei de Deus se põe diante de nós, e nós diante dela, e ela faz suas surpreendentes exigências quanto à caridade, ou amor supremo, podemos dizer: "Aqui está. Esse amor está em Cristo, e Ele é meu!" Ao exigir um coração puro, dizemos: "Aqui está ele em Cristo, e Cristo me deu uma boa consciência". O sangue de Cristo a criou em mim. Aqui está ela. Quando a lei exige a "fé não fingida", podemos dizer também: "Aqui está ela, a fé de Jesus; Eu a recebi Dele. Dessa forma, cumpre-se o que está escrito no Caminho a Cristo, página 51: "É nosso privilégio ir a Jesus e sermos purificados, e apresentar-nos perante a lei sem qualquer sentimento de vergonha ou remorso". Ótimo. Irmãos, quando passo a ter aquilo que me coloca em perfeita conformidade com a lei de Deus, então estou satisfeito, e só me resta me alegrar por estar satisfeito. Agora vamos ler o terceiro capítulo de Romanos. Ele sintetiza tão bem toda a discussão que nem precisamos de explicações adicionais. Basta ler os textos. Romanos 3:19-22. Podemos dizer amém para cada palavra desse trecho agora, à medida que o leio. "Ora, sabemos" -- e isso é verdade -- "que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus". Não é isso um fato? Aquilo que me diz que sou pecador não pode me dizer que sou justo. "Mas agora" -- ótimo. Quando? [Congregação: "Agora"]. Muito bem, irmãos, que boa notícia. "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus". É isso mesmo, não é? [Congregação: "Sim"]. A lei não pode manifestá-la a nós, pois não a podemos ver nela. A justiça está lá, mas estamos tão cegos que não conseguimos enxergá-la ali. O pecado nos cegou e corrompeu de tal forma que não conseguimos enxergá-la ali. E se pudéssemos vê-la ali, não poderíamos obter a justiça ali, pois nada há em nós que nos permita dar o primeiro passo ou que nos torne aptos para ela. Estamos completamente desamparados. Então, "agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus [...]; justiça de Deus mediante a fé de Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem". O que a palavra "crer" significa quando Deus a fala? [Congregação: "Fé"]. E o que é fé genuína? Submissão da vontade a Deus, uma entrega do coração a Ele e o ato de concentrar as afeições Nele. Isso é o que Ele quer dizer aqui àqueles que O receberem; porque crer é receber o que Deus fala, ou aceitar quando Ele fala. Ele diz isso no primeiro capítulo de João, verso 12: "Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome". "Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção". Então cada um de nós podemos tê-la nesta noite, certo? Podemos tê-la, porque cremos nela. Então, este é o objetivo da lei: conduzir-nos a Jesus Cristo a fim de sermos justificados pela fé, de nos tornarmos justos pela fé, de modo que Sua justiça -- a justiça de Deus -- seja nossa. Não é isso mesmo? Sim, é isso mesmo. Sendo isso um fato, tendo nós alcançado esse ponto, qual é então a utilidade da lei? Qual é o seu propósito? [Congregação: "Ela testemunha"]. Exatamente. Vamos ler agora a parte do verso 21 que ainda não li: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas". Para o momento, não precisamos ler mais adiante, apesar de que o verso seguinte se encaixa no contexto. Então, quando a lei nos dá o conhecimento do pecado, a fim de termos o conhecimento da abundância da graça para tirar o pecado, nesse momento a graça passa a reinar mediante a justiça para a vida eterna por meio de Jesus Cristo -- e esta justiça de Deus pela fé em Cristo nos pertence graças ao papel operado pela lei em nos trazer o conhecimento do pecado, e é este conhecimento que nos conduz a Cristo. Nós tomamos posse Dele e, dessa forma, a lei é satisfeita em todas as suas exigências impostas a nós. Quando a lei é satisfeita em todas as suas exigências impostas a nós, será que ela permanecerá assim e continuará a dizer que está satisfeita, que tudo está bem? Quando a lei de Deus fizer exigências de nós que não podemos cumprir por nenhum outro meio a não ser por meio de Jesus Cristo habitando em nossa vida, será que, nesse momento, a lei de Deus, na condição de que permaneçamos Nele, se pronunciará com estas palavras: "Isso está de acordo com a justiça e me dou por satisfeita"? [Congregação: "Sim"]. Então, se alguém começar a questionar isso e disser: "Não é assim", temos testemunhas para provar o contrário, não temos? Este ponto é importante: precisamos de testemunhas por diversas razões. Uma dessas testemunhas, no contexto deste estudo e de nossa experiência pessoal, é o fato de que, quando Deus fala e nós cremos, então ficamos sabendo, cada um por si, que a justiça de Deus é nossa, que temos direito a ela, que ela nos pertence e que podemos descansar sobre ela em perfeita paz. Mas há outras pessoas que precisam saber disso também. Será que eles podem ficar sabendo só com base em minhas palavras? [Congregação: "Não"]. Podem eles ter convicção de minha experiência só por eu concordar com certas verdades e dizer que as coisas são assim e ponto final? [Congregação: "Não]. Será que isso vai convencê-los? Isso é prova suficiente para elas? [Congregação: "Não"]. Elas precisam de algo melhor que minhas palavras. Vocês se dão conta de que o Senhor já resolveu esse problema e nos proporcionou testemunhas a quem as pessoas podem recorrer ou lhes perguntar, sempre que quiserem, se o que alegamos ter é genuíno ou não. Concordam? [Congregação: "Sim"]. Elas não precisam vir e nos indagar. Se elas nos indagarem, é claro que podemos lhes dizer o que o Senhor nos orientou a dizer. Se isso não for suficiente, elas podem se dirigir às testemunhas e lhes perguntar. Podemos dizer: Eu tenho alguns amigos que me conhecem desde meu nascimento. Eles acompanharam cada passo de minha existência. Eles me conhecem melhor do que eu mesmo; e se vocês quiserem mais evidência do que a que já dei, pergunte a eles. Eles vão lhe dizer. Quantos amigos são esses? [Congregação: "Dez"]. A palavra deles vale alguma coisa? Eles dizem a verdade? Ah, eles são a própria verdade. Eles são a verdade (Salmo 119:142). Bem, é impossível que o testemunho deles seja alguma coisa além da pura verdade. Quando eles disserem que a exigência está satisfeita, quando disserem: "Esta vida me agrada", isso é o suficiente para qualquer pessoa no Universo, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Então, quanto à pessoa que alega crer em Jesus e reivindica a justiça de Deus que chega até o crente em Jesus, será que sua reivindicação é suficiente diante do mundo? [Congregação: "Não"]. Ou seria nossa palavra sobre o assunto suficiente? [Congregação: "Não"]. Sabem, há muitas pessoas que fazem afirmações do tipo: "Ora, claro que cremos no Salvador. Tenho o direito também de reivindicar a justiça que Ele possui, a santidade perfeita e a perfeita santificação. Também afirmo que já faz dez anos que não peco e que até mesmo estou acima de qualquer tentação. Tenho consciência disso". Bem, como você sabe disso? "Ora, eu sinto isso em meu coração; eu sinto isso em meu coração já por muitos anos". Bem, isso não é prova nenhuma, pois "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17:9). Ele é mais enganoso do que quantas coisas? [Congregação: "Todas"]. Todas as coisas? [Congregação: "Sim"]. Até mais do que Satanás? [Congregação: "Sim]. O coração é, de fato, mais enganoso do que todas as coisas? [Congregação: "Sim"]. É o que Deus diz, quer entendamos ou não. É mais enganoso do que o próprio Satanás, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. O coração me enganará com mais rapidez e frequência do que Satanás. Então, quando uma pessoa sente no coração, é isso uma boa prova? Quando meu coração diz que sou bom, o que ele está fazendo? [Congregação: "Está enganando"]. Salomão disse: "O que confia no seu próprio coração é insensato". Ele não é somente insensato, mas ele está sendo enganado nesse ponto, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Já é uma coisa ruim um sábio ser enganado; mas quando um insensato é enganado, mal podemos imaginar qual será o resultado disso. Portanto, não podemos nos dar ao luxo de confiar assuntos de interesse eterno como esse ao que diz o coração. Não, senhor. Precisamos de evidências melhores do que o coração humano para termos certeza de que uma pessoa tem a justiça de Deus, de que ela está reta diante de Deus e preparada para o juízo, de que ela não tenha pecado por dez anos, de que já é santa, santificada e acima da tentação, etc., etc. Precisamos de algo melhor do que sentimentos. E a verdade é que Jesus, enquanto esteve nesta Terra por um bom período de tempo, nunca esteve acima da tentação. Nenhum cristão está enquanto viver. Assim, essa evidência não é suficiente. Precisamos de algo superior a isso. Se uma pessoa que reivindica ter a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo tem apenas isso como testemunha, e seu testemunho não passa disso, então que valor tem essa reivindicação? [Congregação: "Nenhum"]. Nenhum mesmo. Trata-se de uma reivindicação enganosa. Com base nela, ele nunca poderá se dar conta de quem realmente é. É por isso que o Senhor não permitiu que nossa convicção se firme nisso. Em nosso estudo da noite passada, vimos que, quando queremos saber se nossa experiência é genuína diante de Deus, não devemos olhar para dentro de nós para saber se é assim, mas olhar para o que Deus diz para nos certificarmos se de fato é assim. Quando encontramos a Jesus Cristo, e O temos, o Senhor, então, não deseja que olhemos para dentro de nós mesmos para vermos se Ele está lá. Ele nos forneceu testemunhas cujo depoimento nos dirá o tempo todo que Ele está lá; e são essas testemunhas que dirão a todos os demais que Ele está lá. A justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo, se manifestou agora -- e quando ela se manifesta, é testemunhada pela lei. A lei, então, em primeiro lugar tem o propósito de nos conduzir a Cristo, e, após nos ter levado a Cristo, e de O termos encontramos, ela então passa a testemunhar que isso de fato ocorreu. Em primeiro lugar, ela nos traz o conhecimento do pecado; em segundo lugar, ela dá testemunho da justiça de Deus que é pela fé. Então, quem usar a lei para outros fins além desses dois propósitos, o que ele estará fazendo com a lei de Deus? [Congregação: "Pervertendo-a"]. Ele a estará pervertendo por completo. Ele a estará usando para propósitos jamais idealizados por Deus. Então, nem homens nem anjos podem fazer outro uso da lei que vá além desses dois propósitos -- um homem pode usá-la para os dois propósitos, mas os anjos somente para um --; se outro uso for feito, a lei fica pervertida. De onde procede nossa justiça? [Congregação: "De Deus"]. "A sua justiça [...] vem de mim, diz o Senhor" [Is 54:17, ARC]. 2 Coríntios 4:6: "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo". Onde encontramos o conhecimento da glória de Deus? [Congregação: "Na face de Jesus Cristo"]. Na face de Jesus Cristo. Vamos ler agora 2 Coríntios 3:18: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor". O que vemos então na face de Jesus Cristo? [Congregação: "A glória do Senhor"]. O que é a glória do Senhor? Já lemos aqui -- e o Espírito de Deus já nos instruiu a esse respeito -- que a mensagem da justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo, esta é o início da glória que deve iluminar toda a Terra. O que é então a glória de Deus? Sua justiça, Seu caráter. Onde a encontramos? Em Jesus Cristo. Ali se encontra a glória de Deus, revelada na face de Jesus Cristo. Foi Deus quem assim declarou, e é ali onde devemos procurá-la. Devemos olhar para a lei em busca de justiça? [Congregação: "Não"]. Onde devemos procurar a justiça? Na face de Jesus Cristo. Ali, "todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem", de justiça em justiça, de caráter em caráter, de bondade em bondade, "como pelo Espírito do Senhor". Vocês não percebem, então, como a justiça de Deus e o Espírito Santo andam de mãos dadas? Vocês não percebem que, quando alcançamos a justiça que é pela fé de Jesus, a própria bênção de Abraão, o Espírito Santo não pode ficar distante de nós? Não é possível separar os dois, pois andam juntos. Assim, quando temos essa justiça e temos certeza disso pela fé em Sua Palavra, Deus nos diz que temos o direito de pedir o Espírito Santo, e recebê-Lo também. Bem, vamos verificar isso em Gálatas 4:5, 6. Cristo veio "para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de Seu Filho". Ele O envia. Ele não O quer reter. Ele O envia ao coração. É um dom gratuito. Vocês não percebem, então, que é impossível manter separados a justiça de Deus e o Espírito Santo? Dessa forma, "somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor". E quando a imagem de Deus em Jesus Cristo se encontra em nós, o que acontece? Ali se encontra a marca, o selo de Deus. Vocês já ouviram sobre esse assunto em outros estudos. Quando olhamos para a face de Jesus Cristo, e para ela somente, tendo recebido a justiça de Deus que é pela fé Nele, nunca deixando de contemplar Sua face gloriosa, o resultado será o reflexo da glória de Deus em nós e a nossa transformação em Sua própria imagem. Assim, a imagem de Deus será aperfeiçoada e restaurada em nós mediante a operação do Espírito de Deus sobre a alma. E quando essa obra for realizada, o mesmo Espírito, então, estará ali para colocar o selo do Deus vivo, a eterna marca de Sua própria imagem. Portanto, depois de nos achegarmos a Cristo, depois de O encontrarmos, não olhamos para a lei em busca de justiça. Para onde olhamos? [Congregação: "Para a face de Jesus Cristo]. Para a face de Jesus Cristo; e enquanto permanecermos olhando para ela, o que a lei diz? [Congregação: "Isso é justo"]. A lei testifica: "Esse é o lugar para onde olhar. É isso o que quero que você tenha. Isso é satisfatório. Estamos em perfeita harmonia". No Céu, para onde os anjos olham? Será que eles olham para a lei de Deus para ver se estão justos ou não? [Voz: "Os anjos 'veem incessantemente a face de Meu Pai celeste'" (Mt 18:10)]. Então, de onde procede a justiça dos anjos? [Congregação: "De Deus"]. De Deus, mediante Jesus Cristo, não é verdade? Qual é o papel da lei no trono de Deus, esta lei que é o fundamento de Seu trono, que papel exerce a cópia original de Sua lei ali? Quando os anjos veem a face Daquele que Se assenta no trono, o que faz a lei, que nunca foi tocada pelo homem, e nunca poderia ser, o que ela faz ali? Ela dá testemunho da justiça de Deus que eles obtêm sem a lei. Esse sempre foi o genuíno conceito dos usos da lei de Deus. Quando as pessoas pecavam e faziam algo contrário aos mandamentos do Senhor referentes a coisas que não deveriam fazer, tornando-se, assim, culpados, elas tinham que trazer o sacrifício para que o sangue fosse oferecido. Dessa forma, realizava-se a expiação e as pessoas eram perdoadas (cf. Lv 4). Naquela época, tanto quanto agora, os mandamentos testemunhavam da justiça que o povo alcançava pela fé em Jesus. É por essa razão que o tabernáculo era chamado de "o tabernáculo do testemunho". Atos 7:44, Números 17:7, 8 e 18:2. No tabernáculo do testemunho estava a lei, que exercia o papel de testemunha; e nesse papel dava o seu testemunho, como uma testemunha no tribunal que apresenta suas provas. Dessa forma, o tabernáculo era o tabernáculo do testemunho; e a arca era a arca do testemunho porque ela continha as tábuas do testemunho. As tábuas de pedra, as tábuas da lei, eram as tábuas do testemunho, visto que elas eram a evidência da testemunha, apontada por Deus para testemunhar a respeito da justiça de Deus, que vem sem a lei, pela fé de Jesus Cristo somente. Portanto, é eternamente verdadeiro, em todo o universo, que "se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão" (Gl 2:21). Para sempre e em toda a parte, a verdade é que "a sua justiça [...] vem de Mim, diz o Senhor" (Is 54:17). E a lei dá o testemunho a respeito da justiça que todos alcançam de Deus sem a lei, mas mediante Jesus Cristo. Então, não é verdade, como disse há pouco, que, se alguém, seja homem ou anjo, usar a lei com um propósito diferente de um desses dois que comentamos, ele estará pervertendo a lei de Deus completamente, desviando-se do objetivo que Deus sempre teve para ela. Assim, a justiça de Deus que é pela fé de Jesus Cristo, esta, sim, a tudo satisfaz, não é mesmo? A tudo, agora e desde quando? [Congregação: "Desde sempre"]. Agora e sempre ela satisfaz a tudo. Além disso, podemos saber por nós mesmos que ela nos pertence mediante as evidências que Deus nos deu noite passada, evidências seguras por toda a eternidade; e qualquer um neste mundo pode ter o conhecimento de que temos direito a ela, graças às testemunhas que Deus forneceu. Tudo isso visa a nos preparar para o selo de Deus, a justiça de Deus; e é por meio dela que somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem. E quando essa obra se completar, o que vai dar testemunho disso? [Congregação: "O sábado do Senhor"]. Ele dará testemunho da finalização plena dessa obra até o final. Como o professor Prescott nos apresentou em seu sermão, é a presença de Cristo que torna santo e santifica o lugar onde Ele está. E quando a presença de Cristo se fizer presente em sua plenitude, qual vai ser a condição do lugar onde Ele está? Ele fica santificado. Qual é o sinal da santificação? [Congregação: "O sábado"]. E a plena santificação representa a obra completa de Deus na alma. Assim, quando a obra de Deus se completar na alma, a lei de Deus dará testemunho desse fato sem cessar. Que parte específica da lei de Deus é uma testemunha dessa obra de santificação completa de Seu povo? [Congregação: "O sábado do Senhor"]. Ele se ergue como testemunha, a principal, e se une ao testemunho de uma vida plenamente santificada. Dessa forma, o selo de Deus é colocado: a obra está completa. Irmãos, é possível deixarmos de considerar o selo de Deus? Não estamos vivendo no tempo do selamento? [Congregação: "Sim"]. E ele ocorre por meio da justiça de Deus que é pela fé de Jesus Cristo, não é mesmo? Sim, senhor. Então, quando o selo for recebido, quando for posto sobre o povo de Deus, este poderá passar incólume pelo período das pragas e por todas as tentações e provações de Satanás, quando ele operar "com todo poder, e sinais e prodígios da mentira" (2Ts 2:9). Temos a promessa: "Porque guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra" (Ap 3:10). Quando tudo isso tiver passado, só nos resta entrar na cidade celestial; só nos resta entrar na cidade celestial! Graças ao Senhor. Há provações a suportar; mas sabem, irmãos, quando temos a justiça de Jesus Cristo, temos o que precisamos para suportar todo teste. E naquele dia haverá ali dois grupos. Haverá alguns que, quando a porta se fechar, vão querer entrar, e eles dizem: "Senhor, abre a porta para nós. Queremos entrar." E alguém vem e pergunta: "O que vocês fizeram para poderem entrar? Que direito têm vocês de entrar na herança? Que direito vocês têm aqui?" "Ah! Nós Te conhecemos. Comíamos e bebíamos em Tua presença, e Tu ensinavas em nossas ruas. Sim, e além disso, nós profetizamos em Teu nome. Em Teu nome expelimos demônios e em Teu nome fizemos muitos milagres. Ora, nós fizemos muitas coisas maravilhosas. Senhor, será que isso não é o suficiente? Abre a porta!" Qual é a resposta? "Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade." O que foi que eles disseram? "Nós realizamos muitas obras maravilhosas. Nós as fizemos. Nós estamos ótimos. Nós estamos certos. Nós somos justos. Exatamente. Portanto, nós temos direito de entrar. Abre a porta." Mas "nós" não tem valor algum ali, certo? Vai haver um outro grupo ali naquele dia -- uma grande multidão que ninguém pode enumerar -- de todas as nações, tribos, línguas e povos; e eles vêm para entrar. Se alguém lhes perguntar: "O que vocês fizeram para poderem entrar aqui? Que direito vocês têm aqui?" A resposta seria: "Olha, eu não fiz nada para merecer esta herança. Eu sou um pecador, e dependo somente da graça do Senhor. Oh! eu era tão desgraçado, tão completamente cativo e em tamanha prisão que ninguém podia me libertar a não ser o Senhor. Eu era tão miserável que tudo que eu podia fazer era rogar constantemente ao Senhor para me confortar; tão pobre que eu tinha que estar constantemente solicitando ao Senhor; tão cego que ninguém a não ser o Senhor podia me fazer ver; tão nu que ninguém podia me vestir senão o próprio Deus. Todo o direito que eu tenho é o que Jesus fez por mim. Mas o Senhor me amou. Quando em minha desgraça eu clamei, Ele me livrou. Quando em minha miséria eu almejava o conforto, Ele sempre me confortou. Quando em minha pobreza eu Lhe pedi, Ele me encheu de riquezas. Quando em minha cegueira eu Lhe roguei que revelasse o caminho, para que eu pudesse conhecer o caminho, Ele me guiou durante todo o tempo e me fez ver. Quando eu estava tão nu que ninguém podia me vestir, ora, Ele me deu estas vestes que eu tenho. Portanto, tudo que eu posso apresentar, tudo que eu tenho para apresentar como razão pela qual eu possa entrar, qualquer direito que me faria entrar, é apenas o que Ele fez por mim. Se isso não me permitir passar, então eu vou ficar de fora, e isso também será justo. Se eu ficar de fora, não tenho reclamações a fazer. Mas, oh!, será que isso não me autoriza a entrar e possuir a herança?" Mas Ele diz: "Bem, aqui há algumas pessoas bem minuciosas. Elas querem ficar completamente satisfeitas com todos que entram aqui. Temos dez examinadores. Quando eles analisam o caso de alguém, e dizem que está tudo bem, ora, então ele pode entrar. Vocês desejam que estes sejam chamados para examinar o seu caso?" E nós iremos dizer: "Sim, sim, porque eu quero entrar; estou disposto a me submeter a qualquer exame; porque, mesmo que eu fique de fora, não tenho reclamações a fazer. Eu estaria perdido de qualquer forma, se fosse por mim mesmo." "Bem," diz Ele, "então vamos chamá-los." Assim, aqueles dez examinadores chegam e dizem: "Mas é claro! Estamos perfeitamente satisfeitos com ele. Claro que sim! O livramento que ele obteve de sua desgraça foi dado por nosso Senhor; o conforto que ele teve durante todo o caminho, do qual ele tanto necessitava, o Senhor lhe deu. A riqueza que ele tem, tudo o que ele tem, pobre como ele era, o Senhor lhe deu. E cego como ele era, tudo que ele vê, é o Senhor que lhe deu, e ele vê somente o que é do Senhor. E nu como ele estava, as vestes que ele tem, o Senhor lhe deu. O Senhor é quem a preparou, é toda feita por Deus, é somente por Cristo. É claro! Ele pode entrar!" [Neste ponto a congregação começou a cantar:-- "Meu pecado sim, La na cruz pagou; E por graça sem igual; Jesus me resgatou."] E então, irmãos, virá por sobre o muro uma voz da mais doce melodia, cheia da bondade e compaixão do meu Salvador. A voz virá de lá de dentro: "Entra bendito do Senhor." [Congregação: "Amém."] "Por que estás aí fora?" E os portões se abrirão completamente, e nós teremos "uma entrada abundante no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." Oh! Ele é um Salvador completo. Ele é meu Salvador. Minha alma engrandece ao Senhor, irmãos, hoje à noite. Oh! eu digo com Davi, vinde e engrandecei o Senhor comigo, e todos, à uma, Lhe exaltemos o nome. Ele fez um resgate completo. Não há nada contra nós, irmãos. O caminho está aberto; a estrada está livre. A justiça de Cristo satisfaz. Ela é luz, amor, alegria e eterna excelência. Não é verdade, então, o que está escrito em Isaías 60:1? "Dispõe-te, resplandece, porque é vinda a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti." Irmãos, Deus consegue realizar isso. Ele deseja fazê-lo. Vamos então deixar que Ele o faça. [Congregação: "Amém."] E vamos louvá-Lo enquanto Ele o faz. Então, será que não vamos louvar ao Senhor? Assim, todos que estão neste recinto, que quiserem louvar a Deus, poderão começar já. Eu direi amém para cada palavra dita, pois a minha alma também O engrandece, irmãos. Minha alma também O louva, irmãos. Pois Ele é o meu Salvador. Ele completou Sua obra. Ele realizou Sua obra graciosa. Ele me salvou. Ele salva a todos. Vamos agradecê-Lo para sempre. Professor Prescott: Os tempos do refrigério estão aqui, irmãos. O Espírito de Deus está aqui. Abram o coração, abram o coração. Abram o coração em louvor e ações de graças. Capítulo 19 Sermão 19 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 1º de março de 1893, p. 437-441. Iniciaremos nesta noite com o primeiro verso de Apocalipse 14: "Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o Seu nome e o nome de Seu Pai." Esse mesmo número é mencionado no capítulo 7, verso 4, mas farei a leitura a partir do verso 1: "Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da Terra, conservando seguros os quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à Terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus. Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil." A razão por que lemos esses dois trechos das Escrituras é para contextualizar o conceito de que o selo de Deus e o nome de Deus estão inseparavelmente associados. Os 144 mil tinham o nome de Seu Pai na fronte, e eles foram selados com o selo do Deus vivo na fronte. Então, se descobrirmos o que significa o nome de Deus, ficaremos sabendo o que significa o selo de Deus; pois aquilo que nos há de trazer o Seu nome, e que colocará Seu nome em nossa mente, que colocará Seu nome sobre nós e em nós, será o selo de Deus. Vamos ler agora Êxodo 3:13, 14. O trecho se refere ao momento em que o Senhor apareceu a Moisés na sarça ardente. Ele o enviou para livrar o povo de Deus do Egito: "Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o Seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros." Até então isso era tudo o que o Senhor dissera a Moisés, conforme lemos no verso 6: "Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó". Moisés pergunta então: "Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o Seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o Meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração" (v. 13-15). Mas qual é o Seu nome? "EU SOU O QUE SOU". Deus havia dito, e eles sabiam, que Ele era o "Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó", bem como Deus de seus pais. Eles sabiam que seus pais tinham um Deus a quem adoravam. Aquele povo tinha ouvido a respeito do Deus de seus pais. Eles se lembravam, embora vagamente agora, do Deus de seus pais. Porém, este Deus lhes revela agora que o Deus de seus pais é o Deus cujo nome é "EU SOU O QUE SOU", e "este é Meu nome eternamente, e este é Meu memorial de geração em geração" (v. 15. ARC). Assim, o nome de Deus e Seu memorial andam lado a lado. Percebem? Mas qual é o Seu nome? "EU SOU"; mas "EU SOU" o quê? "EU SOU O QUE SOU". Observem bem: não é suficiente Deus declarar aos homens que Ele é; precisamos saber agora que Ele é o que ou aquilo que Ele é, a fim de que o conhecimento de Si mesmo possa nos trazer algum benefício. A consciência de Sua existência não é suficiente para conhecermos sobre Deus. Não basta saber que Ele existe. Precisamos saber, porém, o que Ele é e qual é a razão de Sua existência para nós. É por isso que Ele não diz simplesmente: "EU SOU", este é Meu nome. Não, mas "EU SOU" o que "EU SOU". Este é o Seu nome; e se quisermos conhecer Deus verdadeiramente, precisamos conhecer não somente que Ele é, mas que Ele é o que Ele é; e só podemos dizer que O conhecemos quando conhecermos o que Ele é. O mesmo pensamento é expresso em Hebreus 11:6: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se torna galardoador dos que O buscam." Bem, qual é o galardão que Deus concede àqueles que O buscam? Ele mesmo; Ele mesmo, tudo o que Ele é e tudo o que Ele tem. Mas se tivéssemos tudo o que Ele tem sem termos a pessoa Dele, que benefício isso teria para nós? Vocês percebem que se tivéssemos tudo o que Deus tem, sem deixar de ser nós mesmos, seríamos simplesmente supremos, quase demônios, não é verdade? Conceder a um homem tudo o que Deus possui, sem que ele deixe de ser aquilo que ele é, seria algo assustador. Portanto, não significa nada para nós o fato de Deus nos dar tudo o que Ele tem, a menos que Ele nos dê o que Ele é, a menos que nos dê a Si mesmo. Assim, quando Ele nos concede o que Ele é, dando-nos a Si mesmo, Seu caráter, Seu nome e Sua disposição, então podemos usar o que Ele é e também o que Ele tem, no temor Dele e para a Sua glória. Consequentemente, o mesmo pensamento está neste verso, ou seja, o de que Ele não é, ou existe, simplesmente, mas que Ele é o que Ele é. "É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe", que Ele é e que Ele é o que Ele é. Bem, para explorar mais esse pensamento, pergunto: O que é Deus, antes de qualquer coisa, para todas as coisas e pessoas do Universo? [Congregação: "Criador"]. Certamente! A primeira coisa que Deus é para qualquer coisa, animada ou inanimada, é o fato de ser o Criador, pois por meio Dele todas as coisas existem. Ele é o Autor de tudo. Então, a primeira coisa que qualquer ser humano, anjo ou outra inteligência precisa fazer é conhecer a Deus como Criador. Deus diz: "EU SOU O QUE SOU". Assim, a primeira coisa que qualquer criatura deve pensar quanto ao que Deus é, ou seja, quanto à compreensão do Seu nome, é que Ele é Criador. Portanto, já constatamos que Seu nome se encontra inseparavelmente associado a Seu memorial. Assim, "este é Meu nome eternamente, e este é Meu memorial de geração em geração". Vamos ler agora Ezequiel 20:20. Vocês estão familiarizados com esse verso bíblico: "Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus". O sábado é sinal do que então? Um sinal de que Ele é o Senhor Deus. Mas o Seu nome não se limita ao fato de Ele existir. Vai além disso. Sendo o sábado o sinal de que Ele é o Senhor Deus, não é verdade que ele é o sinal de que Deus é o que é bem como do fato de que Ele é, ou existe? [Congregação: "Sim"]. Pensem bem. Isso é verdade? [Congregação: "Sim, senhor"]. Visto que o sábado é o sinal de que Ele é o verdadeiro Deus, e visto que Ele nos disse que Ele é o que Ele é, concluímos que o sábado é o sinal daquilo que Deus é bem como o sinal de que Ele é. Percebem? [Congregação: "Sim"]. Então, sendo este o Seu nome -- "EU SOU" o que "EU SOU" -- e sendo o sábado o sinal de que Ele é o que Ele é, não percebem como o sábado equivale a Seu nome eternamente e que este é Seu memorial de geração em geração? Deus nos deu o sábado: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar". Ele o deu como o memorial de que Ele é o Senhor. Consequentemente, "este é Meu nome eternamente" corresponde a Seu memorial. [Voz: "Por favor, repita o pensamento"]. Tudo bem. Vamos voltar e retomar o pensamento desde o início. Quanto ao sábado, Deus diz: "Santificai os Meus sábados", e ele servirá de sinal. O último dia do ciclo semanal não é um sinal do Deus verdadeiro. O último do ciclo não significa nada. Uma pessoa que guarda o último dia do cliclo semanal pode fazê-lo sem conhecer o Senhor, da mesma forma que ela pode guardar o primeiro dia do ciclo semanal sem conhecer o Senhor. Mas ela não consegue guardar o sábado -- o descanso sabático -- sem conhecer o Senhor. Há três classes de observadores de um dia no mundo: os guardadores do sétimo dia da semana, os guardadores do primeiro dia da semana, e os guardadores do sábado -- do descanso sabático. O que Deus deseja é guardadores do sábado. Mas existem muitos guardadores do sétimo dia da semana com a pretensão de serem guardadores do sábado. Esse é o grande erro nestes últimos dias. "Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal". Precisamos começar por aí. Então, o sábado é um sinal que Deus estabeleceu para nós, dado pelo próprio Deus, "para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus". O sábado, portanto, é o sinal de que Ele é o Senhor Deus. Mas Deus não é Deus simplesmente no que diz respeito à Sua existência. Ele é, Ele existe, mas Ele é o que Ele é. Na verdade, esse é o Seu nome, certo? "EU SOU" o que "EU SOU", o Senhor Deus. O sábado é um sinal de que Ele é o Senhor Deus. O sábado é um sinal de que Ele é o Senhor Deus. O sábado, portanto, é um sinal de que Ele é, ou existe, e de que Ele é o que Ele é. Mas Seu nome, Deus disse, é "EU SOU O QUE SOU". "Este é Meu nome eternamente, e este é Meu memorial de geração em geração". Qual é o sinal de que Ele é o que Ele é? [Congregação: "O sábado"]. Deus diz que o sábado é Seu memorial: "Ele fez um memorial para Suas maravilhosas obras" (Sl 111:4, Young's Literal Translation), e assim por diante. Então, vocês não percebem que o dia designado como sinal de que Ele é o que Ele é -- e este é Seu nome eternamente -- corresponde a Seu memorial de geração em geração? Preciso repetir novamente? [Voz: "Não, ficou claro"]. Vocês entenderam agora? [Congregação: "Sim, senhor"]. Bem, vamos continuar com nosso pensamento. O sábado é o sinal de que Ele é, e de que Ele é o que Ele é; e a primeira coisa que Ele é, é o fato de ser Criador. Portanto, a primeira coisa que o sábado expressa é o fato de Deus ser Criador. Mas será que isso é a única coisa que o sábado demonstra? Não, pois Deus é mais do que isso -- não mais do que isso no sentido de Ele ser diferente disso. Na verdade, tudo o mais tem seu fundamento no fato de Ele ser o Criador. Mas o que Deus é, com base no fato de ser o Criador, é mais amplamente expresso em outros lugares, de forma que possamos conhecer mais plenamente o que Ele é, tendo como base o fato de ser Criador. Leiamos Êxodo 31:17: "Entre Mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento." Já vimos que o sábado é um sinal "para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus". Como o sábado representa este sinal? Não é porque "em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento"? Visto que o sábado se torna um sinal pelo fato de Deus, como Criador, ter feito céus e terra em seis dias, este dia é um sinal Dele mesmo ao executar a obra da criação. Não é verdade? [Voz: "Sim"]. Vamos agora colocar as duas ideias juntas: o sábado é um sinal de que Ele é o Senhor, porque "em seis dias" Ele "fez [...] os céus e a terra". Então, como já verificamos, a primeira coisa que Deus é é ser Criador; e a primeira coisa que o sábado expressa é o fato de Deus ser o Criador, mostrando, assim, o que Ele é. Mas o mandamento do sábado diz: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho [...]; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou" (Êx 20:8-11). Lembra-te do dia de sábado. O que é o dia de sábado? Como já lemos em Ezequiel 20, ele é um "sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor". Lembra-te então dessa instituição que proclama que Eu sou Deus. Devemos nos lembrar desse dia que revela que Ele é Deus. Portanto, não é verdade que esta instituição é o memorial que faz com que as pessoas se lembrem de Deus? Afinal de contas, este é o propósito de um memorial: fazer as pessoas se lembrarem de algo ou alguém. Deus quer que Suas criaturas O mantenham na memória, e para esse propósito instituiu o sábado. E então Ele diz: "Lembrem-se do que instituí para vocês se lembrarem de Mim". Permitam-me acrescentar outro pensamento aqui. Devemos nos lembrar daquilo que faz Deus ser lembrado, ou, em outras palavras, que mantém Deus na mente. Quando Deus está presente na mente, Ele não está ali apenas como Aquele que existe, mas como Aquele que é o que é. Então, quando o que Deus é se fizer presente em nossa mente, podemos dizer que Seu nome está ali, não é verdade? Onde é posto o nome? [Congregação: "Na fronte"]. "Com a mente, sou escravo da lei de Deus" (Rm 7:25). Percebem? É o desejo de Deus, portanto, estar na mente das pessoas. E o sábado é aquilo que faz com que o próprio Deus -- não uma teoria a respeito Dele -- seja lembrado e colocado na mente, pois o sábado é o sinal de que "Eu sou o Senhor, vosso Deus". Vamos então nos lembrar do sinal que revela o Senhor nosso Deus e O torna vivo em nossa mente. E Ele é o que Ele é. Isso significa que quando Ele vem à nossa mente, o que Ele é vem junto. Esse é o pensamento. Não é o sábado, então, Seu memorial? O propósito específico de um memorial, sua essência é fazer com que algo permaneça na mente. Vocês percebem então que, sendo esse o caso, o nome de Deus e Seu memorial, Seu sábado, não podem, de forma alguma, ser separados. Consequentemente, quando Deus disse a Moisés "EU SOU O QUE SOU", Ele acrescentou: "Este é Meu nome eternamente, e este é Meu memorial de geração em geração"; pois o memorial faz Deus ser lembrado na mente, e quando Ele vem à mente, e também o que Ele é, pode-se dizer que Deus, com Seu verdadeiro nome, é posto na mente. Assim, o nome do Pai na mente daquelas pessoas mencionadas representa o selo do Deus vivo em suas frontes. A primeira ideia, portanto, transmitida pelo sábado é a de um Criador, de um poder criador; e isso é lembrado por meio das coisas que foram feitas. O sábado é um sinal de que Ele é o Senhor porque Ele criou todas as coisas. Dessa forma, o sábado é o sinal, o memorial do Senhor nosso Deus, que Se manifestou na criação. Vamos estudar por um momento agora como Deus Se manifestou na criação. Hebreus 1:1, 2: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo." Vamos ler também os dois primeiros versos de João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez." Agora o verso 14: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós". Há outro verso que gostaria de ler sobre este mesmo tema que explica o assunto de outra forma. Efésios 3:9, última parte: "Deus, que criou todas as coisas por meio de Jesus Cristo" (KJV). Assim, Deus Se manifestou na criação em Jesus Cristo e por intermédio Dele. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Será, então, que uma pessoa que não conhece a Jesus Cristo terá concepções corretas sobre as coisas criadas, sobre a criação? [Congregação: "Não"]. Tal pessoa não encontrará Deus ali. Ela não encontrará os conceitos de Deus ali, pois Deus Se manifestou em Cristo na criação. Vamos explorar o assunto: Como Deus Se manifestou em Cristo na criação? Talvez seja melhor dizer no processo de criação, pois estamos falando da origem de todas as coisas agora. Como, então, Ele Se manifestou em Cristo no processo de criação? Salmo 33:6, 9: "Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles." "Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir." Hebreus 11:3: "Pela fé, entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem". Até o momento vimos que a manifestação de Deus na criação representa o primeiro aspecto por meio do qual o que Deus é pode ser conhecido. Mas Deus Se manifesta no ato de criação em Jesus Cristo, por Sua palavra. E essa palavra por meio da qual Ele criou todas as coisas tem em si o poder de fazer aparecer algo que antes não podia ser visto, já que não existia. Percebem? "Os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11:3, ARC). Então, depois que Deus falou, coisas foram vistas que antes de Ele falar não eram absolutamente aparentes. Ninguém as podia ver. Então há poder na palavra que Deus, em Jesus Cristo, fala -- um poder capaz de criar algo. Em outras palavras, capaz de criar algo que Ele nomeia na palavra que Ele pronuncia. Ou seja: Deus pode chamar as coisas que não existem como se já existissem, e nem por isso ser um mentiroso. Um homem pode falar de coisas que não existem como se existissem, mas não há poder algum em sua palavra para produzir essas coisas; consequentemente, ele se torna mentiroso. E há muita gente que faz exatamente isso. Elas falam de coisas que não existem como se existissem, mas tudo não passa de mentira. E a razão por que são mentirosas é que não há poder algum nelas ou na palavra delas para criar qualquer coisa. Elas gostariam muito que assim fosse, ou seja, que o que elas estão falando se tornasse real; mas tal não acontece. Todavia, elas falam como se existisse, mas tudo é mentira, por mais que elas almejem que seja real. Não há poder na palavra delas para criar o elemento desejado na mente ao pronunciarem a palavra. Mas Deus não é assim. O pensamento que está na mente de Deus, quando expresso por meio de uma palavra, esta palavra produz o elemento que estava presente no pensamento. A energia criativa, o poder divino, se encontra na palavra que Deus fala. Dessa forma, quando não existia nenhum mundo, Deus em Jesus Cristo falou, e os mundos apareceram; e eles ainda permanecem, pois Deus outrora falou. Vamos ler agora dois versos que expressam esses pensamentos. A palavra que Deus fala não somente produz algum elemento que está no pensamento, mas ela mantém esse elemento em existência depois de ter sido criado. Eu quero que vocês percebam que a palavra que Deus falar tem em si todo o poder. Vamos ler agora Colossenses 1:14-17. Paulo está aqui falando de Cristo, o Filho de Deus, "no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste." Isto é, por meio Dele todas as coisas se mantêm firmes. Mas o que as criou? O que fez este mundo da forma como é? O poder de Sua palavra. [Voz: "Ele ordenou, e tudo permaneceu firme" (Sl 33:9, KJV)]. O mundo é enorme. Há muitos elementos que o compõem. Mas quando Deus falou, o mundo passou a existir com todos os seus ingredientes. Então, a palavra que criou o mundo o sustém na forma em que está. Quero apresentar agora outro pensamento que está no terceiro verso de Hebreus 1. Vamos retomar do verso 1: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o Universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder." O que sustenta todas as coisas desde que foram criadas? [Congregação: "A palavra do Seu poder"]. Está Deus na obrigação de continuar a falar desde que falou, no momento da criação, a fim de sustentar tudo em seu devido lugar? [Congregação: "Não"]. Será que é necessário que Ele continue falando ao mundo todos os dias para o sustentar? [Congregação: "Não"]. É necessário que Ele continue falando o tempo todo para os mundos e planetas para que estes se mantenham em curso e em seus respectivos lugares? Não. A palavra que os criou no princípio tem em si o poder criativo que os mantém e os sustenta. 2 Pedro 3:1-7: "Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas." Recordar de quê? Das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas. Por que devemos nos lembrar delas? Porque Deus deseja que experimentemos o valor dessas palavras; e, ao nos lembrarmos delas, deseja que alcancemos em nossa mente, em nossa vida, a força e o poder das palavras. A verdade é que as palavras proferidas pelos profetas eram as palavras de Deus, que eles falaram "pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam" (1Pd 1:11). Devemos, então, nos recordar dessas palavras, "bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque, deliberadamente, esquecem que" -- ou seja, pessoas que falam dessa forma, que todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação -- "esquecem que de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água." Por meio de que o mundo foi afogado em água? [Congregação: "A palavra de Deus]. Deus falou. "Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo". A que Pedro nos chama a atenção aqui no que diz respeito à palavra que ele deseja que recordemos? Ele deseja que estejamos plenamente conscientes das palavras de Deus, pelas seguintes razões: essa palavra no princípio criou os mundos; essa palavra os sustenta em seu devido lugar; essa palavra trouxe o dilúvio; essa palavra resgatou a Terra do dilúvio e ainda a mantém. Então, essa palavra, capaz de criar mundos, salvar mundos, essa palavra Deus deseja que a conservemos em sua totalidade em nossa mente, de modo que conheçamos o poder dessa palavra. Vocês percebem, então, que o pensamento que permeia nossa discussão é que essa palavra tudo criou, tudo mantém e sustém, e preserva tudo até que Deus fale novamente. Quando Ele falar novamente, tudo se desintegrará. Nesse dia, sairá "grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!" Sobrevirão "relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto, forte e grande"; e "todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados". Cairão "as cidades das nações". O próprio céu se fenderá e fugirá do seu lugar. Quero lhes dizer que, quando vier esse dia, todo aquele cuja mente estiver firmada na palavra que tudo faz, este estará perfeitamente seguro. Quando essa palavra que cria todas as coisas é minha certeza, quando essa palavra é meu fundamento, quando essa palavra é minha confiança, ora, não importa se esta Terra se vá. Minha certeza é que a palavra de Deus permanecerá. Assim, Deus Se manifestou em Cristo por meio de Sua palavra na criação, e ainda Se manifesta dessa forma nas coisas criadas, criando, preservando, mantendo e sustentando. Então, a gravitação é Deus em Jesus Cristo. Como vocês sabem, a ciência nos diz que a lei da gravitação sustenta todas as coisas. Mas o que é a gravitação? "Ora, é o que sustenta tudo". Há uma resposta melhor do que essa. A resposta é: A gravitação, a lei da gravitação, mantém todas as coisas em seu lugar. Mas o que é gravitação? É o poder de Deus manifesto em Jesus Cristo na criação. Isso é gravitação. A coesão, na ciência, é a força que mantém unida a matéria. Mas o que é coesão? A resposta que a ciência pode dar é esta: A palavra "coesão" provém de duas palavras latinas, co e haerere, que significam manter junto; em outras palavras, coesão é coesão. Há uma resposta melhor do que essa. Temos a resposta de Deus; e Ele diz que coesão é o poder de Deus manifesto em Jesus Cristo na criação, pois, por meio Dele, todas as coisas se mantém unidas, ligadas, sem se desintegrarem. Isso é coesão. A origem de todas as coisas não reside na geração espontânea, nem na evolução. Tudo surgiu graças à manifestação de Deus e de Seu poder revelado em Jesus Cristo, cuja palavra criou todas as coisas visíveis, que antes não eram aparentes. Portanto, Deus em Jesus Cristo é origem de tudo: isso é criação. Deus em Jesus Cristo é o mantenedor de tudo: isso é coesão. Deus em Jesus Cristo é o sustentador de tudo: isso é gravitação. Capítulo 20 Sermão 20 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 2 de março de 1893, p. 450-456. Vamos iniciar de onde paramos noite passada. Nosso propósito noite passada foi refletir especialmente sobre a manifestação de Deus em Cristo na natureza por meio de Sua palavra -- quer criando, mantendo ou sustentando todas as coisas. Seis dias foram empregados na criação. Após isso, diz o registro bíblico em Gênesis 2:1-3: "Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera." Foi assim que Deus instituiu o dia de sábado para o homem; mas o pensamento ainda diante de nós é que o sábado é um sinal de que Deus é o que Ele é, tanto ao criar como em tudo o mais que Ele é. Ao mesmo tempo, porém, tudo o que Ele é reside no fato de que Ele é Criador. Assim, quando Ele terminou de criar, Ele descansou e tomou alento, ou seja, Se alegrou porque Sua criação refletia o que idealizara em Sua mente, e porque o Seu propósito havia se cumprido e se manifestado na obra concluída. Essa é a ideia expressa pela frase "tomou alento", em Êxodo 31:17. Seis dias foram empregados na criação dos céus e da terra, "e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento", ou seja, deleitou-Se, alegrou-Se no cumprimento de Seu propósito, em Sua criação -- o propósito que estava em Sua mente antes de a criação vir à existência pela palavra. Então Ele abençoou o sétimo dia e o santificou. Por essa razão, diz-nos o mandamento: "Lembra-te do dia de sábado", isto é, do dia de descanso "para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o" descanso -- o "Shabat", palavra hebraica que significa "descanso", de onde surgiu a palavra "sábado"--, o descanso "do Senhor, teu Deus". Descanso de quem? [Congregação: "De Deus"]. Devemos, então, nos apropriar e desfrutar do descanso de quem no dia de sábado? [Congregação: "De Deus"]. A pessoa que pratica seu próprio descanso e desfruta de seu próprio descanso e não do descanso do Senhor, será que ela guarda o sábado? [Congregação: "Não"]. Ele simplesmente está guardando o sétimo dia do ciclo semanal, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. A pessoa que pratica seu próprio descanso no sétimo dia da semana, mesmo que se alegre do seu descanso nesse dia, não está guardando o Shabat, o dia de descanso; ela está guardando um dia do calendário, e não o sábado bíblico, ou o Shabat. A pessoa que recebe o descanso do Senhor e desfruta dele no sétimo dia, esta guarda o Shabat, ou o sábado bíblico, pois está guardando o descanso de Deus. É isso que ela está fazendo. Trata-se do descanso de Deus. "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o" descanso do Senhor, teu Deus, e não teu. O descanso pertence a Ele; e quando nos lembramos do dia de descanso, nós nos lembramos do descanso de quem? Nosso ou Dele? [Congregação: "Do Senhor"]. Sim, do Senhor. É completamente o descanso de Deus. A ideia do descanso de Deus, presente no conceito do mandamento do sábado, e as razões dadas no mandamento são idênticas. Devemos trabalhar seis dias. Eis a razão: o Senhor, ao criar céus e terra, trabalhou seis dias e descansou no sétimo. Nós devemos descansar no sétimo dia porque o Senhor descansou, abençoou esse dia e o santificou. Que tipo de descanso era ou é esse que faz parte do sétimo dia? [Congregação: "Alento ou refrigério"]. O refrigério, a restauração de quem? [Congregação: "De Deus"]. Deus é Espírito. O único tipo de descanso que Ele poderia ter é descanso espiritual. Então, uma pessoa que não alcança ou desfruta do descanso espiritual no sétimo dia, esta não guarda o sábado, pois o descanso sabático é de natureza espiritual. Trata-se do descanso de Deus e de nenhum outro. Por ser um descanso espiritual, o sábado é uma questão espiritual, pois o descanso de Deus se encontra nesse dia. Há descanso espiritual nesse dia. E ao observar esse dia pela fé -- "as coisas do Espírito [...] se discernem espiritualmente" (1Co 2:14) --, ao observar esse dia pela fé, a pessoa que observa o sábado alcança esse descanso espiritual. Esse descanso espiritual que Deus colocou nesse dia e se tornou parte dele, esse descanso espiritual que está ali chega até a pessoa e é desfrutado e conhecido por aquele que guarda o sábado; e o guarda da única maneira que pode ser guardado, ou seja, pela fé em Jesus. Assim, Deus abençoou esse dia. Isso significa que a bênção de Deus está também nele. O descanso de Deus se encontra nesse dia. Da mesma forma, a alegria que desfrutamos, a restauração, o deleite, a alegria do Senhor estão nesse dia. A bênção do Senhor está nele também, pois Deus o abençoou. Agora, essa bênção está ainda nesse dia? [Congregação: "Sim"]. Se uma pessoa não o observa, ou não dá nenhuma atenção a ele, a bênção ainda continua nele? [Congregação: "Sim"]. Mas tal pessoa não a alcança se ela não crê. Voltemos agora ao pensamento da noite passada, quando falamos sobre o poder da palavra de Deus, essa palavra que, ao ser pronunciada, trouxe os mundos à existência. Qual efeito essa palavra tem exercido sobre os mundos desde então? [Congregação: "Ela os sustém"]. Essa palavra pronunciada por Deus mantém os mundos estáveis e em seus devidos cursos desde então. Por quanto tempo ela cumprirá esse papel? [Congregação: "Para sempre"]. "A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente" (1Pd 1:25). A Palavra de Deus nos diz que Ele abençoou o sétimo dia. Que efeito essa bênção, colocada sobre o dia há muito tempo, tem nos dias atuais? A bênção ainda está lá, e permanecerá sempre ali, pois ela será uma evidência de que Deus, de fato, abençoou o sétimo dia; de que Ele não pode Se contradizer, percebem? Deus, o próprio Deus, não pode dizer que Ele não abençoou o sétimo dia, pois Ele diz que fez tal coisa. Mesmo que Deus eliminasse toda a criação, ainda seria um fato que Ele abençoou o sétimo dia quando este foi instituído. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Esse ponto, então, está resolvido. Assim, por toda a eternidade, permanece o fato de que Deus abençoou o sétimo dia. E enquanto esse fato permanecer, permanecerá também o fato de que a bênção de Deus está nesse dia; e permanecerá também o fato de que todo aquele que observar esse dia da única forma como pode ser observado -- pela fé em Jesus --, este receberá a bênção que provém desse dia e desfrutará de tudo o que ela proporciona. Agora, vamos ler o que se encontra em Gênesis 1, versos 27 e 28: "Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou". Em que dia isso aconteceu? [Congregação: "No sexto dia"]. Então Deus abençoou o homem antes de abençoar o sétimo dia. Isso é um fato, não é? [Congregação: "Sim"]. Concordam que Deus abençoou o dia tão certamente quanto abençoou o homem? [Congregação: "Sim"]. Seria a bênção com que Ele abençoou o dia tão real quanto a bênção com que abençoou o homem? [Congregação: "Exatamente a mesma"]. Ambas são reais. Qual foi a bênção? A bênção posta sobre o homem era de quem? [Congregação: "Era a bênção de Deus"]. A bênção posta sobre o dia era de quem? [Congregação: "Era a bênção de Deus]. Bem, quando o homem abençoado chegou ao dia abençoado, será que ele recebeu uma bênção adicional nesse dia além da que ele havia recebido antes de iniciar esse dia? [Congregação: "Sim"]. Assim, o sábado tinha como propósito trazer ao homem, que já havia sido abençoado por Deus com bênçãos espirituais -- o sábado deveria trazer ao homem bênçãos espirituais adicionais. Será que isso é uma verdade ainda hoje? [Congregação: "Sim"]. "A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente" (1Pe 1:25). Então, é uma verdade hoje. Deus então santificou o dia. Mas o que fez com que ele se tornasse santo? Não preciso repassar os textos sobre esse assunto. O irmão Prescott já os apresentou em sua palestra dois sábados atrás. O que fez com que o dia se tornasse santo? [Congregação: "A presença de Deus"]. A presença de Deus torna as coisas santas; torna um lugar santo, e torna uma pessoa santa. A presença de Deus tornou o dia santo. Então, a santidade de Deus está vinculada ao dia; a presença de Deus, a santa presença de Deus, está vinculada ao sétimo dia, ou seja, ao sábado. Portanto, quando o homem chega até esse dia da forma como deve vir -- com uma mente espiritual, com a mente do Espírito de Deus --, e recebe o repouso espiritual, o refrigério espiritual que se encontra nele, a bênção espiritual que ele contém, ele não recebe também essa presença e se torna participante dessa presença, na qual se encontra a santidade de Deus que o transforma? Ele recebe de fato. E esse é o verdadeiro significado da guarda do sábado. Deus então santificou o dia, mas também não preciso repetir estes textos. O que faz com que algo fique santificado? [Congregação: "A presença de Deus"]. Portanto, a presença de Deus, Seu poder santificador se encontra no sétimo dia. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. O homem, então, que vem ao sábado do Senhor segundo o que Deus pensa sobre o sábado do Senhor, e Sua intenção, este recebe descanso espiritual. Ele encontra isso ali. Ele encontra refrigério espiritual e deleite. Ele encontra bênção espiritual. Ele encontra a presença de Deus, bem como a santidade que essa presença traz para transformá-lo; e ele descobre que esse poder santificador, cuja presença santificou o dia, também o santifica. Com que propósito tudo isso foi feito? Por que o sábado foi feito? [Congregação: "Para o homem"]. Ele foi feito para o homem. Então, Deus descansou e colocou Sua bênção espiritual sobre o dia em favor do homem, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. O alento, ou refrigério de Deus, a alegria que Ele teve nesse dia, tudo foi em função do homem; a bênção com que Ele abençoou o dia era destinada ao homem; a santidade que Sua presença trouxe a esse dia era destinada ao homem; Sua presença santificadora era destinada ao homem. Em síntese, então, não é um fato que o propósito do sábado era permitir que o homem se tornasse participante da presença de Deus e se familiarizasse, mediante uma experiência vivificante, com o descanso espiritual de Deus, a bênção espiritual, com a presença de Deus para torná-lo santo, com essa presença que o santifica? Não é isso que Deus queria que o sábado trouxesse para o homem? Ora, o homem que recebe tudo isso no sábado é o verdadeiro guardador do sábado, do Shabat. E ele sabe disso, e se alegra por saber disso. Agora outro pensamento: Quem era, de fato, o agente presente na criação? [Congregação: "Cristo"]. Quem descansou? [Congregação: "Cristo"]. Quem tomou alento ou Se restaurou? [Congregação: "Cristo"]. Quem abençoou? [Congregação: "Cristo"]. Foi a presença de quem que santificou o dia? [Congregação: "De Cristo"]. A presença de quem se encontra nesse dia? [Congregação: "De Cristo"]. Então, a pessoa a quem a presença de Cristo não santifica, não torna santa, não abençoa, e a quem não traz descanso, ora, tal pessoa não pode guardar o sábado. Vocês não percebem que é somente com Cristo no homem interior que o sábado pode ser guardado? Isso porque o sábado traz, e tem em si mesmo, a presença de Cristo. O fato, então, é que, quando Deus instituiu o sábado, Ele já havia colocado diante do homem toda a criação, e o homem podia ver Deus na criação. O Senhor, porém, queria estar mais perto do ser humano do que isso. O homem podia estudar a criação e descobrir um conhecimento sobre Deus; mas Deus queria que o homem tivesse um conhecimento de Deus. Na criação ele tinha condições de conhecer sobre Ele; no sábado o homem O conheceria, pois o sábado traz a presença vivificante, a presença santificadora de Jesus Cristo sobre todo aquele que realmente o observa. Portanto, sabemos que a criação estava diante do ser humano, e este podia estudar Deus na criação e, dessa forma, conhecer sobre ou a respeito Dele; mas Deus veio mais perto do que isso e instituiu algo que revela que Deus é o que Ele é. E quando o homem descobrisse o que Deus realmente é, ele, então, não conheceria simplesmente sobre Ele a partir das coisas criadas, mas O conheceria a partir de seu contato pessoal com o próprio Deus. Assim, o propósito original de Deus na criação, cujo sinal é o sábado, era que o homem conhecesse Deus tal qual Ele é, e o que Ele é para o mundo em e por meio de Jesus Cristo. Não é isso? [Congregação: "Sim"]. Entendem isso? [Congregação: "Sim"]. E o que dizer sobre esse propósito nos dias atuais? [Congregação: "Continua o mesmo"]. Outro pensamento. O sábado foi feito no final da criação, completando, assim, a semana da criação. O sábado, portanto, foi um sinal do poder de Deus manifesto em Jesus Cristo, bem como o sinal de uma criação acabada -- o sinal de Deus conforme Se manifestou em Jesus Cristo numa criação completa e acabada. Depois de ver tudo que criara nos cinco dias, Deus viu que tudo era bom; mas ao chegar ao sexto dia, Ele contemplou tudo e "eis que era muito bom" (Gn 1:31). Seu propósito estava completo. "Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados" (Gn 2:1). Ali estava a criação, a expressão do pensamento que estava na mente de Deus, trazida à existência ao Ele proferir Sua palavra. Então o sábado -- o "sinal [...] para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus" (Ez 20:20), Aquele que em seis dias fez os céus e a terra e no sétimo dia descansou e tomou alento -- é o sinal da obra completa e acabada de Deus na criação. Vamos continuar agora a partir desse ponto. Será que o homem, no jardim do Éden, na perfeição como fora criado, conhecia tudo que lhe era possível conhecer sobre Deus? [Congregação: "Não"]. Assim, cada sábado que viria traria ao ser humano conhecimento adicional de Deus e mais de Sua presença. Mas de quem estamos falando? [Congregação: "De Cristo"]. Então, mais conhecimento e mais da presença de Cristo devido ao contato pessoal com Ele. Então, se o homem tivesse permanecido fiel, ele teria continuado a crescer no conhecimento de Deus, mediante contato pessoal com Ele. Por experiência própria, o homem cresceria cada vez mais à semelhança de tudo que faz parte da natureza de Deus. Mas o homem falhou. Ele não permaneceu fiel. A criação estava completa quando Deus a terminou, bem como todo o seu exército, e tudo era de acordo com Sua mente. Isso é um fato. Mas Satanás veio e desviou completamente o homem e este mundo para longe do propósito de Deus. Não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Satanás reverteu a ordem de Deus. Antes, o homem percebia a imagem de Deus refletida nas coisas criadas e em si mesmo; agora, vê-se a imagem de Satanás refletida no homem; e isso lança um manto obscuro sobre o reflexo de Deus no que quer que seja, de modo que o homem natural não vê a Deus, nem mesmo na natureza. No entanto, apesar de Satanás ter maculado o propósito de Deus, transtornado e revertido a ordem de Deus, o Senhor não desistiu de Seus planos. Ele disse: "E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente" (Gn 3:15). Essa ação divina rompeu o poder de Satanás sobre o homem, impedindo que ele levasse o homem à depravação total. O homem foi libertado para que pudesse encontrar Deus. Mas isso foi feito por meio de quem? [Congregação: "Cristo"]. Novamente Cristo. Deus em Cristo deseja trazer o ser humano e o mundo de volta a Seu propósito original. E não seria por meio do mesmo poder em Cristo, e mediante o mesmo meio -- Sua palavra -- que Ele traria os seres humanos e o mundo de volta para Seu propósito? Esse poder e essa palavra que, no princípio, os trouxeram à existência? [Congregação: "Sim"]. Antes de qualquer coisa, convém dizer que foi Deus em Cristo, mediante Sua palavra, que criou o mundo e o homem. Agora, Satanás os desviou de Deus e os colocou em oposição ao propósito de Deus. Agora, é Deus em Cristo, por meio de Sua palavra, que faz com que os homens e o mundo retornem ao Seu propósito. Então, será que a obra da salvação não é simplesmente o poder de Deus manifestado de forma diferente daquela que tudo criou no princípio? Em outras palavras, será que a salvação não é criação? Certamente. Deixem-me lhes apresentar outro pensamento sobre o assunto para ficar mais claro ainda, se de fato é necessário. O propósito original de Deus na criação está completo agora? [Congregação: "Não"]. No princípio estava completo; mas está agora? [Congregação: "Não"]. Não, senhor. Quando a salvação da humanidade se completar, o propósito original de Deus estará então completo? [Congregação: "Sim"]. Não podemos dizer então que a obra da salvação não é nada mais do que Deus pondo em ação e completando Seu propósito original na criação? [Voz: "É a mesma coisa"]. "Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também" (Jo 5:17). Então, a obra da salvação corresponde exatamente à obra original da criação. É o mesmo Deus, no mesmo Filho, por meio dos mesmos recursos, executando o mesmo propósito. Nesse raciocínio, não é o sinal desta obra na salvação o mesmo sinal daquela obra na criação? Certamente. Assim, o sábado do Senhor corresponde exatamente ao sinal do poder criativo de Deus manifestado em Jesus Cristo por meio de Sua palavra, tanto na salvação de minha alma quanto na criação deste mundo no princípio. Mas notem que Deus é revelado em toda parte em Cristo, em todos os lugares. Essa é a ideia que está sendo continuamente exposta perante nós. Então, Seu nome é EU SOU O QUE SOU; mas o que Ele é só pode ser conhecido em Jesus Cristo. Portanto, para todos os efeitos, Jesus Cristo é para todas as pessoas deste mundo o próprio Deus e o que Ele é, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Eu digo para todos os efeitos, mas não estou dizendo que os dois são idênticos, a mesma pessoa; mas como "ninguém conhece [...] quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho O quiser revelar", ninguém pode conhecer a Deus a não ser conforme Ele Se revela em Jesus Cristo. Consequentemente, para o ser humano, Cristo é Deus; e tudo o que ele vier a conhecer de Deus está em Cristo. Portanto, Cristo Se torna, de modo prático, para todos os efeitos, Deus para nós -- e, quando Cristo nasceu, Deus declarou que Ele era "Deus conosco". O sábado, então, é o sinal de que Ele é o Senhor nosso Deus. Mas é também o sinal de que Ele é o que é. Sendo Cristo Deus para nós, não é o sábado o sinal daquilo que Jesus Cristo é para todo aquele que crer Nele? [Congregação: "Sim"]. Na criação, o sábado era o sinal do que Jesus Cristo é na criação. E agora, visto que Cristo tem a missão de levar a efeito Sua obra no plano da salvação, cujo propósito é concluir o propósito original de Deus na criação, o sábado representa o mesmo sinal do mesmo poder criativo, na mesma Pessoa, Jesus Cristo. Assim, o propósito continua o mesmo, do começo ao fim. A única diferença agora é que o poder é manifesto de forma distinta de como se manifestou antes, pois houve uma reviravolta na ordem das coisas; mas trata-se do mesmo poder criativo procedente da mesma Pessoa, agindo por meio do mesmo Cristo, mediante os mesmos recursos a fim de cumprir o mesmo propósito. Dessa forma, o mesmo sinal é o único que pode ser associado à obra redentiva de Cristo. É impossível termos outro sinal. Portanto, é inegavelmente verdadeiro que o sábado do Senhor, o sétimo dia, o bendito sétimo dia, é o sinal de Deus daquilo que Jesus Cristo representa para todo aquele que crê em Jesus Cristo. Vamos investigar esse ponto um pouco mais. "Todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:23). "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). "Assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5:12). Todos estão mortos. Isso não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Todos se extraviaram. Todos se desviaram do plano original de Deus, completamente. Qual é a primeira coisa que Jesus Cristo é para a pessoa que crê Nele? [Congregação: "Criador"]. "Criados [de novo] em Cristo Jesus" (Ef 2:10). Deus em Cristo é ainda para o pecador, antes de qualquer outra coisa, o Criador, pois Deus fala, e esse vive. Pela palavra de Deus nós vivemos. E "somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). Então, Deus criou o homem para andar em boas obras; mas este passou a andar de outra forma. Agora, em Cristo, Deus eleva o ser humano até o lugar onde Deus o pôs no início. Assim, a salvação nada mais é do que a concretização do propósito original de Deus em Cristo na criação. Com isso em mente, podemos dizer: "Se alguém está em Cristo, é nova criatura" (2Co 5:17). A primeira coisa que Cristo é para uma pessoa, a primeira coisa que Deus é para uma pessoa -- para o pecador -- neste mundo é Criador, fazendo dela uma nova criatura. "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto" (Sl 51:10, ARC). Portanto, a obra de Deus na salvação é a criação. Então, quando temos esse encontro com Jesus Cristo como nosso Criador e nos tornamos novas criaturas Nele, qual é a primeira coisa que encontramos em Jesus? [Congregação: "Descanso"]. Sim, descanso, é claro. E foi isso mesmo que Ele fez no princípio. Ele descansou. Então, a primeira coisa que encontramos ao se manifestar em nós Seu poder é o descanso. Que tipo de descanso? [Congregação: "Descanso espiritual"]. Este é o convite: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei [...], e achareis descanso para a vossa alma" (Mt 11: 28, 29). Ele diz: "Eis que estou convosco" (Mt 28:20). Eu estou com vocês. "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (Hb 13:5). E quando Deus falou a Moisés no deserto: "A Minha presença irá contigo, e Eu te darei descanso" (Êx 33:14), o que a presença de Deus dá? [Congregação: "Descanso"]. Quando uma pessoa se torna nova criatura em Cristo e encontra esse descanso, o que ela faz então? [Voz: "Ela pratica as obras de Deus"]. Não. Ela primeiro se alegra. Em seguida pratica as obras com alegria. O que Deus fez? Ele Se alegrou. O que a pessoa precisa fazer então? Ela se alegra no fato de o propósito de Deus se cumprir nela. Mas é somente ela que vai se alegrar? Não. "Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lc 15:7). Então Deus Se alegra novamente no descanso que Ele nos concede e recebemos Nele. Deus novamente toma alento, Se restaura; novamente Ele Se deleita em Seu povo. Prosseguindo, a próxima coisa que pertence ao dia de sábado, e a próxima coisa que pertence a ele desde seu início até o fim, é a bênção. Leiamos Atos 3:26: "Tendo Deus ressuscitado o Seu Servo, enviou-O primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades". Cristo, então, é uma bênção para o pecador, não é mesmo? Mas não é só isso. Vamos ler novamente aquele texto que já estudamos e que tanto enlevo nos trouxe. Efésios 1:3: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo". Deus nos deu todas as bênçãos espirituais que Ele tem. Mas todas elas nos são dadas em Cristo. Mas o sábado nos traz bênção espiritual. De onde o sábado recebe essa bênção espiritual? [Congregação: "De Cristo"]. Sim, de Jesus Cristo. Então, no que diz respeito à bênção que o sábado nos concede, esta procede somente de Jesus Cristo e chega até nós somente por meio de Jesus Cristo. Dessa forma, podemos dizer que o sábado é um canal por meio do qual a bênção espiritual flui de Jesus Cristo para o povo de Deus. Isso é um fato. Todas as bênçãos espirituais nos são dadas em Cristo, e o sábado possui em si a bênção espiritual de Deus. O sábado, portanto, pelo fato de representar bênção espiritual, só pode receber essa bênção de Jesus Cristo, Nele e por intermédio Dele. Consequentemente, o sábado é um daqueles elos mencionados pelo irmão Prescott, o qual nos une a Cristo, a fim de recebermos bênção espiritual. Outra consideração: "A Minha presença irá contigo". A presença Dele santifica a pessoa em quem Deus habita. Outro pensamento que nos leva, de outra forma, ao mesmo conceito. "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). O que é o evangelho? [Congregação: "O poder de Deus"]. O que está revelado em Cristo? [Congregação: "O poder de Deus"]. O que está revelado no evangelho? [Congregação: "O poder de Deus"]. Com que propósito? [Voz: "Criação"]. Mas o poder de Deus para a salvação é o mesmo poder na criação. Em ambas as situações, trata-se do mesmo poder de Deus. Portanto, qualquer que seja o sinal do poder de Deus em uma situação, este é o sinal do poder de Deus em todo lugar e em todos os modos, pois todas as vezes é unicamente o poder de Deus; e não se pode colocar o poder de Deus contra o poder de Deus. Assim, não precisamos de nenhum outro sinal da manifestação do poder de Deus. É impossível existir outro. O evangelho, então, é "o poder de Deus para a salvação", e o evangelho é "Cristo em vós, a esperança da glória". Assim, Cristo habita na pessoa que crê no evangelho de Jesus Cristo. A presença de Cristo está lá, e essa presença santifica. Foi isso que santificou o sábado. O sábado, portanto, nos diz respeito à santidade, é exatamente o sinal do que Cristo representa para a pessoa que crê Nele. Além disso, é a presença de Cristo que efetua o processo de santificação; e nesse ponto o sábado é o sinal do que Cristo representa para o crente. Percebem? Dessa forma, para o crente em Jesus, Deus, em Cristo, cria novamente; para o crente, Deus é descanso, refrigério, deleite, alegria, bênção, santidade e santificação. Cristo é tudo isso para o crente; e foi isso que Ele foi em relação ao sábado, há muito tempo, em favor do crente. Ele fez o sábado para o homem, como sabemos, na criação. O sábado foi feito na criação; e esse dia, mesmo que o homem tivesse permanecido fiel a Deus e nunca pecado, teria sido para ele o sinal do que Deus era para o homem em Jesus Cristo e do que a presença de Cristo significava para o homem. E agora, na nova criação, o dia tem a mesma função, ou seja, na obra da salvação ele representa a mesma coisa. Outro pensamento: Cristo "Se nos tornou [...] sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1Co 1:30). Ele é nossa santificação. Vocês sabem que Paulo foi enviado para pregar o evangelho aos gentios. Jesus lhe disse: "Eu te envio [aos gentios] para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em Mim" (At 26:17, 18). Mas a santificação e seu propósito final é a realização da obra completa de Cristo concluída no indivíduo. É a imagem de Cristo plenamente formada no crente, de maneira que, quando Cristo olha para o crente, Ele vê a Si mesmo. É assim. Isso é santificação. O Espírito de Profecia definiu santificação para nós com as seguintes palavras: "Santificação é a guarda de todos os mandamentos de Deus" -- não é a tentativa de guardá-los ou a ação de fazer nosso melhor para guardá-los, mas, sim, "a guarda de todos os mandamentos de Deus". Nenhuma pessoa, em quem Cristo não estiver completamente formado, será guardador de todos os mandamentos de Deus da forma como Deus espera que um guardador, segundo Sua avaliação, faça. A imagem de Cristo deve estar gravada na alma, de maneira que, ao Ele olhar para o crente, Ele veja a Si mesmo. Assim deve ser. A justiça de Deus em Jesus Cristo é o que nos torna justos, nos salva, nos santifica. Para nós, ela é tudo em todos. Quando temos essa justiça, e ela está na alma de acordo com a justiça -- de acordo com o conceito de justiça de Deus --, o que é que dá testemunho da justiça de Deus no crente em Jesus? [Congregação: "A lei"]. A lei de Deus. Trata-se de uma obra que se desenvolve no indivíduo, uma obra progressiva. Essa é a obra de santificação. É um processo por meio do qual Cristo cresce ou Se desenvolve no indivíduo. Quando esse desenvolvimento alcança sua plenitude, completa-se, então, a obra de santificação. Qual é o sinal de que Deus santifica? [Congregação: "O sábado"]. Qual é o sinal, então, de que a presença de Cristo está santificando o indivíduo? [Congregação: "O sábado"]. Quando a obra estiver completa, o que dará testemunho disso? [Congregação: "A lei"]. Que parte específica da lei? [Congregação: "O quarto mandamento"]. Toda lei, na verdade, dará testemunho da obra completa da justiça de Deus no crente; mas o sábado se posiciona como o sinal de Deus de uma obra acabada. O sábado é o sinal da obra completa da criação, não é verdade? Mas esta foi arruinada, e a ordem de Deus sofreu uma reviravolta. O Senhor, agora, precisa levar adiante Sua obra, recorrendo a esse meio, a fim de completar o propósito original da criação. O sábado, portanto, se ergue nessa obra acabada de Deus na salvação -- ele se posiciona no topo da própria lei como a testemunha da santificação concluída. Assim, o sábado é o sinal da obra acabada de Deus na criação original e o sinal, também, dessa criação secundária, que é o prosseguimento do propósito original da criação. Outro pensamento ainda: Considerando que o sábado é o sinal do que Cristo representa para o crente, será que podemos dizer que este terá pleno conhecimento do significado do sábado sem antes ter pleno conhecimento do que Cristo é? [Congregação: "Não"]. Assim, quando a mente estiver completamente imbuída do conhecimento de Deus em Jesus Cristo, essa mesma mente terá também pleno conhecimento do sábado. Mas o sábado é o sinal do que Deus é em Cristo; e quando a mente tiver plena percepção desse fato, o que é isso senão a imagem de Deus, o nome de Deus, na mente do crente, ou seja, o selo do Deus vivo por meio do sábado do Senhor? Vocês percebem, então, que todo o desenvolvimento do assunto, toda linha de raciocínio, nos conduz precisamente a este ponto: o sábado, como é em Jesus Cristo e como o crente em Cristo o observa, ele unicamente é o selo do Deus vivo. A mera guarda do sétimo dia da semana não é o selo de Deus. Cristo, conforme Este Se reflete no sábado bíblico, por meio do sábado do Senhor e nele; Cristo, na mente e no coração do crente, como a imagem de Deus concluída -- isso corresponde ao selo do Deus vivo. É assim que se pode dizer que o nome do Pai está escrito nas frontes dos servos de Deus. Observem o seguinte. Vamos ler Números 6:23-27: "Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhes- -eis: O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz. Assim, porão o Meu nome sobre os filhos de Israel, e Eu os abençoarei." Essa era a bênção que o sumo sacerdote pronunciava sobre o povo ao final do Dia da Expiação, quando a obra da expiação estava concluída e o sacerdote saía do templo para santificar e abençoar o povo. Essa era a bênção dada. E, por meio dessa bênção, o que era colocado sobre o povo? "Assim, porão o Meu nome sobre os filhos de Israel". O julgamento se passara, e o povo estava em segurança. Era isso que estava na simbologia. Vamos ler agora Apocalipse 3:9-12: "Eis que farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que Eu te amei. Porque guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa." Essa foi a mensagem dada quando o Dia da Expiação se iniciou, nosso Dia da Expiação, não é verdade? Isso se cumpriu quando o Dia da Expiação começou. Continuemos a leitura: "Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do Meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do Meu Deus, o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém que desce do Céu, vinda da parte do Meu Deus, e o Meu novo nome." Então, quando Sua obra de expiação se encerrar, o nome de Deus estará completo na mente, e Ele declara, então, que a obra está terminada; pois a manifestação de Deus na mente, no crente e no sábado representa o sinal de uma obra terminada na santificação. Vamos ler agora Isaías 58:13, 14: "Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no" sábado. [Congregação: "Não. 'te deleitarás no Senhor'"]. Por que não no sábado? Não diz o texto que devemos chamar ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra? E que nesse dia não devemos seguir nossos caminhos? Então por que não podemos dizer que vamos nos deleitar no sábado? Ah, notem que aqui vemos aquele significado do sábado, ou seja: você tem certos comportamentos com relação ao sábado, e o resultado é que você se deleita no Senhor. Por quê? Porque o sábado é o sinal daquilo que o Senhor é para o homem. Então, o texto foi corretamente escrito. Você toma atitudes corretas quanto ao sábado, e você se deleita no Senhor, pois ele é o sinal daquilo que o Senhor será para você e o que você será para o Senhor. Portanto, quero saber como é possível alguém fazer concessões para outra instituição rival, sabendo que o sábado é o sinal do que Cristo é para ele. Uma pessoa que considera o sábado como o sinal do que Cristo é para ela, será que ela ficará perguntando se deverá trabalhar ou não no domingo? [Congregação: "Não, senhor"]. Claro que não. Ela sabe muito bem que tal pergunta está fora de cogitação. Ela sabe que não pode acomodar-se às circunstâncias e ter metade de Cristo e metade de alguma outra coisa. Além disso, "Cristo é tudo em todos" (Cl 3:11), e o sábado é o sinal daquilo que Cristo é para o crente. Cristo, para o crente, é tudo em todos; e sugerir qualquer outra coisa é um insulto para Ele. A verdade é que as pessoas que andam fazendo essas perguntas não sabem o que Cristo é. Para tais pessoas, não faz diferença se guardam o primeiro ou o sétimo dia da semana. De qualquer forma, elas não estão guardando o Shabat, o sábado bíblico, o dia de descanso do quarto mandamento. Aqui está o cerne da questão. O sábado tem em si a imagem viva de Jesus, bem como Sua presença. Ele a colocou ali. Ele a colocou ali em favor do homem; e todo aquele que crer em Jesus Cristo encontrará Sua presença nesse dia. Além das bênçãos que o crente já recebe de Deus, há uma bênção adicional do Senhor reservada para ele ao ele adentrar o dia de sábado. Não importa quanto da presença de Cristo já esteja nele; ao adentrar o dia de sábado, o crente recebe uma presença adicional de Cristo. Ele tem consciência disso. Não importa quanto do descanso do Senhor uma pessoa esteja desfrutando; quando ela recebe o sábado, que é o sinal daquilo que Cristo é para o crente, e encontra nele a presença de Cristo, ela há de receber descanso adicional no Senhor. Não importa o quanto da santidade de Cristo uma pessoa tem; quando ela entra nas horas do sábado, mais dessa santidade se manifesta nela por observar esse dia no temor de Cristo e pela fé Nele. Não importa se essa pessoa estiver completamente santificada e não restar nela nada do eu, mas somente Cristo. Ainda assim, ao ela adentrar o dia de sábado, nos mais longínquos anos da eternidade, esse dia lhe revelará ainda mais do maravilhoso conhecimento e do poder santificador e sempre crescente que há em Jesus Cristo para com aquele que Nele crê. Capítulo 21 Sermão 21 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 3 de março de 1893, p. 464-473. Vamos retomar o assunto nesta noite de onde paramos na noite passada, ou seja, que a obra de Deus na salvação é a mesma que a obra de Deus relacionada com o propósito original na criação. Conforme afirmamos ontem, quando a criação dos céus e da terra foi acabada, bem como de todo o seu exército, o propósito completo de Deus estava concluído, e naquele dia Ele Se alegrou. Todavia, devido ao engano de Satanás, este mundo se desviou completamente do propósito criativo de Deus, voltando-se para uma direção oposta. Portanto, a fim de completar Seu propósito, Deus precisa reunir deste mundo um povo que possa encher a Terra, quando esta for renovada, como teria ocorrido se a humanidade nunca tivesse caído e se desviado do propósito divino original. Quando essa obra se completar mediante o poder da palavra da salvação, aí, sim, o propósito original de Deus ao criar este mundo e tudo o que nele há alcançará seu clímax. O Universo estará perfeito. "Então [...] toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, [estarão] dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos" (Ap 5:13). É por essa razão que nosso Salvador, quando esteve nesta Terra, disse: "Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também" (Jo 5:17). A obra de Deus foi concluída quando o sétimo dia se iniciou milênios atrás. Ele então descansou. Contudo, visto que Sua obra nesta Terra, ao criar o homem, foi desfeita, Ele Se pôs a trabalhar novamente na obra da salvação a fim de completar Seu propósito original. Foi por isso que Jesus disse: "Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também". Lerei agora três passagens do Antigo Testamento e três do Novo -- e vocês podem acrescentar quantas quiserem, especialmente a partir do capítulo 40 de Isaías --, todas mostrando que, na obra da salvação, Deus estabelece Sua obra original na criação, bem como a Si mesmo como Criador e Seu poder manifesto na criação, como o fundamento de nossa confiança em Seu poder para efetuar nossa salvação. Vamos ler primeiro Salmo 111:4: "Ele fez memoráveis as Suas maravilhas". Outras versões, traduzindo literalmente o original hebraico, dizem: "Ele fez um memorial para Suas maravilhosas obras". É sobre isso que temos falado. Essa é a primeira parte do verso. A última parte diz: "Benigno e misericordioso é o Senhor". Suas maravilhosas obras, então, representadas no memorial que Ele estabeleceu, estão associadas, neste verso, à Sua bondade, compaixão e misericórdia demonstradas ao homem, que tanto carece delas. Vamos ver agora o capítulo 40 de Isaías. Se vocês seguirem até o final do livro, vocês verão, do começo ao fim, essa relação. Começarei com o primeiro verso, que vocês conhecem: "Consolai, consolai o Meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus." Esta é a mensagem de João Batista. Continuemos a leitura, até o verso 8: "Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse. Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente." E Pedro, citando esse texto nos dois últimos versos do primeiro capítulo de 1 Pedro, diz: "Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada". Ao falar que "a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente", Pedro está citando Isaías. Ele completa: "Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada". Isaías continua e, em outras palavras, fala do evangelho: "Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas- -novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus! Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o Seu braço dominará; eis que o Seu galardão está com Ele, e diante Dele, a Sua recompensa. Como pastor, apascentará o Seu rebanho; entre os Seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam Ele guiará mansamente" (v. 9-11) Isaías está falando aqui do evangelho. Até esse ponto ele está ensinando o evangelho por meio da palavra de Deus. Leiamos o verso 12: "Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão?" Quem fez isso? O mesmo que disse: "Eu apascentarei mansamente, como pastor, os que são Meus". O mesmo cuja palavra fala a nós agora no evangelho e permanece para sempre. Leiamos agora os versos 13-18: "Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como Seu conselheiro, O ensinou? Com quem tomou Ele conselho, para que Lhe desse compreensão? Quem O instruiu na vereda do juízo, e Lhe ensinou sabedoria, e Lhe mostrou o caminho de entendimento? Eis que as nações são consideradas por Ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as nações são perante Ele como coisa que não é nada; Ele as considera menos do que nada, como um vácuo. Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com Ele? Vamos pular e ir para os versos 25 e 26: "A quem, pois, Me comparareis para que Eu lhe seja igual? -- diz o Santo. Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais Ele chama pelo nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar." Em outras palavras, nem uma sai de sua rota. Todas são mantidas no lugar. Quem faz isso? [Congregação: "O poder de Sua palavra"]. Ele sustenta "todas as coisas pela palavra do Seu poder" (Hb 1:3). Deus então nos pede que olhemos para o alto para vermos quem criou estas coisas e "faz sair o Seu exército de estrelas, todas bem contadas". Como Ele faz sair o exército de estrelas? [Congregação: "Bem contadas"]. "Bem contadas". Por que Deus pede isso? Leiamos o verso 27: "Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus?" O mesmo Deus que nos pede que olhemos para cima a fim de vermos quem criou todas estas coisas, Aquele que chama as estrelas pelo nome, sem que uma só venha a faltar, esse mesmo Deus diz: "Ó Jacó, por que você está dizendo que Deus o esqueceu? Por que você está sem coragem? Por que razão Deus teria Se esquecido de você? Ora, Ele não Se esquece de nenhum planeta do Universo. Ele conhece a todos pelo nome. Esqueceria Ele o seu nome? Por que esses dois pensamentos estão juntos no texto? [Voz: "Para nosso conforto"]. Ou seja: o mesmo Deus que criou todas estas coisas é o mesmo que confortou Israel. Aquele que conhece todas estas coisas é o mesmo que dá a cada um de nós nosso novo nome. Versos 28 e 29: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da Terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o Seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor." Quem faz isso? [Congregação: "O Senhor"]. O mesmo que nos pede para olharmos ao alto e vermos quem criou todas estas coisas em seguida diz que tem força para oferecer ao cansado. Ele faz forte ao cansado por meio de Sua palavra. É por isso que Ele diz: "Tenha bom ânimo". Lembram o que Daniel falou quando Deus lhe disse: "Sê forte"? "Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste" (Dn 10:19). Agora o restante do capítulo: "Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam." O poder que mantém os planetas em seu curso e em seus lugares, esse mesmo poder estará com o fraco e o cansado. É por isso que eles podem correr sem se cansarem e caminhar sem se fatigarem. Vocês não percebem, então, que o Senhor estabelece a criação, e Seu poder na criação, como o fundamento de nossa esperança em Sua salvação? Não se trata então de uma única obra? Ainda sobre esse assunto, quero ler outra abençoada passagem muito tocante para cada um de nós. Salmo 147: 3 e 4: Ele "sara os de coração quebrantado e liga-lhes as feridas. Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelos seus nomes" (ARC). Então, Aquele que pode contar o número das estrelas e chamar todas pelo nome é o mesmo que sara os de coração quebrantado e cuida de suas feridas. Está você com o coração quebrantado e o espírito ferido, quase em desespero, pensando que tudo e todos se esqueceram de você? Ora, lembre-se desses versos. O pensamento ligado a eles é o seguinte: Ele não sara apenas os quebrantados de coração e cuida de suas feridas, mas Ele "conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome". Esse Deus não Se esquecerá do seu nome. Este é o Senhor. Este é nosso Salvador. Porém, o fundamento de nossa confiança Nele como Salvador é que Ele criou todas estas coisas, conhece tudo pelo nome e a tudo sustenta pela palavra do Seu poder -- um poder que salva. Vamos ler agora rapidamente os versos do Novo Testamento. Vocês conhecem a passagem bíblica que se encontra em João 1, versos 1-4: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens." Agora o verso 14: "E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade". Assim, Aquele que criou todas as coisas veio pessoalmente a esta Terra "cheio de graça e de verdade". Ele assumiu uma carne semelhante à nossa, e por meio Dele somos participantes de Sua plenitude. Percebem então que o único pensamento que Deus quer que tenhamos sobre a salvação é que Aquele que criou é o mesmo que nos salva; que o poder pelo qual Ele criou é o poder pelo qual Ele salva; e que o meio pelo qual Ele criou -- Sua palavra --, é exatamente o mesmo que Ele usa para salvar. E esta foi Sua palavra: "A vós vos é enviada a palavra desta salvação" (At 13:26, ARC). Efésios 3 fala sobre o evangelho. Vamos começar com o verso 7 e terminar com o verso 12: "Do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do Seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas." Pergunto: O que ele devia pregar? "As insondáveis riquezas de Cristo", e fazer com que os homens vissem qual é o mistério "oculto em Deus, que criou todas as coisas" por meio de Jesus Cristo. O evangelho, portanto, deve, antes de tudo, levar os homens a entender o propósito de Deus ao Ele decidir criar o mundo. Assim, se o evangelho estivesse comprometido com qualquer outra obra, ensino ou poder que não revelassem o propósito original de Deus na criação, este não cumpriria seu objetivo. No entanto, sendo essa a razão do evangelho, percebem o poder que sempre está à nossa disposição? Fica claro que o alvo de Deus no evangelho é tornar conhecido aos homens o Seu propósito original, que caiu no esquecimento, ao Ele criar todas as coisas por meio de Jesus Cristo. Continuando a leitura: "para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor". Mas em outro lugar lemos que Ele estabeleceu esse propósito antes da fundação do mundo. Isso teria que ser assim, já que se trata de um propósito eterno. Então, em Cristo, na salvação deste mundo, de homens e mulheres, e por meio da operação de Cristo nele, Deus está levando a efeito Seu eterno propósito que Ele iniciou no princípio. "Pelo qual (Jesus Cristo) temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé Nele". Vamos ler novamente esse eterno propósito: "Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor". Então, o propósito original da criação, sobre o qual falamos noite passada, esse propósito deve ser cumprido em Cristo. É Ele que tem a missão de levar a efeito esse propósito que foi frustrado. Lá na criação, era Cristo; e agora é Cristo. É Cristo o tempo todo, e é o poder de Deus em Cristo atuando em todo o processo. O poder de Deus que se manifestou no princípio, pela palavra, para o cumprimento de Seu propósito é o mesmo que se manifesta agora para o cumprimento final de Seu propósito. Satanás entrou em cena e desviou o mundo para caminhos tortuosos. O Senhor diz: "Tudo bem, vamos cumprir nosso propósito mesmo que seja nesse caminho". Satanás não podia frustrar o propósito divino. Ele colocou o mundo, por assim dizer, numa estrada secundária, e nela a humanidade permanece. Contudo, Deus fará com que Seu eterno propósito se cumpra nessa realidade, de forma que o Universo ficará admirado. Além disso, Satanás será destruído. Deus cumprirá essa obra. Colossenses 1 trata do mesmo assunto, começando com o verso 9. Vou ler rapidamente do verso 9 até o verso 17: "Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da Sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. A criação, a salvação, a bênção de Deus, Sua graça, a libertação do poder das trevas, tudo se resume a uma única história: o poder criativo de Deus, e de Deus em Jesus Cristo. O primeiro capítulo de Hebreus fala sobre o tema do começo ao fim. Na verdade, o assunto está em toda a Bíblia. Quero concluir esse ponto dizendo que não preciso falar mais sobre o conceito de que salvação é criação, e que esta carrega em si um sinal que revela o poder criativo manifestado em Jesus Cristo. E a única maneira pela qual esse poder se manifesta é por meio de Jesus Cristo. A única maneira pela qual podemos conhecer Deus é Nele. Então, Deus estabeleceu aquele sinal para revelar o poder criativo de Deus em Jesus Cristo, quer esse poder criativo se manifeste na criação original, quer na obra de salvação, cujo propósito é levar a efeito o propósito original na criação. Trata-se do mesmo poder, do mesmo propósito, executado pela mesma Pessoa, da mesma forma, com os mesmos recursos e mediante o mesmo sinal relevante e atuante, que expressa tudo em todos. Agora, se outro sinal é estabelecido para expressar a obra da salvação, um sinal diferente daquele que Deus estabeleceu, será que esse sinal revelará o poder de Deus e a salvação que esperamos? [Congregação: "Não"]. Pense cuidadosamente nisso. Deus estabeleceu um sinal para expressar Seu poder que atua em toda parte e de toda a forma, em Cristo Jesus. Se você, ou quem quer que se seja, estabelecer outro sinal, este não representará o poder de Deus, pois se trata de outro sinal que Deus não instituiu. Se alguém decide estabelecer algum sinal, isso não é obra de Deus. Portanto, é impossível expressar o poder de Deus por outro meio ou sinal. Isso é impossível. Não concordam? [Congregação: "Sim"]. Além disso, se alguém encontrar na história qualquer outra instituição estabelecida para representar a salvação, essa significaria salvação por meio de um poder que não é o poder de Deus em Jesus Cristo. Essa é a verdade. Bem, a história apresenta algum esforço pretensioso, por parte de algum outro poder, no sentido de salvar as pessoas sem levar em conta Jesus Cristo? [Congregação: "Sim"]. Não surgiu no mundo um poder chamado anticristo? [Congregação: "Sim"]. "Anti" significa contra ou oposto a Cristo. Esse poder se propõe, de fato, a salvar as pessoas, não é mesmo? [Congregação: "Sim']. Antes de tudo, vamos ler a descrição de sua obra: "o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus" (2Ts 2:4). Daniel 8:25 diz também: "Levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas". Ou seja: ele "se levantará para dominar e mostrar seu poder "contra" ou "em oposição" ao Príncipe dos príncipes". Quem é o Príncipe dos príncipes? [Congregação: "Cristo"]. Ele se levanta contra Ele. Ele reinará. Ele exercerá poder, manifestará poder em oposição a Cristo. Atentem para o verso 11: "Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército". A margem [da KJV] diz: "Engrandeceu-se contra o Príncipe do exército dos Céus", pois o verso anterior mostra que se trata do exército dos Céus. Conforme diz Paulo, ele "se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto". Esse poder se engrandeceu, se levantou, se exaltou contra o Príncipe do exército. Que poder é esse? [Congregação: "o papado"]. Esse poder é o papado, a igreja, a Igreja Católica, a Igreja de Roma. Não é uma doutrina dessa igreja que não há salvação em nenhum outro lugar? [Congregação: "Sim"]. Ou seja, que essa igreja é o único meio de salvação? Esse não é um ponto bem estabelecido? [Congregação: "Sim']. Além disso, essa igreja, esse poder que se opõe a Cristo, que se exalta e se coloca como meio de salvação, tal poder se posiciona contra Cristo. E essa igreja afirma não haver outro meio de salvação. Assim, não fica claro que se ela tiver algum sinal para representar seu poder de salvar, necessário se faz que seja outro além do sábado? Isso é ponto pacífico. Outro pensamento sobre esse assunto. Visto que deve ser outro sinal em vez do sábado, que é o sinal do poder de Deus em Jesus Cristo na salvação, então, qualquer outro poder que estabeleça um sinal para mostrar e representar seu poder para salvação teria que instituir um sábado rival, não é verdade? Teria que ser isso mesmo. Não há lugar para outro tipo de instituição. Se fosse um sinal de natureza diferente, o sinal que Deus estabeleceu permaneceria único e distinto no mundo, prevalecendo-se sobre o outro e destruindo toda rivalidade. Portanto, para que a rivalidade seja completa e o seu poder em oposição a Cristo fique evidente, o homem do pecado precisa ter um sinal de seu poder para salvação; e tal sinal, inevitavelmente, precisa ser um rival do sinal que constitui o sinal da salvação em Cristo. Não poder ser diferente. E a igreja de Roma não reivindica qualquer outra coisa. A única reivindicação que ela faz é que o domingo estabelecido por ela é o sinal do poder da igreja para conduzir pessoas sob o pecado no caminho da salvação. Isso está bem definido. Este é o alvo do domingo. Tudo relacionado a esse dia teve esse propósito desde o início; e a igreja foi bem-sucedida nisso. Quando o domingo foi estabelecido e imposto sobre as pessoas pelo poder do governo terrestre, esse ato solidificou o papado conforme ele existe no mundo. Quando isso aconteceu, o domingo foi colocado no lugar do sábado do Senhor com um propósito claro e definido. Vejamos o registro histórico sobre o fato. A afirmação sobre o propósito da ação vem da pena de um dos homens responsáveis pela obra. Na página 313 de "As Duas Repúblicas", lemos o seguinte: "Todas as coisas que deviam ser feitas no sábado, estas nós transferimos para o dia do Senhor" (Eusébio). Havia, então, uma lei vigente obrigando a observância do domingo, e com que propósito? Temos a reposta em "As Duas Repúblicas", página 315: "Nosso imperador, sempre amado por Ele, cuja fonte de autoridade imperial procede do alto, e forte no poder de seu sagrado título, tem controlado o império do mundo por um longo período de anos. O Mantenedor do universo comanda os céus e a terra e o reino celestial de acordo com a vontade de Seu Pai. Da mesma forma, nosso imperador, a quem Ele ama, ao conduzir aqueles sobre os quais domina na Terra para a Palavra e o Salvador unigênito, os torna súditos dignos de Seu reino" (Eusébio). Assim, o propósito era salvar as pessoas por esse meio; e o domingo, nessa ocasião, foi estabelecido como o sinal do poder que estava realizando essa obra. E isso no lugar do sábado do Senhor, que expressa o poder de Deus para salvar. Continuo a leitura na página 316: "Ele ordenou, também, que um dia fosse considerado como ocasião especial de culto religioso" (idem). Leio ainda: "Quem mais ordenou que as nações que habitam os continentes e ilhas desse imenso globo se reúnam semanalmente no dia do Senhor e o observem como um festival, não visando à indulgência do corpo, mas ao conforto e revigoramento da alma por meio da instrução na verdade divina?" (Eusébio). Este foi o único objetivo por que o domingo foi estabelecido: tomar o lugar de Deus e do sábado do Senhor. É apropriado que tal ocorresse, pois vimos que, se existe um poder concorrente para salvar o homem, este deve ser outro sinal, no lugar do de Deus, para representar seu poder -- um sinal que lhe seja próprio. Foi assim que o papado se firmou. Foi isso que estabeleceu o governo da igreja e tornou a igreja o canal de salvação mediante o poder terrestre absoluto e o uso da força para exigir das pessoas fidelidade. Já comentamos aqui sobre as doutrinas da igreja de Roma relacionadas com o modo como as pessoas devem ser salvas. Está tudo centralizado no eu. É unicamente o poder do eu que pode salvar. Essa não é a salvação de Cristo. As doutrinas de Roma enfatizam que uma pessoa deve se mostrar digna, boa o suficiente. O Senhor a aceita, então, e faz um acordo natural com ela: "Se você fizer dessa e daquela forma, serei bom com você". Isso está naquele livro que mostrei. Não temos tempo para ler novamente nesta noite. A doutrina de Roma afirma que o homem deve proceder assim; mas não há poder nele para fazer isso. Mas o argumento é este: se a pessoa conseguir, ela ganha tudo. Esta não é a salvação de Cristo. Esta não é a salvação de Deus. O assunto vai mais longe: as professas igrejas protestantes dos Estados Unidos tomaram agora o mesmo curso, exaltaram também o domingo, o dia que estabeleceram neste governo, à semelhança do que a Igreja Católica fez no império romano, e com o mesmo propósito. Além disso, essas professas igrejas protestantes sabem que não há nenhum mandamento que lhes dê respaldo. Elas afirmam isso. Elas afirmam que a prática teve início com a igreja primitiva. Não importa o quanto elas recuem no tempo para encontrar essa prática na igreja primitiva. Pode ser uma instituição eclesiástica, uma ordenança da igreja imposta, é tudo a mesma coisa. É uma obra malévola. Pois qualquer igreja que ousa tentar fazer isso, torna-se, devido à natureza da tentativa, uma igreja apóstata. Se quiserem recuar até o tempo dos apóstolos, o resultado é o mesmo, pois a igreja que fizer isso torna-se, inevitavelmente, uma igreja apóstata, ao tentar salvar a si mesma e a outros sem o poder de Deus. Portanto, não importa qual a igreja que tenha feito isso, esta, em essência, é uma igreja caída, pois a missão da igreja no mundo não é controlar as pessoas. A missão da igreja no mundo é obedecer a Deus, e não controlar as pessoas. Qualquer igreja, portanto, que se acha no direito de exercer controle sobre as pessoas se torna, ao assim proceder, uma igreja apóstata. A igreja que obedece a Deus, esta, sim, é a igreja de Deus. É Deus quem exerce o controle. O poder pertence a Ele. A autoridade pertence a Ele. Ele usou a igreja de maneira que, por meio dela, Ele possa refletir Seu poder e Sua glória sobre os homens. A igreja, contudo, nenhum direito tem de exercer controle sobre quem quer que seja. Cabe a ela, também, obedecer unicamente a Deus. Vou explicar o assunto agora de outra forma, ou de modo mais direto. O papel da igreja não é exercer controle sobre ninguém; e não é seu papel tampouco obedecer a quem quer que seja, mas somente a Deus. Vamos examinar isso com mais profundidade. A igreja como um todo -- o catolicismo ou o protestantismo apóstata -- já se colocou no lugar de Cristo, pois qualquer igreja que exalta a si mesma e faz de si mesma o caminho da salvação, por esse ato se torna uma igreja apóstata e se coloca no lugar de Jesus Cristo, que é o Salvador. Percebem? Nenhuma igreja, portanto, pode se exaltar a ponto de se tornar um salvador dos homens. Ela pode exaltar Cristo como o Salvador dos homens, e Jesus Cristo, nela, como o salvador dos homens, mas não a ela própria; pois é a mesma coisa com a igreja e o indivíduo. Eu tenho a justiça de Cristo; tenho a presença de Jesus habitando em mim. O cristão individual diz assim, mas este não pode dizer: "Eu sou o Salvador". O cristão individual não pode dizer: "Eu sou a justiça, eu sou bom e tenho bondade para conceder aos outros a fim de que sejam salvos. Não. Isto é o que o cristão pode dizer: "Eu tenho a justiça de Cristo; Cristo habita em mim e transmite em mim, e através de mim, Seu bendito propósito de alcançar outros e salvá-los. Mas Ele é o Salvador; Ele é a justiça; Ele é o poder; Ele é tudo em todos. O mesmo que ocorre com o indivíduo ocorre também com o grupo de indivíduos. Da mesma forma que Cristo habita no indivíduo, Ele habita também no grupo de indivíduos, num sentido adicional comparado com Sua habitação no indivíduo. Se há alguma diferença, a justiça de Cristo no grupo de indivíduos constitui apenas o conceito da justiça de Cristo em maior medida sobre o grupo de indivíduos, que é a igreja. Da mesma forma que Cristo no indivíduo opera por meio do indivíduo para salvar, Cristo, na igreja, opera por meio da igreja como um todo para salvar. Contudo, se a igreja se orgulhar e imaginar que ela está acima de tudo e começar a dar crédito a si mesma por sua glória e poder para salvar, ela, nesse momento, coloca-se no lugar de Cristo como o Salvador. A mesma exaltação própria na igreja existe no indivíduo. Na verdade, foi a exaltação própria nos indivíduos que fez com que a igreja exaltasse a si mesma e caísse em apostasia. Temos então diante de nós a igreja assumindo o papel de meio de salvação, o papel, de fato, do Salvador, tendo a pretensão de ser o único canal de salvação, cabendo a todos serem salvos da maneira que ela estabelecer. E foi dessa forma que ela se exaltou contra Deus e contra o Príncipe do exército, contra Jesus Cristo, e instituiu o sinal de seu poder para salvar, em oposição ao sinal que Deus estabeleceu. E, como vimos, isso foi feito com o expresso propósito de colocar seu sinal no lugar do sábado do Senhor. E a segunda igreja apóstata -- a que se estabeleceu neste país -- fez a mesma coisa. Ela colocou, por meio de uma lei explícita do governo dos Estados Unidos e uma ação do Congresso, a instituição do domingo, o sinal do poder da Igreja de Roma para salvar homens e mulheres; sim, as professas igrejas protestantes colocaram, nesta nação, mediante uma lei explícita do Congresso, o domingo no lugar do sábado do Senhor. Assim, tanto a mãe quanto as filhas tiraram o sábado do Senhor do caminho e colocaram no lugar o sinal de salvação da Igreja Católica. Vejamos agora o que tudo isso significa. Qual é o significado do sábado, conforme estudamos? De acordo com nossa cuidadosa investigação, vimos que o sábado é o sinal do que Jesus Cristo representa para o crente; o sinal do que Deus, em Jesus Cristo, significa para o ser humano; que ele tem em si a presença, a bênção, o espírito, o refrigério, a presença de Cristo que torna santo e a presença de Deus que santifica. Ele tem em si a presença de Jesus Cristo; e o homem que o guarda pela fé em Jesus tem a presença de Jesus. E a cada sábado que chega, o crente é alvo da presença adicional de Jesus. Então, quando essa igreja apóstata descartou o sábado, colocando seu próprio sinal no lugar, será que foi somente o dia que foi descartado? [Voz: "Ela descartou Cristo também"]. Não concordam que Jesus Cristo foi tirado da mente e da vida das pessoas? Quando as filhas apóstatas fizeram a mesma coisa em nosso país, diante de nossos olhos, será que elas, ao fazerem isso, não tiraram a presença e o poder de Cristo, afastando, assim, o conhecimento Dele da mente e da vida das pessoas? [Congregação: "Sim"]. Parece-me que temos aqui um ponto que merece nossa consideração. Eu me pergunto por que não houve, nas eras passadas, o progresso na experiência cristã que Cristo sempre desejou para Seu professo povo. O que Deus pôs na vida do homem quando foi criado, mesmo quando ainda era fiel e sem pecado, a fim de que progredisse continuamente no conhecimento de Deus e de Seu caráter? O que Ele estabeleceu no início? Vou perguntar novamente. Quando Deus criou o homem no princípio, deu-lhe vida nesta Terra, houve alguma coisa que Deus estabeleceu no Éden e uniu ao ser humano para que este, em sua experiência pessoal, fosse conduzido a um progresso eterno no conhecimento de Deus? [Voz: "O sábado"]. Não lemos sobre isso várias vezes na noite passada? Não é um fato que Deus pôs a Si mesmo, Seu nome, Sua presença vivificante e Seu poder santificador no dia de sábado, e o deu ao homem, embora já estivesse abençoado, embora já estivesse revestido de glória? Não era a intenção de Deus que o ser humano, já abençoado, quando adentrasse o bendito dia, recebesse bênção adicional? Não é assim? [Congregação: "Sim"]. Não é um fato, portanto, que Deus colocou no mundo algo que, se observado e guardado da forma como Deus escolheu e idealizou, há de preservar o homem e conduzi-lo avante num canal de crescimento e progresso no conhecimento da pessoa de Jesus Cristo? De que estou falando? [Congregação: "Do sábado"]. O sábado continuou desde que o homem caiu. Pergunto então: quando a Igreja de Roma eliminou o sábado da mente das pessoas -- o próprio meio que os levaria a lembrar constantemente de Cristo e a reconhecer Seu poder convertedor -- será que ficou algo que pudesse conduzi-los na obra santificadora de Cristo? Vocês podem perceber, então, a razão por que toda igreja que se iniciou no conhecimento de Deus, na pregação da salvação pela fé, da justiça pela fé, acabou num estado de paralização; e assim foi necessário que outra igreja surgisse e pregasse a justificação pela fé, a salvação pela fé, chegando, porém, à mesma paralização. Surge então outra, repetindo a mesma história e chegando à mesma paralização. Finalmente Deus levanta uma igreja tendo o evangelho eterno para pregar novamente -- uma igreja que tem o sinal que traz a presença vivificante de Jesus Cristo às pessoas, numa obra progressiva até sua conclusão. Esta é a igreja que tem o sábado do Senhor; e essa igreja que tem o sábado do Senhor está diante da obra completa da salvação de Cristo. Quem pode medir, senão a mente de Deus, o grau de iniquidade e malefício praticado contra o mundo por meio desse terrível ato cometido pela igreja apóstata? Somente a mente de Deus pode compreender o dano e perda sofridos pelo mundo por meio dessa ação. Bem, o efeito disso foi a eliminação da presença de Cristo, bem como a eliminação do Seu conhecimento da experiência religiosa de homens e mulheres, e colocou-se outra pessoa, um poder humano, um poder satânico, o eu no lugar de Deus e de Cristo, que a Si mesmo Se esvaziou para que Deus Se manifestasse. Agora gostaria de ler sobre um paralelo histórico muito apropriado e perfeito para nossas considerações. Vamos começar falando da humanidade como um todo. Esta, mesmo sem uma igreja, está sujeita a Deus. Algum ser humano pode existir sem Ele? [Congregação: "Não"]. Se algum homem, por escolha própria, decidisse ser independente de Deus, será que ele poderia existir? [Congregação: "Não"]. Qual era a intenção de Satanás no início? Não era se tornar independente de Deus, autoexistente? Se ele tivesse alcançado seu objetivo, o que teria acontecido? [Voz: "Sua destruição"]. Sem dúvida, pois ele não tinha como viver separado Daquele que o criou; mas, em sua ambição desvairada, em seu egoísmo que dominava todo o seu ser, ele imaginou que poderia viver sem o Deus que o criara. Não é isso o que ocorreu nessa autoexaltação que se colocou no lugar de Deus? Bem, quer seja o homem individualmente, ou um grupo de cristãos professos organizados em uma igreja, todos são dependentes de Deus, e de Deus em Jesus Cristo; e todos estão sujeitos à lei de Deus. A lei de Deus é a lei suprema. A lei de Deus representa o governo de todo o Universo de Deus, e todos sobre a Terra estão sujeitos a essa lei. Vejam agora o paralelo: Cerca de 260 anos atrás, a Irlanda tinha governo próprio, o que ela está procurando recuperar no momento. Ela tinha parlamento próprio, que controlava seus negócios internos. No entanto, ela estava sujeita ao governo supremo da Inglaterra. Lerei agora um trecho que se encontra no volume cinco da "Macaulay's History of England" [História da Inglaterra de Macaulay], página 301 desta edição em particular, capítulo 23. Se vocês tiverem acesso a outras edições, o capítulo é esse. Observem bem: "Os lordes e os comuns irlandeses haviam ousado não somente promulgar novamente um decreto inglês, aprovado com o objetivo expresso de mantê-los em sujeição, mas fazê-lo com alterações. Tais alterações eram, de fato, pequenas; mas qualquer alteração feita, mesmo de uma única letra, correspondia a uma declaração de independência." Pergunto: A lei de Deus foi promulgada para colocar em sujeição a igreja e os homens? [Congregação: "Sim"]. A igreja apóstata atreveu-se a alterar essa lei? [Congregação: "Sim"]. Qualquer alteração nessa lei, mesmo de uma única letra, significaria o quê? [Voz: "Uma declaração de independência"]. Mas a alteração feita foi mais que uma simples letra. Na verdade, houve a mudança de todo um pensamento, de uma ideia. Houve uma mudança do próprio mandamento que, acima de qualquer outro mandamento da lei, revela a presença de Deus. Esse mandamento foi eliminado. O que ela fez então? [Congregação: "Ela se impôs sobre a lei"]. Ela declarou sua independência de Deus e a proclamou ao mundo. As igrejas protestantes -- professamente protestantes, pois não são mais protestantes --, as igrejas protestantes professas conduziram o Congresso dos Estados Unidos a uma situação idêntica. Elas levaram o Congresso dos Estados Unidos da América a promulgar novamente o quarto mandamento, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Este foi citado literalmente e inserido no código civil do legislativo. O governador Pattison, outro dia, na Pensilvânia, falando na Assembleia Legislativa desse Estado, e argumentando em favor de leis dominicais que já se encontram nos códigos civis, afirmou que essa lei é apenas parte do sistema de leis divinas "promulgada novamente" nos estatutos da Pensilvânia. Ele diz que a lei de Deus está sendo "promulgada novamente". Mas será que repromulgaram a lei de Deus tal qual é? [Congregação: "Não"]. Repromulgar a lei de Deus e impô-la com força de lei os colocaria em igualdade com Deus; mas eles a promulgaram novamente com alterações, o que os coloca acima de Deus. Dessa forma, as igrejas desta nação proclamaram sua independência de Deus por meio do ato de repromulgar a própria lei de Deus e de fazer alterações deliberadas nela durante o processo legislativo em que isso ocorreu. Permitam-me ler outro trecho da "História da Inglaterra" de Macaulay, na mesma página da citação anterior: "A colônia na Irlanda era, portanto, definidamente um território dependente -- dependente não simplesmente pelo direito comum do reino, mas em sua própria essência. Era absurdo reivindicar independência para uma comunidade que, se deixasse de ser dependente, deixaria de existir." Existiria um paralelo mais completo do que esse episódio da história da Irlanda para ilustrar o princípio que estamos discutindo relacionado com governo e leis governamentais, e que foi registrado para nossa instrução? Mais um pensamento. O próprio Jesus Cristo veio a este mundo, não veio? [Congregação: "Sim"]. Ele mesmo fez o sábado, certo? [Congregação: "Sim"]. Ele mesmo era o Senhor do sábado, não era? [Congregação: "Sim"]. Ele conhecia, e somente Ele, o verdadeiro conceito do sábado, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Todavia, Ele praticou ações no sábado, mostrando a verdadeira natureza do sábado, que não estava em harmonia com os conceitos dos sacerdotes, fariseus e políticos da época, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. E isso incitou ódio da parte deles contra Jesus. O que realmente despertou o ódio deles contra Jesus foi, acima de tudo, o fato de Cristo não dar atenção a seus conceitos sobre o sábado. Não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. E esse ódio os levou a eliminar Cristo deste mundo -- um ódio gerado, mais do que qualquer outra coisa, pelas diferenças de opinião sobre o verdadeiro sentido do sábado. Isso os levou a pôr um fim em Cristo. No quarto século, houve outra igreja apóstata que discordava do conceito divino sobre o sábado; e ela tirou o sábado, e junto com ele Cristo, da mente deles e do mundo tanto quanto podiam. A primeira igreja eliminou Jesus do mundo, mas Ele retornou. Eles O eliminaram dentro dos limites de poder que possuíam. Nada mais do que isso. Temos diante de nós outra igreja apóstata, uma terceira, que segue o exemplo das outras duas apóstatas anteriores. Esta tirou a Cristo em Seu sábado do mundo porque suas ideias sobre esse dia não estão em harmonia com as Dele -- e eles não estão dispostos a se submeter ao que Ele pensa sobre o assunto. Isso é um fato, e vocês sabem disso. Para que a igreja apóstata original pudesse cumprir seu propósito de eliminar Cristo do mundo, mantendo, assim, seus conceitos sobre o significado do sábado, ela se uniu a um poder terrestre. Uniram-se a César e deram as costas para Deus. Foi isso que fizeram. Na segunda apostasia da igreja, a fim de cumprir seu propósito de eliminar Cristo em Seu sábado do mundo, esta uniu-se a César no intuito de cumprir igualmente seu propósito. Na terceira apostasia, a fim de levarem avante o conceito deles sobre o sábado em oposição ao que Cristo pensa sobre o sábado, eles precisavam tirar a Cristo em Seu sábado do caminho. Para cumprir tal desígnio, precisaram se unir novamente aos poderes da Terra -- novamente a César -- como as outras igrejas fizeram no passado. Na primeira apostasia, quando se uniram a César a fim de se livrarem de Jesus e manterem suas ideias sobre a natureza do sábado, contrárias às de Cristo, foi uma minoria que exerceu o controle. Tudo foi feito por uma minoria muito pequena, tão pequena que os líderes do movimento não ousaram permitir que as pessoas ficassem a par do que estava ocorrendo, com receio de que elas resgatassem completamente Jesus de suas mãos. Essa minoria, embora pequena, era composta e conduzida, quase em sua totalidade, por líderes da igreja. Esses líderes da igreja, por meio de ameaças, incitaram os representantes da autoridade de César a ceder a suas ideias e fazer o que queriam. E vocês sabem que foram bem-sucedidos nisso. Isso está registrado, e sabemos que isso causou a completa ruína da nação, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Portanto, não concordam que uma minoria muito pequena, liderada por uma minoria de dirigentes eclesiásticos, em posição de destaque, pode tomar um curso que levará a nação da qual fazem parte à ruína? [Congregação: "Sim"]. Quando chegamos à segunda apostasia, fizeram a mesma coisa novamente e venderam sua influência ao poder secular, conquistando, assim, poder governamental para realizarem seu propósito de tirar Cristo em Seu sábado do caminho, mantendo, dessa forma, seus conceitos sobre o sábado em oposição aos de Cristo. Isso foi realizado pela minoria, por líderes proeminentes da igreja; na verdade, alguns apenas. Qual foi o resultado dessa conspiração sobre Roma? Sua ruína total. Assim, é possível que uma minoria, embora muito pequena e insignificante, se comparada com a população em geral, dirigida por alguns prelados da igreja; sim, é possível que esses poucos criem uma série de eventos que podem levar o governo a um curso de ação que provará ser sua completa ruína. Isso ficou demonstrado duas vezes na história. Nesta nação, ano passado, diante de nossos olhos, uma minoria de pessoas deste país, liderada por uma pequena minoria de líderes eclesiásticos, levaram, de fato, por meio de ameaças, os políticos a entregar o poder governamental às mãos dos religiosos, para que cumprissem o propósito de manter suas ideias sobre o sábado, em oposição às que Cristo tem sobre esse dia. A história já mostrou duas vezes que uma ação dessa natureza levou à ruína a nação em que o ato foi praticado. Será que essa dupla demonstração tem algum significado para o terceiro caso? [Congregação: "Sim"]. A lição ensinada nos dois primeiros exemplos será sentida no terceiro. O significado é este: ruína. O resultado não pode ser outra coisa senão ruína. Eles mesmos não podem impedir isso. Não tem como evitar. Eles colocaram em andamento um comboio de circunstâncias que nada no Universo pode deter. Isso é definitivo. Esse Congresso está quase terminado. É muito provável, levando em conta toda a situação, que ele chegará ao fim sem que haja discussões adicionais sobre essa questão. Se o próximo Congresso revogar a ação completamente, isso não afetaria a situação e seus resultados. O gatilho foi acionado, e a questão prosseguirá apesar de qualquer coisa que possam fazer. Vocês e eu não precisamos ficar surpresos se houver idas e vindas nessa questão. É possível que o assunto não seja revogado pelo próximo Congresso, mas pode ser em outro momento. Se houver algum tipo de revogação, que cada guardador do sábado se erga com todo vigor que o Espírito de Deus lhe der e ROMPA TODO LAÇO COM TUDO O QUE É TERRENO, e se ponha a trabalhar na causa de Deus; pois uma coisa é certa: em pouco tempo a maré vai subir novamente e levar todos à ruína. Não precisamos ficar surpresos com possíveis retrocessos e o significado deles. Contudo, aqueles que não são experientes na causa de Deus terá uma compreensão errônea dos eventos, e lhes dirão: "Nós lhes falamos o tempo todo que vocês estavam exagerando a situação. Não havia nada com que se preocupar". E assim eles vão se acomodar. Mas quando a maré subir novamente, eles sofrerão a ruína. Não permitam que a mente e o coração de vocês sejam enganados por qualquer coisa desse tipo, mesmo que ocorra duas vezes. Podem crer no que está sendo dito aqui. Estudem o assunto como uma questão de vida ou morte. Tenham em mente que aquilo que foi feito agora significa, em si mesmo, o mesmo que ocorreu nos dois casos anteriores -- significa ruína, embora possam revogar a questão uma ou duas vezes. A maré já está em movimento, e o resultado virá, apesar de qualquer coisa que o mundo possa fazer. Então, não importa o que alguém possa lhes dizer, digam que vocês estão bem informados sobre a situação. Não importa se o Congresso revogar a decisão. Afirmem que vocês têm razões muito seguras de que os acontecimentos estão mais próximos do que nunca, e coloquem todo o seu ser nessa causa. Se alguém rir de vocês, Deus prometeu que chegará o dia que vocês rirão e eles prantearão. Estamos lidando com coisa perigosa. Bem, eu lhes apresentei algumas das questões. Chamaremos a atenção de vocês para outros pontos em outro momento. O que precisa ser enfatizado é que a decisão quanto ao dia correto de descanso -- o sábado do sétimo dia, o sábado do Senhor, ou o domingo -- tem sérias implicações. As consequências são mais graves do que jamais se imaginou. Só quem penetra pessoalmente nos conselhos de Deus está em condições de avaliar. Vamos revisar e explorar mais o tema. Vimos que o sábado é o sinal do poder de Deus em Jesus Cristo, operando a salvação do homem. Vimos que o sábado, por sua própria natureza, é o meio de trazer, como nada mais o faz, a presença de Jesus Cristo à experiência diária de uma pessoa, e firma essa presença ali. Isso é um fato. Se você ainda não vivenciou isso em sua própria experiência, creia e você há de constatar em sua vida que isso é uma realidade. Todos poderão saber quem crerá. Bem, vimos que, nessa questão, houve a tentativa de desviar o ser humano do conhecimento do Senhor. Já demonstramos isso. Vale dizer que sobre essa questão -- se o sétimo dia é o sábado do Senhor ou não -- repousa a salvação do homem. Isso é indiscutível. A salvação ou destruição das pessoas repousam, no momento presente, sobre esse ponto. Há exemplos do que estou falando. Vamos ler a respeito, e com esse pensamento encerrarei o assunto por hoje. Atos 25:19, 20: "Traziam contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afirmava estar vivo. Estando eu perplexo quanto ao modo de investigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ser ali julgado a respeito disso." Na perspectiva de Festo, o fato de um homem estar vivo ou morto não lhe parecia razão para todo aquele alvoroço. Mas nesse ponto toda a nação judaica estava agitada contra um de seus compatriotas. Festo não via nada de extraordinário nisso. Mas você e eu sabemos que a salvação e a perdição de todo o mundo dependiam do fato de Jesus estar morto ou vivo. Sabemos disso. A mesma pergunta se faz hoje: "Qual é a razão de toda essa agitação sobre qual é o dia de repouso a ser guardado, o sábado ou o domingo? Afinal de contas, é só uma questão de dia. Qual a necessidade de criar uma nova seita -- uma nova denominação -- e fazer todo esse alvoroço? Por que tanta agitação sobre qual dia deve ser guardado, o domingo, o sábado ou qualquer outro dia? Que importa se descansamos em um dia ou noutro? Não vamos nos preocupar se esse dia é o sábado ou não". Hoje, a salvação ou a destruição de pessoas, do ponto de vista individual ou coletivo, dependem de qual decisão tomarão sobre esse ponto. Isso é indiscutível. A salvação dos homens hoje depende da definição se o dia de descanso é o sábado do Senhor ou não, da mesma forma que dependeu do fato de Jesus estar vivo ou morto na época de Paulo. Aquelas pessoas, movidas pela inveja contra Cristo e pela determinação de manter suas próprias ideias em oposição às de Deus, O eliminaram do mundo e levantaram, então, uma controvérsia se Ele estava morto ou vivo. Igualmente, nos dias de hoje, as pessoas eliminarão o sábado do mundo e levantarão, então, uma polêmica se este é o dia de descanso ou não. Eles sabem muito bem que o sábado é esse dia; porém, como os judeus no passado, eles conservarão suas ideias sobre o dia de descanso em oposição às de Deus, embora lhes tenha dito que Ele é o Senhor do sábado. Da mesma forma que a salvação naquela época dependia de aceitarem se Jesus estava morto ou vivo, hoje ela depende da definição quanto ao dia de descanso. Podemos afirmar com ousadia que a salvação do ser humano depende, de fato, da guarda do sábado do Senhor, pois a guarda do sábado do Senhor tem a presença de Jesus Cristo, Sua vida; e os homens não podem ser salvos sem isso. Repito: podemos afirmar corajosamente que a salvação de uma pessoa depende de sua observância do sábado do Senhor tal como é em Jesus Cristo. Cristo e o sábado se identificam: Jesus Cristo aponta para o sábado; e o sábado aponta para Jesus Cristo. Nos dias atuais, quando as pessoas tiverem a luz sobre essa questão, quando a mensagem do evangelho eterno for pregada ao mundo, quando a mensagem do terceiro anjo lhes for apresentada, centralizada em Cristo, Aquele que é tudo e tudo em todos; quando isso acontecer, aqueles que rejeitarem o sábado do Senhor estarão também voltando as costas para Cristo -- e eles mesmos sabem que não há salvação com tal procedimento. Mas não afirmamos em nosso estudo anterior que nada mais temos a pregar aos homens neste mundo senão a Jesus Cristo, e Ele somente? Somente isso mesmo. Não vimos também que teremos que fazer nossa obra sem a garantia de qualquer apoio ou influência terrestre, de qualquer proteção dos poderes humanos, renunciando a posses mundanas e com o risco da própria vida? Esta é a mensagem a ser levada ao mundo. Cristo é a mensagem a ser dada ao mundo. Cristo conforme Ele Se revela no sábado do Senhor, nesse dia que é um "sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus"; e Meu nome é "EU SOU O QUE SOU". Capítulo 22 Sermão 22 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 7 de março de 1893, p. 493-500. "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti" (Is 60:1, 2). Uma semana atrás concluímos nosso estudo com esse texto. E vocês se lembram de que alguém perguntou, quando terminamos de ler essa passagem, que era objeto de nosso estudo, se já não havíamos chegado a esse tempo. A pergunta foi: "Será que não chegamos ao tempo em que este texto que estamos lendo deve se cumprir: 'Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti'"? No domingo seguinte recebemos esta mensagem, que foi lida nesta assembleia: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti" (Is 60:1, 2). Nós já havíamos chegado a esse ponto depois de uma série de estudos; e, de fato, nós nos encontramos nesse momento. Todo aquele que reivindicar essa luz e essa glória pela fé pode tê-la. [Congregação: "Amém"]. Quem não fizer assim, não pode alcançá-la. Vou ler um trecho da mensagem que o irmão Prescott apresentou outra noite, na página 444 do Bulletin. Trata-se de uma mensagem de advertência e instrução que merece ser repetida: "É muito fácil termos ideias equivocadas sobre essas coisas, a ponto de nós mesmos sermos enganados sobre o assunto. Fiquei preocupado com o fato de que alguns poderiam ter um conceito errôneo sobre o que queremos dizer quando falamos que devemos ir no poder do Espírito, e que devemos ter poder ao sairmos." Eu penso como ele, e isso tem acontecido. Mas tivemos o cuidado de alertar repetidas vezes no início desta assembleia que ninguém deveria definir uma teoria ou elaborar um conceito sobre como a promessa de Deus deveria se cumprir. Digo isso porque é muito provável que a promessa se cumprirá de forma totalmente contrária à que havíamos imaginado. Isso mesmo: a maneira que definimos pode ser justamente a que Deus de forma alguma usaria. É bem possível mesmo que não venha do modo como pensamos. "No meu entendimento, isso não significa que viemos aqui para sermos conscientemente carregados de poder, de modo que, ao sairmos daqui, tenhamos um sentimento de algum poder consciente dentro de nós mesmos, um poder que nos foi concedido, que possuímos, que podemos levar conosco, que podemos controlar, por assim dizer, medi-lo, observá-lo, e, quando precisarmos, lançar mão dele e usá-lo." Não posso lhes garantir que ninguém neste recinto nunca pensou dessa forma. Eu fiquei muito satisfeito uma manhã, durante a reunião de ministros -- os que estiveram lá vão se lembrar do que estou falando --, quando um irmão se levantou e deu seu testemunho sobre a manifestação da bênção e da presença de Deus durante as reuniões desta assembleia. Ele havia feito uma longa lista dessas bênçãos no papel. Se todos aqui estivessem registrando os sinais do favor especial de Deus nestas reuniões, em vez de ficar esperando por algo que nunca verão, a percepção de vocês estaria imensamente mais aguçada do que está agora. O que quero dizer é que não nos cabe ter ideias fixas sobre o modo específico como o Senhor deve agir, e, dessa forma, ficarmos esperando por algo que nunca virá. "'É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra. Portanto, ide [...]; e eis que Eu estou convosco todos os dias'. O poder está em Cristo, não em nós, e ter o poder significa ter a presença pessoal de Cristo em nós." E quando temos a presença pessoal de Cristo em nós e conosco, o poder, portanto, vem de Cristo e não de nós. Atentem para este pensamento: Os apóstolos nem sempre eram capazes de operar milagres sempre que queriam. "O Senhor concedia a Seus servos esse poder especial à medida que o progresso de Sua causa ou a honra de Seu nome exigiam" (Sketches from the Life of Paul, p. 135). Muitos pensam que, quando os apóstolos saíam revestidos de poder para operar milagres e tudo o mais, tudo que tinham que fazer, ao se depararem com algum doente, era operar o milagre e restaurá-lo. Não era assim que acontecia. Eles não realizavam milagre algum, exceto quando o Espírito de Cristo, que os acompanhava, indicava a vontade de Deus sobre o caso. Não importa se estamos falando de grandes apóstolos, todos eram dependentes da orientação direta do Espírito de Deus em cada caso particular, e isso o tempo todo. O mesmo se aplica a nós. "O poder significa ter a presença pessoal de Cristo em nós". Isto, sim, é ter o poder. "E isso não significa necessariamente que teremos o tempo todo uma sensação de poder em nós; mas significa uma fé permanente de que Cristo está em nós", e significa não apenas uma crença permanente nisso, mas uma consciência constante de que Ele está ali, de que Seu poder está ali operando em nós, conosco, em nosso favor, por intermédio de nós, sempre e em todas as coisas, somente para a glória de Deus, não sob nosso comando, como se o poder, de alguma forma, estivesse sob nossa guia. "Assim, quando sairmos, não importa as dificuldades que vierem, elas não nos intimidarão, graças à fé consciente de que Cristo está conosco e de que Ele é Todo-poderoso. Bem, quando Ele está conosco na plenitude de Seu poder, nossa fé se apega a Ele continuamente. Não é uma questão de sentir o poder, mas, sim, de conhecer o poder." Prosseguindo, vimos em nosso estudo também que Cristo nos redimiu da maldição da lei, a fim de que a bênção de Abraão chegasse até nós. O que representa a bênção de Abraão? [Congregação: "A justiça"]. Como? [Congregação: "Pela fé"]. Cristo nos redime da maldição da lei a fim de que a justiça que é pela fé viesse sobre os gentios, isto é, sobre nós, de maneira que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé. Como foi que recebemos a justiça? [Congregação: "Pela fé"]. Vocês experimentaram algum tipo de turbilhão de sentimento antes de receberem essa justiça? [Congregação: "Não"]. Vocês experimentaram algum turbilhão de sentimento, alguma grande comoção antes de terem a convicção de que essa justiça pertencia a vocês? [Congregação: "Não"]. Como foi que vocês alcançaram a justiça de Deus que é pela fé de Jesus Cristo? [Congregação: "Pela fé e por crermos em Sua palavra"]. Vocês sabem que Deus disse a vocês e a mim que ela é um dom gratuito para todo aquele que crê em Jesus, não é mesmo? Vocês então aceitaram esse dom gratuito, e só nos resta agradecer a Deus por essa justiça ser nossa. É assim que a recebemos, e isso é fé. A justiça, então, foi recebida, e sempre o será, pela fé somente. Ela é recebida pela fé a fim de que algo mais seja recebido pela fé. O que é? [Congregação: "A promessa do Espírito"]. Portanto, considerando que a justiça de Deus sobre Seu povo é tudo o que precisamos e que é ela somente que nos prepara para recebermos a promessa do Espírito Santo e do seu derramamento, quando Deus assim o quiser; considerando isso e o fato de que ela é recebida pela fé, concluímos então que a promessa do Espírito só pode ser recebida da mesma forma que a justiça foi alcançada, ou seja, pela fé. Então, quando Deus nos pedir -- após Ele nos conceder Sua justiça e nós a recebermos com alegria e em sua plenitude pela fé, como é o desejo de Deus que a recebamos, e depois que ela se torna nossa pelo fato de Cristo trazê-la até nós; depois de tudo isso, então, quando Deus nos pedir: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti", e nos levantarmos pela fé Nele, cumprindo o que o Senhor nos pede, Ele então proverá para que resplandeçamos. [Congregação: "Amém"]. Quando Ele nos diz que Sua glória nasce sobre nós, sobre todos os que têm a justiça que é pela fé de Jesus Cristo, cumpre-nos agradecer-Lhe que Sua glória nasce sobre vocês e sobre mim. Devemos agradecer-Lhe que assim é e tomar nossa posição diante de Deus com consciência, integridade, sinceridade, honestidade, clareza, sob a proteção dos anjos de Deus e de Sua glória a nós concedida. Assim, se Deus achar por bem que não brilhemos, Deus será o responsável por isso. Não devemos duvidar de que Deus fará todas as provisões necessárias. Esta mensagem -- "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti" -- é clara e decididamente, deste dia em diante, a mensagem de Deus para vocês e para mim, e por meio de nós, ministros, para o povo, assim como foi a mensagem da justiça de Deus que é pela fé em Jesus Cristo, dada quatro anos atrás. [Congregação: "Amém"]. [O orador, a pedido, repetiu a última afirmação]. E as pessoas que hoje rejeitarem a mensagem para este momento, como rejeitaram e desprezaram a mensagem apresentada há quatro anos, estão tomando o passo que os deixarão eternamente para trás -- e isso compromete toda a salvação delas. Deus nos deu uma mensagem e tem sido tolerante para conosco todos esses quatro anos, a fim de que aceitássemos a mensagem atual. Aqueles que não aceitaram aquela mensagem não estão dispostos a aceitar a de hoje, pois rejeitaram a anterior. E quando Deus nos dá outra mensagem, numa medida especial para que seja recebida, e ambas são desprezadas, o que, então, acontecerá com esses olhos cegos? O que acontecerá com eles? Repito o que fomos obrigados a dizer várias vezes durante este Instituto e nesta assembleia: É um tempo assustador. A cada reunião estamos vivendo um momento assustador. Irmãos, embora possamos falar o mesmo do tempo que se passou e das reuniões daquele momento, esta reunião hoje é a mais solene que já tivemos em nossa história. Por essa razão, chamo a atenção de vocês novamente para esse texto, e digo que a mensagem que ali se encontra para nós é a mensagem com a qual vocês e eu devemos sair desta reunião. E aquele que não está em condição de levar consigo essa mensagem desta reunião, é melhor nem ir. Quem não estiver em condição de deixar esta reunião com a viva consciência da presença de Jesus Cristo e do poder que ela traz, tendo sobre si, sobre sua vida, a luz e a glória de Cristo, é melhor que essa pessoa não saia deste lugar como ministro, ou como professo ministro, pois estará indo para uma obra que não pode realizar; estará indo ter contato com um povo com o qual não está em condição de se encontrar; estará indo cumprir responsabilidades que não poderá cumprir; presenciará cenas solenes que não entenderá; tomará passos que não lhe permitirão conhecer a gravidade dos próximos a serem tomados. Esta é nossa situação atual, irmãos e irmãs. Precisamos enfrentar essa realidade, e fazê-lo com alegria também. Precisamos enfrentar o que está diante de nós e todas as responsabilidades envolvidas, e não temer as assustadoras consequências. Devemos estar preparados de tal forma, pela fé em Jesus Cristo e revestidos de Sua justiça -- e colocando nossa dependência somente nela --; de tal forma assim preparados para enfrentar o momento, que possamos fazê-lo com alegria e com a confiança de que Deus irá conosco, desejoso de manifestar Seu poder. Dessa forma, sairemos felizes e alegres para enfrentar as cenas que precisamos enfrentar e assumir a obra que precisamos assumir, para cumprir as solenes responsabilidades e presenciar as cenas, movimentos e eventos que terão lugar, sempre alegres no Senhor. Isso é o que nos aguarda. Contudo, não devemos em nada ficar desanimados diante dessa realidade. Devemos ser as pessoas mais alegres do mundo por estarmos vivendo nesta época. [Congregação: "Amém"]. Permitam-me ler esse texto novamente e acrescentar outro pensamento com base nele: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti" (Is 60:1, 2). É você que vê a glória sobre si mesmo? Vocês verão a glória de Deus em vocês e sobre vocês? [Congregação: "Não, não"]. O texto diz: "A Sua glória se vê sobre ti". Deixe-a brilhar. Não é nossa responsabilidade controlar como ela vai brilhar. Não temos que nos preocupar com isso, de forma alguma. Se é a glória do Senhor, Ele tomará conta para que ela seja vista sobre você. Você não saberia que é a glória de Deus se você a visse sobre si mesmo, pois não se trata de glória própria. Quando vejo glória sobre mim mesmo, haverá autoglorificação. Percebem? Não estamos em busca de glória própria. Não é esse tipo de glória que Deus vai revelar ao mundo, mas é a glória de Deus que será manifesta. É essa glória que será vista. O significado do texto está bem claro: "A Sua glória se vê sobre ti". Graças a Deus que assim é; e é Deus quem o diz. Devemos ser gratos por ser assim. Assim será, graças ao Senhor, porque Ele o disse. Deixemos, portanto, que Ele faça a obra. Não cabe a nenhum de vocês supervisioná- -la. Fiquemos fora disso. Quem se pôr a fazer isso perderá tudo de vista. Vocês não percebem que se trata da mesma obra que deve ser efetuada no coração? Nós queremos justiça; mas há muitos que querem vê-la em si mesmos e sobre si mesmos antes de crerem que a possuem. Mas vocês não percebem que eles nunca a conseguirão dessa forma? Eles só alcançarão a justiça quando o eu sair do caminho; quando derem as costas a si mesmos e olharem para Sua palavra. Assim, quando deixarmos de nos olhar e passarmos a olhar para Aquele a quem essa glória pertence e em quem ela subsiste; quando olharmos para o lugar onde essa glória está, então cada um saberá, desse momento em diante, que ela lhe pertence, desde que olhe para o lugar onde ela se encontra. "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados [...] na Sua própria imagem", "de glória" em quê? [Congregação: "Em glória"]. A glória Dele já se manifestou em nós? [Congregação: "Sim"]. De verdade? [Congregação: "Sim"]. Gostaria de ler aquele abençoado texto que se encontra em 2 Coríntios 4, verso 6: "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz". Ele já fez isso uma vez, não fez? [Congregação: "Sim"]. Ele fez o mesmo novamente. Trevas espessas cobrem a Terra. Deus ordenou que a luz resplandecesse, e ela de fato resplandeceu. Ele diz novamente: "As trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti". Sua glória será vista sobre ti; e por essa razão Ele diz: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz". Ele novamente ordenou que das trevas resplandecesse a luz. [Congregação: "Amém"]. Não é assim? [Congregação: "Sim"]. "Ele mesmo resplandeceu em nosso coração". Foi isso que Ele fez, não é mesmo? Vocês podem afirmar isso? [Congregação: "Sim"]. Não quero dizer que vocês devem afirmar isso simplesmente porque se encontra no texto, mas quero que digam porque, no coração de vocês, vocês têm a convicção de que assim é. Isso acontece quando entregamos e submetemos nossa vontade a Ele, quando colocamos tudo a Seus pés -- isso é fé. Pois bem, isso é o que Deus diz. Agora podemos seguir avante com este texto: "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração". Não é uma verdade? [Congregação: "Amém"]. Vamos ser gratos a Deus por Ele ter feito isso? [Congregação: "Sim"]. A pessoa que agradece a Deus por Ele ter resplandecido no coração, deve fazê-lo do fundo do coração; ela deve agradecer-Lhe por Ele estar ali pela fé; ela pode fazer isso com a mesma certeza com que agradece ao Senhor porque a justiça que ela possui é a própria justiça de Deus. Vamos continuar a leitura do texto: "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração". Sejamos gratos a Deus por isso. Com que propósito? "Para iluminação do conhecimento da glória de Deus". Ele concedeu a vocês a iluminação do conhecimento de Sua Glória? [Congregação: "Sim"]. Mesmo? [Congregação: "Sim"]. A Sua glória não nasceu sobre cada um de nós? Não nasceu sobre o coração de cada um de nós? Será que ela não resplandeceu como Deus ordenou que resplandecesse? Vamos completar a leitura: "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo". Assim, a pessoa que pode contemplar com rosto desvendado a face de Cristo, que pode agradecer de todo o coração que a glória de Deus nasceu sobre ela, essa pessoa pode estar certa de que Deus fará com que essa glória seja vista sobre ela. Irmãos, isso é uma verdade; e queira Deus que todo coração aqui nesta noite erga sua face, desvendada, e contemple a gloriosa face que resplandece com glória e bondade sobre os filhos dos homens, e que nos salvou de nossos pecados e nos transformou "de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor". Então o Espírito vem àqueles que contemplam a face de Jesus Cristo. E esse Santo Espírito, que Deus concede àqueles que contemplam a face de Cristo, há de nos transformar na Sua própria imagem, e veremos Sua glória refletida; e as pessoas verão Sua glória também. Irmãos, isso é um fato; e nesta noite precisamos receber a promessa do Espírito mediante a fé. Moisés, certa vez, estava com o Senhor no monte, e, quando desceu, sua face resplandecia com a glória de Deus. Que consciência ele tinha desse fato? Nenhuma, absolutamente. "Não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia" (Êx 34:29). Ele não tinha consciência do fato, mas o povo sabia. Será que as pessoas que viram a glória na face de Moisés tinham fé? [Congregação: "Não"]. Moisés tinha fé, o que permitia que sua face brilhasse. A fé de Moisés recebeu essa glória a fim de que ela resplandecesse; e quando ela irradiou de sua face, embora inconsciente do fato, até mesmo os incrédulos puderam vê-la. Estêvão estava perante o Sinédrio -- perante homens cujo coração, duro como o aço, estavam contra Deus e contra Cristo; sua face, porém, resplandecia com a glória de Deus, como se fosse rosto de anjo; e todos os que estavam assentados no Sinédrio o fitaram e viram a glória. Tinha Estêvão consciência disso? Não. Não era a glória de Estêvão. Ele não tinha nada que ver com ela. A presença de Deus se manifestou em Estêvão. Ele tinha grande fé em Jesus Cristo e contemplava com coração desvendado, com a face desvendada, pela fé, a face de Jesus Cristo; e ao agir assim, a glória do Senhor nasceu sobre ele; e os pagãos, e aqueles em situação pior que a dos pagãos -- os ímpios fariseus -- puderam ver a glória de Deus sobre ele. Vimos em nosso estudo que a obra nos dias de hoje encontra-se no mesmo lugar onde os apóstolos a deixaram. Quando a promessa do Espírito veio sobre o povo naquele dia, Deus manifestou Seu poder, do Seu modo e segundo Sua vontade, sobre aqueles que Lhe pertenciam. Ele agirá da mesma forma novamente. Vamos ler aquele verso novamente: "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração". Não se esqueçam disso. Ora, como é que poderíamos esquecer? Isso é um fato, não é mesmo? "Para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo" (2Cr 4:6). Vimos no estudo da última sexta-feira à noite que devíamos alcançar a justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo, ao olharmos na face de Jesus Cristo. E enquanto mantivermos o olhar Nele, recebendo essa justiça cada vez mais, sendo moldados cada vez mais na Sua imagem, a lei de Deus ali estará em toda sua glória testemunhando que é para essa direção que devemos olhar. Vimos que essa é também a ocupação dos anjos no Céu: "Os seus anjos nos Céus veem incessantemente a face de Meu Pai celeste" (Mt 18:10). Então, irmãos, quando decidimos estar na companhia dos anjos, olhando na direção em que eles olham, a fim de recebermos a mesma justiça que eles querem receber por meio dessa contemplação, tendo o testemunho da lei de que ela é nossa; se fizermos isso, há algo que impedirá que tenhamos a abençoada cobertura protetora deles? Deus estenderá essa cobertura sobre Seu povo. O requisito exigido de nós para termos isso é a fé que ergue o rosto para contemplar a face de Jesus; e não fazemos isso por causa de nossa bondade, mas por causa de nossa necessidade. [Com a permissão do orador, o professor Prescott leu o seguinte:] "A mão do Infinito estende-se além das muralhas do Céu a fim de agarrar firmemente a sua mão. O poderoso Ajudador está próximo para auxiliar o maior transgressor, o maior pecador e o mais desanimado. Olhe ao alto pela fé, e a luz da glória de Deus resplandecerá sobre você." [O orador retomou a palestra]. Eu não sabia que essa citação estava em mãos; mas, irmãos, sejamos gratos que o Espírito de Deus nos conduziu até ela neste momento. E não vamos nos esquecer do texto bíblico que queríamos ler há muito tempo, e que se encaixa perfeitamente no nosso tema: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus [...]; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:21-23). Já estudamos isso antes -- que a justiça de Deus, sem a lei, se torna manifesta pela lei. Há outra frase: "Testemunhada pela lei e pelos profetas" (v. 21). Não esqueçam nem por um momento, nem deixem de lembrar, que onde a justiça de Deus está, a qual é obtida pela fé de Jesus Cristo, os profetas de Deus ali estarão também e darão testemunho de que tal pessoa possui a justiça de Deus. [Congregação: "Amém"]. Isso se refere ao momento presente, pois Ele está vindo até nós agora. Estou feliz, portanto, que o Espírito de Deus nos guiou a essa citação, do Seu modo, de forma que Sua profetisa se ergue e testemunha que isso é verdade, que estamos falando a verdade ao falar sobre a justiça que se encontra em Jesus Cristo e que esta resplandece de Sua face. [A pedido, a citação foi lida novamente]. Então, irmãos, olhem para o alto. Quando virmos os sinais no sol, na lua e nas estrelas, e sobre a terra angústia entre as nações, olhemos, então, para o alto. Ergamos nossa cabeça. Vamos nos alegrar, pois a nossa redenção se aproxima. Olhem para o alto, pois a justiça só vem quando olhamos na face Daquele que a prometeu. Precisamos olhar para o alto, pois é isso que traz a justiça, a glória, de Jesus Cristo; e é essa glória que nos torna imortais. Mas é essa mesma glória que consome. Precisamos olhar para o alto. Ele quer que olhemos para o alto para recebê- la. E ele deseja que olhemos para o alto antes daquele grande dia a fim de que, naquele dia, possamos olhar para o alto. O Senhor quer que olhemos para o alto agora, e Ele nos mostra a razão para isso. Olhem para o alto, estendam a mão da fé e Deus a pegará. Deixe que Ele a agarre. Assim, quando Deus tomar a mão da fé, Ele nos deixará mais em segurança do que poderíamos ficar se nós pegássemos Sua mão. Sabem, o mesmo ocorre muitas vezes quando estamos conduzindo nossos filhos pequenos. Somos nós que seguramos a mão deles; e quando eles tropeçam, eles não caem. Outras vezes, porém, quando estamos caminhando, são eles que seguram nossa mão; quando tropeçam, então, eles caem. Sejamos gratos a Deus porque Ele diz: "Eu tomarei a sua mão". Então, embora venhamos a tropeçar, não cairemos por terra. [Congregação: "Deus seja louvado"]. Oh, Deus é bom. [A pedido, o seguinte texto foi lido: "Porque Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que Eu te ajudo" (Is 41:13)]. Se Ele diz: "Eu te tomo pela tua mão direita", então deixe que Ele a tome. Dessa forma, você não terá nada com que se preocupar. "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo". Em conexão com esse texto, leio o seguinte: "Todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem". O que significa a Sua glória? Temos que estar certos disso. Aqui está uma mensagem que nos foi dada há algum tempo, que se encontra na página 16 do Bulletin: "A obra será abreviada em justiça. A mensagem da justiça de Cristo deve soar de uma extremidade do mundo a outra. Esta é a glória de Deus que encerra a obra do terceiro anjo." A glória, então, corresponde à justiça, à bondade e ao caráter daqueles que pertencem a Deus. Qual é o único lugar onde podemos ver a justiça? [Congregação: "Na face de Jesus Cristo"]. Quando olhamos para ela, que efeito ela terá sobre nós? Ela nos transforma em Sua imagem. Ela nos transforma na Sua própria imagem, de justiça em justiça, de glória em glória, de caráter em caráter, como pelo Espírito do Senhor. "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz" (Is 60:1, ARC). Esta é a ordem do Senhor. É por essa razão que eu disse antes: esta mensagem que estamos recebendo é certamente nossa mensagem deste dia em diante. Esta é nossa mensagem hoje. Na verdade, é a mesma mensagem de quatro anos atrás; a única diferença é que ela vem com esplendor aumentado, com poder ampliado. Agora, tendo uma força acumulada de quatro anos, Deus a coloca diante de Seu povo. Deus ordena novamente: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti". Quem vai resplandecer? Quem vai resplandecer? [Numerosas vozes: "Eu vou"]. Ótimo. Resplandeçam. Por quanto tempo? [Vozes: "Sempre"]. Com que frequência vocês vão resplandecer? [Vozes: "Sempre"]. Eu lhes digo, irmãos e irmãs, os que se dispuserem a isso verão em sua vida um poder subjugante como nunca viram antes. Essa experiência lhes trará humildade de espírito e alma, e isso permitirá que o Espírito Santo opere segundo Seu modo maravilhoso de agir. Este é o momento para que isso aconteça. Então, "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti". Lerei um trecho que se encontra na página 137 do Bulletin: "'Àquele que está satisfeito em receber sem merecer, que sente que nunca poderá recompensar tal amor, que põe de lado todo pensamento de incredulidade, e vem até os pés de Cristo como uma criancinha, todos os tesouros do amor eterno lhe são dados como dom livre e permanente.'" Todos esses tesouros constituem um dom livre e duradouro para nós que nada temos para oferecer em troca. O Senhor afirma que eles são meus. Eu sei que eles são meus, pois Ele assim o diz. E vou ser-Lhe grato o tempo todo. Há outro texto esplêndido que precisamos ler e que condiz com nosso tema. Isaías 52:1. "Desperta, desperta". Estamos adormecidos, não estamos? Vocês sabem que estamos. "Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião". Revestir-se de quê? De fortaleza. Descobrimos, ao investigarmos a situação em que nos encontramos, que precisamos de um poder, de uma fortaleza, maior do que todos os poderes deste mundo unidos. Vimos que precisamos de força, não é mesmo? [Congregação: "Sim"]. Precisamos dessa força para transmitir essa mensagem no momento presente. "Reveste-te da tua fortaleza". Nós a temos à nossa disposição. "Reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém". Que roupagens formosas são essas? [Congregação: "A justiça"]. O linho finíssimo representa a justiça dos santos. "E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos" (Ap 19:8, ARC). Esta é a justiça que vem pela fé em Jesus Cristo. Nessa mesma linha, segue uma mensagem que o Senhor nos apresentou nesta assembleia. No Bulletin, p. 408, lemos: "Neste tempo, a igreja deve vestir-se de suas roupagens formosas: 'Cristo, justiça nossa.'" Vejam a relação com o verso: "Veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém, cidade santa". Com que propósito ela está se vestindo de suas roupagens formosas? Para onde ela está indo? Oh, ela está indo ao lar; está indo para a ceia das bodas, pela graça do Senhor; e as pessoas que iam a ceias de casamentos naquela época precisavam se vestir de roupagens preparadas pelo senhor da festa. O Senhor faz o mesmo agora. [Congregação: "Amém"]. Irmãos, sejamos todos gratos a Deus. Sejamos gratos a Ele sempre. Mas isso é só parte da história. Temos em seguida a promessa mais bendita, creio eu, jamais endereçada à Igreja Adventista do Sétimo Dia: "Porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo". Graças ao Senhor. De agora em diante, Ele nos livrou de pessoas não convertidas; de pessoas agregadas à igreja com o objetivo de operar sua própria justiça e criar divisão na igreja. Todas as provações da igreja já se foram, graças a Deus. Todos os mexeriqueiros e fofoqueiros maliciosos já se foram. A igreja tem algo melhor do que isso sobre o que falar. Seus membros podem falar agora sobre a salvação de homens e mulheres caídos. O assunto da conversa deles será sobre a bondade, a alegria, a santidade e a glória que existem em Jesus Cristo; e tudo isso é uma realidade, e sabemos disso. Essa é uma promessa maravilhosa. E vocês não percebem o único modo como ela pode ser cumprida? Quando sairmos deste lugar, decididos a nada saber, senão a Jesus Cristo e Este crucificado; recusando-nos a nada saber senão isso; recusando-nos a pregar nada além disso; dependendo do Seu poder; dependendo de Sua glória, conscientes de que ela nasceu sobre nós, e de que nos é ordenado resplandecer; aí, sim, a promessa pode ser cumprida. Vocês não percebem que ninguém vivenciará isso a menos que o faça com sinceridade e com coração convertido? Vocês não se dão conta de que vocês mesmos saberão se as pessoas estão convertidas antes de entrarem na igreja? "Porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo". Irmãos, há outro ponto relacionado com esse assunto. Quando Deus conceder à Sua igreja a graça de ser revestida de Seu poder e glória, e do poder do Seu Espírito, o lugar mais perigoso do mundo em que um hipócrita pode estar é na igreja. Ananias e Safira tentaram isso; mas o que aconteceu com eles foi registrado como lição a todas as pessoas, pelo menos de hoje em diante. Não há mais lugar agora para hipócritas na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Se o coração não for sincero, a igreja é o lugar mais perigoso do que qualquer outro em que a pessoa possa ter estado. Assim, aqueles que não vão seguir avante com esta obra, seria melhor que eles saíssem rapidamente. É perigoso ficar aqui se você não vai seguir avante; e não podemos seguir avante sem termos a glória de Deus e Sua luz resplandecendo no coração e na vida. Seremos chamados a estar diante de reis e autoridades para falarmos contra as opressões e impiedade de perseguidores que estarão lançando seu veneno maligno contra aqueles que amam o Senhor. "Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode-te do pó, levanta-te e toma assento, ó Jerusalém; solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião" (Is 52:1, 2). A liberdade é agora proclamada aos cativos. Louvado seja Deus! "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a Sua glória" (Is 61:1-3). "Sacode-te do pó, levanta-te e toma assento, ó Jerusalém; solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião. Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados" (Is 52:2, 3). Ótimo. Isso está cumprido. Agora o verso 4: "Porque assim diz o Senhor Deus: O Meu povo no princípio desceu ao Egito, para nele habitar, e a Assíria sem razão o oprimiu. O que Deus fez então? [Congregação: "Ele os livrou]. Exatamente. Para que época isso se aplica então? Para a época de livramento. Então chegamos a esse momento, não é verdade? Estamos vivendo em tempos de opressão; e quando chega o tempo de opressão, chegado é também o tempo do maravilhoso livramento de Deus. Então, que a opressão fique mais severa; que o fogo se torne mais quente: isso só vem a mostrar que a libertação está muito mais próxima. Sejamos gratos a Deus. "Agora, que farei Eu aqui, diz o Senhor, visto ter sido o Meu povo levado sem preço? Os seus tiranos sobre ele dão uivos, diz o Senhor; e o Meu nome é blasfemado incessantemente todo o dia". Isso é verdade. Eles já estão fazendo isso. "Por isso, o Meu povo saberá o Meu nome" (v. 5, 6). Qual é Seu nome? "EU SOU O QUE SOU". Eles saberão não somente sobre Ele; eles saberão também que Ele é o que Ele é; e Ele é o Todo-poderoso. E Seu povo, conhecendo Seu nome -- o Todo-poderoso -- conhecerá Seu poder manifestado neles, em favor deles, para eles e por intermédio deles. "Por isso, o Meu povo saberá o Meu nome; portanto, naquele dia, saberá que sou Eu quem fala: Eis-Me aqui" (v. 6). Sou Eu que estou falando agora. Muito bem. O que vem em seguida? "Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!" Que os reis, poderes, governadores e Estados se exaltem tanto quanto quiserem. Deus nos deu uma mensagem ao povo: "O teu Deus reina!" "Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem a voz, juntamente exultam". Vejam, Deus nos disse muito tempo atrás que seguiríamos nosso caminho rumo a Sião com cânticos. "Porque com seus próprios olhos distintamente veem o retorno do Senhor a Sião" (v. 8). Irmãos, antes que esse dia chegue, quando veremos o Senhor face a face, devemos, pela fé, olhar para a face de Jesus Cristo e permitir que a luz que Dele irradia resplandeça em nossa mente e coração. E não importa onde estivermos neste mundo, devemos todos estar unidos na verdade aguardando o retorno do Senhor. Deus é capaz de realizar essa obra. Não há nenhum outro poder na Terra que possa realizá-la. "Rompei em júbilo". Porque não? Alguém pode me dizer? Não precisamos de uma reunião especial para romper em júbilo. Não precisamos ficar saltando, dando chutes em meio a bancos e cadeiras. Estamos falando da alegria do Senhor, e não de fanatismo. Não estamos falando de emoções produzidas por essas demonstrações. "Rompei em júbilo, exultai à uma, ó ruínas de Jerusalém; porque o Senhor consolou o Seu povo, remiu a Jerusalém" (v. 9). O Senhor tem consolado o Seu povo, não é mesmo? Portanto, vamos louvar o Senhor por Seu conforto. "O Senhor desnudou o Seu santo braço". Ele está a ponto de fazer agora alguma coisa. Quando uma pessoa está determinada a fazer algo e arregaça as mangas da camisa, podem estar certos de que o negócio é sério. O Senhor tinha em mente essa imagem familiar e a usou para mostrar a solene obra que Se encarregou de realizar. E a figura indica urgência. Ele desnudou Seu santo braço, ou seja, arregaçou as mangas. Ele Se propôs a empreender uma obra neste tempo que causará grande comoção, como ocorreu nos dias de Samuel quando Ele disse a Eli: "Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que a ouvir lhe tinirão ambos os ouvidos" (1Sm 3:11). Deus queira que nossos ouvidos possam tinir de alegria. "O Senhor desnudou o Seu santo braço à vista de todas as nações; e todos os confins da Terra verão a salvação do nosso Deus". Que todas as nações vejam, de fato, essa obra. "Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá" (v. 11). Isso significa nos desligar desse mundo, não concordam? Vocês estão se desligando do mundo? Já se retiraram dele? Já deram adeus a esta Terra? [Congregação: "Sim"]. O mundo está sob os seus pés? [Congregação: "Sim"]. Não simplesmente sob os pés, mas será que ele está esmagado sob os seus pés? Eu sei, e vocês sabem também, que, quando nos separamos das coisas deste mundo, Deus pode nos dar -- e Ele de fato dá -- a consciência de algo melhor do que tudo que este mundo pode oferecer. "Não toqueis coisa imunda". Temos aqui a mesma linguagem utilizada em 2 Coríntios 6, verso 17, 18: "Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e Eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso". "Purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor. Porquanto não saireis apressadamente, nem vos ireis fugindo" (Is 52:11, 12). Não, não ficaremos assustados ou temerosos de alguma coisa. "Aquele que crer não foge" (Is 28:16). Deus não tem pressa alguma. O Senhor nunca age precipitadamente. Ele agirá na hora certa e levará o tempo que for necessário, mesmo que demore muito. "Aquele que crer não foge". Outras traduções para esse verso dizem: "não será envergonhado", "não ficará confuso", ou não perderá facilmente seu equilíbrio. Por falar nisso, vocês serão chamados a estar em lugares em que presenciarão uma terrível tempestade de vozes e línguas vindas dos mais diversos lugares. Quando isso ocorrer, vocês não precisarão se precipitar ou perder o equilíbrio. É justamente nesse momento que vocês não devem ficar atemorizados ou fugir. Não, não. Deus nos colocou neste mundo para nele permanecermos o tempo que Ele desejar. "Não saireis apressadamente, nem vos ireis fugindo; porque o Senhor irá adiante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda" (Is 52:12). Muito bem. Ele é a vanguarda e a retaguarda. Ele vai à frete e atrás. Estamos em boa companhia. Irmãos, esta é a mensagem para o tempo presente. Esta é a mensagem que devemos levar conosco ao sairmos deste lugar. Quem não estiver em condições de levá-la não deve ir. Sim, não deve ir. Conforme fomos exortados pelo Espírito do Senhor neste lugar, que ninguém saia sem a consciência da presença permanente do poder do Espírito de Deus. Ninguém precisa ir sem esse poder. Podemos alcançá-lo e conservá-lo pela fé em Cristo; e é para Sua face que devemos volver nosso olhar, a fim de recebermos pela fé a justiça de Jesus e estarmos preparados para receber, de fato, o Espírito de Deus pela fé. Capítulo 23 Sermão 23 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 26 de março de 1893, p. 507-515. Gostaria de ter à disposição seis semanas para estudar agora a mensagem do terceiro anjo. [Congregação: "Amém"]. Eu me refiro a seis semanas consecutivas. Naturalmente, cada um pode ter esse tempo separadamente. Como disse, gostaria de ter seis semanas consecutivas. Assim, poderíamos traçar um esboço bem claro da mensagem para este tempo. De qualquer forma, vamos conservar o que o Senhor já nos deu e sair daqui com isso. O que nos resta agora é estudar a mensagem e pregá-la, e esta crescerá à medida que for proclamada. E teremos o mesmo pensamento, se conservarmos e pregarmos o que recebemos aqui. Nosso tempo está quase se esgotando; e há tanta coisa a ser dita antes de nos separarmos, que só me resta, nesta noite, tocar em alguns pontos que nos servirão de guia onde quer que estivermos de agora em diante. Para iniciar, vamos abrir a Bíblia em Apocalipse 13 e estudar o trecho que se refere aos Estados Unidos, e ver se conseguimos discernir em que ponto da profecia entra em ação esse poder que "seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta". Sei que muitos estão perdendo de vista o que vem acontecendo pelo fato de estarem esperando por algo que eles decidiram que deve ocorrer primeiro. Dessa forma, por esperarem por algo por vir, e deixando de se beneficiar daquilo que já aconteceu, essas pessoas seguirão seu caminho e se afastarão cada vez mais da luz, e ficarão cada vez menos preparadas para enfrentar os eventos proféticos, quer tenham ocorrido, quer ainda estejam no futuro. A obra desse poder está descrita nos versos 13 e 14: "Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu." Com base no contexto em que a passagem se encontra, muitos têm me escrito afirmando que todas essas coisas devem ocorrer antes que a imagem da besta seja formada; que essas operações e fantásticas manifestações correspondem à obra do espiritismo, ou espiritualismo, a qual convencerá as pessoas a fazer uma imagem à besta. É importante, portanto, estudarmos a profecia e vermos o que ela diz e, tanto quanto possível, o que ela não diz. Vamos começar então com o verso 11 do capítulo 13: "Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão." Quando ela falou como dragão? Quando ela estava emergindo? [Congregação: "Não"]. Quando é que ela fala como dragão? Vamos ler o verso 15: "E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. Então é nesse momento que ela fala como dragão, certo? [Congregação: "Sim"]. Não é a imagem da besta que fala como dragão? [Congregação: "Sim"]. A imagem da besta foi formada quando ela foi vista emergindo? [Congregação: "Não"]. Quando esta besta foi vista emergindo da terra, foi nesse momento que a imagem da besta foi formada? [Congregação: "Não"]. Nessa época, ela estava falando como dragão? [Congregação: "Não"]. Portanto, não podemos dizer que tudo o que está nesse verso tem seu cumprimento no lugar em que está registrado. Para vocês perceberem esse ponto com mais clareza, vamos ler um trecho do Testemunho 32, página 208, publicado em 1885: "O movimento dominical está progredindo agora em trevas. Os líderes estão escondendo a verdadeira questão; e muitos que se unem ao movimento não percebem a direção que a correnteza está tomando. Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs." Esse texto faz alguma referência aos dois chifres semelhantes aos de um cordeiro? [Congregação: "Sim"]. "Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs; mas quando ele falar, revelará o espírito do dragão." "Quando ele falar". Isso foi escrito em 1885. Nessa época a besta de dois chifres ainda não havia falado, certo? [Congregação: "Sim"]. Quando ela foi vista emergindo? [Congregação: "Em 1798"]. Ela "tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro" (Ap 13:11, ARC) quando foi vista emergindo, e sempre os teve, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. "Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs". Mas a profecia diz: "Mas falava como dragão". Vimos pelo contexto que é a imagem que fala e faz com que morra quantos não adorarem a imagem da besta. Esta é a voz do dragão. Mas lemos que quando ela "falar, revelará o espírito do dragão". Então, eu repito que o verso 11 não se cumpriu em sua totalidade na posição em que ele se encontra na profecia e na ordem em que os fatos são mencionados na profecia. A última frase do verso 11 só se cumpre quando chegamos ao verso 15. Vamos continuar a leitura. Verso 12: "Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada." Pergunto: Será que esta besta que foi vista emergindo da terra vem exercendo todo o poder que a primeira besta exerceu antes dela? [Congregação: "Não"]. Será que ela já fez com que os habitantes da Terra adorem a primeira besta? [Congregação: "Não"]. O verso 12, então, tem seu cumprimento antes do verso 15? [Congregação: "Não"]. Ele se cumpre depois que a imagem da besta é formada? [Congregação: "Sim"]. Vemos, portanto, que esses dois versos da profecia claramente não se cumprem na ordem em que as declarações aparecem. Concordam? [Congregação: "Sim"]. Agora o verso 13: "Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens." Essa parte da profecia se cumpre antes da formação da imagem da besta? [Congregação: "Não"]. Todos nós que já lemos o "Volume IV" [O Grande Conflito] sabemos que essa descrição se refere a uma das últimas coisas que ocorrerão antes de Satanás vir em pessoa. Vocês que leram o "Volume IV" sabem -- e quem não leu leia para saber -- que essa descrição corresponde a um dos últimos eventos antes da aparição pessoal de Satanás, se não o último, de fato. O "Volume IV" não diz categoricamente se isso terá lugar antes ou depois de Satanás aparecer pessoalmente. No entanto, aceitando a visão mais extrema possível do evento, pode-se dizer que ele faz parte das coisas que ocorrerão quando os próprios poderes dos instrumentos satânicos estiverem agindo com a maior intensidade possível para enganar, se possível, os próprios escolhidos. Esse milagre é operado para provar aos filhos de Deus que eles estão errados em guardar o sábado. Esse milagre é operado como teste decisivo, e será um dos últimos acontecimentos antes da saída do decreto de morte; se não o último antes disso, certamente será um dos últimos. A luta será entre os poderes da Terra e o Senhor; entre os que se entregam aos poderes das trevas e lhes prestam obediência e aqueles que obedecem ao Senhor. Agora, são esses milagres todos operados claramente e especificamente contra o Senhor? É isso o que eles pretendem fazer? [Congregação: "Não"]. São operados por aqueles que aberta e ostensivamente negam Jesus Cristo? [Congregação: "Não"]. Por quem então? Por aqueles que professam ser Cristo. "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios" (Mt 24:24). Isso será feito por aqueles que professam ser representantes de Jesus Cristo, que Cristo está com eles e que Deus é o Deus daquele lado da controvérsia. Mas isso será desmentido, e essa pretensão ficará desmascarada pela ação daqueles que conhecem o Senhor. Mas esse desafio será lançado. Houve uma disputa certa vez para provar se o Senhor era Deus ou se o Sol era deus, ou seja, Baal. O teste que decidiu naquela época, entre o povo, se Elias era um homem de Deus, e que Deus era o Deus verdadeiro, e não o Sol -- não Baal --, esse teste foi fogo que desceu do céu. Agora o teste surge novamente, mas desta vez ele será feito para enganar; e será efetuado por aqueles que afirmam agora pertencer a Baal, ou melhor dizendo, por aqueles que realmente são servos de Baal, que professam que Baal é deus -- mas trata-se de Satanás, naturalmente. Estes apresentarão o seguinte desafio a vocês e a mim: "Então, vocês dizem que a Bíblia é Palavra de Deus. Este é o fundamento de vocês? "Sim, senhor". "Vocês afirmam que Deus é o Deus de vocês?" "Sim, senhor". "E que o sábado deve ser guardado porque é o sinal daquilo que Deus é para o homem e daquilo que Cristo é para o homem?" "Sim, senhor, essa é exatamente nossa posição". "Pois bem. Um teste foi apresentado uma vez no passado que decidiu essa questão. Trata-se daquele fogo que desceu do céu. Ele decidiu naquela época que o Senhor era o Deus verdadeiro. Então, colocamos diante de vocês, com base na própria afirmação de vocês, o mesmo desafio. Propomos esse desafio para que a questão fique resolvida. Nosso desafio é claro e justo: Se nós somos homens de Deus, se Deus é nosso Deus, e não o de vocês, se somos homens de Deus, que fogo desça do céu sobre a Terra". E o que acontece então? Fogo desce. "Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens". As pessoas o verão, e o sinal é operado para decidir a questão -- para decidir que eles são o povo de Deus, que eles são homens de Deus. E quando o verdadeiro povo de Deus afirmar que esse não é o teste, que isso não prova nada, eles dirão então: "Bem, vocês precisam se firmar na própria evidência de vocês. Vocês dizem crer na Bíblia, que ela é o fundamento de vocês; e vocês hão de concordar que esse teste já decidiu essa questão uma vez". "Sim, senhor". "Mas agora que fazemos a mesma coisa, vocês negam que isso tenha algum peso para decidir a questão. Que sentido tem continuar arrazoando com pessoas desse tipo? Vocês retrocedem diante da mais clara evidência, apoiada naquilo que vocês mesmos declaram ser o fundamento de vocês. Existe algo mais a fazer senão matar pessoas assim? Não tem como discutir com vocês mais. O destino do mundo, as pragas, as pestilências e todas essas coisas estão acontecendo com as pessoas por causa da loucura de vocês; tudo porque vocês se recusam a se submeter e ceder. Vocês são obstinados. Tudo tem que ser do jeito que vocês querem. Agora, a fim de salvar a preciosa vida de pessoas, a única coisa que nos resta fazer é eliminar vocês do caminho". Portanto, afirmamos, e vocês podem perceber pela leitura, que isso não acontece antes que a imagem da besta seja formada. O evento ocorrerá depois disso. Irmãos, chegou o tempo de não somente lermos o "Volume IV" [O Grande Conflito], mas de lê-lo várias vezes para estarmos cientes das circunstâncias dos eventos como de fato são. Está na hora de lê-lo. Não podemos nos dar ao luxo de não o ler. Vocês percebem, então, que os três versos que acabamos de ler não se cumprem na ordem em que as declarações são feitas? Vamos continuar com a leitura: "Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta". Vamos ler agora outro texto que se encontra no capítulo 19 de Apocalipse, e que faz referência à vinda do Senhor. Versos 19 e 20: "E vi a besta, e os reis da Terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao Seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem" (ARC). Alguém chamou minha atenção outro dia para outra tradução -- não sei se é a Versão Revisada [em inglês] ou alguma outra -- que diz: "O falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que haviam recebido o sinal da besta e haviam adorado a sua imagem". [Pastor D. T. Bourdeau: "No francês é assim também"]. Pastor Jones: Essa versão tem o mesmo pensamento. Isso nos mostra, então, que os sinais, ou milagres, foram operados com o objetivo de enganar aqueles que tinha a marca da besta. Mas será que as pessoas recebem a marca da besta antes da formação da imagem? Sob a proclamação da mensagem e da responsabilidade que ela traz, será que as pessoas serão cobradas por receber a marca da besta e por adorá-la antes que a imagem seja formada e se proponha a obrigar as pessoas a fazer isso? Não. Vimos em nossos estudos aqui que antes da formação da imagem havia uma maneira de escapar da adoração à besta. O caminho estava aberto para quem quisesse se recusar a fazer isso. Contudo, após a formação da imagem, não há uma opção que permita alguém recusar-se a adorar a besta, porque não haverá nenhum lugar do mundo em que o poder da besta não seja encontrado. Consequentemente, quando isso acontecer, não haverá mais escapatória. Nesse momento, então, as pessoas se tornarão responsáveis por adorarem a besta ou sua imagem. Não haverá escapatória. A única solução será voltar-se para Deus. Chegará o momento então em que a decisão será bem clara -- só se poderá decidir entre Deus e os poderes da Terra. Leiam novamente o capítulo 16 de Apocalipse. Ali, a ameaça das pragas é feita contra as pessoas por causa da adoração da besta e de sua imagem. No período da sexta praga, lemos o seguinte nos versos 13 e 14: "Então, vi sair [três espíritos imundos semelhantes a rãs] da boca do dragão, da boca da besta e da boca" ... de quem? Não é assim que o texto diz: "Então, vi sair da boca do dragão e da boca da besta três espíritos imundos semelhantes a rãs, e eles enganaram as pessoas para que formassem o falso profeta"? [Congregação: "Não"]. O que é o falso profeta, em outras palavras? [Congregação: "A besta de dois chifres"]. A imagem da besta é o falso profeta, conforme está relatado naqueles versos de Apocalipse 19: "E vi a besta, e os reis da Terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao Seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem" (ARC). No capítulo 13, verso 12, lemos: "Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada." Quem é o falso profeta então? A imagem da besta. Portanto, esses espíritos são espíritos de demônios. O verso seguinte diz: "Porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso." Mas de onde vêm esses espíritos operadores de sinais? Eles vêm de certos lugares para operar esses milagres. Esta é a verdade, não é? Eles vêm desses lugares para ajuntar as pessoas para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. Esses espíritos de demônios vêm, nessa época, junto com esse poder que opera sinais; eles vêm como operadores de milagres para realizar determinada obra. De onde eles vêm? Da besta e do falso profeta (ou imagem da besta). Então, com base nesses testemunhos e nesses dois versos, não fica claro que os sinais de engano, os grandes sinais realizados para seduzir as pessoas, vêm depois da formação da imagem e não antes dela com o objetivo de formá-la? [Congregação: "Sim"]. Bem, vamos ver se estamos certos. Testemunho 32, página 207: "Para garantir a popularidade, os legisladores cederão à exigência de uma lei dominical." Cederão? Eles já o fizeram. Isso está cumprido? [Congregação: "Sim"]. Isso já foi cumprido. Eles já o fizeram; e isso é tão certo que eles afirmaram publicamente ter agido assim com esse propósito. A evidência, melhor do que qualquer outra que já tivemos no passado, se encontra nesse pequeno panfleto: "O Cativeiro da República". Trata-se de um relatório da audiência perante a Comissão sobre o Projeto de Lei para o Fechamento da Feira Mundial aos Domingos, sobre o qual discuti em meu segundo estudo. O documento está saindo do prelo. O título é "O Cativeiro da República". A ideia ali contida é que as igrejas capturaram a república e a mantêm no cativeiro preparado por elas. O material traz as recentes declarações dos próprios parlamentares, membros daquela comissão, e não apenas aquelas proferidas por Hiscock e Hawley e as do último verão. Esses novos membros ouviram relutantemente nossos argumentos. Não queriam ouvir de boa vontade, mas tiveram que ouvir. O teor das declarações é que não deviam ir adiante naquela direção, pois temiam que a feira fosse prejudicada, e o país como um todo. Temiam a reação da igreja. Isso foi repetido várias vezes nas declarações, e de diferentes maneiras. Portanto, temos evidências mais sólidas ainda do que as do último verão. Eles confirmam o que foi feito nessa época pelos mesmos motivos e ratificam a decisão pela mesma razão. Temos então várias confirmações do cumprimento profético. Se alguém deseja provas, elas estão aí. Vamos continuar a leitura do Testemunho 32: "Os que temem a Deus não podem aceitar uma instituição que viola um preceito do decálogo." Será que essa instituição que foi oficializada por esses homens, a fim de garantirem popularidade e apoio, se refere, de alguma forma, a um preceito do decálogo? [Congregação: "Sim"]. Eles mencionam algum preceito do decálogo ao tomarem essa ação? [Congregação: "Sim"]. "Os que temem a Deus não podem aceitar". Ouviram bem isso? [Congregação: "Amém!"]. "Os que temem a Deus não podem aceitar uma instituição que viola um preceito do decálogo." Essa instituição viola tão completamente um preceito do decálogo que nunca poderia ser estabelecida sem eliminar do caminho o preceito do decálogo e alterá-lo inteiramente. Não é um preceito paralelo ao outro. Eles não promulgaram uma lei dominical que tenha seus próprios méritos, mas deliberadamente estabeleceram o preceito de Deus e retiraram dele o que Deus colocara ali, e inseriram nele o que a Igreja Católica instituiu no lugar dele. "Nesse campo de batalha é travado o último grande conflito da controvérsia entre a verdade e o erro." A batalha está consolidada, e cumpre-nos sair desta assembleia e estar no meio dela. "Não fomos deixados em dúvida quanto à questão. Agora, como nos dias de Mordecai, o Senhor há de reivindicar Sua verdade e Seu povo. Por meio do decreto que impõe a instituição do papado, em violação à lei de Deus, nossa nação se desligará completamente da justiça." Outro ponto: Quero lhes perguntar se isso já se cumpriu. Lembre-se de que o seguinte foi escrito em 1885: "Quando o protestantismo estender a mão através do abismo para apertar a mão do poder romano, [...]." Faz-se aqui uma referência ao futuro -- "Quando [...] estender". Em 1844, afirmou-se: "Ele estenderá". Este testemunho diz: "Quando [...] estender". Aquele pequeno testemunho, dado um ano atrás, dizia: "Ele está estendendo". A ação já estava acontecendo. Nós sabemos agora que ele já fez isso, não é verdade? Vamos ler o que se encontra no Testemunho de núm. 33, página 240: "Quando nossa nação repudiar os princípios de seu governo a ponto de promulgar uma lei dominical, o protestantismo, por meio desse ato, dará as mãos ao papado." Mas o protestantismo deu as mãos ao papado ao instituir o domingo por meio de legislação. Esse ato não mostra claramente que eles se uniram ao papado para realizar essa obra? O que o testemunho diz já se cumpriu então, não é verdade? [Congregação: "Sim"]. Então o Testemunho se cumpriu até esse ponto, certo? [Congregação: "Sim"]. Vamos continuar a leitura do mesmo parágrafo do Testemunho núm. 33, página 240: "Quando nossa nação repudiar os princípios de seu governo a ponto de promulgar uma lei dominical, o protestantismo, por meio desse ato, dará as mãos ao papado. Tal ação não será nada mais do que dar vida ao tirano que há tempos vem ansiosamente esperando a oportunidade para ressurgir com vigoroso despotismo." Vimos em outros estudos, e por meio dos mais recentes Testemunhos que chegaram até nós, que é mediante a influência do governo dos Estados Unidos que todas as nações retornam ao papado; e quando isso acontecer, é por meio deste país que vida é dada àquele espírito tirânico que se estenderá a todo o mundo. Portanto, já chegamos a esse ponto agora, não chegamos? [Congregação: "Sim"]. Vamos ver o que nos resta. Nesse contexto, temos algo ainda pela frente. Lemos o seguinte na página 207 do Testemunho de núm. 32: "Quando transpormos o abismo para dar as mãos ao espiritismo [...]." No que diz respeito à união com o papado, isso já está cumprido, certo? [Congregação: "Sim"]. Resta ainda a união com o espiritismo. "Quando transpormos o abismo para dar as mãos ao espiritismo [...]. Quando, sob a influência dessa tríplice união, nossa nação repudiar cada princípio de sua Constituição como governo protestante e republicano, [...]." Quando eles se uniram ao papado, o objetivo foi estabelecer a instituição papal. Conforme nos diz o testemunho publicado no Bulletin, o memorial de Deus foi posto de lado e o falso sábado foi colocado em seu lugar. Com esse ato, o protestantismo uniu-se ao papado e estabeleceu a instituição do papado no lugar da instituição divina. Até esse ponto, tudo já foi cumprido, quando protestantismo e papado deram as mãos. O próximo passo agora será dar as mãos ao espiritismo, ou espiritualismo. Então, "sob a influência dessa tríplice união", cada princípio do governo, construído sobre os pilares do protestantismo e republicanismo, será repudiado. Um governo republicano é um governo do povo, não monárquico. Qual é o propósito de Satanás ao operar todos esses sinais? Antes, porém, lerei o restante da citação: "Quando, sob a influência dessa tríplice união, nossa nação repudiar cada princípio de sua Constituição como governo protestante e republicano, e fizer provisões para a propagação das falsidades e enganos, então podemos saber que chegou o tempo para as extraordinárias operações de Satanás e que o fim está próximo." Agora, por que razão e com que propósito Satanás opera esses sinais milagrosos? Não é para provar que ele é Cristo? [Congregação: "Sim"]. "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24:24). Satanás se coloca no lugar de Cristo. "Cristo é rei", não é? [Congregação: "Sim"]. Quando Satanás, por meio desses milagres, se coloca no lugar de Cristo, ele está se fazendo rei, certo? [Congregação: "Sim"]. Quando isso acontecer, então, os fatos não negarão que cada princípio do governo republicano terá sido removido, e uma monarquia, estabelecida. Assim, o objetivo do espiritualismo é preparar o caminho para a pretensa vinda de "Cristo" e o estabelecimento de seu reino na Terra. Considerando o que já foi feito até o momento, será fácil tomar o próximo passo e reconhecer esse "Cristo" como rei. Os movimentos dos Reformadores Nacionais em sua militância para conseguirem o que querem e a ação dos que reconhecem a força do fato de esta nação ter se tornado uma "Nação Cristã", tudo isso revela o princípio e a força que vão nortear os passos a serem tomados para a união com o espiritualismo. Quando isso ocorrer, quando o caminho for aberto e "Cristo" reconhecido como rei, Satanás ficará livre para vir como cristo, estabelecer seu reino aqui, operar todas essas maravilhas e levar o mundo para seu lado. Então o clamor será -- o "Volume IV" [O Grande Conflito] mostra a cena --: "Cristo veio! Cristo veio!" Vocês percebem, então, que tudo isso nos mostra que a operação de Satanás, por meio do espiritismo e das maravilhas e milagres enganadores, ocorre depois da formação da imagem da besta, conforme diz a profecia? Apocalipse 13:14-17: "Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome." Vocês percebem, então, que, até o verso 15, nenhum dos versos se cumpre na ordem em que as declarações são feitas. "Bem", alguém pode dizer, "por que então os fatos são apresentados dessa forma? Como podemos saber, então, como as coisas ocorrerão precisamente? O "Volume IV" [O Grande Conflito] nos fala sobre isso também na página 443: "A fim de sabermos o que é a imagem, e como deve ser formada, precisamos estudar as características da própria besta: o papado." Precisamos aprender sobre o cumprimento da profecia e estar em condições de identificar as ações da segunda besta com base em nosso conhecimento da primeira besta, da qual a segunda é imagem. Em outras palavras, não devemos conhecer a respeito do cumprimento desta profecia com base apenas na própria profecia; mas precisamos identificar o seu cumprimento a partir do registro da natureza, operação e inclinações da primeira besta, da qual a segunda é apenas uma imagem. Vocês percebem, então, que, para sabermos quando essas passagens se cumprem, quando cumprem suas especificações, precisamos nos familiarizar com a original, ou seja, com a primeira besta; e bem familiarizados com ela, de maneira que, quando alguma dessas características surgir, possamos identificar sua natureza, pois já conhecemos a original. Assim, conhecendo sua procedência, poderemos evitá-la. Há uma particularidade nesta profecia não encontrada em muitas outras. Há muitas profecias, como as de Daniel, capítulo 7, relacionadas com a queda de Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, etc. Nessas profecias, o investigador podia ver seu cumprimento no evento, e podiam estar perfeitamente seguros quanto à interpretação. Em outras palavras, era seguro para o estudante da profecia, familiarizado com as Escrituras, concluir, com base no próprio evento, que a Medo-Pérsia cumpria a profecia relacionada com o poder mundial que sucederia à Babilônia? Sim. Eles podiam ver o cumprimento no próprio evento. Mas fiquem atentos: temos aqui uma profecia relacionada com o fim do mundo, cujo cumprimento se dá em meio ao turbilhão de eventos que conduzem ao fim do mundo; e a pessoa que esperar vê-la cumprida antes de agir, perceberá que será tarde demais. Portanto, esta é uma profecia que Deus deseja que conheçamos muito bem com antecedência, de modo que possamos investigá-la sob uma ótica correta, e não fiquemos para trás quando ela se cumprir. Para alcançar esse propósito, o Senhor nos fornece um quadro de acontecimentos ocorridos na história, eventos passados, cumpridos diante dos olhos dos homens mediante lento processo. O desejo de Deus é que estudemos esse lento processo histórico para que fiquemos plenamente familiarizados com os princípios que foram estabelecidos e com seus resultados. Ele quer que conheçamos bem todas essas coisas e suas sérias implicações, de modo que, ao primeiro sinal de sua existência aqui, possamos estar cientes de seus desdobramentos com muita antecedência, e, assim, ter tempo mais do que suficiente para ficarmos precavidos e não permitirmos ser iludidos. É por essa razão que o Senhor não quer que busquemos o cumprimento desta profecia na própria profecia; porque se esperarmos por isso, os aspectos mais importantes no cumprimento da profecia serão aqueles dos quais dependem nossa salvação no exato momento em que estiverem se cumprindo. Se nesse momento estivermos do lado do erro, se estivermos atrasados, simplesmente seremos deixados. Deus coloca claramente diante de nós os fatos históricos relacionados com a besta em sua plenitude, suas operações, para que nós, ao investigarmos tudo isso, possamos identificar a imagem em todas as suas fases e atuações. Qualquer sinal dessa natureza já é suficiente, pois já conhecemos do que se trata, bem como os princípios envolvidos. Quando virmos qualquer indício da operação desses princípios, poderemos dizer: "Isso é um sinal da imagem da besta. A imagem da besta está por detrás disso, e devo evitar qualquer associação com isso de agora em diante e até o final do mundo". Se eu observar o desenvolvimento dos eventos que já se iniciaram -- e sabemos que refletem o espírito e os princípios do papado quando este se iniciou --, se eu fizer isso e evitar tudo que tenha que ver com ele em todo tempo, estarei em terreno seguro. Se não fizer isso, estarei em terreno perigoso. Portanto, o Espírito de Profecia nos diz que, se quisermos conhecer sobre a imagem, precisamos estudar a besta original. E aqueles que estão observando a imagem dessa forma estarão em condições de identificar o aspecto malévolo ligado a cada uma de suas fases; não importa como e onde o passo é dado, e não importa quão de longe lembre as ações da primeira besta. E Deus deseja que estejamos tão bem familiarizados com a original que possamos detectar a imagem, mesmo que seu brilho seja quase indistinto. Irmãos, essas coisas são importantes e devemos considerá-las e conhecê-las, para não sermos vencidos, nem pegos desprevenidos em nada e em nenhum movimento, mas sempre à frente graças ao conhecimento e à luz que o Espírito de Deus nos dá. Faço questão de repetir. Conhecendo a natureza do redemoinho de eventos nestes últimos dias, e a rapidez com que se desenrolam, a única maneira de estamos seguros é estarmos à frente de toda essa conjuntura. E Deus, a fim de nos preparar para isso, desvendou diante de nossos olhos toda evidência do lento processo histórico da besta. Deus desenhou isso em detalhes, de modo que podemos investigar o assunto com tempo. E, neste estudo, de como o processo ocorreu lentamente até seu amadurecimento pleno e a ruína por ela causada no passado, podemos, pela iluminação do Espírito de Deus, sempre estar à frente em relação aos eventos que estão ocorrendo agora, de maneira que, quando eles vierem, mesmo que velozmente, apenas nos alegraremos pelo fato de conhecermos de antemão o que isso tudo significa. Isso é tudo o que tenho a dizer sobre esse encadeamento profético, especificamente esta passagem. Eu realmente achei necessário fazer esses comentários, pois muitas perguntas nos chegaram sobre o tema; assim, quis chamar a atenção de vocês para essas coisas antes de nos separarmos. Vamos apresentar agora um esboço apenas do que deve acontecer depois dessas coisas, com base no livro de Apocalipse. A mensagem do terceiro anjo nos adverte contra a besta e sua imagem e o perigo de bebermos o vinho da ira de Deus. A isso segue-se a vinda do Salvador para ceifar a seara da Terra, e vemos o povo de Deus em pé sobre o Monte Sião. Esse é o esboço de eventos desde o momento atual até a vitória final. Então, o capítulo 16 descreve as pragas, ou flagelos. O capítulo 17 se refere a Babilônia, a grande, a mãe. No capítulo 18 temos a mensagem de advertência, os tempos de refrigério, a chuva serôdia, a Terra sendo iluminada com a glória de Deus, o chamado para sair de Babilônia por esta estar caída e ter se tornado morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, para que o povo de Deus não participe de seus flagelos, pois Deus Se lembrou dos atos iníquos que ela praticou. O relato continua apresentando o julgamento concreto de Deus sobre a grande Babilônia até sua ruína e perdição completa. No capítulo 19, vocês se lembram, temos a voz de numerosa multidão no Céu entoando o seguinte cântico: "A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a Terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos" (v. 1, 2). A passagem continua: "Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que Se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os Seus servos, os que O temeis, os pequenos e os grandes. Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus" (v. 4-9). Na sequência, João vê o céu aberto, um cavalo branco, a vinda de Cristo, a destruição das nações da Terra, a besta e sua imagem sendo lançadas no lago de fogo e os restantes sendo mortos. No capítulo 20, ocorre a prisão de Satanás e a ressurreição dos justos. Ao final dos mil anos, ocorre a ressurreição dos ímpios, seu julgamento e destruição. O capítulo 21 anuncia a nova Terra e a cidade santa sobre ela. No capítulo 22, lemos: "Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os Seus servos O servirão, contemplarão a Sua face, e na sua fronte está o nome Dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos" (v. 3-5). Irmãos, vocês puderam perceber que, a partir da mensagem de Apocalipse 14, ou seja, a partir do registro da mensagem do terceiro anjo, quando a imagem da besta é formada, o resto do livro de Apocalipse é uma história direta, uma clara sequência de eventos. A partir da formação da imagem da besta e da pregação literal da mensagem do terceiro anjo, que deve ocorrer ao deixarmos esta assembleia, o resto do livro de Apocalipse é uma história contínua e ininterrupta, chegando até o final do livro. Vocês percebem isso? [Congregação: "Sim"]. Um evento seguir-se-á ao outro em decorrência dessas mensagens. É assim que se encerra o livro, e vocês sabem disso muito bem. Há outra mensagem que gostaria de ler relacionada com o tempo presente, que vocês vão reconhecer. Ela se encontra em Testemunhos para a Igreja, volume 1, página 186, e fala sobre a mensagem a Laodiceia: "O propósito dela é despertar o povo de Deus, revelar-lhe suas apostasias e levá-lo a um zeloso arrependimento, a fim de que possa ser favorecido com a presença de Jesus e estar habilitado para o alto clamor do terceiro anjo. À medida que essa mensagem tocava o coração, ela conduzia a profunda humildade diante de Deus. Anjos eram enviados em toda direção para preparar corações incrédulos para a verdade. A causa de Deus começou a erguer-se, e Seu povo estava consciente de sua posição." Estamos nesse ponto da história. Deus disse: "Levanta-te", não disse? [Congregação: "Sim, senhor"]. Ele nos trouxe até a mensagem que nos diz: "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz" (Is 60:1, ARC). Já chegou o tempo para nos levantarmos. Nós já nos levantamos, pois foi o que Ele nos pediu e é o que Ele diz. Já nos levantamos, pois não devemos esquecer que, quando Ele profere Sua palavra e nós nos submetemos a ela, essa palavra é cumprida. Ele pede que nos levantemos. Nossa resposta deve ser: "Estamos nos levantando", e logo nos veremos erguidos. Sua palavra nos ergue. Ele pede que brilhemos. Nossa resposta deve ser: "Senhor, vamos brilhar", e é isso que ocorrerá. No início do mundo, quando Deus disse: "Haja luz", houve luz. Agora Ele diz: "Levanta-te". Essa palavra, se depositarmos nossa confiança nela, há de nos erguer. Ele diz: "Resplandece". Essa palavra, se nos submetermos a ela, há de nos fazer resplandecer. A palavra de Deus que nos diz para resplandecer hoje tem em si tanta luz quanto a que havia nas palavras: "Haja luz", na criação do mundo. Essa palavra traz consigo luz, e quando nos submetemos a essa palavra, Deus proverá para que resplandeçamos. Mas eu gostaria de chamar a atenção de vocês especialmente para aquela parte do testemunho que diz que "anjos eram enviados em toda direção para preparar corações incrédulos para a verdade". No tempo presente, os anjos de Deus já saíram. Eles foram enviados. O que vamos fazer? Ao sairmos desta reunião, dependendo do poder de Deus, sairemos com poder, com a presença Dele e com Sua glória sobre nós, na esperança de que Ele Se manifeste do modo como Ele desejar e no tempo em que Ele achar melhor. Temos a garantia de que Ele enviou Seus anjos a nossa frente. Assim, podemos ir avante, certos de que encontraremos corações que os anjos já prepararam. Então, irmãos, nossa missão não é mais "despertar o interesse". Percebem isso? Não temos nada mais que ver com essa questão de despertar o interesse e fazer alarde para despertar o interesse. O interesse já está despertado. Deus quer que aproveitemos o interesse, e não que despertemos o interesse. Cumpre-nos aproveitar o interesse. Isso é o que Deus pede de nós. Então, quando Ele nos envia, precisamos ir com essa promessa que está diante de nós; e ir a fim de realizar a obra que Deus já nos preparou em todas as direções. Esta é nossa posição atual. Não é o mesmo que ocorreu nos dias dos apóstolos? Quem dera se tivéssemos mais seis semanas para continuarmos nossos estudos; assim poderíamos estudar o livro de Atos e ver como Deus atua quando o caminho está desimpedido para Ele agir à Sua maneira. Mas vocês podem estudar o livro de Atos por conta. Este é nosso livro didático agora. Ele nos mostra como Deus agiu quando derramou a chuva temporã. Esse livro nos mostra como Deus agirá agora no tempo da chuva serôdia. Aqui está um exemplo do que ocorreu naquela época. Atos 16, a partir do verso 4: "Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos, para que as observassem, as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém. Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número. E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, [...]." Lemos aqui que eles foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia! E o interessante é que Deus os havia enviado para pregar o evangelho a toda criatura! "Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu" (v. 7). Aquela era uma época de homens que sabiam o que significava a direção do Espírito de Deus. Vocês e eu precisamos ser como eles também. [Congregação: "Amém"]. E é isso o que os Testemunhos revelam; e é isso o que aprendemos nos estudos desta assembleia. Se vocês não estão ainda preparados para reconhecer a direção e orientação do Espírito de Deus, então não saiam deste lugar antes de terem essa experiência. É o que Deus espera de cada um de nós. Bem, eles não podiam pregar mais na Ásia, nem conseguiam ir a Bitínia. Tudo que podiam fazer era ir, tanto quanto lhes fosse possível, na direção que lhes estava aberta; e foi assim que desceram a Trôade. Aquele era o limite. Não haviam conseguido pregar em nenhum lugar que ficara para trás. O caminho estava impedido à direita e à esquerda; e ali estavam eles, à beira-mar. O que fazer? O Senhor, então, lhes disse o que fazer. Continuemos a leitura, do verso 8 até o 14: "E, tendo contornado Mísia, desceram a Trôade. À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia." Por que o Senhor queria que eles passassem à Macedônia? Para satisfazerem o interesse que os anjos do Senhor já haviam despertado. Cornélio, também, estava procurando o Senhor. Um anjo lhe apareceu e lhe disse que enviasse mensageiros em busca de Pedro, que lhe daria uma mensagem de salvação. Pedro foi até Cornélio, mas somente com o objetivo de satisfazer um interesse que já havia sido despertado. Filipe, também, recebeu ordens para atravessar a Judeia a fim de se encontrar com o eunuco e satisfazer o interesse que já havia sido despertado em sua mente e coração. Isso é o suficiente sobre esse ponto. Esses exemplos mostram que o livro de Atos, de hoje em diante, é nosso livro didático sobre a obra de Deus. Ele nos mostrará como conduzir a obra e que lugares Ele quer que trabalhemos. E irmãos, tenhamos em mente que o que Deus diz é verdade em todo o tempo e lugar. Vamos voltar para Isaías e ler uma passagem que mostra o que o Senhor quer que façamos e o que Ele tem para nós. Vocês lembram que eu mencionei o capítulo 60 de Isaías? Vamos ler agora os dois últimos versos: "Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por Mim plantados, obra das Minhas mãos, para que Eu seja glorificado. O menor virá a ser mil, e o mínimo, uma nação forte; Eu, o Senhor, a seu tempo farei isso prontamente." Chegamos então ao capítulo 61: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram." Vamos ler agora os dois últimos versos desse capítulo e continuar com o capítulo 62: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias. Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações." É isso que Ele vai fazer neste tempo. "Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei". O que vocês têm a dizer? Certamente vocês têm medo de se cansarem, não é mesmo? "Oh, sim, já faz muito tempo que estou trabalhando. Acho melhor voltar para casa e descansar". O melhor é vocês ficarem onde estão e descansarem. Fiquem ali e trabalhem enquanto vocês descansam. "Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa". Irmãos, quero lhes dizer que, se vocês adotarem a reforma de saúde e viver de acordo com o ideal de Deus, vocês não precisarão descansar. Vocês trabalharão enquanto descansam, e não precisarão de férias. Posso dizer isso por experiência própria. Vocês sabem tanto quanto eu que nos últimos três anos venho trabalhando o tempo todo, e não tirei nenhumas férias. Não precisei delas e não quero sair de férias. Tenho participado de vários institutos e reuniões campais, saindo de um lugar e indo direto para outro, sem qualquer descanso. Mesmo assim, ganhei peso e força todo esse tempo. Eu vou deixar esta assembleia da Associação Geral, durante a qual tenho trabalhado cada minuto do dia até a meia noite, às vezes; vou deixar esse lugar tão renovado quanto estava quando aqui cheguei. E espero continuar assim. Em vez de se preocuparem com seus órgãos vitais, aprendam a ter vitalidade por meio de uma boa alimentação. Cuidar simplesmente dos órgãos vitais não garante que uma pessoa vai conseguir manter esse ritmo; mas se ela mantiver sua vitalidade por meio de uma alimentação saudável, ela vai conseguir trabalhar anos a fio. Sigam a reforma de saúde tal qual é, e vocês verão que não faz sentido nenhum tirar férias. Então podemos fazer isso, conforme Ele disse: "Por amor de Jerusalém, não Me aquietarei". Sou ousado para falar sobre o assunto da reforma de saúde porque acho que sou um bom exemplo. "Bem", alguém pode dizer, "você tem uma digestão muito boa". Não, senhor. Meu estômago é frágil -- isso já há quatro anos --, e tenho que tomar cuidado com ele o tempo todo para ele não ficar todo arruinado. Mas este é o objetivo da reforma de saúde: fazer com que uma pessoa use o seu bom senso e cuide de si mesma. Então, fiquemos com estas promessas: "Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa. As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra, Desposada; porque o Senhor se delicia em ti; e a tua terra se desposará. Porque, como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposarão a ti; como o noivo se alegra da noiva, assim de ti Se alegrará o teu Deus. Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a Ele descanso" (Is 62:1-6). Então, quando trabalhamos sem descanso, e não damos a Ele descanso também, posso lhes garantir que algo será realizado: "Nem deis a Ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na Terra. Jurou o Senhor pela Sua mão direita e pelo Seu braço poderoso: Nunca mais darei o teu cereal por sustento aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu vinho, fruto de tuas fadigas. Mas os que o ajuntarem o comerão e louvarão ao Senhor; e os que o recolherem beberão nos átrios do Meu santuário" (v. 7-9). "Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai bandeira aos povos. Eis que o Senhor fez ouvir até às extremidades da Terra estas palavras: Dizei à filha de Sião [esta é nossa mensagem]: Eis que vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua recompensa, e diante Dele, o Seu galardão. Chamar-vos-ão Povo Santo, Remidos-Do-Senhor; e tu, Sião, serás chamada Procurada, Cidade-Não-Deserta. Quem é Este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso em Sua vestidura, que marcha na plenitude da Sua força? [Quem é Este?]. Sou Eu que falo em justiça, poderoso para salvar" (Is 62:10-12; 63:1). Aqui se faz referência à vinda do Senhor. Os capítulos 63, 64 e 65 de Isaías falam sobre os novos céus e a nova Terra; e o capítulo 66, verso 22, declara que, "como os novos Céus e a nova Terra, que hei de fazer, estarão diante de Mim", nós também estaremos, "e será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor" (v. 23). Vocês não percebem que os capítulos 60 até 66 de Isaías fazem um paralelo com Apocalipse 13 até o final do livro? Por meio de tudo isso, o Senhor quer nos mostrar o que Ele fará agora. Bem, irmãos, a Bíblia está repleta das promessas sobre o que Ele fará. Vamos crer nelas. Vamos crer Nele e na mensagem que Ele nos deu. Vamos crer no poder desta mensagem que Ele deu a cada um. Que nenhum de nós saia desta assembleia sem esse poder. Capítulo 24 Sermão 24 de A. T. Jones Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 26 de março de 1893, p. 515-523. Começaremos com a passagem que lemos na noite passada, que se encontra no "Volume 4". Ela está na página 443 da edição do Grande Conflito preparada para a colportagem: "A fim de sabermos como é a imagem, e como deve ser formada, precisamos estudar as características da própria besta: o papado." Precisamos estudar isso agora, como nunca precisamos no passado, pois nem todas as características da imagem da besta se desenvolveram ainda. A imagem não se revelou diante do mundo com todas as suas características e manifestações. Cada passo que será tomado, e tudo que há de ser realizado de agora em diante, uma coisa após a outra revelará progressivamente as características da imagem, levando à plena maturidade a semelhança da imagem, em todas as suas partes, com a original. O que houve agora foi o passo inicial; mas como verificamos em nossos estudos aqui, esse início é de tal natureza que nenhum poder na Terra ou em qualquer outra parte poderá detê-lo. A imagem seguirá avante, e tudo o que lhe é intrínseco se desdobrará, não importa o que possa ser feito para impedir. Ela prosseguirá, mesmo contra os desejos e, muitas vezes, as intenções daqueles que lhe deram início. Observem agora como a situação tem se desenvolvido entre nós, bem diante de nossos olhos. Muitos anos atrás, quando pela primeira vez iniciamos nossa obra ativa, direta e concreta no campo da liberdade religiosa, fundamos o American Sentinel [A Sentinela Americana]. Já se passaram oito anos, creio eu. Havia apenas uma organização no país que se propunha a alcançar apoio para sua agenda religiosa. Em pouco tempo, outras organizações se uniram a essa; e em um ano ou dois já eram quatro ou cinco. O movimento, então, saiu do controle e, de fato, se estendeu além da jurisdição da organização original. Aconteceu então que o foco se desviou completamente da organização original, e adotou-se esse novo formato, ao qual poder crescente foi acrescentado. As organizações que se aliaram à primeira conduziram o movimento para além da intenção da organização original. Nossa oposição se concentrou contra esse novo formato, e tivemos que lidar com ele. O fato então é que o poder ampliado que essas organizações trouxeram à organização original conduziu todo o movimento ao destino tencionado pela primeira organização; de forma que, agora, nossa missão não é lidar com essas organizações. Não temos nada mais que ver com elas, de forma específica. Nossa luta não é contra elas ou sua obra. Temos que lidar agora com o governo dos Estados Unidos. O que essas organizações possam fazer agora não passam de ações sem muita importância e até mesmo insignificantes, pois o governo tomará medidas, e será forçado a tomá-las, que serão completamente contrárias às intenções daqueles que estavam à frente do movimento e fora do controle deles. Se no início nossa obra era fazer oposição àquela primeira organização e, depois, à organização ampliada e à obra que realizavam, agora todas essas organizações estão fora de consideração. O que temos que fazer agora é lidar com a obra que elas fizeram. Estamos nesse ponto agora. Não importa o que a União Americana do Descanso Sabático possa fazer, não temos mais nada a ver com isso agora. O fato é que medidas serão tomadas e ações empreendidas que a União Americana do Descanso Sabático nunca, conscientemente e em são juízo, planejou. Ocorrerão coisas contra os desejos de toda a mobilização e além da intenção consciente das organizações envolvidas. Mesmo os mais radicais não tinham outra intenção senão controlar o governo quando alcançassem seus objetivos. Mas -- e as organizações não esperavam isto -- os católicos controlarão o governo depois de elas terem alcançado seus alvos. Aí então elas se verão perdidas no nevoeiro e em situação de desvantagem. Ações serão empreendidas à revelia delas; ações com que nunca sonharam quando estavam cegadas pelo zelo de ter nas mãos o poder que não lhes pertencia. Não poderão culpar ninguém, exceto a elas mesmas. O Congresso se encontra no momento em recesso; e a ação que ele tomou está atada ao governo de forma irreparável. E não somente isso, mas uma medida adicional foi tomada nesse sentido nos dois últimos dias da seção. Não pude me inteirar ainda de todos os detalhes relacionados com os efeitos da decisão, mas conheço os fatos. São estes: Ficou constatado que o baile de abertura, comemorando a posse de Cleveland, ia acontecer no sábado à noite. Esperava-se, naturalmente, que o povo ficaria dançando até depois da meia-noite. A Banda da Marinha -- a Banda Nacional dos Estados Unidos -- ficou responsável pela música do baile e pela apresentação de concertos no domingo. Os clérigos da cidade de Washington enviaram um abaixo- -assinado ao Congresso, e o senador Quay, era de se esperar, o apresentou. Seguem os detalhes relatados sobre o ocorrido: "28 de fevereiro de 1893. O Sr. Quay apresentou hoje no Senado uma petição, contendo assinaturas de pastores de muitas igrejas de Washington e de outros cidadãos, relacionada com o assunto do concerto da Banda da Marinha a ocorrer no edifício do Departamento da Previdência Social [Pension Office], no próximo domingo, como parte das cerimônias de posse." Não sei como as coisas se desenrolaram, mas esta é a petição: Concertos De Domingo No Edifício Do Departamento De Previdência Social Sr. Quay: -- Apresento uma petição assinada por 60 clérigos da cidade de Washington, e peço permissão para a leitura. O vice-presidente: -- A petição será lida se não houver nenhuma objeção. O relator chefe: -- A petição é a seguinte: Ao presidente dos Estados Unidos, ao secretário do Interior e ao Senado e Câmara dos Representantes reunidos em sessão do Congresso: Petição Considerando o anúncio feito nos jornais pela comissão de posse informando que três concertos serão apresentados pela Banda da Marinha no dia 5 de março, domingo, no edifício do Departamento de Previdência Social, como parte do programa das cerimônias de posse; Considerando que o Congresso dos Estados Unidos, em deferência ao sentimento cristão da nação, clara e inequivocamente expresso pela imprensa religiosa, pelo púlpito e por abaixo-assinados, promulgou uma lei determinando o fechamento das portas da Exposição de Colombo aos domingos. Portanto, cremos que a permissão para que ocorram no domingo esses concertos da referida banda de músicos em um local que abriga um dos maiores departamentos do governo, num edifício do governo ocupado por outro importante departamento, como parte das cerimônias alusivas à posse do presidente desta grande nação cristã, tendo a sanção de seus governantes eleitos, cremos que tal ato constituiria um pecado nacional. Cremos também que tal profanação proposta é sem precedentes, resultaria em dano incalculável e seria usada como autorização e exemplo para a completa secularização do domingo. Nós enfaticamente solicitamos que ordens sejam divulgadas no sentido de proibir o uso de qualquer edifício do governo para propósitos dessa natureza nesse dia. Assinado por W. R. Graham, pastor da Igreja Protestante Metodista da Rua do Congresso; W. Sherman Phillips, pastor da Igreja Protestante Metodista Monte Tabor e muitos outros. O fato é que o Senado aprovou uma resolução em resposta a essa petição, não somente atendendo à reivindicação, mas até solicitando informações ao Secretário do Interior. Lendo uma reportagem sobre o desfecho da questão em um jornal, fiquei sabendo que o Secretário do Interior havia dado ordens para que a Banda da Marinha não tocasse no domingo e que o presidente Cleveland havia expressado a mesma opinião. Portanto, quando deu meia-noite, no sábado à noite, a banda parou repentinamente, as gigantescas e brilhantes luzes foram desligadas e todos no salão encerraram a dança. Estou chamando a atenção de vocês para esse fato para que vocês vejam que o governo dos Estados Unidos, ou pelo menos o Senado, tomou um passo adicional em apoio ao domingo ao aprovar essa resolução -- e essa é sua posição atual. Quero apresentar outra situação. Eu me refiro ao caso julgado pela corte do juiz Tuley, em Chicago. As companhias de barco a vapor estavam com a intenção de anular a resolução, por parte dos encarregados da Feira Mundial, que proibia passeios de barco no Parque Jackson aos domingos. Essa petição fracassou. O juiz Tuley deliberou que o governo dos Estados Unidos tinha autoridade exclusiva sobre o parque em questões relacionadas com a exposição; e visto que já estava regulamentado que o domingo deveria ser observado lá, não cabia ao Estado de Illinois nem à cidade de Chicago se envolver com qualquer questão relacionada com o evento. Vocês percebem, então, que toda questão que surge relacionada com esse assunto acaba contribuindo para apoiar o que já foi decidido. Agora, se o Congresso não for convocado para alguma sessão extraordinária, e até o momento nada ocorreu nesse sentido -- e tudo indica que não ocorrerá, pois o presidente não expressou nenhuma intenção de fazê-lo --, então essa legislação vai continuar sem qualquer questionamento ou interferência até o término da Feira Mundial, e cumprirá seu propósito pelo qual foi decretada. Então, ao final desse período, de mais de um ano, o governo dos Estados Unidos terá vivido em submissão ao atual decreto dominical. Dessa forma, o precedente ficará estabelecido e registrado na experiência e história do governo americano. Considerando que hoje em dia temos poucos políticos verdadeiramente leais, especialmente no Congresso, que governam mais com base no que foi feito do que pelo que deveria ser feito, tal precedente será, agora e sempre, o mais forte argumento e a mais segura fortaleza em favor do domingo como o sagrado dia do governo dos Estados Unidos. Porém, como já disse anteriormente, se uma sessão extraordinária for convocada e o Congresso revogar esse decreto dominical, tal ação não afetaria em nada o princípio envolvido na legislação dominical. Qualquer legislação posterior pode revogar uma lei aprovada por uma legislatura anterior. Contudo, tal ação não lança dúvida sobre o direito dos legisladores anteriores de promulgarem a lei que foi revogada. Quando uma legislatura revoga um decreto de uma legislatura anterior, a última não questiona o direito da anterior de tê-lo aprovado, mas simplesmente os princípios adotados na decisão. O direito de agir legislativamente é o mesmo, como se a lei não tivesse sido revogada. Consequentemente, se uma sessão extraordinária for convocada, e revogar a lei que determina o fechamento da feira aos domingos, o governo, mesmo assim, estaria, tão certamente quanto está agora, comprometido e pactuado com o princípio de que a legislação dominical tem amparo legal no governo. [Voz: "E se a lei for revogada por ser inconstitucional?"] Pastor Jones: Se o Congresso vier a revogar a lei expressamente com base na afirmação ou argumentação de que ela é completamente inconstitucional, o efeito sobre ela seria mínimo, pois se trataria simplesmente da opinião de um Congresso contra a opinião de outro, como ocorre com frequência entre os grandes partidos. É justamente o que está acontecendo no momento no que diz respeito à posição dos dois grandes partidos sobre a questão tarifária. O partido democrático insiste que o projeto de lei de tarifas alfandegárias dos republicanos é inconstitucional. Portanto, se essa legislação dominical vier a ser revogada devido a sua inconstitucionalidade, qualquer Congresso posterior poderia retomar a questão, pois já fez isso uma vez antes. Dessa forma, teríamos uma controvérsia infindável sobre o assunto, e isso é tudo o que aconteceria. Mas nada que possa ser feito poderá, pela própria natureza dos fatos, suprimir a legislação por completo ou o direito do governo de levá-la avante. A verdade é que o governo está de tal forma preso nas mãos dessa hierarquia que nunca poderá se livrar dela. Surgirão controvérsias; e assim que os católicos derem um passo adiante e mostrar sua força, os professos protestantes ficarão ressentidos. Podemos esperar isso a qualquer momento. Isso poderá vir de qualquer direção ou de praticamente qualquer fonte. Certamente virá, e, de fato, isso já começou. Quando os edifícios da Feira Mundial foram inaugurados, os católicos, o cardeal Gibbons e o representante do papa receberam ali grandes honras. Por causa disso, grande número de professos protestantes e pregadores ficaram muito enfurecidos. Disseram que não queriam mais se envolver com nada relacionado com a feira. Eles declararam: "Se a prioridade deve ser dada aos católicos, e se a eles cabem as honras e tudo o mais, simplesmente não teremos nada mais que ver com a feira". Bem, os católicos não estão preocupados com isso. Eles receberam as honras e terão o poder; e se os "protestantes" não apreciam isso, que fiquem fora então. Se eles se afastarem, estarão dando aos católicos muito mais abertura para realizarem o que sempre desejaram. Em suma, se os protestantes se esquivarem, os católicos terão muito mais força; se vão embora, estarão reconhecendo a supremacia católica. Assim, estão cativos, e tudo o que podem fazer é se conduzirem de acordo com a vontade desse poder. É tudo o que eles podem fazer. Há uma única coisa que podem fazer. Eles podem, se quiserem, escapar de tudo isso e se libertar do impasse. Mas só conseguirão fazer isso se aceitarem a mensagem do terceiro anjo. Não há outra saída. Muitos desses homens entraram nesse jogo sem conhecer as implicações. Foram levados a participar de tudo isso pela influência de ministros em posição superior à deles nas diversas denominações, sem se darem conta do que estava envolvido. Quando perceberem que estão presos num confuso labirinto, e perdidos, não importa o quanto caminham e que direção tomam; quando perceberem isso e como se deixaram ser completamente vendidos, eles ganharão sua liberdade ao fugirem para Deus. E é por isso que o Senhor ergue Seu povo acima do mundo e faz com que Sua igreja resplandeça, de forma que não podemos nos ocultar. Quando essas pessoas buscarem libertação, eles verão onde ela está, pois Deus pôs a libertação diante do mundo na mensagem do terceiro anjo; e "não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte" (Mt 5:14). Então, quando Deus nos erguer e nos colocar, por assim dizer, sobre um elevado monte, e fizer com que Sua luz irradie em todas as direções, pessoas de todos os lugares a verão; e quando perceberem que estão completamente perdidas no lugar onde estão, ficarão felizes em receber o livramento de qualquer fonte. Elas ficarão felizes em saber que é Deus que está indicando o caminho da libertação. Elas vão preferir ficar do lado de Deus do que do papado, mesmo que tenham que vir até os adventistas do sétimo dia para encontrá-Lo. Eles farão isso. Outro ponto: Quando houve a inauguração do edifício-igreja erigido para sediar palestras, reuniões e congressos alusivos aos ideais da Feira Mundial -- o World's Congress Auxiliary --, o arcebispo Ireland, o mais respeitável convidado, foi o ilustríssimo orador. Esse edifício de congressos iniciou suas atividades com a sanção, a bênção e a boa vontade da Igreja Católica. A proeminência dada aos católicos nesse ato inaugural inicial, e nas outras cerimônias de abertura da feira propriamente dita, levou os ministros protestantes a dizer: "Bem, se os católicos vão estar no controle de tudo, não estaremos lá". Agora, quando ocorrer o Congresso Mundial de Religiões, e todos esses assuntos forem ventilados, é de se esperar -- não sabemos exatamente a extensão de tudo isso --, mas é de se esperar que surjam polêmicas devido a esse reconhecimento governamental da religião. E de agora em diante, em tudo que vier a acontecer, só nos resta esperar novos desdobramentos da imagem que está formada. Nossa expectativa agora quanto ao futuro é que, em cada passo dado e em cada ação tomada, outros traços se desenvolverão, conduzindo à plena maturidade a imagem da besta, que está viva e é uma realidade presente. Quando nossa nação, em decorrência de todas essas coisas, for atingida por tumultos, revoltas e toda sorte de males, haverá um esforço para restaurar o governo a seus princípios originais. Haverá um esforço para resgatar o governo e libertá-lo do mal resultante da formação da imagem. Surgirão perseguições em intensidade cada vez maior devido a essa nova postura governamental. Haverá uma reação. Caso essa reação conduza a uma ação por parte do governo, podemos esperar um nítido retorno do governo aos princípios originais da Declaração da Independência, como afirmei outra noite. Quando isso acontecer, será o momento de estarmos prontos para uma ação imediata. Nesse tempo, todos devem munir-se de entusiasmo adicional, aprofundar a consagração, dedicar-se de corpo e alma ao trabalho, usando toda força e energia. A oportunidade deve ser aproveitada, porque quando essa reação perder sua força e a maré do mal subir novamente -- e isso certamente ocorrerá --, trazendo consigo a opressão e a perseguição religiosa, esta virá para ficar. Na Europa, é possível que isso aconteça duas vezes. Lerei uma passagem sobre esse assunto que nunca foi publicada. O testemunho foi dado numa visão em 1850 e em outra em 1852. O irmão Cornell tinha esse material e nos permitiu copiá-lo. Ele afirma que o irmão O. Hewit estava presente no momento das visões e guardou essas cópias. O seguinte foi dito a respeito daquele ponto: "Vi que na Europa, à medida que os acontecimentos se desenrolavam para se cumprirem os desejos deles, haveria uma aparente desaceleração uma ou duas vezes, o que faria com que o coração dos ímpios ficassem aliviados e endurecidos; mas os esforços não ficariam paralisados (só na aparência), pois a mente de reis e governantes estava determinada a subverter uns aos outros, e a mente do povo igualmente determinada a conseguir a supremacia." Vocês percebem, então, que, embora os esforços arrefeçam uma ou duas vezes, isso não acontece de fato, mas só na aparência. Lemos que isso fará com que o coração dos ímpios fique aliviado. Aliviado de quê? O que havia atingido o coração dos ímpios? Ora, a mensagem que os advertia sobre o significado dessas coisas, como o Senhor disse: "Angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo" (Lc 21:25, 26). O Espírito de Deus os convencerá da realidade das coisas, e eles ficarão com medo -- não alegres -- com o que sobrevirá ao mundo. Então, quando houver uma desaceleração dos eventos angustiosos, ficarão aliviados. Percebem? Então dirão: "Sabíamos que tudo isso era um falso alarme". Então, quando o pêndulo dos eventos voltar, e a mensagem ir adiante com a advertência: "Falamos que isso iria acontecer. Não deixem de se preparar". Eles dirão então: "Foi isso o que vocês disseram antes, mas houve uma diminuição e os eventos foram para outra direção". E é por isso que lemos que eles ficarão endurecidos, assim como o coração de Faraó se endureceu. Da mesma forma, o coração dos ímpios ficará aliviado e endurecido; e quando a onda voltar novamente, o fim virá e eles serão tragados. Agora vamos falar do nosso próprio país: Em 1888, quando fui ao Senado, tive uma audiência diante da Comissão do Senado. Quando voltei, a irmã White me perguntou como estava a situação lá e quais eram as perspectivas. Eu lhe disse o que os senadores haviam me informado, ou seja, que aquela sessão do Congresso, por ser de curta duração, se encerraria em 4 de março; que a sessão já estava muito adiantada, e, por essa razão, a legislação possivelmente não seria colocada em votação, mesmo que fosse apresentada. Considerando a agenda deles, eles achavam que não seria nem mesmo possível discutir o assunto no Senado; e se isso ocorresse, não havia possibilidade de que fosse aprovada e discutida nas duas câmaras, como é a regra. Eu disse a ela como a situação estava. A resposta dela foi a seguinte: "Então está mais próximo do que esperamos". A maneira natural de analisar a situação seria: Se a legislação não fosse aprovada nesse momento, as coisas que aguardamos -- dificuldades, perseguições, e assim por diante -- estariam mais distantes; mas se fosse, então tudo estaria mais próximo. Bem, essa seria a maneira mais lógica de ver a situação. Mas como o caminho de Deus é o correto e o nosso o errado, o modo como Ele age certamente é o oposto do nosso. Assim, o que para nós seria naturalmente o sinal de que certos eventos estão mais distantes, para Deus é sinal de que estão mais próximos. Ela continuou, então, dizendo que quando houvesse a aprovação, quando eles tivessem o governo em suas mãos e dessem início à opressão e revelassem o espírito que os move, as opressões e perseguições decorrentes disso causariam uma reação por parte de homens íntegros que têm aversão a perseguições, e haveria então uma calmaria, um pequeno tempo de alívio e aparente paz. E então, quando o pêndulo da intolerância voltasse, depois da reação, tudo chegaria ao fim brevemente. Vocês percebem então que a situação aqui é semelhante à que ela viu que ocorreria na Europa, conforme expresso no testemunho de 1852. Foi por isso que eu disse em outra noite que nenhum de nós precisa ser fisgado ou enganado por nada que ocorrerá de agora em diante; eu me refiro a ações com a intenção ou expectativa de reverter o que já foi feito. Não importa o que venha a acontecer, tenham em mente que, quando vier, isso não passará de uma pequena trégua que Deus nos dá para podermos realizar uma obra maior do que a que já realizamos no mundo; e tais coisas só servirão para nos abrir o caminho para que realizemos de modo mais fácil o que temos que fazer. Assim, quem adotar essa visão, e agir com base nela, essa pessoa, quando a obra de Deus estiver terminada, simplesmente avançará triunfantemente rumo à assembleia sobre o Monte Sião. Por outro lado, há muitos que estarão dizendo: "Ah, não! Vocês estavam acelerando demais as coisas. Vocês estavam tirando conclusões extremadas de tudo isso". Temos advertências sobre essas coisas também. Segue o registro do que alguns dirão: "Quando a sentinela, ao ver a espada se aproximando, dá determinado sonido na trombeta, as pessoas em seus postos ecoarão a advertência, e todos terão a oportunidade de se preparar para o conflito. Mas, com muita frequência, o líder mostra hesitação, parecendo dizer: 'Não vamos nos apressar tanto. Pode haver um erro. Precisamos tomar cuidado para não darmos falso alarme'. A própria hesitação e incerteza da parte dele revela esta mensagem: 'Paz e segurança'" (Testemunho 33, p. 243). Vocês não percebem aqui que a pessoa que hesitar, ou vacilar, está dizendo, por meio de sua conduta: "Paz e segurança"? É possível que ela não diga isso em voz alta, mas está dizendo de qualquer forma. É por isso que eu li em estudos anteriores: "Precisa-se de Calebes que dirão: 'Agora é o tempo para ação'". Continuo a leitura: "A própria hesitação e incerteza da parte dele revela esta mensagem: 'Paz e segurança. Não fiquem agitados. Não fiquem alarmados. A agitação sobre essa questão da emenda religiosa é maior do que se faz necessária. Todo esse alvoroço vai se acalmar'". Percebem? Isso mostra que alguns falarão isso. Vocês não percebem, então, que aqueles que falam dessa forma e se comportam de forma hesitante, morosa, questionadora, duvidosa, quando virem algo parecido com o retrocesso do que foi feito, dirão: "Sim, foi isso que lhes falamos. Falamos sobre isso há muito tempo. Mas vocês foram adiante e causaram uma agitação, um alarme entre o povo, e agora tudo foi revogado. Qual é o valor da obra de vocês? Vocês deram um falso alarme. Vocês iludiram o povo". Não se trata disso! Porque, quando a calmaria vier, esta é verdadeiramente o sinal para aqueles que se firmam no temor do Senhor e permanecem no conselho do Senhor de que é chegada sua grandiosa oportunidade. [Voz: "Essa calmaria não vem em resposta a nossas orações para que se conservem seguros os quatro ventos?"] Sim, senhor. Mas quando essa calmaria vier, em vez de dizer "paz e segurança", todo aquele que permanece no conselho de Deus, há de clamar: "Preparem- se, rapidamente. Preparem-se; pois assim que a maré avançar novamente, quem for atingido por ela, este será tragado para sempre. Esse é o perigo, percebem? Vamos explorar mais este assunto, agora com base em O Grande Conflito, p. 443: "Quando a igreja primitiva se corrompeu, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo, procurou o apoio do poder secular." Vejam que aqui está se falando do papado. "Disso resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado e o empregava para favorecer aos seus próprios fins, especialmente na punição da 'heresia'. A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins." Alguém aqui viu algo do tipo realizado nos Estados Unidos? [Congregação: "Sim"]. Honestamente falando, você acredita que existe alguém neste recinto, além de você mesmo, que viu coisa semelhante nos Estados Unidos? [Congregação: "Sim"]. Há alguém que não viu? [Congregação: "Não"]. Independentemente do que essa pessoa diga sobre o assunto, do que pensa sobre ele, ou de sua opinião sobre o tema, eu pergunto novamente: Há alguém aqui, ou nos Estados Unidos, que não chegou a ver isso? O ponto não é o que a pessoa crê sobre o assunto. Não se trata disso, absolutamente; mas há por acaso alguém que não tenha visto acontecer o que li acima? [Congregação: "Não"]. Não há ninguém que não tenha visto o que foi feito. Eles sabem que a ação foi realizada, mesmo que não aceitem que se trate da imagem da besta. A questão não é essa. O fato é que a conduta descrita foi praticada. Todos viram o que aconteceu. Se alguém disse que não se trata da imagem da besta, podemos responder que foi, de qualquer forma, algo muito semelhante a isso. Nesse ponto talvez todos estejamos de acordo. Há outro ponto que merece ser considerado aqui. Alguns têm expressado o desejo de que a Suprema Corte faça uma declaração sobre qual foi a intenção ou propósito dela com essa decisão. Mas, irmãos, isso não faria um bem sequer. Se a Suprema Corte dos Estados Unidos elaborar uma declaração explícita de que não foi, de forma alguma, a intenção dela tornar esta nação cristã, nem de estabelecer aqui uma religião nacional, isso não afetaria a situação em absolutamente nada. A questão não tem que ver com a intenção da Suprema Corte. A questão é o que ela fez. E é isso que conta. E a conduta da Corte será vista e seus frutos serão colhidos. Os efeitos prosseguirão, apesar de qual tenha sido a intenção da Suprema Corte. A situação não depende, em nada, disso. Eu não creio que qualquer membro da Suprema Corte tenha a intenção de que aconteça o que está intrínseco no que ela disse. Portanto, não é possível que a intenção dela seja o que está intrínseco em sua decisão. A Corte não sabe o que está envolvido na questão. Eles nem sonham as decorrências de tudo isso. Será que o Congresso estava consciente das implicações do decreto dominical referente ao fechamento da Feira Mundial aos domingos? Será que estavam conscientes do que está em jogo? [Congregação: "Não"]. Vamos supor que o Congresso tomasse uma postura e aprovasse uma resolução em favor de todo o povo americano, declarando: "Não foi, sob hipótese alguma, nossa intenção, por meio deste decreto, colocar o governo dos Estados Unidos e a autoridade do governo nas mãos das igrejas". E eles poderiam dizer isso honestamente, não concordam? Pergunta: -- Os bispos na época de Constantino estavam conscientes das implicações das atitudes deles? Resposta: -- Não. Eles não enxergavam as implicações. Eles não estavam conscientes disso. Esta é a questão. Então, se o Congresso claramente disser que eles não tiveram a intenção de colocar o governo nas mãos das igrejas, podemos concluir, portanto, que o governo não está nas mãos das igrejas. Esta conclusão está correta? Não. O governo está sim, não importa qual foi a intenção deles. A questão é que os congressistas não sabem as implicações do que foi feito; mas uma coisa podemos dizer: eles mesmos sabem agora que há implicações que na época não conheciam. Um senador do Estado de Washington disse ao irmão Decker que, se na época ele tivesse as informações que veio a ter posteriormente, o voto dele teria sido outro. Exatamente isso. E há outros membros da câmara que disseram a mesma coisa. O grande dano está justamente nisso. Satanás não está preocupado, e o papado também não está preocupado, se eles estão conscientes ou não das implicações, ou se tiveram esta ou aquela intenção. A ação já foi tomada, seus frutos hão de aparecer e o mal intrínseco nela virá à tona, apesar de qual tenha sido a intenção da Corte, do Congresso, e apesar do que a Corte ou o Congresso sabiam. De qualquer forma, nossa fonte de interpretação para essas ações tomadas não se encontra nessas considerações. Nossa fonte de interpretação para esses eventos é a Palavra de Deus. Podemos interpretar essas ações tomadas investigando a história do papado. E somente aqueles que investigarem bem essa história poderão perceber o que existe por detrás das ações que foram tomadas. Quem não estiver familiarizado com a história do papado; quem não tiver estudado e investigado a origem dessas coisas, seus abusos, seu crescimento, a lógica de cada passo até ele alcançar plena maturidade; quem não tiver acompanhado tudo isso não estará preparado para enxergar o que há nessas coisas e qual será o resultado delas. É por essa razão que o Senhor dirige nossa atenção para a história passada para encontrarmos ali a fonte de nosso conhecimento. Permitam-me ler algo novamente: "A fim de sabermos o que é a imagem, e como deve ser formada, precisamos estudar as características da própria besta: o papado" (O Grande Conflito, p. 443). Como disse noite passada, Deus nos concedeu informações que nos permitem saber com muita antecedência o que vai acontecer, de maneira que, quando acontecer, possamos reconhecer de imediato que estamos diante do papado. Portanto, a intenção da Suprema Corte em tudo isso não tem nada que ver com a questão. Se um documento fosse oficialmente apresentado pela Suprema Corte dos Estados Unidos, assinado por cada juiz, declarando que não houve nenhuma intenção de dar o poder às igrejas, eu simplesmente diria: "Isso não tem nada que ver com a questão". O que conta é o que eles disseram; e o que eles disseram foi isto: "Esta é uma nação cristã", e "provaram" isso. E as implicações dessa afirmação virão à tona, não importa quais tenham sido as intenções deles ou o que eles sabiam a respeito. Isso não tem nada que ver com o assunto. E temos todos aqueles testemunhos que lemos aqui. Todos eles estão na pequena publicação "Special Testimonies" [Testemunhos Especiais]. Ali lemos que não devemos obter informações de fontes externas, que não devemos nos aconselhar com o mundo. Nossas ordens devem vir do alto. Nossos conselhos devem proceder de lá. Na Review and Herald de 21 de fevereiro, página 1, há uma declaração que diz que aqueles que permanecem no conselho de Deus terão sabedoria para detectar os movimentos de Satanás e evitá-los. Irmãos, o Senhor nos deu armas para cada situação para lutarmos contra qualquer coisa que Satanás possa fazer. Vejam só: Ele deixou à nossa disposição três fontes para que tenhamos pleno conhecimento dessas coisas: a Bíblia, os Testemunhos e a história do papado. Temos três fontes de conhecimento que nos explicam sobre as operações da primeira e segunda bestas: a história, as Escrituras e o Espírito de Profecia. Não temos todas as armas necessárias? Portanto, vamos fazer uso dos documentos e meios que Deus nos deu para estarmos escudados contra esses enganos. É disso que precisamos. Precisamos estudar; mas qual é a utilidade de um pregador se ele não estudar? Digam-me. Ele não tem nada mais a fazer do que estudar; e nada mais a fazer do que trabalhar. Estudar e trabalhar, trabalhar e estudar o tempo todo. É claro que estudar por completo, com dedicação e com todo empenho esses assuntos implica trabalhar mais arduamente do que muitos têm feito. Mas não fiquem com receio de que vocês vão fundir a cabeça. Não se preocupem. Minha mensagem não é só para os ministros, mas para cada adventista do sétimo dia, pois todos devem ser ministros em um momento ou outro. Meu desejo é que cada adventista do sétimo dia se dedicasse a estudar esses temas até que cada fibra do cérebro se rompesse. Isso faria bem a todos. Gostaria que cada um estudasse até que o cérebro estourasse devido ao grande esforço. O que o Senhor diz? "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma"; e quanto do pensamento? [Congregação: "De todo o teu pensamento"] (Mt 22:37, ARC). Vamos agir assim. Não fiquem para trás. Vamos prosseguir rumo a esse alvo. Ele quer que façamos tudo para Ele "de todo o teu pensamento". De todo o teu pensamento. Todo mesmo. Que Deus tenha o domínio sobre nossa mente. Vou continuar a ler aquela declaração que fala daqueles que dizem que "todo esse alvoroço vai se acalmar". "Testemunho núm. 33", páginas 243, 244: "Mas, com muita frequência, o líder mostra hesitação, parecendo dizer: 'Não vamos nos apressar tanto. Pode haver um erro. Precisamos tomar cuidado para não darmos falso alarme'. A própria hesitação e incerteza da parte dele revelam esta mensagem: 'Paz e segurança. Não fiquem agitados. Não fiquem alarmados. A agitação sobre essa questão da emenda religiosa é maior do que se faz necessária. Todo esse alvoroço vai se acalmar'. Dessa forma, ele, para todos os efeitos, nega a mensagem enviada por Deus; e a advertência, cujo fim era levar as igrejas à vigorosa ação, deixa de cumprir sua obra. O trombeta da sentinela não dá o sonido certo, e o povo não se prepara para a batalha. Que a sentinela fique alerta, para que, por meio de sua hesitação e demora, almas não se percam, e o sangue delas seja requerido de sua mão." Outro ponto. Alguns dos nossos irmãos do ministério, e muitos dentre o povo, têm dito: "Não creio que esta obra em prol da liberdade religiosa, sobre a relação entre igreja e estado, corresponde exatamente à nossa obra. Parece muito com política. Não acho que esta é precisamente nossa obra: lutar por essa separação entre igreja e Estado e garantir nossa liberdade para guardar o sábado". Bem, isso depende completamente da condição do coração de cada um. Depende totalmente do que isso significa para você. Se a questão é meramente política, então tudo só tem que ver com política. Por outro lado, se de fato essa obra significa para você um esforço para garantir liberdade religiosa na sua vida e no seu coração, então estamos lidando com o evangelho. Se para você não passa de teoria, formalismo exterior, então tudo se resume a questões políticas. Isso é tudo que você conhece. Mas se no seu íntimo você deseja garantir a liberdade de sua alma, a liberdade genuína que Cristo concede à alma convertida, então você está engajado na verdadeira obra da liberdade religiosa, na obra do evangelho de Cristo, e não em nenhuma ação política. Esta é a diferença entre política e o evangelho de Cristo. Gostaria de saber qual é o maior, mais sagaz e mais dissimulado político da Terra? [Congregação: "O papa de Roma"]. Sim, claro, o papa. Ele sempre foi o mais habilidoso político. Cada um deles foi um político, vocês sabem. Mas ele professa o evangelho. Existe alguém que professa a religião mais do que o papa? Mas os princípios e o evangelho que o papado professa são puramente aparentes, superficiais. As ações do papado nada mais são do que ações políticas. Mas deixem que os princípios do evangelho que esses homens ostentam no exterior apenas, e que eles mantêm como teoria, como credo; deixem que esses princípios do evangelho alcancem o coração e introduza Cristo no coração, aí, sim, vocês verão a verdadeira liberdade religiosa. Nesse caso, porém, papas não mais existiriam. Assim, os irmãos que estão achando que a obra em prol da liberdade religiosa se parece muito com ação política, esses irmãos precisam descobrir o que significa a liberdade religiosa e precisam, de coração, aplicá-la para a própria vida deles. Dessa forma, verão que não se trata de política, mas, sim, de religião. Essas pessoas ainda não descobriram o significado da verdadeira religião. Não, senhor. A pessoa que encontra a liberdade religiosa que existe em Jesus Cristo, a qual o evangelho lhe proporciona -- essa liberdade que separa todo assunto religioso do Estado --, tal pessoa terá em alta conta a separação entre igreja e Estado. A pessoa que tem essa consciência sabe que não se trata de política. Ele conhece o caminho seguro, e é neste em que vai caminhar e prosseguir, não importa qualquer argumentação contrária que o mundo possa mencionar ou elaborar. Aqui não estamos falando de política, mas de princípio. Bem, esta deve ser nossa posição. Estas são algumas coisas que precisamos considerar. E o segredo de tudo, o princípio e o fim de tudo, o tudo em todos, é simplesmente Jesus Cristo habitando no homem interior -- Cristo, a esperança da glória. Isso explica tudo, esclarece tudo e supre tudo. Cristo, Cristo, e Este crucificado, é tudo o que o ser humano possa querer e precisar. É tudo o que precisamos ter, pois "Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, Nele, estais aperfeiçoados" (Cl 2:9). Agora, ao nos separarmos, vamos adiante, levando a mensagem que Deus nos deu, no poder que acompanha essa mensagem, a fim de pregarmos o evangelho eterno a cada nação, e tribo, e língua, e povo -- e não se esqueçam disto --, "dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai- -Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas", anunciando também a mensagem do outro anjo que se segue: "Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição" (Ap 14:6-8). Ela fez isso? Deu a beber a todas as nações agora? [Congregação: "Sim"]. Que o anjo seguinte proclame sua mensagem com voz ainda mais potente: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira. [...] Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor" (Ap 14:9, 10, 12, 13). Então, quando algum de seus amigos morre, por que prantear? Deus prometeu uma bênção para ele. Não se prive de uma bênção também por causa de incredulidade. "Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor". Em seguida vem a confirmação: "Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham" (v. 13). "Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a Filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para Aquele que Se achava sentado sobre a nuvem: Toma a Tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da Terra já amadureceu! E Aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a Sua foice sobre a Terra, e a Terra foi ceifada" (Ap 14:14-16) "Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus" (Ap 15:2). É para lá que estamos indo. É uma viagem em linha reta, sem parada. É para lá que vamos. Vocês percebem que tudo que fazemos, todo assunto que consideramos, cada palavra que proferimos, tudo é feito em função da vinda do Senhor. Ele está vindo! Ele está vindo! Isso não deixa vocês alegres? Sim, o Senhor está vindo, o próprio Jesus. "Haveremos de vê-Lo como Ele é" (1Jo 3:2). Não como Ele era, mas como Ele é. Veremos Sua face resplandecente como o sol; Sua veste, branca como a luz; Sua voz, como a voz de uma multidão, falando palavras de paz e de alegria eterna aos que O aguardam. Sim, irmãos, Ele está vindo; com toda Sua glória, Ele está vindo. Nós O veremos. Nós O veremos. Sim, como aquele bendito hino diz: Ele vem, não uma criança em Belém, Ele vem, não para numa manjedoura deitar; Ele vem, não para sofrer com desdém; Ele vem, não um estrangeiro sem onde repousar. Ele vem, não para o Getsêmani, Para no jardim chorar e gotas de sangue suar; Ele vem, não para no Calvário morrer, Para os rebeldes o perdão comprar; Não, não. Eis que glória, reluzente glória, está agora ao Seu redor. Exatamente. Envolto por um esplendor de ilimitada glória. Quantos dos santos anjos O acompanharão? [Congregação: "Todos eles"]. Todos? [Congregação: "Sim, todos"]. Mas vamos conhecê-Lo então em meio a tão grande multidão de anjos, cada um com brilho mais intenso do que o do sol? Ah, irmãos! Aquele que esteve conosco em todo o caminho; Aquele que esteve conosco no sofrimento; Aquele que esteve conosco na dor; Aquele que nos livrou da angústia; Aquele que andou conosco a cada momento; Aquele que nos salvou dos nossos pecados; Aquele que nos permitiu conhecê-Lo; será que alguma coisa poderá ofuscar Seu brilho e O esconder de nós? [Congregação: "Não"]. Não. Se Sua bendita presença nos uniu a Ele quando Ele estava tão distante, será que alguma coisa poderá nos manter longe Dele no momento em que Ele estiver tão perto? Não. E os milhares de milhares de anjos, as miríades de miríades, não estarão lá para nos distanciar Dele. Eles não estarão lá para cercá-Lo como soldados ou guarda-costas para manter as pessoas longe. Oh, não. Eles vêm para nos conduzir até Ele. [Congregação: "Amém"]. Esta é a única missão deles ali: levar-nos até Ele. E Ele nos receberá para Si mesmo. Ele assim prometeu. Sim, esta foi Sua promessa. E nós O veremos por nós mesmos, e nossos olhos O verão, e não outros. Sim, não outros. As últimas palavras de Paulo foram: "Ó, Senhor, quando Te abraçarei? Quando Te verei por mim mesmo sem um véu ofuscante no meio?" (Sketches from the Life of Paul [Breve Relato da Vida de Paulo], p. 331). Irmãos, esse dia não está longe. [Vozes: "Não, certamente não"]. Não vai demorar. Mais do que isso, irmãos, nós veremos nossos queridos ali. Vocês alguma vez perceberam como Paulo muda sua linha de raciocínio quando dirige palavras de conforto àqueles que, pela morte, perderam seus amigos? Aquelas palavras sobre a ressurreição dos que morreram em Cristo? 1 Tessalonicenses 4. Vamos ler a passagem: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. [...] Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre" uns com os outros? [Congregação: "Com o Senhor"]. Interessante. Ele começou sua mensagem de conforto dizendo que depois de certo tempo eles se encontrariam com seus amigos falecidos; mas quando chega esse momento, ele tira o foco completamente dos mortos ressuscitados. Por que isso? Porque o Senhor será tudo em todos naquele dia. É claro que ficaremos felizes porque nossos amigos estarão todos lá; mas, irmãos, a maior alegria de todas será vermos que nosso Amigo estará lá. Naquele dia, Ele terá a primazia sobre todos os outros amigos. Ficaremos tão felizes porque esse Amigo estará lá que não teremos tempo para procurar os outros. É por isso que Paulo diz: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com O Senhor" (1Ts 4:16, 17). Irmãos, naquele dia não haverá nenhum véu ofuscante no meio. Seremos como Ele, pois O veremos como Ele é. Fiquemos felizes por isso. Sempre felizes. Contem às pessoas que Jesus está vindo. Digam-lhes: "Preparem-se, pois Ele está vindo". Digam-lhes essas coisas. Digam que Sua vinda está próxima. Preparem-se, pois Ele está vindo. Preparem-se para se encontrar com Ele, pois Ele está vindo. Preparem-se para ser como Ele; pois aquela glória, da qual podemos desfrutar uma parte agora, nos tornará completamente semelhantes a Ele naquele dia. Vamos pegar nossos hinários e cantar todos juntos o hino de núm. 1.175, "Na Manhã da Ressurreição": "Na manhã da ressurreição, veremos o Salvador vindo, E os filhos de Deus celebrando em alta voz, no reino do Senhor." Coro: "Ressuscitaremos, ressuscitaremos, Quando a forte trombeta fender o céu azul; Sim, os mortos em Cristo ressuscitarão, todos os mortos em Cristo ressurgirão; Na manhã da ressurreição, ressuscitaremos." "Antevemos a glória do advento. Embora a visão pareça tardar, Confortaremos uns aos outros com a Palavra do Senhor." "Pela fé já sabemos que nosso combate logo findará; Em breve saudaremos uns aos outros na formosa e feliz Canaã." "Contaremos a encantadora história, quando virmos nossos amigos na glória; E preparados ficaremos para saudar nosso Rei celeste."